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CICLO I - SEMANA 04
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
ESTOQUE FLEURIZA 70043503209 ESTOQUE FLEURIZA 70043503209 ESTOQUE FLEURIZA 70043503209 ESTOQUE
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS DO STF E DO STJ
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 30 SEMANAS
CICLO I – SEMANA 04
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da
leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida
sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o
informativo na íntegra, já que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma
a facilitar os estudos e revisão.
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data
anterior ao ano de 2018.
Sumário
Sumário ......................................................................................................................................... 2
SEMANA 04 ................................................................................................................................... 3
4.4 Outros Temas ......................................................................................................................... 3
5. PROCEDIMENTO ........................................................................................................................ 7
5.1 Audiência de Custódia............................................................................................................. 7
5.2 Temas Diversos ...................................................................................................................... 8
5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90 .................................................................................. 11
6. PROVAS ................................................................................................................................... 12
7. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA ................................................................................................. 34
8.TRIBUNAL DO JURI ................................................................................................................... 38
8.1 Noções Gerais ...................................................................................................................... 38
8.2 Outros de Júri ....................................................................................................................... 43
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SEMANA 04
4.4 Outros Temas
STJ. AgRg no HC 626.529-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe
03/05/2022. (Info 735)
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harmonia como a jurisprudência dos tribunais superiores, não há espaço para execução
provisória da pena.
Assim, estando pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a
constitucionalidade do art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de
impossibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal
do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha,
Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022. (Info 730)
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Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção.
Aprovada em 10/02/2021.
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Obs: existe decisão da 1ª Turma em sentido contrário, ou seja, afirmando que “a prisão de réu condenado por decisão do Tribunal
do Júri, ainda que sujeita a recurso, não viola o princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª
Turma. HC 118770, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017).
Há ainda, STF. 1ª Turma. HC 140449/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/11/2018
(Info 922), também no sentido: É possível a execução da condenação pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri, independentemente
do julgamento da apelação ou de qualquer outro recurso, em face do princípio da soberania dos veredictos. Assim, nas
condenações pelo Tribunal do Júri não é necessário aguardar julgamento de recurso em segundo grau de jurisdição para a execução
da pena.
Vale ressaltar, contudo, que as decisões foram tomada antes do resultado das ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, julgadas em
7/11/2019. Além disso, verifique a nota abaixo.
Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada
em 10/02/2021.
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Nota: Súmula vinculante 56-STF- A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta
hipótese, os parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320.
STJ. 5ª Turma. RHC 99.006/PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019. (Info 642)
5. PROCEDIMENTO
STF. 2ª Turma. HC 202579 AgR/ES e HC 202700 AgR/SP, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgados em 26/10/2021 (Info 1036).
Veja também: A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão
preventiva, uma vez atendidos os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal e
observados direitos e garantias versados na Constituição Federal STF. 1ª Turma. HC 198.784,
Rel. Min. Marco Aurélio , Dje em 16/06/2021.
TF. 2ª Turma. HC 201506 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/08/2021.
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STJ. REsp 1.794.907-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022. (Info 749).
STJ. 5ª Turma. HC 662.690-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 17/05/2022.
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Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos
de ação penal privada.
Cuidado: Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está
superada: 1) Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na
legislação processual penal, contudo podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral
de impugnação interna, de forma que a eles não se aplica a isenção estipulada no art. 7º da
Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento antecipado das custas.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1.809.270-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/10/2021
(Info 713).
STJ. 6ª Turma. RHC 135970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693).
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determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info
1001)
Nota: Quando agente lotado em agência de inteligência, sob identidade falsa, apenas
representa o ofendido nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na
organização criminosa não há infiltração policial.
A infiltração de agentes é uma técnica especial de investigação por meio da qual um policial,
escondendo sua real identidade, finge ser também um criminoso a fim de ingressar na
organização criminosa e, com isso, poder coletar elementos informativos a respeito dos
delitos que são praticados pelo grupo, identificando os seus integrantes, sua forma de
atuação, os locais onde moram e atuam, o produto dos delitos e qualquer outra prova que
sirva para o desmantelamento da organização e para ser utilizado no processo penal.
Essa técnica de investigação está prevista, atualmente, em quatro diplomas normativos: • art.
