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Questões
comentadas
láááá!
O

Preparamos este material como forma de contribuir para a sua


compreensão e fixação dos conteúdos. Espero que utilize e faça suas
anotações.

OBS.: O estudo ativo é muito importante.

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Sumário

Quinhentismo..........................................................................................2

Barroco....................................................................................................9

Arcadismo..............................................................................................18

Romantismo...........................................................................................26

Realismo e Naturalismo .......................................................................47

Simbolismo e Parnasianismo ...............................................................56

Pré-Modernismo e Vanguardas Europeias..........................................64

Modernismo e Tendências contemporâneas.................................79

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Quinhentismo

1 - Ano: 2015 Banca: IF Sul de Minas

Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-
se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer,
me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa
Alteza em ela deve lançar. E que aí não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta
navegação de Calecute, bastaria.

Quando mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a
saber, acrescentamento da nossa santa fé. E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa
Alteza do que nesta vossa terra vi. E, se algum pouco me alonguei, Ela me perdoe, que o
desejo que tinha, de Vos tudo dizer, mo fez assim pôr pelo miúdo.

E pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo que levo, como em outra qualquer coisa
que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço
que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório,

Beijo as mãos de Vossa Alteza.

Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio
de 1500.
Pero Vaz de Caminha

Mostrando a potencialidade da natureza e do gentio, como retrata o trecho transcrito da


Carta de Pero Vaz de Caminha, pode-se dizer que as primeiras manifestações de literatura
encontradas no Brasil, nos dois primeiros séculos de nossa história colonial, são:

A. Relatos de viagem que informam sobre a terra, além de poemas e peças teatrais com
intenção catequética.

B. Romances que retratam a falta de instrução do sertanejo, bem como sua precária vida,
dada às condições desfavoráveis impostas pela geografia local e à submissão dos
trabalhadores aos proprietários de terra.

C. Ficções regionalistas de aspecto documental que evidenciam elementos históricos e


sociais de uma época de efervescência política no país.

D. Epistolas de cunho nacionalistas, que reivindicam uma literatura sobre o Brasil, não
mais presa aos modelos lusitanos.

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GABARITO: Letra A
COMENTÁRIOS: O Quinhentismo tem três literaturas importantes, informativo com o
objetivo de informar ao Rei de Portugal sobre o que encontrava e com interesse material
acerca das terras e objetos. Exaltação, exaltando a beleza das terras brasileiras, fauna e
flora. Por último, a literatura catequética ou jesuítica, escritas pelos jesuítas, que tinha
caráter didático e pedagógico, com objetivo de ensinar e converter os índios ao catolicismo.
A produção se resumiu em relatos de viagem que informam sobre a terra, além de poemas
e peças teatrais com intenção catequética. Assim sendo, não se produziu no Quinhentismo:

Letra B- Romances.

Letra C- Ficções regionalistas.

Letra D- Epistolas de cunho nacionalistas.

Revise no Mapa Mapa Mental: Quinhentismo, tema “Pero Vaz de Caminha”, página 3.

2 - Ano: 2005 Banca: UDESC

O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época


de seu descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou
Literatura de Informação.

Analise as proposições em relação a este período.

I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e


jesuíticas de caráter religioso.

II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas,


raramente assume um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre
José de Anchieta.

III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico – as manifestações


literárias no Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa – e não a um
referencial estético.

IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando


o conjunto das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura
grecolatina.

V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do
Brasil colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova
terra.

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Assinale a alternativa correta.

A. Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.

B. Somente a afirmativa II é verdadeira.

C. Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.

D. Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

E. Todas as afirmativas são verdadeiras.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIOS:

I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e


jesuíticas de caráter religioso. (Verdadeira)

II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas,


raramente assume um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre
José de Anchieta. (Verdadeira)

III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico – as manifestações


literárias no Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa – e não a um
referencial estético. (Verdadeira)

IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando


o conjunto das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura
grecolatina. (Falsa)

V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do
Brasil colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova
terra. (Verdadeira)

Revise no Mapa Mapa Mental: Quinhentismo, tema “Literatura de informação” e


“Literatura jesuítica”, página 1 e 2.

3- Ano: 2016 Banca: Unichristus

Uma abordagem acerca da literatura jesuítica deve, necessariamente, começar por uma
reflexão a respeito do sentido e da importância da Companhia de Jesus na colonização e na
história da cultura do Brasil. A ação dos jesuítas entre nós durante os séculos coloniais
precisa ser encarada em dois planos: um referente ao expansionismo geográfico da
Metrópole, outro referente à cultura que os informava e que se propuseram disseminar
nesta parte do mundo. História da Literatura Brasileira, Massaud Moisés. Adaptado.

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O texto acima faz referência à literatura jesuítica no Brasil no Período Colonial. A atividade
cultural dos jesuítas norteava-se em dois rumos pragmaticamente bem definidos: a
educação dos colonos, embriagados com a liberdade paradisíaca que desfrutavam na terra
ainda inexplorada, e

A) a catequese do indígena, a fim de torná-lo socialmente útil e convertê-lo ao


Cristianismo.

B) a defesa do indígena para que ele não fosse escravizado e mantivesse seus valores
culturais autóctones.

C) a luta contra a postura etnocêntrica do colonizador que buscava desqualificar a cultura


indígena.

D) uma defesa dos valores religiosos do indígena, embora esses valores conflitassem com o
Cristianismo.

E) uma postura etnocêntrica voltada unicamente para o desejo de conquista material.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIOS: Como os jesuítas eram religiosos, eles tentavam levar sua doutrina para
os índios a fim de convertê-los ao Cristianismo juntamente com o padre José de Anchieta
que foi uma das figuras mais importantes do quinhentismo.

Letra B- Havia certa defesa dos indígenas, mas não para que mantivessem seus valores
culturais autoctónes (de sua região), e sim para que a cultura europeia e cristã fosse
assimilada por meio da Catequese.

Letra C- Não houve uma luta contra a postura etnocêntrica. Na verdade, a postura dos
catequistas foi etnocêntrica, centrada em sua cultura.

Letra D- Não ocorreu a defesa dos valores religiosos do indígena.

Letra E- A postura etnocêntrica não foi voltada apenas à conquista material, mas também
cultural.

Revise no Mapa Mapa Mental: Quinhentismo, tema “Padre José de Anchieta”, página 4.

4- Ano: 2017 Banca: UFV

Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:

Dos vícios já desligados


nos pajés não crendo mais,

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nem suas danças rituais,


nem seus mágicos cuidados.

(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio
de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110).

Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos


índios em procissão:

a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais


visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual
empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.

b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que
se convencionou chamar de literatura informativa.

c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as


danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.

d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a
todos os requintes da dramaturgia renascentista.

e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos
jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIOS: O processo de modificação da cultura indígena por meio dos Autos foi a
principal consequência da literatura catequética no Brasil, literatura escrita exclusivamente
pelos jesuítas, encarregados de apresentar aos índios aquilo que os portugueses, católicos,
consideravam como “certo”, principalmente sobre aspectos da religião cristã.
a) CORRETA, pois a estrofe diz que os índios não creem mais nos pajés, demonstrando a
aculturação.

b) INCORRETA, já que não é um trecho de literatura informativa.

c) INCORRETA, uma vez que na estrofe contém evidências do distanciamento da cultura


indígena.

d) INCORRETA, já que o trecho não é uma alegoria dos índios.

e) INCORRETA, pois a estrofe contém informações que confirmam que as empreitadas


jesuíticas deram certo, não o contrário.

Revise no Mapa Mapa Mental: Quinhentismo, tema “Padre José de Anchieta”, página 4.

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5- Ano: 2007 Banca: UFRGS

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir sobre a Literatura de


Informação no Brasil.

( ) A carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei D. Manuel I, circulou amplamente entre
a nobreza e o povo português da época.

( ) Os textos informativos apresentavam, em geral, uma estrutura narrativa, pois esta se


adaptava melhor aos objetivos dos autores de falar das coisas que viam.

( ) Os textos que informavam sobre o Novo Mundo despertavam grande curiosidade entre
o público europeu, estando os de Américo Vespúcio entre os mais divulgados no início do
século XVI.

( ) Pero de Magalhães Gandavo é o autor dos textos "Tratado da Terra do Brasil" e


"História da Província Santa Cruz a que Vulgarmente chamamos de Brasil".

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) V - F - V - V.

B) V - F - F - F.

C) F - V - V - V.

D) F - F - V - V.

E) V - V - F - F.

GABARITO: Letra D
COMENTÁRIOS:
(F) A carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei D. Manuel I, circulou amplamente entre
a nobreza e o povo português da época. Essa carta ficou restrita ao rei por tratar de
assuntos como as riquezas que encontraram no Brasil. Apenas as demais cartas foram
divulgadas.

(F) Os textos informativos apresentavam, em geral, uma estrutura narrativa, pois esta se
adaptava melhor aos objetivos dos autores de falar das coisas que viam. A estrutura
adotada é a descritiva, assim eles conseguiam passar as informações sobre as novas terras
descobertas.

(V) Os textos que informavam sobre o Novo Mundo despertavam grande curiosidade entre
o público europeu, estando os de Américo Vespúcio entre os mais divulgados no início do
século XVI. Correto, as descrições de Américo Vespúcio eram mais relativas às riquezas
naturais e geográficas e, por isso, poderiam ser divulgadas ao público.

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(V) Pero de Magalhães Gandavo é o autor dos textos "Tratado da Terra do Brasil" e
"História da Província Santa Cruz a que Vulgarmente chamamos de Brasil".

Revise no Mapa Mapa Mental: Quinhentismo, tema “Literatura de informação” e


“Literatura jesuítica”, página 1 e 2.

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Barroco

1 - Ano: 2009 Banca: ESPM


A visão depreciativa da existência humana pode ser constatada no seguinte fragmento
de Gregório de Matos:

a) Mamãe vestida de rendas Tocava piano no caos Uma noite abriu as asas Cansada de
tanto som, Equilibrou-se no azul, De tonta não mais olhou Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos (“Pré-história” de Murilo Mendes).

b) E de repente, sim, ali estava a coisa verdadeira. Um retrato antigo de alguém que não
se conhece e nunca se reconhecerá porque o retrato é antigo ou porque o retratado
tornou-se pó (“Perto do Coração Selvagem” de Clarice Lispector).

c) Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida
também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes (“Memórias
Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis).

d) Daqui em diante aparece o reverso da medalha. Seguiu-se a morte de Dona Maria, a


do Leonardo-Pataca, e uma enfiada de acontecimentos tristes que pouparemos aos
leitores, fazendo aqui o ponto final (“Memórias de um Sargento de Milícias” de Manuel
Antônio de Almeida).

e) O homem, em qualquer estado que esteja, é certo que foi pó, e há de tornar a ser pó.
Foi pó, e há de tomar a ser pó? Logo é pó. Porque tudo o que vive nesta vida, não é o
que é: é o que foi e o que há de ser (“Sermão de Quarta-Feira de Cinzas” do Padre
Antônio Vieira).

GABARITO: Letra E
COMENTÁRIOS: A questão faz remissão a um autor do Barroco, Gregório de Matos, e espera que
o aluno consiga identificar qual trecho tem aproximação literária com esse período.

Letra A – Murilo Mendes corresponde à Segunda Geração do Modernismo (Geração de 30).

Letra B – Clarice Lispector corresponde à Terceira Geração do Modernismo (Geração de


45).

Letra C – Machado de Assis corresponde à Fase Realista.

Letra D – Manuel Antônio de Almeida corresponde ao Romantismo.

Letra E – O trecho em questão, além de coadunar com o Barroco, tem uma visão
depreciativa da existência humana.

Revise no Mapa Mapa Mental: Barroco, tema: “Gregório de Matos”, página 7 e 8.

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2- Ano: 2016 Banca: Cepros

O mais festejado escritor barroco da literatura brasileira, Gregório de Matos (1623-1696),


escreveu uma obra literária que vai da sátira de costumes ao poema místico-religioso. Dentre os
gêneros literários e as formas fixas que pertencem ao campo da literatura, assinale qual foi
cultivado pelo escritor baiano.

a) Conto

b) Tragédia

c) Epopeia

d) Soneto

e) Novela

GABARITO: Letra D
COMENTÁRIOS: Gregório de Matos foi um dos mais conhecidos poetas da literatura. Foi a
grande expressão do movimento barroco no Brasil. Gregório de Matos escreveu sonetos,
quadras, sextilhas e poemas em formas diversas, sempre rimados. Mas foram nos sonetos
que se encontrou, sobretudo, a influência barroca de sua obra, com silogismos, uso
abundante de figuras de linguagem, jogos de palavras e oposições. Sendo assim, Gregório
de Matos:

a) Letra A- Não escreveu contos.

b) Letra B- Não desenvolveu tragédias.

c) Letra C- Não escreveu epopeias.

d) Letra D- CORRETA- Desenvolveu sonetos.

e) Letra E- Não escreveu novelas.

Revise no Mapa - Mapa Mental: Barroco, tema: “Gregório de Matos”, página 7 e 8.

f)
3- Ano: 2016 Banca: Unicentro

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MATOS, Gregório. Disponível em:


http://poesiascolecionadas.blogspot.com.br/2010/05/desenganos-da-vida-metaforicamente.html.
A característica marcante em todo poema e o recurso estético pertinente ao Barroco, na
última estrofe, encontra-se, respectivamente, em
a) Materialismo / contradição de ideias.

b) Dualismo / comparação de ideias.

c) Espiritualidade / oposição de ideias.

d) Transitoriedade / enumeração de ideias.

GABARITO: Letra D
COMENTÁRIOS: É necessário observar com esta questão que apesar de Gregório de
Matos trabalhar com oposição de ideias e com o dualismo amoroso, por exemplo, é preciso
notar como o poema se organiza e o desenrolar das ideias. É primordial sempre a
interpretação do aluno para notar a característica mais em evidência na última estrofe.

Letra A- O materialismo não é uma característica nessa poesia de Gregório, mas a


contradição de ideias é uma marca dela.

Letra B- O dualismo é existente na poesia de Gregório, já a comparação de ideias é tida


neste poema em questão com base em metáforas, contudo na última estrofe não toma
evidência.

Letra C- A espiritualidade está presente no poema, mas não é a característica marcante


em todo poema, e a oposição de ideias não é o recurso estético pertinente da última
estrofe.

Letra D- A transitoriedade e a enumeração de ideias se destacam tanto durante o poema


como um todo quanto no final e esta última é notável na finalização.

Revise no Mapa - Mapa Mental: Barroco, tema “temas comuns”, página 2.

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4- Ano: 2015 Banca: Vunesp

A conhecida pintura de Pedro Américo (1840-1905) remete a um fato histórico relacionado


à seguinte escola literária brasileira:

a) Barroco

b) Arcadismo

c) Naturalismo

d) Realismo

e) Romantismo

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIOS: As obras do Barroco retratavam cenas de histórias bíblicas ou de
mártires da história brasileira sendo retratados em seu momento mais dramático, tendo
um tom de teatralidade. Os elementos do cristianismo estavam na obra como forma de
transmitir as mensagens que a igreja queria passar, a exemplo da cruz na pintura. Uma
das principais características da pintura barroca era o uso da luz direcionada a imagem
central. A luz não aparecia de forma natural e direcionava o olhar do expectador ao
destaque do quadro. A técnica da mistura do claro e do escuro era utilizada e ajudava a
dar profundidade às imagens. Vale lembrar que, das escolas mencionadas, o Arcadismo e
o Naturalismo se manifestaram menos na pintura.

Letra B – De imediato, se perceberia que a obra não faz parte do Arcadismo, já que nesta escola se
valorizava imagens harmônicas, leves e voltadas ao espaço do campo.

Letra C – A obra não é naturalista, pois o Naturalismo busca retratar o meio como determinação do
indivíduo, deixando de lado temáticas religiosas.

Letra D – Apesar de a pintura demonstrar a cena real, a realidade imediata e não imaginada,
possui um caráter de denúncia das desigualdades, sem tom religioso e com outras
técnicas de pintura.

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Letra E – As pinturas do romantismo se caracterizam por dar atenção aos sentimentos


do artista, além de seguir por caminhos como o nacionalismo, a natureza e a
imaginação. As pinturas tinham tons de idealização.

Revise no Mapa Mapa Mental: Barroco, tema “temas comuns”, página 2.

5- Ano: 2021 Banca: UPE


O Texto serve de base à questão:
New Barroco: tudo sobre a moda

Se nos últimos anos o minimalismo reinou pedindo looks mais cleans, contudo, o inverno
de 2020 promete trazer uma trend que sugere exatamente o contrário: looks ricos,
exagerados e elaborados farão parte dessa estação.
Além disso, o barroco será uma das grandes influências da moda para a estação mais fria
do ano. O espírito barroco é carregado de informações, dramaticidade e conflitos, assim
como abundância e vitalidade, o que traduz perfeitamente a atmosfera da
contemporaneidade em todas as suas contradições.
Na moda, toda essa desordem também aparece refletida na sobrecarga de informações,
por exemplo: texturas, mix de estampas, hibridismo, exagero nas proporções,
sobreposições, peles, pelos, transparência, brilho e tudo mais, de preferência no mesmo
look!

De acordo com o Texto, na moda, o "espírito barroco" se reflete

1) na sobriedade das cores.

2) no excesso de detalhes.

3) na mistura de informações.

4) na leveza dos tecidos.


Estão corretas:

a) 1 e 3, apenas.

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b) 1 e 4, apenas.

c) 2 e 3, apenas.

d) 2, 3 e 4, apenas.

e) 1, 2, 3 e 4.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
1) Na sobriedade das cores: errada. O barroco ele quer uma cor extravagante que chame
a atenção o barroco é isso um rebuscamento em tudo eles querem tudo perfeito. OBS:
Não confunda a afirmação dessa assertiva com a dualidade das cores preto e do branco.
Eliminam-se as assertivas A, B e D.
2) No excesso de detalhes: correto. O barroco é o exagero das coisas e preza pelos
detalhes.
3) Na mistura de informações: correto. Isso aqui se trata do Cultismo, um rebuscamento
na linguagem e muitas informações que dificultam o entendimento.
4) Na leveza dos tecidos: errada. O barroco visa coisas que chamem a atenção. Tecidos
pesados, exagerados, com cores fortes.
Revise no Mapa Mapa Mental: Barroco, tema “marco inicial”, página 1.

6- Ano: 2007 Órgão: UFMS


Leia o trecho a seguir.

Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades endurecidas
ainda são piores, porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e
vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma
coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas,
tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos livre de vontades endurecidas,
que ainda são piores que as pedras.

Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.

Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da Sexagésima trata da

a) problemática da pregação religiosa, considerando as figuras dos pregadores e dos fiéis.

b) necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra os holandeses.

c) perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio que emprestava a índios e


negros.

d) exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de criar a Campanha das Índias
Ocidentais.

e) condenação aos governantes locais que desobedeciam aos princípios do mercantilismo

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seiscentista.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS: Padre Antônio Vieira escreveu diversas obras e sermões, entre eles o
mais famoso é o da Sexagésima, que foi proferido na Capela real de Lisboa em 1655.
Grande orador, esse é considerado o seu sermão mais importante, no qual faz uma crítica
ao estilo de outros religiosos que, segundo ele, não sabiam pregar: falavam de vários
assuntos, sendo alguns ineficazes em suas palavras ou tentanto agradar as vontades dos
homens, e não a de Deus. Ele coloca a culpa nos pregadores e analisa a sua própria
pregação.

Letra B- o trecho não discute a necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra
os holandeses.

Letra C- o trecho não aborda qualquer perseguição sofrida pelo pregador.

Letra D- O trecho não menciona a exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto
de criar a Campanha das Índias Ocidentais.

Letra E- A passagem não faz menção à condenação aos governantes locais.

Revise no Mapa Mapa Mental: Barroco, tema: “Padre Antônio Vieira”, página 5.

7- Ano: 2017 Banca: NC-UFPR

Sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes (século XVII), do Padre Antônio Vieira,
assinale a alternativa correta.

A) Trata-se de um texto barroco, o que se nota pelo reaproveitamento intertextual que


faz de um texto clássico, isto é, do sermão que três séculos antes o próprio Santo
Antônio havia pregado.

B) O sermão é dirigido aos outros pregadores, indicando o que devem fazer para ser o sal
da terra, ou seja, para que sejam eficazes em sua ação.

C) Na segunda metade do sermão, ao apontar os defeitos dos peixes, o Padre Antônio


Vieira relaciona esses defeitos aos problemas das sociedades humanas.

D) Os peixes voadores são louvados no sermão, já que superam suas limitações de peixe
para se levantarem o quanto possível na direção do céu, aproximando-se de Deus.

