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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Teoria Geral dos Direitos e Garantias
Fundamentais

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
Luciano Dutra

Apresentação..................................................................................................................3
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais...................................................... 16
1. Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais.....................................................17
2. Características dos Direitos e Garantias Fundamentais............................................. 19
3. Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais..................................................... 20
4. Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais............................................... 30
5. Eficácia Horizontal ou Eficácia Externa.....................................................................34
6. Teoria dos Limites dos Limites dos Direitos Fundamentais . . .....................................35
7. Colisão entre Direitos Fundamentais – Aplicação do Princípio da Proporcionalidade.. 37
8. Os Quatro Status de Jellinek.................................................................................... 40
Resumo.........................................................................................................................43
Questões de Concurso...................................................................................................46
Gabarito....................................................................................................................... 60
Gabarito Comentado. ..................................................................................................... 61

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Luciano Dutra

Apresentação

Caro(a) aluno(a), tudo bem? Espero que este texto lhe encontre feliz e com saúde.
Inicialmente, gostaria de manifestar a minha imensa satisfação de participar dessa impor-
tante e decisiva caminhada rumo ao tão sonhado cargo público. Muito obrigado por confiar no
nosso trabalho.
A caminhada não será fácil, mas não se assuste, pois estamos aqui para ajudá-lo(a) nesta
batalha. Seremos soldados de todas as horas para JUNTOS enfrentarmos essa guerra.
Antes de tudo, permita-me me apresentar. Meu nome é LUCIANO DUTRA ou apenas LD.
Sou Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para
concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e online e autor de diversas obras, dentre
as quais o nosso Direito Constitucional Essencial, que já se encontra na 4ª edição pela Edito-
ra Método. Sou dedicado, também, em estudar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Exerço, com muito orgulho e após intenso esforço, o cargo de Advogado da União desde 2009.
Comecei minha caminhada na seara dos concursos públicos muito cedo, sendo aprovado no
concurso público para Escola Preparatória de Cadetes do Exército aos 15 anos de idade. Gra-
duei-me em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e sou especialista em Direito
Público. Sou, ainda, graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras
do Exército Brasileiro e Pós-Graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento
de Oficiais do Exército Brasileiro, sendo 4º colocado de minha turma. Além disso, importante
dizer que fui aprovado em diversos concursos públicos.
Quer me conhecer um pouco mais? Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=-
fyhpellsL_Q.
Este material foi preparado com muito carinho e dedicação para servir de ferramenta eficaz
para a sua aprovação.
Nosso audacioso objetivo é que você gabarite as questões de Direito Constitucional neste
tão aguardado concurso para Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Pois bem, agora que você já me conhece, passemos aos ensinamentos do desafiador Di-
reito Constitucional, trazendo primeiramente dicas valiosas de como estudar nossa disciplina.
Venha comigo!!!

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Como Estudar o Direito Constitucional: o Tripé da Aprovação

Para ser aprovado em concurso público, independentemente do nível de exigência do cargo


pleiteado, você precisa ultrapassar a disciplina Direito Constitucional. Para facilitar o caminho
até a tão sonhada conquista, superando o possível trauma inicial causado pelo primeiro con-
tato com os intangíveis e incomuns conceitos do Direito Constitucional, trarei uma ferramenta
testada e aprovada pelos meus saudosos alunos e alunas: aquilo que denominei de TRIPÉ DA
APROVAÇÃO.
Pois bem, meu (minha) querido(a) discente, o estudo do Direito Constitucional para concur-
sos públicos se apoia em três bases: uma boa doutrina, a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal e a leitura incessante da Constituição Federal. Além, é claro, da resolução das provas
anteriores e da escolha de um excelente curso preparatório (já começou com o pé direito, es-
colhendo o Gran Cursos Online – centro de excelência que já aprovou milhares de ex-alunos).

De início, você deve selecionar uma OBRA DE QUALIDADE. Um bom livro para concurso
público deve trazer os assuntos mais importantes de forma objetiva, sintetizando a doutrina
constitucionalista mais abalizada, a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, e
somada, se possível, a quadros sinóticos, dicas e exercícios de fixação retirados das provas já
aplicadas.

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É importante que a obra se encaixe no seu perfil. Para ajudá-lo(a) nesta difícil tarefa, se-
guem algumas indicações bibliográficas, dentre tantas outras existentes no mercado editorial:
• Luciano Dutra, Direito Constitucional Essencial, Editora Método (4ª edição);
• Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, Editora Atlas;
• Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional,
Editora Atlas;
• Dirley da Cunha Júnior, Curso de Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, Curso de Direito Constitucional,
Editora Saraiva;
• Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva;
• Marcelo Novelino, Direito Constitucional, Editora Juspodivm;
• Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado, Editora Saraiva;
• Sylvio Clemente da Motta Filho, Direito Constitucional: teoria, jurisprudência e questões,
Editora Campus/Elsevier;
• Uadi Lammêgo Bulos, Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva; e
• Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado, Editora Mé-
todo.

Como a escolha da obra é algo muito pessoal, o ideal é você ler alguns trechos dos livros
selecionados e sentir se a linguagem do autor lhe é agradável. Importante lembrar, ademais,
que nenhuma obra é “completa”, de tal forma que é fundamental acompanhar a leitura do livro
com as informações atualizadas trazidas por nosso curso de Direito Constitucional.
Não deixe de pesquisar também a obra eletrônica disponibilizada no site do STF chamada
“A Constituição e o Supremo”. É gratuita e ajuda o candidato no pleno entendimento da Consti-
tuição Federal à luz das decisões atuais da Suprema Corte.
MAS, se você adotar nosso PDF como material de estudo, eu lhe asseguro que terá TUDO
o que é necessário para gabaritar Direito Constitucional. Utilize o livro escolhido apenas como
complemento, se for o caso.
A segunda base do TRIPÉ DA APROVAÇÃO é a JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. A maneira mais eficiente para você estar atualizado(a) com as recentes decisões do STF

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é ler os Informativos de jurisprudência disponibilizados semanalmente no site da Corte. Mas


cuidado ao manusear o Informativo! Não há necessidade de ler todas as partes, mas apenas
aquelas que se inserem no conteúdo do edital do seu concurso. Tenha senso de seleção. Por
exemplo, se no seu certame não cai Direito Tributário, você não precisa estudar as decisões
afetas a esse ramo do Direito. Reconheço o quão difícil é ler e compreender os Informativos do
STF. Para ajudá-lo(a), terei o zelo de trazer para dentro do nosso PDF as decisões recentes do
STF que poderão impactar os concursos públicos. Destaque-se que a importância do estudo
da jurisprudência está intimamente ligada ao grau de dificuldade do certame: quanto mais difí-
cil é o concurso maior a cobrança da jurisprudência. Ou seja, concursos das carreias jurídicas,
concursos das carreiras do Poder Legislativo, concursos para a área fiscal, concursos das áre-
as de gestão e controle cobram com mais frequência a jurisprudência do STF. Para você que
fará concurso para estas áreas citadas, deixo ao final das aulas um repositório de súmulas
e jurisprudência aplicáveis, de leitura obrigatória. Outros concursos como os das carreiras
policiais, concursos para as demais área do Poder Executivo, concursos de nível médio exi-
gem mais a literalidade da Constituição Federal e não costumam cobrar o conhecimento da
jusrisprudência. Caso você deseja fazer estes concursos em que a jurisprudência não é muito
cobrada, as súmulas e jurisprudência aplicáveis que acompanham o material deverão ser en-
caradas como mera leitura complementar, se houver tempo. Não se trata de leitura obrigatória,
é apenas um brinde do LD para você. Portanto, direcione a leitura deste PDF de acordo com
a sua realidade. Para este concurso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, sugiro ler a
jurisprudência trazida ao final de cada aula.
Fechando o TRIPÉ DA APROVAÇÃO, é imprescindível ler e reler o TEXTO DA CONSTITUI-
ÇÃO FEDERAL, palco de cobrança de infindáveis questões. O examinador de qualquer banca,
muitas das vezes, traz para o bojo da prova a literalidade do Texto Maior. Para tanto, tenha
sempre em mãos uma Constituição Federal atualizada, contendo as emendas constitucionais
mais recentes. Temas como os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º), os Direitos
Sociais (arts. 6º ao 11), o elenco dos bens da União (art. 20), os bens atribuídos aos Estados-
-membros (art. 26), a repartição constitucional de competências (arts. 21 a 24), as atribuições
do Congresso Nacional e de suas Casas - Câmara dos Deputados e Senado Federal (arts. 48

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a 52), as atribuições do Presidente da República (art. 84), as composições e as competências


dos órgãos do Poder Judiciário (arts. 101 a 126) dependem muito mais do seu esforço pessoal
em ler a Constituição Federal até a exaustão do que assistir uma brilhante aula expositiva ou a
leitura de uma obra doutrinária de qualidade. Nesse viés, para facilitar a sua vida, vou transcre-
ver no PDF as partes da Constituição Federal que exigem a assimilação por você.
Além da preparação teórica proposta, que necessariamente passará pelo TRIPÉ DA APRO-
VAÇÃO, é fundamental a RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES dos concursos públicos anteriores.
Aqui, também temos uma dica valiosa: faça as questões recentes da banca que realizará o seu
certame, desde que de editais similares, e todas as questões passadas dos concursos anterio-
res do cargo que você pleiteia, independentemente da banca. Com isso, você fixará os conhe-
cimentos já adquiridos e levantará os temas que precisa melhorar. Nosso PDF conta, também,
com um rol de exercícios minuciosamente selecionados para a sua preparação. Além disso,
você pode contar com o GRAN CURSOS QUESTÕES que contém inúmeras questões para aju-
dá-lo(a) na sua aprendizagem.
Em se falando das bancas examinadoras, é importantíssimo conhecer o seu “inimigo”. En-
sina Sun Tzu em “A arte da guerra”, capítulo 10, que: “conheça o inimigo e a si mesmo e você
obterá a vitória sem qualquer perigo; conheça terreno e as condições da natureza, e você será
sempre vitorioso”. No seu caso, o “inimigo” é a banca examinadora e o “terreno” são as provas
passadas desta banca.
Para facilitar o pleno conhecimento do “inimigo” e do “terreno”, segue uma análise pessoal
das bancas examinadoras mais importantes, à luz do TRIPÉ DA APROVAÇÃO:
CESPE Vunesp FCC FGV
DOUTRINA Importante Importante Importante Muito importante
JURISPRUDÊNCIA Muito importante Importante Importante Importante
CF/88 Muito importante Muito importante Muito importante Muito importante

Note que a leitura da Constituição Federal é SEMPRE muito importante!


Concluindo, é certo que o Direito Constitucional estará na sua prova. Não se assuste com o
“choque” inicial que essa disciplina pode lhe causar. Está longe de ser um “bicho de sete cabe-
ças”. Apoie-se no TRIPÉ DA APROVAÇÃO (a doutrina, a jurisprudência do STF e a Constituição
Federal), faça infindáveis exercícios de fixação e se valha de um excelente curso preparatório

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como o Gran Cursos Online que, com isso, o seu sucesso estará garantido. Nosso PDF tem a
audácia de garantir a você as informações necessárias para GABARITAR Direito Constitucio-
nal, basta ter foco, força de vontade e fé na missão!!!

O Direito Constitucional e a Constituição Federal

Valeremo-nos, doravante, deste PDF para ensinar-lhe o desafiador e saboroso Direito Cons-
titucional. Mas o que é o Direito Constitucional? Segundo as palavras do iluminado jurista e, a
nosso sentir, o maior constitucionalista do País José Afonso da Silva1, o Direito Constitucional
pertence ao setor do Direito Público. Distingue-se dos demais ramos do Direito Público pela
natureza específica de seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Configura-se
como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento
do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases
da estrutura política. Conclui o citado mestre que o Direito Constitucional pode ser definido
como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas
fundamentais do Estado”.
Em nosso Direito Constitucional Essencial2 definimos Direito Constitucional como “o ramo
do Direito Positivo Público que estuda a Constituição Federal, considerada como norma jurí-
dica suprema que organiza o Estado pelos seus elementos constitutivos (povo, território, go-
verno, soberania e finalidade), atribuindo-lhe poder e, ao mesmo tempo, limitando o exercício
desse poder pela previsão de direitos e garantias fundamentais e pela separação de poderes”.

Direito Constitucional Constituição

Norma jurídica suprema que cria o


Estado, atribuindo-lhe poder limitado
Ramo do Direito Positivo Público
pela previsão de direitos e garantias
que estuda a Constituição.
fundamentais e pela separação de
poderes.

1
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 36.
2
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3.

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Ainda, nos valendo do nosso Direito Constitucional Essencial, vamos diferenciar Direito
Público do Direito Privado3. Nos ramos do Direito qualificados como Público, o Estado parti-
cipa da relação jurídica em condição de supremacia em relação aos indivíduos (em condição
de desigualdade), prevalecendo a vontade coletiva sobre o interesse individual. Ao Estado,
compete criar normas jurídicas que visam tutelar os interesses coletivos, os interesses gerais
da sociedade, e aplicá-las; ao povo, cumpre obedecer a ordem jurídica estabelecida. É o Direito
composto inteiramente por normas de ordem pública, normas cogentes, imperativas, de obri-
gatoriedade inafastável. Como exemplos, temos: Direito Constitucional, Direito Administrativo,
Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário, Direito Eleitoral, Direito Ambiental. De outra
banda, o Direito Privado trata de relações entre particulares (privadas). É composto predomi-
nantemente por normas de ordem privada (supletiva) que se direcionam a regulamentação dos
interesses individuais. Os integrantes da relação jurídica estão em pé de igualdade, prevale-
cendo a autonomia da vontade. Como exemplos, citamos: o Direito Civil e o Direito Empresarial.
Convém mencionar que a divisão do Direito entre Público e Privado cumpre uma função
eminentemente didático-metodológica (trata-se de uma conveniência acadêmica), uma vez
que o Direito é, a rigor, uno e indivisível. Ademais, essa visão dicotômica do Direito perde mais
espaço com o nascimento do neoconstitucionalismo (ou novo Direito Constitucional). Com
a evolução de um novo paradigma de Estado (chamado de Estado pós-Social), as relações
privadas passam a ser observadas à luz da Constituição Federal. Não por outra razão que os
direitos fundamentais passam a influenciar as relações privadas (estudaremos a seu tempo o
tema eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais que está ligado à influência dos
direitos fundamentais nas relações jurídico-privadas). Nesse contexto, o Direito Civil abando-
na seu caráter meramente patrimonialista e passa a focar no ser humano, em homenagem a
dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, inc. III) e
princípio básico que orienta os demais direitos e garantias fundamentais4.
Como vimos, o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição Federal. Mas
o que é a Constituição? José Afonso da Silva5 demonstra que o termo Constituição assume
vários significados (é uma palavra plurívoca), tais como:
a) conjunto dos elementos essenciais de alguma coisa: a constituição do universo, a cons-
tituição dos corpos sólidos;
3
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019, p. 3.
4
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 3-4.
5
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39.

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b) temperamento, compleição do corpo humano: uma constituição psicológica explosiva,


uma constituição robusta;
c) organização, formação: a constituição de uma assembleia, a constituição de uma co-
missão;
d) o ato de estabelecer juridicamente: a constituição de dote, de renda, de uma sociedade
anônima;
e) conjunto de normas que regem uma corporação, uma instituição: a constituição da pro-
priedade;
f) a lei fundamental de um Estado.
Com efeito, a Constituição, que se traduz em objeto de estudo do Direito Constitucional,
é justamente o sentido de “lei fundamental de um Estado”, ou seja, “a organização dos seus
elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o es-
tabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e
as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os
elementos constitutivos do Estado”.6

Estrutura da Constituição Federal de 1988

Querido(a) aluno(a), para conseguirmos compreender o conteúdo de nossa atual Consti-


tuição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, é importantíssimo entender a maneira
pela qual ela foi estruturada. Então vamos lá! Ela possui um preâmbulo, uma parte dogmáti-
ca, um ato das disposições constitucionais transitórias, emendas constitucionais de revisão,
emendas constitucionais de reforma e atos internacionais equivalentes à emenda à Consti-
tuição. Vejamos cada um deles.
O PREÂMBULO é a parte precedente do texto constitucional que irradia uma pauta de valo-
res e objetivos adotados pela Constituição Federal. Diz o preâmbulo:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liber-
dade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
6
Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Malheiros. 39ª edição. 2016. p. 39-40.

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de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprome-
tida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob
a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Importante informar que o Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o preâm-
bulo da Constituição Federal de 1988 não possui força normativa, reconhecendo apenas valor
interpretativo. Vale dizer, a força do preâmbulo está na sua capacidade de nortear a interpreta-
ção e a integração do texto constitucional propriamente dito, sendo que, embora o preâmbulo
faça parte da Constituição, não possui força autônoma, não podendo induzir a declaração de
inconstitucionalidade tão só com base em suas disposições.7

DE OLHO NOS DETALHES


O preâmbulo:
1) não possui força normativa;
2) possui função de diretriz interpretativa do texto constitucional;
3) não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional;
4) não é norma de observância obrigatória pelas Constituições Estaduais e pelas Leis Orgânicas
do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, não segue o princípio da simetria;
5) não pode ser utilizado como parâmetro de controle.

