Você está na página 1de 8

O Quinhentismo Brasileiro

Nome: Luiza Bitencourt Vieira


Turma: 103
Trabalho para a disciplina de literatura da Escola Estadual de
Ensino Médio Presidente Kennedy
Introdução

Neste trabalho da disciplina de literatura vamos abordar o que foi o Quinhentismo


Brasileiro, nome dado, na área de literatura, as obras escritas no primeiro século da
colonização do país (1500 – 1601).

Se destacam duas formas literárias da época, a literatura de informação e a de


formação. Seus principais autores foram: Pero Vaz de Caminha e José de Anchieta
Contexto Histórico

O Quinhentismo Brasileiro surgiu no ano de 1500, durante as grandes navegações.


Portugal e Espanha eram os principais navegadores da época, então, no ano de 1500 o
brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, que navegava em nome de Portugal.

Em um brasil recém descoberto, e, portanto, no início de sua colonização, as obras


deste período foram escritas por portugueses para relatar as novidades da nova terra à
coroa portuguesa, ou para catequizar os índios nativos do país na religião jesuíta.
Literatura de Informação

A literatura de informação era formada pelas cartas escritas pelos escrivães


portugueses para a coroa de Portugal, com o objetivo de informar sobre as terras recém
descobertas.

Os textos continham a descrição dos povos locais e sua cultura, como os seus rituais
e costumes, e também da paisagem natural do local. Por conta dos índios que viviam aqui
terem uma cultura mais oral do que escrita a “Carta a el- Rei dom Manuel sobre o
achamento do Brasil” escrita por Pero Vaz de Caminha em 1º de maio de 1500, foi
constatada como o primeiro documento a ser escrito no Brasil, e por consequência, o início
da literatura brasileira.

O principal escritor dos textos informativos do Quinhentismo foi o próprio Pero Vaz de
Caminha.

Pero Vaz de Caminha: Uma Biografia Resumida


Pero Vaz de Caminha nasceu na cidade do Porto, em 1450. Ele vinha de uma família
nobre e tinha uma boa relação com o rei de Portugal, o que foi um fator fundamental para
que ele fosse escolhido para participar da expedição que chegaria ao Brasil. E como já
sabemos ele era o principal encarregado de ditar as novas descobertas a corte portuguesa.
Seu trabalho mais conhecido foi a “Carta a el- Rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil.”

"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta;
e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha
nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos
as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-
lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os
houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram
medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão
e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam
alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram
dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas
não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal
que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e
acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo . –
Carta a el- Rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil.

Literatura de Formação

A literatura catequética ou de formação é composta por textos, sermões, poemas e


outros meios utilizados pelos padres jesuítas que desembarcaram no Brasil para catequisar
os povos nativos. A cultura e religião indígena foram demonizadas pelos jesuítas, e essa
catequese forçada foi uma forma de colonização da cultura por parte de Portugal.

Um dos mais reconhecidos escritores deste nicho da literatura quinhentista era o


Padre José de Anchieta.

Padre José de Anchieta: Uma Biografia Resumida


Ele nasceu na Espanha em 1534 e chegou ao brasil em 1553 com o objetivo de
catequizar os nativos. Ajudou a fundar o Colégio de Piratininga, onde foi professor de latim.
Ele também aprendeu tupi, e foi o primeiro a escrever a gramática de tupi, que foi publicada
quatro décadas depois. Ele foi ordenado a padre em 1566.

Hoje em dia há pessoas que dizem que ele era um defensor dos indígenas e lutava
contra os maus tratos que eles sofriam, mas há fontes que falam que ele era a favor da
catequização com violência.

José de Anchieta faleceu em 1596, aos 63 anos, ele ficou conhecido, principalmente,
por seus poemas.

Trecho do “Poema Ao Santíssimo Sacramento” por José de Anchieta

“Quando na minha alma entrais


E dela fazeis sacrário,
De vós mesmo é relicário
Que vos guarda.

Enquanto a presença tarda


De vosso divino rosto,
O saboroso e doce gosto
Deste pão

Seja minha refeição


E todo o meu apetite,
Seja gracioso convite
De minha alma.
[...]”

Trecho do "Poema A santa Inês"


"Vós sois, cordeirinha,
De Jesus formoso,
Mas o vosso esposo
já vos fez rainha.

Também padeirinha
Sois do vosso povo,
pois, com vossa vinda,
Lhe dais trigo novo.

Não é d’Alentejo
Este vosso trigo,
Mas Jesus amigo
É vosso desejo.

Morro, porque vejo


Que este nosso povo
Não anda faminto
Deste trigo novo.
[...]"

Trecho final do “Poema à Virgem”


[...]
Em Ti todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:
Tu, Senhor, és medicina presente a todo mal!
Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:
A dor da tristeza coloca um fardo no coração!

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,


Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!
Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,
Jorrando água para a vida eterna!

Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,


Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.
Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,
Para que possa viver no Coração do meu Senhor!

Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,


Este será meu repouso, a minha casa preferida.
No sangue jorrado redimi meus delitos,
E purifiquei com água a sujeira espiritual!
Embaixo deste teto que é morada de todos,
Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo”.

Conclusão

Neste trabalho conhecemos um pouco sobre a literatura nos anos 1500 no Brasil,
conhecemos seus dois tipos literários, os textos de informação e de formação, e seus
principais escritores. Os textos informativos traziam a descrição da realidade encontrada na
nova terra, como descrito na carta de Pero Vaz de Caminha, e os textos de formação eram
feitos para colonizar e moldar os índios à uma nova cultura, como fez o Padre José de
Anchieta.
Bibliografia

https://www.todamateria.com.br/literatura-de-informacao/#:~:text=A%20Literatura%20de
%20Informação%20corresponde,sobre%20as%20novas%20terras%20descobertas.

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/pero-vaz-de-caminha.htm#:~:text=Pero
%20Vaz%20de%20Caminha%20foi,escrito%20sobre%20o%20nosso%20país.&text=Pero
%20Vaz%20de%20Caminha%20foi%20o%20escrivão%20da%20expedição
%20de,22%20de%20abril%20de%201500.

https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/quinhentismo-no-brasil.htm

https://brasilescola.uol.com.br/literatura/jose-anchieta.htm

https://misericordia.com.br/o-poema-a-virgem-sao-jose-de-anchieta/

Você também pode gostar