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Escravidão no Brasil
A escravidão no Brasil foi implantada no início do século XVI.

Em 1535 chegou a Salvador (BA), o primeiro navio com negros escravizados. Este ano é o marco
do início da escravidão no Brasil que só terminaria 353 anos depois em 13 de maio de 1888, com a
Lei Áurea.

As primeiras pessoas a serem escravizadas na colônia foram os indígenas. Posteriormente, negros


africanos seriam capturados em possessões portuguesas como Angola e Moçambique, e regiões
como o Reino do Daomé, e trazidos à força ao Brasil para serem escravizados.

Origem da escravidão no Brasil


Os historiadores apontam várias causas para se empregar a mão de obra escrava nas colônias.

Portugal tinha uma população pequena, de cerca de dois milhões de pessoas, e não tinha
condições de dispensar parte de seus habitantes para sua colônia americana. Para suprir os braços
que faltavam, os colonizadores usaram a escravidão, que já era praticada na África e no mundo
árabe.

O transporte de pessoas escravizadas fomentou a produção de mais embarcações, alimentos,


vestuário, armas, e outros produtos que estavam ligados ao comércio de gente. Por isso, o tráfico
negreiro representou um ótimo negócio para a Europa e movimentava grandes capitais nos três
continentes.

Desta maneira, portugueses, espanhóis, franceses, holandeses e ingleses tornaram a escravidão


um negócio lucrativo. Superlotaram os porões de seus navios com negros africanos (navios
negreiros) para serem vendidos nos portos brasileiros e em toda América.

Já as pessoas escravizadas não ganhavam nada, ao contrário, só perdiam, pois passavam a ser
propriedade de outra pessoa. Este contingente produziu toda riqueza no Brasil: desde o plantio da
cana-de-açúcar, colheita, transformação do caldo de cana, construção de casas, engenhos, igrejas,
tudo isso era feito por cativos.

Escravidão indígena no Brasil colonial


No início do processo de colonização no Brasil, empregou-se a mão de obra indígena.

Os índios eram capturados por meio de expedições como as bandeiras ou obtidos como espólio
das guerras intertribais. Os portugueses estabeleciam alianças com as tribos e, em troca,
conseguiam mão de obra escrava indígena.
Por muito tempo, nas escolas brasileiras, se ensinou que o índio não servia como escravo por ser
"preguiçoso" e por isso, o portugueses teriam preferido escravizar o africano. Na verdade, a
escravidão de indígenas somente seria abolida no século XVIII, e, portanto, o argumento não tem
sentido.

O que aconteceu era que escravizar africanos era muito mais lucrativo que escravizar indígenas, e
por esta razão, os europeus preferiram investir no tráfico negreiro.

Outro impedimento para a escravização do indígena foi a oposição dos religiosos, sobretudo os
jesuítas, que protegiam aldeias inteiras em suas reduções.

Tipos de escravidão no Brasil


No caso dos portugueses, os negros africanos eram trazidos de suas colônias na África para serem
utilizados principalmente na agricultura e na mineração. Desempenhavam também vários serviços
domésticos e/ou urbanos.

Nas cidades haviam os chamados “escravos de ganho”, utilizados em tarefas do ramo comercial ou
de serviços. Normalmente, eles vendiam produtos manufaturados, quitutes, carregavam água ou
auxiliavam na administração de pequenos comércios.

As condições da escravidão
As condições de escravidão no Brasil eram as piores possíveis e a vida útil de uma pessoa
escravizada adulta não passava de 10 anos.

Após sua captura na África, os seres humanos escravizados enfrentavam a perigosa travessia da
África para o Brasil nos porões dos navios negreiros, onde muitos morriam antes de chegar ao
destino.

Após vendidos, passavam a trabalhar de sol a sol, recebendo uma alimentação de péssima
qualidade, vestindo trapos e habitando as senzalas. Normalmente, tratava-se de locais escuros,
úmidos e com pouca higiene, adaptado apenas para evitar fugas.

Errar não era permitido e poderia ser punível com castigos dolorosos. Eram proibidos de professar
sua fé ou de realizar suas festas e rituais, tendo que fazer isso às escondidas. Afinal, a maioria das
pessoas escravizadas vinham da África já batizadas e era suposto que abraçassem a religião
católica. Daí surge o sincretismo que verificamos no Candomblé praticado no Brasil.

As mulheres negras eram exploradas sexualmente e usadas como mão-de-obra para trabalhos
domésticos, como cozinheiras, arrumadeiras, etc. Não era incomum que as mulheres escravizadas
recorressem ao aborto para impedir que seus filhos não tivessem a mesma sorte.

Quando fugiam, os capitães do mato perseguiam as pessoas escravizadas. A obtenção da


liberdade só era possível quando escapavam para quilombos ou quando conseguiam comprar a
carta de alforria.
Escravidão e formas de resistência
As revoltas nas fazendas não eram raras no período colonial. Muitos grupos de escravos fugiam e
formavam comunidades fortificadas e escondidas na mata chamadas "quilombos" e um dos mais
significativos, no Brasil colonial, foi o "Quilombo dos Palmares". Ali, podiam praticar sua cultura e
exercer seus rituais religiosos.

