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DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES


(EXECUTIVO E JUDICIÁRIO)
151 minutos

Aula 1 - Tribunal de Contas e Poder Executivo (Parte 1)


Aula 2 - Poder Executivo (Parte 2)
Aula 3 - Poder Judiciário (Parte 1)
Aula 4 - Poder Judiciário (Parte 2)
Referências
 Aula 1

TRIBUNAL DE CONTAS E PODER EXECUTIVO (PARTE 1)


O Poder Executivo é aquele a que compete, principalmente, a função de governar o povo e administrar
os interesses públicos.
35 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta aula vamos aprender sobre o Poder Executivo e seu funcionamento. A tripartição dos poderes funda-se
na harmonia e na independência de cada poder. Sendo assim, cada um deles assume um papel específico e
imprescindível para o bom funcionamento do Estado. O Poder Executivo é aquele a que compete,
principalmente, a função de governar o povo e administrar os interesses públicos.

Na vida profissional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta unidade para a prática do Direito
Constitucional. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema constitucional e
sobre a relevância dos chefes do Poder Executivo para o Estado Democrático de Direito. Vamos lá?

INTRODUÇÃO AO PODER EXECUTIVO E AO TRIBUNAL DE CONTAS

Vamos entender a Estrutura do Poder Executivo? No Brasil, o sistema de governo adotado é o


presidencialismo. Isso significa que a chefia do Poder Executivo é unipessoal, e o Presidente exerce a função
de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Ainda, tem-se que o chefe do Poder Executivo é eleito para mandatos
por tempo determinado, de 4 anos, podendo haver uma reeleição.

O Poder Executivo funciona em todos os âmbitos da federação brasileira. No caso da União, o chefe do
executivo é o Presidente da República que é auxiliado Vice-Presidente e os ministros de Estado.

No âmbito estadual, o chefe do executivo é o Governador de Estado que atuará com a ajuda do Vice-
Governador e dos secretários estaduais.

Já nos municípios, a chefia executiva cabe aos prefeitos, os quais comandam a administração local com o
suporte do vice-prefeito e dos secretários municipais.

Todos esses agentes possuem a função precípua de administrar toda a máquina pública, com especial
relevância para a prestação de serviços públicos de qualidade à população. No entanto, de forma atípica, os
representantes do Poder Executivo irão atuar legislando ou julgando. O Presidente da República atua de
forma atípica legislando quando edita uma medida provisória que tem força de lei, apesar de não ser
propriamente uma lei (LENZA, 2022).
O candidato que venceu a eleição irá tomar posse no dia 05 de janeiro, em sessão conjunta do Congresso
Nacional, prestando o compromisso de fiel exercício do cargo durante os 4 (quatro) anos de mandato.

 No entanto, se o Presidente ou o Vice-Presidente não assumirem o cargo decorridos 10 (dez) dias da data da
posse, o cargo será declarado vago. Claro que se ele não assumiu por motivo de força maior será ainda
possível assumir o cargo quando solucionada a questão (LENZA, 2022).

Tomando posse tudo corretamente, pode ser que em algum momento o Presidente precise se afastar
temporariamente ou haja algum impedimento. Nesses casos, o Vice-Presidente é o responsável por substituir
o presidente (TAVARES, 2022).

O Poder Legislativo possui uma dupla função de legislar e de fiscalizar a atuação dos administradores
públicos. Nessa missão de fiscalização, o Legislativo é auxiliado pelo Tribunal de Contas da União, órgão de
suma importância para o controle externo da administração pública.

O TCU ajuda o Congresso nacional na fiscalização dos gastos públicos, porém não integra o Poder Legislativo.
Na verdade, o TCU não integra nenhum dos Poderes, funcionando como um órgão autônomo de forma
análoga ao Ministério Público da União e a Defensoria Pública da União. Logo, o TCU não está subordinado a
quaisquer dos poderes da República (TAVARES, 2022).

Desta forma, o TCU vai atuar auxiliando o Legislativo que possui uma dupla função de legislar e fiscalizar os
gastos públicos. O auxílio prestado ao TCU vai ocorrer justamente nessa atribuição legislativa de fiscalização
da boa e correta utilização do dinheiro dos contribuintes (TAVARES, 2022).

Ainda, ressalta-se que o artigo 75 da CRFB/88 dispõe que as normas estabelecidas para o TCU se aplicam, no
que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. No entanto, é proibida atualmente a
criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais, podendo funcionar apenas os que já
existiam antes da vedação do artigo 31 da CRFB/88.

COMO FUNCIONA O PODER LEGISLATIVO?

O Presidente da República é o Chefe do Poder Executivo Federal. O artigo 84 da CRFB/88 elenca as


competências privativas do Presidente da República. Dentre as 28 atribuições trazidas pelo texto
constitucional, podemos destacar as seguintes:

• Nomear e exonerar os Ministros de Estado;

• Exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

• Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução;

• Vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

• Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;

• Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;


• Decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

• Exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os
 cargos que lhes são privativos;

• Declarar guerra e celebrar a paz;

Dos 28 (vinte e oito) incisos de competência, apenas três podem ser delegadas para o Procurador Geral da
República, o Advogado Geral da União ou para um ministro de estado. As três competências delegáveis são a
elaboração de decreto autônomo, a concessão de indulto e comutação de penas e o provimento de cargos
públicos (LENZA, 2022).

Após eleito, é possível que o Presidente da República precise se afastar do seu cargo, de forma temporária ou
definitiva. Os afastamentos temporários são chamados de Impedimentos, que ocorre, por exemplo, quando o
Presidente precisa sair do país. Quando o Presidente está impedido, ele é substituído pelo Vice-Presidente.

Já a vacância é o afastamento permanente do Presidente. É o que ocorre, por exemplo, em caso de morte do
Presidente, ou condenação por crime de responsabilidade. Nesse cenário, ele é sucedido pelo Vice-Presidente.

O artigo 71 da CRFB/88 estabelece um amplo rol de competências para o TCU, que envolvem, por exemplo:

1. apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

2. julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário público;

3. fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma
direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

4. fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.

É importante destacarmos alguns pontos dentro da competência do TCU. O primeiro destaque importante é
que o TCU julga as contas de todos os administradores públicos que recebem recursos da União, exceto o
Presidente da República. No caso do presidente, o TCU apenas aprecia as contas, cabendo o julgado ao
Congresso Nacional (LENZA, 2022).