Por seu turno, a PARTE DOGMÁTICA da Constituição Federal de 1988 constitui o seu corpo
central, reunindo os Princípios Fundamentais (Título I), os Direitos e Garantias Fundamentais
(Título II), a Organização do Estado (Título III), a Organização dos Poderes (Título IV), a Defesa
do Estado e das Instituições Democráticas (Título V), a Tributação e o Orçamento (Título VI),
a Ordem Econômica e a Ordem Financeira (Título VII), a Ordem Social (Título VIII) e as Dis-
posições Constitucionais Gerais (Título IX). Enfim, é o texto da Constituição Federal que se
estende do art. 1º ao art. 250. Da parte dogmática, o que é que interessa para você? Depende
do seu edital. Nesta apresentação haverá um direcionamento específico para o seu concurso.
Por sua vez, o ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) é o
conjunto de normas constitucionais que assumem dupla função:
a) realizar a transição entre a nova ordem constitucional e a que foi substituída (por exem-
plo: art. 25, do ADCT – não precisa decorá-lo);
7
Marcelo Alkmin apud Oliveira, James Eduardo. Constituição Federal anotada e comentada. Editora Forense. 2013. p. 2.

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Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito
este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do
Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente
no que tange a:
I – ação normativa;
II – alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
§ 1º Os decretos-lei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promul-
gação da Constituição terão seus efeitos regulados da seguinte forma:
I – se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até
cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;
II – decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretos-lei ali men-
cionados serão considerados rejeitados;
III – nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência
dos respectivos decretos-lei, podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos
deles remanescentes.
§ 2º Os decretos-lei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão
convertidos, nesta data, em medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no art.
62, parágrafo único.

b) disciplinar provisoriamente determinadas situações, enquanto não regulamentadas em


definitivo por lei (por exemplo: art. 16, do ADCT – também não há necessidade de memorizá-lo).

Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República,
com a aprovação do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal.
§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo
Senado Federal.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal,
enquanto não for instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante con-
trole externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, observado o disposto no art.
72 da Constituição.
§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União
na forma da lei.

Diga-se que não há qualquer diferença hierárquica entre as normas previstas no ADCT e
as integrantes da parte dogmática da Constituição Federal. Ambas são formalmente consti-
tucionais com o mesmo status jurídico, ou seja, as normas constantes do ADCT servem de
parâmetro de controle de constitucionalidade, bem como sua alteração deve seguir o modelo
das emendas constitucionais.

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DICA DO LD
Apesar de cumprirem importante papel na transição constitu-
cional, as normas do ADCT não são imprescindíveis às Consti-
tuições, vale dizer, a existência, ou não, de normas transitórias
fica ao talante do constituinte originário 8 (aquele que redigiu o
texto da Constituição Federal).

Vejamos agora as EMENDAS CONSTITUCIONAIS. Elas podem ser de reforma ou de revi-


são. Em cumprimento ao art. 3º do ADCT9, foram promulgadas seis EMENDAS CONSTITU-
CIONAIS DE REVISÃO (ECR). Por se tratar de um procedimento único e exaurido, sob o regime
constitucional vigente, não é possível a edição de uma nova ECR. Noutro giro, o procedimento
para a edição de uma EMENDA CONSTITUCIONAL DE REFORMA (EC) é permanente, razão
pela qual pode, a qualquer momento, ser efetuada uma nova modificação constitucional, des-
de que respeitado o devido processo legislativo constitucional capitulado no art. 6010 (se no
seu concurso cair processo legislativo, iremos juntos trabalhar este art. 60 no momento ade-
quado).
Por fim, a partir da promulgação da Emenda Constitucional 45, de 2004, o Brasil passou a admitir
ATOS INTERNACIONAIS EQUIVALENTES À EMENDA À CONSTITUIÇÃO, que são os tratados inter-
nacionais sobre direitos humanos incorporados ao ordenamento jurídico pátrio com força de emen-
da à Constituição. É o que prevê o § 3º do art. 5º: “os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
O Brasil já possui dois tratados internacionais sobre direitos humanos internalizados segundo o
quórum diferenciado do art. 5º, § 3º: 1) a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
e de seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova Iorque, em 2007 (Decreto Legislativo n. 186, de
2008); e 2) o Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas,
com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, concluído
no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, celebrado em Marraqueche, em 2013
(Decreto Legislativo nº 261, de 2015).

8
Dutra, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 64.
9
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

O conteúdoDutra,
deste Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método.
JUNIOR4ª edição. 2019,vedada,
p. 65. por quaisquer meios e a qualquer título,
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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
Luciano Dutra

Para facilitar nossa memorização quanto à estrutura da Constituição Federal de 1988, vamos a um
mapa mental. Aliás, você encontrará mapas mentais, esquemas e dicas durante todo nosso curso.
parte precedente
sintetiza valores
serve para orientar a interpretação
art. 5º, §3º ATOS INTERNACIONAIS = EC PREÂMBULO não possui força normativa (STF)
não é verdadeiramente uma norma constitucional

art. 60 não é de observância obrigatória


EC DE REFORMA não é utilizado como parâmetro de controle
procedimento
ESTRUTURA
permanente
DA CF 1988

corpo principal
art. 3º do ADCT
PARTE arts. 1º ao 250
procedimento único EC DE REVISÃO
DOGMÁTICA parâmetro de controle
6

realizar a transação entre Constituições


SERVE PARA
disciplinar provisoriamente certas matérias

normas do ADCT = normas da parte dogmática (não há hierarquia) ADCT

parâmetro de controle
não é obrigatória a existência

TUDO
NO
PDF
DO
LD
TRIPÉ DA APROVAÇÃO

DOUTRINA JURISPRUDÊNCIA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

DIREITO CONSTITUCIONAL
STF LER COM MUITA ATENÇÃO
ESSENCIAL 4ª EDIÇÃO

Conseguiu acompanhar todo o raciocínio até aqui? Espero que sim. Então prossigamos.
Agora que você já me conhece e entendeu o objeto de estudo da nossa querida disciplina,
vou apresentar-lhe o nosso curso de Direito Constitucional em 5 aulas, para Assembleia Le-
gislativa de Minas Gerais assim distribuídas:
Aula um – Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais;
Aula dois – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;

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Aula três – Direitos Sociais;


Aula quatro – Nacionalidade;
Aula cinco – Direitos Políticos e Partidos Políticos;
Está comigo até aqui? Espero que sim.
Lembre-se de que o Gran Cursos Online possui um fórum de dúvidas para que possamos
ajudá-lo(a) na plena compreensão do Direito Constitucional.
Gostaria de receber sua avaliação acerca das nossas aulas. Isso é muito importante para
nós.
Então vamos ao estudo do tema Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais.
Espero tê-lo(a) como aluno(a). Conte sempre conosco. Fique com Deus, forte abraço e
bons estudos.

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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
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TEORIA GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS


FUNDAMENTAIS
Nobre aluno(a), agora vamos iniciar o estudo do Título II da CF/1988.
Em um primeiro momento, veremos a chamada teoria geral dos direitos e garantias funda-
mentais. Após, trataremos dos cinco capítulos que compõem o Título II, a saber:
• Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos;
• Capítulo 2: direitos sociais;
• Capítulo 3: nacionalidade;
• Capítulo 4: direitos políticos;
• Capítulo 5: partidos políticos.

A partir dessa análise, podemos concluir que os direitos e garantias fundamentais (Título
II) são um gênero, cujas espécies são os cinco capítulos acima mencionados.

DIREITOS E DEVERES
PARTIDOS POLÍTICOS
INDIVIDUAIS E COLETIVOS

DIREITOS E GARAN-
TIAS DIREITOS SOCIAIS
FUNDAMENTAIS

DIREITOS POLÍTICOS NACIONALIDADE

Tal afirmação pode parecer, num primeiro instante, irrelevante, mas já caiu. Perceba!

Questão 1 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A CF classi-


fica, para fins de sistematização, o gênero direitos e garantias fundamentais em dois grupos:
direitos e deveres individuais e coletivos e direitos sociais.

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Errado.
Na verdade, o gênero “direitos e garantias fundamentais” é dividido em cinco espécies (gru-
pos): Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos; Capítulo 2: direitos sociais; Capítulo
3: nacionalidade; Capítulo 4: direitos políticos; Capítulo 5: partidos políticos.

Questão 2 (MPU/TÉCNICO/2015) Na CF, a classificação dos direitos e garantias funda-


mentais restringe-se a três categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de nacio-
nalidade e os direitos políticos.

Errado.
Vale o mesmo comentário da questão anterior.

DICA DO LD
Chamo a sua atenção para um importante detalhe: não preci-
sa estar expressamente previsto no edital o tema “teoria geral
dos direitos e garantias fundamentais” (e, aliás, na maioria das
vezes, não estará). O simples fato de cobrar o Título II da Cons-
tituição Federal já é suficiente para sabermos que sua teoria
geral também poderá ser objeto de prova. Cuidado com isso!

1. Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais


Ora, o nome do Título II é “direitos e garantias fundamentais”. Será que direito e garantia
seriam termos sinônimos? A resposta é negativa.
Os direitos fundamentais são os bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal, de
cunho declaratório. Por sua vez, as garantias fundamentais são instrumentos de proteção de

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um determinado direito também previstos na Constituição, de cunho assecuratório. Assim,

a Constituição Federal tutela a liberdade de locomoção – direito fundamental (art. 5º, XV) e,

caso haja restrição ilegal à liberdade de locomoção, a mesma Constituição prevê a garantia do

habeas corpus – garantia fundamental (art. 5º, LXVIII).

Art. 5º, XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal (exemplos: vida,
liberdade de locomoção, direito de reunião)
DIREITOS FUNDAMENTAIS natureza declaratória

DIFERENÇA ENTRE
DIREITOS E
GARANTIAS

instrumentos previstos na Constituição Federal para assegurar o gozo de


um determinado direito fundamental (exemplo: para proteger o direito fun-
damental da liberdade de locomoção, a Constituição prevê o habeas corpus)
GARANTIAS FUNDAMENTAIS
natureza assecuratória

Veja como isso é cobrado na prova!

Questão 3 (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010/ADAPTADA) Os direitos são bens e van-

tagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os instrumentos que asseguram o

exercício de tais direitos.

Certo.

De acordo com nossa explicação.

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DICA DO LD
Não confunda direitos fundamentais com direitos humanos. Os
direi­tos fundamentais encontram-se previstos na Constituição
Federal de um determinado Estado, ou seja, são normas jurídi-
cas internas de um certo País. Por sua vez, os direitos huma-
nos, universalmente adotados, estão assegurados em tratados
internacionais, isto é, são normas jurídicas internacionais.

2. Características dos Direitos e Garantias Fundamentais


Muito embora não haja perfeita sintonia na doutrina com relação ao tema ora em análise,
podemos apontar que são características dos direitos e garantias fundamentais:
• historicidade: significa que os direitos e garantias fundamentais foram criados ao longo
da história e não num determinado momento histórico. Essa característica está ligada à
evolução dos direitos fundamentais, que estudaremos mais a frente;
• universalidade: os direitos e garantias fundamentais destinam-se a todas as pessoas. A
universalidade será aprofundada ao trabalharmos os destinatários dos direitos e garan-
tias fundamentais;
• relatividade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, mas sim relativos.
É bem verdade que parte da doutrina admite que certos direitos podem ser considera-
dos de maneira absoluta, como a vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degra-
dante, bem como a proibição de extradição de brasileiro nato. Mas, de maneira geral, os
direitos e garantias fundamentais devem ser enxergados como relativos. A relatividade
dos direitos e garantias fundamentais será estudada com mais profundidade mais a
frente, quando formos tratar da teoria dos limites dos limites dos direitos e garantias
fundamentais;
• irrenunciabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser objeto de renún-
cia, o que pode ocorrer é o não uso. A doutrina admite, todavia, uma renúncia temporária
a um determinado direito fundamental, como ocorre, por exemplo, nos “reality shows”,
em que o participante abre mão, temporariamente, do seu direito fundamental à intimi-
dade;

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• inalienabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser negociados por


não possuírem conteúdo patrimonial;
• imprescritibilidade: os direitos e garantias fundamentais não desaparecem pelo decur-
so do tempo.
criados ao longo da história (Ex.: Magna Carta)
HISTORICIDADE ligada à evolução dos direitos e garantias fundamentais

destinam-se a todas as pessoas


Pode haver diferença UNIVERSALIDADE ligada aos destinatários dos direitos e garantias fundamentais
doutrinária

não são absolutos


ligada aos limites dos limites dos direitos e garantias fundamentais
RELATIVIDADE vedação à extradição do brasileiro nato
doutrina admite exceções vedação à tortura e ao tratamento
CARACTERISTICAS desumano ou degradante

não admitem renúncia


doutrina admite a renúncia temporária
IRRENUNCIABILIDADE (Ex.: “reality show”)
não são negociáveis
INALIENABILIDADE não tem cunho patrimonial

IMPRESCRITIBILIDADE não se perdem com o tempo

3. Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais


Ligada à característica histórica, vamos estudar a classificação dos direitos e garantias
fundamentais em primeira, segunda e terceira gerações (ou dimensões).
Para tanto, vamos nos valer do critério cronológico, isto é, levaremos em conta o momento
em que tais direitos foram reconhecidos como fundamentais e incorporados aos textos cons-
titucionais pelo mundo.
É importante dizer que alguns doutrinadores preferem a utilização do termo “dimensão” em
detrimento do termo “geração”, sob o argumento de que o termo geração poderia levar à ideia
de que o advento de uma nova geração provocaria a superação da anterior, o que não corres-
ponde à classificação proposta. Na verdade, as gerações são cumulativas. Essa informação é
muito importante porque já foi cobrada!
Para a prova, podemos considerar como sinônimos os termos geração e dimensão para
designar a evolução dos direitos e garantias fundamentais no tempo.
Perceba como já caiu.

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Questão 4 (PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA/2009) Na evolução das conhecidas dimensões


dos direitos fundamentais, há, sucessivamente, substituição de direitos na medida do atingi-
mento de novos estágios.

Errado.
Conforme ensinamos, a ideia é a cumulação das gerações de direitos e garantias fundamen-
tais no tempo.

Vamos estudar, juntos, as três gerações de direitos e garantias fundamentais que são reco-
nhecidas de maneira uniforme pela doutrina e pelo STF. Venha comigo!

Direitos Fundamentais de Primeira Geração

Surgiram com as revoluções liberais do fim do século XVIII (Revolução Francesa e Inde-
pendência do Estados Unidos da América), objetivando a restrição do poder absoluto do Esta-
do, a partir do respeito às liberdades públicas, no contexto da criação de um novo modelo de
Estado: o Estado Liberal.
São direitos negativos, pois exigem uma abstenção do Estado (um não fazer) em favor das
liberdades públicas. Possuem como destinatários os súditos (o povo), como forma de prote-
ção em face da ação opressora do Estado. São os direitos civis e políticos, ligados ao ideal de
liberdade.

Direitos Fundamentais de Segunda Geração

Surgiram no início do século XX, no contexto do surgimento do Estado Social, durante a


Revolução Industrial, em oposição ao Estado Liberal. São direitos positivos, pois passaram a

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exigir uma atuação positiva do Estado (um fazer). Correspondem aos direitos sociais, cultu-
rais e econômicos, ligados ao ideal de igualdade.

DICA DO LD
Estamos estudando a segunda geração. Como é segundo em
inglês? Second. Isto é, Sociais, Econômicos e Culturais.

Direitos Fundamentais de Terceira Geração

Por fim, em meados do século XX, surgiram os direitos de terceira geração, denominados “di-
reitos metaindividuais” (ou transindividuais), ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade).
São também direitos positivos, no bojo do Estado Social, tais como direito à preservação
do meio ambiente, da autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humanidade, e a
proteção do patrimônio histórico e cultural etc.

DICA DO LD
Perceba que há um paralelo entre os ideais da Revolução Fran-
cesa e as gerações dos direitos fundamentais, ou seja, “liber-
dade, igualdade e fraternidade” seriam a representação dos di-
reitos fundamentais de primeira, segunda e terceira gerações,
nessa ordem. Cuidado: fraternidade é sinônimo de solidarie-
dade!

Vejamos como isso pode cair na sua prova.

Questão 5 (DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2009) Os direitos de primeira geração ou dimen-


são (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou for-
mais – realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos,
sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas –

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acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira geração – que materializam poderes


de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais – consagram
o princípio da solidariedade.

Errado.
A questão retrata bem a evolução dos direitos e garantias fundamentais. O único erro está na
correlação do lema da Revolução Francesa com as gerações. O correto seria: os direitos de
primeira geração ou dimensão (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades
clássicas, negativas ou formais – realçam o princípio da LIBERDADE; os direitos de segunda
geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades po-
sitivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da IGUALDADE; os direitos de terceira gera-
ção – que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as
formações sociais – consagram o princípio da solidariedade.

