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OS POVOS INDÍGENAS

BRASILEIROS
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1. (NC-UFPR – 2020 – UFPR - VESTIBULAR)


Aqui no Brasil tratou-se desde o início de aproveitar o índio, não apenas para obtenção dele,
pelo tráfico mercantil, de produtos nativos, ou simplesmente como aliado, mas sim como elemento
participante da colonização. Os colonos viam nele um trabalhador aproveitável; a metrópole, um
povoador para a área imensa que tinha de ocupar, muito além de sua capacidade demográfica.
Um terceiro fator entrará em jogo e vem complicar os dados do problema: as missões religiosas.
(PRADO JÚNIOR, Caio. A formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 91.)
Baseando-se no trecho acima sobre o trabalho indígena no Brasil Colônia, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Os indígenas serviram como um elemento ativo e fundamental na colonização da
região Nordeste, enquanto na região Centro-Sul sua mão de obra foi utilizada de
maneira escassa.
b) Os jesuítas segregavam os indígenas em aldeias, para evitar a escravização da mão
de obra nativa durante a colonização portuguesa.
c) Os colonizadores espanhóis, ao contrário dos portugueses, não utilizaram a mão de
obra indígena, constituindo uma sociedade baseada na colonização de povoamento.
d) O tipo de trabalho executado pelos indígenas era bastante rudimentar, e a depen-
dência da metrópole em relação a essa mão de obra provocou atraso econômico e
cultural para a colônia brasileira.
e) Com o início do tráfico de escravos africanos, a mão de obra indígena deixou de ser
utilizada no processo de colonização.

2. (NC-UFPR – 2017- UFPR - VESTIBULAR)


Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados por colonizadores
e populações presentes no território. Um deles, denominado “Guerra Justa”:
a) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o obje-
tivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a
finalidade de escravizá-los.
b) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de Pernam-
buco por esses últimos.
c) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos grupos
indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou outro,
dependendo dos seus interesses.
d) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses,
com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente.
e) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados
pelos holandeses após serem atacados por eles.
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3. (NC-UFPR – 2015 – UFPR – VESTIBULAR)


“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é resul-
tado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades indígenas’.”
(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por Maria
Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).
A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles trou-
xeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das missões
jesuíticas eram
a) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o
que implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação
de sistema de trabalho e organização social.
b) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do
pau-brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e
a modificação da sua organização social.
c) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande
mortalidade por conta dos confrontos com os espanhóis.
d) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou
para os índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a
Companhia de Jesus.
e) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial,
o que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema
de trabalho e organização habitacional.
4. (UNESP – 2019 – UNESP - VESTIBULAR)
O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando
se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta
causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhe-
cida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha
sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se
esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor
abrasada e vermelha com que tingem panos [...]. (Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de
Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
O texto revela que
a) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista
e colonização do Brasil.
b) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos
mercadores portugueses.
c) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeita-
ram motivações e princípios religiosos.
d) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do
protestantismo nas terras do Novo Mundo.
e) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais
existentes nas terras conquistadas.
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5. (FAC. ALBERT EINSTEIN – 2019 - FAC. ALBERT EINSTEIN – VESTIBULAR MEDICINA)


Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração
parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas apa-
rentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara
e eram bons caçadores e pescadores. (Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil,
2009. Adaptado.)
A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos
a) limitavam-se ao extrativismo e alimentavam-se principalmente de moluscos, daí
serem também chamados de povos dos sambaquis.
b) eram pacíficos e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e,
posteriormente, com os colonizadores portugueses.
c) eram originários da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a con-
servação de mantimentos e a produção de urnas funerárias.
d) foram dizimados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente,
daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa.
e) praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para
sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil.

6. (UEFS – 2018 - UEFS - VESTIBULAR)


O “coração” econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em assegurar a
competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não encontram pimenta
em Alexandria. As especiarias desta proveniência se revelam muito mais caras do que as que são
encaminhadas da Índia portuguesa: a pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta
vezes menos onerosa do que a que transita por Alexandria. (Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.)
O início da colonização efetiva do Brasil por Portugal, historicamente condicionado pelos fatos
referidos pelo excerto,
a) teve início assim que os navegadores chegaram às novas terras.
b) projetou a hegemonia portuguesa no comércio atlântico.
c) enriqueceu a Metrópole com a descoberta de metais preciosos.
d) atardou-se devido aos lucros auferidos com o comércio oriental.
e) foi financiado pelos lucros gerados pelo comércio de especiarias.

7. (UEPA – 2012 – UEPA - VESTIBULAR)


Os povos tupi correspondiam no século XV a um enorme conjunto populacional étnico-lin-
guístico que se espalhava por quase toda a costa atlântica sul do continente americano, desde o
atual Ceará, até a Lagoa dos Patos, situada nos dias de hoje no Rio Grande do Sul. De acordo com
registros de missionários jesuítas e de exploradores portugueses dos primeiros anos da colonização
portuguesa, os povos tupi se disseminaram pelo que é hoje a costa brasileira, numa dinâmica com-
binada de crescimento populacional e fragmentação sociopolítica. Ao mesmo tempo, uma utopia
ancestral cultivada pelos diversos grupos tupi da busca de uma “terra sem males”, teria contribuição
para sua expansão territorial. Os tupi chegaram no início do século XVI à Amazônia, ocupando a
Ilha Tupinambarana como ponto final de sua peregrinação. No caminho percorrido, os povos tupi
viviam numa atmosfera de guerra constante entre si e com outros povos não-tupi. Guerras, captura
e canibalização dos inimigos alimentavam a fragmentação, a dispersão territorial e o revanchismo.
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Em termos simbólicos, o sentido da antropofagia, resultante do enfrentamento entre indígenas


pouco antes do início da colonização portuguesa, tem relação com:
a) a necessidade de exterminar os inimigos na totalidade, inclusive pela ingestão física,
de modo a interditar-lhes qualquer forma de sobrevivência ou resquício material.
b) o interesse em assimilar as potencialidades guerreiras e a bravura dos inimigos, bem
como incorporar seu universo social e cosmológico adicionado ao grupo do vencedor.
c) a profunda diferença sociocultural entre os povos tupi, que ao longo da expansão
tendiam a considerar-se como estrangeiros, habitando regiões contíguas.
d) a interferência de navegadores europeus que alimentavam as dissensões entre os
povos indígenas como meio de conquistá-los posteriormente.
e) a disputa territorial com os povos não-tupi, que foram praticamente expulsos da costa
e obrigados a adentrar o interior do continente.