53, I, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas); • art. 10 da Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime
Organizado); • arts. 190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei nº 13.441/2017; • art. 1º, § 6º
da Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), inserido pela Lei nº 13.964/2019.
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677)
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não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à
parte (pas de nullité sans grief).
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)
Nos processos criminais que tramitam perante o STF e o STJ, cujo procedimento é regido
pela Lei nº 8.038/90, o interrogatório também é o último ato de instrução. Apesar de não
ter havido uma alteração específica do art. 7º da Lei 8.038/90, com base no CPP, entende-
se que o interrogatório é um ato de defesa, mais bem exercido depois de toda a instrução,
porque há possibilidade do contraditório mais amplo. Assim, primeiro devem ser ouvidas
todas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa para, só então, ser realizado o
interrogatório.
STF. 1ª Turma. AP 1027/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 2/10/2018. (Info 918)
6. PROVAS
O testemunho prestado em juízo pelo policial deve ser valorado, assim como acontece com
a prova testemunhal em geral, conforme critérios de coerência interna, coerência externa
e sintonia com as demais provas dos autos.
Nota: O depoimento policial tem a natureza jurídica de prova testemunhal e deve ser
valorado enquanto tal. Dessa forma, o testemunho policial não pode ser, aprioristicamente,
sobrevalorizado, sob o único argumento de que o policial goza de fé pública, tampouco pode
ser subvalorizado, sob a justificativa de que sua palavra não seria confiável para,
isoladamente, fundamentar uma condenação.
STJ. AREsp 1.936.393-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 08/11/2022.
(Info 756).
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Com efeito, prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que "a
pormenorização dos bens somente é possível após o cumprimento da diligência, não sendo
admissível exigir um verdadeiro exercício de futurologia por parte do Magistrado, máxime na
fase pré-processual (RHC n. 59.661/PR, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado
em 3/11/2015, DJe 11/11/2015)". (AgRg no RHC n. 150.787/PE, relator Ministro Olindo
Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, julgado em 17/5/2022,
DJe de 20/05/2022).
Ademais, "o art. 243 do Código de Processo Penal disciplina os requisitos do mandado de
busca e apreensão, dentre os quais não se encontra o detalhamento do que pode ou não ser
arrecadado; e o art. 240 apresenta um rol exemplificativo dos casos em que a medida pode
ser determinada, no qual se encontra a hipótese de arrecadação de objetos necessários à
prova da infração ou à defesa do réu, não havendo qualquer ressalva de que não possam dizer
respeito à intimidade ou à vida privada do indivíduo". (RHC n. 141.737/PR, relator Ministro
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 27/04/2021, DJe de 15/06/2021).
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
16/08/2022, DJe 22/08/2022. (Info 750).
STJ. HC 742.815-GO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022, DJe 31/08/2022.
(Info 749).
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cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata os bens, serviços e instalações
municipais.
Nota: Ainda que eventualmente se considerasse provável que a sacola ocultada pelo réu
contivesse objetos ilícitos, não estavam os guardas municipais autorizados, naquela
situação, a avaliar a presença da fundada suspeita e efetuar a busca pessoal no acusado.
Caberia aos agentes municipais, apenas, naquele contexto totalmente alheio às suas
atribuições, acionar os órgãos policiais para que realizassem a abordagem e revista do
suspeito, o que, por não haver sido feito, macula a validade da diligência por violação do
art. 244 do CPP e, por conseguinte, das provas colhidas em decorrência dela, nos termos
do art. 157 do CPP, também contrariado na hipótese.
STJ. REsp 1.977.119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022 (Info 746).
O acesso ao chip telefônico descartado pelo acusado em via pública não se qualifica
como quebra de sigilo telefônico.
STJ. HC 720.605-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 09/08/2022 (Info 744).
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Além disso, importante observar que o entendimento do STF. 2ª Turma. RHC 206846/SP
também é pela nulidade: A desconformidade ao regime procedimental determinado no
art. 226 do CPP deve acarretar a nulidade do ato e sua desconsideração para fins
decisórios, justificando-se eventual condenação somente se houver elementos
independentes para superar a presunção de inocência.