Questão 6 (TJ-PA/JUIZ SUBSTITUTO/2007) Os direitos fundamentais de primeira geração


são os direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades públicas). Os direitos
fundamentais de segunda geração são os direitos sociais, econômicos e culturais. Os direitos
fundamentais de terceira geração são os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade,
que englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao progresso, entre outros.

Certo.
Exatamente isso!

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Questão 7 (ANCINE/NÍVEL SUPERIOR/2013) Constituem os chamados direitos de primei-


ra geração os direitos civis e sociais, caracterizados pelo valor da liberdade, enquanto os deno-
minados direitos de segunda geração são aqueles relacionados aos direitos econômicos, polí-
ticos e culturais, decorrentes do ideal da igualdade, e os chamados direitos de terceira geração
são representados pelos direitos correlacionados ao valor da solidariedade ou fraternidade.

Errado.
Trocou os direitos sociais e políticos. O certo seria: constituem os chamados direitos de pri-
meira geração os direitos civis e POLÍTICOS, caracterizados pelo valor da liberdade, enquanto
os denominados direitos de segunda geração são aqueles relacionados aos direitos econômi-
cos, SOCIAIS e culturais, decorrentes do ideal da igualdade, e os chamados direitos de terceira
geração são representados pelos direitos correlacionados ao valor da solidariedade ou frater-
nidade.

Dito isso, vamos tratar dos chamados direitos de quarta e quinta gerações, mas antes, é
importante destacar que não há unanimidade aqui. O tema é bastante controverso, justamente
por isso não tem caído muito em provas. Na maioria das vezes que foi lembrado, o examinador
valeu-se da doutrina de Paulo Bonavides. Portanto, vamos a ela!

Direitos Fundamentais de Quarta Geração

Segundo Paulo Bonavides11, os direitos fundamentais de quarta geração estão ligados à


democracia, à informação e ao pluralismo (ou diversidade). Estes direitos nascem a partir do
fenômeno da globalização política.

DICA DO LD
Pode ser que a banca cobre a quarta geração à luz do filósofo
italiano Norberto Bobbio. Para ele, são direitos de quarta gera-
ção aqueles ligados aos avanços da engenharia genética.
11
Bonavides, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 26ª edição. Editora Malheiros, 2011. Páginas 570/572.

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Direitos Fundamentais de Quinta Geração

Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz (art. 4º, VI) representaria o direito fun-
damental de quinta geração12.

DICA DO LD
Cuidado: de maneira geral, o direito à paz é de terceira gera-
ção, por ser um direito metaindividual. Esse entendimento de
que a paz representaria um direito de quinta geração é próprio
de Paulo Bonavides. OK?

5a GERAÇÃO 1a GERAÇÃO

direito à paz final do século XVIII


Estado Liberal
EVOLUÇÃO – CRITÉRIO CRONO-
direitos negativos (abstenção)
LÓGICO
direitos civis e políticos
ideal de liberdade

4a GERAÇÃO 2a GERAÇÃO

democracia início do século XX


informação Estado Social
pluralismo direitos positivos (prestacionais)
direitos sociais, econômicos e culturais
ideal de igualdade

Norberto Bobbio: direitos ligados aos


avanços da engenharia genética 3a GERAÇÃO

meados do século XX
Estado Social
direitos positivos (prestacionais)
direitos metaindividuais
ideal de fraternidade (solidariedade)

A evolução dos direitos e garantias fundamentais no tempo está intimamente ligada a pró-
pria evolução do constitucionalismo (a história do Direito Constitucional). Vejamos.
Sempre houve a ideia da existência de uma norma jurídica suprema (acima das demais
normas) que apresentasse a estruturação do Estado.
12
Bonavides, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 26ª edição. Editora Malheiros, 2011. Páginas 579/593.

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Trata-se do período denominado constitucionalismo antigo, que tem suas bases históricas
lá no povo hebreu, com o estabelecimento, mesmo que de maneira incipiente, de limitações ao
poder político no Estado teocrático (que adota uma religião oficial).
Como isso pode cair em concurso?

Questão 8 (TJ-CE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2011) Acerca da


história do constitucionalismo, é correto afirmar que Karl Loewenstein identificou indícios do
seu surgimento entre os hebreus durante a Antiguidade, por ter lá encontrado certas limitações
ao poder político, mormente aquelas que asseguravam aos profetas a legitimidade para fisca-
lizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.

Certo.
De fato, foi o jurista alemão Karl Loewenstein (o mesmo da classificação ontológica de Cons-
tituição) quem identificou indícios do surgimento do constitucionalismo entre os hebreus du-
rante a Antiguidade, por ter encontrado certas limitações ao poder político.

Entretanto, o movimento denominado constitucionalismo moderno surgiu apenas no fim


do século XVIII, a partir das ideias revolucionárias franco-americanas, com o propósito de
limitar o poder estatal absoluto. O seu marco histórico está na criação das Constituições dos
Estados Unidos da América, de 1787, e da França, de 1791.
Essas ideias revolucionárias buscaram romper com o arbítrio próprio do Estado Absolu-
tista, que possuía poderes ilimitados, para implantar um novo modelo de Estado, o Estado
Liberal, também chamado de Estado Moderno, com poder limitado pelo estabelecimento da
separação dos poderes e de um rol mínimo de direitos e garantias fundamentais.
A característica marcante do constitucionalismo moderno foi a criação de constituições
(normas jurídicas supremas) com o fim de limitar o exercício do poder estatal, até então

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absoluto. Para tanto, foram concebidas constituições escritas e rígidas, inspiradas nos ideais
do Iluminismo e na proteção das liberdades públicas, marcas centrais do liberalismo político e
econômico vigentes à época, na busca de limites ao exercício do poder do Estado.
Perceba como isso cai em prova.

Questão 9 (TCE-MG/PROCURADOR/2007) Considerando a evolução histórica, não podem


ser considerados como elementos que influíram na formação do constitucionalismo, dentre
outros episódios, quando os Estados passaram a adotar leis fundamentais, também sobre a
organização política, na transição da monarquia absoluta para o Estado Liberal de Direito, no
final do século XVIII.

Errado.
É justamente o contrário. Pode ser considerado como elemento que influiu na formação do
constitucionalismo, dentre outros episódios, quando os Estados passaram a adotar leis fun-
damentais (constituições), também sobre a organização política, na transição da monarquia
absoluta para o Estado Liberal de Direito, no fim do século XVIII.

Pode-se, portanto, denominar o constitucionalismo moderno como o movimento político,


jurídico e ideológico que idealizou a estruturação do Estado e a limitação do exercício de seu
poder, concretizadas pela elaboração de uma constituição escrita e rígida destinada a repre-
sentar sua lei fundamental.
O conteúdo dessas primeiras constituições escritas e rígidas, de orientação liberal, resu-
mia-se no estabelecimento de normas acerca da organização do Estado, do exercício e da
limitação do poder estatal, assegurada pela enumeração de direitos e garantias fundamentais
dos indivíduos e pela separação dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). Essa fase

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do constitucionalismo moderno corresponde à consolidação da primeira geração dos direitos


fundamentais, ligada ao ideal de liberdade: os direitos civis e políticos.
Já no início do século XX, no contexto da crescente Revolução Industrial, com o surgimen-
to da ideologia socialista, nasce a necessidade de se concretizar a igualdade de oportunida-
des a todos os integrantes da sociedade, uma vez que a igualdade formal não mais cumpria o
seu o papel social.
A partir de então, desenvolveu-se a segunda geração dos direitos e garantias fundamen-
tais (direitos sociais, econômicos e culturais), notadamente com o surgimento da Constituição
Mexicana de 1917 e da Constituição Alemã de 1919 (chamada de Constituição de Weimar),
pautadas no ideal da igualdade material.
Nesse contexto, o Estado abandona seu ideal abstencionista (modelo de Estado Liberal
que se mantém inerte – não intervencionista), passando a intervir no corpo social com a fina-
lidade de corrigir as desigualdades existentes. Passam os entes políticos a executar políticas
públicas tendentes a garantir a fruição de direitos como a saúde, a moradia, a previdência, a
educação. Essa nova fase inaugura o constitucionalismo contemporâneo.
Essa abordagem já foi objeto de prova. Perceba.

Questão 10 (EXAME DA OAB/2007.3) O descaso para com os problemas sociais, que veio
a caracterizar o État Gendarme, associado às pressões decorrentes da industrialização em
marcha, o impacto do crescimento demográfico e o agravamento das disparidades no interior
da sociedade, tudo isso gerou novas reivindicações, impondo ao Estado um papel ativo na rea-
lização da justiça social. O ideal absenteísta do Estado liberal não respondia, satisfatoriamen-
te, às exigências do momento. Uma nova compreensão do relacionamento Estado/sociedade
levou os poderes públicos a assumir o dever de operar para que a sociedade lograsse superar
as suas angústias estruturais. Daí o progressivo estabelecimento pelos Estados de seguros
sociais variados, importando intervenção intensa na vida econômica e a orientação das ações
estatais por objetivos de justiça social. Gilmar Ferreira Mendes et al. Curso de Direito Consti-
tucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 223 (com adaptações). Esse texto caracteriza, em seu
contexto histórico, a

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a) primeira geração de direitos fundamentais.


b) segunda geração de direitos fundamentais.
c) terceira geração de direitos fundamentais.
d) quarta geração de direitos fundamentais.

Letra b.
É exatamente o retrato da transição do Estado Liberal (absenteísta) para o Estado Social (pres-
tacional) no início do século XX, no contexto da Revolução Industrial. A única dúvida que tal-
vez paire é o significado do termo “État Gendarme”: numa tradução literal, significa Estado de
Polícia ou Estado Guardião, mas empregado, no caso, como sinônimo de Estado Liberal não
intervencionista.

No Brasil, o constitucionalismo contemporâneo surgiu a partir do estabelecimento da


Constituição Federal de 1934 – terceira Constituição Brasileira e a primeira a tratar da ordem
econômica e social –, tendo como fonte inspiradora a Constituição Alemã de 1919 (Constitui-
ção de Weimar).
Já em meados do século XX, as constituições passaram a se preocupar com os interesses
metaindividuais (acima da mera individualidade dos integrantes de uma dada sociedade). São
os denominados direitos transindividuais, aí incluídos os direitos difusos, os coletivos e os
individuais homogêneos.
Surgiu, assim, a terceira geração dos direitos e garantias fundamentais, marcados pelo
ideal de fraternidade (solidariedade). Exemplos: direito ao meio ambiente equilibrado, ao de-
senvolvimento, ao progresso da humanidade, à paz social, à comunicação entre os povos.
É isso. Querido(a) aluno(a), em rápidas palavras, esse foi um breve histórico que retratou a
evolução do Estado Liberal ao Estado Social, do constitucionalismo antigo ao contemporâneo,
dos direitos e garantias fundamentais de primeira geração aos de terceira geração.

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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
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OK?
Vamos, agora, desmistificar quem são os destinatários dos direitos e garantias fundamen-
tais. De antemão, já aviso para tomar cuidado com a cabeça do art. 5º.

4. Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais

Querido(a) aluno(a), a interpretação literal do caput do art. 5º conduz a um equívoco cras-


so!
Estabelece a norma que: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]”.
A melhor interpretação da citada norma constitucional não leva à compreensão de que
apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes sejam destinatários dos direitos e garantias
fundamentais. Na verdade, são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes
na nossa Constituição Federal todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes
ou não – e, até mesmo, os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem ne-
nhuma nacionalidade) e jurídicas (de direito público ou de direito privado), desde que o direito
tratado seja compatível com a sua natureza.
Essa parte final é muito interessante. Sem dúvida que, genericamente, podemos afirmar
que todas as pessoas físicas e jurídicas são destinatárias dos direitos e garantias fundamen-
tais previstos na nossa Constituição Federal. No entanto, não há que se falar em direitos po-
líticos ao estrangeiro. Tampouco se pode pensar em direito à saúde de uma empresa. Esses
direitos não são compatíveis com a natureza jurídica deles.

cuidado com o art. 5° , “caput”

DESTINATÁRIOS
todas as pessoas, desde que o direito
visado seja compatível com a sua natureza

Vejamos como isso é cobrado!

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Questão 11 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/PSICOLOGIA/2011) As


pessoas jurídicas de direito privado ou público são destinatárias dos direitos e garantias fun-
damentais compatíveis com sua natureza.

Certo.
Exatamente como tratamos.

Questão 12 (STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) As pessoas jurídicas são beneficiárias


dos direitos e garantias individuais, desde que tais direitos sejam compatíveis com sua natureza.

Certo.
Exatamente isso!

Questão 13 (SRF/ANALISTA TRIBUTÁRIO/2009) Pessoas jurídicas de direito público não


podem ser titulares de direitos fundamentais.

Errado.
Em geral, todas as pessoas podem ser titulares de direitos fundamentais, inclusive as pessoas
jurídicas de direito público, como as entidades federativas (União, Estados-membros, Distrito
Federal e Municípios), as autarquias, as fundações públicas de direito público.

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Questão 14 (IRB/DIPLOMATA/2013) Os brasileiros, natos e naturalizados, e os estrangeiros


residentes no país são igualmente destinatários dos direitos e garantias fundamentais. Apenas
os estrangeiros não residentes que estejam em trânsito pelo território nacional não dispõem
de meios jurisdicionais para assegurar a validade e o gozo desses direitos.

Errado.
Conforme afirmamos, todos os estrangeiros (residentes ou não) são igualmente destinatários
dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 15 (MPU/NÍVEL MÉDIO/2013) Embora os direitos e as garantias fundamentais se


destinem essencialmente às pessoas físicas, alguns deles podem ser estendidos às pessoas
jurídicas.

Certo.
Um exemplo é a proteção da honra objetiva de uma empresa. De acordo com a Súmula 227, do
STJ, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Nesse caso, trata-se de proteção da chamada
honra objetiva. Conforme reconheceu o STJ, “quando se trata de pessoa jurídica, o tema da
ofensa à honra propõe uma distinção inicial: a honra subjetiva, inerente à pessoa física, que
está no psiquismo de cada um e pode ser ofendida com atos que atinjam a sua dignidade,
respeito próprio, autoestima, etc., causadores de dor, humilhação, vexame; a honra objetiva,
externa ao sujeito, que consiste no respeito, admiração, apreço, consideração que os outros
dispensam à pessoa. Por isso se diz ser a injúria um ataque à honra subjetiva, à dignidade da
pessoa, enquanto que a difamação é ofensa à reputação que o ofendido goza no âmbito social
onde vive. A pessoa jurídica, criação da ordem legal, não tem capacidade de sentir emoção e
dor, estando por isso desprovida de honra subjetiva e imune à injúria. Pode padecer, porém, de
ataque à honra objetiva, pois goza de uma reputação junto a terceiros, passível de ficar abalada
por atos que afetam o seu bom nome no mundo civil ou comercial onde atua”.

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Questão 16 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) A jurisprudência do STF reconhece que os


estrangeiros, mesmo os não residentes no país, são destinatários dos direitos fundamentais
consagrados pela CF, sem distinção de qualquer espécie em relação aos brasileiros. No mes-
mo sentido, as pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e garantias elencados na CF, na
mesma proporção das pessoas físicas.

Errado.
Duplamente errado. O correto seria: a jurisprudência do STF reconhece que os estrangeiros,
mesmo os não residentes no país, são destinatários dos direitos fundamentais consagrados
pela CF/1988, COM distinção em relação aos brasileiros, uma vez que só gozam dos direitos
compatíveis com sua condição de estrangeiro. No mesmo sentido, as pessoas jurídicas são
destinatárias dos direitos e garantias elencados na CF/1988, em proporção DIFERENTE das
pessoas físicas, haja vista que só podem usufruir daqueles direitos fundamentais compatíveis
com sua natureza.

Questão 17 (STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) As pessoas jurídicas são beneficiárias


dos direitos e garantias individuais, desde que tais direitos sejam compatíveis com sua natureza.

Certo.
Exatamente isso!

Questão 18 (STF/NÍVEL SUPERIOR/2013) Considerando-se que o art. 5º da CF prevê que


todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, é correto afirmar que aos estrangeiros não residentes
no Brasil não se garantem esses direitos.

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Errado.
Conforme ensinamos, até os estrangeiros não residentes são destinatários dos direitos e das
garantias constitucionalmente previstos. Imagine a situação de um estrangeiro que esteja fa-
zendo turismo no Brasil. Este estrangeiro não residente goza de direitos fundamentais, tais
como, o direito à vida, o direito à liberdade de locomoção, o direito à propriedade.