No entanto, vários escravizados que não conseguiam escapar, preferiam suicidar que
continuar cativos.

Abolição da escravatura
Quando a sociedade europeia começou a adotar as ideias do liberalismo e do Iluminismo, a
escravidão passou a ser severamente questionada. Afinal, a privação de liberdade não combinava
com a nova etapa do capitalismo industrial.

Igualmente, quando a Inglaterra aboliu a escravidão nas suas colônias, substituiu por
trabalhadores assalariados. Por esta razão, a produção agrícola ali seria mais cara e as colônias
inglesas não poderiam concorrer com os baixos preços praticados pelos portugueses.

Assim, era necessário transformar a mão-de-obra escravizada em trabalhadores assalariados. Isto


iria igualar os preços da produção e no futuro, os ex-escravos poderiam se tornar consumidores.

Por isso, a Inglaterra, que liderava a nova expansão capitalista-industrial, aprovou a "Lei Bill
Aberdeen". Esta transformou a Marinha Real Britânica numa arma contra o tráfico de escravos em
qualquer parte do mundo, pois permitiu que seus navios abordassem navios negreiros de
qualquer nacionalidade. Importar pessoas para serem escravizadas acabou se tornando cada vez
mais caro.

No Brasil, o tráfico foi oficialmente abolido em 1850, com a "Lei Eusébio de Queirós". Mais adiante,
em 1871, a "Lei do Ventre Livre" garantiu a liberdade aos filhos de escravos; e, em 1879, teve início
a campanha abolicionista liderada por intelectuais e políticos.

Posteriormente, a "Lei dos Sexagenários" (1885) garantia a liberdade aos escravos maiores de 60
anos.

Lei Áurea
A abolição da escravidão no país foi concedida pela Lei Áurea, aprovada pelo Senado e assinada
pela princesa Isabel, dia 13 de maio de 1888.

A Lei Áurea encerrava décadas de discussão em torno de várias questões. Porém, a mais
importante era: se os escravos fossem libertados, o governo pagaria indenização aos
proprietários? Por fim, venceu a tese de que os donos de escravos não receberiam nenhuma
compensação financeira.

Isso retira o apoio dos latifundiários escravistas davam à monarquia. Quando surge o golpe
republicano, os grandes proprietários de terra sustentam o novo regime.

Libertos sem qualquer plano, os ex-cativos se viram entregues à própria sorte e passaram a formar
um enorme contingente de pessoas sem qualificação.

Atividade
Questão 01
Sobre o processo de escravização no Brasil, assinale a alternativa correta:

a) Os povos escravizados no Brasil eram amparados por lei com relação a castigos físicos.
Portanto, essa prática desumana não acontecia com eles.
b) Os povos escravizados foram, desde o início da colonização, exclusivamente homens vindos do
continente africano.
c) Os povos indígenas brasileiros nunca foram escravizados, pois os padres jesuítas os viam como
indivíduos que precisavam ser catequizados.
d) O fim da escravidão no Brasil aconteceu logo nos primeiros anos de colonização, por conta do
alto custo que os donos de fazendas tinham para manter um escravizado.
e) A escravização de pessoas aconteceu, na sua maioria, com povos vindos do continente africano,
apesar de os indígenas também terem servido de mão de obra escrava.
Exercício 02
A lei que, legalmente, encerrou a escravidão no Brasil, foi chamada:

a) Lei dos Sexagenários.


b) Lei Bill Aberdeen.
c) Lei Áurea.
d) Lei do Ventre Livre.
e) Lei Eusébio de Queirós.

Exercício 03
A respeito da escravidão no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA:

a) O local onde os escravizados viviam nas fazendas era chamado de senzala.


b) No processo de escravidão brasileiro, o escravizado era considerado uma propriedade privada
de seu senhor.
c) Carta de alforria era o nome dado ao documento que uma pessoa escravizada recebia quando
passava a ser considerada livre.
d) Havia uma relação amistosa entre os padres jesuítas e os fazendeiros durante o período
colonial.
e) Era comum a prática de castigos físicos como forma de punição aos escravizados.

Exercício 04
“Toda a habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não
tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”

O trecho acima se refere a:

a) Quilombos.
b) Senzalas.
c) Casas-grande.
d) Espaços de comércio de escravizados.
e) Nenhuma das anteriores.

Exercício 05
A resistência dos povos africanos durante a escravização no Brasil é um aspecto de extrema
importância no estudo da história da escravidão no país. Sobre esse tema, assinale o que for
correto:
a) Os quilombos eram espaços de refúgio onde os padres jesuítas realizavam processos de
catequização com escravizados. Para cada escravizado catequizado, a Coroa portuguesa pagava
uma quantia em ouro para seu senhor.
b) O processo de escravização no Brasil aconteceu sem que os escravizados apresentassem
nenhum tipo de resistência. Isso explica o fato de a escravidão ter durado tanto tempo no país.
c) Além das fugas e revoltas, a resistência dos escravizados contra a escravidão ocorreu também
por meio de manifestações culturais e religiosas. No contexto em que viviam, lutar para manter
vivos seus costumes e língua, por exemplo, era um ato de resistência.
d) As leis abolicionistas criadas no Brasil durante o século XIX surgiram exclusivamente por conta
do contexto europeu. O desenvolvimento das atividades mercantis na Inglaterra são um exemplo
disso.
e) Considerando a ação da Princesa Isabel na assinatura da Lei Áurea, em 1888, é possível afirmar
que ela deve ser considerada a principal heroína na luta da população brasileira contra a
escravidão.

