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ESTOQUE FLEURIZA 70043503209 ESTOQUE FLEURIZA 70043503209 ESTOQUE FLEURIZA 70043503209 ESTOQUE

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CICLO I - SEMANA 04
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS DO STF E DO STJ
PREPARAÇÃO EXTENSIVA PLUS 30 SEMANAS
CICLO I – SEMANA 04

COMO UTILIZAR O MATERIAL

Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da
leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida
sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o
informativo na íntegra, já que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma
a facilitar os estudos e revisão.

Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data
anterior ao ano de 2018.

Sumário
Sumário ......................................................................................................................................... 2
SEMANA 04 ................................................................................................................................... 3
4.4 Outros Temas ......................................................................................................................... 3
5. PROCEDIMENTO ........................................................................................................................ 7
5.1 Audiência de Custódia............................................................................................................. 7
5.2 Temas Diversos ...................................................................................................................... 8
5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90 .................................................................................. 11
6. PROVAS ................................................................................................................................... 12
7. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA ................................................................................................. 34
8.TRIBUNAL DO JURI ................................................................................................................... 38
8.1 Noções Gerais ...................................................................................................................... 38
8.2 Outros de Júri ....................................................................................................................... 43

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CICLO I – SEMANA 04

SEMANA 04
4.4 Outros Temas

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A escolha pelo Magistrado de medidas cautelares pessoais, em sentido diverso das
requeridas pelo Ministério Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser
considerada como atuação ex officio.

Nota: In casu, na audiência de custódia, o Ministério Público manifestou-se pela concessão


de liberdade provisória mediante o pagamento de fiança. O Juízo singular acolheu o pleito e
fixou, também, a medida de recolhimento domiciliar em período noturno e nos dias de folga.
A determinação do magistrado, em sentido diverso do requerido pelo Ministério Público, pela
autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex officio, uma
vez que lhe é permitido operar conforme os ditames legais, desde que previamente
provocado, no exercício de sua jurisdição.
Não há que se falar em ofensa ao princípio acusatório ou ao da correlação, porquanto, depois
de devidamente provocado é o juízo que tem a responsabilidade de analisar a suficiência das
medidas cautelares à luz do caso concreto, sempre com vistas à garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação
da lei penal, como prescreve o art. 312, caput, do CPP.

STJ. AgRg no HC 626.529-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe
03/05/2022. (Info 735)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade
do art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de
execução provisória da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal do júri com
reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
Nota: Discute-se a legalidade da execução provisória da pena na forma do art. 492, I, e, parte
final, do Código de Processo Penal, diante de condenação pelo Tribunal do Júri, que resultou
em reprimenda superior a 15 anos de reclusão.
No entanto, o entendimento desta Corte, firmado em consonância com a jurisprudência do
STF fixada no julgamento das ADCs n. 43, 44 e 54, é no sentido de ilegalidade da execução
provisória da pena quando ausentes elementos de cautelaridade, previstos no art. 312 do
CPP.
A constitucionalidade do art. 492 do CPP, aliás, é objeto de repercussão geral no STF, Tema n.
1.068 (RE 1.235.340/SC), já tendo o Ministro Gilmar Mendes votado no sentido da
inconstitucionalidade do dispositivo legal. De fato, no sistema constitucional brasileiro, em

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harmonia como a jurisprudência dos tribunais superiores, não há espaço para execução
provisória da pena.
Assim, estando pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a
constitucionalidade do art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de
impossibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal
do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha,
Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022. (Info 730)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A decretação de prisão temporária somente é cabível quando: (i) for imprescindível para as
investigações do inquérito policial; (ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; (iv) for adequada à gravidade concreta do crime,
às circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado; e (v) não for suficiente a imposição de
medidas cautelares diversas.
STF. Plenário. ADI 3360/DF e ADI 4109/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson Fachin, julgados em
11/2/2022 (Info 1043).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Em razão da pandemia de covid-19, concede-se a ordem para a soltura de todos os presos a quem foi
deferida liberdade provisória condicionada ao pagamento de fiança e que ainda se encontram
submetidos à privação cautelar em razão do não pagamento do valor. Não se mostra proporcional, neste
período de pandemia, a manutenção dos réus na prisão, tão somente em razão do não pagamento da
fiança, visto que os casos - notoriamente de menor gravidade – não revelam a excepcionalidade
imprescindível para o decreto preventivo.
STJ. 3ª Seção. HC 568693-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 14/10/2020 (Info 681).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não se conhece de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro do STJ que nega
liminar mantendo decisão do TJ que determinou a execução provisória da pena em caso de condenação
pelo Tribunal do Júri.
Nota: aplica-se o raciocínio da Súmula 691- STF. O caso concreto envolve uma condenação pelo Tribunal
do Júri. Alguns Ministros do STF que entendem que seria possível a execução provisória da pena nas
condenações do Tribunal do Júri. Isso porque, em razão da soberania dos vereditos, o Tribunal não pode
reexaminar os fatos decididos pelos jurados.
MAS VEJA: Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade do
art. 492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de execução provisória
da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos
de reclusão. STJ AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT),
Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe
24/03/2022.
STF. 1ª Turma. HC 175808/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019.
(Info 964)
Mesmo sentido: STF. Plenário. HC 170263, Rel. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020 (Info 985)

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Se o Tribunal de 2ª instância determinou a execução provisória da pena, mas o juiz já havia
negado o direito do condenado de recorrer em liberdade, não cabe a soltura do réu com
base no novo entendimento do STF de que é proibida a execução provisória da pena.
Nota: a manutenção da prisão não foi apenas por conta da execução provisória da pena.
STF. 1ª Turma. HC 176723/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019.
(Info 964)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


1ª Turma do STF aplica entendimento do Plenário no sentido da impossibilidade de
execução provisória da pena.
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” com
a seguinte redação: “Art. 492. ..................................................................................................
I - ..............................................................................................................
..................................................................................................................
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou
superior a 15 (quinze) anos de reclusão, DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS PENAS,
com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de
recursos que vierem a ser interpostos;
.................................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DAS PENAS de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa
plausivelmente levar à revisão da condenação.”
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema.
STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
Mesmo sentido: STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019 (Info 958).
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960).
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249,
julgado em 12/07/2018.

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção.
Aprovada em 10/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações pelo
Tribunal do Júri.
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” com
a seguinte redação: “Art. 492. ..................................................................................................
I - ..............................................................................................................
..................................................................................................................

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e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se


presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual
ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS
PENAS, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento
de recursos que vierem a ser interpostos;
.................................................................................................................
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO
PROVISÓRIA DAS PENAS de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa
plausivelmente levar à revisão da condenação.”
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema.
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960).
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249,
julgado em 12/07/2018.
E MAIS RECENTE: Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade do art. 492, I, do
CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso de
condenação pelo tribunal do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão.
AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha,
Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022.

Obs: existe decisão da 1ª Turma em sentido contrário, ou seja, afirmando que “a prisão de réu condenado por decisão do Tribunal
do Júri, ainda que sujeita a recurso, não viola o princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª
Turma. HC 118770, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017).
Há ainda, STF. 1ª Turma. HC 140449/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/11/2018
(Info 922), também no sentido: É possível a execução da condenação pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri, independentemente
do julgamento da apelação ou de qualquer outro recurso, em face do princípio da soberania dos veredictos. Assim, nas
condenações pelo Tribunal do Júri não é necessário aguardar julgamento de recurso em segundo grau de jurisdição para a execução
da pena.

Vale ressaltar, contudo, que as decisões foram tomada antes do resultado das ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, julgadas em
7/11/2019. Além disso, verifique a nota abaixo.

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada
em 10/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o
cumprimento da pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de
inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução
provisória da pena”.
Nota: Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em
julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021.
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019. (Info 958)

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A SV 56 destina-se com exclusividade aos casos de cumprimento de pena, ou seja, aplica-se


tão somente ao preso definitivo ou àquele em execução provisória da condenação. Não se
pode estender a citada súmula vinculante ao preso provisório (prisão preventiva).

Nota: Súmula vinculante 56-STF- A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta
hipótese, os parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320.
STJ. 5ª Turma. RHC 99.006/PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019. (Info 642)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário
federal.
STJ. Terceira Seção, julgado em 27/11/2018, DJe 5/12/2018. (Info 660)
Súmula 639, STJ

5. PROCEDIMENTO

5.1 Audiência de Custódia

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A superveniência da realização da audiência de instrução e julgamento não torna superada
a alegação de ausência de audiência de custódia.

STF. 2ª Turma. HC 202579 AgR/ES e HC 202700 AgR/SP, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes,
julgados em 26/10/2021 (Info 1036).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A ausência de realização de audiência de custódia não implica a nulidade do decreto de
prisão preventiva.

Veja também: A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão
preventiva, uma vez atendidos os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal e
observados direitos e garantias versados na Constituição Federal STF. 1ª Turma. HC 198.784,
Rel. Min. Marco Aurélio , Dje em 16/06/2021.
TF. 2ª Turma. HC 201506 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/08/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A audiência de custódia (ou de apresentação) constitui direito público subjetivo, de caráter
fundamental, assegurado por convenções internacionais de direitos humanos a que o
Estado brasileiro aderiu, já incorporadas ao direito positivo interno (Convenção Americana
de Direitos Humanos e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos). Traduz

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prerrogativa não suprimível assegurada a qualquer pessoa. Sua imprescindibilidade tem o


beneplácito do magistério jurisprudencial (ADPF 347 MC) e do ordenamento positivo
doméstico (Lei nº 13.964/2019 e Resolução 213/2015 do CNJ).

Nota: A ausência da realização da audiência de custódia qualifica-se como causa geradora da


ilegalidade da própria prisão em flagrante, com o consequente relaxamento da privação
cautelar da liberdade. Se o magistrado deixar de realizar a audiência de custódia e não
apresentar uma motivação idônea para essa conduta, ele estará sujeito à tríplice
responsabilidade, nos termos do art. 310, § 3º do CPP.
Obs1: STJ possui julgados em sentido contrário: A não realização de audiência de custódia
não induz a ilegalidade do decreto preventivo, cujos fundamentos e requisitos de validade
não incluem a prévia realização daquele ato, vinculados, por força de lei, ao que dispõem os
arts. 312 e 313 do CPP. STJ. 6ª Turma. HC 598.525/BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 20/10/2020. Obs2: a audiência de custódia deve ser realizada em todas as modalidades
de prisão, inclusive as temporárias, preventivas e definitivas (STF RCL 29303).
STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020. (Info 994)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o
indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917)

5.2 Temas Diversos

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No âmbito da audiência de inquirição de testemunhas, a ausência de contato prévio entre
o réu e seu defensor dativo configura cerceamento de defesa.