5. Eficácia Horizontal ou Eficácia Externa


Para explicar essa parte da teoria geral, precisamos adentrar um pouco na história geral.
Então, vamos lá!
Na origem (fim do século XVIII), os direitos e as garantias fundamentais visavam regular
apenas as relações entre o Estado e o particular, ou seja, foram concebidos para proteger os
súditos (o povo) em face da ação opressora do Estado. Nessa fase, falava-se tão somente em
eficácia vertical dos direitos e garantias fundamentais (vertical porque o Estado se situa acima
do seu povo).
Ocorre que a evolução constitucional permitiu a aplicação de tais direitos também às re-
lações privadas ou horizontais entre pessoas privadas (horizontal porque os envolvidos estão
no mesmo nível). Ou seja, muito embora os direitos e garantias fundamentais tenham sido
criados para regular as relações verticais entre o Estado e os seus súditos, passaram, também,
com o tempo, a ser empregados nas relações horizontais entre pessoas privadas (é o que se
denomina eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais).
Tenho observado uma certa dificuldade na compreensão da eficácia horizontal dos direitos
fundamentais, especialmente por aqueles que estão estudando o Direito Constitucional pela
primeira vez. Então, vamos tentar ser mais elucidativos.
Pensemos no princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. Quando este prin-
cípio foi positivado (ou seja, inserido na Constituição Federal pela primeira vez), a ideia era a
de que o Estado não poderia tratar as pessoas de maneira desumana (tratava-se da eficácia
vertical, considerando que o Estado está acima das pessoas). Com a evolução da aplicação

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dos direitos fundamentais também nas relações privadas, o respeito à dignidade da pessoa
humana passou a ser observado inclusive nas relações horizontais (a chamada eficácia hori-
zontal – horizontal no sentido de que os partícipes estão no mesmo patamar).

Vamos a um exemplo: imagine uma residência que mantém uma empregada doméstica. O
patrão tem o dever de tratá-la com dignidade, porque nesta relação privada deve ser observado
o princípio da dignidade da pessoa humana. É a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Patrão e empregada estão no mesmo patamar e devem tratar-se com dignidade porque este
princípio fundamental é de observância obrigatória nas relação jurídicas privadas.
Outro exemplo, tirado da jurisprudência do STF, diz respeito à impossibilidade de expulsão de
um associado sem o devido processo legal. Entendeu a Suprema Corte que uma associação
só pode desligar um associado se der a ele o direito ao contraditório e à ampla defesa. A asso-
ciação e o associado estão no mesmo patamar. Trata-se, portanto, de uma relação horizontal
entre pessoas privadas. Mesmo assim, entendeu o STF que nessa relação horizontal deve ser
respeitados os princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Com-
preendeu?

muito embora criados para regular as relações


verticais entre o Estado e o seu povo, os direitos
EFICÁCIA e garantias fundamentais também se aplicam nas
HORIZONTAL relações horizontais entre pessoas privadas

exemplo: expulsão de associado sem direito de


defesa (STF)

6. Teoria dos Limites dos Limites dos Direitos Fundamentais


Querido(a) aluno(a), vou aprofundar o estudo, dentro do nosso audacioso objetivo de GA-
BARITAR Direito Constitucional. Combinado?
Já sabemos que os direitos fundamentais possuem como característica a relatividade, isto
é, são, em regra, não absolutos.
Isso quer dizer que é possível limitar a extensão dos direitos fundamentais. Mas essa pos-
sibilidade encontra sua limitação na manutenção do “núcleo essencial” do direito fundamen-
tal.

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Essa teoria chama-se teoria dos limites dos limites dos direitos fundamentais (chamado
pela doutrina alemã de Schranken-Schranken).
Segundo a teoria dos limites dos limites dos direitos fundamentais, a restrição ao direito
fundamen­tal, que decorre da própria Constituição, somente é válida se respeitado o seu núcleo
essencial. Entende-se por núcleo essencial, o conteúdo mínimo e intangível do direito funda-
mental, que deve sempre ser protegido em quaisquer circunstâncias, sob pena de se criar gra-
ve situação inconstitucional.
Vamos a um exemplo hipotético, porém elucidativo. Hoje é possível a qualquer pessoa que
atenda aos requisitos do aplicativo, dirigir carro compartilhado e fazer disso a sua profissão.
No entanto, o art. 5º, inc. XIII, diz que “ é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Ou seja, pode o Congresso
Nacional editar uma lei para restringir a profissão de motorista de aplicativo. Entretanto, esse
poder de restrição encontra limites na manutenção do núcleo essencial da liberdade profis-
sional. Assim, se o Congresso Nacional fere o núcleo essencial da liberdade profissional, essa
restrição será inconstitucional, por desrespeitar a teoria dos limites dos limites dos direitos
fundamentais. Imagine se a lei federal disser que só pode dirigir carro compartilhado aquele
que possuir carteira de motorista a mais de 30 anos e nunca ter cometido infração de trânsito.
Nesse caso, será que o Congresso Nacional respeitou o núcleo essencial da liberdade pro-
fissional? Entendo que não, porque se trata, no caso, de uma restrição tão severa que fere de
morte o núcleo essencial da liberdade profissional. Muito embora possua o poder de restringir
os direitos fundamentais, essa limitação encontra limites na preservação do núcleo essencial
do direito fundamental. Ficou claro agora?

SCHRANKEN-SCHRANKEN (doutrina alemã)

A limitação dos direitos fundamentais somente é


TEORIA DOS válida se respeitar o seu núcleo essencial
LIMITES DOS
LIMITES Núcleo essencial: conteúdo mínimo e intangível

Ex.: regulamentação excessiva que atinja o núcleo


essencial da liberdade profissional

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7. Colisão entre Direitos Fundamentais – Aplicação do Princípio da Pro-


porcionalidade

Meu (minha) aluno(a), é possível, num caso concreto, haver conflito entre direitos funda-
mentais. Em outras palavras, em uma situação real, pode haver uma dúvida sobre qual direito
fundamental que deverá ser aplicado.
Para a solução de conflitos entre direitos fundamentais, uti­liza-se o princípio da propor-
cionalidade, que determina que a relação entre o fim que se busca e o meio utilizado deva ser
proporcional, ou seja, não excessiva.
O princípio da proporcionalidade, na verdade, subdivide-se em três outros subprincípios: 1)
adequação; 2) necessidade; 3) proporcionalidade em sentido estrito.
O subprincípio da adequação exige que qualquer medida restritiva de direitos fundamen-
tais deve ser idônea à consecução da finalidade pretendida. Ou seja, a medida a ser adotada
deve ser adequada para se chegar ao resultado almejado.
Por sua vez, o subprincípio da necessidade determina que a medida restritiva deve ser
realmente indispensável e que não possa ser substituída por outra de igual eficá­cia e menos
gravosa.
Por fim, o subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito impõe que o ônus deter-
minado pela medida deve ser inferior ao benefício por ela buscado. Trata-se da verificação da
relação custo-benefício da medida, da ponderação entre os danos causados e os resultados a
serem obtidos.

Vamos, mais uma vez, a um exemplo hipotético (esdrúxulo, mas esclarecedor). Imagine que
em um determinado Município há uma quantidade excessiva de crimes cometidos por adoles-
centes. O Juiz da Infância e da Juventude desta comarca baixa uma portaria impedindo que
crianças e adolescentes saiam de suas casas após as 20 horas. Temos nessa medida dois
direitos igualmente fundamentais em conflito: de um lado, temos a segurança pública e, de
outro, a liberdade de locomoção. Para sabermos se a portaria do juiz é (ou não) proporcional,
temos que utilizar os três “filtros”: 1) adequação; 2) necessidade; e 3) proporcionalidade em

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sentido estrito. A portaria do juiz é adequada? Sim. Proibindo os jovens de estarem nas ruas
após às 20 horas, isso diminuirá a delinquência juvenil. Ou seja, a portaria atinge o objetivo
buscado. Por outro lado, a portaria do juiz é necessária? Em outros termos, haveria outro meio
menos gravoso para atingir o mesmo objetivo? Entendo que a portaria é desnecessária, uma
vez que há outros meios menos gravosos para atingir o mesmo fim, como aumentar o poli-
ciamento nas ruas. Por fim, a portaria do juiz passa pelo crivo da proporcionalidade em sen-

tido estrito? Também entendo que não. Numa ponderação entre os prejuízos causados e os

benefícios atingidos, creio que os males da portaria são maiores do que as vantagens por sua

adoção. Por tudo isso, na minha visão (você pode ter opinião diferente), a medida adotada pelo

juiz é desproporcional, não devendo ser adotada.

Concluo que, no caso concreto apresentado, deve-se privilegiar a liberdade de locomoção em

detrimento da segurança pública. OK?

Essa é a utilização do princípio da proporcionalidade para a resolução de eventuais conflitos

entre direitos fundamentais em um determinado caso concreto.


Outro exemplo pode ser extraído da Lei nº 13.301, de 2016. O art. 1º, § 1º, IV, desta Lei prevê a
possibilidade de ingresso forçado em imóveis públicos e particulares, no caso de situação de
abandono, ausência ou recusa de pessoa que possa permitir o acesso de agente público, regu-
larmente designado e identificado, quando se mostre essencial para a contenção das doenças.
Cuida-se de uma possibilidade legal de se relativizar a inviolabilidade domiciliar como medida
para o controle do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do vírus
da zika. Temos, no caso, de um lado, o direito à inviolabilidade domiciliar e, de outro, o direito à
saúde pública. Qual deve prevalecer? Em minha opinião, nesse caso concreto, o direito da cole-
tividade à saúde pública. Observando a Lei em comento sob o prisma da proporcionalidade,
será que passaria pelos 3 “filtros”? Vejamos: a Lei é adequada, uma vez que entrar forçadamen-
te no imóvel permitirá o controle da proliferação do mosquito. De outro lado, não vislumbro uma
medida menos gravosa para o atingimento do objetivo que é controlar o aumento das doenças
provocadas pelo mosquito, portanto, a lei é necessária. Por fim, numa relação de custo-bene-
fício, cuidar da saúde pública da comunidade afetada é mais importante do que se preservar

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a inviolabilidade domiciliar de uma casa em que há a presença do mosquito transmissor das


doenças citadas, o que demonstra haver proporcionalidade em sentido estrito. Assim, resta
claro que o ingresso forçado, no caso em questão, atende ao princípio da proporcionalidade,
devendo prevalecer a saúde pública em detrimento da proteção da inviolabilidade domiciliar.

Compreendeu?
a medida é idônea para atingir
Adequação a finalidade pretendida
Necessidade não há outra medida menos gravosa
PRINCÍPIO DA
COLISÃO ENTRE Proporcionalidade o ônus imposto deve ser
PROPORCIONALIDADE em sentido estrito inferior ao benefício atingido
DIREITOS
FUNDAMENTAIS Ingresso forçado em
imóvel abandonado

Art. 1° Na situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito transmissor do vírus da dengue,
do vírus chikungunya e do vírus da zika, a autoridade máxima do Sistema Único de Saúde-SUS de âmbito federal,
estadual, distrital e municipal fica autorizada a determinar e executar as medidas necessárias ao controle das
doenças causadas pelos referidos vírus [ ...]. §1º Entre as medidas que podem ser determinadas e executadas para a
contenção das doenças causadas pelos vírus de que trata o caput, destacam-se: [...] IV – ingresso forçado em imóveis
públicos e particulares, no caso de situação de abandono, ausência ou recusa de pessoa que possa permitir o acesso
de agente público, regularmente designado e identificado, quando se mostre essencial para a contenção das doenças.

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Vamos a um mapa mental dos pontos da teoria geral dos direitos e garantias fundamentais

que já estudamos até aqui e não podemos esquecer.

DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E


EFICÁCIA HORIZONTAL GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Direitos: bens jurídicos


muito embora criados para regular as rela-
Garantias: instrumentos
ções verticais entre o Estado e o seu povo, os
TEORIA GERAL DOS
direitos e garantias fundamentais também se
DIREITOS E GARANTIAS
aplicam nas relações horizontais entre pes-
FUNDAMENTAIS CARACTERÍSTICAS
soas privadas

historicidade
DESTINATÁRIOS universalidade
relatividade
todas as pessoas, desde que o direito visado irrenunciabilidade
seja compatível com a sua natureza inalienabilidade
imprescritibilidade

TEORIA DOS LIMITES DOS LIMITES

EVOLUÇÃO
A limitação dos direitos fundamentais somente
é válida se respeitar o seu núcleo essencial
1a geração: civis e políticos
2a geração: sociais, econômicos e culturais
3a geração: metaindividuais
COLISÃO ENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS
4a geração: democracia, informação e pluralismo
5a geração: paz
Deve-se aplicar o princípio da proporcionalidade
sob o seu triplo aspecto (adequação, necessi-
dade e proporcionalidade em sentido estrito)

8. Os Quatro Status de Jellinek

Com a finalidade de explicar a relevante função desempenhada pelos direitos e garantias

fundamentais, Georg Jellinek desenvolveu, no final do século XIX, a doutrina dos quatros status

em que o indivíduo pode-se encontrar diante do Estado: o status passivo, o status negativo, o

status positivo e o status ativo. Vejamos cada um deles:

a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se encontra em posição de subordi-

nação aos poderes públicos, caracterizando-se como detentor de deveres para com o Estado

(exemplo: a Constituição Federal proíbe o voto para menores de 16 anos. Todos os jovens que
não tenham atingido essa idade mínima devem se subordinar a essa proibição e não poderão
votar);

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b) status negativo ou status libertatis: caracterizado por um espaço de liberdade de atua-

ção dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos (exemplo: o Estado deve respeitar o

direito à liberdade de locomoção dos seus súditos);

c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indivíduo em situação de exigir

do Estado que atue positivamente em seu favor (exemplo: o Estado tem o dever de prestar um

serviço de saúde pública de qualidade);

d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na formação da vontade estatal,

correspondendo ao exercício dos direitos políticos manifestados principalmente por meio do

voto (exemplo: conforme dito, o direito constitucional ao voto é uma manifestação do “status”

ativo).

“Status” em que o indivíduo pode-se


encontrar diante do Estado
Criado no final do séc. XIX por Georg Jellinek
Posição de subordinação
Indivíduo como detentor de deveres perante o
“Status” passivo ou “status subjectionis” Estado (submissão às proibições)
Ex.: impossibilidade do voto para menores de 16

Espaço de liberdade sem ingerência do Estado


QUATRO “STATUS“
“Status” negativo ou “status libertatis” Ex.: liberdade de locomoção
DE JELLINEK
Condição de exigir uma atuação positiva
do Estado
“Status” positivo ou “status civitatis” Ex.: direito à saúde pública de qualidade

Exercício dos direitos políticos


“Status” ativo Ex.: direito ao voto

Questão 19 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO


FISCAL) De acordo com a teoria dos status dos direitos fundamentais, o positivo é considera-
do como aquele que congrega os direitos relacionados à capacidade do cidadão de influenciar
a vontade estatal.

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Errado.
Conforme acabamos de ver, é o status ativo que coloca o indivíduo numa posição de influen-
ciar a formação da vontade geral do Estado.

É isso!
Espero que tenha se divertido com a nossa aula. Se existirem dúvidas, estou no fórum de
dúvidas, pronto para “espancar” todas elas. Gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa
aula. Isso é muito importante para nós.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos!

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RESUMO
Direitos e Garantias Fundamentais: o gênero “direitos e garantias fundamentais” é com-
posto de 5 espécies (os Capítulos do Título II) – a) Capítulo 1: direitos e deveres individuais
e coletivos; b) Capítulo 2: direitos sociais; c) Capítulo 3: nacionalidade; d) Capítulo 4: direitos
políticos; e) Capítulo 5: partidos políticos.
Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais: os direitos fundamentais são os bens
jurídicos tutelados pela Constituição Federal, de cunho declaratório. Por sua vez, as garantias
fundamentais são instrumentos de proteção de um determinado direito também previstos na
Constituição, de cunho assecuratório.
Direitos Fundamentais X Direitos Humanos: Os direitos fundamentais encontram-se pre-
vistos na Constituição Federal de um determinado Estado, ou seja, são normas jurídicas in-
ternas de um certo País. Por sua vez, os direitos humanos, universalmente adotados, estão
assegurados em tratados internacionais, isto é, são normas jurídicas internacionais.
Características dos Direitos e Garantias Fundamentais: 1) historicidade: significa que os
direitos e garantias fundamentais foram criados ao longo da história; 2) universalidade: os di-
reitos e garantias fundamentais destinam-se a todas as pessoas; 3) relatividade: os direitos e
garantias fundamentais não são absolutos, mas sim relativos; 4) irrenunciabilidade: os direitos
e garantias fundamentais não podem ser objeto de renúncia, o que pode ocorrer é o não uso;
5) inalienabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser negociados por não
possuírem conteúdo patrimonial; 6) imprescritibilidade: os direitos e garantias fundamentais
não desaparecem pelo decurso do tempo.
Direitos Fundamentais de Primeira Geração: surgiram com as revoluções liberais do fim do
século XVIII (Revolução Francesa e Independência do Estados Unidos da América), objetivan-
do a restrição do poder absoluto do Estado, a partir do respeito às liberdades públicas, no con-
texto da criação de um novo modelo de Estado: o Estado Liberal. São direitos negativos, pois
exigem uma abstenção do Estado (um não fazer) em favor das liberdades públicas. Possuem
como destinatários os súditos (o povo), como forma de proteção em face da ação opressora
do Estado. São os direitos civis e políticos, ligados ao ideal de liberdade.