Outro ponto de destaque é que o TCU dá um prazo para que o administrador público corrija um determinado
ato, mas se este permanece inerte, o próprio TCU poderá sustar o ato. Porém se for um contrato
administrativo, cabe primeiramente ao Congresso realizar a sustação. Se o Executivo e o Legislativo ficarem
parados por 90 dias, o TCU poderá sustar esse contrato administrativo que tenha algum vício (TAVARES, 2022).
PRÁTICA DO TCU E DO PODER EXECUTIVO

Nós vimos que caso haja a necessidade de afastamento definitivo do Presidente da República, estaremos

diante de mais uma hipótese de vacância. Um bom exemplo disso seria a condenação do Presidente por
crime de responsabilidade. Nesses casos, o Vice-Presidente é convocado para assumir o cargo, cumprindo o
restante do mandado (TAVARES, 2022).

Ocorrendo o duplo afastamento tanto do presidente quanto de seu vice, haverá a convocação de outras
autoridades que compõem a linha sucessória. São convocados a assumir o cargo, sucessivamente, o
presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado Federal e o Presidente do STF.

Havendo essa vacância dupla, a autoridade da linha sucessória que assumir deverá convocar novas eleições.
As eleições serão diretas para toda a população se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos de mandato.
Contudo, se o duplo afastamento aconteceu nos dois últimos anos do mandato, haverá a convocação para
eleições indiretas dentro de 30 (trinta) dias. Aqui temos a única possibilidade de eleições indiretas no Brasil

É importante frisar que essa questão de ter ou não eleição é somente na hipótese de dupla vacância, porque
se estamos se estivermos falando de uma situação onde o Vice-Presidente assumiu em virtude do
afastamento definitivo do Presidente, aí não há no que se falar em eleição (TAVARES, 2022).

Sendo, uma hipótese de eleição de um novo presidente, o candidato que for eleito não possuirá os 4 (quatro)
anos de mandato. Ele será eleito apenas para completar o restante do mandato do presidente anterior.

O artigo 83 da CRFB/88 determina que o Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem
licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias. Se eles fizerem isso
sem a mencionada licença, poderão perder o cargo, configurando-se uma nova hipótese de vacância.

As decisões do TCU que impõem um débito ou fixem uma multa possuem natureza de título executivo
extrajudicial. Repare que não estamos falando de um título judicial porque os Tribunais de Conta não fazem
parte do Poder Judiciário. Se fizessem, suas decisões seriam título judicial e não extrajudicial.

É por não ser órgão do Poder Judiciário que existem alguns limites aplicáveis aos Tribunais de Contas. Um
exemplo é a impossibilidade dos Tribunais de Contas requisitarem informações que resultem na quebra do
sigilo bancário de uma pessoa. Veja que a CPI poderá quebrar sigilo bancário por ela possuir poderes típicos
de autoridade judiciária. Mas os Tribunais de Contas não poderão por não possuírem poderes judiciais, em
que pese serem chamados de “Tribunais”.

O STF possui diversas decisões que afetam diretamente as atividades desempenhadas pelo TCU.

A primeira decisão a destacar é a súmula vinculante nº 3 que determina que nos processos que correm
perante o TCU deve haver a garantia do contraditório e da ampla defesa se a decisão puder anular ou revogar
um ato que beneficie o interessado.

Uma segunda decisão é a súmula nº 6, que estabelece que o executivo pode reprovar ou anular um ato já
aprovado pelo TCU. No entanto, revogação ou anulação somente produzirá efeitos após decisão do TCU a
respeito desse ato que já tinha aprovado (LENZA, 2022).
Já a terceira decisão importante do STF está registrada na súmula 347, que permite ao TCU apreciar a
constitucionalidade de leis e de atos administrativos durante o exercício de suas atribuições.

VÍDEO RESUMO: TRIBUNAL DE CONTAS E PODER EXECUTIVO (PARTE 1)

Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na unidade 2 sobre a Organização dos Poderes,
em especial alguns dos aspectos mais relevantes sobre o Poder Executivo. Na aula, serão abordadas, em
especial, as hipóteses de impedimento e vacância do Presidente da República e do Vice e suas implicações no
ordenamento jurídico.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Presidente por 4 dias

Na notícia veiculada pelo jornal “Senado Notícias” estamos diante de uma situação real onde podemos
colocar em prática o conhecimento adquirido nesse estudo. Na notícia podemos ver que o Presidente da
República fez uma viagem internacional aos EUA, motivo pelo qual a presidência deveria ser assumida
pelo vice-presidente. No entanto, nesse mesmo período, o vice-presidente está na Espanha em missão
oficial, ensejando a atuação do presidente da Câmara dos Deputados. Só que o presidente da Câmara
também está na comitiva do presidente da República, então sobrou para o presidente do Senado a tarefa
de ocupar temporariamente a presidência da República. Se o senador também estivesse impedido,
restaria o presidente do STF que seria o último nessa linha sucessória.

Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/06/08/rodrigo-pacheco-assume-


presidencia-da-republica-ate-sabado-11

Acesso em nov. 2022.

TCU de olho no IBAMA

Na notícia veiculada pelo jornal “G1” conseguimos ver nitidamente a relevância da atuação do TCU para o
controle dos gastos públicos e da moralidade da administração pública. No caso em questão, o TCU está
fiscalizando os acordos realizados pelo IBAMA com grandes empresas como a Vale para substituir multas
decorrentes de infrações ambientais. Nesses acordos, multas milionárias podem ser substituídas por
prestações de serviços e por isso o TCU abriu processos para investigar a legalidade desses acordos que
o IBAMA vem firmando.

Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/08/27/acordos-do-ibama-com-grandes-


empresas-para-substituicao-de-multas-entram-na-mira-do-tcu.ghtml

Acesso em nov. 2022.


O combate à corrupção pelo TCU

No artigo “A função institucional do TCU no enfrentamento da corrupção” em apreço fica nítida a função
 institucional do TCU no enfrentamento da corrupção no Brasil. Escândalos de corrupção como o que
ocorreu na operação Lava Jato foram incessantemente combatidos pelo Tribunal de Contas. Apesar de
existirem pensamentos no sentido de que o combate à corrupção não é função institucional do TCU, tal
lógica é completamente equivocada. A Constituição prevê como atribuições do Tribunal as auditorias e
inspeções, por iniciativa própria ou a pedido das casas legislativas, justamente para viabilizar as ações
preventivas e repressivas.

