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Unidade 1: Do descobrimento ao Brasil Colônia

Objetos de aprendizagem
OBJETO 1: O QUE É HISTÓRIA?
Neste tema, vamos entender o conceito de História, conhecendo suas origens, seus períodos e
suas principais definições. Descobriremos, ainda, sua importância para a formação da
sociedade em que vivemos, analisando seu papel fundamental como um dos mais antigos
saberes constituídos pelo homem.

OBJETO 2: O DESCOBRIMENTO DO BRASIL E AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS NA


FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA
Neste tema, exploraremos o descobrimento do Brasil, analisando o contexto histórico em que
ocorreu e conhecendo as primeiras ações dos portugueses em nosso país.

OBJETO 3: A SOCIEDADE BRASILEIRA COLONIAL: ESCRAVISMO E EXCLUSÃO SOCIAL


Aqui, estudaremos o processo de construção da sociedade brasileira, analisando a história da
escravidão no país, a formação de nossas primeiras cidades e as mais relevantes rebeliões do
período colonial brasileiro.

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Fóruns
PROPOSTA 1: A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA
A Carta de Pero Vaz de Caminha, também conhecida como Carta a El-Rei Dom Manoel sobre o
achamento do Brasil, é considerada o primeiro documento escrito da história do Brasil. Nela,
Caminha escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral registra suas primeiras impressões
sobre a terra recém-descoberta, descrevendo a fauna, a flora, o clima e a paisagem humana.
Ele relata também o desembarque dos portugueses na praia, o primeiro contato com os índios
e a primeira missa realizada aqui.
Discuta com seus colegas a importância deste documento na História do Brasil.

COMENTÁRIOS:
O documento, datado de 1º de maio de 1500, permaneceu inédito durante mais de dois
séculos, e foi mantido no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. No ano de 2005, a
Carta foi inscrita no Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Trata-se do primeiro documento em língua
portuguesa incluído nesse programa, cujo objetivo é preservar registros de grande valor
histórico.
Em geral, o estudo de História nos dá acesso a tudo o que se relaciona à evolução da
sociedade humana, em todos os seus aspectos, da Antiguidade aos dias atuais. Ao analisar as
raízes históricas de um país, por exemplo, conseguimos compreender com muito mais clareza
suas atuais circunstâncias sociais, políticas e econômicas.

PROPOSTA 2: O TRÁFICO NEGREIRO NO BRASIL


Ao longo da conquista do Novo Mundo pelos europeus, fez-se necessária mão de obra para
realizar os trabalhos nos novos domínios na América. A princípio, os indígenas locais foram
escravizados, mas essa prática logo foi vetada pela Igreja Católica.
Assim, os portugueses retornaram à África para comprar escravos. A escravização era um
costume antigo no continente africano, porém, a procura dos europeus levou à sua
intensificação. No início do século XV, o tráfico de escravos cresceu enormemente.
Feitorias (locais onde as mercadorias eram armazenadas e negociadas) e portos de
abastecimento de escravos foram estabelecidos no litoral africano pelos países europeus.
Neles, os escravos embarcavam rumo às colônias europeias em navios conhecidos como
tumbeiros.

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Tumbeiro (ilustração de 1835). Fonte: Joham Moritz Rugendas.

Discuta com seus colegas o que eram os chamados tumbeiros. Por quanto tempo durou o
tráfico negreiro no Brasil? O que eram os quilombos? Em que ano foi abolida definitivamente a
escravidão em nosso país?

COMENTÁRIOS:
Durante a viagem da África para o Brasil, que levava de 30 a 45 dias, os escravos, originários
de diversas regiões e etnias africanas, recebiam tratamento violento e escassa alimentação.
Eram normalmente punidos e maltratados injustificadamente. Viajavam em pequenos navios
lotados, em ambientes insalubres que facilitavam a multiplicação de enfermidades.
O tráfico negreiro no Brasil perdurou do século XVI ao XIX. O país recebeu a maioria de
escravos africanos do período e também foi a última nação da América a abolir tal prática, em
1888.

