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Etapa Ensino Médio

Sociologia

Sujeito ou objeto
1ª SÉRIE
Aula 15 – 3º bimestre
Conteúdo Objetivo

• Objetificação; • Compreender os processos de


objetificação (coisificação),
• Escravidão; olhando principalmente para
• Tráfico negreiro; formas de tráfico de pessoas e
• Trabalho escravo; de trabalho forçado.

• Tráfico de pessoas.
Para começar

Observe o gráfico para dialogar


com seus colegas e professor a
respeito do número de pessoas
resgatadas de condições análogas
à escravidão. Procure identificar
os extremos do gráfico e a
variação dos dados no período.
Diferenças entre a escravidão
Para começar colonial-imperial e a escravidão
contemporânea
BRASIL ESCRAVIDÃO – COLÔNIA/IMPÉRIO ESCRAVIDÃO – CONTEMPORÂNEA

PROPRIEDADE LEGAL PERMITIDA. O governo garantia por lei o PROIBIDA. Uma pessoa não pode ser
direito de possuir um escravizado, pois era proprietária de outra. É crime com
considerado mercadoria. punições previstas no Código Penal.

CUSTO DE COMPRA ALTO. Para comprar escravizados, era NÃO EXISTE. Os escravizados não são
necessário possuir riquezas. "comprados", mas aliciados (o patrão
gasta apenas com o transporte até a
propriedade).

MÃO DE OBRA ESCASSA. Era difícil conseguir DESCARTÁVEL. Há muitos


escravizados. Os proprietários dependiam trabalhadores desempregados, e o
do tráfico, da prisão de indígenas ou dos aliciamento parte do adiantamento de
filhos dos escravizados. algum dinheiro.

DIFERENÇAS ÉTNICAS IMPORTANTE. No Brasil, os africanos SEM RELEVÂNCIA. As pessoas que


sequestrados eram vistos como inferiores. trabalham em situação análoga à
escravidão são pobres ou miseráveis.

MANUTENÇÃO DA ORDEM SIM. Era realizada por meio de ameaças, SIM. É realizada com ameaças, castigos
ESCRAVISTA castigos físicos, punições e até mortes. físicos, punições e até mortes.
Para começar
Um negócio lucrativo
Assista ao vídeo
observando as
transformações
no que se refere
à história da
escravidão.

Fonte: Descomplica (YouTube)


Na prática 2 minutos

Unicentro 2009/2
Classe mais explorada na sociedade colonial, os escravos eram
considerados verdadeiros animais de carga. Dizia-se na época que
eles tinham direito a apenas três “pês”: pano (para vestir), pão
(para aguentar o trabalho) e pau (para andar na linha).
Na prática 2 minutos

Unicentro 2009/2
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas sobre a
escravidão negra no Brasil, EXCETO:
a. o escravo, como qualquer outra mercadoria, podia ser comprado,
vendido, emprestado, alugado, penhorado ou doado.
b. o escravo de ganho vendia mercadorias e serviços nas ruas e revertia
os ganhos para o seu dono.
c. os negros trazidos para o Brasil pertenciam a diferentes grupos
étnicos, muitas vezes inimigos entre si.
d. o escravo foi sempre uma mercadoria cara, o que o tornava acessível
somente aos grandes senhores proprietários de terra.
e. o escravo teve, na sociedade mineradora, a maior possibilidade de
obter sua alforria, que poderia ser gratuita ou comprada.
Na prática 2 minutos

Unicentro 2009/2
Todas as alternativas apresentam afirmações corretas sobre a
escravidão negra no Brasil, EXCETO:
a. o escravo, como qualquer outra mercadoria, podia ser comprado,
vendido, emprestado, alugado, penhorado ou doado.
b. o escravo de ganho vendia mercadorias e serviços nas ruas e revertia
os ganhos para o seu dono.
c. os negros trazidos para o Brasil pertenciam a diferentes grupos
étnicos, muitas vezes inimigos entre si.
d. o escravo foi sempre uma mercadoria cara, o que o tornava
acessível somente aos grandes senhores proprietários de terra.
e. o escravo teve, na sociedade mineradora, a maior possibilidade de
obter sua alforria, que poderia ser gratuita ou comprada.
Para começar
A objetificação do sujeito
“A objetificação (ou coisificação) é um termo que foi cunhado no
início dos anos 1970 a fim de voltar-se para os indivíduos a nível de
objeto, desconsiderando seu estado emocional ou psicológico.”
(BODART, 2015). A objetificação é a desconsideração, a negação, a
supressão da subjetividade.