E) Vieira se refere a peixes mencionados por santos, pela Bíblia e por autores clássicos,
mas não a peixes da costa brasileira, o que denota seu desinteresse por temas locais.

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GABARITO: C
COMENTÁRIOS: Este sermão está ligado à luta contra a escravidão dos índios, e é uma
crítica aos colonos, que queriam escravizá-los a todo custo. O sermão é dividido em 2
partes: a primeira ele cita tipos de peixes e as características de cada um, e na segunda ele
associa cada peixe a cada defeito dos colonos, de maneira crítica. Mesmo sem ter lido o
sermão, o aluno, sabendo as características do Padre Antonio Vieira pode se basear nas
críticas à sociedade e ao Estado que ele fazia e acertar a questão.

Letra A- Nesse sermão não há “reaproveitamento intertextual” de um sermão de Santo


Antônio e sim apenas uma inspiração em sua figura.

Letra B- A saudação inicial “Vós sois o sal da terra” é um chamamento à participação ativa
do ouvinte na sociedade.

Letra D- O padre proferia o discurso fazendo comparações entre os vícios dos colonos com
os tipos de peixes, como o polvo, o voador, o pegador e o roncador. Os voadores
representam a ambição e a presunção.

Letra E- O padre faz alusão aos peixes locais e além do mais não demonstrava desinteresse
por temas locais.

Revise no Mapa Mapa Mental: Barroco, tema: “Padre Antônio Vieira”, página 5.

8- Ano: 2016 Banca: UFRGS

Assinale a alternativa correta sobre os três sermões do Padre Antônio Vieira.

A) Estão repletos de exemplos do equilíbrio e da simplicidade, típicos do homem barroco.

B) São peças exemplares de retórica, com a finalidade de despertar a consciência moral


dos fiéis.

C) São bastante abstratos, pois se dirigiam a uma plateia letrada, que dispensava
exemplos.

D) São escritos em linguagem culta com palavras difíceis, dirigidos à plateia sofisticada
que frequentava a igreja.

E) Apresentam perguntas retóricas, que geravam um caloroso debate durante as


pregações.

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GABARITO: B
COMENTÁRIOS: Letra A- O homem Barroco não se constituía como exemplo de equilíbrio
e simplicidade e, além do mais, os sermãos do padre exibiam mais os exemplos de homens
torpes para que o ouvinte ficasse atento aos caminhos que não deveria seguir.

Letra B- CORRETA- Os sermãos do Padre Antônio Vieira são peças argumentativas,


exemplos de uma retórica muito bem construída, que tinha a finalidade de conscientizar o
ouvinte.

Letra C- Seus sermãos se dirigiam ao povo em geral.

Letra D- Seus textos não se limitavam a pessoas cultas.

Letra E- Suas perguntas eram retóricas, ou seja, já vinham imbuídas nelas as respostas.
Não havia calorosos debates com a pregaçã dos sermãos.

Revise no Mapa Mapa Mental: Barroco, “Padre Antônio Vieira”, página 5.

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Arcadismo

1 - Ano: 2021 Banca: VUNESP

A obra Paisagem italiana (1805), do pintor alemão Jakob Philipp Hackert (1737-1807),
remete, sobretudo, ao ideário do

A) Realismo.

B) Romantismo.

C) Arcadismo.

D) Barroco.

E) Naturalismo.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: Podemos concluir que é do arcadismo, pois se percebe uma pintura que
repleta de vivências em regiões campestres, ou seja, predominada de paisagens bucólicas
(campestres, rurais). É um lugar calmo, cheio de árvores. Essas características pertencem
ao Arcadismo: vida simples, valorização da natureza e busca da paz.

Letra A – A pintura não demonstra uma cena real, e sim uma cena imaginada, sem um caráter de
denúncia das desigualdades.
Letra B – As pinturas do romantismo se caracterizam por dar atenção aos sentimentos do
artista, além de seguir por caminhos como o nacionalismo, a natureza e a imaginação. Não
era a mera exibição de cenas bucólicas.
LETRA D- A obra não se encaixa no período do Barroco, no qual as pinturas eram intensas,
com cenas marcantes da história brasileira ou de personagens religiosos, com uso de
técnicas específicas de pintura.
Letra E – A obra não é naturalista, pois o Naturalismo busca retratar o meio como determinação do
indivíduo. Na pintura, trouxe quadros realistas passados em cenários naturais, não
bucólicos.

Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, tema “Marco inicial”, página 1 e 2.

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2- Ano: 2018 Banca: FAG

Texto 1
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

Tomás Antonio Gonzaga

O texto 1 possui traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma
característica evidente nesta estrofe é:

A) o bucolismo;

B) o misticismo;

C) o nacionalismo;

D) o regionalismo;

E) o indianismo.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS: Marília de Dirceu é uma das mais importantes do movimento árcade no
Brasil. As principais características são: romantismo, bucolismo, pastoralismo, descrição e
culto à natureza e à simplicidade. De caráter autobiográfico, Tomás Antônio Gonzaga
(1744-1810) escreveu essa obra inspirado na sua própria história de amor.

Letra B- A característica do misticismo aparece apenas no Simbolismo, corrente posterior


ao Romantismo e anterior ao Modernismo.

Letra C- O nacionalismo é marca do Romantismo, corrente posterior ao Arcadismo.

Letra D- O regionalismo é marca também do Romantismo, corrente posterior ao Arcadismo.

Letra E- O indianismo, assim como nos dois itens anteriores, surge no Romantismo.

Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, tema: “Tómas Antônio Gonzaga”, página 5.

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3- Ano: 2016 Banca: ITA

Uma das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a:

a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana, deuses e


entidades pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com outros seres do mundo
cristão.

b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se, sobretudo de poesia, que


pode ser lírico-amorosa, épica e satírica.

c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem


barroca, preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita.

d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento da
Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e colonos
português.

e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de
fidelidade e amor ao índio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de
Basílio da Gama.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
A) Correta: O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana,
deuses e entidades pagās. Mas esses mesmos deuses convivem com outros seres do
mundo cristão.
B) Correta: A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se, sobretudo de poesia,
que pode ser lírico-amorosa, épica e satírica.
C) Correta: O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem
barroca, preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita.
D) Correta: O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o
descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de missionários e
colonos português.
E) Incorreta: A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como
prova de fidelidade e amor ao indio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra o
Uruguai, de Basílio da Gama.
Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, “Santa Rita Durão” página 8 e 9.

4- Banca: UFSC

Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo:

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1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos.

2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros.

3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia.

4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória.

5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão
antiterreno.

Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo:

a) 1, 4 e 5

b) 2, 3 e 5

c) 2, 4 e 5

d) 1 e 3

e) 1, 2 e 5

GABARITO: D
COMENTÁRIOS: Dado o entendimento do enunciado, as alternativas 2, 4 e 5
(correspondente às letras A, B, C e E) contêm informações sobre o período Barroco. No
barroco, devido à dualidade de pensamentos entre as visões teocêntrica e antropocêntrica,
há uma oposição entre os ideais do eu lírico, com isso, percebemos a presença de
trocadilhos e figuras de linguagem como antítese e paradoxo, que expressam o contraste
dessas ideias. Além disso, na linguagem barroca, há uma valorização sobre a norma culta e
erudita, com a presença de vocábulos raros.

Já na letra D, os itens 1 e 3 abordam sobre as características árcades, uma vez que há uma
valorização sobre as influências renascentistas e a predominância da harmonização de
ideias, como também a presença de um vocabulário mais simples. Assim sendo:

Letra A- Errada

Letra B- Errada

Letra C- Errada

Letra D- Correta

Letra E- Errada

Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, tema “Marco inicial”, página 1 e 2.

5- Banca: UEMG

A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraída da obra Marília de Dirceu, publicada em 1792;

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já a canção Tempos Modernos pertence ao álbum homônimo, lançado em 1982.

Lira XIV – parte I


(...) Ornemos nossas testas com as flores.
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.

Tempos Modernos
(Lulu Santos)

(...) Hoje o tempo voa amor


Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...

www.letras.mus.br/

Por meio de uma leitura comparativa entre os dois textos, é CORRETO afirmar que

a) Apesar de o tempo ser sempre o mesmo em todas as épocas, na modernidade ele


parece passar mais rápido; daí a urgência do amor, presente na canção contemporânea
de Lulu Santos, mas ausente na lira de Gonzaga, do século XVIII.

b) Embora os textos tratem do mesmo tema, eles se diferem quanto à abordagem


adotada. Na lira de Gonzaga, prevalece a idealização amorosa e a relação com a
natureza; na canção de Lulu Santos, por sua vez, prevalece a relação entre amor e
tempo.

c) Ambos os textos apontam para a necessidade de se viver o tempo presente, decorrente


da brevidade da existência; na lira de Gonzaga, o amor é tratado de forma idealizada,
ao passo que, na canção de Lulu Santos, ele é essencialmente carnal.

d) Embora escritos em épocas distintas, os textos tratam do mesmo tema e utilizam a


mesma estratégia: o eu-poético tenta persuadir a amada a gozar os amores no
momento presente, com base no argumento da fugacidade do tempo e da
impossibilidade de se recuperá-lo.

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GABARITO: D
COMENTÁRIOS: A questão aborda dois textos, o primeiro é o texto “Lira XIV – parte I”
de autoria de Tomaz Antônio Gonzaga e o segundo texto é “Tempos Modernos” de autoria
de Lulu Santos. Ao realizar a comparação entre os dois textos da questão, temos que:
ambos os textos apontam para a necessidade de se viver o tempo presente, decorrente da
brevidade da existência. Quando realizamos a comparação entre os dois textos, temos que
os dois textos, mesmo possuindo autores diferentes e tendo sido escritos em épocas
diferentes, ressaltam a importância de se viver o presente, o agora.

Letra A- A urgência do amor se mostra presente no texto de Tomaz Antônio Gonzaga.

Letra B- Os dois textos tratam da relação amor e tempo.

Letra C- Não há indicação na canção de Lulu Santos que o amor tratado é de cunho carnal.

Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, tema: “Tómas Antônio Gonzaga”, página 5.

6- Ano: 2020 Banca: FCMSC-SP/2020

Leia o poema de Claudio Manuel da Costa para responder às questões 5 e 6.

Pastores, que levais ao monte o gado,


Vede lá como andais por essa serra,
Que para dar contágio a toda a terra
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Eu ando (vós me vedes) tão pesado,


E a Pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde comigo,


Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas, não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais, eu vo-lo imploro;


Que se seguir quiserdes o que eu sigo,
Chorareis, ó Pastores, o que eu choro.

Domício Proença Filho (org.). Roteiro da poesia brasileira, 2006.

O uso da palavra “inimigo” (3a estrofe) é explicado pelo fato de que o eu lírico

A) ameaça os Pastores, informando que passará à posição de adversário daquele que se

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aproximar da Pastora.

B) reconhece que teria sido imprudente se não alertasse os Pastores sobre o perigo de se
aproximarem da Pastora.

C) conclui que não é muito amigo aquele que se afasta de seu grupo pelo amor de uma
mulher.

D) admite que, ao contrário do que desejava, não tinha com a Pastora uma relação ideal.

E) decide se libertar da relação amorosa, afastando-se da mulher que antes amava.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS: A simples contemplação de sua amada traz muito sofrimento ao eu lírico


que, então, toma a decisão de impedir os pastores de a virem, para que não sofram como
o eu poemático. Nesse aspecto, e nesse poema, dá para perceber um adiantamento do que
iremos ver na Segunda Fase do Romantismo, o sofrimento diante da mulher amada e ao
mesmo tempo uma idolatria diante de sua figura. A palavra “inimigo” nesse sentido, não
traz uma relação de competição entre o homens e sim um alerta sobre o cuidado que o eu
lírico deve ter diante dos outros, para alertá-los sobre a capacidade de sedução da mulher
amada.
Letra A- O eu-lírico não ameaça os homens.

Letra C- Essa conclusão colocada não ocorre no poema.

Letra D- O eu-lírico não admite que não tinha com a Pastora uma relação ideal.

Letra E- O eu-lírico não declara querer se afastar da mulher.

Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, tema: “Cláudio Manoel da Costa”, página 4.

7- Ano: 2020 Banca: FCMSC-SP

Claudio Manuel da Costa é um poeta amplamente associado ao Arcadismo. No poema, uma


característica dessa escola literária está expressa

A) na descrição do impasse entre dois mundos igualmente imperfeitos, a tediosa vida dos
pastores e as desventuras da vida amorosa.
B) na utilização da temática pastoril, contrapondo a vida tranquila dos pastores ao
sofrimento e à desilusão amorosa do eu-lírico.
C) no retrato da vida pastoril como tediosa em relação aos atributos positivos da vida
urbana e à intensidade do sentimento amoroso.
D) na configuração de um momento de indecisão entre dois mundos inconciliáveis, a

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tranquilidade do campo e a vida agitada nas cidades.


E) no elogio à vida bucólica de um eu lírico integrado ao campo, em um cotidiano simples,
pleno de pequenas recompensas.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS: O setecentismo, ou neoclassicismo, ou arcadismo é uma escola literária


que tem como característica a busca pela simplicidade do campo. O Arcadismo propõe
uma litaratura mais equilibrada e espontânea (em oposição à exuberância e aos problemas
metafísicos do Barroco). Expressões como “fugerem urbem” e “locus amoenus” (lugar
ameno) são características desse estilo literário. Usando pseudônimos gregos e latinos, os
árcades imaginam-se pastores e pastoras numa vida simples, em pleno contato com a
natureza. Glauceste (eu-lírico pastor) lamenta-se por não ser correspondido por Nice ou,
quando não, por encontrar-se num lugar de grande beleza natural, sem a companhia da
amada. O poema acima retrata a não correspondência da amada.

Letra A- Os pastores não consideravam a vida no campo tediosa.

Letra C- O mesmo ocorre na letra C, não há a visão de que a vida pastoril possa ser
tediosa, muito menos colocando-a em contraponto com a vida na cidade.

Letra D- O poema não trata do contraste entre dois mundos, o campo e a cidade.

Letra E- Apesar de que no Arcadismo se faz elogios à vida bucólica, no poema não se
verifica isso. Seu foco temático é a mulher amada.

Revise no Mapa Mapa Mental: Arcadismo, tema: “Cláudio Manoel da Costa”, página 4.

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Romantismo

1. Ano: 2016 Banca: ENEM PPL

Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam
n’alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecida e ufana por
ouvir aquele altivo e indômito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e
mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: – Itajiba, tuas falas são mais doces para
minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o
coração como a flor que estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me
amas, bem o sei, e o amor que te consagro também não é para ti nenhum segredo,
embora meus lábios não o tenham revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu
perfume; a fonte do deserto, escondida entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao
caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti,
como a flor do manacá aos primeiros raios do sol.

GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso


em: 7 out. 2015.

O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas


textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a

A) referência a elementos da natureza local.

B) exaltação de Itajiba como nobre guerreiro.

C) cumplicidade entre o narrador e a paisagem.

D) representação idealizada do cenário descrito.

E) expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:

a) Alternativa correta. A estética romântica valoriza os elementos naturais que adquirem


significação poética ao associar estados de espírito do personagem à paisagem que o
rodeia. As comparações presentes em “tuas falas são mais doces para minha alma que os
favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi” ou “como a flor do manacá aos primeiros
raios do sol” exemplificam essa característica romântica.

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b) Alternativa incorreta. Mesmo que seja perceptível no fragmento acima, a idealização e


exaltação dos pontos positivos do índio guerreiro é peculiar apenas para a obra em si e
também para a primeira geração romântica (indianista). A questão solicita uma
característica do Romantismo, de forma geral, a qual esteja presente no texto.

c) Alternativa incorreta. O termo "cumplicidade" está relacionada a participação


secundária ou a co-autoria em algo. Ela pode ter o significado de conivência ou de
amizade. No caso da questão, está relacionado ao fato de a paisagem agir de forma a
contribuir com alguma ação / descrição do narrador.

d) Alternativa incorreta. No trecho, não há a representação idealizada do cenário descrito,


mas sim da pessoa amada.

e) Alternativa incorreta. Não é destacada a questão da desilusão amorosa no texto acima.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, “primeira geração”, página 3.

2. Ano: 2016 Banca: PUC/Campinas

Para responder à(s) quest(ões) a seguir, considere o texto abaixo.

Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como
crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência
ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos
literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira.
(...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura
romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo
Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.

(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio.
São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)

Entende-se do texto que o Indianismo, no Brasil, identificou-se como um movimento


romântico que

A) se dedicou a expressar com fidedignidade o processo de aculturação dos nativos


brasileiros.

B) traduziu os aspectos típicos e essenciais da cultura indígena, exaltando-os em si


mesmos.

C) se opôs aos rumos tomados pela Abolição, uma vez que se considerava prioritária a
atenção aos indígenas.

D) idealizou o caráter dos indígenas, tomando-o como paradigma de moralidade a ser


seguido.

E) valorizou a bravura dos nossos indígenas, para melhor sublinhar as fraquezas da cultura

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civilizada.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:

A adaptação que os escritores brasileiros fizeram da figura do índio resultou da necessidade


de transpor para o espaço nacional o herói medieval do Romantismo europeu. Como o
Brasil não teve Idade Média, o “herói medieval” passou a ser o habitante do período pré-
cabralino, o ser ainda intocado pela civilização, fiel representante nacional do “bom
selvagem” de Rousseau. Portanto, é correta a opção [D], pois o movimento romântico
brasileiro idealizou o caráter dos indígenas, transformando-o no símbolo do homem
brasileiro: independente, bravo e honrado, em perfeita harmonia com a natureza.

Letra A- O indianismo não tinha um caráter crítico e dedicado sobre o processo de


aculturação sofrido pelos indígenas.

Letra B- O indianismo não focou em expressar os aspectos culturais dos indígenas.

Letra C- A abolição dos negros não foi pauta tratada pelo Indianismo.

Letra E- Ao exaltar a bravura do índio, o indianismo não ressaltava as fraquezas da cultura


civilizada.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, “primeira geração”, página 3.

3. Ano: 2013 Banca: PUC/RS

Leia o trecho a seguir.

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá. (...)

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

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Os versos do famoso poema “Canção do Exílio” evi denciam um grande amor à pátria,
simbolizada por sua natureza. Criado por _________ e pertencente à escola _________, o
poema revela, em tom _________, um eu lírico que exterioriza sua _________.

A alternativa correta para o preenchimento das lacunas acima é:

A) Gonçalves de Magalhães – árcade – bucólico – solidão

B) Gonçalves Dias – romântica – ufanista – saudade

C) Gregório de Mattos – barroca – contraditório – ironia

D) Casemiro de Abreu – indianista – regionalista – nacionalidade

E) Castro Alves – condoreira – emancipatório – liberdade

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Letra A- Gonçalves de Magalhães escreveu Suspiros Poéticos e Saudades, cujo prefácio
tornou-se um Manifesto do Romantismo brasileiro.
Letra B- Correta. Gonçalves Dias escreveu a Canção do Exílio, um poema com
características da escola romântica, que expressa em tom ufanista a saudade do eu lírico
quando longe de sua pátria.
Letra C- Gregório de Mattos é um poeta do Barroco brasileiro.
Letra D- Casemiro de Abreu pertence à segunda geração romântica.
Letra E- Castro Alves é um poeta da terceira geração romântica.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Gonçalves Dias”, página 8 e 9.

4- Ano: 2020 Banca: CCV-UFC

O romance Iracema, escrito por José de Alencar e publicado em 1865, teve por objetivo
representar:

A) o declínio do padrão civilizatório europeu.

B) o fracasso do empreendimento português.

C) a violência dos costumes indígenas.

D) a fundação da cultura brasileira.

E) o valor do modelo patriarcal.

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GABARITO: D
COMENTÁRIOS: José Martiniano de Alencar (1829 —1877-), neto de Bárbara de
Alencar, uma heroína da Revolução Pernambucana, foi um escritor e político
pernambucano. É notável como escritor por ter sido o fundador do romance de temática
nacional, e por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia
Brasileira de Letras. Em 1856 publicou o primeiro romance, "Cinco Minutos", seguido de
"A Viuvinha" em 1857.
Com "O Guarani", de 1857, alcançou notoriedade. Estes romances foram publicados todos
em jornais e só depois em livros. Na carreira política foi notória a sua defesa da
escravidão no Brasil quando ministro da Justiça do segundo reinado (Gabinete Itaboraí de
1868).
Uma das alternativas indica o objetivo do romance Iracema.
A) INCORRETA- A temática da obra é fundamentalmente a cultura nativa do Brasil, ainda
que idealizada.
B) INCORRETA- José de Alencar não apresenta claramente, em suas obras, críticas às
ações dos portugueses no Brasil.
C) INCORRETA- A cultura nativa é apresentada de forma idealizada.
D) CORRETA- Iracema é uma narrativa de fundação, ou seja, seu eixo temático principal
versa sobre a criação de uma identidade cultural. O texto representa a origem da
nacionalidade brasileira, através da ligação entre a nativa Iracema e o português Martim.
E) INCORRETA- O modelo patriarcal pode estar implícito, mas, não é o eixo da obra.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema “José de Alencar”, página 25.