STJ. 6a Turma. REsp 1.969.032-RS, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 17/05/2022, DJe 20/05/2022. (Info 739)
Nota: O ingresso forçado em domicílio sem mandado judicial para busca e apreensão é
legítimo se amparado em fundadas razões, devidamente justificadas pelas
circunstâncias do caso concreto, especialmente nos crimes de natureza permanente,
como são o tráfico de entorpecentes e a posse ilegal de arma de fogo.Afere-se a justa
causa para o ingresso forçado em domicílio mediante a análise objetiva e satisfatória do
contexto fático anterior à invasão, considerando-se a existência ou não de indícios
mínimos de situação de flagrante no interior da residência.Com efeito, a investigação
policial originada de informações obtidas por inteligência policial e mediante diligências
prévias que redunda em acesso à residência do acusado não se traduz em
constrangimento ilegal, mas sim em exercício regular da atividade investigativa
promovida pelas autoridades policiais.
STJ. 5a Turma. AgRg no HC 734.423-GO, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
24/05/2022, DJe 26/05/2022. (Info 738)
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Nota: Exige-se, em termos de standard probatório para busca pessoal ou veicular sem
mandado judicial, a existência de fundada suspeita (justa causa) - baseada em um juízo
de probabilidade, descrita com a maior precisão possível, aferida de modo objetivo e
devidamente justificada pelos indícios e circunstâncias do caso concreto - de que o
indivíduo esteja na posse de drogas, armas ou de outros objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, evidenciando-se a urgência de se executar a diligência.
Entretanto, a norma constante do art. 244 do CPP não se limita a exigir que a suspeita
seja fundada. É preciso, também, que esteja relacionada à "posse de arma proibida ou
de objetos ou papéis que constituam corpo de delito". Vale dizer, há uma necessária
referibilidade da medida, vinculada à sua finalidade legal probatória, a fim de que não
se converta em salvo-conduto para abordagens e revistas exploratórias (fishing
expeditions), baseadas em suspeição genérica existente sobre indivíduos, atitudes ou
situações, sem relação específica com a posse de arma proibida ou objeto (droga, por
exemplo) que constitua corpo de delito de uma infração penal. O art. 244 do CPP não
autoriza buscas pessoais praticadas como "rotina" ou "praxe" do policiamento
ostensivo, com finalidade preventiva e motivação exploratória, mas apenas buscas
pessoais com finalidade probatória e motivação correlata.
STJ. RHC 158.580-BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 19/04/2022, DJe 25/04/2022.
(Info 735)
Nota: Não se olvida que esta Corte firmou a orientação de ser imprescindível, nos
termos dos arts. 158 e 167 do CPP, a realização de exame pericial para o reconhecimento
das qualificadoras de escalada e arrombamento no caso do delito de furto (art. 155, §
4º, II, do CP), quando os vestígios não tiverem desaparecido e puderem ser constatados
pelos peritos.
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STJ. AgRg no REsp 1.895.487-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022,
DJe 02/05/2022. (Info 735)
O que a nova orientação buscou afastar a prática recorrente dos agentes de segurança
pública de apresentar fotografias às vítimas antes da realização do procedimento de
reconhecimento de pessoas, induzindo determinada conclusão.
STJ. HC 721.963-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 19/04/2022. (Info 733)
STJ. AgRg no RHC 156.413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe
08/04/2022. (Info 733)
Nota: execução da busca pessoal sem mandado, como medida autônoma, depende da
presença de fundada suspeita da posse de objetos que constituam corpo de delito. Para
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tanto, ressalto que, conforme a doutrina, "não é suficiente, está claro, a mera
conjectura ou desconfiança sobre tal posse, mas a suspeita amparada por
circunstâncias objetivas que permitam uma grave probabilidade de que sejam
encontradas as coisas mencionadas pela lei".
Ocorre que, no caso dos autos, a busca pessoal realizada pelos policiais foi justificada
apenas com base no fato de que o acusado, que estava em local conhecido como ponto
de venda drogas, ao avistar a viatura policial, demonstrou nervosismo.
STJ. REsp 1.961.459-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe de 08/04/2022.
(Info 732 STJ).
Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa
conceder um salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado
indistintamente, em verdadeira pescaria probatória (fishing expedition), sob pena de
nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade.
Vale dizer, admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não
significa conceder um salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado
indistintamente, em verdadeira pescaria probatória (fishing expedition).
