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FORMAÇÃO DE QUILOMBOS

Durante o período colonial, os quilombos eram comunidades formadas por


pessoas fugidas da escravidão, geralmente descendentes de africanos escravizados.
Essas comunidades, conhecidas como quilombos, eram estabelecidas em áreas
remotas e de difícil acesso, onde os membros buscavam autonomia e resistiam à
opressão. O mais famoso quilombo foi o Quilombo dos Palmares, localizado na região
nordeste do Brasil, que resistiu por muitos anos antes de ser destruído pelas forças
coloniais.

Cotidiano e Formas de Resistência escrava em Pernambuco


A escravidão negra, que envolvia o
trabalho forçado de africanos, foi a forma
principal de emprego no Brasil por cerca de
300 anos, durante os períodos colonial e
imperial. Sem dúvida, os africanos eram
amplamente utilizados em várias atividades
econômicas, como plantações de cana-de-açúcar,
cultivo de algodão e tabaco. Existiam diferentes
tipos de escravos.

A escravidão negra no Brasil, ao longo de cerca de 300 anos, foi marcada por
uma diversidade de atividades econômicas em que os africanos eram empregados.
Uma curiosidade adicional é que dentro desse sistema, diferentes tipos de escravos
desempenhavam papéis variados.

Além do trabalho nas plantações de cana-de-açúcar, cultivo de algodão e


tabaco, os escravizados africanos eram empregados em diversas outras áreas, como
mineração, construção, serviços domésticos e comércio. Havia uma divisão de tarefas
que refletia a complexidade e amplitude da economia brasileira na época. A
resistência à escravidão também se manifestava de diferentes formas, desde
pequenos atos cotidianos até rebeliões mais significativas, destacando a diversidade
de experiências dentro da comunidade escravizada. Esses aspectos ressaltam a
complexidade e a extensão do sistema escravista no Brasil.

Os "escravos de eitos" eram aqueles mais


diretamente envolvidos na produção. Eles realizavam
trabalhos mais árduos e vigorosos, principalmente
nas áreas rurais, enfrentando jornadas de trabalho
que podiam chegar a dezoito horas diárias.
Infelizmente, esses escravos tinham uma vida difícil,
com expectativa de serviço variando entre 10 e 15 anos,
muitas vezes sem uma alimentação adequada.

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Os "escravos de eitos" representavam uma categoria específica dentro da
comunidade escravizada, desempenhando trabalhos mais árduos e vigorosos,
principalmente em áreas rurais. Uma curiosidade adicional é que esses escravizados
enfrentavam jornadas de trabalho exaustivas, que podiam estender-se por até
dezoito horas diárias.

A expectativa de serviço para esses escravos variava entre 10 e 15 anos,


adicionando um aspecto temporal à sua condição difícil. Além disso, a falta de uma
alimentação adequada agravava ainda mais as condições de vida desses indivíduos.
Essa realidade destaca as duras condições enfrentadas pelos "escravos de eitos" e
evidencia a crueldade do sistema escravista, que impunha uma carga pesada de
trabalho e limitava significativamente a qualidade de vida desses indivíduos.

Escravos domésticos desempenhavam diversas


tarefas nas casas de seus senhores, como cozinhar, cuidar
do jardim, amamentar crianças e realizar recados.
Atuando tanto em áreas urbanas quanto rurais, esses
escravos desfrutavam de uma rotina de trabalho diferente,
com uma alimentação mais elaborada. Suas
responsabilidades incluíam a arrumação da casa,
cuidado com as crianças, preparo de refeições e
execução de pequenos serviços designados pelos
senhores.

Os escravos domésticos desempenhavam papéis variados nas casas de seus


senhores, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Uma curiosidade adicional é que,
em comparação com outros grupos de escravizados, sua rotina de trabalho muitas
vezes envolvia tarefas diferentes e uma alimentação mais elaborada.

Esses escravos tinham responsabilidades que iam desde a arrumação da casa


até o cuidado com as crianças, preparo de refeições e execução de pequenos serviços
designados pelos senhores. Sua presença era essencial para o funcionamento das
casas e para o conforto de seus senhores. Essa dinâmica destaca a diversidade de
funções dentro do sistema escravista, ressaltando as diferentes experiências e
condições de vida enfrentadas pelos escravizados no Brasil colonial e imperial.

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Escravos de ganho estavam envolvidos no
comércio de rua e eram alugados por seus
proprietários para realizar diversas funções
(escravos urbanos). Eles ofereciam serviços como
transporte de cargas, barbearia, lavagem de roupas
ou fabricação de remédios.

Os escravos de ganho representavam uma categoria específica de escravizados


urbanos, envolvidos no comércio de rua. Uma curiosidade adicional é que esses
escravizados eram alugados por seus proprietários para desempenhar diversas
funções, contribuindo para a dinâmica econômica das áreas urbanas.

