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Confi ra o resumo de como foi a escravidão no Brasil e entenda esse processo que teve
início em meados do século XVI e terminou no dia 13 de maio de 1888.
Esse processo ocorreu, primeiramente, com os indígenas nativos e, entre os séculos XVI e XVII, o uso
dessa mão-de-obra foi substituído, de maneira gradativa, pela escravização dos africanos que foram
trazidos ao Brasil por meio do tráfico negreiro – uma migração forçada de africanos para as colônias
portuguesas da América.
A escravidão durou até 1888, tendo permanecido, ininterruptamente, no Brasil por cerca de 400 anos e
suas consequências são sentidas até os dias de hoje, mais de 130 anos depois que a Lei Áurea aboliu
essa prática no país.
Em meados de 1550 começaram a chegar os primeiros africanos ao Brasil, trazidos por meio do tráfico
negreiro.
Os portugueses possuíam feitorias instaladas desde o século XV na África e, desde então, mantinham
relações comerciais com o reinos africanos, que incluíam a compra de escravos.
A colonização no Brasil foi se desenvolvendo e a necessidade por mais mão-de-obra era cada vez maior,
o que fez com que o comércio de escravos africanos prosperasse muito. O tráfico negreiro era
extremamente lucrativo, tanto para os traficantes, quanto para a Coroa Portuguesa.
Os escravos vinham para o Brasil amontoados dentro dos porões de navios – denominados navios
negreiros – e eram vendidos nos portos brasileiros.
Durante a longa viagem pelo Atlãntico, muitos africanos não sobreviviam e seus corpos eram lançados
no mar, como uma alternativa de diminuir o peso nos navios.
Os escravos que trabalhavam na casa-grande – residência dos donos dos escravos – recebiam um
tratamento melhor. Eram alimentados e bem vestidos. Além disso, havia escravos que trabalhavam nas
cidades em ofícios dos mais variados tipos.
Se os escravos cometessem qualquer tipo de erro ou desobedecessem, eles recebiam castigos físicos
muito dolorosos. Entre as punições mais comuns, então os açoitamentos. Além dos maus-tratos e as
péssimas condições em que viviam, as mulheres negras também muitas vezes eram exploradas
sexualmente.
A escravização dos africanos não era aceita de maneira passiva e esse processo é marcado pela
resistência e luta dos escravos que, muitas vezes, fugiam e formavam quilombos. Um exemplo da luta
dos escravos é a Revolta dos Malês.
Os portugueses davam algumas bugigangas – objetos como apitos, espelhos, chocalhos – para os
indígenas e, em troca, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as
caravelas portuguesas.
A solução encontrada pelos colonizadores portugueses foi de escravizar os indígenas, que, até então,
era a única mão-de-obra disponível para esse trabalho.
Estima-se que até o século XVII, os indígenas tenham sido a única mão-de-obra escrava que os
portugueses dispunham, quando, então, os escravos africanos começaram a se tornar maioria no Brasil.
Para os portugueses, era muito mais barato escravizar um indígena, em relação à um africano. Apesar
disso, uma série de fatores tornavam essa prática muito mais problemática e conturbada.
O primeiro fator era o fato de que os índios não estavam familiarizados com o trabalho contínuo para
a produção de excedentes, característica que fazia parte da cultura europeia.
Outro fator foram os conflitos que ocorreram entre os colonizadores e os jesuítas. Esses conflitos
aconteciam, pois os jesuítas eram contra a escravização dos indígenas, pois consideravam-nos como um
grupo que poderia ser catequizado.
A pressão dos jesuítas sob a Coroa foi tão grande que foi decretado a proibição da escravização dos
indígenas. Apesar disso, em muitos lugares a prática continuou, principalmente em locais onde a
economia não era tão próspera.
O Brasil foi o último país ocidental a abolir o trabalho escravo. A abolição ocorreu por meio do Lei
Áurea, assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio de 1888. Apesar disso, a abolição foi um longo
processo estimulado pelo debate público e pelas pressões vindas da Inglaterra, que queria o fim do
tráfico de escravos pelo Atlântico.
