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História

do
Brasil
Prof: Izabela Machado
Telefone: (19) 997-486088
Quem são nossos heróis?
Como toda boa estória, seja ela mal
contada ou bem contada, há sempre a
divisão de heróis e vilões. E claro, antes
de começarmos a contar a história do
Brasil, precisamos entender sobre as
epopéias (sucessão de eventos
extraordinários) criadas pela narrativa
eurocêntrica.
Podemos considerar que essa estória
criadas pelos europeus de que o branco
é salvador produz sobre o olhar do
brasileiro que de tudo que vem do Brasil
é ruim, negativo, corrupto e selvagem.
O que nos convence que o personagem é o herói?

O que nos convence é a


perspectiva ou o
ângulo de como aquela
história foi contada!
Como exemplo:
As cartas feitas pelos europeus mostram
a perspectiva deles em relação ao Brasil
e ao indígena.

Inclusive, essa manifestação literária


europeia é conhecida como período
quinhentismo.
Essa narração sobre a história do
Brasil é fruto da colonização. Portanto,
colonizar não é o simples fato de ir até
um território e explorar os recursos
naturais.

A colonização pode alcançar e


desestruturar a cultura inserida
naquele território, repercutindo até os
dias atuais.
Então, o que é ‘decolonização’?
O pacto colonial fundou impérios, classificou
pessoas em “humanos” e “não humanos”,
definiu a divisão internacional do trabalho,
autorizou vozes e silenciou outras.

O mito da modernidade como emancipação


social partiu do princípio que a Europa era o
centro do mundo, a sociedade mais
desenvolvida do globo. Diante da
constatação de sua extraordinária civilidade,
lhe cabia como exigência moral desenvolver o
outro.

Desenvolver o outro significou submetê-lo a


processos de colonização, com a expropriação
de seus territórios, destruição de suas línguas Projeção cartográfica de Mercator é etnocêntrica.
e sistemas de conhecimento em direção a sua
própria evolução
Não há consenso quanto ao uso do
conceito decolonial/ descolonial, mas,
ambas as formas se referem à dissolução
das estruturas de dominação e
exploração configuradas pela
colonialidade.

É reconhecer outras pesperctivas da história, como


reconhecer a resistência do povo negro e indígena.
Ou seja, de pensar em outras maneiras de existir.

https://www.youtube.com/watch?v=RpEY_aJgYUI
A colonização
no Brasil
Quando os portugueses chegaram aqui,

As comunidades
havia mais de mil etnias indígenas
distintas, somando algo entre 3 milhões

indígenas
e 5 milhões de habitantes.

Com base nas diferentes línguas faladas


por eles, foi elaborada uma classificação
Antes da chegada dos colonizadores, dos diversos grupos indígenas,
os índios tupi-guaranis já haviam sabendo-se que quatro eram os mais
desenvolvido uma forma completa de importantes:
cultura

Jê ou Caraíba ou
Tupi-guarani Maipuré
Tapuia Cariba
Em geral, esses índios viviam da caça, pesca,
coleta de alimentos. Alguns praticavam uma
agricultura rudimentar: pequenas roças de
mandioca, feijão, milho, e abóbora eram
plantadas, após a preparação do terreno através
do sistema de queimadas.

Características Era comum o deslocamento periódico desses

gerais:
grupos.

Sua organização comunitária reservava papéis e


atribuições distintas aos homens e mulheres da
tribo. Em defesa do território tribal, chegavam a
travar lutas armadas, sendo a bravura em
combate um elemento distintivo dentro de sua
sociedade.
A antropofagia

Carne humana era bem mais que um petisco para os


antropófagos brasileiros. O canibalismo, na cultura
desses povos, envolvia cerimônias que evocavam o
sobrenatural. “Eles acreditavam que o indivíduo ganha
força pela assimilação de outros, poderosos e
perigosos, sejam guerreiros inimigos, sejam parentes
mortos”

https://super.abril.com.br/historia/como-eram-os-rituais-de-canibalismo-dos-indios-brasileiros/
Decorridos cinco séculos do
contato com os europeus,
estima-se que, no final do século
XX sejam eles menos de 300 mil,
pertencentes a 170 grupos
linguísticos. Esse números indicam a proporção do extermínio a que
povos indígenas foram submetidos pelos colonizadores.
Uma provocação.

Se a história conhecida dos indígenas brasileiros foi uma história de


massacre e destruição cultural, então por que o homem branco,
sobretudo o portugues, mostrou-se tão intolerante e avesso ao
povos nativos ?

(A) Exclusivamente pelo viés capitalista de explorar essas


comunidades
(B) por ser algo radicalmente diferente aos moldes europeus
cristãos
No quadro Inferno, o índio é apresentado
como próprio demônio.

Isso mostra que pouco que conhecemos,


ou imaginamos conhecer sobre
indígenas na época nada mais é do que
uma visão captada sobre o olhar europeu
sobre os trópicos.
Os bárbaros de Rouen
Como resultado de todos os contatos, multiplicaram-se as
narrativas sobre o “novo mundo” como um lugar exótico e os
índios como seres fantásticos.