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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
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Direitos Fundamentais de Segunda Geração: surgiram no início do século XX, no contexto


do surgimento do Estado Social, durante a Revolução Industrial, em oposição ao Estado Libe-
ral. São direitos positivos, pois passaram a exigir uma atuação positiva do Estado (um fazer).
Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, ligados ao ideal de igualdade.
Direitos Fundamentais de Terceira Geração: em meados do século XX, surgiram os direi-
tos de terceira geração, denominados “direitos metaindividuais” (ou transindividuais), ligados
ao ideal de fraternidade (ou solidariedade). São também direitos positivos, no bojo do Estado
Social, tais como direito à preservação do meio ambiente, da autodeterminação dos povos, da
paz, do progresso da humanidade, do patrimônio histórico e cultural etc.
Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais: são destinatárias dos direitos e ga-
rantias fundamentais presentes na nossa Constituição Federal todas as pessoas físicas (na-
cionais, estrangeiras – residentes ou não – e, até mesmo, os apátridas – expressão que de-
signa aqueles que não possuem nenhuma nacionalidade) e jurídicas (de direito público ou de
direito privado), desde que o direito tratado seja compatível com a sua natureza.
Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais: muito embora os direitos e ga-
rantias fundamentais tenham sido criados para regular as relações verticais entre o Estado e
os seus súditos, passaram também, com o tempo, a ser empregados nas relações horizontais
entre pessoas privadas.
Teoria dos Limites dos Limites dos Direitos Fundamentais: a restrição ao direito funda-
mental, que decorre da própria Constituição, somente é válida se respeitado o seu núcleo es-
sencial. Entende-se por núcleo essencial, o conteúdo mínimo e intangível do direito fundamen-
tal, que deve sempre ser protegido em quaisquer circunstâncias, sob pena de se criar grave
situação inconstitucional.
Colisão entre Direitos Fundamentais - Aplicação do Princípio da Proporcionalidade: para
a solução de conflitos entre direitos fundamentais, utiliza-se o princípio da proporcionalidade,
que determina que a relação entre o fim que se busca e o meio utilizado deva ser proporcional,
ou seja, não excessiva. O princípio da proporcionalidade, na verdade, subdivide-se em três ou-
tros subprincípios: 1) adequação; 2) necessidade; 3) proporcionalidade em sentido estrito. O
subprincípio da adequação exige que qualquer medida restritiva de direitos fundamentais deve

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ser idônea à consecução da finalidade pretendida. Por sua vez, o subprincípio da necessidade
determina que a medida restritiva deve ser realmente indispensável e que não possa ser subs-
tituída por outra de igual eficácia e menos gravosa. Por fim, o subprincípio da proporcionalida-
de em sentido estrito impõe que o ônus determinado pela medida deve ser inferior ao benefício
por ela buscado. Trata-se da verificação da relação custo-benefício da medida, da ponderação
entre os danos causados e os resultados a serem obtidos.
Os quatro status de Jellinek: a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se en-
contra em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizando-se como detentor
de deveres para com o Estado; b) status negativo ou status libertatis: caracterizado por um
espaço de liberdade de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos; c) sta-
tus positivo ou status civitatis: posição que coloca o indivíduo em situação de exigir do Estado
que atue positivamente em seu favor; d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir
na formação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direitos políticos manifesta-
dos principalmente por meio do voto.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CRF-TO/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2019) Com base na Constituição Fe-
deral, acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa correta.
a) Aplicam-se somente a cidadãos maiores de 18 anos de idade ou aos emancipados por de-
cisão judicial transitada em julgado.
b) São garantidos somente aos brasileiros que estiverem no pleno gozo dos respectivos direi-
tos políticos.
c) Não são garantidos aos presidiários que sofreram condenação criminal.
d) São garantidos a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País.
e) Podem ser suspensos por ato do Poder Executivo federal.

Questão 2 (TRF-3ª/ANALISTA JUDICIÁRIO ARQUIVOLOGIA/2014) A Constituição Fede-


ral de 1988, ao disciplinar o regime jurídico do estrangeiro residente no país, estabeleceu que,
quanto a eles,
a) não se aplicam os direitos sociais conferidos aos trabalhadores urbanos.
b) garante-se, como regra geral, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à se-
gurança e à propriedade em condições idênticas aos brasileiros.
c) podem alistar-se como eleitores independentemente de naturalização, desde que residentes
há mais de 10 anos no país.
d) não podem impetrar diretamente habeas corpus em caso de prisão, ainda que ilegal ou de-
corrente de abuso de poder.
e) não podem invocar o direito de acesso à educação, mesmo no ensino fundamental, sendo
mera faculdade da Administração pública, provê-lo, havendo excedente de vagas.

Questão 3 (PREFEITURA DE SUZANO-SP/ASSISTENTE JURÍDICO/2016) São direitos


fundamentais, previstos na Constituição Federal:
a) de segunda geração, os direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades pú-
blicas), surgidos institucionalmente a partir da Magna Charta.
b) de terceira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.

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c) de segunda geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-


culo XX.
d) de primeira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.
e) de quarta geração, os direitos de solidariedade ou fraternidade, que englobam o direito a um
meio ambiente equilibrado, uma saudável qualidade de vida.

Questão 4 (TRF-2ª/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRAÇÃO/2017) “Iliel e Anel travaram in-


tenso debate a respeito da relevância da distinção, para a República Federativa do Brasil, do
conceito de nacionalidade, em especial sob o prisma da fruição de direitos e garantias indivi-
duais. Para Iliel, os direitos e garantias individuais são privativos dos brasileiros, natos ou natu-
ralizados. Anel, por sua vez, acresceu que somente quem tem direitos políticos possui direitos
e garantias individuais.” À luz do disposto na Constituição da República, é correto afirmar que
a) somente a afirmação de Iliel está incorreta.
b) as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente incorretas.
c) somente a afirmação de Anel está incorreta.
d) as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente corretas.

Questão 5 (EXAME DA OAB/2007.3) O descaso para com os problemas sociais, que veio
a caracterizar o État Gendarme, associado às pressões decorrentes da industrialização em
marcha, o impacto do crescimento demográfico e o agravamento das disparidades no interior
da sociedade, tudo isso gerou novas reivindicações, impondo ao Estado um papel ativo na rea-
lização da justiça social. O ideal absenteísta do Estado liberal não respondia, satisfatoriamen-
te, às exigências do momento. Uma nova compreensão do relacionamento Estado/sociedade
levou os poderes públicos a assumir o dever de operar para que a sociedade lograsse superar
as suas angústias estruturais. Daí o progressivo estabelecimento pelos Estados de seguros
sociais variados, importando intervenção intensa na vida econômica e a orientação das ações
estatais por objetivos de justiça social. Gilmar Ferreira Mendes et al. Curso de Direito Consti-
tucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 223 (com adaptações). Esse texto caracteriza, em seu
contexto histórico, a

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a) primeira geração de direitos fundamentais.


b) segunda geração de direitos fundamentais.
c) terceira geração de direitos fundamentais.
d) quarta geração de direitos fundamentais.

Questão 6 (XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A teoria dimensional dos direitos fun-
damentais examina os diferentes regimes jurídicos de proteção desses direitos ao longo do
constitucionalismo democrático, desde as primeiras Constituições liberais até os dias de hoje.
Nesse sentido, a teoria dimensional tem o mérito de mostrar o perfil de evolução da proteção
jurídica dos direitos fundamentais ao longo dos diferentes paradigmas do Estado de Direito,
notadamente do Estado Liberal de Direito e do Estado Democrático Social de Direito. Essa
perspectiva, calcada nas dimensões ou gerações de direitos, não apenas projeta o caráter
cumulativo da evolução protetiva, mas também demonstra o contexto de unidade e indivisibili-
dade do catálogo de direitos fundamentais do cidadão comum. A partir dos conceitos da teoria
dimensional dos direitos fundamentais, assinale a afirmativa correta.
a) Os direitos estatais prestacionais, ligados ao Estado Liberal de Direito, nasceram atrelados
ao princípio da igualdade formal perante a lei, perfazendo a primeira dimensão de direitos.
b) A chamada reserva do possível fática, relacionada à escassez de recursos econômicos e
financeiros do Estado, não tem nenhuma influência na efetividade dos direitos fundamentais
de segunda dimensão do Estado Democrático Social de Direito.
c) O conceito de direitos coletivos de terceira dimensão se relaciona aos direitos transindi-
viduais de natureza indivisível de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato, como ocorre com o direito ao meio ambiente.
d) Sob a égide da estatalidade mínima do Estado Liberal, os direitos negativos de defesa dota-
dos de natureza absenteísta são corretamente classificados como direitos de primeira dimen-
são.

Questão 7 (EXAME DE OAB/2007.1) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais,


assinale a opção correta.

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a) No que se refere à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das


pessoas, a Constituição Federal assegurou a preferência pelo modelo de reparação em detri-
mento da prevenção ao dano.
b) Os direitos e garantias fundamentais, criados como direitos negativos, impedem o poder
público, mas não a esfera privada, de violar o espaço mínimo de liberdades assegurado pela
Constituição Federal.
c) De acordo com a doutrina majoritária, os direitos de segunda geração, ou direitos sociais,
não constituem simples normas de natureza dirigente, sendo verdadeiros direitos subjetivos
que impõem ao Estado um facere.
d) A casa é o asilo inviolável, nela não se pode penetrar, salvo na hipótese de flagrante delito ou
para prestar socorro, durante o dia, ou por ordem judicial.

Questão 8 (XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O constitucionalismo brasileiro, desde


1824, foi construído a partir de vertentes teóricas que estabeleceram continuidades e cliva-
gens históricas no que se refere à essência e à inter-relação das funções estatais, tanto no
plano vertical como no horizontal, bem como à proteção dos direitos fundamentais. A partir
dessa constatação, assinale a afirmativa correta.
a) A Constituição de 1824 adotou, de maneira rígida, a tripartição das funções estatais, que
seriam repartidas entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
b) A Constituição de 1891 dispôs sobre o federalismo de cooperação e delineou um Estado
Social e Democrático de Direito.
c) A Constituição de 1937 considerou o Supremo Tribunal Federal o guardião da Constituição,
detendo a última palavra no controle concentrado de constitucionalidade.
d) A Constituição de 1946 foi promulgada e reinaugurou o período democrático no Brasil, tendo
contemplado um rol de direitos e garantias individuais.

Questão 9 (XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Dois advogados, com grande experiência
profissional e com a justa preocupação de se manterem atualizados, concluem que algumas
ideias vêm influenciando mais profundamente a percepção dos operadores do direito a res-
peito da ordem jurídica. Um deles lembra que a Constituição brasileira vem funcionando como

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verdadeiro “filtro”, de forma a influenciar todas as normas do ordenamento pátrio com os seus
valores. O segundo, concordando, adiciona que o crescente reconhecimento da natureza nor-
mativo-jurídica dos princípios pelos tribunais, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal,
tem aproximado as concepções de direito e justiça (buscada no diálogo racional) e oferecido
um papel de maior destaque aos magistrados. As  posições apresentadas pelos advogados
mantêm relação com uma concepção teórico-jurídica que, no Brasil e em outros países, vem
sendo denominada de:
a) neoconstitucionalismo.
b) positivismo-normativista.
c) neopositivismo.
d) jusnaturalismo.

Questão 10 (IRB/DIPLOMATA/2013) Os brasileiros, natos e naturalizados, e os estrangeiros


residentes no país são igualmente destinatários dos direitos e garantias fundamentais. Apenas
os estrangeiros não residentes que estejam em trânsito pelo território nacional não dispõem
de meios jurisdicionais para assegurar a validade e o gozo desses direitos.

Questão 11 (MPU/NÍVEL MÉDIO/2013) Embora os direitos e as garantias fundamentais se


destinem essencialmente às pessoas físicas, alguns deles podem ser estendidos às pessoas
jurídicas.

Questão 12 (BACEN/PROCURADOR/2013) O direito de petição, assegurado às pessoas na-


turais, nacionais ou estrangeiras residentes no país, não se estende às pessoas jurídicas.

Questão 13 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Os di-


reitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decurso do tempo.

Questão 14 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Os di-


reitos fundamentais são irrenunciáveis.

Questão 15 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Todo


ser humano detém direitos fundamentais, independentemente de raça, credo, nacionalidade
ou convicção política.

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Questão 16 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Os di-


reitos são criados em conformidade com determinado contexto histórico e se tornam funda-
mentais quando constitucionalizados.

Questão 17 (CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO-PB/TÉCNICO MUNICIPAL DE CON-


TROLE INTERNO/2018) Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se
aos estrangeiros em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de
previsão constitucional expressa.

Questão 18 (PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Os


direitos destinados a assegurar a soberania popular mediante a possibilidade de interferência
direta ou indireta nas decisões políticas do Estado são direitos
a) políticos de primeira dimensão.
b) políticos de terceira dimensão.
c) políticos de segunda geração.
d) sociais de segunda geração.
e) sociais de primeira dimensão.

Questão 19 (PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO/PROCURADOR DO ESTADO/2018)


Considere as duas afirmações a seguir.
I – Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da
ampla defesa.
II – Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à
honra, sob pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano
material ou moral.

As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a


a) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
b) eficácia externa dos direitos fundamentais.
c) eficácia diagonal dos direitos individuais.
d) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
e) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

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Questão 20 (INÉDITA/2019) Sobre as gerações dos direitos e garantias fundamentais pre-


vistos na Constituição Federal, pode-se afirmar que são:
a) de segunda geração, os direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades pú-
blicas), surgidos institucionalmente a partir da Magna Carta.
b) de terceira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.
c) de segunda geração, os  direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do
século XX.
d) de primeira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.

Questão 21 (CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ-SP/AUXILIAR FINAN-


CEIRO/2019) Nos estudos de Direito Constitucional os Direitos Fundamentais são divididos
em dimensões e/ou gerações. Sobre esse contexto, assinale a alternativa correta.
a) Os direitos de segunda geração ou dimensão surgem após as Grandes Guerras mundiais e
possuem como característica preponderante a defesa da dignidade da pessoa humana
b) Os estudos da genética, cibernética e o seu impacto nas relações sociais não recebem qual-
quer classificação dentro das dimensões e/ou gerações dos direitos fundamentais
c) O princípio da fraternidade, insculpido no cerne da Revolução Francesa, é um princípio típico
da primeira geração ou dimensão vez que, representa uma forma de proteção dos interesses
individuais em face de medidas arbitrárias do Estado
d) Os direitos de segunda geração ou dimensão se relacionam com as liberdades positivas
do ser humano, calcadas no princípio da igualdade material, e, na história, têm como grande
marco a Revolução Industrial

Questão 22 (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SANTA CATARINA/ANALISTA TÉC-


NICO/2018/ADAPTADA) O Meio Ambiente como conjunto de relações e interações que con-
diciona a vida em todas as suas formas é um direito de terceira geração, alicerçado na frater-
nidade ou solidariedade.

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Questão 23 (INÉDITA/2019) Por força da eficácia vertical, os direitos fundamentais devem


ser observados nas relações entre pessoas privadas.

Questão 24 (SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DA GESTÃO ESTRATÉGICA E ADMINIS-


TRAÇÃO-RR/AGENTE SÓCIO ORIENTADOR/2018) Todos são iguais perante a lei, sem distin-
ção de qualquer natureza. A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-
rança e à propriedade é garantia assegurada:
a) aos brasileiros e aos estrangeiros, irrestritamente.
b) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
c) aos estrangeiros, onde quer que se encontrem, e aos brasileiros residentes no País.
d) somente aos brasileiros, independentemente de onde residam.
e) aos brasileiros residentes no País e aos estrangeiros originários de países de língua portu-
guesa, se houver reciprocidade em favor de brasileiros.

Questão 25 (POLÍCIA CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A


Constituição Federal de 1988, no que tange aos direitos humanos, estabelece que:
a) Seu rol resta limitado àquele previsto no texto constitucional.
b) Eles, os direitos humanos, são prevalentes, nas relações internacionais da República Fede-
rativa do Brasil.
c) Existe a necessidade imperiosa da internalização dos direitos humanos previstos em trata-
dos antes de sua aplicação em território brasileiro.
d) A dignidade da pessoa humana é um dos objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil.
e) Delimita a proteção de tais direitos a indivíduos, excluindo a coletividade.

Questão 26 (INÉDITA/2019) Os direitos e as garantias fundamentais foram criados em um


único momento da história da humanidade.

Questão 27 (INÉDITA/2019) Os direitos fundamentais e as garantias fundamentais são sem-


pre absolutos, em razão da sua relevância no ordenamento jurídico.