STJ. REsp 1.794.907-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022. (Info 749).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A gravação ambiental em que advogados participam do ato, na presença do inquirido e dos
representantes do Ministério Público, inclusive se manifestando oralmente durante a sua
realização, ainda que clandestina ou inadvertida, realizada por um dos interlocutores, não
configura crime, escuta ambiental, muito menos interceptação telefônica.
Nota: Embora não se afigure ética e moralmente louvável a realização de gravação
clandestina, contrária às diretrizes preconizadas pela autoridade incumbida para o ato, a
realidade é que, naquela conjuntura, não se revelou ilegal, muito menos criminosa.

STJ. 5ª Turma. HC 662.690-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 17/05/2022.

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É inexigível o pagamento de custas processuais em embargos de divergência oriundos de
ação penal pública.

Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos
de ação penal privada.
Cuidado: Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está
superada: 1) Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na
legislação processual penal, contudo podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral
de impugnação interna, de forma que a eles não se aplica a isenção estipulada no art. 7º da
Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento antecipado das custas.
STJ. Corte Especial. EAREsp 1.809.270-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/10/2021
(Info 713).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 366 do CPP estabelece que se o acusado for citado por edital e não comparecer ao
processo nem constituir advogado o processo e o curso da prescrição ficarão suspensos.
Enquanto o réu não for localizado, o curso processual não pode ser retomado.

STJ. 6ª Turma. RHC 135970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O prazo de 30 dias do art. 529 do CPP não afasta a decadência pelo não exercício do
direito de queixa em 6 meses (art. 38), contados da ciência da autoria do crime.
Nota: Nos crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígios, depois que o
ofendido tem ciência da autoria do delito, ele possui o prazo decadencial de 6 meses para
a propositura da ação penal, nos termos do art. 38 do CPP. Se, antes desses 6 meses, o
laudo pericial for concluído, o ofendido terá 30 dias para oferecer a queixa crime. Assim,
em se tratando de crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígio, a ciência da
autoria do fato delituoso dá ensejo ao início do prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do
CPP), sendo tal prazo reduzido para 30 dias (art. 38) se homologado laudo pericial nesse
ínterim.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.762.142/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/04/2021 (Info 692).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará suspenso pelo tempo de prescrição
da pena máxima em abstrato cominada ao crime.

Nota: No mesmo sentido: Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é


regulado pelo máximo da pena cominada.
Veja, ainda: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz

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determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info
1001)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de
autorização, bastando sua comunicação prévia à autoridade judicial.

Nota: A ação controlada é também denominada de “flagrante prorrogado, retardado ou


diferido”.
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não haverá infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas negociações de
extorsão.

Nota: Quando agente lotado em agência de inteligência, sob identidade falsa, apenas
representa o ofendido nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na
organização criminosa não há infiltração policial.
A infiltração de agentes é uma técnica especial de investigação por meio da qual um policial,
escondendo sua real identidade, finge ser também um criminoso a fim de ingressar na
organização criminosa e, com isso, poder coletar elementos informativos a respeito dos
delitos que são praticados pelo grupo, identificando os seus integrantes, sua forma de
atuação, os locais onde moram e atuam, o produto dos delitos e qualquer outra prova que
sirva para o desmantelamento da organização e para ser utilizado no processo penal.
Essa técnica de investigação está prevista, atualmente, em quatro diplomas normativos: • art.
53, I, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas); • art. 10 da Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime
Organizado); • arts. 190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei nº 13.441/2017; • art. 1º, § 6º
da Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), inserido pela Lei nº 13.964/2019.
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas
corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já
que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco
Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido de que não se deve aplicar
a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato) considerando que, por se
tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria
a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro
fundamento, alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que

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não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à
parte (pas de nullité sans grief).
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante
sob o argumento de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta
decisão não vincula o titular da ação penal, que poderá oferecer acusação contra o
indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber essa denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 157.306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi
recepcionada pela Constituição Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do
investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos.
STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018. (Info 906)

5.3 Procedimento Previsto Na Lei 8.038/90

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas
corpus alegando que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já
que o interrogatório do acusado não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco
Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua posição no sentido de que não se deve aplicar
a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último ato) considerando que, por se
tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma aplicável seria
a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro
fundamento, alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que
não haverá declaração de nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à
parte (pas de nullité sans grief).
Nota: independente do julgado acima, acredita-se que o STF continue com o entendimento
de que o interrogatório deve ser o último ato da instrução, mesmo nos processos regidos pela
Lei nº 8.038/90.
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No rito especial da Lei nº 8.038/90, a rejeição da denúncia é balizada pelo art. 395 do CPP e
a improcedência da acusação é pautada pelo disposto no art. 397 do CPP (que trata sobre
a absolvição sumária).
STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019. (Info 657)

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Nos processos criminais que tramitam perante o STF e o STJ, cujo procedimento é regido
pela Lei nº 8.038/90, o interrogatório também é o último ato de instrução. Apesar de não
ter havido uma alteração específica do art. 7º da Lei 8.038/90, com base no CPP, entende-
se que o interrogatório é um ato de defesa, mais bem exercido depois de toda a instrução,
porque há possibilidade do contraditório mais amplo. Assim, primeiro devem ser ouvidas
todas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa para, só então, ser realizado o
interrogatório.
STF. 1ª Turma. AP 1027/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 2/10/2018. (Info 918)

6. PROVAS

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

O testemunho prestado em juízo pelo policial deve ser valorado, assim como acontece com
a prova testemunhal em geral, conforme critérios de coerência interna, coerência externa
e sintonia com as demais provas dos autos.
Nota: O depoimento policial tem a natureza jurídica de prova testemunhal e deve ser
valorado enquanto tal. Dessa forma, o testemunho policial não pode ser, aprioristicamente,
sobrevalorizado, sob o único argumento de que o policial goza de fé pública, tampouco pode
ser subvalorizado, sob a justificativa de que sua palavra não seria confiável para,
isoladamente, fundamentar uma condenação.
STJ. AREsp 1.936.393-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 08/11/2022.
(Info 756).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A habitação em prédio abandonado de escola municipal pode caracterizar o conceito de


domicílio em que incide a proteção disposta no art. 5º, inciso XI da Constituição Federal.
AgRg no HC 712.529-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, publicado em
04/11/2022. (Info 755).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


São lícitas as provas obtidas com a apreensão de bens não discriminados expressamente
em mandado ou na decisão judicial correspondente, mas vinculados ao objeto da
investigação.
Nota: Relevante destacar que "não há no ordenamento jurídico pátrio qualquer exigência de
que a manifestação judicial que defere a cautelar de busca e apreensão esmiúce quais
documentos ou objetos devam ser coletados, até mesmo porque tal pormenorização só é
possível de ser implementada após a verificação do que foi encontrado no local em que
cumprida a medida". (AgRg nos EDcl no RHC 145.665/RO, relator Ministro Jesuíno Rissato
(Desembargador Convocado do TJDFT), Quinta Turma, julgado em 28/9/2021, DJe de
05/10/2021).

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Com efeito, prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que "a
pormenorização dos bens somente é possível após o cumprimento da diligência, não sendo
admissível exigir um verdadeiro exercício de futurologia por parte do Magistrado, máxime na
fase pré-processual (RHC n. 59.661/PR, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado
em 3/11/2015, DJe 11/11/2015)". (AgRg no RHC n. 150.787/PE, relator Ministro Olindo
Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, julgado em 17/5/2022,
DJe de 20/05/2022).
Ademais, "o art. 243 do Código de Processo Penal disciplina os requisitos do mandado de
busca e apreensão, dentre os quais não se encontra o detalhamento do que pode ou não ser
arrecadado; e o art. 240 apresenta um rol exemplificativo dos casos em que a medida pode
ser determinada, no qual se encontra a hipótese de arrecadação de objetos necessários à
prova da infração ou à defesa do réu, não havendo qualquer ressalva de que não possam dizer
respeito à intimidade ou à vida privada do indivíduo". (RHC n. 141.737/PR, relator Ministro
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 27/04/2021, DJe de 15/06/2021).

STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
16/08/2022, DJe 22/08/2022. (Info 750).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O ato de dispensar uma sacola na rua ao notar a aproximação da guarnição, somado ao
nervosismo demonstrado e à denúncia anônima pretérita de que o acusado estava
praticando o crime de tráfico de drogas no local, indica a existência de fundada suspeita de
que o recipiente contivesse substâncias entorpecentes e de que o réu estivesse na posse de
mais objetos relacionados ao crime.

STJ. HC 742.815-GO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022, DJe 31/08/2022.
(Info 749).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A decisão que determina exclusão de elementos probatórios obtidos mediante o acesso


ao e-mail funcional de servidor investigado não contamina a legalidade da utilização de
provas produzidas de forma independente por comissão disciplinar de PAD, em
observância à teoria da fonte independente e da descoberta inevitável da prova.
AgRg na Rcl 42.292-DF, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Terceira Seção, por
unanimidade, julgado em 24/08/2022, DJe 26/08/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

As guardas municipais não possuem competência para patrulhar supostos pontos de


tráfico de drogas, realizar abordagens e revistas em indivíduos suspeitos da prática de tal
crime ou ainda investigar denúncias anônimas relacionadas ao tráfico e outros delitos

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cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata os bens, serviços e instalações
municipais.

Nota: Ainda que eventualmente se considerasse provável que a sacola ocultada pelo réu
contivesse objetos ilícitos, não estavam os guardas municipais autorizados, naquela
situação, a avaliar a presença da fundada suspeita e efetuar a busca pessoal no acusado.
Caberia aos agentes municipais, apenas, naquele contexto totalmente alheio às suas
atribuições, acionar os órgãos policiais para que realizassem a abordagem e revista do
suspeito, o que, por não haver sido feito, macula a validade da diligência por violação do
art. 244 do CPP e, por conseguinte, das provas colhidas em decorrência dela, nos termos
do art. 157 do CPP, também contrariado na hipótese.
STJ. REsp 1.977.119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022 (Info 746).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

O acesso ao chip telefônico descartado pelo acusado em via pública não se qualifica
como quebra de sigilo telefônico.
STJ. HC 720.605-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 09/08/2022 (Info 744).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

É cabível o acesso aos dados telemáticos de aparelho celular de advogado, quando a


medida é autorizada em razão da existência de sérios indícios da prática de crime por
meio da utilização do aparelho.
STJ. RHC 157.143-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 20/06/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A visualização de itens semelhantes a drogas dentro de residência não é justificativa


suficiente para o ingresso forçado em domicílio por agentes policiais.
STJ. AgRg no HC 735.572-RS, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe
24/06/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

No caso em que o reconhecimento fotográfico na fase inquisitorial não tenha observado


o procedimento legal, mas a vítima relata o delito de forma que não denota riscos de um
reconhecimento falho, dá-se ensejo a distinguishing quanto ao acórdão do HC
598.886/SC, que invalida qualquer reconhecimento formal - pessoal ou fotográfico - que
não siga estritamente o que determina o art. 226 do CPP.

Nota: Atenção: O Julgado no informativo 739 não supera o entendimento do Informativo


Info 684 (O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de pessoas

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(reconhecimento pessoal) e o descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do


reconhecimento).