8. (FAMERP – 2022 – FAMERP – VESTIBULAR)


A difusão do uso desses machados [de ferro] em substituição aos de pedra aumentou imensa-
mente a produtividade do trabalho, reduzindo em mais de dez vezes o tempo para a derrubada dos
troncos [de pau-brasil]. Não é pois de admirar que no século XVI mais de dois milhões de árvores
tenham sido derrubadas e reduzidas a toras. Mas é também certo que os nativos souberam apro-
veitar a tecnologia dos instrumentos europeus para benefício próprio, incluindo machados e facas
de metal quer nas suas guerras, quer nas atividades de subsistência.
(Ronaldo Vainfas (org.). Dicionário do Brasil colonial (1500-1808), 2000.)
O excerto caracteriza
a) a preocupação com o replantio das árvores pelos nativos e portugueses, no primeiro
século da colonização.
b) a assimilação de novas técnicas pelos indígenas, a partir do contato com os portu-
gueses no primeiro século da colonização.
c) a sofisticação técnica do plantio e da exploração de pau-brasil, desde o início da co-
lonização portuguesa da América.
d) a otimização da produção agrícola desenvolvida pelos portugueses durante a colo-
nização brasileira.
e) a submissão da mão de obra nativa à escravidão na atividade econômica da extração
de madeira tintorial.

9. (UNESP - 2022 – UNESP - VESTIBULAR)


Os povos que viviam nas terras conquistadas pelos portugueses na América
a) eram destituídos de interesses e práticas religiosas.
b) concentravam-se nas áreas litorâneas do território.
c) eram coletores ou praticavam agricultura rudimentar.
d) alimentavam-se prioritariamente de carne humana.
e) eram pacíficos ou dedicados a alianças e acordos entre grupos.
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10. (UNESP – 2021 – UNESP - VESTIBULAR)


Texto 1
Nenhum documento permite afirmar que Pedro Álvares Cabral partira de Lisboa com o pro-
pósito de descobrir novas terras. A intencionalidade da descoberta não encontra fundamento em
nenhuma das testemunhas, seja Pero Vaz de Caminha, Mestre João ou o piloto anônimo. A armada
partiu com destino à Índia, e foi só isso. (Joaquim Romero de Magalhães. “Quem descobriu o Bra-
sil?”. In: Luciano Figueiredo. História do Brasil para ocupados, 2013.)
Texto 2
Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não
havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros. Pode ser, como querem muitos historiadores, que
outros tenham andado por ali antes, mas disso não ficou registro consistente, e foram Pero Vaz de
Caminha e Mestre João os autores das primeiras narrativas sobre a nova terra e seu céu. (Laura
de Mello e Souza. “O nome Brasil”. In: Luciano Figueiredo. História do Brasil para ocupados, 2013.)
A afirmação do texto 2 de que “Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa
da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros” é correta, pois
a) Os navegadores tratavam os nativos como servos ou escravos e não reconheciam seu
direito à cidadania brasileira.
b) Os navegadores portugueses pensavam ter alcançado as Índias e não admitiam ter
chegado a terras até então desconhecidas.
c) A nacionalidade brasileira se estabeleceu apenas após a miscigenação entre nativos,
africanos escravizados e europeus.
d) Os navegadores pretendiam impor a nacionalidade portuguesa aos nativos e não
permitiam, por parte deles, reivindicações identitárias.
e) A ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política
e a superação da condição colonial.

11. (UFRGS – 2020 – UFRGS - VESTIBULAR)


Com relação à história das sociedades nativas das Américas, assinale com V (verdadeiro) ou
F (falso) as afirmações abaixo.
( ) A civilização Maia caracterizou-se pela hierarquia política fraca, pelo monoteísmo e pelo
desinteresse ao conhecimento da natureza.
( ) O império Asteca notabilizou-se pelo desenvolvimento urbano de sua capital, Tenochtitlán,
pela crença em vários deuses e por uma estrutura política centralizada.
( ) A sociedade Inca foi marcada pela rígida separação entre poder político e religião, pelo baixo
desenvolvimento agrícola e pela economia de caráter exclusivamente pecuário.
( ) Os povos Tupi-Guaranis garantiam sua subsistência a partir da caça, da pesca e do cultivo
de vegetais como a mandioca.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F.
e) F – F – V – V.
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12. (UECE – 2019 – UECE – VESTIBULAR)


Antes da chegada dos portugueses às terras americanas,
a) havia dois grupos étnicos habitando a região hoje chamada Brasil: os Tupis e os
Tapuias.x
b) falavam-se alguns poucos dialetos, variantes de uma mesma língua geral, o Nheen-
gatu, apesar de existir um grande número de grupos indígenas.
c) uma variedade de comunidades nativas, etnicamente diferentes, espalhava-se pelo
território da futura América portuguesa.
d) havia uma só sociedade indígena vivendo em harmonia, igualitarismo e paz; desco-
nhecia-se a violência da guerra, trazida para cá pelos europeus.
e) eram ocupadas por povos de nenhum desenvolvimento tecnológico, que viviam pra-
ticamente no período paleolítico.