Esses escravos ofereciam uma variedade de serviços, como transporte de


cargas, trabalhos em barbearias, lavagem de roupas e até mesmo a fabricação de
remédios. Essa prática demonstra a adaptabilidade e versatilidade dos escravizados,
que, mesmo em meio a condições adversas, buscavam formas de gerar renda
adicional para seus senhores. A presença dos escravos de ganho nas atividades
comerciais urbanas ilustra a complexidade e diversidade de papéis desempenhados
pelos escravizados nas sociedades coloniais e imperiais.

Formas de Resistências

Durante o período da escravidão, os afrodescendentes no Brasil empregaram


diversas formas de resistência:

• Fugas individuais ou coletivas: Escravizados buscavam a liberdade fugindo,


muitas vezes formando grupos para escapar em conjunto.
• Assassinatos de senhores e feitores: Alguns optavam pela violência, atacando
seus senhores e supervisores em atos de resistência.
• Suicídio, Banzo e Aberto: Algumas formas extremas de protesto incluíam
suicídio, banzo (tristeza profunda) e aberto (manifestação visível de
descontentamento).
• Resistência e negligência no trabalho: Escravizados resistiam ao sistema de
trabalho forçado através de atos de resistência diária e negligência nas tarefas.
• Formação de Quilombos: Comunidades independentes, como os quilombos,
eram estabelecidas como refúgios para fugitivos, preservando a cultura africana.
• Insurreições (Revoltas dos Males): Ocorrências de rebelião e revolta, como a
Revolta dos Malês, expressavam a insatisfação e a busca pela liberdade.
• Alianças indígenas e mestiços: Afrodescendentes buscavam apoio formando
alianças com indígenas e mestiços para fortalecer suas posições.

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Preservar a identidade cultural os quilombos eram locais onde a identidade
cultural africana era preservada, representando modos de vida semelhantes aos da
África.

Fugas

As fugas eram uma estratégia crucial


utilizada pelos escravizados, podendo ser
tanto individuais quanto coletivas. As fugas
individuais eram desafiadoras, já que o sucesso
dependia de sobreviver no mato.

Muitos buscavam alcançar grandes


quilombos já estabelecidos. No século XIX, as
fugas individuais tornaram-se mais comuns,
com escravizados se instalando em grandes
cidades, como Salvador, e tentando passar por libertos.

O fortalecimento do movimento abolicionista nas décadas de 1870 e 1880 motivou


muitas fugas. Os escravizados sentiam-se encorajados a escapar, frequentemente incentivados
por outros que já haviam fugido ou por membros de associações abolicionistas que apoiavam
os que buscavam a liberdade.

As fugas representaram uma estratégia significativa adotada pelos


escravizados para buscar a liberdade. Uma curiosidade adicional é que as fugas
individuais eram particularmente desafiadoras, exigindo habilidades de sobrevivência
no ambiente natural.

Durante o século XIX, as fugas individuais tornaram-se mais comuns, com


alguns escravizados buscando refúgio em grandes cidades, como Salvador, tentando
assumir uma nova identidade como libertos. O fortalecimento do movimento
abolicionista nas décadas de 1870 e 1880 teve um impacto significativo, encorajando
muitos escravizados a buscar a liberdade. A existência de quilombos já estabelecidos
também representou uma opção para aqueles que buscavam escapar do sistema
escravista. Essas fugas não apenas refletem a resiliência dos escravizados, mas
também a influência do movimento abolicionista na conscientização e mobilização
em prol da liberdade.

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Formação de Quilombos

O quilombo dos Palmares, formado no


final do século XVI na região da capitania de
Pernambuco, hoje localizada em Alagoas, foi o
mais importante da história do Brasil.
Surgiu com escravizados que fugiram dos
engenhos em Pernambuco, estabelecendo-se
na Serra da Barriga, zona da mata de Alagoas.

Vistos pelos portugueses como agrupamentos de escravizados fugidos, os quilombos,


incluindo Palmares, mantinham importantes relações comerciais entre si e com pessoas
livres. Em 1694, o bandeirante Domingos Jorge Velho liderou uma expedição com
milhares de homens e canhões, encerrando o quilombo, embora a resistência
quilombola tenha persistido na região até meados do século XVIII.

Apesar de considerado o fim de Palmares em 1694, a resistência


continuou nos anos seguintes, com Zumbi resistindo até 1695, quando
foi emboscado e morto pelos portugueses. Tropas portuguesas
permaneceram na região para evitar o ressurgimento do
quilombo.

O quilombo dos Palmares, formado no final do século XVI, representa um


capítulo marcante na história do Brasil colonial. Uma curiosidade adicional é que esse
quilombo, localizado na Serra da Barriga, zona da mata de Alagoas, foi o mais
significativo e duradouro.

Apesar de vistos pelos portugueses como agrupamentos de escravizados


fugidos, os quilombos, incluindo Palmares, não eram apenas refúgios, mas também
estabeleciam importantes relações comerciais entre si e com pessoas livres. A
resistência quilombola foi notável, resistindo até 1694 quando o bandeirante
Domingos Jorge Velho liderou uma expedição para encerrar o quilombo.

Mesmo após a tomada de Palmares em 1694, a resistência persistiu, com Zumbi


resistindo até 1695, quando foi emboscado e morto pelos portugueses. A presença
de tropas portuguesas na região por vários anos após o evento reflete a preocupação
em evitar o ressurgimento do quilombo, destacando a importância simbólica e prática
da resistência quilombola na história do Brasil.

Quilombo do Catucá

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O quilombo do Catucá é uma história
resultante da busca pela liberdade pelos escravizados
e das tumultuadas condições políticas em
Pernambuco entre 1817 e o final da década de
1830. Localizado próximo ao Recife, os quilombolas,
chamando-se mutuamente de malungos,
desenvolveram estratégias de sobrevivência,
incluindo cooperação com a população negra livre
e escravizada de engenhos próximos.

Situado nas matas próximas a Recife e Olinda, o quilombo do Catucá provavelmente se


formou entre 1817 e 1818. Descoberto pelas tropas imperiais durante a repressão à
Revolução Pernambucana, o primeiro registro de atividade data de novembro de 1818, com
onze negros identificados na região. De acordo com relatos, eles haviam atacado a
população local e causado mortes.

O quilombo do Catucá, situado próximo ao Recife, destaca-se como parte da


busca pela liberdade por parte dos escravizados em meio às tumultuadas condições
políticas em Pernambuco entre 1817 e o final da década de 1830. Uma curiosidade
adicional é que os quilombolas, chamando-se mutuamente de malungos,
desenvolveram estratégias de sobrevivência que incluíam cooperação com a
população negra livre e escravizada de engenhos próximos.

Formado nas matas próximas a Recife e Olinda, o quilombo do Catucá


provavelmente se estabeleceu entre 1817 e 1818. Descoberto durante a repressão à
Revolução Pernambucana pelas tropas imperiais, o primeiro registro de atividade
data de novembro de 1818, com relatos de ataques à população local. A história do
quilombo do Catucá reflete a complexidade das relações sociais e as estratégias de
resistência adotadas pelos escravizados em busca da liberdade em um contexto
político desafiador.

Outras formas de resistências

Além das formas mencionadas no PDF, a resistência dos escravizados contra a


escravidão incluía também suicídios, abortos (como meio de evitar que seus filhos fossem
escravizados) e a simples desobediência.

Fixando o Conteúdo

1. O que eram os quilombos durante o período colonial?


2. Onde estava localizado o Quilombo dos Palmares, o mais famoso quilombo?
3. Quais eram as principais atividades econômicas envolvendo escravos no Brasil colonial?
4. Quem eram os "escravos de eitos" e qual era sua principal função?
5. Quais eram as responsabilidades dos escravos domésticos?
6. O que eram os escravos de ganho e qual era sua função?

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7. Quais eram algumas formas de resistência dos afrodescendentes durante o período da
escravidão?
8. Como eram as fugas individuais dos escravizados desafiadoras?
9. Qual foi o quilombo mais importante da história do Brasil, formado no final do século
XVI?
10. Quem liderou a expedição que encerrou o Quilombo dos Palmares em 1694?
11. O que caracterizou o Quilombo do Catucá em Pernambuco?
12. Além das formas de resistência mencionadas, quais outras estratégias os escravizados
utilizavam contra a escravidão?

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Respostas

1. Os quilombos eram comunidades formadas por pessoas fugidas da escravidão,


geralmente descendentes de africanos escravizados.
2. O Quilombo dos Palmares, o mais famoso, estava localizado na região nordeste do Brasil.
3. As principais atividades econômicas envolvendo escravos eram plantações de cana-de-
açúcar, cultivo de algodão e tabaco.
4. Os "escravos de eitos" eram escravos mais diretamente envolvidos na produção,
realizando trabalhos árduos nas áreas rurais.
5. Escravos domésticos eram responsáveis por tarefas nas casas de seus senhores, como
cozinhar, cuidar do jardim e realizar recados.
6. Escravos de ganho estavam envolvidos no comércio de rua, oferecendo serviços como
transporte de cargas e barbearia.
7. Algumas formas de resistência incluíam fugas, assassinatos de senhores, suicídio, banzo,
resistência e negligência no trabalho, formação de quilombos, insurreições e alianças
indígenas e mestiços.
8. As fugas individuais eram desafiadoras, dependendo do sucesso na sobrevivência no
mato.
9. O Quilombo dos Palmares, formado no final do século XVI, foi o mais importante.
10. A expedição que encerrou o Quilombo dos Palmares foi liderada por Domingos Jorge
Velho.
11. O Quilombo do Catucá, próximo ao Recife, desenvolveu estratégias de sobrevivência e
cooperação com a população negra livre e escravizada.
12. Além das formas mencionadas, os escravizados também utilizavam suicídios, abortos e
desobediência contra a escravidão.

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