Disponível em: https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/1347-a-funcao-institucional-do-tcu-no-


enfrentamento-da-corrupcao. Acesso em dez. 2022.

A natureza do Tribunal de Contas da União

O artigo “O Tribunal de Contas da União é um órgão político?”, de autoria de Flávio Garcia Cabral, discute
a natureza do TCU, buscando verificar se se trata de um órgão político ou um órgão técnico.

Disponível em https://revistas.ufpr.br/rinc/article/view/71868/41989. Acesso em dez. 2022.

Aula 2

PODER EXECUTIVO (PARTE 2)


O Poder Legislativo, de acordo com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é,
elaborar leis, e fiscalizar os atos do Poder Executivo.
27 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta aula vamos aprender sobre o Poder Executivo e seu funcionamento. A tripartição dos poderes funda-se
na harmonia e na independência de cada poder. Sendo assim, cada um deles assume um papel específico e
imprescindível para o bom funcionamento do Estado. O Poder Executivo é aquele a que compete,
principalmente, a função de governar o povo e administrar os interesses públicos.

Na vida profissional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta unidade para a prática do Direito
Constitucional. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema constitucional e
sobre a relevância dos chefes do Poder Executivo para o Estado Democrático de Direito. Vamos lá?

INTRODUÇÃO AOS MINISTROS DE ESTADO, AOS CONSELHOS DA REPÚBLICA E DE DEFESA

NACIONAL E AOS CRIMES COMETIDOS PELOS CHEFES DO PODER EXECUTIVO


Nesta aula vamos aprofundar os conhecimentos sobre o Poder Executivo. Inicialmente, vamos tratar dos
Ministros de Estado e dos Conselhos da República e de Defesa Nacional.

Os Ministros de Estado auxiliam o Presidente da República na direção superior da administração federal. Eles
são escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. De acordo
com o artigo 87 da Constituição Federal, compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições:

• I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área
de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;

• II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

• III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

• IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
República.

Já o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional são órgãos superiores de consulta do Presidente
da República, por ele convocados e presididos, cujos pareceres e manifestações são meramente opinativos
porque não vinculam as decisões a serem tomadas pelo Chefe do Executivo Federal.

Agora, vamos apresentar o tema de crimes de responsabilidade e crimes comuns cometidos pelos Chefes do
Poder Executivo. O Presidente da República pode vir a cometer crimes de responsabilidade ou crimes comuns.
Quando falamos em crime de responsabilidade estamos diante, na verdade, não de um crime, mas sim de
uma infração político-administrativa. Já quando falamos em crime comum, significa dizer que o presidente
pode cometer um delito que qualquer pessoa poderia praticar, como um furto, um roubo, um homicídio e
muitos outros crimes previstos em nosso ordenamento jurídico (TAVARES, 2022).

Entender essa diferença é fundamental para conseguirmos estabelecer quais normas serão aplicadas ao caso
concreto. Se estivermos diante de um crime de responsabilidade, aplicamos as regras da Lei 1.079 que trata
do processo de impeachment, sendo o julgamento realizado pelo Senado Federal.

Mas se estivermos falando de um crime comum, então utilizaremos as regras do processo penal, cabendo o
julgamento ao STF.

O artigo 85 da CRFB/88 elenca os crimes de responsabilidade que podem ser praticados eventualmente pelo
Presidente da República em exercício. No rol do texto constitucional são considerados como crimes de
responsabilidade os atos que atentam contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência
da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a
segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das
leis e das decisões judiciais.

É importante ressaltar o texto constitucional não teceu detalhes sobre cada uma dessas hipóteses de crime de
responsabilidade, uma vez que delega a definição e as normas de processo e de julgamento para lei especial,
sendo está a Lei 1.079/1950.
ENTENDENDO MELHOR O PODER EXECUTIVO

De acordo com a Constituição, o Conselho da República é o órgão superior de consulta do Presidente e tem

competência para se pronunciar sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio, bem como
questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. A organização e o funcionamento do
Conselho da República foram regulados pela Lei 8.041. O art. 3º, §4º, da Lei 8.041 enuncia que a participação
no Conselho da República é considerada atividade relevante e não remunerada.

O conselho de Defesa é o órgão de consulta do Presidente concernente aos assuntos relacionados à


soberania nacional e à defesa do Estado democrático. A organização e o funcionamento do Conselho Nacional
de Defesa estão disciplinados pela Lei 8.183. Este Conselho tem competência de I - opinar nas hipóteses de
declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; II - opinar sobre a decretação do
estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; III - propor os critérios e condições de utilização
de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na
faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer
tipo; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a
independência nacional e a defesa do Estado democrático.

A Lei 1.079 estabelece algumas regras gerais para os crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente
da República ou por ministros de estado. Nesse ponto, vale lembrar que não só o Presidente da República
como também outras autoridades podem responder por crime de responsabilidade, como é o caso dos
ministros de estado e também ministros do STF.

Conforme dispõe o artigo 2 da Lei 1.079, os crimes de responsabilidade são passíveis da pena de perda do
cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública. Essa pena vai incidir
ainda que o crime de responsabilidade tenha sido apenas tentado, sem que houvesse, de fato, a consumação.
Essas penas deverão ser impostas pelo Senado Federal.

Segundo estabelece o artigo 3 da referida lei, que a imposição dessas penas de perda do cargo e inabilitação
não exclui o processo e julgamento do acusado por crime comum, na justiça ordinária, nos termos das leis de
processo penal (TAVARES, 2022)

Segundo a regra do §4 do artigo 86, durante o curso do mandato, o Presidente da República não poderá ser
responsabilizado por quaisquer atos estranhos ao exercício de suas funções. Trata-se de uma imunidade
formal relativa, uma vez que só abrange os ilícitos cometidos antes de ocupar o cargo e aqueles realizados
durante o seu mandato sem que guarde relação com a função desempenhada (TAVARES, 2022).