Desse modo, é ilícita a prova colhida em caso de desvio de finalidade após o ingresso
em domicílio, seja no cumprimento de mandado de prisão ou de busca e apreensão
expedido pelo Poder Judiciário, seja na hipótese de ingresso sem prévia autorização
judicial, como ocorre em situação de flagrante delito. O agente responsável pela
diligência deve sempre se ater aos limites do escopo - vinculado à justa causa - para o
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STJ. HC 663.055-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022. (Info 731 STJ).
Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do
compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria instituição
bancária ao Ministério Público.
STJ. RHC 147.307-PE, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 29/03/2022. (Info 731 STJ).
Nota: Tendo como referência o recente entendimento firmado por esta Corte, nos autos
do HC 598.051/SP, o ingresso policial forçado em domicílio, resultando na apreensão de
material apto a configurar o crime de tráfico de drogas, deve apresentar justificativa
circunstanciada em elementos prévios que indiquem efetivo estado de flagrância de delitos
graves, além de estar configurada situação que demonstre não ser possível mitigação da
atuação policial por tempo suficiente para se realizar o trâmite de expedição de mandado
judicial idôneo ou a prática de outras diligências.
Ademais, a alegação de que a entrada dos policiais teria sido autorizada pelo agente não
merece acolhimento. Isso, porque não há outro elemento probatório no mesmo sentido,
salvo o depoimento dos policiais que realizaram o flagrante, tendo tal autorização sido
negada em juízo pelo réu.
Por fim, "Segundo a nova orientação jurisprudencial, o ônus de comprovar a higidez dessa
autorização, com prova da voluntariedade do consentimento, recai sobre o estado
acusador" (HC 685.593/SP, relator Ministro Sebastião Reis Junior, Sexta Turma, DJe
19/10/2021).
HC 695.980-GO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022, DJe 25/03/2022.
(Info 730 STJ).
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Nota: Vale destacar que tal situação configura apenas quebra de sigilo de dados
informáticos estáticos e se distingue das interceptações das comunicações dinâmicas em
si, as quais dariam acesso ao fluxo de comunicações de dados, isto é, ao conhecimento do
conteúdo da comunicação travada com o seu destinatário.Importante, contudo,
sedimentar que a ordem dirigida a provedor cuja relação é regida pelo Marco Civil da
Internet não prevê, dentre os requisitos que estabelece para a quebra de sigilo, que a
decisão judicial especifique previamente as pessoas objeto da investigação ou que a prova
da infração (ou da autoria) possa ser realizada facilmente por outros meios (arts. 22 e 23
da Lei n. 12.965/2014).
Entretanto, o referido fundamento não subsiste nos casos em que haja a possibilidade de
violação da intimidade e vida privada de pessoas não comprovadamente relacionadas à
investigação criminal.
RMS 68.119-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
15/03/2022, DJe 28/03/2022. (Info 730 STJ).
Nota:
1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do
Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se
encontra na condição de suspeito da prática de um crime;
2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento falho, a inobservância do
procedimento descrito na referida norma processual torna inválido o reconhecimento da
pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado
o reconhecimento em juízo;
3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que
observado o devido procedimento probatório, bem como pode ele se convencer da autoria
delitiva a partir do exame de outras provas que não guardem relação de causa e efeito com
o ato viciado de reconhecimento;
4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a
par de dever seguir o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como
etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como
prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo.
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Obs. O julgado mais recente apontado no INFO 739 NÃO DESATUALIZA O PRESENTE (Info
684). Perceba que, INFO 739, foi decidido que, no caso em que o reconhecimento fotográfico
na fase inquisitorial não tenha observado o procedimento legal, mas a vítima relata o delito
de forma que não denota riscos de um reconhecimento falho, DANDO ENSEJO A
DISTINGUISHING QUANTO AO ACÓRDÃO DO HC 598.886/SC, que invalida qualquer
reconhecimento formal - pessoal ou fotográfico - que não siga estritamente o que determina
o art. 226 do CPP.
STJ. 6ª Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020. (Info 684)
Nota: O STJ entendeu que a busca foi ilícita, assim como todas as provas dela derivadas.
Isso porque não houve comprovação de consentimento válido para o ingresso no domicílio
do réu.
STJ. 6ª Turma. HC 674.139-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/02/2022 (Info 725).
