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“Carta de Pero
Vaz de
Caminha”
@profhenriquelandim
OBRA: “Carta de Pero Vaz de Caminha”
AUTOR: Pero Vaz de Caminha
@profhenriquelandim
SE LIGA NO TRECHO:
[...]
Andamos por aí vendo o ribeiro, o qual é de muita água e muito boa. Ao longo dele há
muitas palmeiras, não muito altas; e muito bons palmitos. Colhemos e comemos muitos
deles.
Foi o Capitão com alguns de nós um pedaço por este arvoredo até um ribeiro grande, e de
muita água, que ao nosso parecer é o mesmo que vem ter à praia, em que nós tomamos
água. Ali descansamos um pedaço, bebendo e folgando, ao longo dele, entre esse arvoredo
que é tanto e tamanho e tão basto e de tanta qualidade de folhagem que não se pode
calcular. Há lá muitas palmeiras, de que colhemos muitos e bons palmitos.
[...]
Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve
sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela.
Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o estender muito para se cobrir. Assim, Senhor, a
inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior — com respeito ao pudor.
MITO DE FUNDAÇÃO:
Vivemos na presença difusa de uma narrativa da origem. Essa narrativa, embora
elaborada no período da conquista, não cessa de se repetir porque opera como
nosso mito fundador. [...] Mito fundador porque, à maneira de toda a
“fondatio”, impõe um vínculo interno com o passado como origem, isto é, com
um passado que não cessa, que não permite o trabalho da diferença temporal e
que se conserva como permanente presente. Um mito fundador é aquele que
não cessa de encontrar novos meios para exprimir-se, novas linguagens, novos
valores e ideias, de tal modo que, quanto mais parece ser outra coisa, tanto
mais é a repetição de si mesmo (CHAUI, Marilena. O mito fundador do Brasil. Caderno Mais. Folha de São Paulo.
São Paulo, 26 de Março de 2000, p. 10)
METALINGUAGEM:
Caminha é o representante do homem que tem sua formação no imaginário
medieval, mas que se aproxima do humanismo e das pretensões objetivistas da
razão renascentista. Por conta disso, atribui-se isenção moral, objetividade e
análise científica apuradas. Pretende-se isento de condicionamentos, mas, na
verdade, Caminha não escapa do misticismo e da ambivalência. De posse dessa
formação transitória entre o velho e o moderno, julga com a visão social de uma
sociedade letrada, religiosa, conservadora e, ao mesmo tempo, lançada ao
desenvolvimento técnico e em sintonia com a visão dos estudos avançados dos
novos lugares “descobertos”.
@profhenriquelandim
SE LIGA NO TRECHO:
Posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa
Alteza a notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação
achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu
melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer!
▪ 23 de abril (sexta): 2 índios são levados à nau ▪ 28 de abril (quarta): organizam os barcos
(índio bebeu vinho e água, apresentaram para a partida.
papagaio, carneiro, galinha. Na ocasião ocorreu
episódio do colar de ouro e do castiça de prata) ▪ 29 de abril (quinta): em terra os lusos
beijam a cruz.
▪ 24 de abril (sábado): 2 degredados vão à terra.
▪ 01 de maio (sexta): pela manhã rezam com
▪ 25 de abril (domingo): ocorre uma missa em 70 índios.
uma ilha.
QUESTÃO 01
O culto a natureza, característica da literatura brasileira, tem sua origem nos textos da
Literatura de Informação. Assinale o fragmento da carta de Caminha que já revela a
mencionada característica:
a) “Viu um deles umas contas rosário, brancas; acenou que lhes dessem, folgou muito com
elas, e lanço-as ao pescoço.”
b) “Assim, quando o batel chegou a foz do rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos
todos nus sem nenhuma roupa que lhes cobrisse suas vergonhas.”
c) Mas a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados como os de Entre-Douro e
Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas
e indefinidas. De tal maneira é graciosa e querendo aproveita-las, dar-se-à nela tudo por
bem das águas que tem.”
d) “Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E
esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”
e) “Mostrara-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo, tornaram-no logo na mão e
acenaram para a terra, como quem diz que os estavam ali.”
QUESTÃO 02
Avalie as produções culturais abaixo que remetem ao mesmo contexto histórico –
Descobrimento do Brasil – e faça o que é pedido:
TEXTO I
TEXTO II
“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos
traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijamente sobre o batel e Nicolau Coelho lhes
fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na
costa. Deu-lhes somente um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levada na
cabeça e um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha pequena de penas
vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas
brancas, miúdas, ‘que querem parecer de aljaveira as quais peças creio que o capitão manda
a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala,
por causa do mar’” (OLIVIERI, Antonio Carlos; VILLA, Marco Antonio. (Org). Cronistas do descobrimento. 3.ed. São Paulo, 2000, p. 20 - 21).
A leitura dos textos nos permite inferir que:
A) A pintura e o texto nos mostram o mesmo ponto de vista (olhar eurocêntrico) que
predominava no século XVI.
B) No texto I a inversão do observador, deslocado para o continente, ao contrário da ordem
estabelecida pelo discurso histórico oficial, produz um efeito crítico.
C) O texto II expressa a positiva troca de elementos culturais entre duas culturas que sempre
se respeitaram mutuamente.
D) O texto I é uma espécie de embrião da nossa Literatura (Quinhentismo), que nos revela
uma visão completamente ficcional sobre o “novo mundo”.
E) Os índios do texto I apresentam fortes recursos bélicos para defender o seu lugar de
origem.
QUESTÃO 03
ERRO DE PORTUGUÊS
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