Se for crime comum relacionado ao cargo, poderá responder. Essa é a única hipótese em que o Presidente da
República poderá ser preso, desde que ele seja condenado por uma sentença judicial transitada em julgado.

O processo deverá ser autorizado pela Câmara dos Deputados, por votação de 2/3 (dois terços) dos
parlamentares. O julgamento caberá ao STF, por causa do foro de prerrogativa, podendo ser suspenso de
suas atribuições por 180 (cento e oitenta) dias após o recebimento da denúncia ou queixa crime pelo
Supremo. Essa suspensão cessará após os 180 (cento e oitenta) dias, porém o processo poderá continuar
normalmente.
OS PROCESSOS RELACIONADOS AOS CHEFES DO PODER EXECUTIVO

Vamos entender como funciona o processo para sua apuração. Esse processo se inicia na Câmara dos

Deputados que precisará autorizar o início do processo de impeachment do Presidente da República,
mediante a aprovação de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara. Decidindo os deputados federais contra
o presidente, o processo seguirá sua tramitação perante o Senado Federal (LENZA, 2022).

Após a instauração do processo no Senado, o Presidente da República terá suspensa as suas atribuições por
até 180 (cento e oitenta) dias. Finalizado o prazo sem que tenha ocorrido o julgamento, o Presidente retornará
para as suas atividades normalmente, porém o processo continua tramitando (TAVARES, 2022).

No julgamento perante o Senado, o presidente do STF deverá presidir a mesa a fim de que possa garantir a
lisura dos trabalhos realizados pela Casa. Terá como praticado crime de responsabilidade o presidente que for
condenado por 2/3 (dois terços) dos senadores. (LENZA, 2022).

Vamos entender o procedimento para julgamento do Presidente da República pelo STF. As regras para o
procedimento judicial de julgamento do Presidente da República perante o STF estão previstas na Lei 8.038 e
no regimento interno do próprio STF (LENZA, 2022). De forma similar ao que acontece nos crimes de
responsabilidade, teremos um controle político de admissibilidade do processo que é feito pela Câmara dos
Deputados.

Esse controle político que é realizado pela Câmara dos Deputados é anterior à análise do caso pelo STF. Assim,
somente depois que 2/3 (dois terços) dos deputados federais autorizarem a realização do processo é que
haverá a notificação para que o chefe do executivo federal possa apresentar a sua resposta à acusação, no
prazo de 15 (quinze) dias. (LENZA, 2022).

A denúncia será realizada pelo Procurador-Geral da República. Se este entender que não há crime, deverá
requerer o arquivamento do inquérito policial. Mas denunciando e o STF recebendo a denúncia, o Presidente
fica afastado por 180 (cento e oitenta) dias, retornando após esse tempo (TAVARES, 2022).

Você já deve estar se perguntando se todas essas prerrogativas do Presidente da República quanto aos crimes
comuns podem ser aplicadas aos governadores e prefeitos que também são chefes do Poder Executivo. A
resposta categórica é que não!

Segundo decisão do STF, a imunidade presidencial não se estende aos Governadores e Prefeitos. Mesmo
todos eles sendo chefes do Poder Executivo, somente o Presidente da República possui a qualidade de Chefe
de Estado, motivo pelo qual a Constituição nem ao menos previu tais imunidades aos governadores e
prefeitos (LENZA, 2022).

Como vimos, para que o Presidente seja julgado pelo STF nos crimes comuns ou pelo Senado nos crimes de
responsabilidade há uma licença prévia que a Câmara dos deputados precisa fornecer, através do voto de 2/3
(dois terços) dos deputados federais. Mas esse modelo também se aplica nos Estados e Municípios?
Governadores e Prefeitos somente serão julgados se houver autorização do Legislativo local? A resposta é,
depende!
Se estivermos diante de um crime comum, a jurisprudência atual do STF proíbe esse tipo de simetria. Logo,
governadores e prefeitos que cometerem crimes comuns poderão ser julgados pela autoridade judiciária


competente sem a necessidade de autorização prévia legislativa (LENZA, 2022).

Já nos casos de crimes de responsabilidade, será possível o controle prévio do legislativo local. O judiciário
somente julgará o caso se houver a devida autorização dos legisladores (LENZA, 2022).

VÍDEO RESUMO: PODER EXECUTIVO (PARTE 2)

Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na unidade 2 sobre a Organização dos Poderes,
em especial alguns dos aspectos mais relevantes sobre o Poder Executivo. Na aula, serão abordadas, em
especial, as hipóteses de responsabilização do Presidente da República por crimes de responsabilidade e por
crimes comuns, além das imunidades ligadas à função.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Os governadores contra a CPI da COVID

Na notícia “Governadores vão ao STF em busca de imunidade para evitar a CPI” veiculada pelo jornal
“Estado de Minas” conseguimos ver nitidamente a discussão quanto à extensão da imunidade
presidencial para outros chefes do poder executivo. No caso em questão, 18 governadores ingressaram
com uma ação conjunta perante o STF requerendo um salvo conduto para não serem obrigados a
comparecer na CPI que atua no Senado Federal investigando possíveis crimes ocorridos durante a
pandemia. O argumento central desse pedido realizado pelos governadores gira em torno da
possibilidade de se aplicar a imunidade que o Presidente da República goza também aos governadores
do Estado e do Distrito Federal.

Disponível em:
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/05/28/interna_politica,1271453/governadores-vao-ao-
stf-em-busca-de-imunidade-para-evitar-a-cpi.shtml Acesso em nov. 2022.

Separação dos poderes, intervenção federal e tempo da manifestação do Conselho da República e


do Conselho de Justiça

O STF, em polêmico julgado MS 35537 MC / DF - DISTRITO FEDERAL, entendeu que, apesar da


Constituição prever que o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional deverão
obrigatoriamente pronunciar-se sobre ato de intervenção federal, não há exigência constitucional de que
tal manifestação se faça “a priori”, em momento que anteceda a formal decretação da intervenção
federal. O mesmo julgado acentuou que controvérsias fundadas em aspectos de estrita regimentalidade
mostram-se insuscetíveis de controle jurisdicional em razão insuperável obstáculo fundamentado no
dogma da separação de poderes.
Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho833057/false Acesso em nov.
2022.

 Dilma cometeu crime de responsabilidade?