Exercício 06
Sobre a relação entre a Inglaterra e o fim da escravidão no Brasil, analise as sentenças e assinale a
alternativa correta:

a) Os ingleses defendiam a manutenção da escravidão no Brasil. Como eles eram os grandes


navegadores, todos os navios carregados de escravizados precisavam pagar uma taxa para a coroa
britânica. Portanto, a escravidão brasileira era favorável a estes.
b) Os ingleses defendiam a manutenção da escravidão no Brasil. O principal motivo estava nos
acordos realizados entre Brasil e Portugal a partir de 1808, com a Abertura dos Portos brasileiros
às nações amigas. Assim, o tráfico de escravizados era lucrativo para a Inglaterra.
c) Os ingleses eram contrários a manutenção da escravidão no Brasil. Isso porque o que era de seu
interesse era a escravização de povos asiáticos, onde eles possuíam colônias. Mesmo propondo
acordos com D. João VI para que o uso de africanos fosse substituído, a mudança não seria
vantajosa para Portugal, que declinou.
d) Os ingleses eram contrários a manutenção da escravidão no Brasil. Símbolo das ideias
iluministas, a Inglaterra era defensora dos direitos individuais dos seres humanos e, portanto,
contrária a qualquer tipo de escravização de pessoas.
e) Os ingleses eram contrários a manutenção da escravidão no Brasil. Por conta de seu processo
de industrialização, a escravidão não era interessante para os britânicos porque, como não ganha
salário, um escravizado não pode consumir e, consequentemente, não pode consumir produtos
ingleses. Portanto, a escravidão brasileira para a Inglaterra representava um menor mercado
consumidor brasileiro apto a comprar seus produtos.

Exercício 07
No século XX o Brasil criou algumas leis firmando a abolição da escravidão. Sobre esse tema,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, proibia a comercialização de escravizados dentro do país.
Portanto, a partir dela, só poderiam ser escravizados os indivíduos que nascessem nas próprias
fazendas e que fossem filhos de mulheres escravizadas. Não seria possível o comércio de pessoas
de uma fazenda para outra.
b) A Lei do Ventre Livre, de 1871, garantia a liberdade aos filhos de escravizados nascidos a partir
da sua data de publicação.
c) A Lei dos Sexagenários, de 1885, garantia a liberdade para os escravizados com 60 anos ou
mais.
d) A Lei Áurea, de 1888, representou o fim legal da escravidão no Brasil. Assinada pela Princesa
Isabel, essa lei é fruto de todo um movimento de resistência de parte da população (em especial,
escravizados e ex-escravizados) em prol desse objetivo.
e) A criação da Lei Áurea não representou o fim da luta da população negra no Brasil. Pelo
contrário, apesar de livres, os agora ex-escravizados tiveram que lutar por sua sobrevivência em
um contexto ainda racista e com práticas escravagistas. Os reflexos da escravidão se mantém até
os dias atuais na sociedade brasileira, sendo muito visíveis nos diversos marcadores sociais
apontados em pesquisas.
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Exercício 08
Sobre as condições da escravidão no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Após serem capturados no continente africano, homens e mulheres eram trazidos ao Brasil nos
porões de navios, atravessando o Oceano Atlântico e chegando aqui, onde seriam vendidos e
escravizados.
b) Era comum a prática de castigos físicos. Esses aconteciam perante todos os outros escravizados,
para que a punição de um servisse de exemplo para que os demais não repetissem o mesmo
"erro".
c) Aos escravizados era permitido professar sua fé, independentemente de sua religião. Portanto, a
religiosidade dos escravizados era respeitada dentro das fazendas, se tornando uma forma dos
senhores de "apaziguar" os ânimos de seus cativos e impedir rebeliões.
d) As mulheres escravizadas eram exploradas também sexualmente, sendo comum o nascimento
de filhos frutos de abuso sexual por parte dos homens livres.
e) Os quilombos eram locais que abrigavam escravizados que conseguiam fugir dos seus senhores.
Eles se tornaram símbolo da resistência do povo africano contra o regime escravocrata.

Exercício 09
(ENEM) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes,
caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes
e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na
ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as
vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico
da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em
mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.). Identidades, memórias e histórias
em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.

A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a
uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa
pela:

a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes.


b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio.
c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos.
d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados.
e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.

Exercício 10
(Enem) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por
insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos
Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na
França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas
ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a
causa da liberdade.

NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000
(adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da
escravidão no Brasil, no qual:

a) Copiava o modelo haitiano de emancipação negra.


b) Incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
c) Optava pela via legalista de libertação.
d) Priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
e) Antecipava a libertação paternalista dos cativos.

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