13. (UFRGS – 2018 – UFRGS – VESTIBULAR)


Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro
entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro
entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num
tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse
contato desde sempre. (KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In:NOVAES, Adauto (org.).
A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25.)
Considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é
a) negação da conquista europeia na América, em 1500.
b) ausência de transformação social nas sociedades ameríndias.
c) exclusão dos povos americanos da história ocidental.
d) estagnação social do continente sul-americano após a chegada dos europeus.
e) continuidade histórica do contato cultural entre ocidentais e indígenas.

14. (INEP – 2018 – MEC – ENEM)


TEXTO I
E pois que em outra cousa nesta parte me não posso vingar do demônio, admoesto da parte
da cruz de Cristo Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra o nome que com tanta
solenidade lhe foi posto, sob pena de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, os
acusar de mais devotos do pau-brasil que dela. (BARROS, J. In: SOUZA, L. M. Inferno atlântico:
demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.)
TEXTO II
E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais arraigados que na terra estejam e mais
ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens que possuem souberam
falar, também lhes houveram de ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a primeira coisa que
ensinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo querem para lá. (SALVADOR, F. V. In: SOUZA,
L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São
Paulo: Cia. das Letras, 1997.)
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As críticas desses cronistas ao processo de colonização portuguesa na América estavam rela-


cionadas à
a) utilização do trabalho escravo.
b) implantação de polos urbanos.
c) devastação de áreas naturais.
d) ocupação de terras indígenas.
e) expropriação de riquezas locais.

15. (UNESP - 2018 – UNESP - VESTIBULAR)


Leia o texto para responder às questões
Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-
talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa,
pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente ame-
ricano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias.
A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas
possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a
instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação
de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da
catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização,
1999. Adaptado.)
A afirmação de que os primeiros traços da presença europeia na América foram “o prelúdio
da ocidentalização” e “uma das primeiras etapas da globalização” é correta porque a conquista do
continente americano representou
a) a definição da superioridade militar e religiosa do Ocidente cristão e o início da per-
seguição sistemática a judeus e muçulmanos.
b) a demonstração da teoria de Cristóvão Colombo sobre a esfericidade da Terra e o
fracasso dos novos instrumentos de navegação.
c) o encerramento das relações comerciais da Europa com o Oriente e o imediato de-
clínio da venda das especiarias produzidas na Índia.
d) o encontro e o choque entre culturas e o gradual deslocamento do eixo do comércio
mundial para o Oceano Atlântico.
e) o avanço da monetarização da economia e o lançamento de projetos de regulação e
controle centralizado do comércio internacional.

16. (UNESP - 2018 – UNESP - VESTIBULAR)


Leia o texto para responder às questões
Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-
talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois
ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano:
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caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiên-


cia serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões
americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação
de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma
rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe
antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização, 1999.
Adaptado.)
As epidemias provocadas pelos contatos entre europeus e povos autóctones da América
a) Demonstraram o risco da expansão territorial para áreas distantes e determinaram
o imediato desenvolvimento de vacinas.
b) Representaram uma espécie de guerra biológica que afetou, ainda que de forma
desigual, conquistadores e conquistados.
c) Provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da circulação de mulheres grávidas
entre os dois continentes.
d) Foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos europeus, que contraíram
doenças tropicais, como a febre amarela e a malária.
e) Levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato sexual entre europeus e
nativos, para impedir a propagação da sífilis.

17. (UNESP - 2018 – UNESP - VESTIBULAR)


Leia o texto para responder às questões
Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-
talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa,
pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente ame-
ricano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias.
A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas
possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a
instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação
de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da
catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização,
1999. Adaptado.)
Os problemas ocorridos na colonização das ilhas do Caribe podem ser considerados “exem-
plares para toda a América”, pois geraram
a) A identificação de uma grande oportunidade, para nativos e europeus, de conviver
com outros povos e desenvolver a tolerância e o respeito a valores morais e culturais
diferentes.
b) O temor, nos indígenas, diante da ambição europeia e a percepção, pelos europeus,
da dificuldade de estruturar o empreendimento colonial e manter o controle de terras
e povos tão distantes.
c) O início de um longo conflito entre os europeus e as populações nativas, que provocou
perdas humanas e financeiras nos dois lados, inviabilizando a exploração comercial
da América.
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d) A formação de uma elite colonial que recusava submeter-se às ordens das coroas euro-
peias e dispunha de plena autonomia na produção e comercialização das mercadorias.
e) O reconhecimento, pelos europeus, da necessidade de instalação de feitorias no
litoral para a segurança dos viajantes e a aceitação, pelos nativos, da hegemonia dos
conquistadores.

18. (PUC-PR – 2017 - PUC-PR - VESTIBULAR)


Leia o texto a seguir.

A primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização portuguesa na


América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira,
imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles.
A ocupação de fato demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razões para seu início, temos
a) o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior necessidade
de mercados consumidores.
b) a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o interesse da
metrópole na exploração de sua colônia.
c) a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham atrás do
contrabando de escravos indígenas para outras colônias.
d) a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda de explora-
dores sem o conhecimento da coroa portuguesa.
e) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promoven-
do a migração de um grande contingente de portugueses para povoar e cuidar das
novas vilas.
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19. (UPE-SSA-1 – 2017 – UPE – VESTIBULAR)


Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques, foram achados
ossos de animais extintos da fauna pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas
da região, como Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram, tam-
bém, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é o caso da Lagoa
Uri de Cima em Salgueiro. (MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da Pré-História
do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10
– Ano 2013, p. 14, adaptado).
O trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela
a) presença essencial dos europeus no continente americano.
b) inexistência de exemplares da megafauna em território brasileiro.
c) carência de estudos paleoantropológicos e sítios arqueológicos no Nordeste.
d) antiguidade da presença humana no país, anterior à chegada dos portugueses.
e) existência de répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros.