Na notícia “Barroso: Dilma ‘não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção’” veiculada pelo
jornal “JOTA” é tratado de um assunto bastante polêmico que foi o impeachment da ex-presidente Dilma.
O processo pelo qual ela passou até hoje divide a opinião dos especialistas. Alguns entendem que não
houve crime algum praticado pelo presidente em exercício, enquanto outros são favoráveis à tese de que
ocorreu de fato um crime de responsabilidade. Segundo a notícia em apreço, Luís Roberto Barroso,
ministro do STF, acredita que Dilma não foi afastada do cargo por ter cometido um crime de
responsabilidade ou por corrupção, mas sim por ter perdido a sustentação política de seu governo.

Disponível em: https://www.jota.info/stf/do-supremo/barroso-dilma-nao-foi-afastada-por-crimes-de-


responsabilidade-ou-corrupcao-05072021 Acesso em nov. 2022.

Os crimes de responsabilidade

O artigo “Crimes de responsabilidade dos agentes políticos” trata sobre os crimes de responsabilidade,
seu histórico, natureza jurídica, processo e julgamento. Ainda, trata especificamente dos crimes de
responsabilidade cometidos por ministros, governadores e prefeitos.

Disponível em: https://revistas.unifan.edu.br/index.php/RevistaICJ/article/view/339. Acesso em dez. 2022.

Aula 3

PODER JUDICIÁRIO (PARTE 1)


Nesta aula, vamos aprender sobre o Poder Judiciário e seu funcionamento.
21 minutos

INTRODUÇÃO

Nesta aula, vamos aprender sobre o Poder Judiciário e seu funcionamento. A tripartição dos poderes funda-se
na harmonia e na independência de cada poder. Sendo assim, cada um deles assume um papel específico e
imprescindível para o bom funcionamento do Estado. O Poder Judiciário é aquele a que compete,
principalmente, a função de exercer a jurisdição, solucionando conflitos e aplicando o Direito.

Na vida profissional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta unidade para a prática do Direito no
geral. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema constitucional e sobre o
funcionamento do Poder Judiciário.
INTRODUÇÃO AO PODER JUDICIÁRIO

De modo genérico, o Poder Judiciário interpreta e aplica as leis. Assim, Mendes e Branco (2011) revelam caber

ao Judiciário a tarefa clássica de defender os direitos violados ou ameaçados de violência (artigo 5º, inciso
XXXV, da CRFB/88), de forma que é da essência da função de tal poder a defesa dos direitos fundamentais.

Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2020) versam que o Poder Judiciário possui a incumbência de aplicar as leis, bem
como fiscalizar a constitucionalidade da ação e a omissão do legislador. Mendes e Gonet Branco (2021)
salientam que incumbe ao Poder Judiciário exercer o último controle da atividade estatal, tanto na esfera
administrativa quanto legislativa. Os tribunais detêm a prerrogativa de controlar os atos dos demais Poderes,
com o que definem o conteúdo dos direitos fundamentais proclamados pelo constituinte. Assim, na
perspectiva do direito constitucional, a vinculação das cortes aos direitos fundamentais leva a doutrina a
entender que tais cortes possuem o dever de conferir a máxima eficácia possível aos direitos positivados
constitucionalmente.

Desta forma, o Poder Judiciário deve respeitar todos aqueles direitos fundamentais previstos no artigo 5º da
Constituição, como: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; não haverá juízo ou tribunal de
exceção; ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; a lei só poderá
restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; a
todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação, etc.

Ressalta-se, que a função do Poder Judiciário de garantir os Direitos Humanos resultou, ainda, na
promulgação do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, em 2002. O Tribunal é uma instituição
permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance
internacional. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a comunidade
internacional no seu conjunto. Nos termos do Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar os seguintes
crimes: a) O crime de genocídio; b) Crimes contra a humanidade; c) Crimes de guerra; d) O crime de agressão.
Esse Tribunal visa garantir que grandes crimes cometidos contra os Direitos Humanos terão uma resposta de
Direito Internacional, visando proteger a humanidade contra qualquer ameaça de grande porte. Voltando ao
Poder Judiciário Brasileiro, vamos tratar de alguns pontos iniciais. Primeiramente, temos as garantias do Poder
Judiciário. Para Mendes e Gonet Branco (2021) as garantias do Poder Judiciário integram o próprio conceito de
Estado de Direito. Porquanto, a autonomia administrativa e financeira do Judiciário é corolário da
indispensável independência desse Poder e, portanto, deverá ser respeitada pelo Executivo e pelo Legislativo.

Outrossim, o artigo 95 da CRFB/88 dispõe que os magistrados gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade,
que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público III - irredutibilidade de
subsídio, ressalvado o disposto nos artigos 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

ENTENDENDO MELHOR A ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO


O Poder Judiciário é composto por ministros, desembargadores e juízes, que possuem a função de julgar, de
maneira imparcial, as ações judiciais que lhes são apresentadas.

O magistrado é que profere a sentença ou o acórdão e também as decisões que resolvem (ou não) o mérito
do processo. O juiz de direito é o magistrado de primeira instância. O desembargador é o magistrado que
atua na segunda instância, ou seja, que integra os Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais e
Tribunais Regionais do Trabalho. Nos termos do artigo 94 da CRFB/88, um quinto dos lugares desses tribunais
deverá ser preenchido por membros do Ministério Público.

Já o Promotor de Justiça é o integrante do Ministério Público (MP) responsável por iniciar ação penal pública,
por atuar na defesa do patrimônio público, dos direitos dos consumidores, do direito econômico, do meio-
ambiente, do patrimônio histórico-cultural brasileiro e dos hipossuficientes, como as crianças, os idosos, as
minorias, entre outros. Os promotores de justiça trabalham exclusivamente nos Ministérios Públicos.

Desta forma, tem-se que os procuradores de justiça são os integrantes do MP que atua na segunda instância.
O promotor de justiça pode ser promovido a procurador de justiça pelos critérios de antiguidade ou
merecimento.

Ainda, tem-se o advogado, profissional liberal que representa os interesses das pessoas físicas e/ou jurídicas
em processos judiciais ou situações extrajudiciais. Para ser advogado é preciso ter graduação como bacharel
em direito e estar regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

Os Defensores Públicos são os integrantes da Defensoria Pública, o defensor presta assistência jurídica
gratuita àqueles que não possuem condições financeiras para custear os serviços jurídicos de um advogado. O
defensor também atua em situações em que o réu de um determinado processo não constituiu advogado
para defendê-lo.

