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8o

ANO

2024_AF_B1_V1
História

Nivelamento – Escravidão e servidão:


diferenças, semelhanças e permanências

1o bimestre – Aula 01
Ensino Fundamental: Anos Finais
Conteúdo Objetivo

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● Escravidão na Antiguidade; ● Compreender as características
● Servidão na Idade Média; essenciais das relações sociais
de trabalho ao longo da
● Escravidão na Idade Moderna;
História.
● Comparação e diferenciação
entre os dois modelos
escravistas (da Antiguidade e
da Idade Moderna).
Para começar

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Todas as mãos

A partir de seus conhecimentos prévios, levante a mão se quiser responder ao


questionamento abaixo:
a ) Existem diferenças entre escravidão e servidão? Quais são elas?
Foco no conteúdo

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Escravidão na Antiguidade
De acordo com o que você já estudou sobre as
sociedades da Antiguidade, é possível afirmar que a
prática de escravizar pessoas era comum
naquele contexto histórico. Tendo sido feitos
prisioneiros de conflitos militares, adquiridos por
meio de transações comerciais, ou já nascidos dentro
dessa condição, os escravizados eram considerados Alto-relevo do século II,
propriedade de seus senhores. Mas existia a mostrando pessoas cativas sendo
levadas a Roma para serem
possibilidade de reconquistarem sua liberdade, escravizadas.
saldando suas dívidas, por meio de negociações,
rebeliões etc.
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Representação do século XII,
mostrando servos trabalhando em um
feudo da Europa medieval.

Servidão na Idade Média


Diferentemente da escravidão na
Antiguidade, o regime de servidão que
predominou na Europa feudal se
caracterizava pelo trabalho exercido pelos
camponeses nos feudos em troca de
proteção e do direito de usar parte das
terras para sua própria subsistência.
Continua...
Foco no conteúdo

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Esse regime de trabalho estava atrelado às atividades agrícolas realizadas e ao
pagamento de tributos. Não havia muitas possibilidades de os servos saírem da
condição de submissão na qual estavam inseridos, tendo em vista que eles não
tinham suas próprias terras para plantar e que por isso estavam sujeitos aos
poderes e desejos dos senhores feudais.

Representação do século XII,


mostrando servos trabalhando em um
feudo da Europa medieval.
Na prática

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Organizadores do conhecimento

Vamos organizar nossos conhecimentos?


• Agora que relembramos as dinâmicas de trabalho escravo e
servil na Antiguidade e na Idade Média, façam um resumo do
que compreenderam, preenchendo este quadro síntese:
Escravidão na Antiguidade x Servidão na Idade Média
ESCRAVIDÃO NA ANTIGUIDADE SERVIDÃO NA IDADE MÉDIA
Na prática

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Organizadores do conhecimento

Correção
Escravidão na Antiguidade x Servidão na Idade Média
ESCRAVIDÃO
SERVIDÃO NA IDADE MÉDIA
NA ANTIGUIDADE

Os escravizados eram obtidos por meio Camponeses que trabalhavam nas terras
de guerras, dívidas, nascimento, compra dos senhores feudais em troca de moradia
etc. Em geral, eram considerados e terras para sua própria subsistência. Eles
mercadoria e propriedade de seus tinham que pagar tributos e não havia
senhores. Desempenhavam diversos muitas possibilidades de saírem da
tipos de trabalho, tais como: serviços condição de submissão na qual estavam
agrícolas, trabalhos domésticos, nas inseridos. Caso saíssem, teriam que viver
construções, entre outros. sob a tutela de outro senhor.
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A escravidão na Idade
Moderna
Durante a Idade Moderna, com o início da
conquista da América, os portugueses e os
espanhóis levaram a escravidão para as
Américas, aumentando a abrangência desse
tipo de lógica de trabalho. Pessoas
escravizadas começaram a ter uma atuação
no cotidiano da América portuguesa e Os escravizados estavam presentes em
todas as esferas da vida cotidiana,
espanhola, e também nas colônias francesas como pode ser evidenciado nessa tela
e inglesas. de Jean-Baptiste Debret, de 1839.
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A chamada “Escravidão Moderna”
A escravidão assumiu novas dimensões durante o processo de colonização das Américas.
Esse período foi marcado pelo tráfico transatlântico, que sequestrou para as Américas em
torno de 12,5 milhões de africanos durante um período de cerca de 350 anos. Esses
africanos foram obrigados a trabalhar nos mais diversos tipos de atividades, fosse no
campo ou nos ambientes urbanos. Eles eram tidos e tratados como mercadorias e foram
submetidos a castigos físicos e violência psicológica, e impedidos de exercer sua fé.

Representação de um senhor a
passeio sendo carregado em sua
liteira por pessoas escravizadas, de
Jean-Baptiste Debret, de 1816. Continua...
Foco no conteúdo

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Durante o Brasil Colonial e Imperial, eles podiam ser acorrentados, castigados,
mutilados e até mortos quando fugiam ou desafiavam o poder dos senhores. No
entanto, também tinham certa liberdade de circulação, pois exerciam diversos tipos
de atividades, nas plantações, em obras gerais, no transporte, na casa-grande e até
mesmo cultivando seu próprio alimento aos domingos. Existiam ainda os “escravos
de ganho”, que vendiam produtos e serviços nas cidades. Eles também passaram a
frequentar igrejas e irmandades católicas, já que o batismo cristão era obrigatório
para os cativos.