No julgamento do HC 598.886/SC, da relatoria do Min. Rogério Schietti Cruz Info 684,


decidiu a Sexta Turma, revendo anterior interpretação, no sentido de que se
"determine, doravante, a invalidade de qualquer reconhecimento formal - pessoal ou
fotográfico - que não siga estritamente o que determina o art. 226 do CPP, sob pena de
continuar-se a gerar uma instabilidade e insegurança de sentenças judiciais que, sob o
pretexto de que outras provas produzidas em apoio a tal ato - todas, porém, derivadas
de um reconhecimento desconforme ao modelo normativo - autorizariam a
condenação, potencializando, assim, o concreto risco de graves erros judiciários".

Além disso, importante observar que o entendimento do STF. 2ª Turma. RHC 206846/SP
também é pela nulidade: A desconformidade ao regime procedimental determinado no
art. 226 do CPP deve acarretar a nulidade do ato e sua desconsideração para fins
decisórios, justificando-se eventual condenação somente se houver elementos
independentes para superar a presunção de inocência.

STJ. 6a Turma. REsp 1.969.032-RS, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 17/05/2022, DJe 20/05/2022. (Info 739)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A investigação policial originada de informações obtidas por inteligência policial e


mediante diligências prévias que redunda em acesso à residência do acusado configura
exercício regular da atividade investigativa promovida pelas autoridades policiais.

Nota: O ingresso forçado em domicílio sem mandado judicial para busca e apreensão é
legítimo se amparado em fundadas razões, devidamente justificadas pelas
circunstâncias do caso concreto, especialmente nos crimes de natureza permanente,
como são o tráfico de entorpecentes e a posse ilegal de arma de fogo.Afere-se a justa
causa para o ingresso forçado em domicílio mediante a análise objetiva e satisfatória do
contexto fático anterior à invasão, considerando-se a existência ou não de indícios
mínimos de situação de flagrante no interior da residência.Com efeito, a investigação
policial originada de informações obtidas por inteligência policial e mediante diligências
prévias que redunda em acesso à residência do acusado não se traduz em
constrangimento ilegal, mas sim em exercício regular da atividade investigativa
promovida pelas autoridades policiais.

STJ. 5a Turma. AgRg no HC 734.423-GO, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
24/05/2022, DJe 26/05/2022. (Info 738)

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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A mera alegação genérica de "atitude suspeita" é insuficiente para a licitude da busca


pessoal.

Nota: Exige-se, em termos de standard probatório para busca pessoal ou veicular sem
mandado judicial, a existência de fundada suspeita (justa causa) - baseada em um juízo
de probabilidade, descrita com a maior precisão possível, aferida de modo objetivo e
devidamente justificada pelos indícios e circunstâncias do caso concreto - de que o
indivíduo esteja na posse de drogas, armas ou de outros objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, evidenciando-se a urgência de se executar a diligência.
Entretanto, a norma constante do art. 244 do CPP não se limita a exigir que a suspeita
seja fundada. É preciso, também, que esteja relacionada à "posse de arma proibida ou
de objetos ou papéis que constituam corpo de delito". Vale dizer, há uma necessária
referibilidade da medida, vinculada à sua finalidade legal probatória, a fim de que não
se converta em salvo-conduto para abordagens e revistas exploratórias (fishing
expeditions), baseadas em suspeição genérica existente sobre indivíduos, atitudes ou
situações, sem relação específica com a posse de arma proibida ou objeto (droga, por
exemplo) que constitua corpo de delito de uma infração penal. O art. 244 do CPP não
autoriza buscas pessoais praticadas como "rotina" ou "praxe" do policiamento
ostensivo, com finalidade preventiva e motivação exploratória, mas apenas buscas
pessoais com finalidade probatória e motivação correlata.

STJ. RHC 158.580-BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 19/04/2022, DJe 25/04/2022.
(Info 735)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Excepcionalmente, presentes nos autos elementos aptos a comprovar a escalada de


forma inconteste, a prova pericial torna-se prescindível.

Nota: Não se olvida que esta Corte firmou a orientação de ser imprescindível, nos
termos dos arts. 158 e 167 do CPP, a realização de exame pericial para o reconhecimento
das qualificadoras de escalada e arrombamento no caso do delito de furto (art. 155, §
4º, II, do CP), quando os vestígios não tiverem desaparecido e puderem ser constatados
pelos peritos.

Contudo, importa ressaltar a orientação de que, "'excepcionalmente, quando presentes


nos autos elementos aptos a comprovar a escalada de forma inconteste, pode-se
reconhecer o suprimento da prova pericial [...]'(AgRg no HC 556.549/SC, Ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe 1/3/2021)" (AgRg no HC 691.823/SC, Ministro
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 30/9/2021).

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STJ. AgRg no REsp 1.895.487-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022,
DJe 02/05/2022. (Info 735)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Se a vítima é capaz de individualizar o autor do fato, é desnecessário instaurar o


procedimento do art. 226 do CPP.

Nota: reconhecimento de pessoa continua tendo espaço quando há necessidade, ou


seja, dúvida quanto à individualização do suposto autor do fato. Trata-se do método
legalmente previsto para, juridicamente, sanar dúvida quanto à autoria. Se a vítima é
capaz de individualizar o agente, não é necessário instaurar a metodologia legal.

O que a nova orientação buscou afastar a prática recorrente dos agentes de segurança
pública de apresentar fotografias às vítimas antes da realização do procedimento de
reconhecimento de pessoas, induzindo determinada conclusão.

STJ. HC 721.963-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 19/04/2022. (Info 733)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

É aplicável a teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do


inquérito policial quando autorizadas por juízo aparentemente competente.

Nota: A jurisprudência do STJ tem entendido, de maneira ampla, que os desvios de


verbas do Sistema Único de Saúde - SUS - atrai a competência da Justiça Federal, tendo
em vista o dever de fiscalização e supervisão do governo federal.

Não obstante reconhecer a incompetência do Juízo estadual, os atos processuais devem


ser avaliados pelo Juízo competente, para que decida se valida ou não os atos até então
praticados. Cumpre registrar que, nesta Corte Superior de Justiça, é pacífica a
aplicabilidade da teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do
inquérito policial quando autorizadas por juízo aparentemente competente.

STJ. AgRg no RHC 156.413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe
08/04/2022. (Info 733)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A percepção de nervosismo do averiguado por parte de agentes públicos é dotada de


excesso de subjetivismo e, por isso, não é suficiente para caracterizar a fundada suspeita
para fins de busca pessoal.

Nota: execução da busca pessoal sem mandado, como medida autônoma, depende da
presença de fundada suspeita da posse de objetos que constituam corpo de delito. Para

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tanto, ressalto que, conforme a doutrina, "não é suficiente, está claro, a mera
conjectura ou desconfiança sobre tal posse, mas a suspeita amparada por
circunstâncias objetivas que permitam uma grave probabilidade de que sejam
encontradas as coisas mencionadas pela lei".

Ocorre que, no caso dos autos, a busca pessoal realizada pelos policiais foi justificada
apenas com base no fato de que o acusado, que estava em local conhecido como ponto
de venda drogas, ao avistar a viatura policial, demonstrou nervosismo.

No entanto, a percepção de nervosismo por parte do agente policial - ainda que


posteriormente confirmada pela apreensão de objetos ilícitos - é dotada de excesso de
subjetivismo e, por isso, não é suficiente para caracterizar a fundada suspeita, que exige
mais do que mera desconfiança por parte dos agentes públicos.

STJ. REsp 1.961.459-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe de 08/04/2022.
(Info 732 STJ).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa
conceder um salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado
indistintamente, em verdadeira pescaria probatória (fishing expedition), sob pena de
nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade.

Nota: se mesmo de posse de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Poder


Judiciário, o executor da ordem deve se ater aos limites do escopo - vinculado à justa
causa - para o qual se admitiu a excepcional restrição do direito fundamental à
intimidade, com muito mais razão isso deve ser respeitado quando o ingresso em
domicílio ocorrer sem prévio respaldo da autoridade judicial competente (terceiro
imparcial e desinteressado), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de
finalidade.

Vale dizer, admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não
significa conceder um salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado
indistintamente, em verdadeira pescaria probatória (fishing expedition).

Desse modo, é ilícita a prova colhida em caso de desvio de finalidade após o ingresso
em domicílio, seja no cumprimento de mandado de prisão ou de busca e apreensão
expedido pelo Poder Judiciário, seja na hipótese de ingresso sem prévia autorização
judicial, como ocorre em situação de flagrante delito. O agente responsável pela
diligência deve sempre se ater aos limites do escopo - vinculado à justa causa - para o

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qual excepcionalmente se restringiu o direito fundamental à intimidade, ressalvada a


possibilidade de encontro fortuito de provas.

STJ. HC 663.055-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022. (Info 731 STJ).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do
compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria instituição
bancária ao Ministério Público.
STJ. RHC 147.307-PE, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 29/03/2022. (Info 731 STJ).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A violação de domicílio com base no comportamento suspeito do acusado, que


empreendeu fuga ao ver a viatura policial, não autoriza a dispensa de investigações
prévias ou do mandado judicial para a entrada dos agentes públicos na residência.

Nota: Tendo como referência o recente entendimento firmado por esta Corte, nos autos
do HC 598.051/SP, o ingresso policial forçado em domicílio, resultando na apreensão de
material apto a configurar o crime de tráfico de drogas, deve apresentar justificativa
circunstanciada em elementos prévios que indiquem efetivo estado de flagrância de delitos
graves, além de estar configurada situação que demonstre não ser possível mitigação da
atuação policial por tempo suficiente para se realizar o trâmite de expedição de mandado
judicial idôneo ou a prática de outras diligências.

No caso em tela, a violação de domicílio teve como justificativa o comportamento suspeito


do acusado - que empreendeu fuga ao ver a viatura policial -, circunstância fática que não
autoriza a dispensa de investigações prévias ou do mandado judicial para a entrada dos
agentes públicos na residência, acarretando a nulidade da diligência policial.

Ademais, a alegação de que a entrada dos policiais teria sido autorizada pelo agente não
merece acolhimento. Isso, porque não há outro elemento probatório no mesmo sentido,
salvo o depoimento dos policiais que realizaram o flagrante, tendo tal autorização sido
negada em juízo pelo réu.

Por fim, "Segundo a nova orientação jurisprudencial, o ônus de comprovar a higidez dessa
autorização, com prova da voluntariedade do consentimento, recai sobre o estado
acusador" (HC 685.593/SP, relator Ministro Sebastião Reis Junior, Sexta Turma, DJe
19/10/2021).
HC 695.980-GO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022, DJe 25/03/2022.
(Info 730 STJ).

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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Não é possível a quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros de


geolocalização) nos casos em que haja a possibilidade de violação da intimidade e vida
privada de pessoas não diretamente relacionadas à investigação criminal.

