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História

Nivelamento – Resistências à escravidão

1o bimestre – Aula 03
Ensino Fundamental: Anos Finais
● Formas de resistência à ● Analisar as formas de
escravidão. resistência dos africanos e
afrodescendentes;
● Compreender o sentido da
liberdade para os
escravizados no mundo
colonial.
Todas as mãos

A partir de seus conhecimentos prévios, levante a mão


se quiser responder ao questionamento abaixo:
O que você sabe sobre as formas de resistência à escravidão nas colônias
europeias na América por parte dos escravizados de origem africana?
A resistência à escravidão
Desde a chegada dos africanos à América
portuguesa, houve resistência contra sua
escravização. Fugas e rebeliões eram comuns e
os responsáveis por esses atos eram castigados
com torturas físicas. Quando havia fugas, os
capitães-do-mato eram encarregados de
buscar, aprisionar e trazer de volta os fugitivos.
Havia também os feitores, uma espécie de Representação de um capitão-do-mato
administrador da escravaria, que controlavam trazendo um escravizado africano que
havia fugido da fazenda em que
os trabalhos, a obediência e os castigos dos trabalhava, de Johann Moritz
escravizados. Rugendas, 1823.
Algumas formas de resistência
à escravidão durante a colônia
● Fuga para quilombos: os escravizados que
conseguiam fugir das fazendas iam, na
maioria das vezes, para quilombos (povoados
nos quais se estabeleciam aqueles que
fugiam da escravidão).
● Revoltas de escravizados: os escravizados se
organizavam e promoviam revoltas contra as
condições nas quais se encontravam, ou com
a intenção de alcançar sua liberdade.
Negociações
As fugas e rebeliões foram menores em comparação à resistência dos que
não se rebelaram. A historiografia sobre a escravidão africana discute o
conceito de "negociação" como uma forma de resistência, pois sobreviver à
escravidão era o maior desafio dos escravizados. É importante ressaltar
que os escravizados, durante o período colonial, não podiam combater a
instituição da escravidão desejando simplesmente que ela deixasse de
existir. A luta pela abolição da escravidão é algo que só passou a ser uma
possibilidade no final do século XVIII e, no Brasil, ao longo do século XIX.
Existiram diferenças entre a escravidão do período colonial e da escravidão
durante o Império no Brasil.
Os libertos
Existiam vários motivos para que os senhores libertassem seus
escravizados durante o período colonial e o Império no Brasil. A
possibilidade de ganhar a alforria do seu senhor por lealdade e bons
serviços prestados levava muitos escravizados à obediência. Alguns deles,
ao obterem sua liberdade, eram promovidos à função de trabalhadores
assalariados, como feitores, capitães do mato, mestres de ofícios e algumas
funções especializadas na fabricação de açúcar, pecuária, mineração etc. Os
capitães-do-mato, por exemplo, para permanecerem livres, necessitavam
atuar na captura daqueles que resistiam à escravidão fugindo das fazendas.
O Quilombo dos Palmares
Os quilombos foram parte da sociedade colonial e imperial e chegavam até
mesmo a fornecer alimentos para as vilas e cidades do entorno. É como se
fossem uma espécie de efeito colateral necessário da escravidão, segundo a
visão dos senhores na época.
A história do Quilombo dos Palmares é lembrada como um exemplo de
resistência à escravidão. O quilombo foi invadido diversas vezes e, em sua
última invasão, foi aniquilado a ponto de não haver mais resistência militar.
Seu último líder ficou conhecido como Zumbi.
Durante esse conflito, ele inicialmente conseguiu
fugir, mas foi capturado e morto em um ataque
liderado pelo bandeirante e militar português
Domingos Jorge Velho, no dia 20 de novembro de
1695. Desde 2003, esse dia é celebrado
oficialmente como o Dia da Consciência Negra, que
se tornou feriado estadual em São Paulo a partir de
setembro de 2023.
X
Mostre-me

