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É considerado escravidão o regime de

trabalho no qual homens e mulheres são


forçados a executar tarefas sem receber
qualquer tipo de remuneração.
Além disso, as pessoas escravizadas têm
suas liberdades tolhidas, pois são
consideradas propriedades de seus
senhores, podendo ser vendidas ou
trocadas como mercadorias.
Esse tipo de mão de obra foi muito
empregada no Brasil, mas também em diversas partes do mundo durante
períodos distintos.
Atualmente, o regime escravista é ilegal, entretanto, ainda existem muitos
trabalhadores e trabalhadoras que vivem em condições semelhantes à
escravidão.

O trabalho escravo é uma prática que permeia a história mundial. Sua origem
está relacionada às guerras e conquistas de territórios, onde os povos vencidos
eram submetidos ao trabalho forçado pelos conquistadores.
Pelo que se sabe, os primórdios da escravidão vêm do Oriente Médio (Antigo
Oriente), mas povos nas Américas como os maias também se serviram de
cativos.
Tal atividade fez parte de todas as civilizações da antiguidade como os
assírios, hebreus, babilônios, egípcios, gregos e romanos, variando as suas
características dependendo do contexto de cada lugar.
O último local a abolir a escravidão oficialmente no mundo foi a Mauritânia,
tornando a prática ilegal apenas em 1981.

As civilizações grega e romana são consideradas pilares fundantes das


sociedades ocidentais contemporâneas. Assim, para entender como a
escravidão se deu na antiguidade e no mundo, é necessário analisar como
esse regime ocorria naqueles locais.
A Grécia surgiu em torno de 2 mil anos a.C. e foi constituída por povos
nômades. Lá, por volta de 500 a 700 anos a.C., são formadas as chamadas
cidades-estado (ou polis). Atenas e Esparta foram as mais significativas polis
gregas, onde a escravidão era uma realidade.

O sistema escravista estendeu-se para além da antiguidade e se desenvolveu


em diversas regiões.
A escravidão moderna se inicia com a descoberta das Américas e colonização
deste continente por portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, ingleses,
holandeses e suecos. Foi a primeira vez na história em que a justificativa para
a dominação de pessoas foi a motivação racial.
Assim, nos territórios colonizados do continente americano, a escravidão foi
uma realidade independente do país europeu que o ocupou. Inicialmente com a
escravização dos povos originários e, posteriormente, com a vinda de milhares
de africanos, que foram arrancados à força de seus locais de origem.
A mão de obra africana também foi utilizada nos EUA, na América do Norte,
sobretudo nas plantações de algodão, nos séculos XVIII e XIX, sendo abolida
em 1863.

No Brasil, quando os portugueses desembarcaram, em 1500, iniciou-se um


movimento de aproximação e dominação dos povos indígenas que aqui viviam.
Dessa forma, principalmente entre 1540 até por volta de 1570, a população
indígena foi subjugada e escravizada, sendo utilizada na extração do pau-
brasil, no trabalho agrícola e em demais tarefas.
Entretanto, diversos fatores contribuíram para que essa força de trabalho fosse
substituída. Dentre eles a intensa mortalidade em decorrência de epidemias
adquiridas dos brancos e o fato dessas populações serem difíceis de dominar
por conhecerem o território e as florestas.

Escravidão africana no Brasil Colônia


A escravidão da população africana foi uma maneira lucrativa que Portugal
encontrou de suprir a mão de obra no Brasil.
Desse modo, indivíduos de diversas etnias foram trazidos ao Brasil através do
tráfico negreiro, em navios abarrotados de pessoas em condições desumanas.
Chegando aqui, essas pessoas eram vendidas com o objetivo de trabalharem
nas mais variadas funções.
Eles trabalhavam tanto nas lavouras de cana-de-açúcar e café, quanto na
mineração, construções, serviços domésticos e urbanos.
As condições a que esses indivíduos foram submetidos eram tão precárias
que, dependendo do tipo de serviço realizado, a vida média de uma
escravizado era em torno de 10 anos. Além disso, os castigos eram frequentes
e faziam parte da estrutura de dominação.

Houve resistência da população escravizada no Brasil. Os negros e negras que


conseguiam fugir do cativeiro organizavam-se em quilombos.
Os quilombos eram comunidades constituídas de africanos fugitivos, além de
outras pessoas marginalizadas. Lá era possível que eles exercessem suas
crenças e viverem em harmonia. Organizações semelhantes também
ocorreram em regiões da América Espanhola.
No Brasil, o agrupamento mais conhecido foi o Quilombo dos Palmares, que
tinha na liderança Zumbi dos Palmares.
Depois de beneficiar-se em demasia da força de trabalho negra, o governo
português foi pressionado pela Inglaterra para abolir a escravidão de suas
colônias.
Uma vez proclamada a independência, os ingleses seguem insistindo na
necessidade de se abolir o trabalho escravo. Internamente surgem movimentos
rebeldes e abolicionistas, algumas leis são criadas com o intuito de extinguir a
escravidão. Até que em 1888 é assinada a Lei Áurea, que proíbe a prática que
perdurou por cerca de 4 séculos.
De qualquer forma, mesmo libertos, os trabalhadores negros permaneceram
em condições precárias e sem oportunidades de emprego, pois foram
substituídos pela mão de obra imigrante.

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