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Questão 28 (PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO-AC/PROCURADOR DO ESTADO/2017/


ADAPTADA) A CF/88 contempla verdadeiro sistema de direitos fundamentais que se carac-
teriza, dentre outras circunstâncias, pela previsão expressa de normas de sistematização que
disciplinam a aplicação dos direitos fundamentais em espécie; quanto às normas de sistema-
tização, é correto afirmar que os turistas, assim como as pessoas jurídicas, não são sujeitos
de quaisquer direitos fundamentais.

Questão 29 (INÉDITA/2019) Na evolução das dimensões dos direitos e garantias fundamen-


tais, não há, sucessivamente, substituição de direitos na medida do atingimento de novos es-
tágios.

Questão 30 (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR MUNICIPAL/2017/


ADAPTADA) Os direitos fundamentais são personalíssimos, razão por que somente o seu titu-
lar tem o direito de renunciá-los.

Questão 31 (POLÍCIA CIVIL DO AMAPÁ/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017/ADAPTADA) A


Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e deveres individuais e coletivos, assegu-
ra-os aos brasileiros residentes no País, mas não aos estrangeiros em trânsito pelo território
nacional, cujos direitos são regidos pelas normas de direito internacional.

Questão 32 (PREFEITURA DE AREIÓPOLIS-SP/ADVOGADO/2016) A Constituição Federal


garante a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade:
a) Aos brasileiros natos ou naturalizados.
b) Apenas aos brasileiros natos.
c) Aos brasileiros natos residentes no país.
d) Aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no país.
e) Aos brasileiros e estrangeiros residentes no país.

Questão 33 (PREFEITURA DE CAÇAPAVA DO SUL-RS/ADVOGADO/2016) De acordo com


a Constituição Federal do Brasil, no que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos

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garante a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade


às seguintes pessoas:
a) Somente aos brasileiros natos;
b) Aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Brasil;
c) Aos brasileiros mesmo que residentes em outro país;
d) Aos naturalizados ainda que residentes em seu país de origem.

Questão 34 (SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL DE PERNAMBUCO/ESCRIVÃO DE POLÍ-


CIA/2016/ADAPTADA) Os direitos e as garantias individuais não são assegurados às pesso-
as jurídicas, uma vez que elas possuem dimensão coletiva.

Questão 35 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA/TÉCNICO ADMINISTRATI-


VO/2016) Embora não haja menção expressa no texto da CF, determinados direitos e garan-
tias fundamentais poderão ser estendidos às pessoas jurídicas.

Questão 36 (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁ-


RIO/2016/ADAPTADA) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais elencados na
CF, os estrangeiros residentes e não residentes no Brasil equiparam-se aos brasileiros.

Questão 37 (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA/AUDITOR/2015) O rol de direitos e


garantias apresentados no título “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” da CF não é exaus-
tivo, pois existem dispositivos normativos, em diferentes títulos e capítulos do texto constitu-
cional, que também tratam de direitos e garantias fundamentais.

Questão 38 (SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS-AM/ANALISTA TÉC-


NICO ADMINISTRATIVO/2014) O direito à vida, assim como todos os demais direitos funda-
mentais, é protegido pela CF de forma não absoluta.

Questão 39 (COMPANHIA BRASILEIRA DE TRANSPORTES URBANOS/ASSISTENTE OPE-


RACIONAL/2014/ADAPTADA) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na-
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

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Questão 40 (CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NA-


TURAIS/ANALISTA/2014/ADAPTADA) Apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes no
Brasil podem valer-se dos direitos e garantias fundamentais elencados na Constituição Fede-
ral.

Questão 41 (CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NA-


TURAIS/ANALISTA/2014/ADAPTADA) As pessoas jurídicas, diferentemente das pessoas
físicas, não são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais elencados na Constitui-
ção Federal.

Questão 42 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Conforme já ma-


nifestou o STF e a doutrina dominante, os direitos individuais e coletivos não se restringem aos
elencados no artigo quinto da CF, podendo ser encontrados ao longo do texto constitucional.

Questão 43 (INÉDITA/2019) A Constituição Federal prevê o gênero direitos e garantias fun-


damentais em apenas três grupos: os direitos e deveres individuais e coletivos, os  direitos
sociais e os direitos da nacionalidade.

Questão 44 (INÉDITA/2019) As garantias fundamentais são os bens e vantagens prescritos


no texto constitucional e os direitos fundamentais, por sua vez, são os instrumentos que asse-
guram o exercício de tais garantias.

Questão 45 (INÉDITA/2019) Os direitos de primeira geração são direitos negativos, pois exi-
gem uma abstenção do Estado (um não fazer) em favor das liberdades públicas. Possuem
como destinatários os súditos (o povo), como forma de proteção em face da ação opressora
do Estado. São os direitos civis e políticos, ligados ao ideal de liberdade.

Questão 46 (INÉDITA/2019) Os direitos de primeira geração surgiram no início do século XX,


no contexto do surgimento do Estado Social, durante a Revolução Industrial, em oposição ao
Estado Liberal. São direitos positivos, pois passaram a exigir uma atuação positiva do Estado
(um fazer). Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, ligados ao ideal de
igualdade.

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Questão 47 (INÉDITA/2019) É possível afirmar que as pessoas jurídicas de direito privado


ou público são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais compatíveis com sua na-
tureza.

Questão 48 (INÉDITA/2019) Muito embora os direitos e garantias fundamentais tenham sido


criados para regular as relações verticais entre o Estado e os seus súditos, passaram também,
com o tempo, a ser empregados nas relações horizontais entre pessoas privadas.

Questão 49 (INÉDITA/2019) Os direitos fundamentais de segunda geração são os direitos


sociais, econômicos e culturais. Os direitos fundamentais de terceira geração são os chama-
dos direitos de solidariedade ou fraternidade, que englobam o meio ambiente equilibrado, o di-
reito de paz e ao progresso, entre outros.

Questão 50 (INÉDITA/2019) Em meados do século XX, surgiram os direitos de terceira gera-


ção, denominados “direitos metaindividuais”, ligados ao ideal de fraternidade.

Questão 51 (SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ/ANALISTA JU-


RÍDICO/2018) Em relação à eficácia horizontal dos direitos fundamentais, são destinatários
das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:
a) as Entidades autárquicas.
b) os Órgãos do Poder Executivo.
c) as Entidades paraestatais.
d) os Particulares.
e) os Órgãos do Poder Judiciário.

Questão 52 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) Os direitos fundamentais possuem uma eficácia não somente vertical (Estado/indivíduo),
mas também horizontal (indivíduo/indivíduo).

Questão 53 (2020/INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL BRASILEIRO –


IDIB/AGENTE LEGISLATIVO) Assinale abaixo a única característica dos direitos fundamen-
tais.

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a) economicidade
b) penhorabilidade
c) disponibilidade
d) irrenunciabilidade

Questão 54 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRO DF – FISCAL) O Estado não é apenas ga-


rantidor e promotor dos direitos fundamentais, mas também, em certa medida, titular desses
direitos.

Questão 55 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) O status positivo dos direitos fundamentais descreve a capacidade do indivíduo de influir
na vontade estatal.

Questão 56 (2020/FUNDAÇÃO DE APOIO À EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNO-


LÓGICO DE MINAS GERAIS/FUNDAÇÃO CEFETMINAS – ADVOGADO) Os direitos funda-
mentais não surgiram ao mesmo tempo, são fruto de um processo histórico de consolidação
e podem ser categorizados em gerações/ dimensões. Com base nesse conceito, é correto
afirmar que os direitos
a) humanos estão positivados e são mais específicos que os direitos fundamentais, já que se
referem aos chamados direitos de primeira geração/dimensão.
b) fundamentais de segunda geração/dimensão englobam os direitos políticos, econômicos e
culturais.
c) fundamentais de terceira geração/dimensão são associados ao princípio da fraternidade.
d) sociais podem ser enquadrados como direitos fundamentais de terceira geração/dimensão.

Questão 57 (2020/IBFC - INSTITUTO BRASILEIRO DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/PM


BA - SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR) Quem deve respeitar os direitos e garantias fundamen-
tais? Essa questão refere-se aos sujeitos passivos ou destinatários das obrigações de obser-
vância e proteção ativa que decorrem dos direitos e garantias, por mais abstratos e indefinidos
que sejam. Sobre os destinatários dos direitos fundamentais, analise as afirmativas abaixo e
dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

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( ) Os direitos fundamentais, em regra, destinam-se a proteção dos estrangeiros residentes no


país e, também, dos de passagem pelo País.
( ) Os direitos fundamentais destinam-se à proteção dos apátridas.
( ) Os direitos fundamentais destinam-se à proteção das pessoas jurídicas, observadas suas
particularidades.
( ) O destinatário principal do dever de respeitar os direitos dos indivíduos é o Estado no senti-
do mais amplo do termo. Sendo, também, atualmente possível ter como destinatário um parti-
cular a partir do reconhecimento do efeito horizontal dos direitos fundamentais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, V, F, F
c) V, F, F, V
d) F, F, V, V
e) F, V, V, F

Questão 58 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) Os direitos fundamentais são relativos no sentido de poderem se balancear uns aos ou-
tros, não admitindo, contudo, limitação por parte do legislador ordinário.

Questão 59 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) Enquanto os direitos fundamentais são bens jurídicos em si, as garantias são instrumen-
tos que buscam assegurá-los e protegê-los.

Questão 60 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRO DF – FISCAL) Os direitos fundamentais de


quarta geração nascem a partir do fenômeno da globalização política e estão relacionados
com a democracia, a informação e a diversidade.

Questão 61 (2020/CESPE/CEBRASPE/MPE - ANALISTA MINISTERIAL - ÁREA DIREITO)


Os direitos fundamentais não podem ser considerados absolutos, posto que todos os direitos
são passíveis de relativização e podem entrar em conflito entre si.

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GABARITO
1. d 29. C 57. a
2. b 30. E 58. E
3. c 31. E 59. C
4. b 32. e 60. C
5. b 33. b 61. C
6. d 34. E
7. c 35. C
8. d 36. E
9. a 37. C
10. E 38. C
11. C 39. C
12. E 40. E
13. C 41. E
14. C 42. C
15. C 43. E
16. C 44. E
17. E 45. C
18. a 46. E
19. d 47. C
20. c 48. C
21. d 49. C
22. C 50. C
23. E 51. d
24. b 52. C
25. b 53. d
26. E 54. C
27. E 55. E
28. E 56. c

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CRF-TO/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2019) Com base na Constituição Fe-
deral, acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa correta.
a) Aplicam-se somente a cidadãos maiores de 18 anos de idade ou aos emancipados por de-
cisão judicial transitada em julgado.
b) São garantidos somente aos brasileiros que estiverem no pleno gozo dos respectivos direi-
tos políticos.
c) Não são garantidos aos presidiários que sofreram condenação criminal.
d) São garantidos a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País.
e) Podem ser suspensos por ato do Poder Executivo federal.

Letra d.
A questão trouxe a expressão da cabeça do art. 5º, para quem “todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residen-
tes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade”. Porém, uma questão mais bem elaborada poderia ir além do texto constitucional. Lem-
bre-se: a melhor interpretação da citada norma constitucional não leva à compreensão de que
apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes sejam destinatários dos direitos e garantias
fundamentais. Na verdade, são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes
na nossa Constituição Federal todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes
ou não – e, até mesmo, os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem ne-
nhuma nacionalidade) e jurídicas (de direito público ou de direito privado) são destinatárias
dos direitos e garantias fundamentais, desde que o direito tratado seja compatível com a sua
natureza.

Questão 2 (TRF-3ª/ANALISTA JUDICIÁRIO ARQUIVOLOGIA/2014) A Constituição Fede-


ral de 1988, ao disciplinar o regime jurídico do estrangeiro residente no país, estabeleceu que,
quanto a eles,

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a) não se aplicam os direitos sociais conferidos aos trabalhadores urbanos.


b) garante-se, como regra geral, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à se-
gurança e à propriedade em condições idênticas aos brasileiros.
c) podem alistar-se como eleitores independentemente de naturalização, desde que residentes
há mais de 10 anos no país.
d) não podem impetrar diretamente habeas corpus em caso de prisão, ainda que ilegal ou de-
corrente de abuso de poder.
e) não podem invocar o direito de acesso à educação, mesmo no ensino fundamental, sendo
mera faculdade da Administração pública, provê-lo, havendo excedente de vagas.

Letra b.
Cuida-se do caput do art. 5º, segundo o qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a invio-
labilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes [...]”. Essa informação por si só basta para responder à questão. Todavia, importante
trazer à colação o tema “destinatários dos direitos fundamentais”. Com efeito, em sua origem,
os  direitos e garantias fundamentais possuíam como titulares as pessoas físicas, também
chamadas de pessoas naturais, uma vez que representavam limites à atuação do Estado na
relação com seus súditos. Com o tempo, passou-se a reconhecer os direitos e garantias funda-
mentais também às pessoas jurídicas e ao próprio Estado. Nesse sentido, pode-se afirmar que
todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras - residentes ou não - e, até mesmo, os apá-
tridas - expressão que designa aqueles que não possuem nenhuma nacionalidade), jurídicas e
estatais são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que compatíveis com
a sua natureza.

Questão 3 (PREFEITURA DE SUZANO-SP/ASSISTENTE JURÍDICO/2016) São direitos


fundamentais, previstos na Constituição Federal:
a) de segunda geração, os direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades pú-
blicas), surgidos institucionalmente a partir da Magna Charta.

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b) de terceira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-


culo XX.
c) de segunda geração, os  direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do
século XX.
d) de primeira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.
e) de quarta geração, os direitos de solidariedade ou fraternidade, que englobam o direito a um
meio ambiente equilibrado, uma saudável qualidade de vida.

Letra c.
Os direitos fundamentais de segunda geração (ou dimensão) surgiram no início do século XX,
no contexto do surgimento do Estado Social, durante a Revolução Industrial, em oposição ao
Estado Liberal. São direitos positivos, pois passaram a exigir uma atuação positiva do Estado
(um fazer). Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, ligados ao ideal de
igualdade.

Questão 4 (TRF-2ª/TÉCNICO JUDICIÁRIO ADMINISTRAÇÃO/2017) “Iliel e Anel travaram in-


tenso debate a respeito da relevância da distinção, para a República Federativa do Brasil, do
conceito de nacionalidade, em especial sob o prisma da fruição de direitos e garantias indivi-
duais. Para Iliel, os direitos e garantias individuais são privativos dos brasileiros, natos ou natu-
ralizados. Anel, por sua vez, acresceu que somente quem tem direitos políticos possui direitos
e garantias individuais.” À luz do disposto na Constituição da República, é correto afirmar que
a) somente a afirmação de Iliel está incorreta.
b) as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente incorretas.
c) somente a afirmação de Anel está incorreta.
d) as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente corretas.

Letra b.
De fato, as afirmações de Iliel e Anel estão totalmente erradas, uma vez que são destinatárias
dos direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição Federal todas as pessoas

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físicas (nacionais, estrangeiras – residentes ou não – e, até mesmo, os apátridas – expressão


que designa aqueles que não possuem nenhuma nacionalidade) e jurídicas (de direito público
ou de direito privado) são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que o
direito tratado seja compatível com a sua natureza.

Questão 5 (EXAME DA OAB/2007.3) O descaso para com os problemas sociais, que veio
a caracterizar o État Gendarme, associado às pressões decorrentes da industrialização em
marcha, o impacto do crescimento demográfico e o agravamento das disparidades no interior
da sociedade, tudo isso gerou novas reivindicações, impondo ao Estado um papel ativo na rea-
lização da justiça social. O ideal absenteísta do Estado liberal não respondia, satisfatoriamen-
te, às exigências do momento. Uma nova compreensão do relacionamento Estado/sociedade
levou os poderes públicos a assumir o dever de operar para que a sociedade lograsse superar
as suas angústias estruturais. Daí o progressivo estabelecimento pelos Estados de seguros
sociais variados, importando intervenção intensa na vida econômica e a orientação das ações
estatais por objetivos de justiça social. Gilmar Ferreira Mendes et al. Curso de Direito Consti-
tucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 223 (com adaptações). Esse texto caracteriza, em seu
contexto histórico, a
a) primeira geração de direitos fundamentais.
b) segunda geração de direitos fundamentais.
c) terceira geração de direitos fundamentais.
d) quarta geração de direitos fundamentais.

Letra b.
No início do século XX, com o agravamento da ideologia socialista, surge a ideia da igualdade
de oportunidades, uma vez que a igualdade formal não mais satisfazia os interesses da co-
letividade. A  partir de então, desenvolveu-se a segunda geração dos direitos fundamentais,
notadamente com o surgimento da Constituição Mexicana de 1917 e da Constituição Alemã
de 1919 (chamada de Constituição de Weimar), que consagraram os direitos sociais. Nesse
contexto, o  Estado abandona seu ideal abstencionista (ou absenteísta), passando a intervir

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no corpo social com a finalidade de corrigir as desigualdades existentes. Passam os entes


políticos a executar políticas públicas tendentes a garantir os direitos sociais como a saú-
de, a moradia, a previdência, a educação. Essa nova fase é denominada constitucionalismo
contemporâneo, consagrando os direitos fundamentais de segunda geração, que possuem as
seguintes características:
• surgiram no início do século XX;
• apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao Estado Liberal;
• estão ligados ao ideal de igualdade;
• são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação positiva do Estado;
• correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, como o direito às condições
mínimas de trabalho, à  previdência social, à  assistência social, à  habitação, ao  lazer,
a um salário que assegure o mínimo de dignidade ao homem, à sindicalização, à greve
dos trabalhadores etc.

