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HISTÓRIA DO BRASIL

Brasil Pré-Colonial – (1500-1530)


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BRASIL PRÉ-COLONIAL – (1500 - 1530)

HISTÓRIA DO BRASIL

Período Pré-Colonial
1500 a 1530
Entre 1500 e 1530, há uma omissão colonizadora porque Portugal está muito
mais interessado nas especiarias do Oriente.

Antes da chegada dos portugueses, o nome atribuído ao território era Pindo-


rama, que significava “terra das árvores altas”.
Os indígenas atribuíram essa denominação pautados nas características da
natureza. Os portugueses escolheram nomes relacionados com a natureza e a
religiosidade. O homem branco que está chegando é um indivíduo dotado de
valores católicos, europeus, de características etnocêntricas (que considera o
seu grupo étnico ou cultural superior aos demais). Traz com eles conceitos de
pecado, de salvação, de inferno.
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PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530)

Choque cultural entre nativos, considerados primitivos e endemonizados, e


europeus, que se sentiam responsáveis por difundir seu processo civilizador.

Para o europeu a sua cultura devia ser difundida para só assim tornar os pri-
mitivos e endemonizados pessoas civilizadas.
Há um estranhamento cultural quando não se julga normal um ato praticado
por outra sociedade e, ao julgar o seu próprio padrão superior ao outro, ocorre o
etnocentrismo.
O primeiro encontro entre portugueses e indígenas é pacífico.
O português chega, o indígena está. O português traz algumas coisas e os
indígenas entregam outras. A ideia errônea difundida era de que os indígenas
aceitavam espelhos e bugigangas e muito felizes entregavam suas riquezas,
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que significavam muito para o europeu, e não para os indígenas, que não possu-
íam a concepção da riqueza da forma que os portugueses tinham. Os portugue-
ses eram mercantilistas. Esse é o estranhamento cultural, o choque de culturas.
Portugal não está interessado em colonizar a nova terra. Organiza algumas
expedições de reconhecimento e essa relação é amistosa, é de escambo, de
trocas.

PRIMEIROS CONTATOS

• Expedições portuguesas (exploradoras e policiadoras):


• Acordo entre a Coroa portuguesa e grupos particulares, que em troca se
comprometiam a erguer feitorias no litoral;
• Feitorias: armazéns fortificados para estoque e proteção de produtos;
• As feitorias se localizavam no litoral. As caravelas carregavam as madeiras
armazenadas nas feitorias e partiam.
• Desinteresse inicial de Portugal em investir na colonização;
• A alta lucratividade do comércio de especiarias até meados do século XVI;
• A não garantia de lucro proveniente da exploração do território;
• Descoberta e monopólio da extração do pau-brasil (estanco);

Estanco é o monopólio régio no exercício de uma atividade econômica, salvo


o seu desempenho pela Coroa ou a quem esta delegasse.
• Exploração da mão de obra nativa por meio do escambo;

Nesse momento, a mão de obra é livre porque a relação era pacífica.


• Corte e transporte de produtos em troca de utensílios de pouco valor
comercial;

Os indígenas tinham a sua mística na aceitação desses objetos trazidos pelos


portugueses.
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EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS E GUARDA COSTEIRAS

Gaspar de Lemos (1501).


Gonçalo Coelho (1503).
Objetivos: fazer o reconhecimento geográfico e verificar as possibilidades de
exploração econômica da nova terra descoberta. Denominação dos acidentes
geográficos e constatação da existência de pau-brasil.
De 1516 a 1526, Cristóvão Jacques realizou várias expedições no sentido de
policiar o litoral e explorar os contrabandistas, fazendo, assim, uma espécie de
segurança do litoral.
Espanha e Portugal eram países católicos. Quem fez a Bula Inter Coetera e
o Tratado de Tordesilhas foi a igreja católica, mas muitos países não reconhece-
ram o Tratado de Tordesilhas.
A Rainha Elizabeth da Inglaterra permitiu a pirataria, os franceses invadiram
o Rio de Janeiro. A interrogação da época era: onde estava o testamento Adão
que tinha conferido à igreja o direito de dividir o mundo em dois?
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DECLÍNIO DO COMÉRCIO PORTUGUÊS NO ORIENTE

A modernidade capitalista (Usura, valorização do trabalho, calvinismo etc) foi


tardia em Portugal e em suas colônias:
• A doutrina católica representou uma âncora no avanço comercial portu-
guês;
• A coroa portuguesa temia a ascensão burguesa;
• Portugal transferia o comércio de especiarias aos mercadores holandeses;
• O crescimento da concorrência do comércio de especiarias entre os países
europeus abalou a economia portuguesa;
• Aumento de expedições policiadoras no território, principalmente para
impedir invasões estrangeiras como de franceses;
• Expedição de Martin Afonso de Souza em 1530 e fundação da Vila de São
Vicente em 1531, a primeira da colônia, além da doação de sesmarias e
criação do Engenho do Governador para a produção de açúcar.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. A respeito da imagem acima, que reproduz um quadro de Victor Meirelles, é