PROPOSTA 3: ANCHIETA: O SANTO QUE INVENTOU RIO E SÃO PAULO


Sua língua paterna era o basco, mas falava latim, espanhol e português fluentemente; foi o
primeiro a escrever uma gramática.
RIO Entre as décadas de 1550 e 60, os dois padres jesuítas viviam juntos: Manuel da
Nóbrega e José de Anchieta. A pé, caminhando pelas matas do sudeste brasileiro, faziam uma
dupla peculiar. O velho Nóbrega era gago, um dos homens mais cultos do tempo, tinha um
grave problema de circulação nas pernas que provocava feridas expostas.
Por vezes, perante o relevo mais difícil de certas trilhas, não conseguia andar. Aí, Anchieta
ainda rapaz o carregava. Era corcunda e feio, o jovem noviço. Quando menino, diziam, uma
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escada lhe caíra nas costas provocando dano. Brilhante. A língua paterna era o basco, mas
falava latim, espanhol e português fluentemente, dominou rápido o Nhengatú dos tupis e foi o
primeiro a escrever uma gramática. A língua lhe era útil para ensinar o Evangelho e para
negociar a paz ou a guerra. Juntos, Nóbrega e Anchieta fundaram São Paulo e Rio de Janeiro.
Primeiro, em 1554, os padres fizeram erguer um Colégio no planalto entre os rios Tietê e
Anhangabaú, não longe da aldeia tupiniquim comandada por Tibiriçá. Foram apresentados,
líder índio e os dois padres, por João Ramalho, um português que há muito já vivia com os da
terra. São Paulo era uma cidade atípica. Até ali, todas as cidades portuguesas na América
haviam sido criadas no litoral. Nóbrega, no entanto, já percebia que sem alianças com os tupis,
os portugueses não teriam como ganhar o interior do novo país. E o caminho mais fácil para
travar uma aliança começava ali, com o velho João Ramalho e seu sogro, Tibiriçá. Fundar São
Paulo foi sua decisão, não de Lisboa. Fundar São Paulo era boa política. E, a seu lado, Anchieta
se tornava rapidamente o mais confiável especialista na cultura nativa para travar este diálogo.
Não era trivial a geopolítica naquele Brasil que ainda nascia. Uma política para a qual os
europeus não tinham muita sensibilidade, mas que Nóbrega e Anchieta logo compreenderam
ser fundamental para que os planos de colonização da Coroa tivessem futuro.
Na primeira década de vida, São Paulo quase caiu. Os tupinambás inimigos, sediados na Baía
de Guanabara, atacavam constantemente o protótipo de cidade. Muitos morreram. Expulsar os
tupinambás da Guanabara seria a única forma de garantir a sobrevivência daquele povoado. A
princípio, a Coroa portuguesa não parecia muito interessada. A presença de um arremedo de
colônia francesa no local terminou sendo o argumento ao qual Nóbrega se abraçou para
convencer Lisboa. Os franceses foram expulsos em dois dias. Vencer os tupinambás, porém,
só ocorreu após uma guerra de sete anos, iniciada em 1560 e que só terminou em 1567.
Extrema-unção a Estácio
O Rio de Janeiro foi fundado em 1º de março de 1565, entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara
de Cão, por dois homens jovens. O comandante Estácio de Sá mal tinha passado dos 20 anos,
o ainda noviço José de Anchieta estava com 30. Primeiro ergueram uma paliçada, então no
meio uma igreja à moda tupi: um casebre erguido por toras com telhado de sapé. Nos dois
anos seguintes, resistiram a violentos ataques. Anchieta só deixou a cidadela uma única vez,
para rumar à Bahia onde foi ordenado padre. Quando caiu Uruçumirim, a aldeia inimiga, em
1567, Anchieta estava lá. Rezou a primeira missa pós-vitória. Deu extrema-unção a Estácio,
ferido de morte na batalha final. Fundou um hospital de improviso para atender aos feridos. É a
Santa Casa de Misericórdia.
Anchieta escreveu um livro, Os feitos de Mem de Sá, para contar, num longo poema épico, a
história da conquista da Guanabara. Até naquele texto bajulatório havia artimanha política.
Servia para agradar ao governador-geral, mas servia também de propaganda para fortalecer Sá
perante a Coroa. De certa forma, é o primeiro livro de história do Rio. Quando, em março
daquele ano, a cidade foi transferida para o alto do Morro do Castelo, ali Anchieta fez construir
um novo Colégio dos Jesuítas. Era o terceiro do Brasil, após Salvador e São Paulo. Em São
Paulo, o Colégio São Luís, a uma quadra da Avenida Paulista, é o herdeiro da tradição. No Rio,
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seu sucessor opera hoje em Botafogo, é o Santo Inácio. De certa forma, as PUCs são suas
herdeiras.
São Paulo e Rio de Janeiro nasceram por conta de um cálculo político de Nóbrega e Anchieta.
O mesmo Anchieta que, agora, é transformado em santo pelo papa Francisco. Em um país
cada vez menos católico, o padre José de Anchieta foi sendo lentamente esquecido, como se
fosse uma figura secundária na história. É um engano. Naquela decisão de ambos, nasceu o
sul do Brasil. O sul que, hoje, serve de centro econômico à terra.
Fonte: Doria (2014)