Essa dimensão caricatural, que povoava o imaginário europeu da


época, foi claramente demonstrada durante uma grande festa, na
cidade francesa de Rouen, em 1550. Nessa festa, foi simulado
um combate entre cinquenta índios tupinambás e tabajaras, que
haviam recém-capturados no Brasil, e marinheiros franceses
também nus.
A chegada dos
portugueses ao Brasil
1°, Por que os portugueses?
Reforma e Contrarreforma
A formação Reforma Protestante, realizada, sobretudo, por
Martinho Lutero, fez a igreja Católica se disciplinar e adotar uma
estrutura capaz de combater o protestantismo.

Os Tribunais da Inquisição foram, nesse momento, fundamentais


para disseminar o terror contra qualquer atividade que poderia
colocar em questão a autoridade da igreja.

Também com o objetivo de tentar recuperar seu controle sobre o


rebanho católico, a Igreja criou várias ordens religiosas como a
Companhia de Jesus (dos jesuítas).
O principal objetivo das “missões” dos jesuítas era
aumentar o poder católico nas colônias.

Ou seja, o intuito era aumentar os números de


católicos já que a quantidade de protestantes só
aumentava na Europa.
Lembrando que a Companhia de Jesus foi fundada em
1534, por Inácio de Loyola. Sendo concebida como
uma organização militar, com estrutura e disciplinas
rígidas. a companhia usava a violência como um
instrumento fundamental para a evangelização.
A resistência e a
miscigenação
indígena
Miscigenação e Resistência
O processo de sujeição Primeiro, para que servia o
pau-brasil?
das nações indígenas Como os colonos não encontraram

desenvolveu-se de
ouro a primeira vista, e por isso
fizeram então do pau-brasil a
maneira cruel e repleta atividade econômica mais
importante no Brasil.
de tensões O pau-brasil, por sua vez, era usado
como corante (por conta da sua
A com a chegada dos portugueses e a pigmentação avermelhada) e a
seguida exploração do pau-brasil madeira era utilizada para
como atividade econômica fizeram
com que o indígena se tornasse mão construção de móveis e de návios.
de obra escrava
Os portugueses praticavam a
miscigenação racial. De fato, houve
muitos casamentos ou simples
acasalamentos entre lusitanos e
ameríndios.

Para os portugueses, esse método


tinha a vantagem de permitir a
mobilização do trabalho indígena na
exploração do pau-brasil, em troca
de bijuterias, espelhos e facas.
Os contatos entre colonizadores e
Inúmeras famílias brasileiras foram
indígenas deixaram marcas iniciadas dessa forma.
profundas na cultura nacional
Há uma explicação para isso:
com a chegada dos jesuítas,
tornou-se prática consagrar o
casamento segundo os ritos
católicos.

Nesse caso, as mulheres


índias assumiam um nome
europeu e abandonavam os
costumes poligâmicos da
tribo, apagando assim, seus
costumes ‘selvagens’.
Portanto, qual romance representa esse
comportamento colonial do século XVi? E por quê?
Iracema foi escrito em 1865 por José de
Alencar (1829-1877) e conta a história
de amor entre a indígena que dá nome à
obra e o aventureiro português Martim.
Iracema pertence ao povo tabajara e é a
filha virgem do pajé. Martim é aliado dos
pitiguaras, inimigos dos tabajaras, e está
perdido em território inimigo.

O encontro entre os dois dá início a um


romance que serve de lenda para contar
o surgimento do Estado do Ceará.
O início da colonização - as capitanias
hereditárias e o Governo Central
O Dom João III decidiu-se pela criação de
capitanias hereditárias. O Brasil foi dividido
por uma série de linhas paralelas ao
equador que iam do litoral ao meridiano de
Tordesilha, esses quinhões foram entregues
ao chamados capitães donatários.

Nenhum representante da grande nobreza


se incluía na lista dos donatários, pois os
negócios na Índia, em Portugal e nas ilhas
atlânticas eram por essa época bem mais
atrativos.
E o que eram as sesmarias?

Lembrando que os capitães-donatários não eram proprietários da terra, mas eles podiam
fundar as sesmarias, que é uma enorme extensão de terra virgem que era doada para alguém.

E não se esqueçam, a Coroa detinha o


monópolio de drogas e especiarias, e
boa parte dos tributos arrecadados
das capitanias hereditárias.
O Governo Geral

Bom, Dom João III que as capitanias não estavam


rolando, e por isso decidiu estabelecer o governo
geral do Brasil. E assim, Tomé de Souza foi enviado
como governador-geral, em 1549.

Tomé de Souza foi o mesmo responsável por destruir


as aldeias de índios “rebeldes’, matando-os ou
submetendo-os a escravidão, como forma de
“castigo e exemplo”.
O Brasil não proporcionava riquezas consideráveis aos cofres reais durante as primeiras
décadas de colonização.

Mas mesmo assim, a coroa portuguesa insistiu em colonizar o Brasil e torná-lo uma colônia
cujo sentido básico seria o de fornecer ao comércio europeu gêneros alimentícios ou minérios
de grande importância.

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