Por fim, tem-se os servidores do judiciário, profissionais que servem à Justiça, tais como os escreventes, os
oficiais de justiça, os psicólogos judiciais e os assistentes sociais.

Vimos que o Poder Judiciário é estruturado em instâncias: a primeira que corresponde ao órgão que
inicialmente analisará e julgará a ação ajuizada perante o Poder Judiciário, e a segunda instância, composta
por órgãos colegiados que realizarão o reexame da matéria apreciada em primeira instância pelo juiz,
mediante julgamento de recursos. Além dessas duas instâncias, caberá às instâncias superiores (STJ e STF, por
exemplo), em razão da matéria ou dos cargos ocupados pelas partes envolvidas, a apreciação e julgamento de
determinadas ações e recursos. Em nível federal, o Poder Judiciário conta com as seguintes unidades: a Justiça
Federal Comum, que inclui os juizados especiais federais e a Justiça Especializada, composta pela Justiça do
Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar. Quanto à organização da Justiça Estadual Comum, que também
inclui os juizados especiais cíveis e criminais, ela se encontra presente nos 26 estados da federação brasileira,
acrescidos do Distrito Federal.

Desta forma, a Justiça Comum é constituída pela Justiça Federal e Estadual. A fixação de competência do
Poder Judiciário tem, dentre outras funções, a de facilitar o acesso do cidadão à justiça. A distinção de
competências havida entre a Justiça Federal e a Justiça Estadual encontra-se definida na CRFB/88 e demais leis
esparsas.
O PODER JUDICIÁRIO E SUA FORMULAÇÃO

Como vimos, a Justiça Comum tem duas competências de jurisdição: a Justiça Federal, que funciona no âmbito

da União; e a Justiça Estadual, de competência de cada um dos estados brasileiros e do Distrito Federal.

A Justiça Estadual é composta por 27 tribunais de justiça, de modo que cada unidade da federação possui o
seu. Sua regulamentação está expressa nos Artigos 125 e 126, da CRFB/88. A doutrina leciona que a Justiça
Estadual possui competência residual, ou seja, julga matérias que não sejam da competência dos demais
segmentos do Judiciário.

Assim como na Justiça Estadual, a Justiça Federal integra os juizados especiais federais. Sua regulamentação
encontra-se expressa nos Artigos 108 e 109, da CRFB/88. Conforme estabelece o Artigo 109, da CRFB/88, à
Justiça Federal compete julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto nos casos de falência, de
acidentes de trabalho e causas sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.

Ainda sobre a competência da Justiça Federal, cabe a ela julgar crimes políticos e infrações penais praticadas
contra bens, serviços ou interesse da União (incluindo entidades autárquicas e empresas públicas); processos
que envolvam Estado estrangeiro ou organismo internacional contra município ou pessoa domiciliada ou
residente no Brasil; causas baseadas em tratado ou em contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional; assim como ações que envolvam direito de povos indígenas.

Além da Justiça Comum, o Poder Judiciário brasileiro dispõe de estruturas judiciais específicas para lidar com
questões relacionadas à matéria eleitoral​, trabalhista e militar. A divisão dessas matérias favorece a aplicação
da lei e o julgamento dessas causas, com vistas à celeridade processual e à segurança jurídica.

À Justiça do Trabalho, regulada pelo Artigo 114, da CRFB/88, compete julgar conflitos individuais e coletivos
envolvendo relação entre empregados e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de
trabalho, incluindo entes de direito público externo e a administração pública direta e indireta da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Já a Justiça Eleitoral, disciplinada pelos Artigos 118 a 121, da CRFB/88, regulamenta os procedimentos
eleitorais, garantindo o direito constitucional ao voto direto e sigiloso. À Justiça Eleitoral compete organizar,
monitorar e apurar as eleições, diplomar os candidatos eleitos, julgar irregularidades praticadas nas eleições
e, inclusive, decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual.

Por fim, temos a Justiça Militar que julga os crimes do Código Penal Militar, próprios (cometidos por militares
que estejam em atividade, a exemplo de deserção e de abandono de posto) e impróprios (cometidos por
militares e por civis, a exemplo do peculato-furto, lesão corporal e homicídio).

Uma importante disposição a respeito do Poder Judicial é a regra do quinto constitucional, prevista no artigo
94 da CRFB/88, que assim dispõe:
Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais

de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada,
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos
órgãos de representação das respectivas classes

VÍDEO RESUMO: PODER JUDICIÁRIO (PARTE 1)

Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na unidade 2 sobre a Organização dos Poderes,
em especial alguns dos aspectos mais relevantes sobre o Poder Judiciário. Na aula, serão abordadas, em
especial, a Reforma do Judiciário pelas modificações realizadas pela ECn45, tais como acesso à justiça,
celeridade processual, Tribunal Penal Internacional e Federalização dos crimes contra os direitos humanos,
além de apontamentos sobre a regra do 5.º constitucional.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
O Poder Judiciário nas constituições do Brasil: uma retrospectiva histórica de seu status
institucional

A Revista do CNJ publicou um interessante artigo sobre a estrutura do Poder Judiciário no Brasil. O artigo
traz o histórico de formação desse poder, demonstrando como se deu a elevação do status institucional
do Poder Judiciário, um poder que, no início de seu caminhar histórico, pouca ou nenhuma voz possuía
no cenário estatal.

Disponível em: https://www.cnj.jus.br/ojs/index.php/revista-cnj/article/view/32. Acesso em: nov. 2022.