Representação, de Jean-Baptiste Debret, de uma


loja de carne de porco no Rio de Janeiro, 1827.
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Escravidão como parte da lógica de
comércio mundial
O “comércio triangular” foi uma rota comercial que permitiu a circulação de
produtos e pessoas entre Europa, África e as Américas. Era uma lógica comercial
que facilitava o tráfico de escravizados no oceano Atlântico. Esse movimento se
caracterizava pela obtenção de produtos e escravizados do continente africano,
através da captura e do domínio colonial. Esses escravizados se tornaram uma
lucrativa mercadoria no circuito atlântico, sendo vendidos na América e utilizados
como mão de obra neste continente. Na América, por sua vez, os trocavam por
produtos ali produzidos, como açúcar, tabaco, algodão, rum, entre outros.
Continua...
Foco no conteúdo

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Representação do
chamado “comércio
triangular” que
ocorria entre a Europa, a
África e as Américas.
Aplicando

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Vamos analisar o trecho de um Puxe mais
documento histórico sobre o assunto
estudado!

“[...] declaro que tenho realizado a venda ao Sr. Antonio da França Alencar,
um escravo pardo de nome Ignacio, de nação crioulo com todos os vícios e
achaques novos e velhos, tal e qual o possuía pelo valor de duzentos e
cinquenta mil réis, que recebi no fazer desta em moeda corrente livre e
desembaraçado de penhoras e hipotecas, obrigando-me a fazer boa e valiosa a
venda para sempre, ficando o dito Antonio da França Alencar obrigado a pagar
a Siza.” Transcrição de um recibo em nome de Antonio da França Alencar,
pela venda de um escravo de nação crioulo pela quantia de duzentos e
cinquenta mil réis, em 7 de agosto de 1851.
Aplicando

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Puxe mais
*A Siza era o imposto de transmissão “inter vivos”, que
incidia sobre a compra de bens móveis, incluindo
escravizados. Digitalização do
*Achaques são um tipo de falha moral, ou disposição documento
histórico.
natural para cometer ações imorais.

Após ter analisado a transcrição do trecho do documento


histórico junto com seu professor, e lembrando do que
aprendemos na aula de hoje, responda:
a) Identifique no documento as características dadas ao
escravizado.
b) Analise essas características considerando a escravidão
moderna.
Aplicando

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Puxe mais
Correção
a) Identifique no documento as características dadas ao escravizado.
Resposta esperada: O escravizado que está sendo vendido teria “todos os
vícios e achaques novos e velhos”.
b) Analise essas características considerando a escravidão moderna.
Resposta esperada: Foram-lhe atribuídos, por aquele que o vendia, vícios e
achaques que seriam, de acordo com o autor do documento, inerentes à sua
raça. Na visão do senhor, ele tinha falhas morais, ou uma disposição
natural para cometer ações imorais. A tentativa de inferiorizar as
populações negras, por parte dos brancos, era uma maneira de
desumanizá-las, o que favorecia sua transformação em mercadoria.
O que aprendemos hoje?

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● Retomamos como se deu a escravização durante a
Antiguidade, estabelecendo quais eram suas
características em relação à servidão medieval;
● Identificamos como ocorreu a escravização de
pessoas durante a Idade Moderna;
● Entendemos as diferentes formas utilizadas ao longo do
tempo para escravizar seres humanos, conforme os
pressupostos da época.
Referências

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CASTRO, A. Natureza e variabilidade dos tipos de trabalho compulsório na Antiguidade e na época
medieval. Rev. Dept. de História, n. 7, p. 34-44, set., 1988. Disponível em:
https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5727657acf80a1643d2a8480/1462199677
886/4_Castro%2C+Armando.pdf
. Acesso em: 13 nov. 2023.
Recibo de venda de escravos, 1851. Biblioteca Nacional. Disponível em:
https://bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/16686 . Acesso em: 14 nov. 2023.
LEMOV, D. Aula Nota 10 2.0: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Editora
Penso, 2018.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: Etapas Educação Infantil e Ensino
Fundamental. São Paulo, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Coordenadoria Pedagógica – COPED. São
Paulo, 2023.
Referências

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Lista de imagens
Slide 4 – Wikimedia Commons. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/65/Roman_collared_slaves_-_Ashmolean_Museum.jpg .
Acesso em: 17 nov. 2023.
Slide 5 – Wikimedia Commons. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/61/Reeve_and_Serfs.jpg . Acesso em: 14 nov. 2023.
Slide 9 – Wikimedia Commons. Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/A_Brazilian_family_in_Rio_de_Janeiro_by_Jean-Baptis
te_Debret_1839.jpg
. Acesso em: 17 nov. 2023.
Slide 10 – Ensinar História –Joelza Ester Domingues. Disponível em:
https://ensinarhistoria.com.br/s21/wp-content/uploads/2016/02/Acougue-Debret.jpg . Acesso em: 04 dez. 2023.
Referências

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Lista de imagens
Slide 11 – Scielo. Disponível em:
https://minio.scielo.br/documentstore/2316-901X/zHHQ3CPyWgnCSLMFNbpbLDK/ee7127ef46ce3a260c4ec9
1354a6cde2f4b89c61.jpg
. Acesso em: 17 nov. 2023.
Slide 13 – Wikimedia Commons. Disponível em:
https://es.wikipedia.org/wiki/Comercio_triangular#/media/Archivo:Triangular_trade.png . Acesso em: 17 nov.
2023.
Slide 15 – Biblioteca Digital. Disponível em:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss1593312/mss1593312.jpg . Acesso em: 17 nov.
2023.
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