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DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Executivo
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PODER EXECUTIVO

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pe-
los Ministros de Estado.

Sistemas de Governo:
a) presidencialismo;
b) parlamentarismo.

O presidencialismo dispõe de três poderes com atribuições nitidamente sepa-


radas. Nele há a separação e a harmonia dos poderes. Já no parlamentarismo
não há uma separação tão evidente entre Legislativo e o Executivo, como se
houvesse uma simbiose entre eles.

PRESIDENCIALISMO

O presidencialismo é um sistema de governo no qual o presidente da repú-


blica é chefe de governo e chefe de Estado (Poder Executivo).
Os outros poderes são autônomos, sendo nítida a separação e harmonia
entre os três poderes.

PARLAMENTARISMO

O Poder Legislativo (parlamento) oferece sustentação política para o Poder


Executivo. No parlamentarismo, o Poder Executivo é, geralmente, exercido por
um primeiro-ministro (chanceler).
Em caso de crise política, o primeiro-ministro pode ser trocado com rapidez e
o parlamento pode ser destituído.

 Obs.: a vantagem do parlamentarismo é que o primeiro-ministro não consegue


“comprar” o parlamento, pois ele é escolhido pelo próprio parlamento.
Assim, se o primeiro-ministro não está agradando os membros do parla-
mento, ele pode ser trocado rapidamente, acabando com a crise.
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O parlamentarismo pode se apresentar de duas formas:


República Parlamentarista: o chefe de Estado (presidente) normalmente
não tem poderes executivos. O Presidente pode ser eleito pelo povo e nomeado
pelo parlamento, por tempo determinado. Há também vários países em que o
presidente é eleito pelo próprio parlamento. Quem governa de fato (com poderes
executivos) é chefe de governo, ou seja, o primeiro-ministro.
Nas Monarquias Parlamentaristas, o chefe de estado é o monarca (rei),
que assume de forma hereditária, não possuindo poderes executivos. O chefe
de governo (que governa de fato) é um primeiro-ministro, também chamado de
chanceler, que é escolhido pelo parlamento.
Em ambos os casos, os parlamentares, representantes do Poder Legislativo,
são escolhidos pelo povo através de eleições diretas.
No Brasil adota-se o presidencialismo como sistema de governo. Assim, o
Presidente da República é escolhido por meio de uma eleição direta, que pode
ocorrer em dois turnos, sendo considerado eleito aquele que tiver a maioria abso-
luta dos votos.

Eleição do Presidente:
• 1º Turno: primeiro domingo de outubro;
• 2º Turno: último domingo de outubro.

Sistema Majoritário Absoluto: não basta ter a maioria dos votos, mas sim a
maioria absoluta os votos válidos

Art. 77, § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco
e os nulos.

 Obs.: o sistema majoritário absoluto difere do sistema majoritário relativo, como


é o caso da eleição para Senador, pois, para que alguém seja eleito Sena-
dor, basta possuir mais votos que o outro candidato.
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Segundo Turno:
Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento
legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
Se remanescer em segundo lugar mais de um candidato com a mesma vota-
ção, qualificar-se-á o mais idoso.

Posse:

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão


do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a
Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar
a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Pre-
sidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o
cargo, este será declarado vago.

Vice-Presidente:
O Vice-Presidente é o único sucessor do Presidente. Os demais poderão
apenas substituir o Presidente temporariamente.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de


vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que
lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por
ele convocado para missões especiais.

Ordem de Substituição:

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância


dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presi-
dência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Su-
premo Tribunal Federal.

Dupla Vacância:

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á


eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a elei-
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ção para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Con-
gresso Nacional, na forma da lei. (esta lei ainda não foi editada)
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus an-
tecessores. (“mandato tampão”)

 Obs.: a lei que regulamenta a eleição no caso do § 1º (acima) ainda não foi edi-
tada, porém há algumas manifestações do STF sobre esse dispositivo e
a suas aplicações, principalmente no âmbito dos Estados e Municípios. O
STF, por exemplo, já decidiu que os Estados e Municípios podem esco-
lher se na eleição indireta o voto será aberto ou secreto. Diferente do que
ocorre no âmbito da União em que o voto será sempre aberto.

Licença para Viajar:


Este item deve ser reproduzido no âmbito das Constituições Estaduais.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença


do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias,
sob pena de perda do cargo.

ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-
-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites
traçados nas respectivas delegações

Atribuições Delegáveis:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar au-
mento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

O art. 49, inciso V, da Constituição Federal dispõe sobre as atribuições do Con-


gresso Nacional. Dentre elas está: “sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem o poder regulamentar”. O poder regulamentar do Presidente da Repú-
blica não está descrito no art. 84, inciso VI, da CF, mas sim no art. 84, inciso IV.
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Decreto:
• Regulamentar (art. 84, IV):
–– Pode ser suspenso pelo Congresso conforme art. 49, V, CF.
• Autônomo (art. 84, VI):
–– Chamado de decreto praeter legem. Ele está em paralelo com a lei e
pode ser chamado de norma primária, uma vez que extrai seu funda-
mento diretamente do texto constitucional.

XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
(...)
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; (só a primei-
ra parte)

 Obs.: o Presidente da República pode extinguir cargo público quando este esti-
ver vago. Contudo, a mera extinção de cargo público só pode ser feita por
projeto de lei, atribuição que não pode ser delegada.

Conforme já decidiu o STF, o provimento engloba o desprovimento, portanto


o Presidente da República pode delegar a demissão de servidor público.

 Obs.: é importante lembrar que o rol do art. 84 da Constituição Federal dispõe


sobre várias atribuições do Presidente da República, mas que dentre
todas apenas três podem ser delegadas. Nesse rol há, inclusive, a atribui-
ção de assinar tratados internacionais.

CRIMES DE RESPONSABILIDADE
Por se tratar de crime, conforme decisão do STF, só a União pode legislar.
O art. 85 da Constituição apresenta um rol exemplificativo de condutas, tanto
que existem outros crimes de responsabilidade que estão disciplinados na
Lei n. 1.079/1950.
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Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que


atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público
e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

A prática de qualquer uma das condutas dispostas no art. 85 autoriza a ins-


tauração do crime de responsabilidade, ou seja, do processo de impeachment.
Caso isso ocorra, a Câmara dos Deputados é a responsável pela autorização da
instauração desse processo. Logo após a aprovação da Câmara, o Senado fará
um juízo de valor e decidirá pela abertura ou não do processo de impeachment.
Desse momento em diante serão realizados diversos procedimentos no
âmbito da Câmara e do Senado até que chegue o momento da votação. Para
que seja considerado culpado pelo crime de responsabilidade, é necessário o
voto de ao menos 2/3 dos membros do Senado. Se isso ocorrer, o Presidente da
República perde o seu mandato.

Responsabilização do Presidente:

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços
da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos
crimes de responsabilidade.

Suspensão do Presidente:

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo
Supremo Tribunal Federal;
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 Obs.: antes que o STF emita um valor se recebe ou não a queixa ou a denúncia,
ele precisa de autorização da Câmara.

II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado


Federal.

 Obs.: essa instauração depende de votação no Senado.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver con-
cluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prossegui-
mento do processo.

Irresponsabilidade do Presidente:

§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Pre-


sidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser respon-
sabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

 Obs.: o Presidente não responderá pelos atos que tenha praticado antes de ser
eleito Presidente da República durante o período que durar o seu manda-
to, ainda que tenha sido um crime bárbaro. Nesse período, a única res-
ponsabilização que será dada a ele é o que fizer enquanto Presidente da
República. As ações que realizar enquanto particular só serão respondi-
das após o término do mandato.

MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de


vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições esta-
belecidas nesta Constituição e na lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos
assinados pelo Presidente da República;
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II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;


(Instruções Normativas)
III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou dele-
gadas pelo Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da admi-
nistração pública.

É importante destacar que o Ministro de Estado também referenda alguns


atos que são praticados pelo Presidente da República. É por esse motivo que
algumas leis são assinadas tanto pelo Presidente quanto pelo Ministro de Estado.

CONSELHO DA REPÚBLICA

Apesar de não ser matéria que é cobrada com frequência em provas, é


importante conhecer o que é o Conselho da República e também o Conselho de
Defesa nacional, principalmente no que tange a sua composição:
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da
República, e dele participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Fe-
deral e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos,
vedada a recondução.

Competência:

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:


I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar
da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o res-
pectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
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CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da Re-


pública nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado
democrático, e dele participam como membros natos:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – os Ministros militares;
V – o Ministro de Estado da Defesa;
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento.
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Competência:

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:


I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos
termos desta Constituição;
II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da inter-
venção federal;
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segu-
rança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa
de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos
naturais de qualquer tipo;
IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Carlos Mendonça.
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