O processo de libertação dos escravos aconteceu gradativamente através de medidas legais que
tentavam propor resoluções relacionadas à escravidão. Confira todas as medidas propostas abaixo:
Lei Eusébio de Queirós (1850): visava a proibição do tráfico negreiro. Através dessa lei, foi
possível impedir a fonte que renovava os números de escravos no território brasileiro.
Lei do Ventre Livre (1871): também conhecida como Lei Rio Branco, determinava que os filhos de
mulheres escravizadas nascidos a partir desta data seriam considerados livres.
Lei dos Sexagenários (1885): também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe, concedia liberdade
para os escravos com mais de 60 anos de idade.
Além dessas medidas propostas, os escravos tiveram papel essencial no processo de desestruturação
da escravidão no Brasil. Eles resistiram organizando fugas em massas e revoltas contra os senhores de
engenho, formando quilombos, entre outras ações.
A pressão popular e as constantes revoltas dos escravos obrigaram o Império a abolir o trabalho
escravo. No entanto, os escravos que foram libertos continuaram sofrendo com o preconceito e com a
falta de oportunidades.
Quando os primeiros africanos chegaram o Brasil, tiveram o seu culto religioso proibido pelos portugueses.
Para se adaptarem, eles fundamentaram a relação entre os santos católicos e as entidades do candomblé, o
que é chamado de sincretismo religioso.
A comunidade Portão de Gelo, em Olinda, é um quilombo urbano: o primeiro a ter a área demarcada dentro
de uma cidade no Brasil. O centro social e cultural do quilombo é o Terreiro de Xambá. “O que mais vemos é
justamente a perspectiva de como a religião é um elemento significativo, principalmente de matriz africana. A
tradição está sendo mantida nesse terreiro. O que é interessante para o estudo sociológico é a vivência desse
terreiro inserido na comunidade e a expressão da vida da comunidade em si. E isso faz com o terreiro faça
parte dos trabalhos, afazeres, do comprometimento da vida. Nesse sentido, se une a esses eventos que
compõem as diferenças, necessidades da vida coletiva e responsabilidades”.
Para os seguidores da religião de matriz africana, São Jorge é Ogum; Santa Bárbara, Iansã. Essa relação entre
os santos católicos e as entidades do candomblé foi uma forma que os escravos africanos que vieram ao Brasil
encontraram para driblar os senhores de engenho e continuar realizando seus rituais sem perseguições.
O preconceito ainda existe, mas aos poucos vai sendo vencido. “As pessoas respeitam mais, como cidadãos.
Agora, queremos ser respeitados mais como religião. Os artistas, como Clara Nunes, que particularmente se
abriu para canais de TV dizendo que era de religião de matriz africana, deu sensibilidade maior, de a gente se
sentir mais acolhido dentro da sociedade. Quando viemos da África, trouxemos também nossa religião e
queremos poder dizer que Xangô é Xangô, Iemanjá é Iemanjá”, comentou o babalorixá Ivo de Xambá.
O sincretismo religioso, então, aparece como uma forma de continuar cultuando as suas divindades. “Nesse
sentido, aqui presenciamos a resistência através do sincretismo. Ou seja, os orixás, elementos da natureza, se
apresentam em especial por trás dos santos católicos”, destacou Fábio Medeiros.
O Brasil é um estado laico, o que significa que os brasileiros podem escolher a religião que pretendem praticar
sem retaliações, perseguições ou preconceito. Para que crenças completamente diferentes convivam em um
mesmo país, cidade ou bairro em paz, o melhor caminho é o conhecimento. “Como fé é diferente, mas também
busca ideias que todo ser humano busca em especial na construção de vida, que é a felicidade, o bem comum”,
- Modelo escravagista e hierárquico: os babás e iyás acima dos filhos como senhores
de engenho, reproduzindo o modelo de senzala.
Umbanda:
Zélio de Moraes e a Tenda Nossa Senhora da Piedade: Breve menção à Tenda Nossa
Senhora da Piedade, em 15 de novembro de 1908, como um marco histórico, mas
enfatizando que a Umbanda já existia de forma mais difusa e não institucionalizada
antes dessa data.
Kardecismo: