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História

Nivelamento – Escravidão e servidão:


diferenças, semelhanças e permanências

1o bimestre – Aula 01
Ensino Fundamental: Anos Finais
● Escravidão na Antiguidade; ● Compreender as
● Servidão na Idade Média; características essenciais das
relações sociais de trabalho
● Escravidão na Idade
ao longo da História.
Moderna;
● Comparação e diferenciação
entre os dois modelos
escravistas (da Antiguidade e
da Idade Moderna).
Todas as mãos

A partir de seus conhecimentos prévios, levante a mão se quiser


responder ao questionamento abaixo:
a ) Existem diferenças entre escravidão e servidão? Quais são elas?
Escravidão na Antiguidade
De acordo com o que você já estudou sobre as
sociedades da Antiguidade, é possível afirmar que
a prática de escravizar pessoas era comum
naquele contexto histórico. Tendo sido feitos
prisioneiros de conflitos militares, adquiridos por
meio de transações comerciais, ou já nascidos
dentro dessa condição, os escravizados eram
considerados propriedade de seus senhores. Mas
existia a possibilidade de reconquistarem sua
liberdade, saldando suas dívidas, por meio de
negociações, rebeliões etc.
Servidão na Idade Média
Diferentemente da escravidão na
Antiguidade, o regime de servidão que
predominou na Europa feudal se
caracterizava pelo trabalho exercido
pelos camponeses nos feudos em troca
de proteção e do direito de usar parte
das terras para sua própria subsistência.
Esse regime de trabalho estava atrelado às atividades agrícolas realizadas
e ao pagamento de tributos. Não havia muitas possibilidades de os servos
saírem da condição de submissão na qual estavam inseridos, tendo em
vista que eles não tinham suas próprias terras para plantar e que por isso
estavam sujeitos aos poderes e desejos dos senhores feudais.
Organizadores do conhecimento

Vamos organizar nossos conhecimentos?


• Agora que relembramos as dinâmicas de trabalho escravo e
servil na Antiguidade e na Idade Média, façam um resumo
do que compreenderam, preenchendo este quadro síntese:
Escravidão na Antiguidade x Servidão na Idade Média
ESCRAVIDÃO NA ANTIGUIDADE SERVIDÃO NA IDADE MÉDIA
Organizadores do conhecimento

Correção
Escravidão na Antiguidade x Servidão na Idade Média
ESCRAVIDÃO NA ANTIGUIDADE SERVIDÃO NA IDADE MÉDIA
Os escravizados eram obtidos por Camponeses que trabalhavam nas
meio de guerras, dívidas, nascimento, terras dos senhores feudais em troca
compra etc. Em geral, eram de moradia e terras para sua própria
considerados mercadoria e subsistência. Eles tinham que pagar
propriedade de seus senhores. tributos e não havia muitas
Desempenhavam diversos tipos de possibilidades de saírem da condição
trabalho, tais como: serviços de submissão na qual estavam
agrícolas, trabalhos domésticos, nas inseridos. Caso saíssem, teriam que
construções, entre outros. viver sob a tutela de outro senhor.
A escravidão na
Idade Moderna
Durante a Idade Moderna, com o início da
conquista da América, os portugueses e
os espanhóis levaram a escravidão para
as Américas, aumentando a abrangência
desse tipo de lógica de trabalho. Pessoas
escravizadas começaram a ter uma
atuação no cotidiano da
América portuguesa e espanhola, e
também nas colônias francesas e inglesas.
A chamada “Escravidão Moderna”
A escravidão assumiu novas dimensões durante o processo de colonização das
Américas. Esse período foi marcado pelo tráfico transatlântico, que sequestrou para
as Américas em torno de 12,5 milhões de africanos durante um período de cerca de
350 anos. Esses africanos foram obrigados a trabalhar nos mais diversos tipos de
atividades, fosse no campo ou nos ambientes urbanos. Eles eram tidos e
tratados como mercadorias e foram submetidos a castigos físicos e violência
psicológica, e impedidos de exercer sua fé.
Durante o Brasil Colonial e Imperial, eles podiam ser acorrentados, castigados,
mutilados e até mortos quando fugiam ou desafiavam o poder dos senhores. No
entanto, também tinham certa liberdade de circulação, pois exerciam diversos
tipos de atividades, nas plantações, em obras gerais, no transporte, na casa-
grande e até mesmo cultivando seu próprio alimento aos domingos. Existiam
ainda os “escravos de ganho”, que vendiam produtos e serviços nas cidades.
Eles também passaram a frequentar igrejas e irmandades católicas, já que o
batismo cristão era obrigatório para os cativos.
Escravidão como parte da lógica
de comércio mundial
O “comércio triangular” foi uma rota comercial que permitiu a circulação de
produtos e pessoas entre Europa, África e as Américas. Era uma lógica
comercial que facilitava o tráfico de escravizados no oceano Atlântico. Esse
movimento se caracterizava pela obtenção de produtos e escravizados do
continente africano, através da captura e do domínio colonial. Esses
escravizados se tornaram uma lucrativa mercadoria no circuito atlântico,
sendo vendidos na América e utilizados como mão de obra neste continente.
Na América, por sua vez, os trocavam por produtos ali produzidos, como
açúcar, tabaco, algodão, rum, entre outros.
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“[...] declaro que tenho realizado a venda ao Sr. Antonio da França