20. (UDESC – 2016 - UDESC - VESTIBULAR)


“No Brasil, é comum retratar as populações indígenas como meros resquícios de um passado
cada vez mais remoto, como os pobres remanescentes de uma história contada na forma de uma
crônica do desaparecimento e da extinção. Diversos povos sucumbiram ao impacto fulminante do
contato e da conquista, é verdade. Mas muitos conseguiram sobreviver ao holocausto, recompondo
populações dizimadas, reconstruindo suas identidades, enfim, se ajustando aos novos tempos. Con-
tribuem, hoje, para o rico painel de diversidade cultural que é, sem dúvida alguma, o patrimônio mais
precioso deste país”. (MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: história e resistências dos índios.
In: NOVAES, Adauto (org.). A Outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, p. 247.)
Assinale a alternativa incorreta sobre os povos indígenas no Brasil:
a) O Brasil é um país pluriétnico, com dezenas de povos indígenas.
b) A Constituição de 1988 reconhece costumes, línguas, crenças e tradições indígenas,
além dos direitos originários sobre as terras que os índios tradicionalmente ocupam.
c) As populações indígenas não estão desaparecendo, pelo contrário, estão em cresci-
mento demográfico no Brasil.
d) Guarani, Kaingang e Mapuche são povos indígenas do Brasil.
e) Mesmo com a violência sofrida ao longo da história do Brasil, os indígenas não foram
vítimas passivas dos colonizadores.
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Gabarito
1. B
2. A
3. E
4. E
5. E
6. D
7. B
8. B
9. C
10. E
11. C
12. C
13. E
14. E
15. B
16. B
17. B
18. D
19. D
20. D
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QUESTÕES COMENTADAS
OS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS
1. (NC-UFPR – 2020 – UFPR - VESTIBULAR)
Aqui no Brasil tratou-se desde o início de aproveitar o índio, não apenas para obtenção dele,
pelo tráfico mercantil, de produtos nativos, ou simplesmente como aliado, mas sim como elemento
participante da colonização. Os colonos viam nele um trabalhador aproveitável; a metrópole, um
povoador para a área imensa que tinha de ocupar, muito além de sua capacidade demográfica.
Um terceiro fator entrará em jogo e vem complicar os dados do problema: as missões religiosas.
(PRADO JÚNIOR, Caio. A formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 91.)
Baseando-se no trecho acima sobre o trabalho indígena no Brasil Colônia, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Os indígenas serviram como um elemento ativo e fundamental na colonização da
região Nordeste, enquanto na região Centro-Sul sua mão de obra foi utilizada de
maneira escassa.
b) Os jesuítas segregavam os indígenas em aldeias, para evitar a escravização da mão
de obra nativa durante a colonização portuguesa.
c) Os colonizadores espanhóis, ao contrário dos portugueses, não utilizaram a mão de
obra indígena, constituindo uma sociedade baseada na colonização de povoamento.
d) O tipo de trabalho executado pelos indígenas era bastante rudimentar, e a depen-
dência da metrópole em relação a essa mão de obra provocou atraso econômico e
cultural para a colônia brasileira.
e) Com o início do tráfico de escravos africanos, a mão de obra indígena deixou de ser
utilizada no processo de colonização.
Gabarito: alternativa “B”
Comentário: Na América Portuguesa, os padres jesuítas defenderam a escravidão Afri-
cana e foram contrários à escravidão indígena. Os nativos foram levados para o interior
da colônia, sofreram um processo de aculturação ao serem catequizados nas Missões
ou reduções, os nativos também foram explorados na extração das Drogas do Sertão na
Amazônia beneficiando os padres jesuítas. Desta forma, a atuação dos religiosos contri-
buiu para a colonização bem como para a escravidão dos negros.

2. (NC-UFPR – 2017- UFPR - VESTIBULAR)


Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados por colonizadores
e populações presentes no território. Um deles, denominado “Guerra Justa”:
a) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o obje-
tivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a
finalidade de escravizá-los.
b) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de Pernam-
buco por esses últimos.
14

c) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos grupos


indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou outro,
dependendo dos seus interesses.
d) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses,
com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente.
e) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados
pelos holandeses após serem atacados por eles.
Gabarito: alternativa “A”
Comentário: A questão remete a “Guerra Justa” recorrente no período colonial. Os padres
jesuítas aceitavam a escravidão do africano, mas eram contrários à escravidão indígena
uma vez que os nativos deveriam ser catequizados. É discutível esta “defesa” que os
padres faziam com os indígenas uma vez que a conversão era um processo de acultura-
ção e violência simbólica e, ainda, os jesuítas aceitam a guerra justa quando os nativos
resistiam a dominação do homem branco.

3. (NC-UFPR – 2015 – UFPR – VESTIBULAR)


“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é resul-
tado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades indígenas’.”
(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por Maria
Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).
A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles trou-
xeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das missões
jesuíticas eram
a) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o
que implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação
de sistema de trabalho e organização social.
b) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do
pau-brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e
a modificação da sua organização social.
c) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande
mortalidade por conta dos confrontos com os espanhóis.
d) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou
para os índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a
Companhia de Jesus.
e) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial,
o que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema
de trabalho e organização habitacional.
Gabarito: alternativa “E”
Comentário: A questão remete as missões jesuíticas na América Latina durante o período
colonial. No contexto da Contra Reforma ou Reforma católica em meados do século XVI
foi criada por Inácio de Loyola a Companhia de Jesus com o objetivo de angariar fiéis para
 15

o catolicismo e impedir o avanço protestante. Estes jesuítas desempenharam um papel


importante na América, criaram as missões para catequese dos nativos. Daí que as aldeias
que eram um espaço indígena passaram a ser um aldeamento, ou seja, missões jesuíticas
que ao catequizar os nativos contribuíram para o processo de aculturação e destribaliza-
ção. No caso do Brasil, os padres jesuítas foram expulsos em 1759 pelo ministro Pombal.

