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1° PARTE CURSO DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

1. Processo de colonização e surgimento da escravidão no Brasil:

- Chegada dos portugueses ao Brasil: Contextualização histórica sobre a chegada dos


portugueses ao território brasileiro, explorando os interesses econômicos, as primeiras
expedições exploratórias e a fundação das primeiras colônias.

Confi ra o resumo de como foi a escravidão no Brasil e entenda esse processo que teve
início em meados do século XVI e terminou no dia 13 de maio de 1888.

A escravidão no Brasil iniciou-se em meados de 1530, quando os portugueses começaram a implantar


de maneira efetiva as medidas de colonização da América portuguesa.
O processo de escravização começou para atender as demandas portuguesas por mão-de-obra para
trabalhar na lavoura e, posteriormente, na mineração.

Esse processo ocorreu, primeiramente, com os indígenas nativos e, entre os séculos XVI e XVII, o uso
dessa mão-de-obra foi substituído, de maneira gradativa, pela escravização dos africanos que foram
trazidos ao Brasil por meio do tráfico negreiro – uma migração forçada de africanos para as colônias
portuguesas da América.
A escravidão durou até 1888, tendo permanecido, ininterruptamente, no Brasil por cerca de 400 anos e
suas consequências são sentidas até os dias de hoje, mais de 130 anos depois que a Lei Áurea aboliu
essa prática no país.

Em meados de 1550 começaram a chegar os primeiros africanos ao Brasil, trazidos por meio do tráfico
negreiro.

Os portugueses possuíam feitorias instaladas desde o século XV na África e, desde então, mantinham
relações comerciais com o reinos africanos, que incluíam a compra de escravos.

A colonização no Brasil foi se desenvolvendo e a necessidade por mais mão-de-obra era cada vez maior,
o que fez com que o comércio de escravos africanos prosperasse muito. O tráfico negreiro era
extremamente lucrativo, tanto para os traficantes, quanto para a Coroa Portuguesa.
Os escravos vinham para o Brasil amontoados dentro dos porões de navios – denominados navios
negreiros – e eram vendidos nos portos brasileiros.
Durante a longa viagem pelo Atlãntico, muitos africanos não sobreviviam e seus corpos eram lançados
no mar, como uma alternativa de diminuir o peso nos navios.

Os escravos africanos, primeiramente, atenderam às demandas da produção de açúcar nos engenhos.


As jornadas de trabalho eram exaustivas, chegando a 20 horas por dia e, além disso, eram marcadas
pela violência vinda dos senhores de engenho.
O trabalho feito pelos escravos africanos era considerado muito mais pesado do que trabalhar nas
plantações. Isso é comprovado pelo fato de que nas moendas – local em que a cana-de-açúcar era
moída para extrair seu caldo – era comum ocorrer acidentes em que os escravos acabavam perdendo
mãos ou braços.
Já nas fornalhas e nas caldeiras – local onde ocorria o cozimento do caldo de cana – os escravos
constantemente se queimavam. Essa etapa do trabalho era considerada tão árdua, que acabava sendo
reservada para os escravos que eram considerados mais rebeldes.
O tratamento recebido pelos escravos era desumano. A alimentação, muitas vezes, era insuficiente e os
escravos precisavam complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que
cultivavam aos domingos. Além disso, eles dormiam no chão da senzala e eram monitorados
constantemente para evitar que fugissem.

Os escravos que trabalhavam na casa-grande – residência dos donos dos escravos – recebiam um
tratamento melhor. Eram alimentados e bem vestidos. Além disso, havia escravos que trabalhavam nas
cidades em ofícios dos mais variados tipos.

Se os escravos cometessem qualquer tipo de erro ou desobedecessem, eles recebiam castigos físicos
muito dolorosos. Entre as punições mais comuns, então os açoitamentos. Além dos maus-tratos e as
péssimas condições em que viviam, as mulheres negras também muitas vezes eram exploradas
sexualmente.

A escravização dos africanos não era aceita de maneira passiva e esse processo é marcado pela
resistência e luta dos escravos que, muitas vezes, fugiam e formavam quilombos. Um exemplo da luta
dos escravos é a Revolta dos Malês.