correto afirmar que ela representa
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a. a descoberta do Brasil no século XV, em uma concepção profundamente


religiosa, típica da Ditadura Militar.
b. os primórdios da presença europeia no Brasil, em uma concepção român-
tica de exaltação da nacionalidade, típica do século XIX.
c. a união entre brancos, negros e indígenas no Brasil, em uma concepção
modernista, típica das primeiras décadas do século XX.
d. a destruição das populações indígenas a partir do século XVI, em uma
concepção crítica, típica de finais do século XIX.
e. a união das populações brasileiras contra as invasões holandesas do sé-
culo XVII, em uma concepção acadêmica, típica da segunda metade do
século XVIII.

Comentário
A bordo das caravelas, vinham religiosos com o propósito de trazer o Evangelho
e catequizar as pessoas.

2. Em relação aos índios que viviam no litoral brasileiro, no contexto dos primei-
ros contatos com os europeus, durante a chamada fase do escambo (1500-
1530), é correto afirmar que
a. disputavam o litoral os grupos Tupi e Tapuia (Tupinambá, Tupiniquim, Ai-
moré, Guaicurus, por exemplo). Diferentemente dos Tupi, horticultores de
floresta, os Tapuia viviam da caça e da coleta. Liderados por seus caciques
e pajés, os índios procuravam tirar proveito das relações com os europeus
com vistas a vencer seus inimigos.
b. predominavam os grupos pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani
(Tupinambá, Tupiniquim, Carijó etc.). Os índios viviam em aldeias, sob a
liderança de caciques e pajés, praticavam a horticultura associada à caça
e à coleta. Os primeiros contatos foram, de modo geral, amistosos com o
estabelecimento de trocas e alianças entre índios e brancos
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c. predominavam povos pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani. A


vida em aldeias e a liderança de caciques e pajés eram elementos fun-
damentais da organização social desses povos. A disputa entre colonos
e índios pela terra, o interesse dos colonos em escravizar os indígenas e
a resistência movida por estes, provocaram uma guerra generalizada no
litoral brasileiro.
d. predominavam as parcialidades pertencentes ao tronco linguístico Macro-
-Jê. Habitavam aldeias formadas por grandes malocas, praticavam agricul-
tura de queimada complementada pela caça e coleta. Apresentavam uma
organização política baseada no poder dos chefes das malocas, nos caci-
ques das aldeias e nos caciques de várias aldeias. Ainda na “fase do es-
cambo” surgiram confederações indígenas na luta contra os portugueses.
e. dominavam o litoral brasileiro parcialidades Tupi. Esses povos falavam a
mesma língua e apresentavam uma mesma organização social. Não obs-
tante, viviam em estado de guerra. Frente a tal situação os portugueses
procuraram pacificar os índios através da evangelização, mediante a ação
dos jesuítas.

Comentário
Não existia apenas uma etnia indígena. Predominavam os grupos pertencentes
ao tronco linguístico Tupi-Guarani (Tupinambá, Tupiniquim, Carijó etc.). Os
índios viviam em aldeias, sob a liderança de caciques e pajés, praticavam a
horticultura associada à caça e à coleta. Os primeiros contatos foram, de modo
geral, amistosos, com o estabelecimento de trocas e alianças entre índios e
brancos.

Analise a imagem abaixo de Theodore de Bry, Grandes Viagens, 1592.

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3. Theodore de Bry utilizou desenhos de Hans Staden para elaborar as suas


representações das práticas dos indígenas do Novo Mundo. Sobre o contato
das culturas europeia e indígena e as representações do olhar europeu, con-
siderando a imagem acima, é correto afirmar, EXCETO:
a. Essa imagem é um exemplo de eurocentrismo, pois apresenta representa-
ções baseadas em referências culturais europeias.
b. A imagem representa a idealização do nativo com base em crenças religio-
sas, visão mítica e em obras literárias, entre outras referências.
c. Imaginário e crenças religiosas levaram a uma demonização do nativo e
de seus hábitos criando uma visão preconceituosa do nativo e da natureza
brasileira permeada por crenças religiosas e por valores morais.
d. A função da iconografia naquele período era difundir a imagem do outro na
Europa e construir, com base no imaginário e em descrições de terceiros,
romantização e embelezamento da paisagem e dos nativos.
e. Os viajantes, cronistas e artistas representavam os nativos e suas práticas
tendo consciência total da distorção da imagem, visando demonizar o nati-
vo para justificar a sua exterminação sem qualquer fundo moral.

Comentário
O que a imagem representa é a antropofagia, não é canibalismo. Canibalismo
é quando se come para matar a fome. Antropofagia era um ritual indígena
de devorar carne humana, mas não para saciar a fome, e sim para adquirir
as qualidades do morto: se tivesse sido um hábil guerreiro, essa qualidade,
tecnicamente, passaria para quem o devorasse.

GABARITO
1. b
2. b
3. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.

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