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E.M.

Francisco de Assis Medeiros Rangel

Aluno(a):_____________________________________________________ Ano: 7º
Professoras: Maria Cristina Disciplina: História

O TRABALHO INDÍGENA NA AMÉRICA ESPANHOLA


Buscando atingir os interesses mercantilistas hispânicos na América, os colonizadores espanhóis buscaram
empreender meios para extrair a abundante disponibilidade de metais preciosos do continente americano.
Contudo, sem possuir fácil acesso à mão de obra escrava dos africanos, os espanhóis tiveram que empregar formas
de trabalho que pudessem transpor a riqueza colonial à metrópole espanhola. Para alcançar seus objetivos usaram
mão de obra nativa.

Uma das modalidades de trabalho utilizada pelos espanhóis foi a mita, que também era conhecida pelos nomes
de “repartimiento” e “cuatéquil”. Nesse sistema, amplamente empregado na extração e beneficiamento de
minérios, os índios eram escalados por sorteio para uma temporada de serviços compulsórios. Por sua vez, os
trabalhadores recebiam uma baixa compensação salarial pelo trabalho desenvolvido nas minas. Após o fim da
jornada, ainda recebiam uma quantidade de minério conhecida como partido.

As lastimáveis condições de vida proporcionadas por esse tipo de relação de trabalho acabou gerando uma severa
diminuição na população indígena dessas regiões. Com o passar do tempo, a mita foi sendo paulatinamente
substituída pela adoção da mão de obra livre. Nas regiões em que a escassez da mão de obra indígena se agravou,
os espanhóis optaram pela utilização de escravos africanos trazidos pelos traficantes europeus.

Outro sistema de trabalho bastante utilizado pelos espanhóis foi a encomienda, termo que significa “recomendar”
ou “confiar” algo para alguém. Criado em 1512, esse regime deixava comunidades indígenas inteiras sob os
cuidados de uma encomendero que poderia utilizar a mão de obra dos índios para o desenvolvimento de atividades
agrícolas ou a extração de metais preciosos. Em troca, o encomedero deveria assegurar o oferecimento da
educação religiosa cristã para “seus” índios.

A exploração da mão de obra só poderia ser realizada por meio da concessão realizada pela Coroa Espanhola. A
encomienda era repassada somente para duas gerações posteriores à do beneficiado. Apesar de haver expressa
proibição, os espanhóis submetiam os indígenas a várias situações de agressão e tomavam as terras das
comunidades nativas. Ao longo do tempo, vários clérigos jesuítas denunciaram os abusos deferidos contra os
índios.

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O TRABALHO DOS INDÍGENAS NA AMÉRICA PORTUGUESA

A presença dos índios no território brasileiro é muito anterior ao processo de ocupação estabelecido pelos
exploradores europeus que aportaram em nossas terras. Segundo os dados presentes em algumas estimativas, a
população indígena brasileira variava entre três e cinco milhões de habitantes. Entre essa vasta população,
observamos o desenvolvimento de civilizações heterogêneas entre as quais podemos citar os xavantes, caraíbas,
tupis, jês e guaranis.

Geralmente, o acesso às informações sobre essas populações são bastante restritas. A falta de fontes escritas e o
próprio processo de dizimação dessas culturas acabaram limitando as possibilidades de estudo das mesmas. Em
geral, o maior contato desenvolvido entre índios e europeus aconteceu nas faixas litorâneas do nosso território,
onde predominam os povos indígenas pertencentes ao grupo tupi-guarani. Apesar das várias generalizações,
relatos do século XVI esclarecem alguns hábitos desse povo.

De acordo com esses registros, os povos tupi-guarani organizavam aldeias que variavam entre os seus 500 e 750
habitantes. A presença da aldeia era temporária e todo o seu contingente era dividido entre seis a dez casas, sendo
que cada uma delas poderia variar de tamanho e comprimento de acordo com as necessidades materiais e culturais
de cada aldeia. Para buscarem sustento, os tupis desenvolveram a exploração da coleta, da caça, da pesca e, em
alguns casos, das atividades agrícolas.

Sob o ponto de vista político, essas comunidades não contavam com nenhum tipo de organização estatal ou
hierarquia política que pudesse distinguir seus integrantes. Apesar disso, não podemos ignorar que alguns
guerreiros e chefes espirituais eram valorizados pelas habilidades que detinham. Muitas vezes, diferentes tribos
mantinham contato entre si em busca da manutenção de alguns laços culturais ou em razão da proximidade da
língua falada.

Com efetivo início da colonização do Brasil, os portugueses tinham a necessidade de empreender um modelo de
exploração econômica das terras que fosse capaz de gerar lucro em pouco tempo. Para tanto, precisariam de uma
ampla mão-de-obra capaz de produzir riquezas em grande quantidade e, dessa forma, garantir margens de lucro
cada vez maiores para os cofres da Coroa Portuguesa. Contudo, quem poderia dispor de sua força de trabalho
para tão ambicioso projeto?

Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já estabelecido com os índios na atividade de


extração do pau-brasil. Nesse período, os índios realizavam essa extração por meio de um trabalho esporádico
recompensado pelos produtos trazidos pelos lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o trabalho nas
grandes propriedades exigia uma rotina de trabalho longa e disciplinada que ia contra os hábitos cotidianos de
boa parte dos indígenas.

Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais epidemias contraídas no contato com o homem
branco e ruptura com a economia de subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse tipo de escravidão.
Ao mesmo tempo, devemos levar em conta que o controle sobre os índios escravizados era bem mais difícil tendo
em vista o conhecimento que tinham do território. Dessa forma, a vigilância se tornava algo bastante complicado

Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, a escravidão indígena também foi
extensamente combatida pela Igreja no ambiente colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os clérigos que
aportavam em terras brasileiras se envolveram em uma série de disputas em que repudiavam o interesse dos
colonos em converter os índios em escravos. Tal postura se justificava no interesse que os clérigos católicos
tinham em facilitar o processo de conversão religiosa dos índios.

Apesar de sua influência e autoridade, muitos padres foram explicitamente afrontados pela ganância de colonos
que saiam pelo território em busca de índios. Na maioria das vezes, a escravidão indígena servia como alternativa

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à falta e ao alto custo de pessoas escravizadas trazidas da África. Preferencialmente, os colonos atacavam as
populações indígenas ligadas às missões jesuíticas, pois estes já se mostravam habituados à rotina e aos valores
da cultura ocidental.

Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a captura de índios por meio de uma Carta Régia emitida
no ano de 1570. Segundo esse documento, os índios só poderiam ser presos e escravizados em situação de guerra
justa. Ou seja, somente os índios que se voltassem contra os colonizadores estariam sujeitos à condição de
escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o
período colonial.

A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento em que o marquês de Pombal
estabeleceu um conjunto de transformações na administração colonial. Primeiramente, ordenou a expulsão dos
jesuítas do Brasil mediante a ampla influência política e econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois, em
1757, proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas submetidas ao poderio da Coroa.

1- Leia o texto e responda às questões propostas.

Indígenas brasileiros de hoje falam do passado


Os portugueses chegaram numa praia que hoje se chama Bahia.
Essa praia era terra da nação Tupinikim.
Fazia muito tempo que os índios Tupinikim moravam naquela terra!
Fazia muito tempo que os índios Tupinikim plantavam naquela terra!
Mas os portugueses não respeitaram o direito da nação Tupinikim.
Os portugueses puseram um marco de pedra na terra Tupinikim.
Puseram o marco com o sinal do rei de Portugal.
Puseram o marco com uma cruz da religião do povo de Portugal.
Puseram um marco para dizer que aquela terra era do rei de Portugal.
Isso aconteceu no dia 22 de abril do ano de 1500.
[...] logo os portugueses trocaram os nomes de tudo.
Os portugueses mudaram o nome da terra.
Mas não mudaram só o nome da terra.
Os portugueses roubaram a terra também.
(História dos povos indígenas 500 anos de lutas no Brasil. Petrópolis: Vozes/Conselho Indigenista Missionário)

a) Segundo o texto, como os indígenas interpretam a descoberta do Brasil? Transcreva uma parte do texto que
justifica sua resposta.
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b) No trecho “Puseram o marco com uma cruz da religião do povo de Portugal”, percebemos a visão eurocêntrica
que marcou a colonização brasileira. Explique em que consistia essa visão eurocêntrica.
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2- Diversos povos indígenas realizavam rituais durante os quais praticavam a antropofagia. Apresente pelo menos
uma explicação para eles praticarem esse ritual.
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Obs.: Em cada questão há somente uma resposta certa


1- Eram características dos indígenas nativos do Brasil na chegada dos portugueses, em 1500:
a) a obtenção de recursos baseada na coleta, caça e agricultura.
b) a existência de apenas um idioma comum a todas as tribos.
c) a existência de grandes cidades, como a dos astecas.
d) a ausência de artesanato.

2- Eram povos nativos do Brasil:


a) Maias e Astecas
b) Tupinambás e Guaranis
c) Tupiniquins e Apaches
d) Toltecas e Incas

3- Observe a imagem abaixo:

Potosí foi um dos principais locais de exploração de riquezas naturais utilizadas pela coroa espanhola durante a
colonização da América. Em Potosí, os espanhóis fizeram com que os indígenas extraíssem cerca de metade:
a) do ouro explorado nas Américas.
b) do mercúrio necessário à obtenção da prata.
c) dos diamantes que enriqueceram a coroa espanhola.
d) da prata conseguida pelos espanhóis na América.

4- Dentre os processos de trabalho impostos aos indígenas e que resultaram em sua mortandade, destaca-se:
a) a escravidão imposta a eles, semelhante a dos africanos levados à América para trabalhar na extração de metais.
b) a encomienda, um processo de trabalho compulsório imposto a toda uma tribo para executar serviços agrícolas
e extrativistas.
c) o assalariamento, pago em valores muito baixos e geralmente em espécie.
d) a parceria, onde os indígenas eram obrigados a trabalhar na agricultura e nas minas, destinando dois terços da
produção aos espanhóis.

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5- Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito "prazer e devoção", a praia encheu-se de nativos.
Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam ao longe. Quando D. Henrique
acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando (...)
(Náufragos Degredados e Traficantes (Eduardo Bueno)
Este contato amistoso entre brancos e índios foi preservado:
a) pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indígena no decurso da catequese.
b) até o início da colonização quando o índio, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a ser
descrito como sendo selvagem, indolente e canibal.
c) pelos colonos que escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação.
d) em todos os períodos da História Colonial Brasileira, passando a figura do índio para o imaginário social
como "o bom selvagem e forte colaborador da colonização".

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