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ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE HISTÓRIA

PROFª: THAIS ALMEIDA


ALUNO (A):
A chegada dos portugueses à costa brasileira, segundo depoimento do líder indígena e ambientalista Ailton Krenak, não
foi uma ocupação. Não houve um desembarque, nas palavras dele. Marinheiros portugueses chegaram doentes e
famélicos e foram salvos pelos nativos que os receberam, abrigaram e alimentaram. Por serem povos muitas vezes
nômades, que percorriam vastos territórios, os nativos das Américas eram receptivos e sabiam conviver em harmonia com
etnias distintas. O que hoje se chamaria de ingenuidade, naquela época era um modo de vida. Os portugueses, por aqui, e
os espanhóis, ao sul e a oeste, tinham outra personalidade e orientação diversa.

A colonização começou com uma invasão genocida e etnocida cujos desdobramentos ainda hoje ameaçam a vida dos
primeiros povos a habitar o país. Não houve nada de heroico na invasão europeia: os homens que aqui chegaram
encontraram não um povo inculto, ingênuo e precário – como registraram os europeus –, mas múltiplos povos,
extremamente heterogêneos, com culturas riquíssimas e sabedorias milenares.

Baseado no texto e no primeiro episódio da série original Netflix “Guerras do Brasil”, responda:

01. Como Ailton Krenak se posiciona diante do conceito de “guerra de conquista”?

R: Ele retrata que não houve uma conquista, muito menos uma guerra, o que aconteceu foi que os colonizadores

enganaram os povos que aqui viviam e aproveitou de sua bondade e recepção.

02. Tomando como base a sua resposta da questão “01”, indique quais argumentos Krenak utiliza para defender o seu
posicionamento:

R: Uma delas foi a de que os nativos tinham uma vantagem absurda em relação aos europeus e que eles os viam

como outras tribos, sendo assim, receberam eles como outros indígenas.

Texto I

O Brasil é uma invenção, não houve um evento de fundação como nos ensinou a história oficial com a chegada da
esquadra portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500 registrado como a Descoberta do
Brasil. Era habitado por nações indígenas que aqui estavam a milhares de anos, ocupando terra de dimensões continentais.
Os guarani, por exemplo, no dizer dele, descidos dos Andes, tinham consciência de sua identidade cultural há três ou
quatro mil anos.
Ailton Krenak – Documentários “Guerras do Brasil”: a guerra de conquista – Netflix, 2019.

Texto II

Outro mundo, novo mundo: somente com a aventura empreendida por Colombo, a Europa tomou consciência de que
havia um Novo Mundo. E mudou profundamente o curso da História. Mas foi verdadeiramente uma descoberta, ou teria
sido um encontro a mudar o curso? “Descoberta” é um termo inadequado e injusto. As culturas pré-colombianas dos
ameríndios eram seculares, seculares as suas religiões. Os mais adiantados daqueles povos tinham atingido altos níveis de
civilização e construído sólidas estruturas. Não se pode dizer que não tivessem consciência de existir. Tinham a
consciência de existir não somente como pessoas e como famílias, assim como, nos casos citados, também como povo,
como Estado. Estavam ali e bem o sabiam. Na Europa não se sabia. Então, qual foi o primeiro dado descoberto?
Exatamente a ignorância europeia. Essa foi a primeira descoberta na descoberta.
TAVIANI, Paolo Emilio. Folha de S.Paulo, 8 ago. 1991.
03. Como o autor do Texto II se posiciona diante do debate que envolve o uso dos termos “descoberta” e “encontro de
culturas” para se referir ao momento da chegada dos europeus em solo americano e sua colonização?

R: Nos mostra que não houve uma descoberta pois já haviam povos que sabiam totalmente sua história e cultura.
Também nos diz que se trata de uma espécie de ignorância e omissão por parte dos colonizadores, que ignoraram
toda a existência e sabedoria dos povos nativos, e pondo uma relação de “descoberta” em algo que nunca foi
perdido.

04. Como o posicionamento descrito na questão “03” pode ser respaldado pelo texto I?

R: De que nunca teve uma fundação, como os colonizadores diziam, pois já haviam povos aqui.