4. (UNESP – 2019 – UNESP - VESTIBULAR)


O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando
se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta
causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhe-
cida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha
sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se
esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor
abrasada e vermelha com que tingem panos [...]. (Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de
Mello e Souza. O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
O texto revela que
a) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista
e colonização do Brasil.
b) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos
mercadores portugueses.
c) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeita-
ram motivações e princípios religiosos.
d) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do
protestantismo nas terras do Novo Mundo.
e) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais
existentes nas terras conquistadas.
GABARITO: alternativa “E”
Comentário: O historiador Frei Vicente de Salvador afirma que a terra “descoberta” por
Cabral recebeu um nome de viés religioso, Terra de Santa Cruz, porém o aspecto econô-
mico comercial ligado ao demônio se sobrepôs e a terra recém-descoberta mudou seu
nome para “Brasil, ou seja, foi a vitória do profano sobre o sagrado.

5. (FAC. ALBERT EINSTEIN – 2019 - FAC. ALBERT EINSTEIN – VESTIBULAR MEDICINA)


Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração
parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas apa-
rentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara
e eram bons caçadores e pescadores. (Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil,
2009. Adaptado.)
A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos
a) limitavam-se ao extrativismo e alimentavam-se principalmente de moluscos, daí
serem também chamados de povos dos sambaquis.
b) eram pacíficos e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e,
posteriormente, com os colonizadores portugueses.
16

c) eram originários da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a con-


servação de mantimentos e a produção de urnas funerárias.
d) foram dizimados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente,
daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa.
e) praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para
sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil.
Gabarito: alternativa “E”
Comentário: É necessário que os vestibulandos utilizem o raciocínio lógico associando
a prática da agricultura com o emprego da coivara. A alternativa correta é a [E]. Coivara
é um regime agrícola bastante rudimentar de comunidades indígenas e quilombolas.
Inicia-se a plantação através da derrubada da mata nativa, queima a vegetação, há uma
plantação intercalada de várias culturas num sistema de rotação de culturas como arroz,
milho, feijão, etc.

6. (UEFS – 2018 - UEFS - VESTIBULAR)


O “coração” econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em assegurar a
competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não encontram pimenta
em Alexandria. As especiarias desta proveniência se revelam muito mais caras do que as que são
encaminhadas da Índia portuguesa: a pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta
vezes menos onerosa do que a que transita por Alexandria. (Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.)
O início da colonização efetiva do Brasil por Portugal, historicamente condicionado pelos fatos
referidos pelo excerto,
a) teve início assim que os navegadores chegaram às novas terras.
b) projetou a hegemonia portuguesa no comércio atlântico.
c) enriqueceu a Metrópole com a descoberta de metais preciosos.
d) atardou-se devido aos lucros auferidos com o comércio oriental.
e) foi financiado pelos lucros gerados pelo comércio de especiarias.
Gabarito: alternativa “D”
Comentário: Devido aos lucros obtidos no comércio de especiarias (cerca de 500% ao
ano), Portugal ficou, entre 1500 e 1530, sem efetivar a colonização do Brasil.

7. (UEPA – 2012 – UEPA - VESTIBULAR)


Os povos tupi correspondiam no século XV a um enorme conjunto populacional étnico-lin-
guístico que se espalhava por quase toda a costa atlântica sul do continente americano, desde o
atual Ceará, até a Lagoa dos Patos, situada nos dias de hoje no Rio Grande do Sul. De acordo com
registros de missionários jesuítas e de exploradores portugueses dos primeiros anos da colonização
portuguesa, os povos tupi se disseminaram pelo que é hoje a costa brasileira, numa dinâmica com-
binada de crescimento populacional e fragmentação sociopolítica. Ao mesmo tempo, uma utopia
ancestral cultivada pelos diversos grupos tupi da busca de uma “terra sem males”, teria contribuição
para sua expansão territorial. Os tupi chegaram no início do século XVI à Amazônia, ocupando a
Ilha Tupinambarana como ponto final de sua peregrinação. No caminho percorrido, os povos tupi
viviam numa atmosfera de guerra constante entre si e com outros povos não-tupi. Guerras, captura
e canibalização dos inimigos alimentavam a fragmentação, a dispersão territorial e o revanchismo.
 17

Em termos simbólicos, o sentido da antropofagia, resultante do enfrentamento entre indígenas


pouco antes do início da colonização portuguesa, tem relação com:
a) a necessidade de exterminar os inimigos na totalidade, inclusive pela ingestão física,
de modo a interditar-lhes qualquer forma de sobrevivência ou resquício material.
b) o interesse em assimilar as potencialidades guerreiras e a bravura dos inimigos, bem
como incorporar seu universo social e cosmológico adicionado ao grupo do vencedor.
c) a profunda diferença sociocultural entre os povos tupi, que ao longo da expansão
tendiam a considerar-se como estrangeiros, habitando regiões contíguas.
d) a interferência de navegadores europeus que alimentavam as dissensões entre os
povos indígenas como meio de conquistá-los posteriormente.
e) a disputa territorial com os povos não-tupi, que foram praticamente expulsos da costa
e obrigados a adentrar o interior do continente.
Gabarito: alternativa “B”
Comentário: A antropofagia era um rito mágico/religioso, que se difere do canibalismo,
cujo objetivo é simplesmente saciar a fome. No primeiro caso, os índios acreditavam
que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia
e conhecimentos que lhes eram próprios. Desta forma, não se alimentavam da carne de
pessoas fracas ou covardes.