Para refletir:
Manuel da Nóbrega e José de Anchieta foram os responsáveis pela fundação de São Paulo e
Rio de Janeiro. No caso paulista, tupinambás e franceses representaram uma forte ameaça ao
povoado logo nos primeiros anos.
Como seria o Brasil hoje caso São Paulo, seu grande polo econômico, fosse tomado dos
colonizadores portugueses?

COMENTÁRIOS:
A área que hoje corresponde ao território paulista já era habitada por povos indígenas desde
aproximadamente 12000 a.C. No início do século XVI, o litoral da região começou a ser
visitado por navegadores portugueses e espanhóis. No entanto, apenas em 1532 o português
Martim Afonso de Sousa iria fundar a primeira povoação de origem europeia a vila de São
Vicente, na atual Baixada Santista. No século XVII, os bandeirantes paulistas intensificaram a
exploração do interior da colônia, o que acabou por expandir os domínios territoriais dos
portugueses na América do Sul. No século XVIII, após a instituição da Capitania de São Paulo,
a região começa a ganhar peso político. Após a independência, durante o Império, São Paulo
começa a se tornar um grande produtor agrícola (principalmente de café), o que acaba por
criar uma rica oligarquia rural regional, que iria se alternar no comando do governo brasileiro
com as elites mineiras durante o início do período republicano. Sob o regime de Vargas, o
estado é um dos primeiros a iniciar um processo de industrialização e sua população se torna
uma das mais urbanas da federação.
Segundo o IBGE, em pesquisa realizada em setembro de 2015, São Paulo tinha a maior
produção industrial do país, com o maior PIB entre todos os estados brasileiros. Em 2011, a
economia paulista respondia por cerca de 32,1% do total de riquezas produzidas no país, o
que tornou o estado conhecido como a "locomotiva do Brasil".[11] O PIB paulista equivale à
soma das economias de Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.[12] Se fosse um país
independente, seu PIB nominal poderia ser classificado entre os 20 maiores do mundo
(estimativa de 2010).[13] Além da grande economia, São Paulo possui bons índices sociais
em comparação ao registrados no restante do país, como o segundo maior Índice de
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Desenvolvimento Humano (IDH), o segundo maior PIB per capita, a segunda menor taxa de
mortalidade infantil, a menor taxa de homicídios e a quarta menor taxa de analfabetismo entre
as unidades federativas brasileiras.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(estado)

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