05. “Na minissérie documental “Guerras do Brasil.doc”, presente na plataforma Netflix, o professor indígena Ailton
Krenak propõe a reflexão acerca da dizimação dos povos originários a partir de perspectivas atuais, em que é retratada a
história sob o olhar do esquecimento e da violência contra esses povos, a despeito da sua riqueza cultural e produtiva.
Essas formas de desvalorização das comunidades tradicionais do Brasil são respaldadas, dentre outros fatores, pela
invisibilização histórica desses atores sociais no ensino básico e pelo preconceito que rege o senso comum.”
Jornal “O Globo” - 2019

No documentário, a ideia de uma “guerra de conquista” é criticada. Diante dessa perspectiva:

a) Como se estabeleceram as primeiras relações entre os colonizadores e os povos nativos da América portuguesa?

R: Tiveram trocas que por partes dos nativos eram como presentes de paz em busca de uma socialização, Já os
europeus viam com outros olhos, buscando vantagem desde o primeiro momento.

b) Quais fatores contribuíram para o sucesso da invasão colonial e para o genocídio indígena que esse processo envolveu?

R: A percepção tardia de qual eram as intenções dos portugueses e as manipulações europeias fazendo indígenas
guerrilharem entre si.

06. “Não há como usar meias-palavras: o Marco Temporal é tese etnocidária, talvez até mesmo genocida. Ela refuta que
grupos indígenas tenham direito de posse e usufruto permanente, exclusivo, inalienável, indisponível e imprescritível das
Terras Indígenas que eles não ocupassem efetivamente em 05 de outubro de 1988, data de vigência da Constituição
Federal. [...] O genocídio e o etnocídio fazem parte da história do Brasil, e o Marco Temporal confirma essa regra.
Aparentemente, já não há derramamento de sangue, mas, como dizem os indígenas: ‘Antes nos matavam com epidemias,
depois com armas de fogo, hoje os brancos estão nos matando com canetas.’”
SOUSA, J. O. C.; GUARDIOLA, C. L. T. Marco Temporal e paisagens indígenas destruídas. Jornal da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 05-8- 2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/marco-temporal-e-paisagens-indigenas-destruidas.
Com base no texto, podemos inferir que o Marco Temporal:
a) reafirma a tese da inviolabilidade do direito de propriedade e de seu usufruto pelos povos indígenas.
b) reconhece que a colonização estabeleceu dispositivos de controle e genocídio dos povos indígenas.
c) mantém a histórica violência contra as nações indígenas e nega-lhes os direitos humanos à história e à cultura.
d) manifesta uma alternativa não violenta de retirada dos povos indígenas de suas terras, sem derramar sangue.

No México e nos Andes, houve uma guerra de Conquista, afirma o historiador. No planalto andino, os espanhóis logo
encontram o tesouro, aqui, as minas de ouro só seriam encontradas no final do século XVII. Iniciaram, portanto, os
portugueses a cultura da cana e a produção do açúcar. Historiadores e antropólogos enfatizam: a escravidão dos índios
segue como consequência natural da produção do açúcar, um contingente deles é levado como mão de obra nos engenhos.
Por outro lado, aqueles que não aceitam a fé católica são considerados inimigos da coroa e, a partir de 1570, sujeitos à
guerra justa e ao trabalho escravo. Os índios reagem ateando fogo aos engenhos e fugindo para os matos. Em sentido
oposto a esse, algumas sociedades indígenas se aliam aos portugueses que se utilizam delas na defesa da colônia que não
poderiam de outro modo guarnecer. Jogando uma tribo contra a outra, expulsam os franceses e holandeses e, com a
mesma artimanha, assim foram exterminadas as nações tupi que ocupam a costa brasileira. Somadas essas estratégias,
demonstram a história e a antropologia, os colonizadores despovoam o território e eles são obrigados a trazer os africanos
para o trabalho nos engenhos.

07. No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar asdisparidades
levantadas foi:
a) implantar as missões cristãs entre as comunidades submetidas.
b) utilizar a superioridade física dos africanos.
c) explorar as rivalidades existentes entre os povos nativos.
d) introduzir vetores para a disseminação de doenças epidêmicas.
e) comprar terras para o enfraquecimento das teocracias autóctones.

08. Segundo o texto, podemos afirmar que a escravidão indígena:


a) inexistiu depois da implantação da escravidão africana.
b) conviveu com a escravidão africana, ainda que em menor proporção.
c) foi a principal mão de obra utilizada pelos portugueses nos ciclos do açúcar, do ouro e do café.
d) nunca existiu em quantidade significativa.

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