O sistema escravocrata colonial-imperial coisificava as pessoas negras,


atribuindo-lhes status de mercadoria:
“A condição jurídica do escravo é dominada pelo princípio de que o
escravo é uma coisa (res), um animal de que o proprietário pode dispor
à vontade, tendo sobre ele o poder de vida e morte (vitae necisque
potestas)” (PEIXOTO, 1955, p. 255 apud VASCONCELOS, 2012, p. 140).
Para começar
“Se cultivarmos tomates para o consumo
próprio, o tomate não é uma mercadoria,
mas se os plantamos para vender ou trocar
por bens ou serviços, tais como roupas ou
serviços dentários, eles se transformam em
mercadoria.” (JOHNSON, 1997, p. 146).

Mercadoria Observem que a mercadoria


“Uma mercadoria é qualquer bem ou não é algo inato, da natureza
serviço produzido para a venda ou
das coisas, mas é feita
para ser trocado por alguma outra
socialmente para existir
coisa em um sistema de mercado.”
dessa forma.
(JOHNSON, 1997, p. 146)
Para começar
Um problema técnico
São as atividades técnicas que colocam o homem em relação com a
matéria, transformando o que existe no mundo em objetos (com valor de
uso ou valor de troca). Como essas técnicas estão entrelaçadas às culturas
das sociedades que as desenvolveram, as coisas podem ser concebidas
como “cultura material”, como evidência de seus sistemas de produção.
O mesmo se passa com as pessoas. Elas ganham forma, e suas vidas
ganham sentido em virtude das técnicas dos sujeitos que as cuidam e
educam durante seus desenvolvimentos. E, como vimos há pouco, os
sistemas jurídicos e as violências cotidianas de algumas sociedades
de certos contextos históricos – a exemplo do escravismo –
serviram para que pessoas passassem a existir não como sujeitos,
mas como coisas, como mercadorias.
Na prática 5 minutos

Como os colonizadores submetiam os africanos a um sistema


social e jurídico que os via como mercadoria?
Na prática Correção
Os colonizadores escravizavam
africanos:
● raptando-os;
● criando novas guerras para
capturar mais pessoas;
● Trocando-os com os chefes tribais;
● transportando-os em navios em
condições sub-humanas;
Como os colonizadores ● separando-os de seus parentes;
submetiam os africanos ● misturando-os com cativos de
a um sistema social e povos diferentes;
jurídico que os via ● alimentando-os muito mal;
como mercadoria? ● expondo-os publicamente aos
compradores.
Foco no conteúdo 2 minutos

Objetificação contemporânea
O que se faz em sociedades ocidentais operadas por matrizes
colonialistas-imperialistas é a hipersexualização do corpo negro,
mecanismo ideológico que tem por base a naturalização racialista
dos aspectos mais subjetivos e emocionais da pessoa.

Apesar de a música “Meu ébano”


ser recebida muito positivamente
pelo público em geral, Nascimento e
Silva (2020, p. 216) perguntam se a
obra não deve ser problematizada.
O que você pensa?
Foco no conteúdo

“Dados do Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas mostram que


72% das vítimas desse tipo de crime no Brasil é negra. A taxa leva em
consideração as pessoas atendidas nos Núcleos de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas e em postos do Ministério da Saúde.
O relatório, que abrange o período entre 2017 e 2020, foi apresentado
nesta [...] véspera do Dia Mundial e Nacional de Combate ao Tráfico de
Pessoas, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O material foi
elaborado em parceria com o Escritório das Nações Unidas para Drogas
e Crime (Unodc).” (PONTES, Agência Brasil, 2021).
Foco no conteúdo
As violências do tráfico de pessoas
Tráfico de pessoas “significa o recrutamento, o transporte, a
transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à
ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à
fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de
vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios
para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre
outra para fins de exploração.” (BRASIL, Decreto nº 5017/2044).
Tráfico vs. contrabando
Diferentemente do tráfico de pessoas, o contrabando de migrantes é
realizado com conhecimento e consentimento da pessoa
contrabandeada. As condições do contrabando não são menos
perigosas e degradantes do que as do tráfico.
Na prática 5 minutos