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É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público.
Nota: Ao julgar o Tema 990, o STF afirmou que é legítimo que a Receita Federal compartilhe
o procedimento fiscalizatório que ela realizou para apuração do débito tributário com os
órgãos de persecução penal para fins criminais (Polícia Federal, Ministério Público etc.),
não sendo necessário, para isso, prévia autorização judicial (STF. Plenário. RE 1.055.941/SP,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019). Por outro lado, neste julgado, o STF não
autorizou que o Ministério Público faça a requisição direta (sem autorização judicial) de
dados fiscais, para fins criminais. Ex: requisição da declaração de imposto de renda.
Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições, identificar indícios
de crime e comunicar suas suspeitas aos órgãos de investigação para que, dentro da
legalidade e de suas atribuições, investiguem a procedência de tais suspeitas. Outra, é o
órgão de investigação, a polícia ou o Ministério Público, sem qualquer tipo de controle,
alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar ao COAF ou à Receita
Federal informações financeiras sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa, física ou
jurídica, sem a prévia autorização judicial.
STJ. 3ª Seção. RHC 83.233-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/02/2022 (Info 724).
Quando a acusação não produzir todas as provas possíveis e essenciais para a elucidação
dos fatos, capazes de, em tese, levar à absolvição do réu ou confirmar a narrativa
acusatória caso produzidas, a condenação será inviável, não podendo o magistrado
condenar com fundamento nas provas remanescentes.
STJ. AREsp 1.940.381-AL, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/12/2021, DJe 16/12/2021.
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STJ. AgRg no REsp 1.928.705-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e Territórios), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/11/2021, DJe 03/12/2021.
Nota: Uma das mais relevantes controvérsias que essa alteração legislativa suscita diz
respeito às consequências jurídicas, para o processo penal, da quebra da cadeia de custódia
da prova (break on the chain of custody) ou do descumprimento formal de uma das
exigências feitas pelo legislador no capítulo intitulado "Do exame de corpo de delito, da
cadeia de custódia e das perícias em geral": essa quebra acarreta a inadmissibilidade da
prova e deve ela (e as dela decorrentes) ser excluída do processo? Seria caso de nulidade
da prova? Em caso afirmativo, deve a defesa comprovar efetivo prejuízo, para que a
nulidade seja reconhecida (à luz da máxima pas de nulitté sans grief)? Ou deve o juiz aferir
se a prova é confiável de acordo com todos os elementos existentes nos autos, a fim de
identificar se eles são capazes de demonstrar a sua autenticidade e a sua integridade?
Se é certo que, por um lado, o legislador trouxe, nos arts. 158-A a 158-F do CPP,
determinações extremamente detalhadas de como se deve preservar a cadeia de custódia
da prova, também é certo que, por outro, quedou-se silente em relação aos critérios
objetivos para definir quando ocorre a quebra da cadeia de custódia e quais as
consequências jurídicas, para o processo penal, dessa quebra ou do descumprimento de
um desses dispositivos legais.
Respeitando aqueles que defendem a tese de que a violação da cadeia de custódia implica,
de plano e por si só, a inadmissibilidade ou a nulidade da prova, de modo a atrair as regras
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de exclusão da prova ilícita, parece ser mais adequada aquela posição que sustenta que as
irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado
com todos os elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável.
Assim, à míngua de outras provas capazes de dar sustentação à acusação, deve a pretensão
ser julgada improcedente, por insuficiência probatória, e o réu ser absolvido.
STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720).
Não configura cerceamento de defesa o fato de não se permitir que o réu que está preso
preventivamente tenha acesso a um notebook na unidade prisional a fim de examinar as
provas que estão nos autos.
Nota: Se a defesa técnica teve pleno acesso aos autos da ação penal, anexos e mídias
eletrônicas, a negativa de ingresso de notebook na unidade prisional para que o custodiado
visualize as peças eletrônicas não configura violação do princípio da ampla defesa. A
garantia constitucional à ampla defesa, prevista no art. 5º, LV, da CF/88, envolve a defesa
em sentido técnico (defesa técnica), realizada pelo advogado, e a defesa em sentido
material (autodefesa), por meio de qualquer atividade defensiva desenvolvida pelo próprio
acusado, em especial durante seu interrogatório. Contudo, no caso, a restrição ao ingresso
de notebook na unidade prisional justificava-se pelo risco de ofensa à segregação prisional.