Sobre a existência de Justiças comum e especializadas

O artigo de Emerson Ademir Borges de Oliveira, Rafael de Lazari, Daniel Barile da Silveira e Jefferson
Aparecido Dias trata da organização judiciária brasileira e a compara com estruturas estrangeiras, como
a alemã e a portuguesa. Concluem os autores que a estrutura brasileira é muito próxima da alemã, em
que existem cinco tribunais superiores: o Tribunal Federal da Justiça (Bundesgerichtshof), o Tribunal
Federal Administrativo (Bundesverwaltungsgericht), o Tribunal Federal das Finanças (Bundesfinanzhof), o
Tribunal Federal do Trabalho (Bundesarbeitsgericht) e o Tribunal Federal Social (Bundessozialgericht),
com propósito de jurisdição, respectivamente, ordinária, administrativa, financeira, do trabalho e da
previdência. Em Portugal, a estrutura é mais enxuta. Tem-se o Tribunal Constitucional, na qualidade de
órgão supra, responsável pela guarda da Constituição, e três outras divisões judiciais, a saber: a)
Supremo Tribunal de Justiça; b) Supremo Tribunal Administrativo; c) Tribunal de Contas (art. 209º). Além
disso, é possível a existência de Tribunais Marítimos, Tribunais Arbitrais e Julgados de Paz.
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/coluna/federalismo-a-brasileira/297979/sobre-a-existencia-
de-justicas-comum-e-especializadas. Acesso em: nov. 2022.

Aula 4

PODER JUDICIÁRIO (PARTE 2)


Nesta unidade, vamos aprender melhor sobre os órgãos do Poder Judiciário, bem como sobre o
Conselho Nacional de Justiça e as Súmulas Vinculantes.
41 minutos

INTRODUÇÃO

Solidificada por Montesquieu, a teoria da separação dos poderes determina que o Estado deve ser formado
por três poderes (poder legislativo, executivo e judiciário), os quais devem atuar de forma separada,
independente e harmônica, sem abandonar as características de poder uno, indivisível e indelegável.

Dentre eles há o Poder Judiciário, órgão responsável por garantir os direitos individuais, coletivos e sociais,
bem como resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado.

Para melhor desempenhar suas funções, o Poder Judiciário divide sua competência entre os vários órgãos que
o integram, tanto no âmbito federal quanto estadual. Nesta unidade, vamos aprender melhor sobre os órgãos
do Poder Judiciário, bem como sobre o Conselho Nacional de Justiça e as Súmulas Vinculantes.

INTRODUÇÃO AOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO

Nesta unidade, vamos aprender sobre os órgãos do Poder Judiciário, sobre o Conselho Nacional de Justiça e
sobre as Súmulas Vinculantes.

De início, vamos entender os órgãos do Poder Judiciário. Conforme a previsão do artigo 92 da CRFB/88, os
seguintes órgãos compõem a estrutura do Poder Judiciário:

• O Supremo Tribunal Federal;

• O Conselho Nacional de Justiça;

• O Superior Tribunal de Justiça;

• O Tribunal Superior do Trabalho;

• Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

• Os Tribunais e Juízes do Trabalho;


• Os Tribunais e Juízes Eleitorais;

• Os Tribunais e Juízes Militares;



• Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

Dentre esses órgãos elencados, o STF, o CNJ e os Tribunais Superiores possuem a capital do país como sede
de funcionamento.

Percebe-se, desta lista, que os próprios magistrados são considerados como órgãos do Poder Judiciário. Em
um Estado Constitucional de Direito, cabe ao magistrado assegurar o reconhecimento e a eficácia do Direito, a
ele compete concretizar os preceitos constitucionais. É na observância estrita da CRFB/88 que o magistrado
garante a manutenção do Estado Constitucional de Direito e do Poder Judiciário.

Todos os tribunais brasileiros são imprescindíveis para tutelar os direitos dos jurisdicionados. Porém, é no STF
que encontramos o guardião máximo da Constituição, interpretando as normas constitucionais sempre
baseados nos princípios constitucionais e nos direitos fundamentais.

O controle de constitucionalidade realizado pelo STF é fundamental para evitar que a normas elaboradas não
violem a nossa Carta Maior. O STF possui jurisdição em todo o território nacional. Na verdade, todos os
Tribunais superiores possuem essa abrangência territorial, conforme vemos no §2º do artigo 92.

Uma das formas do STF manter organizada sua jurisprudência, evitando demandas repetidas sobre temas
consolidados, é através da edição de Súmulas. A súmula é a pacificação jurisprudencial que um tribunal tem a
respeito da interpretação e aplicação de uma norma jurídica qualquer. Contudo, existe também a figura da
Súmula Vinculante, que é de prerrogativa exclusiva do STF. As Súmulas Vinculantes não apenas pacificam a
jurisprudência, mas também obrigam todo o Poder Judiciário e a Administração Pública a seguir o que foi
determinado por ela. No presente momento, existem 58 Súmulas Vinculantes. Nesta unidade vamos
aprofundar os estudos em algumas dessas Súmulas, que mais aparecem na prática do Direito.

Por fim, nesta unidade, vamos estudar sobre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse órgão foi criado pela
Emenda Constitucional nº 45/2004, e tem como finalidade o controle da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário, bem como garantir o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. O CNJ age, portanto,
como o órgão interno de controle do Poder Judiciário, tendo atribuições de caráter apenas administrativo, não
jurisdicional, visando aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro.

ENTENDENDO MELHOR A ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO

Vimos em outra oportunidade que a competência do Poder Judiciário tem, dentre outras funções, a de facilitar
o acesso do cidadão à justiça. A Justiça Comum é constituída pela Justiça Federal e a Estadual. A distinção de
competências havida entre a Justiça Federal e a Justiça Estadual encontra-se definidas na CRFB/88 e demais
leis esparsas.

A Justiça Comum tem duas competências de jurisdição: a Justiça Federal, que funciona no âmbito da União; e a
Justiça Estadual, de competência de cada um dos estados brasileiros e do Distrito Federal. À Justiça Comum
compete processar e julgar causas que não se enquadram nas esferas de atuação da Justiça ​Especializada,
sendo elas: a Justiça Eleitoral, a Justiça Militar​e a Justiça do Trabalho.

Integram o topo dessa estrutura o STF, como órgão de cúpula, e os tribunais superiores. O desenho
 institucional do Judiciário brasileiro contempla, ainda, o CNJ​, órgão de atuação administrativa e financeira dos
tribunais e de controle dos deveres funcionais dos juízes

Além da Justiça Comum, o Poder Judiciário brasileiro dispõe de estruturas judiciais específicas para lidar com
questões relacionadas à matéria eleitoral​, trabalhista e militar. A divisão dessas matérias se faz para favorecer
a aplicação da lei e o julgamento dessas causas, tudo isso para que se garanta a celeridade processual e a
segurança jurídica, valores muito preservados no processo judicial brasileiro.