8. (FAMERP – 2022 – FAMERP – VESTIBULAR)


A difusão do uso desses machados [de ferro] em substituição aos de pedra aumentou imensa-
mente a produtividade do trabalho, reduzindo em mais de dez vezes o tempo para a derrubada dos
troncos [de pau-brasil]. Não é pois de admirar que no século XVI mais de dois milhões de árvores
tenham sido derrubadas e reduzidas a toras. Mas é também certo que os nativos souberam apro-
veitar a tecnologia dos instrumentos europeus para benefício próprio, incluindo machados e facas
de metal quer nas suas guerras, quer nas atividades de subsistência.
(Ronaldo Vainfas (org.). Dicionário do Brasil colonial (1500-1808), 2000.)
O excerto caracteriza
a) a preocupação com o replantio das árvores pelos nativos e portugueses, no primeiro
século da colonização.
b) a assimilação de novas técnicas pelos indígenas, a partir do contato com os portu-
gueses no primeiro século da colonização.
c) a sofisticação técnica do plantio e da exploração de pau-brasil, desde o início da co-
lonização portuguesa da América.
d) a otimização da produção agrícola desenvolvida pelos portugueses durante a colo-
nização brasileira.
e) a submissão da mão de obra nativa à escravidão na atividade econômica da extração
de madeira tintorial.
Gabarito: alternativa “B”
18

Comentário: o excerto enfatiza que os indígenas, ao trabalhar na retirada do pau-brasil


através do escambo, acabaram por assimilar técnicas europeias de utilização de ferra-
mentas, o que acabou por enriquecer a cultura nativa.

9. (UNESP - 2022 – UNESP - VESTIBULAR)


Os povos que viviam nas terras conquistadas pelos portugueses na América
a) eram destituídos de interesses e práticas religiosas.
b) concentravam-se nas áreas litorâneas do território.
c) eram coletores ou praticavam agricultura rudimentar.
d) alimentavam-se prioritariamente de carne humana.
e) eram pacíficos ou dedicados a alianças e acordos entre grupos.
Gabarito: alternativa “C”
Comentário: os nativos que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses pratica-
vam coleta de frutas e vegetais, conheciam técnicas para desviar pontos dos rios visando
a pesca e desenvolviam uma agricultura rudimentar.

10. (UNESP – 2021 – UNESP - VESTIBULAR)


Texto 1
Nenhum documento permite afirmar que Pedro Álvares Cabral partira de Lisboa com o pro-
pósito de descobrir novas terras. A intencionalidade da descoberta não encontra fundamento em
nenhuma das testemunhas, seja Pero Vaz de Caminha, Mestre João ou o piloto anônimo. A armada
partiu com destino à Índia, e foi só isso. (Joaquim Romero de Magalhães. “Quem descobriu o Bra-
sil?”. In: Luciano Figueiredo. História do Brasil para ocupados, 2013.)
Texto 2
Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não
havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros. Pode ser, como querem muitos historiadores, que
outros tenham andado por ali antes, mas disso não ficou registro consistente, e foram Pero Vaz de
Caminha e Mestre João os autores das primeiras narrativas sobre a nova terra e seu céu. (Laura
de Mello e Souza. “O nome Brasil”. In: Luciano Figueiredo. História do Brasil para ocupados, 2013.)
A afirmação do texto 2 de que “Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa
da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros” é correta, pois
a) Os navegadores tratavam os nativos como servos ou escravos e não reconheciam seu
direito à cidadania brasileira.
b) Os navegadores portugueses pensavam ter alcançado as Índias e não admitiam ter
chegado a terras até então desconhecidas.
c) A nacionalidade brasileira se estabeleceu apenas após a miscigenação entre nativos,
africanos escravizados e europeus.
d) Os navegadores pretendiam impor a nacionalidade portuguesa aos nativos e não
permitiam, por parte deles, reivindicações identitárias.
e) A ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política
e a superação da condição colonial.
 19

Gabarito: alternativa “E”


Comentário: a ideia de “Brasil” e “brasileiros” não existiam no contexto da chegada dos
europeus ao Brasil. em 1822 ocorreu a independência do Brasil dando início à formação
do Estado Nacional que vai construir a concepção de nacionalidade e a formação de uma
identidade brasileira através do IHGB e da Academia Imperial de Belas Artes. D. Pedro
II, no Segundo Reinado, foi o patrono das Letras e das Artes que contribuíram para a
construção da nacionalidade.

11. (UFRGS – 2020 – UFRGS - VESTIBULAR)


Com relação à história das sociedades nativas das Américas, assinale com V (verdadeiro) ou
F (falso) as afirmações abaixo.
( ) A civilização Maia caracterizou-se pela hierarquia política fraca, pelo monoteísmo e pelo
desinteresse ao conhecimento da natureza.
( ) O império Asteca notabilizou-se pelo desenvolvimento urbano de sua capital, Tenochtitlán,
pela crença em vários deuses e por uma estrutura política centralizada.
( ) A sociedade Inca foi marcada pela rígida separação entre poder político e religião, pelo baixo
desenvolvimento agrícola e pela economia de caráter exclusivamente pecuário.
( ) Os povos Tupi-Guaranis garantiam sua subsistência a partir da caça, da pesca e do cultivo
de vegetais como a mandioca.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – V – F – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) F – V – V – F.
e) F – F – V – V.
Gabarito: alternativa “C”
Comentário: a primeira afirmativa é falsa porque a civilização Maia, apesar de não consti-
tuir um Reino ou um Império centralizados, possuía estruturação política e administrativa
estruturada. Além disso, os maias eram politeístas e conheciam, em alguns aspectos,
profundamente a natureza, como no caso da astronomia. A terceira afirmativa é falsa
porque no Império Inca não havia separação entre política e religião (o Imperador era
considerado um Deus). Além disso, a economia inca era baseada na agricultura, com
grandes desenvolvimentos nesse sentido.