5. Ano: 2007 Banca: ITA - 1ª FASE

O romance O Guarani, de José de Alencar, publicado em 1857, é um marco da ficção


romântica brasileira. Dentre as características mais evidentes do projeto romântico que
sustentam a construção dessa obra, destacam-se

I. a figura do protagonista, o índio Peri, que é um típico herói romântico, tanto pela sua
força física como pelo seu caráter;

II. o amor do índio Peri por Cecília, uma moça branca, sendo que esse amor segue o
modelo medieval do amor cortês;

III. o fato de o livro ser ambientado na época da colonização do Brasil pelos portugueses,
dada a predileção dos românticos por narrativas históricas;

IV. o final do livro marca o retorno a um passado mítico, pois Peri e Cecília simbolicamente
regressam à época do dilúvio.

Então, estão corretas:

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A) I e II.

B) I, II e III.

C) I, II e IV.

D) I, III e IV.

E) todas.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
I. Afirmação correta. Peri pode ser caracterizado como um herói idealizado, que segue os
padrões dos cavaleiros medievais europeus.
II. Afirmação correta. Cecília, par romântico de Peri no enredo, é caracterizada, também,
como uma figura romântica, idealizada. O amor entre os dois se adequa a um molde de
amor cortês, herança da Idade Média.
III. Afirmação correta. Todo o caráter romântico da história ajudou a recepção da obra
pelos portugueses.
IV. Afirmação correta. Peri e Cecília desaparecem em meio à tempestade, simbolizando o
retorno ao dilúvio.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “José de Alencar”, página 24.

6- Ano: 2012 Banca: PUC - RS

“Aurélia sentou-se à mesa de mosaico, voltando as costas ao jardim para não ver a
formosa noite que lhe caíra no desagrado. (...) Havia em cima da mesa uma caixa de jogo,
donde Aurélia tirou um baralho, com que se entreteve a fazer sortes.
– Vamos jogar? disse dirigindo-se ao marido”.

Sobre o romance Senhora e a obra de Alencar, NÃO é correto afrmar:

A) Em Senhora, Alencar denuncia a futilidade, a mes- quinharia e os valores


degradadosda burguesia fluminense, construindo uma personagem que literalmente
compra o marido.

B) No decorrer da narrativa de Senhora, o amor acaba por vencer os interesses materiais.

C) Senhora apresenta um forte jogo de poder entre Aurélia e Fernando Seixas.

D) Além de Aurélia, Alencar construiu outras fortes personagens femininas que circulam
em ambientes urbanos, como Iracema e Lucíola.

E) Alencar produziu uma vasta obra, da qual fazem parte O sertanejo e O gaúcho,
narrativas de cunho regionalista.

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GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
a) O enredo da obra mostra uma sociedade voltada para a aparência e para o status social.
Isso fica evidente na própria história de Aurélia: antes, pobre, é trocada pelo noivo por
outra mulher com um dote melhor. Logo depois, Aurélia recebe uma grande herança, se
tornando a dama mais disputada entre os homens na sociedade carioca. Alternativa
incorreta.
b) No fim da história, ao pagar o dote, Seixas é surpreendido por Aurélia, que revela o seu
amor, sendo este retribuído pelo personagem. Alternativa incorreta.
c) A obra mostra o jogo de poder entre Aurélia e Seixas, principais personagens da história.
Dinheiro e interesse pessoal fazem parte do enredo. Alternativa incorreta.
d) Iracema é o personagem principal, de mesmo nome, de Alencar. A história se passa na
mata, e é uma alegoria do contato entre índios e portugueses, sendo alegoria também da
descoberta da América. Alternativa correta.
e) Alencar se destaca na literatura por ter escrito obras que fazem parte de vários gêneros,
entre eles a prosa romântica, indianista e regionalista. “O sertanejo” e “O gaúcho”, ambos
regionalistas, fazem parte da obra do escritor. Alternativa incorreta.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “José de Alencar”, página 23.

7- Ano: 2015 Banca: ITA

No romance Senhora, José de Alencar mostra que

A) o dinheiro e a ambição impedem a realização do amor entre Aurélia e Seixas.

B) Aurélia, moça de origem pobre, conquistou o amor de Seixas só porque enriqueceu.

C) o amor de Aurélia teve força suficiente para regenerar o caráter de Seixas.

D) Seixas se regenerou moralmente por si mesmo, independentemente de Aurélia.

E) o meio social corrompeu de uma vez por todas o caráter de Seixas.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A. o dinheiro e a ambição impedem a realização do amor entre Aurélia e Seixas.
Comentário: alternativa incorreta. O amor entre Aurélia e Seixas ocorre apenas com a
concretização do pagamento completo da dívida de Seixas à Aurélia.
B. Aurélia, moça de origem pobre, conquistou o amor de Seixas só porque enriqueceu.
Comentário: alternativa incorreta. No primeiro momento, por questões amorosas,
Aurélia conquistou Seixas, não estando vinculado pela questão financeira.
C. o amor de Aurélia teve força suficiente para regenerar o caráter de Seixas.

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Comentário: alternativa correta. No romance Senhora, a protagonista Aurélia ama tanto


Fernando Seixas que mesmo tendo o comprado para ser seu marido, ao ver a mudança
de atitude do homem, o perdoa.
D. Seixas se regenerou moralmente por si mesmo, independentemente de Aurélia.
Comentário: alternativa incorreta. Seixas, consciente da sua leviandade e condição de
marido comprado, esforça-se para devolver os cem contos de réis para a esposa e
conquistar a sua dignidade; ao devolver a quantia, Aurélia revela-lhe o seu amor.
Acertadas as contas e igualados no amor e na honra, o casal poderia desfrutar a
felicidade.
E. o meio social corrompeu de uma vez por todas o caráter de Seixas.
Comentário: alternativa incorreta. Seixas interessa em pagar tudo que deve à Aurélia,
mostrando a necessidade de honrar com seus compromissos e restaurando à sua
dignidade.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “José de Alencar”, página 23.

8- Ano: 2021 Banca: ITA

Acerca da vida social brasileira no período joanino, é possível afirmar que o livro de Manuel
Antônio de Almeida:

A) representa os valores da honestidade e da solidariedade dominantes entre as classes


populares.

B) representa irônica, porém fielmente, o patriotismo e a retidão de caráter das classes


populares.

C) ironiza as relações de compadrio e interesse das classes populares.

D) retrata com honradez a dissimulação moral das classes populares.

E) exalta a perseverança e a dedicação ao trabalho características das classes populares


desse período.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A) Falsa. O enredo mostra também os valores negativos das classes populares, incluindo
desonestidade.
B) Falsa. As classes populares não são retratadas fielmente e nem com retidão de caráter,
dados os acontecimentos que demonstram ações imorais.
C) Verdadeira. O livro exemplifica, também ironicamente, a influência que o compadre
exerce na vida de Leonardo.
D) Falsa. As classes populares não são retratadas apenas com ações imorais, mas também
morais.
E) Falsa. As classes populares não são exaltadas na obra, suas imoralidades também
aparecem, nem sempre com perseverança e dedicação ao trabalho.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Manoel Antônio de Almeida”, página
32.

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9- Ano: 2021 Banca: ITA

Algumas obras de ficção retratam um contexto urbano, sendo por isso consideradas crônica
de costumes. É, por exemplo, o caso de obras dos seguintes autores:

A) Antonio de Alcântara Machado; Manuel Antônio de Almeida; Joaquim Manuel de


Macedo; Lima Barreto.

B) Antônio de Alcântara Machado; Manuel Antônio de Almeida; Joaquim Manuel de


Macedo; Graciliano Ramos.

C) Manuel Antonio de Almeida; Joaquim Manuel de Macedo; Lima Barreto; Mário de


Andrade.

D) Antônio de Alcântara Machado; Joaquim Manuel de Macedo; Lima Barreto; Graciliano


Ramos.

E) Manuel Antonio de Almeida; Joaquim Manuel de Macedo; Mário de Andrade; Antônio de


Alcântara Machado.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:

Antônio de Alcântara Machado: autor de livros como "Pathé Baby" e "Brás, Bexiga e Barra
Funda", tem seus romances pautados em espaços urbanos.

Manuel Antônio de Almeida: autor de livros como "Memórias de Um Sargento de Milícias",


tem seus livros ambientados majoritariamente no espaço urbano do Rio de Janeiro.

Joaquim Manuel de Macedo: autor de livros como "A Moreninha" e "O Loiro Moço", tem
seus livros ambientados majoritariamente no espaço urbano do Rio de Janeiro.

Lima Barreto: autor de livros como "Clara dos Anjos" e "O Triste Fim de Policarpo
Quaresma", tem os espaços de suas narrativas em ambientes urbanos.

Graciliano Ramos: autor de livros como "S. Bernardo" e "Vidas Secas", tem seus livros
ambientados no sertão nordestino.

Mário de Andrade: autor de livros como "Macunaíma" e "Pauliceia Desvairada", tem seus
ambientes fora do espaço urbano, variando de narrativa para narrativa.

Logo, a única alternativa que abrange autores que têm cenários nos meios urbanos é a A.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Manoel Antônio de Almeida”, página
32.

10- Ano: 2021 Banca: PUC-SP

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Em Memórias de um sargento de milícias, considerado como um todo, há uma forte


caracterização dos tipos populares entre os quais se destaca a figura de Leonardo filho.
Indique a alternativa que contém dados que caracterizam essa personagem.

a) Narrador das peripécias relatadas em forma de memórias, conforme vem sugerido no


título do livro, torna-se exemplo de ascensão das camadas sociais menos privilegiadas.
b) Anti-herói, malandro e oportunista, espécie de pícaro pela bastardia e ausência de uma
linha ética de conduta.
c) Herói de um romance sem culpa representa as camadas populares privilegiadas dentro
do mundo da ordem.
d) Representante típico da fina flor da malandragem ajeita-se na vida, porque protegido
do Vidigal, permanece imune às sanções sociais e em momento algum é recolhido à
cadeia.
e) Herói às avessas que incorpora a exclusão social, porque, não tendo recebido amparo
de nenhuma espécie, não alcança a patente das milícias e se priva de qualquer tipo de
herança.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Leonardo filho, também chamado de Leonardinho, é um anti-herói, por não ter qualidades
morais edificantes e por não querer trabalhar nem estudar. A alternativa A coloca que
Leonardo filho seria o narrador do romance, o que não é verdade, pois a história está em
3ª pessoa, com um narrador que nos conta a história de Leonardo desde sua concepção
até o momento em que ele recebe sua herança. As alternativas C e E colocam Leonardo
como herói, o que não condiz com o livro, como acabamos de ver. A alternativa D parece
entender o anti-heroísmo de Leonardo filho como positivo, mas não existe no livro
nenhum julgamento eufórico, que permita entender a malandragem como um bom valor.
Por isso, a alternativa correta é a B.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Manoel Antônio de Almeida”, página
32.

11. Ano: 2010 Banca: ENEM

Soneto

Já da morte o palor me cobre o rosto,


Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coraçao
̃ fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto


Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...

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Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,


Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!


Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já naõ vive!

AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.

O núcleo temático do soneto citado é ti ́pico da segunda geração romântica, porém


configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento
desse lirismo é

A) a angústia alimentada pela constataçao


̃ da irreversibilidade da morte.

B) a melancolia que frustra a possibilidade de reaçao


̃ diante da perda.

C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.

D) o desejo de morrer como ali ́vio para a desilusaõ amorosa.

E) o gosto pela escuridao


̃ como soluçao
̃ para o sofrimento.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
a) Alternativa incorreta. O poema não tem como mote a questão da irreversibilidade da
morte, não trata desse tema em si.
b) Alternativa correta. Em trechos como "Volve ao amante os olhos por piedade,/Olhos
por quem viveu quem já nao ̃ vive!" e "O adeus, o teu adeus, minha saudade,/Fazem que
insano do viver me prive/E tenha os olhos meus na escuridade", é possível perceber a
temática da melancolia diante da perda de alguém, do luto.
c) Alternativa incorreta. Não há descontrole das emoções e nenhum traço de
autopiedade.
d) Alternativa incorreta. O eu poético não fala sobre uma desilusão amorosa, mas sim
sobre a morte da pessoa amada e o desnorteamento que segue tal fato.
e) Alternativa incorreta. O eu poético não apresenta a escuridão literal como solução, mas
sim a morte (escuridão como metáfora).

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Álvares de Azevedo”, página 12.

12. Ano: 1997 Banca: FUVEST

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"Em frente do meu leito, em negro quadro


A minha amante dorme. É uma estampa
De bela adormecida. A rósea face
Parece em visos de um amor lascivo
De fogos vagabundos acender-se..."

Esses versos de Álvares de Azevedo, da Lira dos Vinte Anos, apóiam a seguinte afirmação
sobre o conjunto "Ideias íntimas", de onde foram extraídos:

A) Em versos brancos e em ritmo fluente, o discurso poético combina notações realistas


e fantasias amorosas.

B) A lascívia, combinada com a sátira, elimina a possibilidade de lirismo amoroso,


reservado para a segunda parte do livro.

C) No espaço do quarto, o poeta vinga-se das frustrações amorosas, satirizando a


imagem de sua amada.

D) Imaginando-se pintor, o poeta vai esboçando num quadro as figuras da virgem


romântica e da amante calorosa.

E) Os decassílabos e o lirismo intimista são traços que já fazem antever as tendências


poéticas da geração seguinte.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:

a) alternativa correta, pois a obra é dividida pelo sentimentalismo e egocentrismo típicos


dos ultrarromânticos e a outra parte, que é o caso acima, é destacado mais o humor, a
ironia e o sarcasmo, que são alguns elementos que entram fortemente no Realismo.

b) alternativa incorreta, pois o poema não apresenta aspectos satíricos (é evidente a


questão do lirismo no poema).

c) alternativa incorreta, pois não é evidente a questão da frustração amorosa por meio da
sátira.

d) alternativa incorreta, pois a descrição do autor pelo sentimento de sua amada não se
passa do autor em se tornar um pintor.

e) alternativa incorreta, pois os versos de Álvares de Azevedo apresentam regularidade


métrica e é presente na poética de Álvares de Azevedo não implicando a sua
característica em tendências poéticas posteriores a desse autor.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Álvares de Azevedo”, página 12.

13. Ano: 2006 Banca: ITA

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O texto a seguir reproduz as duas estrofes de um dos mais conhecidos poemas do


romantismo brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”, de Álvares de Azevedo.

Se eu morresse amanhã, viria ao menos


Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!


Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
[...]

Sobre esse poema, pode-se afirmar que

I. ele mostra, de forma clara, o forte teor subjetivo e emotivo da poesia romântica, pois é
totalmente centrado no “eu”, na interioridade subjetiva do poeta.

II. o egocentrismo romântico, ligado ao tema da morte, faz com que o poeta lamente de
forma emocionada a própria morte, que imagina estar próxima.

III. a emoção excessiva, explicitada pelo uso recorrente dos pontos de exclamação, revela
um desejo de fuga da realidade; o mergulho no “eu” é uma forma de opor-se ao
problemático mundo exterior.

IV. a obsessão com a morte, tão presente no poema, é uma das formas do escapismo
romântico, comumente aplicado ao tema do amor, o qual também possibilita uma fuga da
problemática existencial.
Estão CORRETAS

A) apenas I e II.
B) apenas I, II e III.
C) apenas I, II e IV
D) apenas III e IV
E) todas

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
I. Correta. O poema focaliza uma experiência totalmente subjetiva: a projeção da própria
morte. A partir disso, a visão do "porvir", ou seja, do futuro que o eu lírico espera para si
mesmo, se dá numa disposição anímica interna com relação ao fim da vida;
II. Correta. O eu lírico de Álvares de Azevedo faz um lamento prévio à própria morte,
afirmando que perderia glória, aurora e manhã. A proximidade da morte pressentida é
assinalada pelo vocábulo "amanhã", ainda que o poema opere no plano da hipótese;
III. Correta. Nota-se, no poema, a recorrência de exclamações, que encerram 50% dos
versos. Esse recurso, tipicamente romântico, marca a expressividade emotiva do poema,

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em que o eu paradoxalmente conhece e resolve suas aflições por meio do mergulho


subjetivo;
IV. Correta. A morte é um tema central na estética e na poética romântica. Sua
consciência é uma espécie de fuga, nesse e em outros poemas, uma vez que sua
perspectiva permite pensar as delícias da vida, numa projeção contrária à angústia
vivenciada.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Álvares de Azevedo”, página 12.

14. Ano: 2014 Banca: UNIFESP

Casimiro de Abreu pertence à geração dos poetas que morreram prematuramente, na


casa dos vinte anos, como Álvares de Azevedo e outros, acometidos do “mal” byroniano.
Sua poesia, reflexo autobiográfico dos transes, imaginários e verídicos, que lhe agitaram a
curta existência, centra-se em dois temas fundamentais: a saudade e o lirismo amoroso.
Graças a tal fundo de juvenilidade e timidez, sua poesia saudosista guarda um não sei
quê de infantil.

(Fonte: Massaud Moisés. A literatura brasileira através dos textos, 2004. Adaptado.)

Os versos de Casimiro de Abreu que se aproximam da ideia de saudade, tal como descrita
por Massaud Moisés, encontram-se em:

a) Se eu soubesse que no mundo / Existia um coração, /Que só por mim palpitasse / De


amor em terna expansão; / Do peito calara as mágoas, / Bem feliz eu era então!

b) Oh! não me chames coração de gelo! / Bem vês: traí-me no fatal segredo. / Se de ti
fujo é que te adoro e muito, / És bela – eu moço; tens amor, eu – medo!...

c) Naqueles tempos ditosos / Ia colher as pitangas, / Trepava a tirar as mangas, /


Brincava à beira do mar;/ Rezava às Ave-Marias, / Achava o céu sempre lindo,/
Adormecia sorrindo / E despertava a cantar!

d) Minh’alma é triste como a flor que morre / Pendida à beira do riacho ingrato; / Nem
beijos dá-lhe a viração que corre, / Nem doce canto o sabiá do mato!

e) Tu, ontem, / Na dança / Que cansa, / Voavas / Co’as faces / Em rosas / Formosas / De
vivo, / Lascivo / Carmim; / Na valsa / Tão falsa, / Corrias, / Fugias, / Ardente, /
Contente, / Tranquila, / Serena, / Sem pena / De mim!

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: As demais alternativas não exprimem saudosismo, mas temática
amorosa (a, b, e) e melancolia (d). O período em si do mal do século idealizava o retorno
ao passado, muita das vezes reviviam isso em seus textos para fugir da realidade atual,
logo a que melhor se encaixa na alternativa relacionada à volta ao passado é a alternativa
C.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Casimiro de Abreu”, página 13.

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15. Ano: 2008 Banca: UFPI

Sobre o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, leia o trecho reproduzido e


responda à questão seguinte.

“Entre os rapazes, porém, há um que não está absolutamente satisfeito: é Augusto. Será
porque no tal jogo da palhinha tem por vezes ficado viúvo?... não! ele esperava isso como
castigo da sua inconstância. A causa é outra: a alma da ilha de ... não está na sala!
Augusto vê o jogo ir seguindo o seu caminho muito em ordem; não se rasgou ainda
nenhum lenço, Filipe ainda não gritou com a dor de nenhum beliscão, tudo se faz em regra
e muito direito; a travessa, a inquieta, a buliçosa, a tentaçãozinha não está aí: D. Carolina
está ausente!...

Com efeito, Augusto, sem amar D. Carolina, (ele assim o pensa) já faz dela ideia
absolutamente diversa da que fazia ainda há poucas horas. Agora, segundo ele, a
interessante Moreninha é, na verdade, travessa, mas a cada travessura ajunta tanta graça,
que tudo se lhe perdoa. D. Carolina é o prazer em ebulição; se é inquieta e buliçosa, está
em sê-lo a sua maior graça; aquele rosto moreno, vivo e delicado, aquele corpinho, ligeiro
como abelha, perderia metade do que vale, se não estivesse em contínua agitação. O
beija-flor nunca se mostra tão belo como quando se pendura na mais tênue flor e voeja
nos ares; D. Carolina é um beija-flor completo.”

Fonte: MACEDO, Joaquim Manuel de. A Moreninha. L&PM: Porto Alegre, 2001.p. 123-124.