Questão 6 (XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A teoria dimensional dos direitos fun-
damentais examina os diferentes regimes jurídicos de proteção desses direitos ao longo do
constitucionalismo democrático, desde as primeiras Constituições liberais até os dias de hoje.
Nesse sentido, a teoria dimensional tem o mérito de mostrar o perfil de evolução da proteção
jurídica dos direitos fundamentais ao longo dos diferentes paradigmas do Estado de Direito,
notadamente do Estado Liberal de Direito e do Estado Democrático Social de Direito. Essa
perspectiva, calcada nas dimensões ou gerações de direitos, não apenas projeta o caráter
cumulativo da evolução protetiva, mas também demonstra o contexto de unidade e indivisibili-
dade do catálogo de direitos fundamentais do cidadão comum. A partir dos conceitos da teoria
dimensional dos direitos fundamentais, assinale a afirmativa correta.
a) Os direitos estatais prestacionais, ligados ao Estado Liberal de Direito, nasceram atrelados
ao princípio da igualdade formal perante a lei, perfazendo a primeira dimensão de direitos.
b) A chamada reserva do possível fática, relacionada à escassez de recursos econômicos e
financeiros do Estado, não tem nenhuma influência na efetividade dos direitos fundamentais
de segunda dimensão do Estado Democrático Social de Direito.

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c) O conceito de direitos coletivos de terceira dimensão se relaciona aos direitos transindi-


viduais de natureza indivisível de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato, como ocorre com o direito ao meio ambiente.
d) Sob a égide da estatalidade mínima do Estado Liberal, os direitos negativos de defesa dota-
dos de natureza absenteísta são corretamente classificados como direitos de primeira dimen-
são.

Letra d.
Os direitos de primeira dimensão (ou geração) possuem as seguintes características:
• surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução Francesa, fase inaugural do
constitucionalismo moderno e dominaram todo o século XIX;
• ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição ao Estado Absoluto;
• estão ligados ao ideal de liberdade;
• são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado em favor das liberdades
públicas;
• possuíam como destinatários os súditos como forma de proteção em face do Estado;
• são os direitos civis e políticos.

Questão 7 (EXAME DE OAB/2007.1) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais,


assinale a opção correta.
a) No que se refere à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas, a Constituição Federal assegurou a preferência pelo modelo de reparação em detri-
mento da prevenção ao dano.
b) Os direitos e garantias fundamentais, criados como direitos negativos, impedem o poder
público, mas não a esfera privada, de violar o espaço mínimo de liberdades assegurado pela
Constituição Federal.
c) De acordo com a doutrina majoritária, os direitos de segunda geração, ou direitos sociais,
não constituem simples normas de natureza dirigente, sendo verdadeiros direitos subjetivos
que impõem ao Estado um facere.

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d) A casa é o asilo inviolável, nela não se pode penetrar, salvo na hipótese de flagrante delito ou
para prestar socorro, durante o dia, ou por ordem judicial.

Letra c.
Os direitos fundamentais de segunda geração (ou segunda dimensão) surgiram no início do
século XX, com o advento do Estado Social, em oposição ao superado Estado Liberal. Ligados
ao ideal de igualdade, são direitos subjetivos, que exigem uma atuação positiva do Estado (um
facere). São exemplos de direitos fundamentais de segunda geração: os direitos sociais, cul-
turais e econômicos, o direito às condições mínimas de trabalho, a previdência social, a assis-
tência social, a habitação, o lazer, um salário que assegure o mínimo de dignidade ao homem,
a sindicalização, a greve dos trabalhadores etc.

Questão 8 (XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O constitucionalismo brasileiro, desde


1824, foi construído a partir de vertentes teóricas que estabeleceram continuidades e cliva-
gens históricas no que se refere à essência e à inter-relação das funções estatais, tanto no
plano vertical como no horizontal, bem como à proteção dos direitos fundamentais. A partir
dessa constatação, assinale a afirmativa correta.
a) A Constituição de 1824 adotou, de maneira rígida, a tripartição das funções estatais, que
seriam repartidas entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
b) A Constituição de 1891 dispôs sobre o federalismo de cooperação e delineou um Estado
Social e Democrático de Direito.
c) A Constituição de 1937 considerou o Supremo Tribunal Federal o guardião da Constituição,
detendo a última palavra no controle concentrado de constitucionalidade.
d) A Constituição de 1946 foi promulgada e reinaugurou o período democrático no Brasil, tendo
contemplado um rol de direitos e garantias individuais.

Letra d.
Trata-se da quinta Constituição, que foi promulgada com o intuito de redemocratizar o País
após a era Vargas. O fim da 2ª Guerra Mundial intensifica no mundo um sentimento voltado
à valorização do regime democrático de governo, provocando, com isso, a deposição de Getúlio

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Vargas. Recompôs os ideais democráticos, reproduzindo a social democracia inaugurada em


1934, contemplando um rol de direitos e garantias individuais. Adotou a forma de Estado fede-
rativa, a forma de Governo republicana, o Sistema de Governo presidencialista até a EC 04, de
1961, que instituiu no Brasil o sistema parlamentarista, com a finalidade de reduzir os poderes
do então Presidente João Goulart. Previu a tripartição de Poderes entre o Legislativo, o Execu-
tivo e o Judiciário13.

Questão 9 (XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Dois advogados, com grande experiência
profissional e com a justa preocupação de se manterem atualizados, concluem que algumas
ideias vêm influenciando mais profundamente a percepção dos operadores do direito a res-
peito da ordem jurídica. Um deles lembra que a Constituição brasileira vem funcionando como
verdadeiro “filtro”, de forma a influenciar todas as normas do ordenamento pátrio com os seus
valores. O segundo, concordando, adiciona que o crescente reconhecimento da natureza nor-
mativo-jurídica dos princípios pelos tribunais, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal,
tem aproximado as concepções de direito e justiça (buscada no diálogo racional) e oferecido
um papel de maior destaque aos magistrados. As  posições apresentadas pelos advogados
mantêm relação com uma concepção teórico-jurídica que, no Brasil e em outros países, vem
sendo denominada de:
a) neoconstitucionalismo.
b) positivismo-normativista.
c) neopositivismo.
d) jusnaturalismo.

Letra a.
O marco histórico do novo Direito Constitucional [o neoconstitucionalismo], na Europa conti-
nental, foi o constitucionalismo do pós-guerra, especialmente na Alemanha e na Itália. No Bra-
sil, foi a Constituição de 1988 e o processo de redemocratização que ela ajudou a protagonizar.

13
Dutra, Luciano. Direito constitucional essencial / Luciano Dutra. - 4. ed. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2018.
Página 22.

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O marco filosófico é o pós-positivismo, superando os modelos tradicionais do jusnaturalismo e


do positivismo. O jusnaturalismo, desenvolvido a partir do século XVI, aproximou a lei da razão,
fundando-se na existência de princípios de justiça universal. Noutro giro, o positivismo buscou
a objetividade científica, equiparando o Direito à lei. O pós-positivismo, que se apresenta como
uma terceira via, vai além da legalidade estrita, sem desprezo ao Direito Posto. Eleva os valores
na interpretação jurídica; reconhece a normatividade dos princípios, diferenciando-os qualita-
tivamente das regras; produz uma nova hermenêutica constitucional; e desenvolve uma teoria
dos direitos fundamentais edificada na dignidade da pessoa humana. Por fim, o marco teórico
se situa:
• no reconhecimento da força normativa da Constituição;
• na expansão da jurisdição constitucional;
• no desenvolvimento de uma nova dogmática da interpretação constitucional.

Questão 10 (IRB/DIPLOMATA/2013) Os brasileiros, natos e naturalizados, e os estrangeiros


residentes no país são igualmente destinatários dos direitos e garantias fundamentais. Apenas
os estrangeiros não residentes que estejam em trânsito pelo território nacional não dispõem
de meios jurisdicionais para assegurar a validade e o gozo desses direitos.

Errado.
Todas as pessoas físicas - nacionais (brasileiros natos e naturalizados), estrangeiras (residen-
tes ou não no país) e, até mesmo, os apátridas (expressão que designa aqueles que não pos-
suem nenhuma nacionalidade) -, pessoas jurídicas e pessoas estatais são destinatárias dos
direitos e garantias fundamentais, desde que compatíveis com a sua natureza.

Questão 11 (MPU/NÍVEL MÉDIO/2013) Embora os direitos e as garantias fundamentais se


destinem essencialmente às pessoas físicas, alguns deles podem ser estendidos às pessoas
jurídicas.

Certo.
Como dito, todas as pessoas físicas - nacionais (brasileiros natos e naturalizados), estrangei-
ras (residentes ou não no país) e, até mesmo, os apátridas (expressão que designa aqueles

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que não possuem nenhuma nacionalidade) -, pessoas jurídicas e pessoas estatais são desti-
natárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que compatíveis com a sua natureza.

Questão 12 (BACEN/PROCURADOR/2013) O direito de petição, assegurado às pessoas na-


turais, nacionais ou estrangeiras residentes no país, não se estende às pessoas jurídicas.

Errado.
Repetindo, todas as pessoas físicas - nacionais (brasileiros natos e naturalizados), estrangei-
ras (residentes ou não no país) e, até mesmo, os apátridas (expressão que designa aqueles
que não possuem nenhuma nacionalidade) -, pessoas jurídicas e pessoas estatais são desti-
natárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que compatíveis com a sua natureza, aí
incluído o direito de petição.

Questão 13 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Os di-


reitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decurso do tempo.

Certo.
É uma das características dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 14 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Os di-


reitos fundamentais são irrenunciáveis.

Certo.
Também é uma das características dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 15 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Todo

ser humano detém direitos fundamentais, independentemente de raça, credo, nacionalidade

ou convicção política.

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Certo.

É a característica da universalidade dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 16 (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA/MÉDICO RESIDENTE/2018) Os di-

reitos são criados em conformidade com determinado contexto histórico e se tornam funda-

mentais quando constitucionalizados.

Certo.

É a característica da historicidade dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 17 (CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO-PB/TÉCNICO MUNICIPAL DE CON-

TROLE INTERNO/2018) Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se

aos estrangeiros em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de

previsão constitucional expressa.

Errado.
Os direitos e garantias fundamentais dirigem-se a todas as pessoas físicas e jurídicas que es-
tejam no território da República Federativa do Brasil.

Questão 18 (PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Os


direitos destinados a assegurar a soberania popular mediante a possibilidade de interferência
direta ou indireta nas decisões políticas do Estado são direitos
a) políticos de primeira dimensão.
b) políticos de terceira dimensão.
c) políticos de segunda geração.
d) sociais de segunda geração.
e) sociais de primeira dimensão.

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Letra a.
São direitos de primeira geração (ou dimensão) os direitos civis e políticos.

Questão 19 (PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO/PROCURADOR DO ESTADO/2018)


Considere as duas afirmações a seguir.
I – Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da
ampla defesa.
II – Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à
honra, sob pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano
material ou moral.

As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a


a) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
b) eficácia externa dos direitos fundamentais.
c) eficácia diagonal dos direitos individuais.
d) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
e) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

Letra d.
A afirmação I diz respeito à eficácia vertical, na medida em que visa regular as relações entre
o Estado e o particular (vertical porque o Estado se situa acima do seu povo). Por sua vez,
a afirmação II trata da eficácia horizontal, já que cuida das relações horizontais entre pessoas
privadas.

Questão 20 (INÉDITA/2019) Sobre as gerações dos direitos e garantias fundamentais pre-


vistos na Constituição Federal, pode-se afirmar que são:
a) de segunda geração, os direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liberdades pú-
blicas), surgidos institucionalmente a partir da Magna Carta.
b) de terceira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.

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c) de segunda geração, os  direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do


século XX.
d) de primeira geração, os direitos sociais, econômicos e culturais, surgidos no início do sé-
culo XX.

Letra c.
Os direitos e garantias fundamentais de segunda geração (ou dimensão) surgiram no início
do século XX, no contexto do surgimento do Estado Social, durante a Revolução Industrial, em
oposição ao Estado Liberal. São direitos positivos, pois passaram a exigir uma atuação posi-
tiva do Estado (um fazer). Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, ligados
ao ideal de igualdade.

Questão 21 (CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ-SP/AUXILIAR FINAN-


CEIRO/2019) Nos estudos de Direito Constitucional os Direitos Fundamentais são divididos
em dimensões e/ou gerações. Sobre esse contexto, assinale a alternativa correta.
a) Os direitos de segunda geração ou dimensão surgem após as Grandes Guerras mundiais e
possuem como característica preponderante a defesa da dignidade da pessoa humana
b) Os estudos da genética, cibernética e o seu impacto nas relações sociais não recebem qual-
quer classificação dentro das dimensões e/ou gerações dos direitos fundamentais
c) O princípio da fraternidade, insculpido no cerne da Revolução Francesa, é um princípio típico
da primeira geração ou dimensão vez que, representa uma forma de proteção dos interesses
individuais em face de medidas arbitrárias do Estado
d) Os direitos de segunda geração ou dimensão se relacionam com as liberdades positivas
do ser humano, calcadas no princípio da igualdade material, e, na história, têm como grande
marco a Revolução Industrial

Letra d.
Os direitos fundamentais de segunda geração surgiram no início do século XX, no contexto do
surgimento do Estado Social, durante a Revolução Industrial, em oposição ao Estado Liberal.

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São direitos positivos, pois passaram a exigir uma atuação positiva do Estado (um fazer). Cor-
respondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, ligados ao ideal de igualdade.

Questão 22 (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SANTA CATARINA/ANALISTA TÉC-


NICO/2018/ADAPTADA) O Meio Ambiente como conjunto de relações e interações que con-
diciona a vida em todas as suas formas é um direito de terceira geração, alicerçado na frater-
nidade ou solidariedade.

Certo.
O meio ambiente, como direito metaindividual, é de 3ª geração.

Questão 23 (INÉDITA/2019) Por força da eficácia vertical, os direitos fundamentais devem


ser observados nas relações entre pessoas privadas.

Errado.
Trata-se, no caso, da eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 24 (SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DA GESTÃO ESTRATÉGICA E ADMINIS-


TRAÇÃO-RR/AGENTE SÓCIO ORIENTADOR/2018) Todos são iguais perante a lei, sem distin-
ção de qualquer natureza. A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-
rança e à propriedade é garantia assegurada:
a) aos brasileiros e aos estrangeiros, irrestritamente.
b) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.
c) aos estrangeiros, onde quer que se encontrem, e aos brasileiros residentes no País.
d) somente aos brasileiros, independentemente de onde residam.
e) aos brasileiros residentes no País e aos estrangeiros originários de países de língua portu-
guesa, se houver reciprocidade em favor de brasileiros.

Letra b.
A questão explora a literalidade do art. 5º, caput, da CF/1988. A melhor interpretação da ci-
tada norma constitucional não leva à compreensão de que apenas os brasileiros e os

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estrangeiros residentes sejam destinatários dos direitos e garantias fundamentais. Na verda-


de, são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição
Federal todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes ou não – e, até mesmo,
os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem nenhuma nacionalidade) e
jurídicas (de direito público ou de direito privado), desde que o direito tratado seja compatível
com a sua natureza. Mas se a banca trouxer a cópia da cabeça do art. 5º, temos que marcar
certo.

Questão 25 (POLÍCIA CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A


Constituição Federal de 1988, no que tange aos direitos humanos, estabelece que:
a) Seu rol resta limitado àquele previsto no texto constitucional.
b) Eles, os direitos humanos, são prevalentes, nas relações internacionais da República Fede-
rativa do Brasil.
c) Existe a necessidade imperiosa da internalização dos direitos humanos previstos em trata-
dos antes de sua aplicação em território brasileiro.
d) A dignidade da pessoa humana é um dos objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil.
e) Delimita a proteção de tais direitos a indivíduos, excluindo a coletividade.

Letra b.
Os direitos humanos são os direitos fundamentais previstos em tratados internacionais. Por
isso, os direitos humanos são prevalentes nas relações internacionais da República Federativa
do Brasil.

Questão 26 (INÉDITA/2019) Os direitos e as garantias fundamentais foram criados em um


único momento da história da humanidade.

Errado.
Pautado na característica da historicidade, os direitos e as garantias fundamentais foram cria-
dos ao longo da história, e não em um determinado momento histórico.

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Questão 27 (INÉDITA/2019) Os direitos fundamentais e as garantias fundamentais são sem-


pre absolutos, em razão da sua relevância no ordenamento jurídico.

Errado.
Como regra, os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, mas sim, relativos.