Nota: Vale destacar que tal situação configura apenas quebra de sigilo de dados
informáticos estáticos e se distingue das interceptações das comunicações dinâmicas em
si, as quais dariam acesso ao fluxo de comunicações de dados, isto é, ao conhecimento do
conteúdo da comunicação travada com o seu destinatário.Importante, contudo,
sedimentar que a ordem dirigida a provedor cuja relação é regida pelo Marco Civil da
Internet não prevê, dentre os requisitos que estabelece para a quebra de sigilo, que a
decisão judicial especifique previamente as pessoas objeto da investigação ou que a prova
da infração (ou da autoria) possa ser realizada facilmente por outros meios (arts. 22 e 23
da Lei n. 12.965/2014).

Entretanto, o referido fundamento não subsiste nos casos em que haja a possibilidade de
violação da intimidade e vida privada de pessoas não comprovadamente relacionadas à
investigação criminal.
RMS 68.119-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
15/03/2022, DJe 28/03/2022. (Info 730 STJ).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de pessoas
(reconhecimento pessoal) e o descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do
reconhecimento.

Nota:
1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do
Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se
encontra na condição de suspeito da prática de um crime;
2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento falho, a inobservância do
procedimento descrito na referida norma processual torna inválido o reconhecimento da
pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado
o reconhecimento em juízo;
3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que
observado o devido procedimento probatório, bem como pode ele se convencer da autoria
delitiva a partir do exame de outras provas que não guardem relação de causa e efeito com
o ato viciado de reconhecimento;
4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a
par de dever seguir o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como
etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como
prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo.

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OBS. A posição da 5ª Turma era a de em sentido contrário: as disposições contidas no art.


226 do CPP configuram uma recomendação legal, e não uma exigência absoluta. Assim, é
válido o ato mesmo que realizado de forma diversa da prevista em lei. STJ. 5ª Turma. AgRg
no AREsp 1665453/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/06/2020.
Contudo, se ajustou no HC 694.083/PB, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 23/11/2021, DJe 29/11/2021: O reconhecimento fotográfico
serve como prova apenas inicial e deve ser ratificado por reconhecimento presencial, assim
que possível. E, no caso de uma ou ambas as formas de reconhecimento terem sido
efetuadas, em sede inquisitorial, sem a observância (parcial ou total) dos preceitos do art.
226 do CPP e sem justificativa idônea para o descumprimento do rito processual, ainda que
confirmado em juízo, o reconhecimento falho se revelará incapaz de permitir a condenação,
como regra objetiva e de critério de prova, sem corroboração do restante do conjunto
probatório, produzido na fase judicial.

Obs. A desconformidade ao regime procedimental determinado no art. 226 do CPP deve


acarretar a nulidade do ato e sua desconsideração para fins decisórios, justificando-se
eventual condenação somente se houver elementos independentes para superar a
presunção de inocência. STF. 2ª Turma. RHC 206846/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
22/2/2022 (Info 1045).

Obs. O julgado mais recente apontado no INFO 739 NÃO DESATUALIZA O PRESENTE (Info
684). Perceba que, INFO 739, foi decidido que, no caso em que o reconhecimento fotográfico
na fase inquisitorial não tenha observado o procedimento legal, mas a vítima relata o delito
de forma que não denota riscos de um reconhecimento falho, DANDO ENSEJO A
DISTINGUISHING QUANTO AO ACÓRDÃO DO HC 598.886/SC, que invalida qualquer
reconhecimento formal - pessoal ou fotográfico - que não siga estritamente o que determina
o art. 226 do CPP.
STJ. 6ª Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020. (Info 684)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

A indução do morador a erro na autorização do ingresso em domicílio macula a validade


da manifestação de vontade e, por consequência, contamina toda a busca e apreensão.

Nota: O STJ entendeu que a busca foi ilícita, assim como todas as provas dela derivadas.
Isso porque não houve comprovação de consentimento válido para o ingresso no domicílio
do réu.
STJ. 6ª Turma. HC 674.139-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/02/2022 (Info 725).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

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O requerimento de simples guarda dos registros de acesso a aplicações de internet ou


registros de conexão por prazo superior ao legal, feito por autoridade policial,
administrativa ou Ministério Público, prescinde de prévia autorização judicial.
STJ. 6ª Turma. HC 626.983-PR, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF da 1ª Região), julgado em
08/02/2022 (Info 724).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público.

Nota: Ao julgar o Tema 990, o STF afirmou que é legítimo que a Receita Federal compartilhe
o procedimento fiscalizatório que ela realizou para apuração do débito tributário com os
órgãos de persecução penal para fins criminais (Polícia Federal, Ministério Público etc.),
não sendo necessário, para isso, prévia autorização judicial (STF. Plenário. RE 1.055.941/SP,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019). Por outro lado, neste julgado, o STF não
autorizou que o Ministério Público faça a requisição direta (sem autorização judicial) de
dados fiscais, para fins criminais. Ex: requisição da declaração de imposto de renda.

Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições, identificar indícios
de crime e comunicar suas suspeitas aos órgãos de investigação para que, dentro da
legalidade e de suas atribuições, investiguem a procedência de tais suspeitas. Outra, é o
órgão de investigação, a polícia ou o Ministério Público, sem qualquer tipo de controle,
alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar ao COAF ou à Receita
Federal informações financeiras sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa, física ou
jurídica, sem a prévia autorização judicial.
STJ. 3ª Seção. RHC 83.233-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/02/2022 (Info 724).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Quando a acusação não produzir todas as provas possíveis e essenciais para a elucidação
dos fatos, capazes de, em tese, levar à absolvição do réu ou confirmar a narrativa
acusatória caso produzidas, a condenação será inviável, não podendo o magistrado
condenar com fundamento nas provas remanescentes.
STJ. AREsp 1.940.381-AL, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 14/12/2021, DJe 16/12/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Os indícios de autoria antecedem as medidas invasivas, não se admitindo em um Estado


Democrático de Direito que primeiro sejam violadas as garantias constitucionais para só
então, em um segundo momento, e eventualmente, se justificar a medida anterior, sob
pena de se legitimar verdadeira fishing expedition.
STJ. 5a Turma. AgRg no RMS 62.562-MT, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. Reynaldo
Soares Da Fonseca, Quinta Turma, por maioria, julgado em 07/12/2021, DJe 13/12/2021.

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NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

É lícita a coleta de dados telemáticos de mensagens enviadas por meio de


aparelhos Blackberry.

Nota: O Brasil e o Governo do Canadá firmaram, em 27/11/1995, Tratado de


Assistência Mútua em Matéria Penal, promulgado por meio do Decreto n.
6.747/2009. Nada obstante, se os serviços de telefonia, por meio dos quais foram
interceptadas as comunicações - BlackBerry Messenger (BBM), encontravam-se
ativos no Brasil, por intermédio de operadoras de telefonia estabelecidas no território
nacional, o sigilo está submetido à jurisdição nacional, não sendo necessária a
cooperação jurídica internacional. Com efeito, a conclusão é de que é lícita a coleta
de dados telemáticos de mensagens enviadas por meio de aparelhos Blackberry.

STJ. AgRg no REsp 1.928.705-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e Territórios), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/11/2021, DJe 03/12/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

As irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo


magistrado com todos os elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é
confiável.

Nota: Uma das mais relevantes controvérsias que essa alteração legislativa suscita diz
respeito às consequências jurídicas, para o processo penal, da quebra da cadeia de custódia
da prova (break on the chain of custody) ou do descumprimento formal de uma das
exigências feitas pelo legislador no capítulo intitulado "Do exame de corpo de delito, da
cadeia de custódia e das perícias em geral": essa quebra acarreta a inadmissibilidade da
prova e deve ela (e as dela decorrentes) ser excluída do processo? Seria caso de nulidade
da prova? Em caso afirmativo, deve a defesa comprovar efetivo prejuízo, para que a
nulidade seja reconhecida (à luz da máxima pas de nulitté sans grief)? Ou deve o juiz aferir
se a prova é confiável de acordo com todos os elementos existentes nos autos, a fim de
identificar se eles são capazes de demonstrar a sua autenticidade e a sua integridade?

Se é certo que, por um lado, o legislador trouxe, nos arts. 158-A a 158-F do CPP,
determinações extremamente detalhadas de como se deve preservar a cadeia de custódia
da prova, também é certo que, por outro, quedou-se silente em relação aos critérios
objetivos para definir quando ocorre a quebra da cadeia de custódia e quais as
consequências jurídicas, para o processo penal, dessa quebra ou do descumprimento de
um desses dispositivos legais.

Respeitando aqueles que defendem a tese de que a violação da cadeia de custódia implica,
de plano e por si só, a inadmissibilidade ou a nulidade da prova, de modo a atrair as regras

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de exclusão da prova ilícita, parece ser mais adequada aquela posição que sustenta que as
irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado
com todos os elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável.
Assim, à míngua de outras provas capazes de dar sustentação à acusação, deve a pretensão
ser julgada improcedente, por insuficiência probatória, e o réu ser absolvido.
STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...

Não configura cerceamento de defesa o fato de não se permitir que o réu que está preso
preventivamente tenha acesso a um notebook na unidade prisional a fim de examinar as
provas que estão nos autos.

Nota: Se a defesa técnica teve pleno acesso aos autos da ação penal, anexos e mídias
eletrônicas, a negativa de ingresso de notebook na unidade prisional para que o custodiado
visualize as peças eletrônicas não configura violação do princípio da ampla defesa. A
garantia constitucional à ampla defesa, prevista no art. 5º, LV, da CF/88, envolve a defesa
em sentido técnico (defesa técnica), realizada pelo advogado, e a defesa em sentido
material (autodefesa), por meio de qualquer atividade defensiva desenvolvida pelo próprio
acusado, em especial durante seu interrogatório. Contudo, no caso, a restrição ao ingresso
de notebook na unidade prisional justificava-se pelo risco de ofensa à segregação prisional.
Essa restrição não representou obstáculo à ampla defesa, pois as peças processuais mais
relevantes poderiam ter sido impressas e levadas ao preso. No caso concreto, embora o
custodiado tenha formação jurídica, sua defesa técnica está sendo patrocinada por
advogados habilitados nos autos, os quais tiveram pleno acesso aos autos da ação penal,
anexos e mídias eletrônicas.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 631.960-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 23/11/2021 (Info 720).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede,
em quarto de hotel, desde que presentes fundadas razões da ocorrência de flagrante delito.
Nota: O STJ afirmou que, embora o quarto de hotel regularmente ocupado seja,
juridicamente, qualificado como “casa” para fins de tutela constitucional da inviolabilidade
domiciliar (art. 5º, XI), a exigência, em termos de standard probatório, para que policiais
ingressem em um quarto de hotel sem mandado judicial não pode ser igual às fundadas
razões exigidas para o ingresso em uma residência propriamente dita, a não ser que se trate
(o quarto de hotel) de um local de moradia permanente do suspeito.
STJ. 6ª Turma. HC 659.527-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2021 (Info 715).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


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A busca e apreensão de bens em interior de veículo é legal e inerente ao dever de


fiscalização regular da PRF, em se tratando do flagrante de transporte de vultosa quantia
em dinheiro e não tendo o investigado logrado justificar o motivo de tal conduta.

STJ. 6ª Turma. RHC 142.250-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/09/2021 (Info 711).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Viola o princípio constitucional da ampla defesa o indeferimento de prova nova sem a
demonstração de seu caráter manifestamente protelatório ou meramente tumultuário,
especialmente quando esta teve como causa situação processual superveniente.

Nota: É possível a aplicação ao processo penal, por analogia, do art. 435 do CPC.
STJ. 6ª Turma. HC 545.097-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/09/2021 (Info 711).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É ilegal a quebra do sigilo telefônico mediante a habilitação de chip da autoridade policial
em substituição ao do investigado titular da linha.
Nota: A Lei nº 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço telefônico ou do fluxo da
comunicação telemática mantida pelo usuário, tampouco a substituição do investigado e
titular da linha por agente indicado pela autoridade policial.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.806.792-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/05/2021 (Info 696).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É lícito o compartilhamento de dados bancários feito por órgão de investigação do país
estrangeiro para a polícia brasileira, mesmo que, no Estado de origem, essas informações
não tenham sido obtidas com autorização judicial, já que isso não é exigido naquele país.

STJ. 5ª Turma. AREsp 701.833/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 04/05/2021 (Info 695).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não se admite condenação baseada exclusivamente em declarações informais prestadas
a policiais no momento da prisão em flagrante.

Nota: Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas pelo Delegado,
durante o interrogatório formal, mas também pelos policiais responsáveis pela voz de
prisão em flagrante. Isso porque a todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos
direitos fundamentais. A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a
prova obtida a partir dessa confissão.
Miranda warning ou Miranda rights (aviso de Miranda ou advertência de Miranda). Tal
instituto tem origem no julgamento Miranda V. Arizona, realizado pela Suprema Corte
norte-americana em 1966, em que se decidiu, por 5 (cinco) votos a 4 (quatro), que as
declarações prestadas pela pessoa presa à polícia não teriam qualquer valor a não ser que
ela fosse claramente informada 1) que tem o direito de ficar calada; 2) que tudo o que for
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dito pode ser utilizado contra ela; 3) que tem direito à assistência de defensor constituído
ou nomeado.” (Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2021, p. 102).
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016).

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Não existe exigência legal de que o mandado de busca e apreensão detalhe o tipo de
documento a ser apreendido, ainda que de natureza sigilosa.

STJ. 6ª Turma. RHC 141.737/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 27/04/2021 (Info 694).

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Realizada a busca e apreensão, apesar de o relatório sobre o resultado da diligência ficar
adstrito aos elementos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado à
defesa acesso à integra dos dados obtidos no cumprimento do mandado judicial.

STJ. 6ª Turma. RHC 114.683/RJ, Rel. Rogério Schietti Cruz, julgado em 13/04/2021 (Info 692).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É permitido o acesso ao whatsapp, mesmo sem autorização judicial, em caso de telefone
celular encontrado no interior de estabelecimento prisional

Nota: Mesmo no caso de comunicação por intermédio de correspondência escrita,


permitida legalmente, o STF firmou jurisprudência no sentido de que, diante da
inexistência de liberdades individuais absolutas, é possível que a Administração
Penitenciária, sem prévia autorização judicial, acesse o seu conteúdo quando houver
inequívoca suspeita de sua utilização como meio para a preparação ou a prática de ilícitos.
A necessidade de se resguardar a segurança, a ordem pública e a disciplina prisional,
segundo a Corte Suprema, prevalece sobre a reserva constitucional de jurisdição. Nessa
conjuntura, se é prescindível decisão judicial para a análise do conteúdo de
correspondência a fim de preservar interesses sociais e garantir a disciplina prisional, com
mais razão se revela legítimo, para a mesma finalidade, o acesso dos dados e comunicações
constantes em aparelhos celulares encontrados ilicitamente dentro do estabelecimento
penal, pois a posse, o uso e o fornecimento do citado objeto são expressamente proibidos
pelo ordenamento jurídico.
STJ. 6ª Turma. HC 546.830/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2021.

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A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na
residência do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com
declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se,
sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada
em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo.
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Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na
seara civil, processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara
penal.
STJ. 5ª Turma. HC 616.584/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 30/03/2021. STJ. 6ª Turma. HC 598051/SP, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não podem ser usadas como prova as mensagens obtidas por meio do print screen da
tela da ferramenta WhatsApp Web

Nota: o STJ considerou ilícita essa prova. Isso porque, para o STJ, é inválida a prova obtida
pelo WhatsApp Web, tendo em vista que nessa ferramenta “é possível, com total
liberdade, o envio de novas mensagens e a exclusão de mensagens antigas (registradas
antes do emparelhamento) ou recentes (registradas após), tenham elas sido enviadas pelo
usuário, tenham elas sido recebidas de algum contato. Eventual exclusão de mensagem
enviada (na opção "Apagar somente para Mim") ou de mensagem recebida (em qualquer
caso) não deixa absolutamente nenhum vestígio, seja no aplicativo, seja no computador
emparelhado, e, por conseguinte, não pode jamais ser recuperada para efeitos de prova
em processo penal, tendo em vista que a própria empresa disponibilizadora do serviço, em
razão da tecnologia de encriptação ponta-a-ponta, não armazena em nenhum servidor o
conteúdo das conversas dos usuários” (STJ. 6ª Turma. RHC 99.735/SC, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 27/11/2018). Assim, a pessoa que tirou os prints poderia, em tese, ter
manipulado as conversas, de maneira não há segurança para se utilizar como prova. Diante
disso, o STJ declarou nulas as mensagens obtidas por meio do print screen da tela da
ferramenta WhatsApp Web, determinando-se o desentranhamento delas dos autos,
mantendo-se as demais provas produzidas após as diligências prévias da polícia realizadas
em razão da notícia anônima dos crimes.
STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 133.430/PE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 23/02/2021.

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É válida, com base na teoria da aparência, a autorização expressa para que os policiais
fizessem a busca e apreensão na sede de empresa investigada, autorização essa dada por
pessoa que, embora tenha deixado de ser sócia formal, continuou assinando documentos
como representante da empresa.

Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na
seara civil, processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara
penal.
STJ. 5ª Turma. RMS 57.740-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/03/2021. (Info 690)

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Não cabe ao juiz, na audiência de instrução e julgamento de processo penal, iniciar a


inquirição de testemunha, cabendo-lhe, apenas, complementar a inquirição sobre os
pontos não esclarecidos.

Nota: O juiz deverá intervir e indeferir a pergunta formulada pela parte caso se verifique
uma das seguintes situações: a) Quando a pergunta feita pela parte puder induzir a
resposta da testemunha; b) Quando a pergunta não tiver relação com a causa; c) Quando
a pergunta for a repetição de outra já respondida.
STF. 1ª Turma. HC 187035/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2021. (Info 1012)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência
do suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração
assinada pela pessoa que autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que
possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada em áudio-vídeo
e preservada a prova enquanto durar o processo.
STJ. 6ª Turma. HC 598.051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O direito à produção de provas não é absoluto, haja vista que a própria lei processual penal,
em seu artigo 400, § 1º, faculta ao julgador, desde que de forma fundamentada, indeferir
as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.
STF. 2ª Turma. HC 191858, 628075, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Ausência de mandado não invalida busca e apreensão em apartamento desabitado.
Nota: Quando se trata de imóvel desabitado, não é necessário o mandado judicial.
“art. 5º (...) XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”

STJ. 5ª Turma. HC 588.445-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/08/2020. (Info 678)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A determinação judicial de quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros),
relacionados à identificação de usuários que operaram em determinada área geográfica,
suficientemente fundamentada, não ofende a proteção constitucional à privacidade e à
intimidade.
Nota: O caso julgado se refere à Vereadora do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco, na qual foi
assassinada em 14/03/2018. A ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada
por parâmetros de pesquisa em determinada região e por período de tempo, não se mostra
medida desproporcional, porquanto, tendo como norte a apuração de gravíssimos crimes,

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não impõe risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente atingidos
por tal diligência.
STJ. 3ª Seção. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/08/2020. (Info 678)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida mediante
abertura de carta, telegrama, pacote ou meio análogo.

Nota: Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.
STF. Plenário. RE 1116949, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão
Geral – Tema 1041) (Info 993)

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Não é possível aplicar multa contra o WhatsApp pelo fato de a empresa não conseguir
interceptar as mensagens trocadas pelo aplicativo e que são protegidas por criptografia de
ponta a ponta.

STJ. 3ª Seção. RMS 60.531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/12/2020. (Info 684)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É desnecessária a comprovação de prejuízo para o reconhecimento da nulidade decorrente
da não observância do rito previsto no art. 400 do CPP, o qual determina que o
interrogatório do acusado seja o último ato a ser realizado.
Nota: Embora, em regra, a decretação da nulidade de determinado ato processual requeira a
comprovação de prejuízo concreto para a parte - em razão do princípio do pas de nullité sans
grief -, o prejuízo à defesa é evidente e corolário da própria inobservância da máxima
efetividade das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

Em sentido contrário: No que tange à pretensão de reconhecimento da nulidade da instrução


processual, desde o interrogatório, por suposta violação do art. 400, do CPP, a 5ª Turma do
STJ consolidou o entendimento de que, para se reconhecer nulidade pela inversão da ordem
de interrogatório, é necessário: • que o inconformismo da Defesa tenha sido manifestado
tempestivamente, ou seja, na própria audiência em que realizado o ato, sob pena de
preclusão; e • que seja comprovada a ocorrência de prejuízo que o réu teria sofrido com a
citada inversão. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1573424/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 08/09/2020.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.808.389-AM, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020. (Info 683)

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O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de pessoas


(reconhecimento pessoal) e o descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do
reconhecimento.
Nota:
1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do
Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se
encontra na condição de suspeito da prática de um crime;
2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento falho, a inobservância do
procedimento descrito na referida norma processual torna inválido o reconhecimento da
pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se confirmado
o reconhecimento em juízo;
3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que
observado o devido procedimento probatório, bem como pode ele se convencer da autoria
delitiva a partir do exame de outras provas que não guardem relação de causa e efeito com
o ato viciado de reconhecimento;
4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a
par de dever seguir o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como
etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como
prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo.
OBS. A posição pacífica da 5ª Turma é em sentido contrário de que as disposições contidas
no art. 226 do CPP configuram uma recomendação legal, e não uma exigência absoluta.
Assim, é válido o ato mesmo que realizado de forma diversa da prevista em lei.
Obs MAIS RECENTE: A desconformidade ao regime procedimental determinado no art. 226
do CPP deve acarretar a nulidade do ato e sua desconsideração para fins decisórios,
justificando-se eventual condenação somente se houver elementos independentes para
superar a presunção de inocência. STF. 2ª Turma. RHC 206846/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 22/2/2022 (Info 1045).
STJ. 6ª Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020. (Info 684)
Em sentido contrário: STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1665453/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/06/2020.