A única alternativa incorreta sobre a obra e o trecho lidos é:


a) O cotidiano burguês do século XIX é apresentado em diversos capítulos, detalhando os
hábitos e costumes da época.
b) A comparação de D. Carolina a um beija-flor é um recurso estilístico próprio do
Romantismo, e serve para enfatizar o caráter idealizador sobre a figura feminina.
c) A inquietação de Augusto é causada pela ausência de D. Carolina, e não pelo fato de o
jogo estar monótono.
d) Augusto começa a enxergar a jovem D. Carolina como uma mulher sedutora e
extravagante, após alguns dias devidamente instalado na ilha de...
e) A obra sugere, em seu final, que o romance é resultado da derrota de Augusto na
aposta realizada com seu amigo Filipe.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS: As alternativas estão todas corretas, exceto a D. Conforme vimos antes,
o romance romântico brasileiro tem personagens maniqueístas, ou seja, que são ou
totalmente bons ou totalmente maus. Carolina é a personagem romântica por excelência, e
é uma personagem boa, então ela não poderia ser sedutora e extravagante neste momento
histórico em uma sociedade em que as mulheres eram tão mal-vistas se fossem
independentes, como em Lucíola, de José de Alencar, por exemplo.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Joaquim Manuel de Macedo”, página
31.

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16. Ano: 2014 Banca: UFPR

Leia o trecho abaixo, do capítulo XII de Inocência, do Visconde de Taunay. Trata-se de um


diálogo entre o pai de Inocência, Pereira, e o médico ambulante, Cirino, sobre o naturalista
alemão, Meyer.

—Nem sei como me contenha... Estou cego de raiva... Que presente me mandou o
Chico!... É uma peste, este diabo melado... Vê uma rapariguinha e enche logo
as bochechas para lhe dizer meia dúzia de pachuchadas e graçolas... Não está
má esta!... É um perdido. Nada... Isto não me cheira bem: vou ficar de olho
nele...

—Faz muito bem, apoiou Cirino.

—Vejam só, continuou Pereira retendo o seu interlocutor para deixar Meyer
distanciar-se, em boas me fui eu meter! ... Se não fosse a tal carta do mano, o
cujo dançava ao som do cacete... Malcriadaço! Uma mulher que daqui a dois
dias está para receber marido... Deus nos livre que o Manecão o ouvisse...
Desancava-o logo, se não o cosesse a facadas... Vejam só, hem?... Sempre é
gente de outras terras... Cruz! Também vi logo... um latagão bonito... todo
faceiro... haverá por força de ser rufião.

(Visconde de Taunay, Inocência. São Paulo: FTD, 1992, p. 87)

Assinale a alternativa correta.

a) Cirino discorda de Pereira, pois tem opinião muito diferente dele sobre as mulheres, mas
o apoia porque foi hospedado por ele e depende de sua proteção.

b) A desconfiança de Pereira em relação a Meyer tem fundamento, pois o alemão se vê


como um ser superior aos sertanejos e acha que todas as moças dali se apaixonarão por
ele.

c) As ameaças violentas feitas por Pereira em razão da honra da filha acabam se


concretizando, mas não será Meyer que sofrerá essa violência.

d) Manecão é um velho capanga de Pereira que conhece Inocência desde que a menina
nasceu e lhe é inteiramente dedicado, por isso seria violento diante de um desrespeito a
ela.
e) O casamento próximo de Inocência, dali a dois dias, torna os ânimos mais exaltados, por
isso Pereira fica tão irritado com Meyer.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
a) Cirino concorda com a ideia de Pereira por desejar o afastamento de Meyer para ter
mais liberdade para ver Inocência. Porém, as concepções do protagonista são realmente

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diferentes das do pai dela.


b) A desconfiança de Pereira não tem fundamento, sendo que Meyer não se vê como
superior aos brasileiros e elogia a beleza de Inocência de maneira espontânea.
c) Cirino será a vítima do ataque de Manecão, concretizando-se as ameaças feitas por
Pereira.
d) Manecão foi escolhido por compartilhar das mesmas ideias de Pereira em relação à
honra e à família, além de ser um homem trabalhador, comportado e honesto.
e) O casamento de Manecão e Inocência seria marcado ainda dali dias sem acontecer de
fato.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Visconde de Taunay”, página 27.

17. Ano: 2014 Banca: UFPR

O bloco superior, abaixo, lista quatro títulos de romances e seus respectivos autores; o
inferior apresenta resumos de enredo de três desses romances.

Associe corretamente o bloco inferior ao superior.

1 - Senhora, de José de Alencar


2 - Inocência, de Visconde de Taunay
3 - Dom Casmurro, de Machado de Assis
4 - O Mulato, de Aluísio Azevedo

( ) Moça órfã de pai recebe herança, que lhe permite comprar o marido, sendo a relação
matrimonial marcada pelos atritos entre o casal.
( ) Moça prometida pelo pai a um sertanejo apaixona-se por outro homem e, a partir
daí, passa a se sentir dividida entre satisfazer a promessa paterna e entregar-se ao amor.
( ) Moça de origem humilde, depois de um longo namoro, casa-se com seu vizinho, que
estava destinado ao seminário por uma promessa de sua mãe.

COMENTÁRIOS:
As mulheres referidas são, respectivamente: Aurélia, Inocência e Capitu.
Prestem atenção aos termos-chave!
( 1 ) Moça órfã de pai recebe herança, que lhe permite comprar o marido, sendo a
relação matrimonial marcada pelos atritos entre o casal.
( 2 ) Moça prometida pelo pai a um sertanejo apaixona-se por outro homem e, a partir
daí, passa a se sentir dividida entre satisfazer a promessa paterna e entregar-se ao amor.
( 3 ) Moça de origem humilde, depois de um longo namoro, casa-se com seu vizinho, que
estava destinado ao seminário por uma promessa de sua mãe.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “José de Alencar, página 23 e
“Visconde de Taunay”, página 27.

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18- Ano: 2016 Banca: UFRGS

Assinale a alternativa correta sobre autores do Romantismo brasileiro.

a) Gonçalves Dias, autor dos célebres Canção do exílio e I-Juca-Pirama, dedicou a maioria
de seus poemas à temática da escravidão.

b) Joaquim Manuel de Macedo, em A Moreninha, afasta-se da estética romântica em


muitos pontos, especialmente no tom paródico adotado pelo narrador que ridiculariza a
sociedade burguesa fluminense.

c) Álvares de Azevedo, em A noite na taverna, desvincula-se do nacionalismo paisagista e


indianista e ingressa no universo juvenil da angústia, do erotismo e do sarcasmo.

d) Manuel Antônio de Almeida, em Memórias de um sargento de milícias, vincula-se à


estética romântica, em especial porque se centra em personagens da classe média
urbana fluminense.

e) Castro Alves é o principal poeta do indianismo romântico, pois toma o índio como
figura prototípica da nacionalidade.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Nessa questão temos alternativas com afirmativas sobre 5 diferentes autores do
Romantismo brasileiro. Então, devemos assinalar a que está correta. É importante que o
estudante conheça sobre esses autores e as obras mencionadas. Vamos analisá-las:
a- Errada: Gonçalves Dias não abordou a temática das escravidão em suas obras, já que
pertenceu à primeira geração do Romantismo;
b- Errada: Joaquim Manuel de Macedo não se afasta, em A Moreninha, da estética do
Romantismo; pelo contrário, é um dos seus principais representantes. Além disso, o tom
paródico não é característico de sua obra;
c- Correta: Álvares de Azevedo pertenceu à segunda geração do Romantismo e, por isso,
se desvinculou dos temas indianistas/nacionalistas. Essa segunda geração ficou
conhecida por uma postura mais melancólica, angustiada e sarcástica em suas obras;
d- Errada: Manuel Antônio de Almeida focou os personagens centrais de “Memórias de um
Sargento de Milícias” nas classes baixas. Além disso, a obra Memórias de um Sargento
de Milícias é percussora do realismo;
e- Errada: Castro Alves pertenceu à terceira geração do Romantismo, então o indianismo
não era tema de suas obras.
Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Gonçalves Dias”, “Joaquim Manoel de
Macedo”, “Álvares de Azevedo”, “Manuel Antônio de Almeida”, “Castro Alves”, páginas 7, 12,
17 e 29.

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19- Ano: 2013 Banca: UFRGS

Leia o trecho do poema A mãe do cativo, de Castro Alves.

Ó Mãe! não despertes est'alma que dorme,


Com o verbo sublime do Mártir da Cruz!
O pobre que rola no abismo sem termo
Pra qu'há de sondá-lo... Que morra sem luz.

Não vês no futuro seu negro fadário,


Ó cega divina que cegas de amor?!
Ensina a teu filho - desonra, misérias,
A vida nos crimes - a morte na dor.

Que seja covarde... que marche encurvado...


Que de homem se torne sombrio reptil.
Nem core de pejo, nem trema de raiva
Se a face lhe cortam com o látego vil.

Arranca-o do leito... seu corpo habitue-se


Ao frio das noites, aos raios do sol.
Na vida - só cabe-lhe a tanga rasgada!
Na morte - só cabe-lhe o roto lençol.

Ensina-o que morda... mas pérfido oculte-se


Bem como a serpente por baixo da chã
Que impávido veja seus pais desonrados,
Que veja sorrindo mancharem-lhe a irmã.

Ensina-lhe as dores de um fero trabalho...


Trabalho que pagam com pútrido pão.
Depois que os amigos açoite no tronco...
Depois que adormeça co'o sono de um cão.

Criança - não trema dos transes de um mártir!


Mancebo - não sonhe delírios de amor!
Marido - que a esposa conduza sorrindo
Ao leito devasso do próprio senhor! ...

São estes os cantos que deves na terra


Ao mísero escravo somente ensinar.
Ó Mãe que balanças a rede selvagem
Que ataste nos troncos do vasto palmar.

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CASTRO ALVES. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. v. 1, p. 265.

Considere as seguintes afirmações sobre esse trecho do poema.

I - O poema de Castro Alves é marcado pela denúncia da escravidão e pelo elogio ao índio,
elementos típicos do Romantismo brasileiro.
II - O sujeito lírico dirige-se à mãe, aconselhando-a ironicamente a seguir as regras da
sociedade escravocrata.
III - A mãe é apresentada como impotente diante do destino do filho; por isso lhe resta
apenas lamentar sua ausência e chorar sua morte.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Afirmativa I: incorreta. A poesia romântica brasileira é dividida três fases: Nacionalista,
Ultra-Romântica e Condoreira. O poeta Castro Alves pertence à terceira fase, que tem a
denúncia da escravidão como tema recorrente. A temática indianista aparece na primeira
fase da poesia romântica, com os poetas Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias.
Afirmativa II está correta, o sujeito lírico fala para uma mãe de forma irônica, dando
diversos conselhos, como “Ensina-lhe as dores de um fero trabalho... / Trabalho que
pagam com pútrido pão.”
Afirmativa III: incorreta. Como a alternativa II informa, o poema não é sobre nenhuma
mãe específica, mas se dirige a uma mãe, como podemos observar nos vocativos no início
(primeiro verso) e no fim (penúltimo verso) do poema: “Ó Mãe! não despertes est’alma que
dorme,” / Ó Mãe que balanças a rede selvagem”.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Castro Alves”, página 16 e 17.

20- Ano: 2000 Banca: UFPE

Sobre a literatura produzida por Castro Alves, assinale as alternativas corretas:

I. Representa, na evolução da poesia romântica brasileira, um momento de maturidade e


transição, substituindo temáticas ufanistas e de idealização do amor por temáticas mais
críticas e realistas;
II. Sua produção literária estava voltada ao projeto de construção da cultura brasileira,

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dando destaque ao romance indianista;


III. Desprezou o rigor das regras gramaticais, aproximando a linguagem literária da
linguagem falada pelo povo brasileiro;
IV. A ironia era um traço constante em sua obra, representando uma forma não passiva de
ver a realidade, tecendo uma fina crítica à noção de ordem e às convenções do mundo
burguês;
V. Apresenta uma linguagem voltada para a defesa de seus ideais liberais e, por isso, é
grandiosa e hiperbólica, prenunciando a perspectiva crítica e objetiva do Realismo.

a) Todas as alternativas estão corretas.

b) Apenas I está correta.

c) Apenas III e V estão corretas.

d) Apenas I e V estão corretas.

c) II, III e IV estão corretas.

d) Apenas V está correta.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
A literatura produzida por Castro Alves representou um momento de maturidade e
transição da Literatura brasileira ao romper com o ideário ultrarromântico. Retratou o lado
feio e obscuro da pátria, como a escravidão dos negros, bem como a opressão e a
ignorância do povo brasileiro. Assim sendo,

I- Correta. Substituiu temáticas ufanistas e de idealização do amor por temáticas mais


críticas e realistas.
II- Incorreta. Não deu destaque à temática indianista.
III- Incorreta. Sua linguagem literária não se aproximou da linguagem do povo.
IV- Incorreta. A ironia não é um recurso utilizado constantemente em sua obra.
V- Correta. Sua literatura é um prenúncio do Realismo, por adiantar temáticas sociais de
forma bastante contundente.

Revise no Mapa Mapa Mental: Romantismo, tema: “Castro Alves”, página 16 e 17.

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Realismo e Naturalismo

1- Ano: 1998 Banca: UFBA

Podemos afirmar que o real-naturalismo é influenciado pelas ideias do:

a) parnasianismo.
b) evolucionismo.
c) romantismo.
d) expressionismo.
e) protestantismo.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Ao tratar de questões como a influência do meio na formação do indivíduo, a qual é uma
forte característica desse movimento literário, podemos observar que o realismo é
influenciado pela teoria evolucionista de Charles Darwin.

a) Errada- O parnanianismo foi uma corrente literária que surgiu após o realismo.
c) Errada- O realismo foi bem oposto as ideias pregadas dentro do romantismo.
d) Errada- O expressionismo surgiu após o realismo.
e) Errada- O realismo não teve influência de nenhuma corrente religiosa.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Século XIX”,
página 1.

2- Banca: FUVEST-SP

"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não
fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas
faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais;
não padeci a morte de Dª Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas
umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginaria que não houve míngua nem sobra, e
conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este
outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa
deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado
da nossa miséria." Trata-se do trecho final de Memórias póstumas de Brás Cubas, de
Machado de Assis. O texto evidencia, com clareza, pelo menos uma das características
principais de Machado de Assis:

a) pessimismo ingênuo dos escritores realistas e naturalistas do século XIX.


b) a linguagem rebuscada, de tal modo ambígua, que quase prejudica a compreensão do
sentido.

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c) um pessimismo irônico, disfarçado sob a aparência de conformidade indiferente.


gosto pela frase lapidar, carregada de expressões inusitadas.
d) a capacidade de sintetizar, em apenas um parágrafo, todo o enredo do romance.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A alternativa A está incorreta, pois Machado de Assis não tem um pessimismo ingênuo (é
exatamente o oposto, pois é quase um pessimismo niilista!).
A alternativa B está incorreta, pois a linguagem de Machado de Assis não é tão
rebuscada que impossibilite a leitura de um leitor atual.
A alternativa C, no entanto, traz o pessimismo irônico que parece indiferença, mas de alto
teor crítico, que é exatamente o que nosso autor faz em seus escritos, de uma ironia que
é bastante potente e interessa aos leitores até hoje. Assim, a alternativa que responde
nossa questão é a C.
A alternativa D está incorreta, pois Machado não tem particular gosto por expressões
inusitadas no trecho que nos foi apresentado pela questão, por exemplo, nem em seus
demais textos.
A alternativa E está incorreta porque não há nenhuma tentativa de síntese do enredo do
romance em um parágrafo, pois ficamos sabendo de poucos fatos neste último parágrafo.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Machado


de Assis”, páginas 11, 12, 13.

3- Ano: 2016 Banca: UFRGS

Considerando os estudos sobre o romance Dom Casmurro, assinale com V (verdadeiro)


ou F (falso) as seguintes afirmações.

( ) No final do século XIX e início do XX, a interpretação do romance tende à aderência ao


ponto de vista do narrador. Assim, em geral, os leitores aceitam os fatos narrados por
Bentinho sem muita desconfiança da sua narração comprometida.

( ) Em torno de 1960, talvez por influência de leituras feministas, críticos problematizam a


visão unilateral de Bentinho e passam a ponderar que o ponto de vista de Capitu não
vinha sendo considerado e que a sua traição deveria ser ao menos discutida.

( ) Perto de 1980, são comuns as leituras que desviam o foco do debate sentimental para
o social, e a diferença de classe entre o filho do deputado (Bentinho) e a filha do vizinho
pobre (Capitu) passa a figurar como um dos tópicos do romance.

( ) Atualmente, e por obra das muitas adaptações do romance para o cinema e para a
televisão, que revelaram conteúdos da narrativa antes ocultos, é consenso que a traição
de Capitu é o centro do enredo e que esta pode ser comprovada pelas pistas deixadas no
texto por Machado de Assis.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

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a) F – F – V – F.
b) V – F – V – V.
c) V – F – F – V
d) F – V – F – F.
e) V – V – V – F.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Essa é uma questão que apresenta 4 afirmações sobre a obra Dom Casmurro, de
Machado de Assis. Devemos, então, classificá-las como verdadeiras ou falsas.

Vamos analisá-las:

I - Verdadeira: Até meados da metade do século XX, a traição de Capitu era tida como
certa, com os leitores aceitando sem questionar os fatos narrados por Bentinho, devido à
influência do patriarcado.

II - Verdadeira: A partir de 1960, os críticos começaram mencionar a ausência de


consideração ao ponto de vista de Capitu na obra de Machado de Assis e a traição passou
a ser uma suspeita e não um fato tido como certo;

III - Verdadeira: Em meados da década de 1980, o foco sentimental das análises de Dom
Casmurro deu lugar às análises sociais, abordando a diferença de classe social entre as
famílias de Bentinho e de Capitu;

IV - Falsa: A suposta traição de Capitu nunca foi comprovada e permanece um suspense


até hoje.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Machado
de Assis”, páginas 11, 12, 13.

4- Ano: 2016 Banca: FUVEST-SP

A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro,
de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da
personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela se apresenta:

a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade.


b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador.
c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador.
d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade.
e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los.

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GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Antes comentamos um pouco a respeito do narrador e de como sua narração faz com que
tenhamos acesso a apenas uma parte da história. Por exemplo, podemos estar ouvindo a
história de um ciumento compulsivo, e se acreditarmos totalmente nela podemos assumir
uma verdade ilusória, pois esta verdade é parcial e só diz respeito a uma pessoa. Por isso,
a alternativa que melhor responde nossa questão é a B, pois ela aponta essa perspectiva
unilateral, que só mostra um lado da história, enquanto que as outras propõem que a
perspectiva ou é a "verdade", o que não existe em literatura, ou sugere confusão, o que
não diz respeito ao caso desse romance.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Machado


de Assis”, páginas 11, 12, 13.

5- Ano: 2013 Banca: ENEM

Capítulo LIV — A pêndula

Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o
mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o
bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tique-taque soturno, vagaroso e seco parecia
dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho
diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim:

— Outra de menos...

— Outra de menos...

— Outra de menos...

— Outra de menos...

O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse
de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há,
que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e
perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio
na algibeira, para saber a hora exata em que morre. Naquela noite não padeci essa triste
sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro,
vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-
cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento).

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado
com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói
certos paradigmas românticos, porque

a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros.

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b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o


fluxo do tempo.
c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular
riquezas.
d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento
idealista de Brás Cubas.
e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
A - Não, porque Virgília não participa da cena, que narra a experiência vivenciada apenas
por Brás Cubas.

B - O foco desse trecho não é o fato de Brás Cubas ser um defunto autor.

C - Não há menção ao desejo de triunfar ou de acumular riquezas nesse trecho.

E - Não, ele apenas menciona no início do capítulo que “saiu a saborear o beijo”, sem
compará-lo à perpetuidade do relógio.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Machado


de Assis”, páginas 11, 12, 14.

6- Ano: 2017 Banca: ENEM

Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um
caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se
seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de
avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma
virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit.
Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O
único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao
calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os
perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos,
habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio
requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é
puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios
encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali a
alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e
irmão de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna
muito com a reputação da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a
irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo.

Fonte: ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas
condensa uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia.