- Escravidão indígena e sua transformação: Abordagem sobre a tentativa inicial de


utilizar os povos indígenas como mão de obra escrava e a consequente transformação
para o tráfico de escravos africanos. – Explicação futura sobre a influencia da cultura
indígena na miscelânea que forma a Umbanda.
O sistema de escravidão ocorrido no Brasil teve início no século XVI, mais especificamente em meados
da década de 1530, quando os portugueses implantaram o sistema de capitanias hereditárias e deram
início ao processo de colonização do Brasil.
Até então, os portugueses apenas haviam explorado o pau-brasil presente na região e o comércio
realizado com os indígenas era feito através do escambo – ou seja, através da troca de serviços ou
mercadorias sem fazer uso de moeda.

Os portugueses davam algumas bugigangas – objetos como apitos, espelhos, chocalhos – para os
indígenas e, em troca, os nativos deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as
caravelas portuguesas.

A partir da implantação das capitanias hereditárias, começaram a ser incentivados o desenvolvimento


de engenhos de produção do açúcar. Essa atividade era considerada mais complexa e demandava uma
grande quantidades de trabalhadores braçais – atividade considerada inferior pelos portugueses.

A solução encontrada pelos colonizadores portugueses foi de escravizar os indígenas, que, até então,
era a única mão-de-obra disponível para esse trabalho.
Estima-se que até o século XVII, os indígenas tenham sido a única mão-de-obra escrava que os
portugueses dispunham, quando, então, os escravos africanos começaram a se tornar maioria no Brasil.

Para os portugueses, era muito mais barato escravizar um indígena, em relação à um africano. Apesar
disso, uma série de fatores tornavam essa prática muito mais problemática e conturbada.
O primeiro fator era o fato de que os índios não estavam familiarizados com o trabalho contínuo para
a produção de excedentes, característica que fazia parte da cultura europeia.
Outro fator foram os conflitos que ocorreram entre os colonizadores e os jesuítas. Esses conflitos
aconteciam, pois os jesuítas eram contra a escravização dos indígenas, pois consideravam-nos como um
grupo que poderia ser catequizado.
A pressão dos jesuítas sob a Coroa foi tão grande que foi decretado a proibição da escravização dos
indígenas. Apesar disso, em muitos lugares a prática continuou, principalmente em locais onde a
economia não era tão próspera.

2. Como os escravos cultuavam seus "deuses"?

- Explicação pré-sincretismo na senzala: A explicação de que cada escravo vinha de


partes e regiões diferentes da África, onde cada deidade era cultuada de forma
diferente e múltipla, chegando a presença dos Orixás pelos yorubás (ketu), Nkisi pelos
de Angola (bantu), Vodun pelos de Benin (jeje e fon), etc. No caso dos Orixás, cada um
tinha uma região ou terra específica de culto Sango – Oyo, Ifé-Oxalá, Irá-Oya, Ire-Ogun.
(breve, mais tarde explicaremos as nações e suas diferenças)

- Sincretismo religioso: Exploração do sincretismo religioso desenvolvido pelos


escravos, que mesclava suas crenças ancestrais africanas com elementos da religião
católica, permitindo a sobrevivência de suas práticas culturais em meio à opressão.

3. Após a abolição da escravatura, como caminhou esse culto africano?

-Marginalização do negro e da mulher negra escravizados: Explicação sobre os


escravizados que foram jogados à margem da sociedade e tiveram que se submeter a
condições análogas a escravidão, trabalhos degradantes e humilhação, que aqueles
que tinham conhecimento poderiam jogar búzios ou fazer feitiços (embora ainda
fossem MUITO perseguidos) ou se submeter a prostituição, crime, etc.

-Proibição e repressão: Análise do período pós-abolição, quando as práticas religiosas


de matriz africana foram alvo de perseguição e repressão por parte do Estado e da
sociedade dominante, resultando em uma marginalização dessas religiões – o
escravizado largado às margens da sociedade.

-Gancho para Quimbanda: O surgimento da Lira conforme a urbanização brasileira pós


década de 30, onde tinham os feiticeiros, ladrões, assassinos que vinham das mesmas
raízes dos cultos africanos (bantu e nagô) e elementos da Macumba Carioca.