Essa restrição não representou obstáculo à ampla defesa, pois as peças processuais mais
relevantes poderiam ter sido impressas e levadas ao preso. No caso concreto, embora o
custodiado tenha formação jurídica, sua defesa técnica está sendo patrocinada por
advogados habilitados nos autos, os quais tiveram pleno acesso aos autos da ação penal,
anexos e mídias eletrônicas.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 631.960-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 23/11/2021 (Info 720).
STJ. 6ª Turma. RHC 142.250-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/09/2021 (Info 711).
Nota: É possível a aplicação ao processo penal, por analogia, do art. 435 do CPC.
STJ. 6ª Turma. HC 545.097-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/09/2021 (Info 711).
STJ. 5ª Turma. AREsp 701.833/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 04/05/2021 (Info 695).
Nota: Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas pelo Delegado,
durante o interrogatório formal, mas também pelos policiais responsáveis pela voz de
prisão em flagrante. Isso porque a todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos
direitos fundamentais. A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a
prova obtida a partir dessa confissão.
Miranda warning ou Miranda rights (aviso de Miranda ou advertência de Miranda). Tal
instituto tem origem no julgamento Miranda V. Arizona, realizado pela Suprema Corte
norte-americana em 1966, em que se decidiu, por 5 (cinco) votos a 4 (quatro), que as
declarações prestadas pela pessoa presa à polícia não teriam qualquer valor a não ser que
ela fosse claramente informada 1) que tem o direito de ficar calada; 2) que tudo o que for
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dito pode ser utilizado contra ela; 3) que tem direito à assistência de defensor constituído
ou nomeado.” (Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2021, p. 102).
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016).
STJ. 6ª Turma. RHC 141.737/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 27/04/2021 (Info 694).
STJ. 6ª Turma. RHC 114.683/RJ, Rel. Rogério Schietti Cruz, julgado em 13/04/2021 (Info 692).
Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na
seara civil, processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara
penal.
STJ. 5ª Turma. HC 616.584/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 30/03/2021. STJ. 6ª Turma. HC 598051/SP, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687).
Nota: o STJ considerou ilícita essa prova. Isso porque, para o STJ, é inválida a prova obtida
pelo WhatsApp Web, tendo em vista que nessa ferramenta “é possível, com total
liberdade, o envio de novas mensagens e a exclusão de mensagens antigas (registradas
antes do emparelhamento) ou recentes (registradas após), tenham elas sido enviadas pelo
usuário, tenham elas sido recebidas de algum contato. Eventual exclusão de mensagem
enviada (na opção "Apagar somente para Mim") ou de mensagem recebida (em qualquer
caso) não deixa absolutamente nenhum vestígio, seja no aplicativo, seja no computador
emparelhado, e, por conseguinte, não pode jamais ser recuperada para efeitos de prova
em processo penal, tendo em vista que a própria empresa disponibilizadora do serviço, em
razão da tecnologia de encriptação ponta-a-ponta, não armazena em nenhum servidor o
conteúdo das conversas dos usuários” (STJ. 6ª Turma. RHC 99.735/SC, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 27/11/2018). Assim, a pessoa que tirou os prints poderia, em tese, ter
manipulado as conversas, de maneira não há segurança para se utilizar como prova. Diante
disso, o STJ declarou nulas as mensagens obtidas por meio do print screen da tela da
ferramenta WhatsApp Web, determinando-se o desentranhamento delas dos autos,
mantendo-se as demais provas produzidas após as diligências prévias da polícia realizadas
em razão da notícia anônima dos crimes.
STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 133.430/PE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 23/02/2021.
Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na
seara civil, processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara
penal.
STJ. 5ª Turma. RMS 57.740-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/03/2021. (Info 690)
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Nota: O juiz deverá intervir e indeferir a pergunta formulada pela parte caso se verifique
uma das seguintes situações: a) Quando a pergunta feita pela parte puder induzir a
resposta da testemunha; b) Quando a pergunta não tiver relação com a causa; c) Quando
a pergunta for a repetição de outra já respondida.
STF. 1ª Turma. HC 187035/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2021. (Info 1012)
STJ. 5ª Turma. HC 588.445-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/08/2020. (Info 678)
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não impõe risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente atingidos
por tal diligência.