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Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador-personagem Brás Cubas refina


a percepção irônica ao

a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança


paterna.
b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e
torturava os escravos.
c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da
filha Sara.
d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias
irmandades.
e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um
retrato a óleo.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Essa questão apresenta um trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, que,
conforme o enunciado afirma, inaugurou o Realismo na literatura brasileira. Nesse trecho,
vemos a descrição que o narrador-personagem faz de seu cunhado, Cotrim, usando a
ironia típica de Machado de Assis. Então, essa é uma questão de interpretação de texto e
devemos assinalar a alternativa que mostra claramente essa percepção irônica do autor.

a - Errada: O narrador fala nas 3 primeiras linhas desse trecho que foi injusto com o
cunhado na divisão da herança paterna;
b - Correta: O narrador é irônico ao atribuir ao "efeito das relações sociais" a barbaridade
de seu cunhado no tratamento com os escravos, relativizando a crueldade da sociedade
escravista;
c- Errada: Ao falar sobre os sentimentos compassivos do cunhado quando a filha dele
faleceu o narrador não expressa ironia;
d- Errada: Não notamos menosprezo por parte do narrador quando ele fala que Cotrim
era tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades, já que o
narrador afirma que esses fatos não são coerentes com a avareza;
e- Errada: Quem mandou fazer um retrato a óleo de Cotrim foi a irmandade da qual ele
era juiz.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Machado
de Assis”, páginas 11, 12, 14.

7- Banca: UFRGS

Considere as seguintes afirmações sobre O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas,


de Machado de Assis.

I - Quando filiado a uma ordem religiosa, Brás contrariou sua natureza interesseira e
sentiu-se verdadeiramente recompensado ao diminuir a desgraça alheia.
II - Baseado na constatação de que, ao olhar para o próprio nariz, o indivíduo deixa de
invejar o que é dos outros, Brás teoriza sobre a utilidade da ponta do nariz para o

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equilíbrio das sociedades.


III - A teoria do Humanitismo de Quincas Borba foi fundamentada no episódio da
borboleta negra, que morreu nas mãos do protagonista por não ser azul e bela.
Quais estão corretas?

a) Apenas II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas I.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Vamos analisar as alternativas:
I. Incorreta. Brás Cubas, ao filiar-se a uma ordem religiosa, não rompe com sua essência,
sua natureza: superficial e interesseira.
II. Correta.
III. Incorreta. A teoria do Humanitismo de Quincas Borba foi fundamentada no princípio
do forte sobre o fraco: ao vencido, ódio e compaixão; ao vencedor, as batatas.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Machado


de Assis”, páginas 11, 12, 14.

8- Ano: 2016 Banca: UFRGS

Sobre o romance O cortiço, de Aluísio Azevedo, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)


as seguintes afirmações.

( ) No início do romance, está o vendeiro português João Romão que, com força de
trabalho e boa dose de oportunismo, constrói o cortiço, seu primeiro caminho para a
ascensão social.
( ) No romance, a ex-escrava Bertoleza é a companheira de João Romão, por ele tratada
com respeito, o que dá mostras do tom conciliatório do livro, que trata a escravidão como
problema resolvido.
( ) No sobrado contíguo ao cortiço de João Romão, vivem Miranda, Dona Estela e a filha
Zulmirinha, família financeiramente confortável, que cria sinceros vínculos de amizade
com João Romão e Bertoleza.
( ) No romance, Dona Estela, sempre descrita pelo narrador como uma dama séria e
decorosa, sofre com as constantes traições de seu marido Miranda.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) V – F – V – F.
b) F – V – F – V.
c) V – F – F – F.
d) F – F – V – V.
e) V – V – F – V.

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GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Essa questão apresenta 4 afirmações sobre personagens do romance O cortiço, de Aluísio
de Azevedo. O enunciando pede, então, que essas afirmações sejam classificadas como
verdadeiras ou falsas.
Vamos analisá-las:
I - Verdadeira: Uma das temáticas centras de O cortiço é a ascensão social de João
Romão através da construção do cortiço;
II - Falsa: Bertoleza não é uma ex-escrava, pois não possui sua alforria, e João Romão
não a trata com respeito. Além disso, a escravidão não é mostrada na obra como um
tema resolvido e não há tom conciliatório a respeito dela.
III - Falsa: É correto que Miranda, Dona Estela e a filha Zulmirinha são vizinhos de João
Romão. No entanto, não há sinceros vínculos de amizade entre eles; pelo contrário, são
inicialmente rivais.
IV - Falsa: Na obra, ocorre o oposto dessa afirmação: Dona Estela é quem tem uma
conduta imoral e trai o marido Miranda diversas vezes.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Aluísio


Azevedo”, páginas 20 e 21.

9 - Ano: 2016 Banca: UFRGS

Leia o seguinte trecho de O cortiço.

A criadagem da família do Miranda compunha-se de Isaura, mulata ainda moça,


moleirona e tola, que gastava todo o vintenzinho que pilhava em comprar capilé na venda
de João Romão; uma negrinha virgem, chamada Leonor, muito ligeira e viva, lisa e seca
como um moleque, conhecendo de orelha, sem lhe faltar um termo, a vasta tecnologia da
obscenidade, e dizendo, sempre que os caixeiros ou os fregueses da taverna, só para
mexer com ela, lhe davam atracações: “Óia, que eu me queixo ao juiz de orfe!”; e
finalmente o tal Valentim, filho de uma escrava que foi de Dona Estela e a quem esta
havia alforriado.

Sobre o texto acima, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.

( ) O fragmento reflete o tom geral do romance, no qual o narrador em terceira pessoa


distancia-se das personagens populares – especialmente as negras –, pois está atrelado
às reduções do cientificismo naturalista que antepõe raça superior a raça inferior.
( ) A linguagem do narrador é diferente da linguagem da personagem: a fala de Leonor
não segue o registro linguístico adotado pelo narrador.
( ) As personagens femininas descritas no trecho – e no romance de maneira geral – são
estereotipadas, respondem ao imaginário da mulata sensual e ociosa, especialmente
Bertoleza e Rita Baiana.
( ) O narrador em terceira pessoa simpatiza com as personagens populares; tal simpatia
está presente em todo o romance, nas inúmeras vezes em que a narração em terceira
pessoa cede espaço para o diálogo entre escravos.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

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a) V – V – F – F.
b) F – F – V – V.
c) F – F – F – V
d) F – V – F – V.
e) V – V – V – F

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Essa questão apresenta um trecho da obra O Cortiço e, em seguida, 4 afirmações sobre
ela. Devemos, então, classificar essas afirmações entre verdadeiras ou falsas.
Vamos analisá-las
I - Verdadeira: Os adjetivos "moleirona e tola", que o narrador usa para descrever uma
personagem negra de origem humilde, são um exemplo das reduções do cientificismo
naturalista típicos da época;
II - Verdadeira: Notamos um tom formal e mais condizente com a norma culta padrão da
língua na linguagem do narrador e um tom informal e mais próximo da língua oral na fala
da personagem Leonor;;
III- Falsa: Bertoleza não se encaixa no ideal de mulata sensual e ociosa, enquanto Rita,
sim, se mostrou uma personagem sensual;
IV - Falsa: O narrador de O Cortiço não se mostra simpatizante com os personagens
populares, os considerando inferiores. Além disso, não há espaço para o diálogo entre
escravos.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Aluísio


Azevedo”, páginas 20 e 21.

10 - Ano: 1997 Banca: UFRN

Sobre O Ateneu, de Raul Pompeia, é correto afirmar que:


a) apresenta todas as características do Realismo, exceto a influência do meio sobre o
comportamento do indivíduo.
b) tem como matéria-prima as recordações e impressões da personagem principal.
constitui-se num documento fotográfico da realidade objetiva.
c) segue uma ordem cronológica, apoiando-se no real.
d) não se atém a reflexões críticas em relação ao contexto social.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
A letra “A” se mostra inadequada, pois o meio influencia no comportamento do indivíduo
segundo a obra. “O Ateneu” o seu enredo não era convencional, pois se construía por um
acúmulo de fatos que o narrador ia descrevendo de acordo com suas memórias, sem
preocupação com a ordem cronológica dos acontecimentos. Assim sendo, a letra “c” se
mostra inadequada. E a letra “D” está errada, pois o narrador, Sérgio, se atém a reflexões
críticas diante de seu contexto e de suas experiências.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Aluísio
Azevedo”, páginas 20 e 21.

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Simbolismo e Parnasianismo

1 - Ano: NE Banca: UEL

Observe as afirmativas abaixo e indique a alternativa correta.

I - São poetas considerados fundadores do simbolismo: Paul Verlaine, Arthur Rimbaud,


Mallarmé.
II - O movimento simbolista não teve poetas representantes no Brasil.
III - O simbolismo é um movimento antiparnasiano.

a) A afirmativa I está correta.


b) A afirmativa II está correta.
c) A afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS
I- Correta. São poetas considerados fundadores do simbolismo: Paul Verlaine, Arthur
Rimbaud, Mallarmé.
II- Errada. O movimento simbolista teve poetas representantes no Brasil, especialmente
na região sul do país e por período curto.
III- Correta. O simbolismo é um movimento antiparnasiano.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Simbolismo” tema: “Século XIX”, páginas 01 e 02.

2 - Ano: 2002 Banca: UFV-MG

Assinale a alternativa em que todas as características de estilo são do Simbolismo.


a) impassibilidade, vida descrita objetivamente, ecletismo.
b) hermetismo intencional, alquimia verbal, musicalidade.
c) favor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas observações.
d) atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosidade.
e) complexidade, ressurreição dos valores humanos, materialismo pornográfico.

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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Como podemos ver na alternativa 1, há alguns indicios opostos aos da estética simbolista,
como a impassibilidade (ser insensível aos sentimentos e sensações) e a objetividade. Por
isso, essa alternativa está incorreta. A alternativa 3 também aponta expressões ousadas e
fidelidade nas observações, que não se relacionam muito com a estética que acabamos
de estudar juntos. A alternativa 4 aponta o realismo cru como característica, e isso
realmente não faz sentido nenhum pelo que vimos até agora, né? A alternativa 5 também
dá umas viajadas, como por exemplo ao apontar o materialismo pornográfico como
característica do simbolismo.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Simbolismo” tema: “Século XIX”, páginas 01 e 02.

3 - Banca: PUC-SP

Leia o fragmento do poema “Antífona” de Cruz e Souza:

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras


De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...

Formas do Amor, constelarmente puras,


De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádicas frescuras
E dolências de lírios e de rosas...

Indefiníveis músicas supremas,


Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Esse trecho do poema, que abre o livro Broquéis é considerado uma espécie de profissão
de fé simbolista. Reflita sobre as afirmações abaixo:
I. O fragmento revela a preocupação do eu lírico pelas formas caracterizadas pela cor
branca, pelas cintilações, pela vaguidade, pelo diáfano e pelo transparente.
II. O fragmento apresenta uma construção apoiada na justaposição de frases nominais,
com o intuito de descrever os objetos com clareza.
III. O fragmento mostra alguns procedimentos estilísticos do Simbolismo, como por
exemplo, a musicalidade das palavras, o uso das reticências, o emprego de letras
maiúsculas e a indefinição do referente.
Conforme se verifica, está correto o que se afirma:

a) Apenas em I e II.
b) Apenas em I e III.
c) Apenas em II e III.
d) Apenas em I.

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e) Em I, II e III.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Você deve estar pensando que acabamos de comentar um pouco a respeito disso em
nossa aula sobre Cruz e Souza, com toda a razão! Vimos que uma das temáticas
recorrentes na obra de nosso autor é a obsessão pela cor branca, que podemos ver
tratada de algumas maneiras neste poema que nossa questão trouxe, e vários elementos
que se relacionam às coisas efêmeras são mencionados, como a vaguidade e o
transparente.
Assim, a afirmação I está correta. A afirmação II, no entanto, nos traz a ideia de que há
várias frases nominais, o que é verdade, e que elas tentam descrever os objetos com
mais clareza. Esta segunda frase não faz muito sentido, ainda mais se pensarmos no
objetivo deste poema. Na sua leitura e pensando nas aulas que acabamos de assistir, este
poema está tentando descrever alguma coisa? Não, você deve estar pensando, pois o
poema quer mais provocar sensações do que simplesmente descrever a realidade.
Por isso, a afirmação II está incorreta. Já a afirmação III comenta que podemos ver neste
poema algumas das características clássicas do Simbolismo, como a musicalidade, o uso
de reticências, etc.. Esta afirmação está correta, pois podemos verificar todas as
características no poema lido. Desta maneira, a afirmação I e III estão corretas.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Simbolismo” tema: “Cruz e Souza”, páginas 04 e 05.

4 - Ano: 2009 Banca: ENEM

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,


Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas


Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,


que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!

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(Fonte: CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de


Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.)

Os elementos formais e temáticos relacionados com o contexto cultural do Simbolismo


encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.


b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens
poéticas inovadoras.
e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em
favor de temas do cotidiano.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A alternativa A de nossa questão aponta uma abordagem simples de algo muito
complexo, pois os temas tratados no poema são bastante filosóficos, e para estes temas é
quase impossível falar uma linguagem simples e direta. A alternativa B não faz sentido, se
relacionada com a temática do poema de nossa questão, que não tem nada de amoroso,
né? A alternativa D também se afasta do poema, pois aponta certa preocupação do eu
lírico com a realidade social, inexistente no que percebemos na leitura do poema. A
alternativa E não tem nenhuma relação com o poema, pois não há liberdade poética tão
grande no poema como a apontada por esta alternativa. Por isso, a alternativa correta de
nossa questão é a C, que aponta o refinamento estético da forma poética e o tratamento
metafísico de algumas questões universais.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Simbolismo” tema: “Século Cruz e Souza”, páginas 04 e
05.

5 - Banca: UFES

O ideal parnasiano do culto da "arte pela arte" significa que o objetivo do poeta é criar
obras que expressem:

a) um conteúdo social, de interesse universal.


b) a noção de progresso da sua época.
c) uma mensagem educativa, de natureza moral.
d) uma lição de cunho religioso.
e) Belo, criado pelo perfeito uso dos recursos estilísticos.

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GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Como vimos várias vezes nas aulas deste módulo, a arte pela arte é uma busca dos
poetas parnasianos pelo poema esteticamente perfeito, pelo que não há imperfeições.
Tem a metáfora de que o poeta é como um ourives (o cara que faz joias), que fica
lapidando a palavra (ao invés das pedras e metais preciosos). Assim, a alternativa que
responde nossa questão é a E, e as demais não fazem muito sentido em relação à
estética parnasiana.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema:
“Parnasianismo”, páginas 25 e 26.

6 - Banca: PUC-RS

Na esteira da busca ________, o Parnasianismo tende ao ________. Dessa forma,


________ a possibilidade de vínculo com a realidade.

a)da impessoalidade - dogmatismo - estabelece.


b) da perfeição formal - esteticismo - rejeita.
c) da perfeição formal - ilogismo - estabelece.
d) do psicologismo - ilogismo - refuta.
e) da impassibilidade - descritivismo - recupera.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Para que a gente possa responder essa questão, precisamos primeiramente ter na nossa
cabeça qual é o principal objetivo do Parnasianismo como estética literária. Vimos que
uma das principais características desta escola literária é a do culto à forma que, dita em
outras palavras, chamamos também de perfeição formal, e se relaciona ao formato do
texto (em geral, a forma preferida é a do soneto) e também se relaciona a maneira como
se descrevem os objetos no mundo.
A partir dessa lógica que acabamos de pensar juntos, você deve ter eliminado as opções
A, D e E, sim? A alternativa A está incorreta porque, ainda que a impessoalidade seja uma
característica que conseguimos identificar nos textos parnasianos, ela não é a grande
característica do texto desta estética.
A alternativa D está errada porque não há nada de psicologismo nem de ilogismo na
estética parnasiana.
A alternativa E está incorreta porque o objetivo do Parnasianismo não é a
impassibilidade, ainda que uma de suas características seja o descritivismo. As opções
que nos restam são a B e a C, certo? A opção C traz o ilogismo resultado da estética
parnasiana. Como vimos, a estética parnasiana tende a ser objetiva, a fim de descrever a
realidade de maneira impessoal, e não de maneira ilógica.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema:
“Parnasianismo”, páginas 25 e 26.

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7 - Banca: UFPA

Língua portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,


Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac

Observe as afirmativas abaixo e indique a alternativa correta.

I - O poema de Olavo Bilac tem como objeto a língua portuguesa. Desse modo, podemos
observar o nacionalismo ufanista e a preocupação com a realidade da sociedade
brasileira.
II - O poema apresentado acima evidencia a característica do nacionalismo ufanista de
Olavo Bilac. Com um objeto banal, a língua portuguesa, ele exalta e elogia um símbolo do
Brasil.
III - Podemos destacar como característica da poesia de Bilac: apreço pela métrica e ideal
de valorização da vida simples.

a) Apenas a afirmativa I está correta.


b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

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GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
O poema de Olavo Bilac tem como objeto a língua portuguesa. Desse modo, podemos
observar o nacionalismo ufanista de Olavo Bilac, exaltando e elogiando o Brasil, porém,
sem preocupação com a realidade da sociedade brasileira.
Observando o poema, podemos destacar como característica da poesia de Bilac o apreço
pela métrica, apenas.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Olavo
Bilac”, páginas 27 e 28.

8 - Ano: 2013 Banca: ENEM

Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,


Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo


Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,


Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução


temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do
indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela
que:

a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.


b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.

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GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Às vezes pode ser difícil de ler um poema parnasiano porque os autores não fazem
questão de que os leitores entendam seu poema, e por isso eles invertem as ordens das
frases. A ordem comum seria sujeito+verbo+objetos e complementos. Para simplificar a
leitura, uma dica é organizar o poema de outro jeito, recompondo a ordem sintática e
tornando-o mais compreensível.
Em nossa organização, tomamos a liberdade de organizar o poema desse jeito (veja se dá
para entender melhor assim): "Se no rosto se estampasse a cólera que espuma, a dor
que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce/ Tudo o que punge, tudo o que devora
o coração/ Se se pudesse ver através da máscara da face o espírito que chora,/ Quanta
gente, talvez, que inveja nos causa agora, então piedade nos causasse! Quanta gente
que ri consigo, guarda talvez um atroz, recôndito inimigo, como invisível chaga
cancerosa!/ Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer
aos outros venturosa!"
Organizando dessa maneira, conseguimos entender o texto de maneira mais clara, não
concorda? A partir da leitura do poema, conseguimos ver que o indivíduo, de acordo com
a voz do poema, precisa agir de uma maneira não autêntica, para que possa ser aceito na
sociedade. Ele não deve mostrar suas fraquezas, tristezas e desgostos para as pessoas,
pois elas precisam parecer pessoas de sucesso para ser integradas ao meio social.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Realismo, naturalismo e parnasianismo” tema: “Raimundo


Correia”, páginas 29 e 30.

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Pré-Modernismo e Vanguardas Europeias

1. Banca: UFCE

Observe as afirmativas abaixo e indique a alternativa correta.

I - A arte pré-moderna no Brasil é marcada por um momento histórico de mudanças


sociais. Nesse momento de transição, as obras do pré-modernismo não se encaixam nas
escolas literárias do século XIX, bem como ainda não participam do movimento
modernista.

II - O pré-modernismo é marcado por problematizar a realidade social e cultural do Brasil


nas duas primeiras décadas do século XX. Por isso os autores dessa escola literária são
considerados idealizadores do modernismo.

III - O pré-modernismo destaca-se, especialmente, pelo seu conteúdo histórico ao


retratar o período político conhecido como "República do Café com Leite", tendo como
foco os estados de São Paulo e Minas Gerais.

a) Apenas a afirmativa I está correta.


b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
O pré-modernismo é marcado por problematizar a realidade social e cultural do Brasil nas
duas primeiras décadas do século XX. No entanto, os autores do pré-modernismo não são
idealizadores do modernismo e ainda estão interligados a alguns aspectos da estética
literária e artística do século XIX. São obras que não são classificadas nas escolas
literárias anteriores, bem como ainda não se encaixam na escola literária modernista.

OBSERVAÇÃO: O pré-modernismo não é uma escola literária!

O pré-modernismo acontece em contexto político do período conhecido como "República


do Café com Leite", mas não tem como foco apenas os estados de São Paulo e Minas
Gerais, contrariamente a isto, o pré-modernismo destaca-se pela característica do
regionalismo, ou seja, traz obras literárias que retratam diversas realidades brasileiras,
em diferentes regiões do país.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Século XX”, páginas 01.

2 - Ano: 2011 Banca: UFRJ

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O personagem Jeca Tatu é um dos mais famosos da obra de Monteiro Lobato. No livro
Urupês, Lobato desconstrói a imagem idealizada do homem rural

O personagem Jeca Tatu é um dos mais famosos da obra de Monteiro Lobato. No livro Urupês, Lobato desconstrói a imagem
idealizada do homem rural.

