POVOS NATIVOS DO BRASIL
comerciais fortificados ou não, geralmente próximo
 Eram sociedades ágrafas, logo, os costumes eram
repassados oralmente, para conhecer um pouco mais
CHOQUE CULTURAL
acerca da sua organização social e modos de vida é
preciso recorrer à arqueologia e as fontes históricas
oriundas de viajantes e oficiais da Coroa portuguesa
(visão majoritariamente etnocêntrica e reducionista).
 Estima-se que em 1500 havia cerca de 1400 povos
indígenas no Brasil. Diversas comunidades com
línguas, crenças, costumes e crenças diferentes.
Havia povos nômades, caçadores/coletores e os
povos sedentários e agricultores.
 Entre os nativos destacavam-se os tupi-guarani que
se estendiam por quase toda costa brasileira, do
Ceará ao Rio Grande do Sul. Os tupi (tupinambá) na
faixa litorânea do Norte até São Paulo, os guarani na
COLONIZAÇÃO
bacia Paraná-Paraguai e na parte mais ao sul.
 Esses povos foram bastante documentados pelos
viajantes e missionários europeus. Dentre suas
características observadas estão: semissedentarismo
(agricultura rudimentar e caça/pesca); ritualização da
guerra e antropofagia.
 Os povos não falantes do tupi foram denominados de
“tapuia” pelos tupis, nomenclatura adotada
posteriormente pelos colonizadores.
 Antropofagia e canibalismo: ato de comer carne
humana. Diferença essencial: canibalismo designa
uma ação orientada pela necessidade biológica de
comer, já a antropofagia, para os indígenas, possuía
um sentido simbólico, mágico e religioso. tratava-
se de um ritual presente na cultura desses povos
que acreditavam que ao ingerir a carne do adversário
estariam incorporando suas virtudes, como a força, a
bravura, a sabedoria, etc. Ser digno de participar
desse ritual era considerada uma grande honra.
PRIMEIROS NOMES DO BRASIL
O primeiro nome dado foi Pindorama, os indígenas que
inventaram e apenas eles o utilizavam. Na invasão em 1500,
os portugueses batizaram a nova terra de Ilha de Vera Cruz.
Se chamou Terra Nova em 1501, Terra dos Papagaios,
também em 1501, Terra de Santa Cruz em 1502, Terra Santa
Cruz do Brasil e Terra do Brasil, em 1505, e finalmente em
1526, devido ao pau-brasil, passou a se chamar Brasil.
A CHEGADA DOS PORTUGUESES (XVI): PERÍODO PRÉ-
COLONIAL
 Em 1500 os portugueses desembarcam no Brasil. A
ausência aparente de metais preciosos e a
lucratividade do comércio de tecidos e especiarias no
Oriente resulta num interesse tímido nas terras
americanas.
 Nas primeiras décadas, até meados de 1530, foram
realizadas expedições a fim de reconhecer e explorar
o território, além de estabelecer os primeiros contatos
com os nativos. Descoberta a existência do pau-
brasil começa o interesse pela exploração e passam
a ser realizadas viagens pelo litoral a fim de expulsar
contrabandistas.
 A madeira era obtida através do escambo com os
indígenas por mercadorias como facas, espelhos e
tesouras. Para armazenar e comercializar o pau-
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brasil, foram construídas feitorias (entrepostos
aos portos) pelos europeus.
 Espanto mútuo devido as abismais diferenças entre
os povos: roupas (ausência de roupas), língua,
costumes
 Os nativos, foram considerados primitivos e
demonizados. Os europeus se sentiam responsáveis
por difundir seu processo civilizador, em especial a
religião
 Os povos indígenas estabeleceram relações distintas
com os portugueses: tupinambás e aimorés
guerreavam, tupiniquins e tabajaras se aproximaram,
estabeleceram alianças
 A expedição de Martim Afonso de Souza, em 1530,
marca o início da efetiva colonização portuguesa.
Dentre as razões para inicialização destacam-se:
busca pela garantia da posse dos territórios (havia
franceses no litoral fazendo alianças com grupos
indígenas como os tupinambá e explorando o pau-
brasil, eles chegaram a fundar uma colônia no Rio de
Janeiro, a França Antártica (1555-1567)); a
descoberta de metais preciosos na América
espanhola; a posição estratégica da América
(essencial para a manutenção das rotas comerciais,
e especialmente como escala, para o Oriente.