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A defesa alegou nulidade processual por desrespeito ao art. 212 do CPP, por ter o juízo
inquerido diretamente as testemunhas. A magistrada que presidia a audiência reputou
observados o contraditório e a ampla defesa, porque depois de perguntar, ela permitiu que
os defensores e o MP fizessem questionamentos. A 1ª Turma do STF discutiu se houve
nulidade. Dois Ministros (Marco Aurélio e Rosa Weber) consideraram que não foi
respeitada a aludida norma processual. Assim, votaram por conceder a ordem de habeas
corpus para declarar a nulidade processual a partir da audiência de instrução e julgamento.
Os outros dois Ministros (Alexandre de Moraes e Luiz Fux) entenderam que não deveria ser
declarada a nulidade do processo porque a alteração efetuada no art. 212 do CPP, ao
permitir que as partes façam diretamente perguntas às testemunhas, não retirou do juiz,

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como instrutor do processo, a possibilidade de inquiri-las diretamente. Diante do empate


na votação, prevaleceu a decisão mais favorável ao paciente.
Nota: prevalece atualmente que a inobservância do procedimento previsto no art. 212 do
CPP pode gerar nulidade relativa (depende da demonstração do prejuízo para a parte), (STF.
1ª Turma. HC 177530 AgR, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/12/2019).

STF. 1ª Turma. HC 161658/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Para ser decretada a medida de busca e apreensão, é necessário que haja indícios mais
robustos que uma simples notícia anônima.
Nota: O mandado de busca e apreensão expedido exclusivamente com apoio em denúncia
anônima é abusivo.
STF. 2ª Turma. HC 180709/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/5/2020. (Info 976)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Advogado que teve seus poderes revogados pela cliente, que pediu de volta os documentos
do caso, não pode depor como testemunha no processo porque a conduta da parte
demonstra que ela não liberou o causídico do sigilo profissional que ele deve respeitar.
Rcl 37235/RR. rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18.2.2020. (Rcl-37235) – (Info 967-STF)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É constitucional lei estadual que transforma o cargo de datiloscopista da Polícia Civil em perito
papiloscopista.
Nota: Destaca-se que a expressão “perito criminal” abrange todos os peritos oficiais que possuem a
incumbência estatal de elucidar crimes, sendo possível aventar um rol bem mais amplo de agentes que
atuam como peritos oficiais.
STF. Plenário. ADI 5182/PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/12/2019. (Info 964)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não viola a SV 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados
sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa.
Nota: Mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que o investigado
tenha acesso amplo autos, inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo
permitido, contudo, que se negue o acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos
pelo segredo de justiça. Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o
acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem
respeito ao direito de defesa dele.
STF. 1ª Turma. Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 17/12/2019. (Info 964)

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É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência financeira do COAF
e do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o Ministério Público.
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Nota: Ressalta-se que a previsão do art. 6º da LC 105/2001, que autoriza o Fisco a ter acesso a informações
bancárias sem autorização judicial, é compatível com a CF/88 conforme julgado, em 2016 (Info 815), do STF
(na visão do STF, não há QUEBRA de sigilo bancário, mas somente a “TRANSFERÊNCIA de sigilo” dos bancos
ao Fisco. Os dados, até então protegidos pelo sigilo bancário, prosseguem protegidos pelo sigilo fiscal).
STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990). (Info 962)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em
denúncia anônima.
Caso: esposa iria visitar o marido no sistema prisional levando drogas no interior da vagina.
Entretanto, a diretora recebeu telefonema anônimo informando a situação, razão pela qual
determinou a revista íntima. Foi encontrada a droga. A prova colhida é ÍLICITA.
REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 08/10/2019, DJe 14/10/2019. (Info
659)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser considerada prova ilícita nem
deve ser excluída do processo.
Nota: os peritos são integrantes de órgão público oficial do Estado com diversas atribuições
legais (são auxiliares da Justiça).
STF. 1ª Turma. HC 174400 AgR/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
24/9/2019. (Info 953)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não há violação da SV 14 se os elementos de prova estão disponíveis nos autos para as
partes.
Nota: no caso, os elementos sempre estiveram disponíveis para a defesa que, mesmo assim,
ingressou com a reclamação no STF.
STF. 1ª Turma. Rcl 27919 AgR/GO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/8/2019. (Info 949)

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É ilícita a prova obtida mediante conduta da autoridade policial que atende, sem
autorização, o telefone móvel do acusado e se passa pela pessoa sob investigação.
Nota: no caso concreto, o policial também obteve acesso, sem autorização pessoal ou judicial,
aos dados do aparelho lendo as mensagens.
STJ. 6ª Turma. HC 511.484-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/08/2019. (Info 655)

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A determinação de busca e apreensão nas dependências da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal pode ser decretada por juízo de 1ª instância se o investigado não for
congressista.

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Nota: a imunidade é da pessoa e não do local. O fato de o endereço de cumprimento de


medida coincidir com as dependências do Congresso Nacional não atrai, de modo automático
e necessário, a competência do STF.
STF. Plenário. Rcl 25537/DF e AC 4297/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 26/6/2019. (Info 945)

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É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada.
Nota: Conforme a CF e o CPP, somente as autoridades judiciais, policiais e seus agentes estão
autorizados a realizarem a busca domiciliar ou pessoal.
STJ. 5ª Turma. HC 470.937/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 04/06/2019. (Info 651)

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Lei estadual pode exigir que a perícia feita em vítima do sexo feminino seja feita por legista
mulher, mas desde que isso não importe retardamento ou prejuízo da diligência.
Nota: a lei estadual trata de procedimento em matéria processual, assunto de competência
concorrente (art. 24, XI, da CF), não havendo vício formal.
STF. Plenário. ADI 6039 MC/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/3/2019. (Info 933)

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São ilegais as provas obtidas por policial militar que, designado para coletar dados nas ruas
como agente de inteligência, passa a atuar, sem autorização judicial, como agente infiltrado
em grupo criminoso.
STF. 2ª Turma. HC 147837/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/2/2019. (Info 932)

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É nula decisão judicial que autoriza o espelhamento do WhatsApp via Código QR para
acesso no WhatsApp Web. Também são nulas todas as provas e atos que dela diretamente
dependam ou sejam consequência, ressalvadas eventuais fontes independentes. Não é
possível aplicar a analogia entre o instituto da interceptação telefônica e o espelhamento,
por meio do WhatsApp Web, das conversas realizadas pelo aplicativo WhatsApp.
STJ. 6ª Turma. RHC 99.735-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/11/2018. (Info 640)

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É lícito o compartilhamento promovido pela Receita Federal dos dados bancários por ela
obtidos a partir de permissivo legal, com a Polícia e com o Ministério Público, ao término
do procedimento administrativo fiscal, quando verificada a prática, em tese, de infração
penal.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.601.127-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado em 20/09/2018. (Info
634)

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Em busca e apreensão ordenada contra o marido da Senadora, mas cujo cumprimento


ocorreu no imóvel funcional onde ambos residem, deve-se observar as regras de foro
privativo.
STF. 2ª Turma. Rcl 24473/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/6/2018. (Info 908)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O direito à prova é expressão de uma inderrogável prerrogativa jurídica, que não pode ser,
arbitrariamente, negada ao réu. O princípio do livre convencimento motivado autoriza que
o juiz indefira as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias (art. 400,
§ 1º do CPP). Todavia, no caso concreto, não se trata do indeferimento de uma ou duas
testemunhas, mas de todas elas, o que se afigura inadmissível em um Estado Democrático
de Direito, em que a ampla defesa é garantia constitucional de todos os acusados (art. 5º,
LV, da CF/88). O STF entendeu que a decisão do juiz extrapolou os limites do razoável,
especialmente se levado em consideração que a medida extrema foi tomada no estágio
inicial do processo (resposta à acusação) e a motivação para tanto foi baseada na impressão
pessoal do magistrado de que o requerimento seria protelatório, já que as testemunhas
não teriam, em tese, vinculação com os fatos criminosos imputados ao réu.
STF. 2ª Turma. HC 155363/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/5/2018. (Info 901)

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É possível a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal, em regular
procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal.
STJ. 6ª Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018. (Info 623)

7. INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Em decisões que autorizem a interceptação das comunicações telefônicas de investigados,
é inválida a utilização da técnica da fundamentação per relationem (por referência) sem
tecer nenhuma consideração autônoma, ainda que sucintamente, justificando a
indispensabilidade da autorização de inclusão ou de prorrogação de terminais em diligência
de interceptação telefônica.

Nota: O STJ admite o emprego da técnica da fundamentação per relationem. Sem embargo,
tem-se exigido, na jurisprudência da Sexta Turma, que o juiz, ao reportar-se a fundamentação
e a argumentos alheios, ao menos os reproduza e os ratifique, eventualmente, com acréscimo
de seus próprios motivos.

Admite-se o uso da motivação per relationem para justificar a quebra do sigilo das
comunicações telefônicas. STJ. 6ª Turma. HC 654.131-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/11/2021
(Info 723).

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No entanto, as decisões que deferem a interceptação telefônica e respectiva prorrogação


devem prever, expressamente, os fundamentos da representação que deram suporte à
decisão - o que constituiria meio apto a promover a formal incorporação, ao ato decisório, da
motivação reportada como razão de decidir - sob pena de ausência de fundamento idôneo
para deferir a medida cautelar.
As decisões que deferem a interceptação telefônica e respectiva prorrogação devem prever,
expressamente, os fundamentos da representação que deram suporte à decisão - o que
constituiria meio apto a promover a formal incorporação, ao ato decisório, da motivação
reportada como razão de decidir - sob pena de ausência de fundamento idôneo para deferir
a medida cautelar.

STJ. RHC 119.342-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 20/09/2022. (Info 751).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A mera referência à legalidade da interceptação telefônica, com exclusiva intenção de
justificar a imposição de outra medida cautelar, não significa que tenha havido a sua
validação pelo STJ.

STJ. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022.
(Info 749).

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O fato de as provas obtidas com a quebra de sigilo telefônico haverem sido juntadas após
o encerramento da instrução não é suficiente, por si só, para a anulação do processo.
STJ. AgRg no REsp 1.965.146-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe
29/04/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A conversão do conteúdo das interceptações telefônicas em formato escolhido pela defesa
não é ônus atribuído ao Estado.

Nota: onstata-se que o conteúdo das interceptações telefônicas foi disponibilizado pela
defesa, não havendo que se falar em nulidade por ser preferível um formato a outro ou em
virtude de os órgãos públicos possuírem sistema próprio para exame das gravações. Com
efeito, os diálogos interceptados estão integralmente disponíveis, em observância aos
princípios do contraditório, da ampla defesa e da paridade de armas, não sendo ônus
atribuído ao Estado a conversão em formato escolhido pela defesa.
STJ. AgRg no RHC 155.813-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 15/02/2022,
DJe 21/02/2022. (Info 731).