12. (UECE – 2019 – UECE – VESTIBULAR)


Antes da chegada dos portugueses às terras americanas,
a) havia dois grupos étnicos habitando a região hoje chamada Brasil: os Tupis e os
Tapuias.x
b) falavam-se alguns poucos dialetos, variantes de uma mesma língua geral, o Nheen-
gatu, apesar de existir um grande número de grupos indígenas.
20

c) uma variedade de comunidades nativas, etnicamente diferentes, espalhava-se pelo


território da futura América portuguesa.
d) havia uma só sociedade indígena vivendo em harmonia, igualitarismo e paz; desco-
nhecia-se a violência da guerra, trazida para cá pelos europeus.
e) eram ocupadas por povos de nenhum desenvolvimento tecnológico, que viviam pra-
ticamente no período paleolítico.
Gabarito: alternativa “C”
Comentário: a população nativa brasileira, aquela com a qual os portugueses tiveram
contato a partir de 1500, era bastante diversificada, sendo dividida em diferentes tribos,
que se distinguiam pela língua e por costumes culturais.

13. (UFRGS – 2018 – UFRGS – VESTIBULAR)


Leia o segmento abaixo, do escritor indígena Ailton Krenak.
Os fatos e a história recente dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro
entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro
entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num
tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse
contato desde sempre. (KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. In:NOVAES, Adauto (org.).
A outra margem do Ocidente. São Paulo: Funarte, Companhia das Letras, 1999. p. 25.)
Considerando a história indígena no Brasil, a principal ideia contida no segmento é
a) negação da conquista europeia na América, em 1500.
b) ausência de transformação social nas sociedades ameríndias.
c) exclusão dos povos americanos da história ocidental.
d) estagnação social do continente sul-americano após a chegada dos europeus.
e) continuidade histórica do contato cultural entre ocidentais e indígenas.
Gabarito: alternativa “E”
Comentário: a explanação do escritor indígena é bastante clara: desde o primeiro mo-
mento de contato, nunca mais a relação cultural entre indígenas e brancos deixou de
acontecer no Brasil, sempre trazendo consequências para os dois lados.

14. (INEP – 2018 – MEC – ENEM)


TEXTO I
E pois que em outra cousa nesta parte me não posso vingar do demônio, admoesto da parte
da cruz de Cristo Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra o nome que com tanta
solenidade lhe foi posto, sob pena de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, os
acusar de mais devotos do pau-brasil que dela. (BARROS, J. In: SOUZA, L. M. Inferno atlântico:
demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.)
TEXTO II
E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais arraigados que na terra estejam e mais
ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens que possuem souberam
falar, também lhes houveram de ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a primeira coisa que
ensinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo querem para lá. (SALVADOR, F. V. In: SOUZA,
 21

L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São
Paulo: Cia. das Letras, 1997.)
As críticas desses cronistas ao processo de colonização portuguesa na América estavam rela-
cionadas à
a) utilização do trabalho escravo.
b) implantação de polos urbanos.
c) devastação de áreas naturais.
d) ocupação de terras indígenas.
e) expropriação de riquezas locais.
Gabarito: alternativa “E”
Comentário: pelos trechos ‘os acusar de mais devotos do pau-brasil que dela” e “por mais
arraigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal”
fica clara a crítica dos cronistas quanto à retirada das riquezas coloniais por Portugal.

15. (UNESP - 2018 – UNESP - VESTIBULAR)


Leia o texto para responder às questões
Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-
talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa,
pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente ame-
ricano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias.
A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas
possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a
instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação
de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da
catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização,
1999. Adaptado.)
A afirmação de que os primeiros traços da presença europeia na América foram “o prelúdio
da ocidentalização” e “uma das primeiras etapas da globalização” é correta porque a conquista do
continente americano representou
a) a definição da superioridade militar e religiosa do Ocidente cristão e o início da per-
seguição sistemática a judeus e muçulmanos.
b) a demonstração da teoria de Cristóvão Colombo sobre a esfericidade da Terra e o
fracasso dos novos instrumentos de navegação.
c) o encerramento das relações comerciais da Europa com o Oriente e o imediato de-
clínio da venda das especiarias produzidas na Índia.
d) o encontro e o choque entre culturas e o gradual deslocamento do eixo do comércio
mundial para o Oceano Atlântico.
e) o avanço da monetarização da economia e o lançamento de projetos de regulação e
controle centralizado do comércio internacional.
Gabarito: alternativa “D”
22

Comentário: as Grandes Navegações podem ser consideradas uma etapa da globaliza-


ção devido ao fato de que proporcionou um encontro entre diferentes etnias e povos,
ainda que tenha ocorrido o massacre dos americanos pelos europeus e ao aumento da
circulação de produtos no eixo do Atlântico, inaugurando o que podermos chamar de
comércio global.

16. (UNESP - 2018 – UNESP - VESTIBULAR)


Leia o texto para responder às questões
Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-
talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa,
pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente ame-
ricano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias.
A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas
possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a
instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação
de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da
catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização,
1999. Adaptado.)
As epidemias provocadas pelos contatos entre europeus e povos autóctones da América
a) Demonstraram o risco da expansão territorial para áreas distantes e determinaram
o imediato desenvolvimento de vacinas.
b) Representaram uma espécie de guerra biológica que afetou, ainda que de forma
desigual, conquistadores e conquistados.
c) Provocaram a interdição, pelas cortes europeias, da circulação de mulheres grávidas
entre os dois continentes.
d) Foram utilizadas pelos nativos para impedir o avanço dos europeus, que contraíram
doenças tropicais, como a febre amarela e a malária.
e) Levaram à proibição, pelas cortes europeias, do contato sexual entre europeus e
nativos, para impedir a propagação da sífilis.
Gabarito: alternativa “B”
Comentário: a guerra biológica ou bacteriológica foi uma das estratégias, principalmente
de espanhóis, para enfraquecer e dominar as populações ameríndias.
 23