O fim da escravidão no Brasil

O Brasil foi o último país ocidental a abolir o trabalho escravo. A abolição ocorreu por meio do Lei
Áurea, assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio de 1888. Apesar disso, a abolição foi um longo
processo estimulado pelo debate público e pelas pressões vindas da Inglaterra, que queria o fim do
tráfico de escravos pelo Atlântico.
O processo de libertação dos escravos aconteceu gradativamente através de medidas legais que
tentavam propor resoluções relacionadas à escravidão. Confira todas as medidas propostas abaixo:

 Lei Eusébio de Queirós (1850): visava a proibição do tráfico negreiro. Através dessa lei, foi
possível impedir a fonte que renovava os números de escravos no território brasileiro.
 Lei do Ventre Livre (1871): também conhecida como Lei Rio Branco, determinava que os filhos de
mulheres escravizadas nascidos a partir desta data seriam considerados livres.
 Lei dos Sexagenários (1885): também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe, concedia liberdade
para os escravos com mais de 60 anos de idade.
Além dessas medidas propostas, os escravos tiveram papel essencial no processo de desestruturação
da escravidão no Brasil. Eles resistiram organizando fugas em massas e revoltas contra os senhores de
engenho, formando quilombos, entre outras ações.
A pressão popular e as constantes revoltas dos escravos obrigaram o Império a abolir o trabalho
escravo. No entanto, os escravos que foram libertos continuaram sofrendo com o preconceito e com a
falta de oportunidades.

Africanos mantiveram cultos religiosos através do sincretismo

Quando os primeiros africanos chegaram o Brasil, tiveram o seu culto religioso proibido pelos portugueses.
Para se adaptarem, eles fundamentaram a relação entre os santos católicos e as entidades do candomblé, o
que é chamado de sincretismo religioso.
A comunidade Portão de Gelo, em Olinda, é um quilombo urbano: o primeiro a ter a área demarcada dentro
de uma cidade no Brasil. O centro social e cultural do quilombo é o Terreiro de Xambá. “O que mais vemos é
justamente a perspectiva de como a religião é um elemento significativo, principalmente de matriz africana. A
tradição está sendo mantida nesse terreiro. O que é interessante para o estudo sociológico é a vivência desse
terreiro inserido na comunidade e a expressão da vida da comunidade em si. E isso faz com o terreiro faça
parte dos trabalhos, afazeres, do comprometimento da vida. Nesse sentido, se une a esses eventos que
compõem as diferenças, necessidades da vida coletiva e responsabilidades”.
Para os seguidores da religião de matriz africana, São Jorge é Ogum; Santa Bárbara, Iansã. Essa relação entre
os santos católicos e as entidades do candomblé foi uma forma que os escravos africanos que vieram ao Brasil
encontraram para driblar os senhores de engenho e continuar realizando seus rituais sem perseguições.
O preconceito ainda existe, mas aos poucos vai sendo vencido. “As pessoas respeitam mais, como cidadãos.
Agora, queremos ser respeitados mais como religião. Os artistas, como Clara Nunes, que particularmente se
abriu para canais de TV dizendo que era de religião de matriz africana, deu sensibilidade maior, de a gente se
sentir mais acolhido dentro da sociedade. Quando viemos da África, trouxemos também nossa religião e
queremos poder dizer que Xangô é Xangô, Iemanjá é Iemanjá”, comentou o babalorixá Ivo de Xambá.
O sincretismo religioso, então, aparece como uma forma de continuar cultuando as suas divindades. “Nesse
sentido, aqui presenciamos a resistência através do sincretismo. Ou seja, os orixás, elementos da natureza, se
apresentam em especial por trás dos santos católicos”, destacou Fábio Medeiros.
O Brasil é um estado laico, o que significa que os brasileiros podem escolher a religião que pretendem praticar
sem retaliações, perseguições ou preconceito. Para que crenças completamente diferentes convivam em um
mesmo país, cidade ou bairro em paz, o melhor caminho é o conhecimento. “Como fé é diferente, mas também
busca ideias que todo ser humano busca em especial na construção de vida, que é a felicidade, o bem comum”,