STJ. 3ª Seção. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/08/2020. (Info 678)
Nota: Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.
STF. Plenário. RE 1116949, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão
Geral – Tema 1041) (Info 993)
STJ. 3ª Seção. RMS 60.531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/12/2020. (Info 684)
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STF. 1ª Turma. HC 161658/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)
Nota: Ressalta-se que a previsão do art. 6º da LC 105/2001, que autoriza o Fisco a ter acesso a informações
bancárias sem autorização judicial, é compatível com a CF/88 conforme julgado, em 2016 (Info 815), do STF
(na visão do STF, não há QUEBRA de sigilo bancário, mas somente a “TRANSFERÊNCIA de sigilo” dos bancos
ao Fisco. Os dados, até então protegidos pelo sigilo bancário, prosseguem protegidos pelo sigilo fiscal).
STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990). (Info 962)
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7. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA
Nota: O STJ admite o emprego da técnica da fundamentação per relationem. Sem embargo,
tem-se exigido, na jurisprudência da Sexta Turma, que o juiz, ao reportar-se a fundamentação
e a argumentos alheios, ao menos os reproduza e os ratifique, eventualmente, com acréscimo
de seus próprios motivos.
Admite-se o uso da motivação per relationem para justificar a quebra do sigilo das
comunicações telefônicas. STJ. 6ª Turma. HC 654.131-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/11/2021
(Info 723).
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STJ. RHC 119.342-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 20/09/2022. (Info 751).
STJ. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022.
(Info 749).
Nota: onstata-se que o conteúdo das interceptações telefônicas foi disponibilizado pela
defesa, não havendo que se falar em nulidade por ser preferível um formato a outro ou em
virtude de os órgãos públicos possuírem sistema próprio para exame das gravações. Com
efeito, os diálogos interceptados estão integralmente disponíveis, em observância aos
princípios do contraditório, da ampla defesa e da paridade de armas, não sendo ônus
atribuído ao Estado a conversão em formato escolhido pela defesa.
STJ. AgRg no RHC 155.813-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 15/02/2022,
DJe 21/02/2022. (Info 731).
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Mesmo sentido: A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser
renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal
renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min.
Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).
STF. Plenário. RE 625263/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2021
(Repercussão Geral – Tema 661) (Info 1047).
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020.
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. HC 113477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/3/2012.
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investigativas e também com base nas informações recebidas dos órgãos públicos de
fiscalização.
STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018. (Info 890)
8.TRIBUNAL DO JURI
STJ. AgRg no HC 482.056-SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 02/08/2022, DJe
08/08/2022. (Info 752).
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STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).
STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).
STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe
29/06/2022. (Info 747).
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Nota: se não houver provas produzidas na forma do art. 155 do CPP, o Tribunal deverá dar
provimento ao recurso, cassando a condenação. Caso concreto: as qualificadoras foram
baseadas apenas no depoimento prestado no inquérito policial por uma testemunha que
ouviu dizer. Diante disso, o STJ decidiu cassar a sentença e submeter o réu a novo júri. Isso
porque: As qualificadoras de homicídio fundadas exclusivamente em depoimento indireto
(Hearsay Testimony), violam o art. 155 do CPP, que deve ser aplicado aos veredictos
condenatórios do Tribunal do Júri.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.916.733-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/11/2021 (Info 719).
Nota: Seria uma negociação processual, o que é previsto no art. 190 do CPC e que pode ser
aplicado ao processo penal com base no art. 3º do CPP:
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres
processuais, antes ou durante o processo.
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
À vista de tal consideração, ponderadas as singularidades do caso em análise, em reforço
ao que já prevê o art. 477 do CPP, constata-se a viabilidade de que as partes interessadas
entrem em um consenso a fim de dilatar o prazo de debates, respeitados os demais
princípios que regem o instituto do júri.
STJ. 6ª Turma. HC 703.912-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 719).
Nota: deve ser conferida interpretação conforme à Constituição ao art. 23, II e art. 25, do
CP e ao art. 65 do CPP, de modo a excluir a legítima defesa da honra do âmbito do instituto
da legítima defesa e a defesa, a acusação, a autoridade policial e o juízo são proibidos de
utilizar, direta ou indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer
argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou processual penais, bem como
durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e do
julgamento.