Esse anúncio retratava aspectos da sociedade brasileira da época, expressando críticas


principalmente às condições de:

a) acesso à escolarização

b) assistência médico-hospitalar

c) salubridade nas áreas rurais

d) integração econômica regional

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A personagem Jeca Tatu simboliza as críticas feitas por alguns escritores do início do
século XX às condições de vida das populações do país, sobretudo às populações rurais,
que sofriam com o atraso e a pobreza. Havia algumas doenças que afetavam
especificamente o ambiente rural e, no anúncio publicitário do Ankilostomina Fontoura, o
escritor recomenda o uso do remédio para que a personagem fique livre de endemias,
entre elas, as verminoses.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Monteiro Lobato”, páginas 6 e 7.

3 - Banca: PUC-RS

Na figura de ....., Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso
e miséria pelos poderes públicos.

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a) O Cabeleira.
b) João Miramar.
c) Jeca Tatu.
d) Blau Nunes.
e) Augusto Matraga.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
De acordo com o que vimos na aula, podemos afirmar que Monteiro Lobato criou Jeca
Tatu, que é um símbolo do atraso e da negligência do sistema social em relação aos
pobres e analfabetos. Os outros personagens não tem relação com o Pré-Modernismo,
exceto Blau Nunes, que foi criado por Simões Lopes Neto, e o Cabeleira, do Franklin
Távora, mas nenhum deles se encaixa ans características pedidas pela questão. Assim, a
resposta mais satisfatória para nossa questão é a 3.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Monteiro Lobato”, páginas 6 e 7.

4 - Ano: 2015 Banca: ENEM

TEXTO I

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento
completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao
entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro
apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam
raivosamente cinco mil soldados.

CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.

TEXTO II

Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do


extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um
rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para
deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira
tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos
meses, naquele recanto do território nacional.

SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.

Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se


perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor
caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da

a) manipulação e incompetência.
b) ignorância e solidariedade.
c) hesitação e obstinação.

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d) esperança e valentia.
e) bravura e loucura.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
A Guerra de Canudos foi um conflito interno no país, de cunho socioreligioso. Os
habitantes da comunidade de Canudos tinham em sua liderança o religioso Antônio
Conselheiro. Um conflito entre a população nordestina, em grande maioria ex-escravos e
caboclos, contra o exército brasileiro. A revolta é datada de 1896 a 1897, durante o início
do período da república brasileira, a arrecadação de impostos era muito constante,
aumentando a pobreza na região, e causando desconforto na população. Três expedições
do exército brasileiro saíram derrotadas, o que exalta a bravura dos nordestinos, porém
em sua quarta investida o exército acabou saindo vitorioso.

Historiadores afirmam que esta campanha deixou até 20 mil nordestinos mortos e cerca
de 5 mil membros do exército brasileiro. O primeiro texto da questão justamente retrata
tal bravura da população que enfrentou sem medo de morte o exército brasileiro.

O segundo texto faz referência aos guerreiros populares como “fanáticos”, e com isso o
autor expressa a ideia do estado de loucura em que os quatro “guerreiros” se
encontravam.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Euclides da Cunha”, páginas 4 e
5.

5 - Ano: 2002 Banca: UFMG

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços
neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o
contrário.”
(Os Sertões - Euclides da Cunha)
Observe as afirmativas abaixo e indique a alternativa correta.
I – Em sua obra, Euclides da Cunha descreve o sertanejo como forte, embora tenha
aparência e fisionomia fraca e afirma que somente um homem forte é capaz de
sobreviver às adversidades do sertão.
II – No trecho, podemos perceber que o autor não simpatiza com o sertanejo, destacando
seu raquitismo exaustivo e condenando suas ideologias na Guerra de Canudos.
III – Na primeira parte do livro, o autor destaca o quanto o sertão baiano seria produtivo
se o sertanejo soubesse cultivar a terra.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas II e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

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GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
I- Correta. No trecho, o autor destaca a força do homem que sobrevive a tantas
adversidades existentes no sertão. Afirma que, aparentemente, o sertanejo é fraco, mas
em realidade trata-se de homem forte.

II- Errada. No trecho não percebemos qualquer espécie de crítica ou análise sobre
ideologia do sertanejo, nem mesmo sobre a Guerra de Canudos.

III- Errada. Na primeira parte do livro, o autor destaca que o ambiente (vegetação, solo,
clima, flora, relevo) é de difícil cultivo, especialmente em época de seca, e torna a vida
extremamente difícil no sertão baiano.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Euclides da Cunha”, páginas 4 e


5.

6 - Ano: 2008 Banca: UFRGS

Os Sertões, de Euclides da Cunha, é uma obra que:

a) narra um episódio de messianismo ocorrido em vilarejos do interior de Pernambuco e


do Sergipe no início do século XX.
b) narra a formação e a destruição de um povoado sertanejo liderado por Antônio
Conselheiro na segunda metade do século XIX.
c) denuncia a ocupação de um povoado sertanejo por forças armadas de Pernambuco e
do Sergipe aliadas a jagunços locais.
d) expõe a liderança carismática de Antônio Conselheiro em seu esforço para converter
sertanejos monarquistas em republicanos.
e) denuncia a campanha difamatória contra o exército brasileiro promovida por jornais e
políticos interessados em restaurar a monarquia.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
A alternativa A acaba reduzindo a obra de Euclides da Cunha ao caso de Antônio
Conselheiro. Os Sertões abrange questões para muito além disso, e esta opção está
errada por esse motivo. A alternativa C também aponta apenas um aspecto da questão e
está incompleta se pensarmos o livro como uma unidade com sentido completo. A
alternativa D é parecida com a A e aponta que Os Sertões seria quase uma biografia
sobre Antônio Conselheiro, e este livro não tem essa intenção. A alternativa E está fora da
abrangência do livro porque, se Euclides da Cunha comenta a respeito do exército, é de
maneira lateral, e não com enfoque narrativo. Desta maneira, resta a B como alternativa
correta, que aponta o ponto vital da questão.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Euclides da Cunha”, páginas 4 e


5.

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7 - Banca: UFRRJ

"Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo
inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e
absorvente. ( ... ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de
Brasil. ( ... ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem
no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer
regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro."

Fonte: BARRETO, Lima. "Triste fim de Policarpo Quaresma". São Paulo: Scipione, 1997.

Este fragmento de "Triste Fim de Policarpo Quaresma" ilustra uma das características
mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:

a) Desejo de compreender a complexa realidade nacional.


b) Nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.
c) Resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.
d) Nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.
e) Subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Uma das discussões que permeia vários momentos da história brasileira, e que é bastante
tematizada nas artes em geral, é a questão da identidade brasileira. Neste momento
histórico, Triste Fim de Policarpo Quaresma pode ser considerado um dos grandes
romances que questionam o que é a identidade brasileira. Isso aparece no trecho
selecionado para compor esta questão, que mostra alguma homogeneidade no conceito
de brasileiro como alguém que nasceu no Brasil, independentemente da região
geográfica. A alternativa B se refere ao Romantismo como ufanista e exagerado, o que
está incorreto, pois esta escola literária teve três tendências e não pode ser entendida
como algo homogêneo, ou seja, nem todas as tendências eram ufanistas, como a geração
ultrarromântica, por exemplo. A alternativa C não se relaciona ao que está sendo
perguntado. Além disso, ela se refere ao Simbolismo, uma escola literária que explorou o
gênero lírico e não tem romances, como esta obra pode ser classificada. A alternativa D
está incorreta porque se refere ao Parnasianismo, que também é uma escola literária de
gêneros prioritariamente poéticos, que cultuavam a forma e a arte pela arte, sem
qualquer motivação social ou identitária envolvida. A alternativa E também não se
relaciona ao trecho selecionado, pois não há nele nenhum esforço para representar uma
visão de um eu, já que quem nos conta a história é um narrador distanciado da matéria
narrada.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Lima Barreto”, páginas 2 e 3.

8 - Banca: UFRGS-RS

Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos:

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a) rústicos, ligados ao campo.


b) aristocratas, ligados ao campo.
c) aristocratas, ligados à cidade.
d) burgueses, ligados à cidade.
e) populares, ligados ao subúrbio.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
A alternativa A está incorreta porque os livros mais conhecidos de Lima Barreto não
tratam especificamente de tipos ligados ao campo, ainda que vários outros autores
considerados pré-modernistas tratem desta temática. A alternativa B também não pode
ser considerada correta porque a literatura desse autor trata da vida cotidiana das
pessoas com bastante simpatia pelas classes populares, da qual em geral provém os
protagonistas dos romances. As alternativas C e D não estão corretas pelo mesmo motivo
anterior. A única alternativa adequada para responder a questão é a E.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Lima Barreto”, páginas 2 e 3.

9 - Ano: 2001 Banca: Mackenzie

A estrofe que NÃO apresenta elementos típicos da produção poética de Augusto dos
Anjos é:

a) Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

b) Se a alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja a mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

c) Meia-noite.
Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego!
E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

d) Beijarei a verdade santa e nua,


Verei cristalizar-se o sonho amigo…
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

e) Agregado infeliz de sangue e cal,


Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial.

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GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Podemos notar nesta alternativa a ausência de elementos típicos da poesia do Augusto
dos Anjos, assim como a linguagem cientificista, a preocupação com a morte e temas
relacionados com a efemeridade do corpo e a sua decomposição. Apesar de Augusto dos
Anjos ter como característica a subjetividade presente no Romantismo, ele não possui
uma abordagem romântica e otimista na sua poesia, assim como vemos na alternativa D.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Augusto dos Anjos”, página 9.

10 - Ano: 2014 Banca: Enem

Psicologia de um Vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada
como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no
soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como

(A) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o vocabulário


requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no
Modernismo.

(B) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas


como “Monstro de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do zodíaco”.

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(C) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”,


“epigênesis da infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.

(D) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do


Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto
existencial.

(E) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo


filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos
modernistas.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Augusto dos Anjos é, como já está afirmado pelo enunciado da questão, um poeta
de transição. Sua obra caracteriza-se pela influência dos movimentos literários
anteriores. Do Parnasianismo, o poema Psicologia de um vencido mantém a métrica
rigorosa dos sonetos e as rimas opostas (A-B-B-A); do Simbolismo,
aproveita a espiritualidade expressa no trecho “A influência má dos signos do zodíaco”.
Embora a questão não considere a influência do Naturalismo,podemos
observar uma aproximação com esse período por meio do vocabulário científico.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Pré-modernismo” tema: “Augusto dos Anjos”, página 9.

11 - Ano: 2019 Banca: UEL

Algumas vanguardas artísticas europeias criadas na primeira metade do século XX foram


manifestações artístico-literárias que criticavam uma concepção tradicional de museu,
introduzindo uma estética marcada pela experimentação e pela subjetividade, que
influenciaria fortemente diversas manifestações culturais em todo o mundo.
Sobre as principais correntes vanguardistas e suas respectivas características, assinale a
alternativa correta.

A) O Surrealismo apresentava a exaltação da tecnologia, das máquinas, da velocidade e


do progresso.
B) O Expressionismo evidenciava a decomposição e a fragmentação das formas
geométricas, afirmando que um mesmo objeto poderia ser visto de vários ângulos.
C) O Cubismo valorizava a subjetividade e buscava transmitir ao mundo a situação do
homem, com seus vícios e horrores.
D) O Futurismo defendia a criação por meio das experiências nascidas no imaginário e na
atmosfera onírica, sem interferências da razão.
E) O Dadaísmo surgiu como oposição à guerra e ressaltava a espontaneidade da arte
pautada na liberdade de expressão, no absurdo e na irracionalidade.

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GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
A) O Surrealismo defendia a criação por meio das experiências nascidas no imaginário e
na atmosfera onírica, sem interferências da razão. B) O Expressionismo valorizava a
subjetividade e buscava transmitir ao mundo a situação do homem, com seus vícios e
horrores. C) O Cubismo evidenciava a decomposição e a fragmentação das formas
geométricas, afirmando que um mesmo objeto poderia ser visto de vários ângulos. D) O
Futurismo apresentava a exaltação da tecnologia, das máquinas, da velocidade e do
progresso.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Vanguardas europeias” tema: “Século XX”, página 1.

12 - Ano: 2016 Banca: Vunesp

Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da
atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas,
formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema
deriva de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.

(David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.)

O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em:

A)

B)

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C)

D)

E)

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GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
O texto em destaque refere-se ao Futurismo e a única opção que retrata essa corrente é
o quadro de Andy Warhol. O Futurismo tem as seguintes características: exaltação da
máquina; exaltação da vida moderna; enaltece a guerra, o nacionalismo e o militarismo;
faz culto à velocidade e ao automóvel. As outras imagens não trazem em evidência essas
características do Futurismo.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Vanguardas europeias” tema: “Futurismo”, página 2.

13- Ano: 2017 Banca: UEG

Em 2017, o quadro cubista “Guernica”, obra emblemática da carreira de Pablo Picasso,


completa oitenta anos. A estética cubista

A) busca retratar o efeito da luz sobre os objetos e as constantes alterações que essa luz
provoca nas cores da natureza.
B) representa as figuras em minúsculos fragmentos e pontos, cabendo ao observador
percebê-las como um todo organizado.
C) objetiva criar uma arte desprovida de sentido para, com isso, apontar para o próprio
não sentido do mundo moderno.
D) recusa-se a uma representação realista utilizando-se de linhas e pontilhados que
sugerem velocidade e exaltação do futuro.
E) fundamenta-se na destruição da harmonia clássica das figuras, na fragmentação da
realidade e na distorção dos volumes.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
A primeira alternativa diz respeito ao movimento de arte barroca. Na segunda se vê
arte contemporânea (abstrata). Na alternativa C, o que se pode eliminar dela é o
“objetiva criar uma arte desprovida de sentido”, pelo contrário, o Cubismo tem uma arte
repleta de sentido explícito e implícito. E, por fim, a D retrata mais a vanguarda futurista,
já que representa a ideia de velocidade.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Vanguardas europeias” tema: “Cubismo”, página 3.

14- Ano: 2015 Banca: Vunesp

Leia um trecho do “Manifesto do Surrealismo", publicado por André Breton em 1924.

Surrealismo: Automatismo psíquico por meio do qual alguém se propõe a exprimir o


funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de controle
exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral.

O Surrealismo assenta-se na crença da realidade superior de certas formas de


associação, negligenciadas até aqui, na onipotência do sonho, no jogo desinteressado do
pensamento.

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(Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro, 1992.


Adaptado.)

Tendo em vista as considerações de André Breton, assinale a alternativa cujos versos


revelam influência do Surrealismo.

A) O mar soprava sinos


os sinos secavam as flores
as flores eram cabeças de santos.
Minha memória cheia de palavras
meus pensamentos procurando fantasmas
meus pesadelos atrasados de muitas noites.

(João Cabral de Melo Neto, “Noturno", em Pedra do sono.)

B)
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais.

(Carlos Drummond de Andrade, “Infância", em Alguma poesia.)

C)
Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida Confiantes na vida.

(Manuel Bandeira,“Momento num café", em Estrela da manhã.)

D)
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum
[exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo
[sexual.

(Carlos Drummond de Andrade, “Elegia 1938", em Sentimento do mundo.)

E)
– Bem me diziam que a terra
se faz mais branda e macia
quanto mais do litoral
a viagem se aproxima.

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Agora afinal cheguei


nessa terra que diziam.

Como ela é uma terra doce


para os pés e para a vista.

(João Cabral de Melo Neto, “O retirante chega à Zona da Mata", em Morte e vida
severina.)

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
O surrealismo foi um movimento literário e artístico, lançado em 1924, pelo escritor
francês André Breton, que se caracterizava pela expressão espontânea e automática do
pensamento (ditada apenas pelo inconsciente) e, deliberadamente incoerente,
proclamava a prevalência absoluta do sonho, do inconsciente, do instinto e do desejo e
pregava a renovação de todos os valores, inclusive os morais, políticos, científicos e
filosóficos. Sendo assim, o surrealismo foi uma das vanguardas que tinha por função
romper com a tradição clássica. Suas características são: poesia onírica, textos sem razão,
escrever o que vem na mente, uma poesia paradoxal que costumava falar do campo dos
sonhos e do pensamento. Dessa forma, o trecho na letra A “Minha memória cheia de
palavras meus pensamentos procurando fantasmas” (expressão pensamento) é o único
que indica a influência do Surrealismo.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Vanguardas europeias” tema: “Surrealismo”, página 6.

15- Ano: 2019 Banca: Fuvest

Esta imagem é a reprodução de:

a) uma pintura impressionista, marcada por pinceladas soltas e pela temática da


emigração americana para o continente europeu.
b) um mosaico cubista, caracterizado pelas formas geométricas que procuram salientar a

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esperança daqueles que se dirigem para terras estrangeiras.


c) uma pintura expressionista, que reforça o sofrimento dos que se deslocavam em um
contexto de perseguições e intolerâncias.
d) um painel surrealista, que procurava destacar o subconsciente atormentado daqueles
que deixavam seus locais de origem.
e) uma pintura futurista, influenciada pelas referências de modernização tecnológica
características da primeira metade do século XX.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Lasar Segall se baseou no expressionismo para compor a tela, que retrata o martírio de
pessoas em situação de saída de seu país de origem. A vertente expressionista teve como
características a preocupação em retratar sentimentos de angústia e desespero.

a) INCORRETA. A obra não possui características impressionistas, nem tampouco


pinceladas soltas, como é possível observar.
b) INCORRETA. Não é possível observar a geometrização das formas na obra de Lasar
Segall, portanto, não é uma composição cubista.
d) INCORRETA. Não é possível afirmar que a obra de Segall destacasse o subconsciente
das pessoas, tampouco que tinha influência surrealista.
e) INCORRETA. Apesar de o movimento futurista ter, de fato, se baseado em referências
à modernização tecnológica, não há características dessa vertente na tela.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Vanguardas europeias”, tema: “Expressionismo”, página 5.

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Modernismo e Tendências contemporâneas

1. Banca: UFAL

Observe as afirmativas abaixo e indique a alternativa correta.

I - A Semana de 22 foi sediada em Salvador como protesto contra a produção intelectual


e artística produzida apenas na região sudeste e que não retratava o Brasil como um país
com diversidade cultural.
II - A Semana de Arte Moderna ocorre para afirmar os princípios de uma nova arte,
implantando essa mudança de maneira radical e rompendo completamente com a
tradicional produção intelectual da época no Brasil.
III - O modernismo brasileiro busca afirmar uma essência natural brasileira, usando
linguagem coloquial e tendo como temática o cotidiano brasileiro.

a) Apenas a afirmativa I está correta.


b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas II e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Essa questão apresenta 3 afirmações sobre o modernismo brasileiro e a Semana de Arte
Moderna. O enunciado, então, pede que essas afirmações sejam classificadas entre
corretas e erradas.
I - Errada: A Semana de 22 não ocorreu em Salvador, mas em São Paulo. Além disso,
defendia uma evolução das artes, com um viés mais nacionalista, em busca de uma
identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão;
II - Correta: A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação da arte,
na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado, pois a arte
passou então da vanguarda para o modernismo.;
III - Correta: O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que
se caracterizou pela liberdade estética, com a defesa do nacionalismo, de uma maior
abordagem do cotidiano do país e de uma linguagem mais coloquial.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 1º fase”, tema: “Semana de Arte Moderna”,
página 1 a 5.

2. Banca: PUC-RJ

O movimento artístico-literário que mobilizou parcela significativa da intelectualidade


brasileira durante a década de 20 e procurou romper com os padrões europeus da criação
tinha como proposta:

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I. a tentativa de buscar um conteúdo mais popular para a problemática presente nas


diferentes formas de manifestação artística.

II. a tentativa de recuperação das idealizações românticas ligadas à temática do índio


brasileiro.

III. a valorização do passado colonial, ressaltada a influência portuguesa sobre a nossa


sintaxe.

IV. a tentativa de constituição, no campo das artes, da problemática da nacionalidade,


ressaltadas as peculiaridades do povo brasileiro.

V. a desvalorização da problemática regionalista, contida nas lendas e mitos brasileiros.

Assinale:

a) Se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.


b) Se somente as afirmativas I e V estiverem corretas.
c) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) Se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
e) Se somente as afirmativas II e V estiverem corretas.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
A alternativa I está correta porque o modernismo, movimento literário da década de 20,
pretendia abordar conteúdos mais populares em suas diferentes manifestações artísticas.
A alternativa II está incorreta porque, apesar de o modernismo também abordar o índio e
a temática indígena, por serem temas brasileiros, o índio do romantismo brasileiro não é
uma das suas pretensões de abordagem, por mostrar uma forma idealizada do índio e do
Brasil. A alternativa III está incorreta porque o modernismo não pretendia ressaltar o
passado colonial e nem a língua portuguesa de Portugal, pelo contrário, queria afastar-se.
A alternativa IV está correta porque o movimento visava ressaltar a nacionalidade
brasileira, assim como suas peculiaridades. A alternativa V está incorreta porque o
modernismo não propunha a desvalorização das lendas e mitos brasileiros, pelo contrário,
procurava ressaltá-los e valorizá-los.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 1º fase”, tema: “Semana de Arte Moderna”,
página 1 a 5.