I. Fugas aconteciam e os responsáveis por esses atos costumavam ser


castigados com torturas físicas.
II. Por vezes, os escravizados resistiam à situação de escravidão se
organizando e promovendo revoltas contra a condição na qual se
encontravam, ou com a intenção de alcançar sua liberdade.
III. O Quilombo dos Palmares foi invadido diversas vezes e, em sua última
invasão, foi aniquilado a ponto de não haver mais resistência militar.
IV. Durante a época da colônia no Brasil, todos os escravizados aceitavam
passivamente sua condição, não promovendo nenhum tipo de resistência.
X
Mostre-me

Considerando as afirmações anteriores, mostre-me qual dessas


alternativas está correta:

a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I, II, III e IV.
Correção X
Mostre-me

Resposta esperada: alternativa C.


Fugas e rebeliões eram estratégias adotadas pelos escravizados para
manifestarem sua resistência à escravidão e, quando capturados, muitas
vezes esses escravizados enfrentavam punições severas, incluindo
torturas físicas. O Quilombo dos Palmares, resistiu a várias invasões,
mas, durante a última invasão, foi aniquilado, levando ao fim da
resistência militar na região.
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“Conseguir autorização para morar fora da casa do seu senhor, portanto,


era algo que os escravos valorizavam – era um passo, pelo menos
simbólico, no sentido da liberdade. E [...] as alternativas viáveis de moradia
na corte no período eram cada vez mais os cortiços e as casas de cômodos.
Sair da casa do senhor, ou do ex-senhor, era um desejo que talvez não
tivesse muito a ver com a expectativa de melhores condições materiais de
vida. Os cativos continuavam a ter de pagar os jornais*, e havia agora a
despesa do aluguel e da alimentação(...)”
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo, SP:
Editora Nova Companhia das Letras, 1990, p. 239.
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Após ter analisado o texto junto com seu professor, e lembrando do que
aprendemos na aula de hoje, responda:
a) Qual a relação entre o trecho "autorização para morar fora da casa do
seu senhor" e o processo de resistência à escravidão? Explique.
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Correção
a) Qual a relação entre o trecho "autorização para morar fora da casa do
seu senhor" e o processo de resistência à escravidão? Explique.
Resposta esperada: o trecho destaca a importância da autorização para
os escravizados morarem fora da casa do senhor como um passo
simbólico em direção à liberdade. Essa permissão representava uma
forma de autonomia limitada, e desafiava o controle do senhor sobre a
vida cotidiana do escravizado. Os “escravos de ganho” poderiam até
conseguir comprar sua liberdade ao longo de sua vida, no entanto, os
"jornais" que tinham que pagar aos seus senhores eram altos e não lhes
sobravam muitos recursos.
• Analisamos como se deram as formas de resistência
à escravização durante o Brasil colonial e as
contradições inerentes a esse processo.
Referências

CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo,
SP: Editora Nova Companhia das Letras, 1990.
LEMOV, D. Aula nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso,
2018.
REIS, J. J.; SILVA, E. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia
das letras, 2009.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas Educação Infantil e Ensino
Fundamental. São Paulo, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Coordenadoria Pedagógica – COPED.
São Paulo, 2023.
Referências

Slide 4: Wikimedia Commons. Disponível em:


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/23/Capitao-mato.jpg. Acesso em: 22 nov. 2023.
Slide 5: Wikimedia Commons. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/71/Mapa_da_Capitania_de_Pernambuco%2
C_com_representa%C3%A7%C3%A3o_do_Quilombo_dos_Palmares_%281647%29.jpg/1280px-
Mapa_da_Capitania_de_Pernambuco%2C_com_representa%C3%A7%C3%A3o_do_Quilombo_dos_Palm
ares_%281647%29.jpg. Acesso em: 22 nov. 2023.
Slide 8: Wikimedia Commons. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0b/Ant%C3%B4nio_Parreiras_-_Zumbi_2.jpg.
Acesso em: 22 nov. 2023.

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