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ARCE – Miqueias – Abril/2017

Estudo de Miqueias 3,9-12

Quadro cronológico dos reis de Israel e Judá1

Davi: 1010-971

Salomão: 971-931

Israel, capital Samaria, reino do Ano Judá, capital Jerusalém, reino do


Norte a.C Sul
Jeroboão I 21 anos 931 Roboão
914 Abias
911 Asa
Nadab 2 910
anos
Baasa 22 909
anos
Ela 2 anos 885
Zambri 7 dias 884
Amri 11 anos 884
Acab 21 anos 874
870 Josafá
Ocozias 2 anos 853
Jorão 11 anos 852
848 Jorão
841 Ocozias
Jeú 28 anos 841 Atalia
835 Joás
Joacaz 16 anos 813
Joás 15 anos 797
796 Amasias
Jeroboão II 29 anos 782
767 Ozias
Zacarias 6 meses 753
Selum 1 mês
Manaém 11 anos 752
Facéias 2 anos 741
Facéia 9 anos 740
739 Joatão
734 Acaz
Oséias 9 anos 731
727 Ezequias
Queda da Samaria. Fim do reino do 722
Norte Israel. Assíria

1
Cf. PAVLOVSKY, V.; VOGT, E. Die Jahre der Könige von Juda un Israel. Biblica, Roma, n. 45, p. 321-347.
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698 Manassés
643 Amon
640 Josias
609 Joacaz
603 Submissão a
Nabucodonosor
600 Revolta de Joaquim
598 Cerco a Jerusalém. O rei Joaquim é
assassinado
597 Jeconias (rende-se a
Nabucodonosor). Acontece a 1a
deportação. Jeconias na Babilônia
Sedecias
588 Revolta de Sedecias
587 (Novo cerco a Jerusalém )
586 Destruição e fim de Jerusalém. 2a
deportação: Sedecias na Babilônia
Fim do reino do sul, Judá
562 Avil-Marduk, rei da Babilônia
561 Jeconias liberto na Babilônia
539 Ciro conquista a Babilônia
538 Fim do exílio

Leitura do texto:

 Sentar ao lado de Miqueias; Ouvir suas palavras,


 Pensar nas pessoas que recebem suas denúncias; pensar nas pessoas e grupos
defendidas pela pregação profética.
9
Ouvi agora isto, vós, chefes da casa de Jacó, e príncipes da casa de Israel, que
abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito,
10
Edificando a Sião com sangue, e a Jerusalém com iniquidade.
11
Os seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por
interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao
SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos
sobrevirá.
12
Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se
tornará em montões de pedras, e o monte desta casa como os altos de um bosque.

Motivando nossa conversa:

A monarquia sempre sofreu criticas por parte do movimento profético. Vejamos outro
texto que também faz referência ao poder o rei. Em Samuel 8,11-17 o termo forte é tomar.
Observe:
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11
E disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele
tomará os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus
cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros.
12
E os porá por chefes de mil, e de cinquenta; e para que lavrem a sua lavoura,
e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e os petrechos de seus
carros.
13
E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras.
14
E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos
olivais, e os dará aos seus servos.
15
E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais,
e aos seus servos.
16
Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e
os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho.
17
Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos.

Conversa vem, conversa vai:

1. Quais os abusos citados no texto?


2. Como vemos tais coisas em nossos dias?
3. Quais os grupos denunciados pelo profeta?

O profeta Miqueias aproveita para denunciar as faltas cometidas contra o povo. As


coisas parecem se complicar para os pobres. Além do domínio Assírio (722), acontece
uma onda de migração para o reino do Sul. A região de Jerusalém foi escolhida. Judá
foi invadida no ano 701. As principais cidades da região foram submetidas a pagar
grandes tributos. O reino do Sul, assim, é integrado na política e na economia
internacional do Império Assírio. Diante da expansão assíria, o rei Ezequias faz um
movimento de centralizar tudo em Jerusalém – ofertas, culto, festa. O gesto enfraquece
os cultos realizados no interior, nas províncias. Aqui nasce a ideia de uma divindade
oficial para Jerusalém, Judá. Veja o que diz Dt 13.7.9-11. Pode Deus mantar matar?
Não é mais o Deus da vida?

Para aprofundar:

1. O texto de Samuel é uma critica forte contra o poder do Rei. Trata-se de um poder
passeado na carga tributária. Samuel denuncia a presença de um futuro rei e as
consequências. Os profetas do Norte denunciam as mazelas praticadas (Am 5,10,12).
2. Muitas pessoas estão em Jerusalém. Nosso profeta Miqueias se levanta contra Ezequias:
Miqueias 3,9-12.
 Fé em Deus; Deus do Êxodo (Ex 3,7-8);
 Miqueias denuncia as ideias do poder; nomeia os opressores; “Construindo
Sião” pode ser uma referencia ao rei Ezequias (2Rs 20,20).
 No ano de 701, Senaquerib, imperador Assírio, devasta o interior de Judá.
A guerra fez mais sangue escorrer (2Rs 18,13-16)
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 Isaias, outro profeta do tempo de Miqueias (Is 1,23). Não é sem querer que
a preocupação com os pobres surge no Novo Testamento (Lc 6,20-22). No
Antigo Testamento temos o texto de Ex 3,7-8 que incorpora várias
situações de outros grupos.
 O que não podemos esquecer é que o modelo tribal ficou na memória do
povo. Este modo de viver garantia a todos os bens necessários para viver.
Com o surgimento da monarquia a vida começa a mudar. Surgem quem
acumula e quem não tem. Neste momento o movimento profético entre em
cena, deseja construir mas sem acúmulos e sofrimento das populações mais
pobres.
 Miqueias anuncia em uma época em que o estado se encontra bem
organizado: rei, culto e administração seguem em sintonia, mas alguém
deve pagar o preço de um estado.
 Parece que o ideal de partilha não foi esquecido. Vejamos alguns textos:
Nm 26,55-56 > partilha da terra; Dt 23,25-26 > partilha dos bens; Dt 24,19
> lei da solidariedade; Jz 24 > Tradição tribal; Jz 5, 1 > defesa de diversos
grupos que sabem para o combate; Ex 20,23-25 > O culto familiar.

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