Alencar, um escravo pardo de nome Ignacio, de nação crioulo com todos
os vícios e achaques novos e velhos, tal e qual o possuía pelo valor de
duzentos e cinquenta mil réis, que recebi no fazer desta em moeda
corrente livre e desembaraçado de penhoras e hipotecas, obrigando-me a
fazer boa e valiosa a venda para sempre, ficando o dito Antonio da França
Alencar obrigado a pagar a Siza.” Transcrição de um recibo em nome de
Antonio da França Alencar, pela venda de um escravo de nação crioulo
pela quantia de duzentos e cinquenta mil réis, em 7 de agosto de 1851.
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Após ter analisado a transcrição do trecho do documento


histórico junto com seu professor, e lembrando do que
aprendemos na aula de hoje, responda:
a) Identifique no documento as características dadas ao
escravizado.
b) Analise essas características considerando a escravidão
moderna.
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Correção
a) Identifique no documento as características dadas ao escravizado.
Resposta esperada: O escravizado que está sendo vendido teria “todos
os vícios e achaques novos e velhos”.
b) Analise essas características considerando a escravidão moderna.
Resposta esperada: Foram-lhe atribuídos, por aquele que o vendia, vícios
e achaques que seriam, de acordo com o autor do documento, inerentes à
sua raça. Na visão do senhor, ele tinha falhas morais, ou uma disposição
natural para cometer ações imorais. A tentativa de inferiorizar as
populações negras, por parte dos brancos, era uma maneira de
desumanizá-las, o que favorecia sua transformação em mercadoria.
● Retomamos como se deu a escravização durante a
Antiguidade, estabelecendo quais eram suas
características em relação à servidão medieval;
● Identificamos como ocorreu a escravização de
pessoas durante a Idade Moderna;
● Entendemos as diferentes formas utilizadas ao longo
do tempo para escravizar seres humanos, conforme
os pressupostos da época.
Referências

CASTRO, A. Natureza e variabilidade dos tipos de trabalho compulsório na Antiguidade e na época


medieval. Rev. Dept. de História, n. 7, p. 34-44, set., 1988. Disponível em:
https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5727657acf80a1643d2a8480
/1462199677886/4_Castro%2C+Armando.pdf. Acesso em: 13 nov. 2023.
Recibo de venda de escravos, 1851. Biblioteca Nacional. Disponível em:
https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/16686 . Acesso em: 14 nov. 2023.
LEMOV, D. Aula Nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Editora
Penso, 2018.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas Educação Infantil e Ensino
Fundamental. São Paulo, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Coordenadoria Pedagógica –
COPED. São Paulo, 2023.
Referências

Lista de imagens
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Referências

Lista de imagens
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