Surgimento da Umbanda, do Candomblé e do Kardecismo:

Pincelada de como os cultos afro-brasileiros se disseminaram pelo Brasil e receberam


diferentes influências regionais – Macumba Carioca, no Nordeste, no Sul e Centro
Oeste, cada uma adaptando o culto e reintroduzindo dentro de sua própria cultura
local.
Candomblé

Origens na Diáspora Africana: Explicação sobre como as raízes do Candomblé


remontam à Diáspora Africana, quando os escravos africanos trouxeram suas crenças e
práticas religiosas para o Brasil durante o período da escravidão, esclarecimento que o
Candomblé é BRASILEIRO e diferente da forma de culto tradicional Yorubá.

Sincretismo Religioso: Rediscussão sobre o sincretismo que ocorreu entre as


divindades africanas e os santos católicos, permitindo aos escravos a continuidade de
suas crenças sob a roupagem de culto aos santos católicos, prática comum para
escapar da perseguição religiosa.

-Terreiros e quilombos: Descrição dos espaços onde os escravos africanos se reuniam


para cultuar suas divindades, como os terreiros de Candomblé e os quilombos, que
funcionavam como locais de resistência e preservação de suas tradições.

- Modelo escravagista e hierárquico: os babás e iyás acima dos filhos como senhores
de engenho, reproduzindo o modelo de senzala.

Umbanda:

Origens na Senzala: Detalhamento da origem da Umbanda na senzala, como um


sincretismo das crenças africanas, indígenas e católicas, onde os escravos e libertos
buscavam formas de unir suas heranças culturais e religiosas.

Espiritismo e Kardecismo: Contextualização da influência do espiritismo e do


Kardecismo no surgimento da Umbanda, destacando a incorporação de práticas
mediúnicas e a noção de comunicação com espíritos e entidades.

Zélio de Moraes e a Tenda Nossa Senhora da Piedade: Breve menção à Tenda Nossa
Senhora da Piedade, em 15 de novembro de 1908, como um marco histórico, mas
enfatizando que a Umbanda já existia de forma mais difusa e não institucionalizada
antes dessa data.

Kardecismo:

Allan Kardec e o Espiritismo: Introdução ao espiritismo kardecista, enfatizando o papel


de Allan Kardec na sistematização e difusão dessas doutrinas espiritualistas na Europa.

Chegada do Espiritismo ao Brasil: Explicação de como o espiritismo kardecista chegou


ao Brasil, provavelmente no século XIX, através de livros e adeptos que introduziram a
doutrina no país.

Incorporação de Elementos Brasileiros: Discussão sobre como o espiritismo kardecista


no Brasil incorporou elementos da cultura e da religiosidade brasileira, adaptando-se
ao contexto social e cultural local, o que levou ao surgimento de novas práticas e
interpretações, como a Umbanda.
Quais as influências dentro desses cultos?

Influências africanas: Abordagem sobre os orixás, rituais e práticas religiosas de origem


africanas presentes no Candomblé e na Umbanda, como o xirê.

Influências indígenas e europeias: Exploração das contribuições das culturas indígenas,


nativas (entidades brasileiras – Caboclos, Pretos Velhos, Baianos, etc.) e europeias
(espiritismo, bruxaria ibérica) para a formação do sincretismo religioso presente nas
religiões de matriz africana.

Como caminharam esses cultos?

Reconhecimento legal e ressurgimento: Discussão sobre a gradual aceitação das


religiões de matriz africana na sociedade brasileira, a obtenção de reconhecimento
legal e a retomada da visibilidade pública a partir do século XX.

Expansão e diversificação: Análise da expansão geográfica e da diversificação das


práticas e crenças dentro do Candomblé, Umbanda e outras religiões de matriz
africana, destacando as diferentes vertentes e tradições regionais.

Desafios contemporâneos: Abordagem sobre os desafios enfrentados pelas religiões


de matriz africana na atualidade, incluindo o preconceito religioso, a intolerância e a
busca pela preservação dos cultos. Podemos citar, caso ocorra algo, até a Marcha para
Exu ou os inúmeros casos de terreiros vandalizados.

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