Observe os
números de
tráfico de pessoas
e dialogue com a
turma a respeito:
a. do gênero das
vítimas
traficadas;
b. das principais
finalidades do
tráfico de
pessoas. (POZZEBOM, Agência Senado, 2016)
Na prática Correção 5 minutos

Observe os números de tráfico de pessoas e dialogue com a


turma a respeito:
a. do gênero das vítimas traficadas;
As mulheres representam a maioria do número de pessoas
traficadas.
b. das principais finalidades do tráfico de pessoas.
De forma geral, as mulheres são traficadas para serem
exploradas sexualmente e os homens, para exercerem
trabalho escravo.
Aplicando
VUNESP 2019 – Academia Barro Branco
Ainda que as transformações demográficas tenham cada vez mais repercutido
no aumento da proporção e do número de idosos na sociedade de maneira
global, observa-se que certos estereótipos com relação à velhice seguem
prevalecendo como visões parciais e confusas dessa etapa da vida. Um
conjunto de atitudes, em geral negativas e que se expressam de diferentes
maneiras, no que diz respeito ao envelhecimento, ainda que nem sempre de
modo intencional, caracteriza a gerofobia (do grego gero = velho ou idoso e
fobos = temor, medo), a qual, atrás do racismo e sexismo, é a terceira forma
mais comum de discriminação. O termo se refere a visões e atitudes
depreciativas para com os idosos, a exemplo da discriminação pela idade ou da
imposição da perda de protagonismo, que se observa a partir de uma lógica
marginalizadora, respaldada socialmente na “ditadura” da idade.
MENESES, Neilson Santos. Gerofobia. Disponível em: http://www.ufs.br/conteudo/20100-gerofobia.
Adaptado.
VUNESP 2019 –
Aplicando Academia Barro Branco
Em conformidade com o texto, podemos perceber que diversas
formas de preconceito – como gerofobia, racismo e sexismo –
contribuem para a desumanização e coisificação do outro.
Desse modo, conclui-se que:
a. as atitudes que expressam preconceitos são intencionais e podem
ser revertidas ao coisificar o outro.
b. os processos de coisificação do outro ocorrem como resultado de
atitudes positivas de respeito pela diferença.
c. a perda de protagonismo das pessoas discriminadas é superada por
meio de processos de desumanização.
d. os preconceitos em geral se baseiam em uma lógica de
marginalização e coisificação do outro.
e. os estereótipos que servem de base a atitudes preconceituosas
adotam uma lógica de humanização do outro.
Aplicando Correção
Em conformidade com o texto, podemos perceber que diversas
formas de preconceito – como gerofobia, racismo e sexismo –
contribuem para a desumanização e coisificação do outro.
Desse modo, conclui-se que:
a. as atitudes que expressam preconceitos são intencionais e podem
ser revertidas ao coisificar o outro.
b. os processos de coisificação do outro ocorrem como resultado de
atitudes positivas de respeito pela diferença.
c. a perda de protagonismo das pessoas discriminadas é superada por
meio de processos de desumanização.
d. os preconceitos em geral se baseiam em uma lógica de
marginalização e coisificação do outro.
e. os estereótipos que servem de base a atitudes preconceituosas
adotam uma lógica de humanização do outro.
O que aprendemos hoje?
• Os escravizados do período colonial-imperialista eram
considerados, do ponto de vista jurídico, uma coisa;
• Os escravizados contemporâneos são juridicamente
reconhecidos como pessoas, mas se encontram
submetidos às condições desumanas do trabalho forçado;
• Os corpos negros são objetificados em razão da
naturalização de concepções racialistas;
• As violências do trabalho forçado e do tráfico de pessoas
objetificam (coisificam) as vítimas;
• Os negros e as mulheres são as maiores vítimas do
tráfico de pessoas.
Tarefa SP
Localizador: 99561

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com


seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”.

Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
BODART, C. A sociedade do espetáculo e a coisificação do homem. Café com
Sociologia, 09 jan. 2015. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/a-
sociedade-do-espetaculo-
e/#:~:text=A%20objetifica%C3%A7%C3%A3o%20(ou%20coisifica%C3%A7%C3%
A3o)%20%C3%A9,seu%20estado%20emocional%20ou%20psicol%C3%B3gico.
Acesso em: 14 jul. 2023.
BRASIL. Decreto 5017, 12 mar. 2004. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5017.htm.
Acesso em: 14 jul. 2023.
JOHNSON, A. G. Dicionário de Sociologia: Guia prático da linguagem sociológica.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de
aula. Tradução de Daniel Vieira, Sandra M. Mallmann da Rosa. Revisão técnica:
Fausto Camargo, Thuinie Daros. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2023.
Referências
NASCIMENTO, Y. J. E. do; SILVA, L. de M. Masculinidade negra, paternidade e afetividade na
literatura infantil: O menino Nito, de Sonia Rosa. Antares, v. 12, n. 26, maio/ago. 2020.
Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Luciana-Silva-
32/publication/344814142_Masculinidade_negra_paternidade_e_afetividade_na_literatura_i
nfantil_O_menino_Nito_de_Sonia_Rosa/links/60eef73616f9f3130083af3e/Masculinidade-
negra-paternidade-e-afetividade-na-literatura-infantil-O-menino-Nito-de-Sonia-Rosa.pdf.
Acesso em: 14 jul. 2023.
PONTES, F. Maioria das vítimas de tráfico de pessoas é negra, mostra relatório. Agência
Brasil. 29 jul. 2021. Disponível: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2021-
07/maioria-das-vitimas-de-trafico-de-pessoas-e-negra-mostra-relatorio. Acesso em: 14 jul.
2023.
POZZEBOM, E. R. Nova lei contra o tráfico de pessoas facilita punição e amplia proteção à
vítima. Agência Senado. 13 dez. 2016. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/12/13/novo-marco-legal-contra-o-
trafico-de-pessoas-facilita-punicao-e-amplia-protecao-a-vitima. Acesso em: 14 jul. 2023.
Referências
VASCONCELOS, B. A; SILVA, L. de M. O Escravo como coisa e o escravo como
animal: da Roma Antiga ao Brasil Contemporâneo. Revista UFG, jul. 2012, Ano
XIII, nº 12. Disponível em:
https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/download/48427/23760/202444. Acesso
em: 14 jul. 2023.
Slide 19 – MENESES, Neilson Santos. Gerofobia. Disponível em:
http://www.ufs.br/conteudo/20100-gerofobia. Adaptado.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – https://piaui.folha.uol.com.br/faces-da-escravidao-contemporanea/
Slide 5 –
https://drive.google.com/file/d/1s3KelQpgq99XNWcirmVf1uR_tN9_YkDH/view?usp=sharing
(link original: https://www.youtube.com/watch?v=lAbslmtscRk)
Slide 10 – https://pixabay.com/pt/photos/tomates-alho-verdes-mercado-4050245/
Slide 12 –
https://drive.google.com/file/d/1NvNq_ZUPH6eeK7n3oF0gmIXoPpFc_S40/view?usp=sharing
(link original: https://www.youtube.com/watch?v=PfjmsN2vqzI)
Slides 12 e 13 – https://pixabay.com/pt/vectors/livro-caderno-papel-texto-2028386/
Slide 14 – https://www.youtube.com/watch?v=5JNa47qtJmM
Slide 15 – https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2021-07/maioria-das-vitimas-
de-trafico-de-pessoas-e-negra-mostra-relatorio
Slide 17 – https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/12/13/novo-marco-legal-
contra-o-trafico-de-pessoas-facilita-punicao-e-amplia-protecao-a-vitima
Material
Digital

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