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A interceptação telefônica pode ser renovada sucessivamente se a decisão judicial inicial e


as prorrogações forem fundamentadas, com justificativa legítima, mesmo que sucinta, a
embasar a continuidade das investigações.
Nota: São lícitas as sucessivas renovações de interceptação telefônica, desde que, verificados
os requisitos do art. 2º da Lei nº 9.296/96 e demonstrada a necessidade da medida diante de
elementos concretos e a complexidade da investigação, a decisão judicial inicial e as
prorrogações sejam devidamente motivadas, com justificativa legítima, ainda que sucinta, a
embasar a continuidade das investigações. São ilegais as motivações padronizadas ou
reproduções de modelos genéricos sem relação com o caso concreto.

Mesmo sentido: A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser
renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal
renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min.
Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).
STF. Plenário. RE 625263/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/5/2021
(Repercussão Geral – Tema 661) (Info 1047).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O prazo de 15 dias das interceptações telefônicas deve ser contado a partir da efetiva
implementação da medida, e não da respectiva decisão.

STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020.
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. HC 113477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/3/2012.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Descobertos novos crimes durante a interceptação, a autoridade deve apurá-los, ainda que
sejam punidos com detenção

Nota:Se a autoridade policial, em decorrência de interceptações telefônicas legalmente


autorizadas, tem notícia do cometimento de novos ilícitos por parte daqueles cujas conversas
foram monitoradas ou mesmo de terceiros, é sua obrigação e dever funcional apurá-los, ainda
que não possuam liame algum com os delitos cuja suspeita originariamente ensejou a quebra
do sigilo telefônico. Tal entendimento é aplicável ainda que as infrações descobertas
fortuitamente sejam punidas com detenção, pois o que a Lei nº 9.296/96 veda é o
deferimento da quebra do sigilo telefônico para apurar delito que não seja apenado com
reclusão, não proibindo, todavia, que o referido meio de prova seja utilizado quando há,
durante a implementação da medida, a descoberta fortuita de eventuais ilícitos que não
atendem a tal requisito.
Mesmo sentido: O fato de elementos indiciários acerca da pratica de crimes surgirem no
decorrer da execução de medida de quebra de sigilo bancário e fiscal determinada para a
apuração de outros crimes não impede por si só, que os dados colhidos sejam utilizados para
averiguação da suposta prática daquele delito. Com efeito pode ocorrer o que se chama de

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fenômeno da SERENDIPIDADE, QUE CONSISTE NA DESCOBERTA FURTUITA DE DELITOS QUE


NÃO SÃO OBJETO DA INVESTIGAÇÃO. (STJ.6° Turma. HC 282.096- SP)
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos de
forma emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes
dos áudios interceptados.
Nota: o julgado se refere ao tema “quebra da cadeia de custódia” e, como teve inovação
legislativa trazida pelo “Pacote Anticrime”, recomenda-se a leitura da íntegra do julgado, bem
como dos novos dispositivos legais. “A cadeia de custódia da prova consiste no caminho que
deve ser percorrido pela prova até a sua análise pelo magistrado, sendo certo que qualquer
interferência indevida durante esse trâmite processual pode resultar na sua
imprestabilidade” (RHC 77.836/PA, julgado em 05/02/2019).
STJ. 6ª Turma. REsp 1.795.341-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/05/2019. (Info 648)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O Plenário do STF reafirmou o entendimento de que não é imprescindível que a transcrição
de interceptações telefônicas seja feita integralmente, salvo nos casos em que esta for
determinada pelo relator do processo. Além disso, acolheu o pedido do MP para que a
redação da ementa do acórdão seja revista com o objetivo de ser mais clara sobre o
entendimento do STF e afastar a ambiguidade.
STF. Plenário. AP 508 AgR/AP, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 08/02/2019.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação
telefônica durante o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano.
STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 26/4/2018. (Info 899)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a utilização de
interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96.
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018. (Info 899)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar investigações
preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das
alegações contidas no documento apócrifo. No caso concreto, a Polícia, com base em
diligências preliminares para atestar a veracidade dessas “denúncias” e também lastreada
em informações recebidas pelo Ministério da Justiça e pela CGU, requereu ao juízo a
decretação da interceptação telefônica do investigado. O STF entendeu que a decisão do
magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica não foi
feita com base unicamente na "denúncia anônima" e sim após a realização de diligências
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investigativas e também com base nas informações recebidas dos órgãos públicos de
fiscalização.
STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018. (Info 890)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O réu estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes os
requisitos constitucionais e legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o
tráfico. Por meio dos diálogos, descobriu-se que o acusado foi o autor de um homicídio. A
prova obtida a respeito da prática do homicídio é LÍCITA, mesmo a interceptação telefônica
tendo sido decretada para investigar outro delito que não tinha relação com o crime contra
a vida. Na presente situação, tem-se aquilo que o Min. Alexandre de Moraes chamou de
“crime achado”, ou seja, uma infração penal desconhecida e não investigada até o
momento em que, apurando-se outro fato, descobriu-se esse novo delito. Para o Min.
Alexandre de Moraes, a prova é considerada lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha
relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo investigado, desde que tenham
sido respeitados os requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha havido desvio
de finalidade ou fraude.
STF. 1ª Turma.HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/6/2017. (Info
869)

8.TRIBUNAL DO JURI

8.1 Noções Gerais

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 563, inciso III, alínea d, do Código de Processo Penal deve ser interpretado de forma
estrita, permitindo a rescisão do veredicto popular somente quando a conclusão alcançada
pelos jurados seja teratológica, completamente divorciada do conjunto probatório
constante do processo.

STJ. AgRg no HC 482.056-SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 02/08/2022, DJe
08/08/2022. (Info 752).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O entendimento de que, em processos de competência do júri, o não oferecimento de
alegações finais na fase acusatória não é causa de nulidade do processo não se aplica na
hipótese em que isso não ocorre por deliberação do acusado.
STJ. AgRg no HC 710.306-AM, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 27/09/2022. (Info 751).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Há nulidade no quesito que não questiona os jurados sobre a ciência dos mandantes do
crime em relação ao modus operandi pelos executores diretos - emboscada -, já que as

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qualificadoras objetivas do homicídio só se comunicam entre os coautores desde que


tenham ciência do fato que qualifica o crime.

STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Embora seja necessária a quesitação aos jurados sobre a incidência de minorantes, a
escolha do quantum de diminuição da pena cabe ao juiz sentenciante, e não ao júri.

STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Diversamente do que ocorre na hipótese de contrariedade entre o veredito e as provas dos
autos (art. 593, § 3º, do CPP), o afastamento de qualificadora por vício de quesitação não
exige a submissão dos réus a novo júri.

STJ. REsp 1.973.397-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022. (Info 748).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O reconhecimento da manifesta contrariedade entre o veredito condenatório e as provas
dos autos gera a cassação da sentença e submissão dos réus a novo júri, mas não sua
absolvição imediata pelos juízes togados, na forma do art. 593, § 3º, do CPP.

STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe
29/06/2022. (Info 747).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


É ilegal a prisão automática do réu solto em razão da condenação não definitiva do Tribunal
do Júri.
Nota: o entendimento pela impossibilidade de execução antecipada da pena em caso de
condenações criminais ainda provisórias proferidas contra acusados que responderam a ação
penal não finda em liberdade, deverá ser observado até que eventualmente venha o Supremo
Tribunal Federal a mudar o entendimento sobre a interpretação do direito fundamental da
presunção de inocência em procedimentos dos crimes dolosos contra a vida.
STJ. HC 737.749-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 28/06/2022, DJe 30/06/2022.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O art. 155 do CPP, ao proibir que a condenação se fundamente apenas em elementos
colhidos durante a fase inquisitorial, tem aplicação também para as sentenças proferidas
no Júri.

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Nota: se não houver provas produzidas na forma do art. 155 do CPP, o Tribunal deverá dar
provimento ao recurso, cassando a condenação. Caso concreto: as qualificadoras foram
baseadas apenas no depoimento prestado no inquérito policial por uma testemunha que
ouviu dizer. Diante disso, o STJ decidiu cassar a sentença e submeter o réu a novo júri. Isso
porque: As qualificadoras de homicídio fundadas exclusivamente em depoimento indireto
(Hearsay Testimony), violam o art. 155 do CPP, que deve ser aplicado aos veredictos
condenatórios do Tribunal do Júri.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.916.733-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/11/2021 (Info 719).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Juiz não pode unilateralmente alterar os prazos dos debates orais no Júri previstos no
CPP; no entanto, isso pode ser feito mediante acordo entre as partes.

Nota: Seria uma negociação processual, o que é previsto no art. 190 do CPC e que pode ser
aplicado ao processo penal com base no art. 3º do CPP:
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres
processuais, antes ou durante o processo.
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
À vista de tal consideração, ponderadas as singularidades do caso em análise, em reforço
ao que já prevê o art. 477 do CPP, constata-se a viabilidade de que as partes interessadas
entrem em um consenso a fim de dilatar o prazo de debates, respeitados os demais
princípios que regem o instituto do júri.
STJ. 6ª Turma. HC 703.912-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 719).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os princípios da
dignidade da pessoa humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero.

Nota: deve ser conferida interpretação conforme à Constituição ao art. 23, II e art. 25, do
CP e ao art. 65 do CPP, de modo a excluir a legítima defesa da honra do âmbito do instituto
da legítima defesa e a defesa, a acusação, a autoridade policial e o juízo são proibidos de
utilizar, direta ou indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer
argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou processual penais, bem como
durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e do
julgamento.
Vale ressaltar que, quando se fala em legítima defesa da honra, para os fins desse julgado,
está se referindo “ao perdão do autor de feminicídio ou agressão praticado contra a esposa
ou companheira adúltera”.

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STF. Plenário. ADPF 779 MC-Ref/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021. (Info 1009)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não é possível a pronúncia do acusado baseada exclusivamente em elementos informativos
obtidos na fase inquisitorial.
Nota: Haverá violação ao art. 155 do CPP. Além disso, muito embora a análise aprofundada
seja feita somente pelo Júri, não se pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a
pronúncia sem qualquer lastro probatório colhido sob o contraditório judicial, fundada
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial.
Sentido contrário: Na pronúncia opera o princípio in dubio pro societate, porque é a favor da
sociedade que se resolvem as dúvidas quanto à prova, pelo Juízo natural da causa. Constitui
a pronúncia, portanto, juízo fundado de suspeita, que apenas e tão somente admite a
acusação. Não profere juízo de certeza, necessário para a condenação, motivo pelo qual a
vedação expressa do art. 155 do CPP não se aplica à referida decisão.
STJ. 5ª Turma. HC 560.552/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/02/2021. STJ. 6ª Turma. HC 589.270, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 23/02/2021.
Sentido contrário: STJ. 5ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 1702743/GO, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/12/2020. STJ. 6ª
Turma. AgRg no AREsp 1609833/RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 06/10/2020

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si só, a pronúncia do réu quando
presentes outros elementos de prova.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1861493/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 09/06/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A mera presunção de parcialidade dos jurados do Tribunal do Júri em razão da divulgação
dos fatos e da opinião da mídia é insuficiente para o desaforamento do julgamento para
outra comarca.
HC 492.964-MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 03/03/2020, DJe 23/03/2020. (Info 668-
STJ)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Não se deve anular a condenação do réu no júri por ausência de defesa no caso em que o
advogado fez sustentação oral por apenas 3 minutos, sendo que, antes disso, o Ministério
Público já havia pedido a absolvição.
Nota: apenas a absoluta falta de defesa constitui nulidade absoluta.
HC 164535 AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 17.3.2020. (HC-164535) (Info 970-STF)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Na fase de pronúncia deve-se adotar a teoria racionalista da prova, na qual não deve haver
critérios de valoração das provas rigidamente definidos na lei, no entanto, por outro lado,
o juízo sobre os fatos deve ser pautado por critérios de lógica e racionalidade, podendo ser
controlado em âmbito recursal ordinário. Para a pronúncia, não se exige uma certeza além
da dúvida razoável, necessária para a condenação. Contudo, a submissão de um acusado

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ao julgamento pelo Tribunal do Júri pressupõe a existência de um lastro probatório


consistente no sentido da tese acusatória. Ou seja, requer-se um standard probatório um
pouco inferior, mas ainda assim dependente de uma preponderância de provas
incriminatórias.
Nota: A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de
autoria. A certeza, a toda evidência, somente será comprovada ou afastada após a instrução
probatória, prevalecendo, na fase de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro
societate.
STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 24/05/2018.