3- Banca: PUC-CAMP

O alpinista
de alpenstock
desceu
nos Alpes
Oswald de Andrade

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O texto acima, capítulo do romance Memória Sentimentais de João Miramar, exemplifica


uma tendência do autor de:

a) Procurar as barreiras entre poesia e prosa, utilizando estilo alusivo e elíptico.


b) Explorar o poema em forma de prosa, satirizando as manifestações literárias do Pré-
modernismo.
c) Buscar uma interpretação lírica de seu país, explorando a força sugestiva das palavras.
d) Utilizar o poema-piada para satirizar tudo o que não fosse nacional.
e) Procurar “ser regional e puro em sua época”, negando influências das vanguardas
europeias.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Lembre-se de que você deve se concentrar no texto das questões e se basear nele para a
resolução, mesmo que não o tenha conhecido previamente. Saber elementos sobre o
autor ou do contexto histórico da época também pode ajudar na resolução das questões.
Então vamos lá. A primeira alternativa, a correta, diz que o autor procura barreiras entre
a poesia e a prosa, o que é verdade até pela estética literária modernista, e que é
utilizado, para isso, a alusão e a elipse. A alusão e a elipse são figuras de linguagem que
"dão a entender alguma coisa", mesmo "essa coisa" não estando explícita. Mesmo não
repetindo a palavra "alpinista", sabemos que quem desceu nos Alpes foi ele. A segunda
alternativa fala sobre explorar o poema em forma de prosa para satirizar a literatura pré-
modernista, que não é contra essa nova forma estética de ruptura. A terceira alternativa é
sobre interpretação lírica do seu país, que, apesar de ser um dos temas do Modernismo
brasileiro, não aparece neste poema – que, pelo contrário, possui estrangeirismos. A
quarta alternativa está incorreta porque um dos princípios do Modernismo não é satirizar,
mas exaltar o que não é nacional. A quinta alternativa está incorreta porque o
Modernismo brasileiro em si não negou a influência das vanguardas europeias, mas se
inspirou nelas.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 1º fase”, tema: “Oswald de Andrade”, página
9.

4- Banca: FATEC

As afirmações estão inteiramente corretas em:


a) Apesar do interesse pela cultura brasileira e da ativa participação do movimento
artístico representado pelo Modernismo, Mário de Andrade só se dedicou à literatura.
b) Mário de Andrade, escritor modernista que estendeu sua influência a todos os domínios
da cultura brasileira, é também o criador da Academia Brasileira de Letras.
c) Mário de Andrade, autor de Macunaíma, Paulicéia Desvairada e Amar, Verbo
Intransitivo, é um autor autenticamente paulistano. A temática de sua obra restringe-se à
cidade de São Paulo.
d) Mário de Andrade, escritor brasileiro, desempenhou importante papel na Semana de
Arte Moderna de 1922 e participou ativamente da renovação deflagrada pelo movimento
Modernista.
e) Profundamente ligado à cultura popular brasileira, Mário de Andrade não valorizava os
autores estrangeiros e jamais os mencionava em seus textos.

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GABARITO: D
COMENTÁRIOS:

Mário de Andrade teve uma carreira musical, lecionou História e foi jornalista, não se
dedicando apenas à literatura. O escritor não foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras. Todas as obras citadas na alternativa 3 são de autoria de Mário de
Andrade, porém ele não se restringia a abordar temáticas relacionadas à cidade de São
Paulo. A alternativa 4 está inteiramente correta, pois Mário de Andrade teve um papel
importante na Semana de Arte Moderna e foi um artista engajado na deflagração do
movimento Modernista. A alternativa 5 está incorreta, pois ele se inspirou nas vanguardas
europeias para organizar o movimento Modernista no Brasil.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 1º fase”, tema: “Mário de Andrade”, página
10.

5- Ano: 2013 Banca: UFRGS

Considere as afirmações abaixo sobre o livro Macunaíma o herói sem nenhum caráter, de
Mario de Andrade.

I - Macunaíma deixa a mata onde nasceu para trabalhar com Venceslau Pietro Pietra, de
quem ganha como prêmio a pedra muiraquitã, um amuleto mágico.
II - A “Carta pras icamiabas”, capítulo IX do livro, é escrita durante a permanência de
Macunaíma na cidade grande e tem por objetivo pedir dinheiro (cacau), daí o tom formal
e os artifícios retóricos, que se diferenciam do restante da narrativa.
III - “Por cá tudo são delícias e venturas, porém nenhum gozo teremos e nenhum
descanso, enquanto não rehouvermos o perdido talismã.” Neste trecho da Carta, o autor
remete ao poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, num diálogo às avessas, em que
exalta a cidade, o cá.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Macunaíma, “o herói sem nenhum caráter”, é preguiçoso e vive em uma tribo na
Amazônia. Ele domina Ci, a rainha das Icamiabas e torna-se imperador do Mato Virgem.
Ao morrer, Ci lhe dá um amuleto, a Muiraquitã, que acaba sendo perdida, mas é
encontrada por Venceslau Pietro Pietra. Macunaíma vai para São Paulo atrás de Pietro
Pietra para conseguir seu amuleto de volta. Ele acaba falhando e viaja por todo o Brasil
em busca de sua pedra. Quando finalmente a resgata, retorna para sua tribo.

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Quase toda a narrativa tem um tom predominantemente oral, com exceção do capítulo
IX, a “Cartã pras Icamiabas”, que usa a forma erudita da língua, mas que acaba sendo
uma sátira da norma culta. Ele pede por dinheiro porque o havia trazido tinha terminado
e ele não queria trabalhar. Essa carta possui como intertexto diferentes obras da história
da literatura brasileira, desde poetas românticos até a Carta de Pero Vez de Caminha. O
resgate de obras da nossa literatura era uma tendência do modernismo, que se iniciara
na Semana de 1922.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 1º fase”, tema: “Mário de Andrade”, página
10.

6- Ano: 2011 Banca: ENEM

Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.
BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.

A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de


elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo
e cidade aponta para

a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela


sua nostalgia com relação à cidade.
b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente
inércia da vida rural.
c) a opção do eu lirico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua
juventude.
d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
e) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

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GABARITO: B
COMENTÁRIOS:

No texto o poeta faz uma comparação entre a cidade e o campo, de maneira que no
primeiro espaço todos os habitantes são iguais, diferente do campo, em que cada ser
humano é diferente, cujo ritmo das coisas e das pessoas leva o eu-lírico a meditar sobre a
brevidade da vida (o poeta faz uma comparação entre duas imagens, a da morte –
“enterro a pé” – e a da vida – “a carrocinha de leite”), e do quanto ela é efêmera, ou
seja, passageira, mensagem corroborada pelos versos “Que a vida passa! que a vida
passa! / E que a mocidade vai acabar!”. De acordo com as alternativas, percebemos que
a letra A está incorreta porque o poeta não apresenta nostalgia à cidade, ao contrário,
apresenta um apreço pela vida no campo. A letra C está incorreta porque a meditação
não é em relação à juventude, e sim à brevidade da vida. A letra D está incorreta porque
o poeta apresenta um comportamento meditativo sobre a passagem da vida, e não
negativo. A letra E também está incorreta porque a sensação de medo não está presente
no texto.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 1º fase”, tema: “Manuel Bandeira”, página
11.

7- Banca: UM-SP

É incorreto afirmar sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade que:


a) seu posicionamento individualista o afasta da problemática do homem comum, do dia a
dia.
b) uma de suas temáticas é a reflexão em torno da própria poesia.
c) a lembrança de Itabira, sua terra natal, aparece em parte de sua obra.
d) ocorre-lhe, muitas vezes, a mostragem de uma angústia proveniente de acreditar que
não há saída para a problemática existencial.
e) a ironia madura é uma das características marcantes de sua poesia.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
Conforme vimos, uma das grandes preocupações da poesia de Drummond é de âmbito
social. A biografia dele nos dá a informação de como trabalhar no funcionarismo público
mostrou a ele como existiam injustiças sociais e o comoveu a pensar a respeito dessa
temática em sua poesia. Neste sentido, a alternativa A está incorreta. Todas as outras
opções trazem dados importantes para a poesia do autor, como a presença de Itabira em
sua obra e a ironia presente em seus textos.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Carlos Drummond”, página
9.

8- Ano: 2007 Banca: FUVEST

Procura da poesia

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Não faças versos sobre acontecimentos.


Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.

(...)

Penetra surdamente no reino das palavras.


Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

(...)

Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo. No contexto do livro, a afirmação do


caráter verbal da poesia e a incitação a que se penetre "no reino das palavras", presentes
no excerto, indicam que, para o poeta de A rosa do povo,

a) praticar a arte pela arte é a maneira mais eficaz de se opor ao mundo capitalista.
b) a procura da boa poesia começa pela estrita observância da variedade padrão da
linguagem.
c) fazer poesia é produzir enigmas verbais que não podem nem devem ser interpretados.
d) as intenções sociais da poesia não a dispensam de ter em conta o que é próprio da
linguagem.
e) os poemas metalinguísticos, nos quais a poesia fala apenas de si mesma, são
superiores aos poemas que falam também de outros assuntos.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
A opção A está incorreta porque Drummond não escrevia apenas a fim de fazer arte pela
arte, como o teor de seus poemas pode comprovar, por exemplo José, que acabamos de
ler. A opção B está incorreta pois afirma algo em desacordo com o que é afirmado no
trecho que está na questão, pois o poema não afirma que a poesia necessariamente é
apenas o que está alinhado às normas da língua. A opção C está incorreta pelo mesmo
motivo da anterior e também por considerar que poesia é algo que não deve ser
interpretado pela maioria, aludindo a certa tradição parnasianista, anterior ao
Modernismo, que defendia estas ideias. A opção E também aponta uma falsa
superioridade dos poemas que falam a respeito de fazer poemas, o que não é verdade,
pois toda a poesia tem o mesmo valor, diferenciando-se apenas na forma de realização
do poema. Assim, a opção que responde adequadamente à questão é a D, que aponta
justamente que é necessário levar em consideração as duas facetas, tanto o formal e a
linguagem, quanto à intenção social e o que acontece no mundo.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Carlos Drummond”, página
9.

9- Ano: 2017 Banca: ENEM

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O farrista
Quando o almirante Cabral
Pôs as patas no Brasil
O anjo da guarda dos índios
Estava passeando em Paris.
Quando ele voltou de viagem
O holandês já está aqui.
O anjo respira alegre:
“Não faz mal, isto é boa gente,
Vou arejar outra vez.”
O anjo transpôs a barra,
Diz adeus a Pernambuco,
Faz barulho, vuco-vuco,
Tal e qual o zepelim
Mas deu um vento no anjo,
Ele perdeu a memória.
E não voltou nunca mais.

Fonte: MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.

A Obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas
transparecem, no poema, por um eu lírico que

a) configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.


b) remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.
c) repercute as manifestações do sincretismo religioso.
d) descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
e) promove inovações no repertório linguístico.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Murilo Mendes traz em seu eu lírico uma retomada ao colonialismo assentado sob um viés
iconoclasta, ou seja, vai ao encontro das características principais da fase inicial do
modernismo devido a ruptura dos movimentos literários anteriores a ele. Assim, o
modernismo surge com a ideia de questionar o que estava presente na arte brasileira
desde os primeiros anos do século XX.

Desse modo, as outras alternativas são incorretas porque não levam em conta as
características desse movimento artístico que não tinha como objetivo inovar o repertório
linguístico, descrever a formação do povo brasileiro, repercutir as manifestações religiosas
e, muito menos, configurar um ideal de nacionalidade.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Murilo Mendes”, página 11.

10- Ano: 2015 Banca: ENEM

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Cântico VI

Tu tens um medo de
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).

A poesia de Cecília Meireles revela concepções sobre o homem em seu aspecto


existencial. Em Cântico VI, o eu lírico exorta seu interlocutor a perceber, como inerente à
condição humana,

a) a sublimação espiritual graças ao poder de se emocionar.


b) o desalento irremediável em face do cotidiano repetitivo.
c) o questionamento cético sobre o rumo das atitudes humanas.
d) a vontade inconsciente de perpetuar-se em estado adolescente.
e) um receio ancestral de confrontar a imprevisibilidade das coisas.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
O tom do poema não é de medo nem de inquietude, parece mais com um #ficaadica de
aceitação para tocar num estado sublime espiritual pela nossa capacidade de se
emocionar - Alternativa A CORRETA.
Não se trata de um desalento, de uma condição de desânimo, como sugere a Alternativa
B ou de uma visão do humano sem crenças (Alternativa C). Há essa crença na
perpetuação do ser pelas emoções, mas nada que se refira especificamente ao estado
adolescente (Alternativa D). Por fim, percebemos que a imprevisibilidade não é um receio
(Alternativa E) e sim uma NECESSIDADE.
>> Nos versos “Que te renovas todo dia./ No amor./ Na tristeza./ Na dúvida./ No desejo.”
O eu lírico introduz a ideia de renovação espiritual através da vivência de emoções. Já nos
versos “Até não teres medo de morrer./ E então serás eterno.” o poema se acaba com a
ideia de que, a partir da falta de medo, o ser humano pode viver os sentimentos a ponto
de ascender espiritualmente.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Cecília Meireles”, página 13.

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11. Banca: UFLA

Sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, todas as alternativas estão corretas,
EXCETO:
a) O romance focaliza uma família de retirantes, que vive numa espécie de mudez
introspectiva, em precárias condições físicas e num degradante estado de condição
humana.
b) O relato dos fatos e a análise psicológica dos personagens articulam-se com grande
coesão ao longo da obra, colocando o narrador como decifrador dos comportamentos
animalescos dos personagens.
c) O ambiente seco e retorcido da caatinga é como um personagem presente em todos os
momentos, agindo de forma contínua sobre os seres vivos.
d) A narrativa faz-se em capítulos curtos, quase totalmente independentes e sem ligação
cronológica e o narrador é incisivo, direto, coerente com a realidade que fixou.
e) O narrador preocupa-se exclusivamente com a tragédia natural (a seca) e a descrição
do espaço não é minuciosa; pelo contrário, revela o espírito de síntese do autor.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Todas as alternativas de nossa questão estão corretas, menos a E, que aponta um
narrador mais preocupado em descrever situações do que em mostrá-las, o que não é
verdade se pensarmos na obra de Graciliano Ramos (podemos pensar no capítulo que
acabamos de ler de Vidas Secas, em que a maneira em que se narra e o que é narrado
são uma coisa só).
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Graciliano Ramos”, página 4.

12. Ano: 2020 Banca: UFRGS

Assinale a alternativa correta a respeito do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos.

a) O romance inicia com uma discussão sobre o processo de escrita, que o narrador
delega a pessoas cultas, por julgá-las mais capazes de representar literariamente os
modos de falar da gente do sertão.
b) Paulo Honório, apesar da realidade hostil e da decadência moral e material que se
abate sobre ele, registra, ao escrever suas memórias, as amizades que acumulou ao
longo da vida, o amor e a harmoniosa convivência ao lado da esposa Madalena.
c) O sentimento de posse e de propriedade por bens materiais domina a personalidade de
Paulo Honória, estendendo-se as suas relações afetivas, concretizadas em termos
utilitários.
d) A narrativa de Paulo Honório é objetiva, seca e curta, uma vez que reflete a
personalidade autoritária de seu autor, sem abrir espaço para indagações, hesitações,
negações ou dúvidas.
e) A objetividade e a assertividade da escrita, diante dos fatos duros e cruéis do mundo,
impedem que se desencadeie um processo de tomada de consciência, revelador das

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contradições do narrador.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Questão centrada no enredo da obra. Na alternativa A, a incorreção refere-se ao fato de
que Paulo Honório, após consultar algumas pessoas para que escrevam para ele desiste e
escrever por ele mesmo. Na alternativa B, a incorreção refere-se à “harmoniosa
convivência” com a esposa. Quem leu o livro ou conhece a obra que a convivência dos
dois era terrível. A letra C traz a afirmação verdadeira. A lógica da posse e do lucro
domina a personalidade de Paulo Honório. A alternativa D é incorreta, pois encontramos
na narrativa de Paulo muitas dúvidas e muitas negações. Por fim, a alternativa E falseia o
final do romance quando Paulo Honório sofre um processo de tomada de consciência, a
duras penas.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Graciliano Ramos”, página 4.

13. Banca: F.Carlos Chagas-SP

A obra de Jorge Amado, em sua fase inicial, aborda o problema da


a) seca periódica que devasta a região do Piauí.
b) decadência da aristocracia da cana-de-açúcar diante do aparecimento das usinas.
c) luta pela posse da terra na região cacaueira de Ilhéus.
d) vida nas salinas, que destrói paulatinamente os trabalhadores.
e) aristocracia cafeeira, que se vê à beira da falência com a crise de 29.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Como podemos ver na nossa questão, as três primeiras alternativas se referem a autores
específicos do romance de 1930. São eles: Raquel de Queiróz, José Lins do Rego e Jorge
Amado, respectivamente. As demais alternativas não correspondem a nenhum autor ou
obra da segunda fase do modernismo. A opção C que é a que melhor responde nossa
questão, trata do romance Terras do Sem-Fim.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Jorge Amado”, página 6.

14. Banca: (UFPE)

"Irmão... é uma palavra boa e amiga. Se acostumaram a chamá-la de irmã. Ela também
os trata de mano, de irmão. Para os menores é como uma mãezinha. Cuida deles. Para os
mais velhos é como uma irmã que brinca inocentemente com eles e com eles passa os
perigos da vida aventurosa que levam. Mas nenhum sabe que, para Pedro Bala, ela é a
noiva. Nem mesmo o Professor sabe. E dentro do seu coração Professor também a chama
de noiva."

(Jorge Amado, Capitães Da Areia)

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Considerando a obra e o autor do texto, assinale a alternativa INCORRETA.

a) O autor faz parte do romance regional de 30, quando se aprofundaram as


radicalizações políticas na realidade brasileira.
b) Jorge Amado representa a Bahia, "descobrindo" mazelas, violências e identificando
grupos marginalizados e revolucionários em "Capitães Da Areia".
c) Dora, Pedro Bala e Professor são alguns dos personagens da narrativa, que aborda a
dramática vida dos camponeses das fazendas de cacau no sul da Bahia.
d) O tom da narrativa aproxima-se do Naturalismo, alternando trechos de lirismo e
crueza. O nível de linguagem é coloquial e popular.
e) Capitães Da Areia pertence à primeira fase da produção de Jorge Amado, quando era
notório seu engajamento com a política de esquerda. Daí o esquematismo psicológico: o
mundo dividido em heróis (o povo) e bandidos (a burguesia).

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Nessa questão podemos ver que as alternativas todas estão corretas, exceto a C. Lembra
de que comentamos na aula que o cenário em que se passa Capitães da Areia é o do
tapiche, que é uma moradia improvisada de quem não tem condições financeiras (caso
você não tenha visto um tapiche, coloque no Google Imagens, que aparecem algumas
imagens de uma estrutura de madeira, que fica perto de rios e mar). Desta maneira, os
cenários não são das fazendas de cacau (que remete ao romance Terras do Sem-Fim) e
sim são desses tapiches. Outro erro de nossa alternativa é que a narrativa não se trata do
drama de viver em uma fazenda de cacau, e sim de crianças que se tornam
marginalizadas. Por isso, dentre as opções disponíveis, a alternativa C é a vencedora de
nossa questão.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Jorge Amado”, página 6.

15. Ano: 2004 Banca: UCS

Em relação à obra O quinze, de Rachel de Queiroz, é correto afirmar que

a) os retirantes aproveitaram a carne de uma rês que morreu do mal-do-chifre.


b) Chico Bento não era solidário com os retirantes mais necessitados.
c) Conceição é a personagem que efetua a ligação entre o universo dos ricos e dos
pobres.
d) o sucesso da família de Chico Bento confirma que, após o sofrimento, se chega a um
final feliz
e) a narrativa apresenta a divisão, própria do romance social, entre pobres bons e ricos
maus.