Questão 28 (PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO-AC/PROCURADOR DO ESTADO/2017/


ADAPTADA) A CF/88 contempla verdadeiro sistema de direitos fundamentais que se carac-
teriza, dentre outras circunstâncias, pela previsão expressa de normas de sistematização que
disciplinam a aplicação dos direitos fundamentais em espécie; quanto às normas de sistema-
tização, é correto afirmar que os turistas, assim como as pessoas jurídicas, não são sujeitos
de quaisquer direitos fundamentais.

Errado.
São destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição Fe-
deral todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes ou não – e, até mesmo,
os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem nenhuma nacionalidade) e
jurídicas (de direito público ou de direito privado), desde que o direito tratado seja compatível
com a sua natureza.

Questão 29 (INÉDITA/2019) Na evolução das dimensões dos direitos e garantias fundamen-


tais, não há, sucessivamente, substituição de direitos na medida do atingimento de novos es-
tágios.

Certo.
A ideia é a cumulação das gerações de direitos e garantias fundamentais no tempo.

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Questão 30 (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR MUNICIPAL/2017/


ADAPTADA) Os direitos fundamentais são personalíssimos, razão por que somente o seu titu-
lar tem o direito de renunciá-los.

Errado.
Os direitos e as garantias fundamentais são irrenunciáveis.

Questão 31 (POLÍCIA CIVIL DO AMAPÁ/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017/ADAPTADA) A


Constituição Federal de 1988, ao tratar dos direitos e deveres individuais e coletivos, assegu-
ra-os aos brasileiros residentes no País, mas não aos estrangeiros em trânsito pelo território
nacional, cujos direitos são regidos pelas normas de direito internacional.

Errado.
Pela última vez - são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes na nossa
Constituição Federal todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes ou não – e,
até mesmo, os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem nenhuma nacio-
nalidade) e jurídicas (de direito público ou de direito privado), desde que o direito tratado seja
compatível com a sua natureza.

Questão 32 (PREFEITURA DE AREIÓPOLIS-SP/ADVOGADO/2016) A Constituição Federal


garante a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade:
a) Aos brasileiros natos ou naturalizados.
b) Apenas aos brasileiros natos.
c) Aos brasileiros natos residentes no país.
d) Aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no país.
e) Aos brasileiros e estrangeiros residentes no país.

Letra e.
Como a questão trouxe a literalidade do art. 5º, caput, temos que considerar a letra “e” a alter-
nativa certa.

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Questão 33 (PREFEITURA DE CAÇAPAVA DO SUL-RS/ADVOGADO/2016) De acordo com


a Constituição Federal do Brasil, no que se refere aos direitos e deveres individuais e coletivos
garante a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade
às seguintes pessoas:
a) Somente aos brasileiros natos;
b) Aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Brasil;
c) Aos brasileiros mesmo que residentes em outro país;
d) Aos naturalizados ainda que residentes em seu país de origem.

Letra b.
Nesse caso, a banca está cobrando a literalidade do art. 5º, caput, da CF/1988.

Questão 34 (SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL DE PERNAMBUCO/ESCRIVÃO DE POLÍ-


CIA/2016/ADAPTADA) Os direitos e as garantias individuais não são assegurados às pesso-
as jurídicas, uma vez que elas possuem dimensão coletiva.

Errado.
Conforme amplamente debatido, os direitos e as garantias individuais são assegurados às
pessoas jurídicas, na medida da sua natureza jurídica.

Questão 35 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA/TÉCNICO ADMINISTRATI-


VO/2016) Embora não haja menção expressa no texto da CF, determinados direitos e garan-
tias fundamentais poderão ser estendidos às pessoas jurídicas.

Certo.
Exatamente isso, os direitos e as garantias individuais são assegurados às pessoas jurídicas,
na medida da sua natureza jurídica.

Questão 36 (TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁ-


RIO/2016/ADAPTADA) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais elencados na
CF, os estrangeiros residentes e não residentes no Brasil equiparam-se aos brasileiros.

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Errado.
Dizer que se equiparam é um erro, na medida em que devemos considerar que certos direitos
não são extensíveis aos estrangeiros, como os direitos políticos.

Questão 37 (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA/AUDITOR/2015) O rol de direitos e


garantias apresentados no título “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” da CF não é exaus-
tivo, pois existem dispositivos normativos, em diferentes títulos e capítulos do texto constitu-
cional, que também tratam de direitos e garantias fundamentais.

Certo.
Os direitos e garantias fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional.

Questão 38 (SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS-AM/ANALISTA TÉC-


NICO ADMINISTRATIVO/2014) O direito à vida, assim como todos os demais direitos funda-
mentais, é protegido pela CF de forma não absoluta.

Certo.
Como dito, os direitos e as garantias fundamentais são, como regra, relativos.

Questão 39 (COMPANHIA BRASILEIRA DE TRANSPORTES URBANOS/ASSISTENTE OPE-


RACIONAL/2014/ADAPTADA) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na-
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

Certo.
É a transcrição do art. 5º, caput, da CF/1988.

Questão 40 (CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NA-


TURAIS/ANALISTA/2014) (ADAPTADA) Apenas os brasileiros e os estrangeiros residentes

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no Brasil podem valer-se dos direitos e garantias fundamentais elencados na Constituição


Federal.

Errado.
Conforme amplamente estudado.

Questão 41 (CENTRO NACIONAL DE MONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NA-


TURAIS/ANALISTA/2014/ADAPTADA) As pessoas jurídicas, diferentemente das pessoas
físicas, não são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais elencados na Constitui-
ção Federal.

Errado.
Perceba que o tema destinatários dos direitos e garantias fundamentais está “despencando”
em concurso público. Já vimos diversas vezes que as pessoas jurídicas são sim destinatárias
dos direitos e garantias fundamentais, na medida da sua natureza.

Questão 42 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Conforme já ma-


nifestou o STF e a doutrina dominante, os direitos individuais e coletivos não se restringem aos
elencados no artigo quinto da CF, podendo ser encontrados ao longo do texto constitucional.

Certo.
Exato.

Questão 43 (INÉDITA/2019) A Constituição Federal prevê o gênero direitos e garantias fun-


damentais em apenas três grupos: os direitos e deveres individuais e coletivos, os  direitos
sociais e os direitos da nacionalidade.

Errado.
O gênero “direitos e garantias fundamentais” é dividido em cinco espécies (grupos): Capítulo 1:
direitos e deveres individuais e coletivos; Capítulo 2: direitos sociais; Capítulo 3: nacionalidade;
Capítulo 4: direitos políticos; Capítulo 5: partidos políticos.

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Questão 44 (INÉDITA/2019) As garantias fundamentais são os bens e vantagens prescritos


no texto constitucional e os direitos fundamentais, por sua vez, são os instrumentos que asse-
guram o exercício de tais garantias.

Errado.
Os direitos são bens e vantagens prescritos no texto constitucional e as garantias são os ins-
trumentos que asseguram o exercício de tais direitos.

Questão 45 (INÉDITA/2019) Os direitos de primeira geração são direitos negativos, pois exi-
gem uma abstenção do Estado (um não fazer) em favor das liberdades públicas. Possuem
como destinatários os súditos (o povo), como forma de proteção em face da ação opressora
do Estado. São os direitos civis e políticos, ligados ao ideal de liberdade.

Certo.
Exatamente como prevê a doutrina constitucionalista.

Questão 46 (INÉDITA/2019) Os direitos de primeira geração surgiram no início do século XX, no


contexto do surgimento do Estado Social, durante a Revolução Industrial, em oposição ao Estado
Liberal. São direitos positivos, pois passaram a exigir uma atuação positiva do Estado (um fazer).
Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos, ligados ao ideal de igualdade.

Errado.
O conceito refere-se aos direitos de segunda geração.

Questão 47 (INÉDITA/2019) É possível afirmar que as pessoas jurídicas de direito privado ou


público são destinatárias dos direitos e garantias fundamentais compatíveis com sua natureza.

Certo.
Exatamente como tratado pela doutrina constitucionalista e pela jurisprudência dos tribunais.

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Questão 48 (INÉDITA/2019) Muito embora os direitos e garantias fundamentais tenham sido


criados para regular as relações verticais entre o Estado e os seus súditos, passaram também,
com o tempo, a ser empregados nas relações horizontais entre pessoas privadas.

Certo.
É o que a doutrina chama de eficácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais.

Questão 49 (INÉDITA/2019) Os direitos fundamentais de segunda geração são os direitos


sociais, econômicos e culturais. Os direitos fundamentais de terceira geração são os chama-
dos direitos de solidariedade ou fraternidade, que englobam o meio ambiente equilibrado, o di-
reito de paz e ao progresso, entre outros.

Certo.
Exatamente isso.

Questão 50 (INÉDITA/2019) Em meados do século XX, surgiram os direitos de terceira gera-


ção, denominados “direitos metaindividuais”, ligados ao ideal de fraternidade.

Certo.
Segundo a doutrina, em meados do século XX, surgiram os direitos de terceira geração, deno-
minados “direitos metaindividuais” (ou transindividuais), ligados ao ideal de fraternidade (ou
solidariedade). São também direitos positivos, no bojo do Estado Social, tais como direito à
preservação do meio ambiente, da autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da hu-
manidade, do patrimônio histórico e cultural etc.

Questão 51 (SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ/ANALISTA JU-


RÍDICO/2018) Em relação à eficácia horizontal dos direitos fundamentais, são destinatários
das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:

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a) as Entidades autárquicas.
b) os Órgãos do Poder Executivo.
c) as Entidades paraestatais.
d) os Particulares.
e) os Órgãos do Poder Judiciário.

Letra d.
Muito embora os direitos e garantias fundamentais tenham sido criados para regular as rela-
ções verticais entre o Estado e os seus súditos, passaram também, com o tempo, a ser empre-
gados nas relações horizontais entre particulares (eficácia horizontal dos direitos e garantias
fundamentais).

Questão 52 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) Os direitos fundamentais possuem uma eficácia não somente vertical (Estado/indivíduo),
mas também horizontal (indivíduo/indivíduo).

Certo.
Na origem (fim do século XVIII), os direitos e as garantias fundamentais visavam regular ape-
nas as relações entre o Estado e o indivíduo, ou seja, foram concebidos para proteger os sú-
ditos (o povo) em face da ação opressora do Estado. Nessa fase, falava-se tão somente em
eficácia vertical dos direitos e garantias fundamentais. Ocorre que a evolução constitucional
permitiu a aplicação de tais direitos também às relações horizontais entre pessoas privadas
(indivíduo/indivíduo).

Questão 53 (2020/INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL BRASILEIRO –


IDIB/AGENTE LEGISLATIVO) Assinale abaixo a única característica dos direitos fundamen-
tais.
a) economicidade
b) penhorabilidade

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c) disponibilidade
d) irrenunciabilidade
Letra d.
Das alternativas apresentadas, a única que representa uma característica dos direitos funda-
mentais é a letra d. A irrenunciabilidade dos direitos e das garantias fundamentais significa que
não podem ser objeto de renúncia, o que se permite é a não utilização.

Questão 54 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRO DF – FISCAL) O Estado não é apenas ga-


rantidor e promotor dos direitos fundamentais, mas também, em certa medida, titular desses
direitos.

Certo.
São destinatárias dos direitos e garantias fundamentais presentes na nossa Constituição Fe-
deral todas as pessoas físicas (nacionais, estrangeiras – residentes ou não – e, até mesmo,
os apátridas – expressão que designa aqueles que não possuem nenhuma nacionalidade) e
jurídicas (de direito público ou de direito privado), desde que o direito tratado seja compatível
com a sua natureza. Quando digo que as pessoas jurídicas de direito público são titulares dos
direitos fundamentais, aí está incluído o próprio Estado.

Questão 55 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) O status positivo dos direitos fundamentais descreve a capacidade do indivíduo de influir
na vontade estatal.

Errado.
Segundo Georg Jellinek, o status positivo ou status civitatis é aquele que coloca o indivíduo em
situação de exigir que o Estado atue positivamente em seu favor. Ou seja, que o Estado realize
políticas públicas para a satisfação de determinados direitos fundamentais.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
Luciano Dutra

Questão 56 (2020/FUNDAÇÃO DE APOIO À EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNO-


LÓGICO DE MINAS GERAIS/FUNDAÇÃO CEFETMINAS – ADVOGADO) Os direitos funda-
mentais não surgiram ao mesmo tempo, são fruto de um processo histórico de consolidação
e podem ser categorizados em gerações/ dimensões. Com base nesse conceito, é correto
afirmar que os direitos
a) humanos estão positivados e são mais específicos que os direitos fundamentais, já que se
referem aos chamados direitos de primeira geração/dimensão.
b) fundamentais de segunda geração/dimensão englobam os direitos políticos, econômicos e
culturais.
c) fundamentais de terceira geração/dimensão são associados ao princípio da fraternidade.
d) sociais podem ser enquadrados como direitos fundamentais de terceira geração/dimensão.

Letra c.
Os direitos fundamentais de terceira geração surgiram em meados do século XX e são denomi-
nados de “direitos metaindividuais” (ou transindividuais), ligados ao ideal de fraternidade (ou
solidariedade).

Questão 57 (2020/IBFC - INSTITUTO BRASILEIRO DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO/PM


BA - SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR) Quem deve respeitar os direitos e garantias fundamen-
tais? Essa questão refere-se aos sujeitos passivos ou destinatários das obrigações de obser-
vância e proteção ativa que decorrem dos direitos e garantias, por mais abstratos e indefinidos
que sejam. Sobre os destinatários dos direitos fundamentais, analise as afirmativas abaixo e
dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Os direitos fundamentais, em regra, destinam-se a proteção dos estrangeiros residentes no
país e, também, dos de passagem pelo País.
( ) Os direitos fundamentais destinam-se à proteção dos apátridas.
( ) Os direitos fundamentais destinam-se à proteção das pessoas jurídicas, observadas suas
particularidades.

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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
Luciano Dutra

( ) O destinatário principal do dever de respeitar os direitos dos indivíduos é o Estado no senti-


do mais amplo do termo. Sendo, também, atualmente possível ter como destinatário um parti-
cular a partir do reconhecimento do efeito horizontal dos direitos fundamentais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, V, F, F
c) V, F, F, V
d) F, F, V, V
e) F, V, V, F

Letra a.
As três primeiras assertivas são verdadeiras por apresentar, de forma correta, os destinatários
dos direitos e garantias fundamentais. Lembrando: são destinatárias dos direitos e garantias
fundamentais presentes na nossa Constituição Federal todas as pessoas físicas (nacionais,
estrangeiras – residentes ou não – e, até mesmo, os apátridas – expressão que designa aque-
les que não possuem nenhuma nacionalidade) e jurídicas (de direito público ou de direito priva-
do), desde que o direito tratado seja compatível com a sua natureza. Por fim, a última assertiva
também é verdadeira, considerando a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.

Questão 58 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) Os direitos fundamentais são relativos no sentido de poderem se balancear uns aos ou-
tros, não admitindo, contudo, limitação por parte do legislador ordinário.

Errado.
A parte final está errada. Pode sim uma lei infraconstitucional (abaixo da Constituição) limitar
um direito fundamental, desde que se respeite o seu núcleo essencial.

Questão 59 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRN 2 REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATI-


VO) Enquanto os direitos fundamentais são bens jurídicos em si, as garantias são instrumen-
tos que buscam assegurá-los e protegê-los.

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Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais
Luciano Dutra

Certo.
Os direitos fundamentais são os bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal, de cunho
declaratório. Por sua vez, as garantias fundamentais são instrumentos de proteção de um de-
terminado direito também previstos na Constituição, de cunho assecuratório.

Questão 60 (2020/INSTITUTO QUADRIX/CRO DF – FISCAL) Os direitos fundamentais de


quarta geração nascem a partir do fenômeno da globalização política e estão relacionados
com a democracia, a informação e a diversidade.

Certo.
É o que defende Paulo Bonavides. Segundo este autor, os direitos fundamentais de quarta
geração estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo (ou diversidade). Estes di-
reitos nascem a partir do fenômeno da globalização política.

Questão 61 (2020/CESPE/CEBRASPE/MPE - ANALISTA MINISTERIAL - ÁREA DIREITO)


Os direitos fundamentais não podem ser considerados absolutos, posto que todos os direitos
são passíveis de relativização e podem entrar em conflito entre si.

Certo.
É uma característica dos direitos e das garantias fundamentais a relatividade (não são absolu-
tos). É bem verdade que parte da doutrina admite que certos direitos podem ser considerados
de maneira absoluta, como a vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante.
Mas, de maneira geral, os direitos e as garantias fundamentais devem ser enxergados como
relativos. É certo, também, que os direitos fundamentais podem entrar em conflito entre si, si-
tuação em que se utiliza o princípio da proporcionalidade, que determina que a relação entre o
fim que se busca e o meio utilizado deva ser proporcional, ou seja, não excessiva.

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Luciano Dutra
Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor de livros. Professor de
Direito Constitucional com ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames
de Ordem presenciais e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela
Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado em
Ciências Militares.

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