 Dominação, escravização e extermínio: assim como
sua irmã ibérica, Portugal também impôs extrema
violência contra os povos nativos, a maciça
exploração do pau-brasil, a ocupação do território e
introdução da economia açucareira levaram a
confrontos. As chamadas guerras de conquista
tornaram-se fonte de mão de obra escrava.
 As guerras, a escravidão e a disseminação de
doenças como a gripe, tuberculose e sarampo
dizimaram milhares de indígenas. Acredita-se, em
relação às doenças, que apesar de a princípio os
contágios serem acidentais, com o tempo os
portugueses passaram a utilizar tais doenças como
armas biológicas, um método eficaz de eliminação
dos povos nativos.
 No final do século XVI inicia-se a escravidão em larga
escala dos povos africanos, essa opção justifica-se
por um conjunto de fatores: a resistência indígena
através de constantes fugas, guerras e recusa ao
trabalho compulsório; a queda demográfica
dificultava a utilização em larga escala; existência de
um mercado escravista e tráfico lucrativo no
transatlântico.
 Desde o início do séc XVI, autoridades portuguesas e
espanholas, filósofos e religiosos discutiam a
escravidão indígena. Uns defendiam esses eram
seres humanos com alma que poderiam ser salvos e
por isso deveriam ser tratados como súditos, outros,
defendiam que a escravidão era justa posto que
esses eram incapazes de ter uma vida racional e que
 eram destinados por natureza servir quem os  Outro órgão criado foram as câmaras municipais,
subjugasse. encarregadas da administração das vilas e cidades
 Há a proibição da escravidão indígena, mas somente eram ocupadas pelos “homens bons”, vereadores
para aqueles que aceitem o domínio português. Os que geralmente eram donos de grandes propriedades
rebeldes deveriam ser escravizados, no que ficou de terra e escravizados, esses eram escolhidos por
conhecido como “guerras justas”. Apesar da meio de eleições a cada 3 anos. Suas funções eram,
proibição até meados do século XVIII, especialmente entre outras: arrecadar impostos, fiscalizar as
nas periferias, a escravidão indígena continuou condições da vida urbana, realizar obras públicas.
acontecendo.
A IGREJA CATÓLICA E A COLONIZAÇÃO
 Os indígenas não rebelados nunca desfrutaram de
 Perdendo fiéis na Europa durante a Reforma
direitos e deveres iguais aos portugueses. Viviam em
protestante (XVI), a igreja vê nas expedições aos
missões (aldeamentos jesuítas), nos quais eram
novos continentes uma oportunidade de expandir a fé
tutelados, educados na fé cristã e servindo de mão
cristã e conseguir novos fiéis
de obra barata para a Coroa e para a Companhia de
 Foi fundamental no processo de colonização
Jesus.
portuguesa, atuava na conversão e difusão de
AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS hábitos culturais europeus junto aos escravizados
africanos e aos indígenas
 Tratava-se de um sistema de divisão de territórios em  Realizava batismos, casamentos e ministrava a
faixas de terra, essas eram destinadas a alguns educação dos filhos dos colonos.
homens, geralmente comerciantes, membros da
pequena nobreza, burocratas que recebiam o título
de capitães donatários.
 A carta de doação de terra estabelecia direitos e
deveres para o capitão. Entre os direitos estavam o
de cobrar impostos e conceder sesmarias (grandes
lotes de terra) para serem cultivados por outros
colonos. Entre os deveres estavam o de expandir a fé
cristã, defender o território, ocupar, explorar e tornar
a capitania lucrativa.
 Das 14, somente as capitanias de Pernambuco e de
São Vicente se desenvolveram, graças a cana-de-
açúcar.
 As demais fracassaram devido, especialmente, a
resistência indígena; grande extensão das terras;
falta de recursos ou interesse dos donatários;
dificuldade de comunicação entre capitanias e entre
capitanias e coroa.

O GOVERNO-GERAL E AS CÂMARAS MUNICIPAIS

 Em 1548, com o fracasso das capitanias, a Coroa
cria o Governo-geral, com sede em Salvador, a fim
de ampliar seu controle na colônia. Seu objetivo era
centralizar a administração, coordenar os esforços
contra invasores estrangeiros e rebelados indígenas,
além de promover a exploração econômica da terra.
 Com sede do governo em Salvador a área começa a
prosperar tanto quanto ou mais que Pernambuco e
Salvador
 Os capitães donatários têm seu poder diminuído
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