Vale ressaltar que, quando se fala em legítima defesa da honra, para os fins desse julgado,
está se referindo “ao perdão do autor de feminicídio ou agressão praticado contra a esposa
ou companheira adúltera”.
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PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 30 SEMANAS
CICLO I – SEMANA 04
STF. Plenário. ADPF 779 MC-Ref/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021. (Info 1009)
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No Júri: A pronúncia do réu para o julgamento pelo Tribunal do Júri não exige a existência de
prova cabal da autoria do delito, sendo suficiente, nessa fase processual, a mera existência
de indícios da autoria, devendo estar comprovada, apenas, a materialidade do crime, uma
vez que vigora o princípio in dubio pro societate.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1193119/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 05/06/2018.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1730559/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
02/04/2019.
A etapa atinente à pronúncia é regida pelo princípio in dubio pro societate e, por via de
consequência, estando presentes indícios de materialidade e autoria do delito - no caso,
homicídio tentado - o feito deve ser submetido ao Tribunal do Júri, sob pena de usurpação de
competência.
STJ. 6ª Turma. HC 471.414/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2018.
Na sentença de pronúncia deve prevalecer o princípio in dubio pro societate, não existindo
nesse ato qualquer ofensa ao princípio da presunção de inocência, porquanto tem por
objetivo a garantia da competência constitucional do Tribunal do Júri.
STF. 2ª Turma. ARE 986566 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/08/2017.
Nos crimes dolosos contra a vida, o princípio in dubio pro societate é amparado pela
Constituição Federal, de modo que não há qualquer inconstitucionalidade no seu postulado.
STF. 2ª Turma. ARE 1082664 ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/10/2018.
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STF. 2ª Turma. ARE 1067392/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/3/2019. (Info 935)
Leia este julgado juntamente com o acima: STJ. 5ª Turma. HC 560.552/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/02/2021. STJ. 6ª
Turma. HC 589.270, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/02/2021.
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Nota: Nos termos do art. 482, parágrafo único, do CPP, os quesitos deverão ser redigidos "em
proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser
respondido com suficiente clareza e necessária precisão".
A questão, assim, merece ser examinada sob o enfoque metalinguístico e da análise do
discurso. Entende-se por "simples", o que só se constitui de um componente [...]; que "não é
complicado, que é fácil de compreender" e, também, o que "não apresenta outros sentidos
ou conotações" (Fonte: aulete.com.br/simples). Por óbvio, "complexo" é aquilo que não é
simples, ou seja, o que contém ou é formado por diversos elementos; que apresenta vários
aspectos ou é multifacetado; de difícil compreensão (Larousse - Dicionário de Língua
Portuguesa. São Paulo: Ática, 2001).
STJ. AREsp 1.883.043-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado
em 15/03/2022. (Info 730).
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OBS. No Info 969, foi divulgada decisão em sentido contrário ao explicado acima: A anulação
de decisão do tribunal do júri, por ser manifestamente contrária à prova dos autos, não viola
a regra constitucional que assegura a soberania dos veredictos do júri (art. 5º, XXXVIII, c, da
CF/88). Vale ressaltar, ainda, que não há contrariedade à cláusula de que ninguém pode ser
julgado mais de uma vez pelo mesmo crime. Ainda que se forme um segundo Conselho de
Sentença, o julgamento é um só, e termina com o trânsito em julgado da decisão. Informativo
comentado Informativo 993-STF (08/10/2020) – Márcio André Lopes Cavalcante | 28 STF. 1ª
Turma. RHC 170559/MT, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 10/3/2020 (Info 969). A mudança de entendimento se deve à alteração na
composição do colegiado, em razão da saída do Min. Luiz Fux para a Presidência da Corte e
do ingresso do Min. Dias Toffoli na 1ª Turma. O Min. Luiz Fux votava pela possibilidade da
apelação, enquanto o Min. Dias Toffoli entende que deve prevalecer a soberania dos
veredictos.
STF. 1ª Turma. HC 178777/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/9/2020. (Info 993)
Em sentido contrário: STJ. 3ª Seção. HC 313.251/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/02/2018 e STJ. 5ª Turma. HC
560.668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/08/2020.
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