Na fase de deliberação quanto à possibilidade de recebimento da denúncia, na qual vigora o


princípio do in dubio pro societate, afigura-se como suficiente para que se autorize a
instauração da ação penal tão somente a existência de indícios suficientes de autoria e
materialidade.
STF. 1ª Turma. AO 2275, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2018.

No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate.


STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 17/04/2018 (Info 898).

No Júri: A pronúncia do réu para o julgamento pelo Tribunal do Júri não exige a existência de
prova cabal da autoria do delito, sendo suficiente, nessa fase processual, a mera existência
de indícios da autoria, devendo estar comprovada, apenas, a materialidade do crime, uma
vez que vigora o princípio in dubio pro societate.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1193119/BA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 05/06/2018.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1730559/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
02/04/2019.

A etapa atinente à pronúncia é regida pelo princípio in dubio pro societate e, por via de
consequência, estando presentes indícios de materialidade e autoria do delito - no caso,
homicídio tentado - o feito deve ser submetido ao Tribunal do Júri, sob pena de usurpação de
competência.
STJ. 6ª Turma. HC 471.414/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2018.

Na sentença de pronúncia deve prevalecer o princípio in dubio pro societate, não existindo
nesse ato qualquer ofensa ao princípio da presunção de inocência, porquanto tem por
objetivo a garantia da competência constitucional do Tribunal do Júri.
STF. 2ª Turma. ARE 986566 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/08/2017.

Nos crimes dolosos contra a vida, o princípio in dubio pro societate é amparado pela
Constituição Federal, de modo que não há qualquer inconstitucionalidade no seu postulado.
STF. 2ª Turma. ARE 1082664 ED-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/10/2018.

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STF. 2ª Turma. ARE 1067392/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/3/2019. (Info 935)
Leia este julgado juntamente com o acima: STJ. 5ª Turma. HC 560.552/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/02/2021. STJ. 6ª
Turma. HC 589.270, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/02/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho de sentença afirma a existência
de crime em plena fala da acusação.
Nota: Caso concreto: durante os debates no Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de
Justiça estava em pé na frente dos jurados apresentando seus argumentos. Em determinado
momento, o Promotor fez uma pergunta retórica: “aí, então, senhores jurados, eu pergunto
a Vossas Excelências: qual foi a conduta que o réu aqui presente praticou?” Uma das juradas
acabou “soltando” a seguinte resposta: “é um crime”. O juiz presidente do Júri imediatamente
a advertiu dizendo: por favor, a senhora não pode se manifestar. O advogado, contudo, na
mesma hora requereu ao magistrado que consignasse este fato na ata de julgamento. O juiz
decidiu que não houve quebra da incomunicabilidade e seguiu com o julgamento. O réu foi
condenado e a defesa recorreu alegando, entre outros argumentos, que houve nulidade do
julgamento por quebra da incomunicabilidade dos jurados. O STJ anulou o júri.
STJ. 6ª Turma. HC 436.241-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/06/2018. (Info 630)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Diante das peculiaridades do Tribunal do Júri, o fato de ter havido sustentação oral em
plenário por tempo reduzido não caracteriza, necessariamente, a deficiência de defesa
técnica.
STJ. 6ª Turma. HC 365.008-PB, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/04/2018. (Info
627)

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A exclusão de qualificadora constante na denúncia somente pode ocorrer quando
manifestamente improcedente, sob pena de usurpação da competência do Tribunal do Júri,
juiz natural para julgar os crimes dolosos contra a vida.
STJ. 5ª Turma. HC 406.869/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 19/09/2017.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


O testemunho por ouvir dizer (hearsayrule), produzido somente na fase inquisitorial, não
serve como fundamento exclusivo da decisão de pronúncia, que submete o réu a
julgamento pelo Tribunal do Júri.
STJ. 6ª Turma. REsp 1373356-BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017. (Info 603)

8.2 Outros de Júri

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Quesitos complexos, com má redação ou com formulação deficiente, geram a nulidade do


julgamento do Tribunal do Júri, por violação ao art. 482, parágrafo único, do CPP.

Nota: Nos termos do art. 482, parágrafo único, do CPP, os quesitos deverão ser redigidos "em
proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser
respondido com suficiente clareza e necessária precisão".
A questão, assim, merece ser examinada sob o enfoque metalinguístico e da análise do
discurso. Entende-se por "simples", o que só se constitui de um componente [...]; que "não é
complicado, que é fácil de compreender" e, também, o que "não apresenta outros sentidos
ou conotações" (Fonte: aulete.com.br/simples). Por óbvio, "complexo" é aquilo que não é
simples, ou seja, o que contém ou é formado por diversos elementos; que apresenta vários
aspectos ou é multifacetado; de difícil compreensão (Larousse - Dicionário de Língua
Portuguesa. São Paulo: Ática, 2001).
STJ. AREsp 1.883.043-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado
em 15/03/2022. (Info 730).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


No Tribunal do Júri é possível, mediante acordo entre as partes, estabelecer uma divisão de
tempo para os debates entre acusação e defesa que melhor se ajuste às peculiaridades do
caso.
STJ. HC 703.912-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/11/2021, DJe 30/11/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A firmeza do magistrado presidente na condução do julgamento não acarreta,
necessariamente, a quebra da imparcialidade dos jurados.
STJ. 5ª Turma. HC 694.450-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 05/10/2021 (Info 712).

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Muito embora a análise aprofundada dos elementos probatórios seja feita somente pelo
Tribunal do Júri, não se pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a pronúncia
baseada, exclusivamente, em testemunho indireto (por ouvir dizer) como prova idônea, de
per si, para submeter alguém a julgamento pelo Tribunal Popular.
STJ. 5ª Turma. HC 673.138-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 14/09/2021 (Info 709).
Mesmo sentido: STJ. 6ª Turma. REsp 1649663/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/09/2021.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


A absolvição do réu, ante resposta a quesito genérico de absolvição previsto no art. 483, §
2º, do CPP, não depende de elementos probatórios ou de teses veiculadas pela defesa. Isso
porque vigora a livre convicção dos jurados.

Nota: Em sentido contrário


(...) 2. As decisões proferidas pelo conselho de sentença não são irrecorríveis ou imutáveis,
podendo o Tribunal ad quem, nos termos do art. 593, III, d, do CPP, quando verificar a

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existência de decisão manifestamente contrária às provas dos autos, cassar a decisão


proferida, uma única vez, determinando a realização de novo julgamento, sendo vedada,
todavia, a análise do mérito da demanda. 3. A absolvição do réu pelos jurados, com base no
art. 483, III, do CPP, ainda que por clemência, não constitui decisão absoluta e irrevogável,
podendo o Tribunal cassar tal decisão quando ficar demonstrada a total dissociação da
conclusão dos jurados com as provas apresentadas em plenário. Assim, resta plenamente
possível o controle excepcional da decisão absolutória do Júri, com o fim de evitar
arbitrariedades e em observância ao duplo grau de jurisdição. Entender em sentido contrário
exigiria a aceitação de que o conselho de sentença disporia de poder absoluto e peremptório
quanto à absolvição do acusado, o que, ao meu ver não foi o objetivo do legislador ao
introduzir a obrigatoriedade do quesito absolutório genérico, previsto no art. 483, III, do CPP.
(...) STJ. 3ª Seção. HC 313.251/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/02/2018. Esse
entendimento do STJ vem sendo reiterado em julgados recentes: STJ. 5ª Turma. HC
560.668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/08/2020.

OBS. No Info 969, foi divulgada decisão em sentido contrário ao explicado acima: A anulação
de decisão do tribunal do júri, por ser manifestamente contrária à prova dos autos, não viola
a regra constitucional que assegura a soberania dos veredictos do júri (art. 5º, XXXVIII, c, da
CF/88). Vale ressaltar, ainda, que não há contrariedade à cláusula de que ninguém pode ser
julgado mais de uma vez pelo mesmo crime. Ainda que se forme um segundo Conselho de
Sentença, o julgamento é um só, e termina com o trânsito em julgado da decisão. Informativo
comentado Informativo 993-STF (08/10/2020) – Márcio André Lopes Cavalcante | 28 STF. 1ª
Turma. RHC 170559/MT, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 10/3/2020 (Info 969). A mudança de entendimento se deve à alteração na
composição do colegiado, em razão da saída do Min. Luiz Fux para a Presidência da Corte e
do ingresso do Min. Dias Toffoli na 1ª Turma. O Min. Luiz Fux votava pela possibilidade da
apelação, enquanto o Min. Dias Toffoli entende que deve prevalecer a soberania dos
veredictos.

STF. 1ª Turma. HC 178777/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/9/2020. (Info 993)
Em sentido contrário: STJ. 3ª Seção. HC 313.251/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/02/2018 e STJ. 5ª Turma. HC
560.668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/08/2020.

NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA...


Se a condenação proferida pelo júri foi anulada pelo Tribunal em recurso exclusivo da
defesa, isso significa que deverá ser realizado um novo júri, mas, em caso de nova
condenação, a pena imposta neste segundo julgamento não poderá ser superior àquela
fixada na sentença do primeiro júri. Em outras palavras, se apenas o réu recorreu contra a
sentença que o condenou e o Tribunal decidiu anular a sentença, determinando que outra
seja prolatada, esta nova sentença, se também for condenatória, não pode ter uma pena
superior à que foi aplicada na primeira. Isso é chamado de princípio da ne reformatio in
pejus indireta, que tem aplicação também no Tribunal do Júri. A soberania do veredicto dos
jurados (art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF/88) não autoriza a reformatio in pejus indireta.
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STF. 2ª Turma. HC 165376/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/12/2018. (Info 927)

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