17. UNESP - 2018 – UNESP - VESTIBULAR)


Leia o texto para responder às questões
Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-
talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa,
pois ali se desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente ame-
ricano: caos e esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias.
A experiência serviu pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas
possessões americanas uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a
instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação
de uma rede administrativa densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da
catástrofe antilhana. (Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização,
1999. Adaptado.)
Os problemas ocorridos na colonização das ilhas do Caribe podem ser considerados “exem-
plares para toda a América”, pois geraram
a) A identificação de uma grande oportunidade, para nativos e europeus, de conviver
com outros povos e desenvolver a tolerância e o respeito a valores morais e culturais
diferentes.
b) O temor, nos indígenas, diante da ambição europeia e a percepção, pelos europeus,
da dificuldade de estruturar o empreendimento colonial e manter o controle de terras
e povos tão distantes.
c) O início de um longo conflito entre os europeus e as populações nativas, que provocou
perdas humanas e financeiras nos dois lados, inviabilizando a exploração comercial
da América.
d) A formação de uma elite colonial que recusava submeter-se às ordens das coroas euro-
peias e dispunha de plena autonomia na produção e comercialização das mercadorias.
e) O reconhecimento, pelos europeus, da necessidade de instalação de feitorias no
litoral para a segurança dos viajantes e a aceitação, pelos nativos, da hegemonia dos
conquistadores.
Gabarito: alternativa “B”
Comentário: o texto sugere que o fracasso de colonização das ilhas do Caribe indicou
aos colonizadores europeus que caminhos seguir na tentativa de tornar o continente
americano lucrativo. Além disso, do primeiro contato entre europeus e indígenas surgiu
a percepção, para os últimos, que os primeiros seriam capazes de tudo para dominar os
territórios da América.
24

18. (PUC-PR – 2017 - PUC-PR - VESTIBULAR)


Leia o texto a seguir.

A primeira missa no Brasil é um momento emblemático do início da colonização portuguesa na


América, celebrada poucos dias após a chegada e desembarque dos portugueses na costa brasileira,
imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles.
A ocupação de fato demorou um pouco mais a acontecer, dentre as razões para seu início, temos
a) o aumento do comércio de especiarias com o Oriente, levando à maior necessidade
de mercados consumidores.
b) a descoberta de metais preciosos na colônia portuguesa, acelerando o interesse da
metrópole na exploração de sua colônia.
c) a probabilidade da tomada das terras por corsários ingleses que vinham atrás do
contrabando de escravos indígenas para outras colônias.
d) a necessidade de tomar posse e defender suas terras para evitar a vinda de explora-
dores sem o conhecimento da coroa portuguesa.
e) a construção das feitorias para armazenar pau-brasil e carregar navios, promoven-
do a migração de um grande contingente de portugueses para povoar e cuidar das
novas vilas.
Gabarito: alternativa “D”
Comentário: a questão remete ao período denominado Pré-colonial, entre a viagem de
Cabral em 1500 à viagem de Martim Afonso de Souza em 1530. Neste período não ocorreu
ocupação portuguesa no Brasil, pois o país ibérico priorizou o comércio das especiarias
no oriente deixando o Brasil em segundo plano. Na viagem de Cabral em 1500 havia uma
preocupação em defender as terras lusitanas demarcadas pelo Tratado de Tordesilhas
diante da possibilidade de invasões.
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19. (UPE-SSA-1 – 2017 – UPE – VESTIBULAR)


Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques, foram achados
ossos de animais extintos da fauna pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas
da região, como Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram, tam-
bém, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é o caso da Lagoa
Uri de Cima em Salgueiro. (MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da Pré-História
do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10
– Ano 2013, p. 14, adaptado).
O trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela
a) presença essencial dos europeus no continente americano.
b) inexistência de exemplares da megafauna em território brasileiro.
c) carência de estudos paleoantropológicos e sítios arqueológicos no Nordeste.
d) antiguidade da presença humana no país, anterior à chegada dos portugueses.
e) existência de répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros.
Gabarito: alternativa “D”
Comentário: o texto mostra a existência de vestígios que indicam a presença de animais
do chamado “período pré-histórico” em terras brasileiras, evidenciando que a História
brasileira é anterior a presença europeia no país.

20. (UDESC – 2016 - UDESC - VESTIBULAR)


“No Brasil, é comum retratar as populações indígenas como meros resquícios de um passado
cada vez mais remoto, como os pobres remanescentes de uma história contada na forma de uma
crônica do desaparecimento e da extinção. Diversos povos sucumbiram ao impacto fulminante do
contato e da conquista, é verdade. Mas muitos conseguiram sobreviver ao holocausto, recompondo
populações dizimadas, reconstruindo suas identidades, enfim, se ajustando aos novos tempos. Con-
tribuem, hoje, para o rico painel de diversidade cultural que é, sem dúvida alguma, o patrimônio mais
precioso deste país”. (MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: história e resistências dos índios.
In: NOVAES, Adauto (org.). A Outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, p. 247.)
Assinale a alternativa incorreta sobre os povos indígenas no Brasil:
a) O Brasil é um país pluriétnico, com dezenas de povos indígenas.
b) A Constituição de 1988 reconhece costumes, línguas, crenças e tradições indígenas,
além dos direitos originários sobre as terras que os índios tradicionalmente ocupam.
c) As populações indígenas não estão desaparecendo, pelo contrário, estão em cresci-
mento demográfico no Brasil.
d) Guarani, Kaingang e Mapuche são povos indígenas do Brasil.
e) Mesmo com a violência sofrida ao longo da história do Brasil, os indígenas não foram
vítimas passivas dos colonizadores.
Gabarito: alternativa “D”
Comentário: a população Mapuche não é típica do Brasil, e sim do Chile.

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