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GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Vimos que uma das temáticas mais importantes de O quinze é a representação dos
efeitos da seca. Ainda que não tenhamos aprofundado muito na leitura do romance,
podemos pensar que Conceição, por ser uma mulher estudada e cheia de ideais
libertários, provavelmente não estava próxima das questões sociais, o que elimina a
alternativa 3. A alternativa 4 não faz muito sentido, porque não há grandes perspectivas
em um lugar em que a seca é recorrente. As alternativas 1 e 2 são específicas demais, e
não retratam a intenção geral da obra, que é o que a nossa questão nos pede. Desta
maneira, a alternativa que mais se adéqua para responder a questão é a 5.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “Rachel de Queiroz”, página
3.

16. Banca: PUC-CAMP

Sobre José Lins Rego, é correto afirmar que:


a) se definiu, certa vez, como “apenas um baiano romântico e sensual”, assumindo-se
como contador de histórias de pescadores e marinheiros de sua terra.
b) retratou em sua obra a dura relação entre o homem e o meio, em especial a condição
subumana do nordestino retirante.
c) sempre se declarou escritor espontâneo e instintivo, consciente de que sua obra
continha muito de sua experiência pessoal em regiões da Paraíba e de Pernambuco.
d) escreve a saga da pequena burguesia depois de 1930, num tom leve e descontraído de
crônica e costumes.
d) é considerado mais por ter publicado a obra marco da literatura social nordestina, A
Bagaceira, do que pelos méritos de grande escritor.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
Esta questão nos pede para pensar nas características gerais da obra de autor. Neste
sentido, a opção A é muito específica, e coloca algo muito particular, que talvez não
esteja diretamente relacionado à obra de José Lins do Rego, o fato de ser romântico e
sensual, e de como isso talvez tenha afetado na maneira como ele conta histórias.
Sabemos que sua obra não trata de comentar sobre as tradições orais do sertão
nordestino, então a opção A está incorreta. A opção B se aproxima de outro autor que
estudamos um pouco antes, o Euclides da Cunha (se você não viu, que tal dar uma
olhada depois?), que escrevia exatamente sobre a figura do sertanejo em relação ao meio
em que ele vivia, mas que não tem nenhuma relação com nossa questão. A opção D está
bastante afastada de nosso autor porque comenta sobre pequena-burguesia, o que não é
o caso da temática tratada por José Lins do Rego; além disso, nosso autor escreve
romances, e não crônicas. Já a opção E se refere a outro autor, o José Américo de
Almeida, e está incorreta porque não é o que nossa questão nos pede. Nesse sentido, a
única alternativa possível para nossa questão é a C.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Modernismo 2º fase”, tema: “José Lins do Rego”, página
5.

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17- Banca: UFPR

A obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa:


a) continua o regionalismo dos fins do século passado, sem grandes inovações.
b) exprime problemas humanos, em estilo próprio, baseado na contribuição linguística
regional.
c) descreve tipos de várias regiões do Brasil, na tentativa de documentar a realidade
brasileira.
d) fixa os tipos regionais, com precisão científica.
e) idealiza o tipo sertanejo, continuando a tradição de Alencar.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Nesta questão, a única resposta que responde adequadamente nossa questão é a B. Veja
que a alternativa A está incorreta, pois vimos que Guimarães Rosa é um escritor original,
diferenciado e inovador em sua literatura, se pensarmos nos demais escritores que
estudamos até aqui. Uma alternativa parecida com a alternativa C apareceu em um
exercício anterior, e está incorreta, pois, como vimos, Guimarães Rosa trata
principalmente a respeito do sertão de Minas Gerais. A alternativa D parece apontar para
uma retomada da tradição da literatura de Euclides da Cunha, o que não e o caso com a
obra de nosso autor. A alternativa E também aponta uma retomada da tradição romântica
iniciada por José de Alencar com o Regionalismo romântico, o que também não tem
relação com nosso autor.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Geração de 45”, tema: “Guimarães Rosa”, página 4.

18- Ano: 2011 Banca: ENEM

Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os
pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risoinho e
habilidoso. Pergunto: - Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d'angola, como todo
mundo faz? - Quero criar nada não... - me deu resposta: - Eu gosto muito de mudar...
[...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção.
[...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de
minha terra. [...] Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes;
quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em
território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São Francisco, o
senhor sabe.

Fonte: ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorrente de uma desigualdade social
típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de
dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o
personagem-narrador

a) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em


ajudar seus agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de
trabalho.

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b) descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em


proprietário de terra.
c) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se
envolvem no trabalho da terra.
d) mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla
condição de homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.
e) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário
de terras.

GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
Dê atenção, em primeiro lugar, no texto, para um termo "meeiro". O meeiro é aquele que
trabalha cultivando para um dono de terras e divide o lucro com seu patrão. Nesse
trecho, o Zé-Zim trabalha para a família Guedes. A concentração de terras e a relação de
dependência, que solicita a questão, ficam destacadas pelo fato de, apesar de não ser
escravo, Zé-Zim ter sua liberdade restrita ao ter de se mudar junto com a família dos
patrões: "Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando
saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu". Além disso, também há uma relação
de proteção: "Eu dou proteção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era
menino". Isso é afirmado na alternativa D.
As alternativas A e E não estão certas, pois o narrador de Grandes Sertão Veredas é um
sertanejo sem posses. A alternativa B, por sua vez, está errada, porque não sabemos o
que acaba acontecendo depois com o meeiro. Por último, não há um tom de crítica em
relação ao meeiro, o que faz com que a alternativa C também esteja errada.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Geração de 45”, tema: “Guimarães Rosa”, página 4.

19- Ano: 2004 Banca: UFRGS

Assinale a alternativa incorreta em relação a João Cabral de Melo Neto:


a) É autor de poemas arquitetados segundo modos de composição que não privilegiam a
expressão emotiva do eu-lírico.
b) A sua poesia caracteriza-se por seguir as inovações formais do Modernismo e por
resgatar um regionalismo já presente na obra de Alencar.
c) Do conjunto da sua obra, em grande parte traduzida para diferentes idiomas,
destacam-se A Educação pela Pedra, O Cão sem Plumas e O Rio.
d) Escreveu Morte e Vida Severina, texto que foi musicado por Chico Buarque de Holanda.
e) Por meio de uma linguagem objetiva e visual, os seus poemas apresentam paisagens,
costumes e personagens do contexto nordestino brasileiro.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
A poesia de João Cabral de Melo Neto não tem a preocupação de romper com os rigores
formais da criação poética, assim como os primeiros modernistas o tinham. Apesar de
possuir regionalismo nas suas obras, ele não o resgata da mesma maneira que fez José
de Alencar, de uma forma patriótica exagerada, numa tentativa de criar uma identidade
nacional literária.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Geração de 45”, tema: “João Cabral de Melo Neto”, página
5.

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20. Ano: 2015 Banca: UFRGS

Considere os segmentos abaixo, retirados de Água viva, de Clarice Lispector.

Sei que depois de me leres é difícil reproduzir de ouvido a minha música, não é possível
cantá-la sem tê-la decorado. E como decorar uma coisa que não tem história?
(...)
Isto tudo que estou escrevendo é tão quente como um ovo quente que a gente passa
depressa de uma mão para a outra e de novo da outra para a primeira a fim de não se
queimar – já pintei um ovo. E agora como na pintura só digo: ovo e basta.

Leia as seguintes afirmações sobre os segmentos e a autora.

- Clarice Lispector é a grande representante da narrativa intimista brasileira, com sua


prosa que explora a subjetividade, a partir do eu que absorve os temas do mundo.

- O enredo, na narrativa, está a serviço das reflexões e dos sentimentos, motivo pelo qual
é possível chamá-la de prosa poética.

- A narradora tem consciência da limitação da palavra para representar a complexidade


da vida e do mundo, por isso se contenta com a palavra mínima/a palavra básica.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) I, II e III

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Clarice Lispector possui uma narrativa peculiar, em que o conteúdo do texto está sempre
a serviço de alguns procedimentos narrativos, como por exemplo, o monólogo interior e o
fluxo de consciência, resultando em uma narrativa intimista. Algumas obras da autora –
como “Água Viva” – possuem uma prosa que faz uma sondagem psicológica dos
personagens. Assim, o romance pode ser chamado de poema em prosa, ou ainda, de
prosa poética. De acordo com o fragmento, a narradora admite a dificuldade que é
transformar os sentimentos em palavras, por isso sintetiza o que sente na palavra “ovo”.

Revise no Mapa Mapa Mental: “Geração de 45”, tema: “Clarice Lispector”, página 3.

21- Ano: 2016 Banca: Enem

A partida de trem

Marcava seis horas da manhã. Angela Pralini pagou o táxi e pegou sua pequena valise.

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Dona Maria Rita de Alvarenga Chagas Souza Melo desceu do Opala da filha e
encaminharam-se para os trilhos. A velha bem-vestida e com joias. Das rugas que a
disfarçavam saía a forma pura de um nariz perdido na idade, e de uma boca que outrora
devia ter sido cheia e sensível. Mas que importa? Chega-se a um certo ponto — e o que
foi não importa. Começa uma nova raça. Uma velha não pode comunicar-se. Recebeu o
beijo gelado de sua filha que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a antes a subir no
vagão. Sem que neste houvesse um centro, ela se colocara do lado. Quando a locomotiva
se pôs em movimento, surpreendeu-se um pouco: não esperava que o trem seguisse
nessa direção e sentara-se de costas para o caminho.

Angela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou: — A senhora deseja trocar de


lugar comigo?

Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, disse que não, obrigada, para ela dava no
mesmo. Mas parecia ter-se perturbado. Passou a mão sobre camafeu filigranado de ouro,
espetado no peito, passou a mão pelo broche. Seca. Ofendida? Perguntou afinal a Angela
Pralini:

— É por causa de mim que a senhorita deseja trocar de lugar?

Fonte: LISPECTOR, C. Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1980
(fragmento).

A descoberta de experiências emocionais com base no cotidiano é recorrente na obra de


Clarice Lispector. No fragmento, o narrador enfatiza o(a)

a) comportamento vaidoso de mulheres de condição social privilegiada.


b) anulação das diferenças sociais no espaço público de uma estação.
c) incompatibilidade psicológica entre mulheres de gerações diferentes.
d) constrangimento da aproximação formal de pessoas desconhecidas.
e) sentimento de solidão alimentado pelo processo de envelhecimento.

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:
Clarice Lispector é conhecida por, com sua literatura, adentrar os lugares mais obscuros
da alma humana. O sentimento de solidão marca todo o parágrafo, mas ele não está
dado explicitamente. No entanto, com um olhar mais atento podemos percebê-lo.
Angela Pralini, por exemplo, está sozinha. Desce do táxi e embarca no trem sem
companhia alguma. Já Dona Maria Rita, apesar de estar acompanhada pela filha, tem
uma relação distante com ela. Observemos o beijo gelado e o fato de a filha ter ido
embora antes de o trem partir.
Podemos imaginar que a simpatia e a delicadeza de Angela para com Maria Rita é a
expressão de um desejo por companhia. Da mesma forma, o espanto de Dona Maria Rita
para com essa delicadeza pode nos dar a ideia de uma mulher acostumada a seres
humanos isolados em suas próprias ilhas, seres que não se conectam, que não estendem
a mão.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Geração de 45”, tema: “Clarice Lispector”, página 3.

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22- Banca: PUC-PR

A poesia concreta no Brasil caracteriza-se por:

a) dar continuidade à corrente intimista e estetizante dos anos 40.


b) descaso pelos aspectos formais do poema e preferências pela linguagem correta.
c) preocupação com a correção sintática, pela renovação dos temas relacionados com os
estados psíquicos do poeta.
d) rigidez no nível prosódico e pela impassibilidade diante dos problemas nacionais.
e) visar a atingir e a explorar as camadas materiais do significante (som, letra impressa,
linhas, superfície da folha).

GABARITO: E
COMENTÁRIOS:

Tendo em vista as características que demarcaram a tendência concretista, atestamos ser


a letra “E” a que mais se adéqua ao enunciado proposto pela questão, sobretudo pelo
fato de um desses traços serem demarcados pelo poema-objeto, ou seja, aos poucos, o
lirismo pungente foi cedendo espaço para o que havia de concreto, ora materializado
pelos aspectos sonoros, visuais e semânticos. Dessa forma, a linguagem verbalizada,
materializada pelo discurso propriamente dito, foi substituída pela comunicação visual. As
outras opções não abordam as características do Concretismo.
Letra A- A corrente concreta não era intimista.
Letra B- O concretismo não se fechava a ideia de linguagem correta, nem podemos dizer
que por não obedecer a aspectos formais tinha descaso com isso.
Letra C- o concretismo não tinha preocupação em obedecer a ordem sintática.
Letra D- Nenhuma rigidez pode ser relacionada com o Concretismo, já que este quebrava
qualquer rigidez na maneira de fazer poesia.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Geração de 45”, tema: “Concretismo”, página 6.

23. Banca: UEL – Londrina

Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema

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com seu salário de fome


sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,


está fechado:
"não há vagas"

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira.

Ferreira Gullar

Sobre o poema Não há vagas, de Ferreira Gullar, é correto afirmar:

a) Ao ser aproximada de um ato lúdico como o fazer poesia, a crítica social é atenuada e
perde força.
b) A ruptura com o verso tradicional situa o poema no contexto da primeira geração
modernista.
c) Nota-se uma conjunção entre a reflexão sobre o fazer poético e a preocupação com a
realidade social adversa.
d) A crítica política e a reflexão sobre a literatura presentes no poema configuram
exceção na produção poética de Ferreira Gullar.
e) Trata-se de texto poético que destoa do conjunto da obra Toda poesia por utilizar
redondilhas maiores e menores.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A poesia de Ferreira Gullar (Neoconcreta) mostra um estado de alta tensão psíquica e
ideológica: seus textos, independentemente dos temas abordados, são participantes, isto
é, engajados, evidenciando a preocupação do poeta com as mazelas sociais e, sobretudo,
a preocupação em contribuir para a transformação da sociedade brasileira.
Letra A- Errada. A crítica social não perde a força em sua poesia.
Letra B- Errada. O Neconcretismo não faz parte da primeira geração Moderna.
Letra D- Errada. A crítica política e a reflexão sobre a literatura presentes no poema não
configuram exceção na produção poética de Ferreira Gullar. E sim, uma recorrência.
Letra E- Errada. O poema não destoa do livro Toda Poesia, reunião de 10 de suas obras.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Literarura Contemporânea”, tema: “Ferreira Gular”, página
6.

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24. Banca: UFAL

Leia abaixo o poema de Paulo Leminski:

Sobre a mesa vazia


Abro a toalha limpa
A mente tranquila
Palavra mais linda

Aqui se acaba
A noite mais braba
A que não queria
Virar puro dia

Somos um outro
Um deus, enfim,
Está conosco.

In: Leminski, Paulo. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras.

Sobre o poema é possível NÃO é possível afirmar que:


a) As estrofes não tem relação entre si.
b) superação de turbulências da mente é um dos temas do poema.
c) o dia, no poema, representa a chegada da tranquilidade, o fim de um caos.
d) tranquilidade, no poema, tem relação com comunhão.
e) a palavra linda a que o poeta se refere é “tranquila”.

GABARITO: A
COMENTÁRIOS:
A opção A está incoerente. O poema está completamente interligado. Podemos imaginar,
no entanto, que a ordem cronológica não é linear. No início, temos o eu-lírico tranquilo,
abrindo uma toalha limpa sobre a mesa. Limpa como sua mente que está em paz. No
entanto, anteriormente parece que não havia tranquilidade e que uma tormenta demorou
a ir embora como vimos na segunda estrofe: “a noite mais braba que não queria virar
puro dia”.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Literarura Contemporânea”, tema: “Poesia Marginal”,
página 10.

25. Ano: 2013 Banca: Enem

Entre as propostas estéticas do movimento tropicalista, ou Tropicália, pode-se destacar:

a) Uma forte rejeição à contracultura e ao uso de elementos do rock'n roll.

b) O uso de elementos exclusivos da cultura primitiva dos índios brasileiros.

c) O uso da linguagem pop, que pode ser atestada inclusive na capa do álbum Tropicália,

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ou Panis et Circensis.

d) Ruptura total com a tradição da música brasileira, como o samba e a bossa nova.

e) Ruptura total com o Concretismo, movimento artístico dos anos 1950.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS:
A linguagem pop (como o cinema e a música americana) e a propaganda foram de
fundamental importância para o tropicalismo. Essa ideia de incluir elementos pop em arte
já havia sido disseminada no Brasil com o Movimento Concretista nos anos 1950. Os
tropicalistas foram influenciados por concretistas, como Décio Pignatari, os irmãos
Augusto e Haroldo de Campos e Hélio Oiticica, e agregaram essas influências à sua
proposta estética. O tropicalismo não pregava ruptura com outras tendências, como o
Samba e a bossa nova. A ideia era usar essas tendências, inclusive o rock. Assim, a
questão correta é a letra C.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Literatura Contemporânea”, tema: “Tropicália”, página 10.

26. Banca: UCPEL

Sobre Mário Quintana e sua obra, analise as afirmações seguintes como falsas (F) ou
verdadeiras (V).

I. Vindo de um mundo destruído em sua grandeza, Mário constrói, a princípio, uma poesia
eminentemente crepuscular, percorrida por uma constante amargura e articulada em
torno da morte e da tristeza das coisas.

II. O poeta também escreve poemas curtos em prosa. Lembram epigramas, pois são
apresentados em prosa, mas com dimensão e densidade poéticas e, por isso,
necessariamente curtos e geralmente irônicos.

III. A manutenção de uma lírica tradicional é contrabalançada por uma linguagem de


absoluta simplicidade, como se em Quintana houvesse a fusão do subjetivismo
crepuscular, de origem simbolista, com o estilo coloquial da poesia moderna. A sequência
correta é

a) F – V – F
b) V – V – V
c) F – V – V
d) F – F – F
e) V – F – F

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GABARITO: B
COMENTÁRIOS:

Resolução: V – V – V
I. Vindo de um mundo destruído em sua grandeza, Mário constrói, a princípio, uma poesia
eminentemente crepuscular, percorrida por uma constante amargura e articulada em
torno da morte e da tristeza das coisas.
II. O poeta também escreve poemas curtos em prosa. Lembram epigramas, pois são
apresentados em prosa, mas com dimensão e densidade poéticas e, por isso,
necessariamente curtos e geralmente irônicos.
III. A manutenção de uma lírica tradicional é contrabalançada por uma linguagem de
absoluta simplicidade, como se em Quintana houvesse a fusão do subjetivismo
crepuscular, de origem simbolista, com o estilo coloquial da poesia moderna.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Literatura Contemporânea”, tema: “século XIX”, página 7.

27. Banca: UFRGS

Leia o poema abaixo, de Ana Cristina César.

FINAL DE UMA ODE

Acontece assim: tiro as pernas do balcão de onde via um sol de


inverno se pondo no Tejo e saio de fininho dolorosamente
dobradas as costas e segurando o queixo e a boca com uma das
mãos. Sacudo a cabeça e o tronco incontrolavelmente, mas
de maneira curta, curta, entendem? Eu estava dando
gargalhadinhas e agora estou sofrendo nosso próximo
falecimento, minhas gargalhadinhas evoluíram para um
sofrimento meio nojento, meio ocasional, sinto um dó extremo
do rato que se fere no porão, ai que outra dor súbita, ai que
estranheza e que lusitano torpor me atira de braços abertos
sobre as ripas do cais ou do palco ou do quartinho. Quisera
dividir o corpo em heterônimos – medito aqui no chão, imóvel,
tóxico do tempo.

Considere as seguintes afirmações sobre esse poema.

I - O eu-lírico assume postura confessional, atento aos elementos desconexos do


cotidiano.
II - O eu-lírico declara sentir-se fragmentado (“dividir o corpo em heterônimos”), pois
percebe o ambiente que o circunda a partir de pontos de vista divergentes entre si.
III - O eu-lírico sofre e se descontrola diante de sua incapacidade para mudar os fatos
que o atormentam.

Quais estão corretas?

100
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a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) I, II e III.
d) Apenas II.
e) Apenas I e III.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS:
Vamos analisar as alternativas:
I. Correta! O eu-lírico assume postura confessional, atento aos elementos desconexos do
cotidiano. Podemos ver isso na estrutura sintática do poema, escrito em primeira pessoa
do singular.
II. Correta! ("ai que estranheza e que lusitano torpor me atira de braços abertos / sobre
as ripas do cais ou do palco ou do quartinho").
III. Incorreta. O eu lírico não demonstra sofrimento palpável no poema, é apenas um
confissão, angustiada, sim, de certo ponto de vista, mas não há sofrimento. O eu lírico
sente-se fragmentado em relação às diversas situações cotidianas em que se insere,
entretanto, não há como inferir sofrimento descontrolado do poema.
Revise no Mapa Mapa Mental: “Literarura Contemporânea”, tema: “Século XIX”, página 7.

101
Parabéns!

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