Nesse sentido, a Justiça Especializada, como o próprio nome indica, é disciplinada por leis processuais
próprias. Suas causas, por sua vez, são processadas e julgadas em um ramo do Judiciário específico para tais
questões. São órgãos que compõem a Justiça Especializada: a Justiça Eleitoral, a Justiça do Trabalho e a Justiça
Militar (da União e dos estados).

Assim como nos demais segmentos do Poder Judiciário brasileiro, inclusive a Justiça Comum, a estrutura de
cada órgão que compõe a Justiça Especializada é composta por dois graus de jurisdição, sendo eles a primeira
e a segunda instância. Havendo divergências decorrentes de decisões proferidas pelos tribunais de segunda
instância da Justiça Especializada (TRTs, TREs e Tribunais Militares), essas poderão ser analisadas pelos
tribunais superiores​(TST, TSE e STM), constituídos para uniformizar a jurisprudência em suas respectivas
esferas de atuação.

Dessa forma, temos o seguinte esquema de organização dos órgãos superiores do Poder Judiciário brasileiro:

STF, órgão de cúpula do Poder Judiciário, que aprecia causas eminentemente constitucionais, previstas em lei;

STJ, que julga de causas federais e estaduais, oriundas da Justiça comum; e

TST, TSE e STM, que compõem a Justiça Especializada e julgam causas de acordo com a matéria,
respectivamente: Direito do Trabalho, Eleitoral e Militar.

Importante esclarecer que, tecnicamente, em alinhamento com o princípio do duplo grau de jurisdição
brasileiro, a CRFB/88 garante apenas dois graus de jurisdição, ou seja, a primeira e a segunda instâncias.
Desse modo, é equivocado o entendimento de que os tribunais superiores sejam chamados de “terceira
instância”, visto poderem ser acionados mediante apreciação de recursos em casos específicos, estabelecidos
pela lei.

O PODER JUDICIÁRIO NA PRÁTICA

Em primeiro lugar, temos o Supremo Tribunal Federal, que é o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. É
composto por 11 ministros, devendo eles serem brasileiros natos, escolhidos entre cidadãos com mais de 35 e
menos de 65 anos de idade. Os ministros devem possuir notável saber jurídico e reputação ilibada e são
nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
O presidente e o vice do STF são eleitos pelo plenário do STF, cumprindo mandato de dois anos. O STF é
dividido em duas turmas, cada uma delas constituída por cinco ministros. Em se tratando das atribuições dos
ministros do STF, podemos citar a de julgar ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
federal ou estadual; ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; arguição de


descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria Constituição e a extradição solicitada por
Estado estrangeiro. Além disso, o STF possui competência para apreciar e julgar causas de natureza penal, tais
como as infrações penais comuns do Presidente da República e seu vice, dos membros do Congresso
Nacional, de seus próprios ministros e do Procurador-Geral da República.

Como vimos, também, o Supremo Tribunal Federal pode editar Súmulas Vinculantes, que obrigam as decisões
de todos os Tribunais do país. Essas Súmulas podem ter conteúdo de qualquer área do direito. Como
exemplos de Súmulas Vinculantes:

• Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade
civil do Estado.

• Súmula Vinculante 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

• Súmula Vinculante 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a
IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

• Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado
em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE
641.320/RS.

Por fim, vamos estudar um pouco mais a fundo sobre o Conselho Nacional de Justiça, que é o órgão do Poder
Judiciário encarregado do controle da atuação administrativa e financeira dos demais órgãos que compõem
esse poder, bem como por supervisionar o cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados. O CNJ é
uma instituição cuja finalidade principal é a de aprimorar o sistema judiciário nacional. Foi instalado pela
Emenda Constitucional 45, com o enfoque de atuar no controle e na transparência administrativa e
processual. O CNJ é órgão de natureza constitucional-administrativa. Sua natureza administrativa decorre do
rol de atribuições do Artigo 103-B, § 4º, da CRFB/88. No que tange a sua composição, o CNJ é composto por 15
ministros, sendo nove oriundos da magistratura e seis externos, com mandatos de dois anos, permitida uma
recondução, salvo no caso do presidente e vice-presidente, que são eleitos e tomam posse perante o
Supremo Tribunal Federal.

VÍDEO RESUMO: PODER JUDICIÁRIO (PARTE 2)

Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na quarta parte da unidade 1 sobre a
Organização dos Poderes, em especial alguns dos aspectos mais relevantes sobre o Poder Judiciário. Na aula,
serão abordadas, em especial, a estrutura do Judiciário a partir de seus órgãos, assim como serão
apresentados o Conselho Nacional de Justiça e a Súmula Vinculante.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
As Súmulas Vinculantes do Supremo Tribunal Federal.

O próprio STF disponibiliza, em seu site, uma lista completa das Súmulas Vinculantes já editadas. É
importante aprender sobre essas Súmulas, pois elas devem ser obrigatoriamente seguidas por todos os
Tribunais do país.

Ativismo judicial em debate pelos deputados

A notícia veiculada pela “Câmara dos Deputados” trata de um tema bastante recorrente em nosso país
que é o ativismo judicial. Esse ativismo é marcado por uma atuação dos magistrados que seria
considerada como não natural à estrutura do Poder Judiciário. Isso porque o Judiciário, classicamente, é
visto como um Poder que deve permanecer inerte, somente atuando quando provocado. Toda a sua
estrutura fica aguardando a composição da lide a fim de que possa aplicar a norma no caso concreto. O
ativismo judicial poderia provocar um protagonismo do Judiciário, inclusive em questões políticas,
afetando toda a estrutura de poder no país. Considerando a importância dessa temática, a Comissão de
Segurança Pública da Câmara dos Deputados começou a discutir em audiência pública o ativismo judicial,
de modo a compreender melhor os limites impostos ao Judiciário brasileiro.

Sobre a existência de Justiças comum e especializadas

O artigo “Sobre a existência de Justiças comum e especializadas" de Emerson Ademir Borges de Oliveira,
Rafael de Lazari, Daniel Barile da Silveira e Jefferson Aparecido Dias trata da organização judiciária
brasileira e a compara com estruturas estrangeiras, como a alemã e a portuguesa. Concluem os autores
que a estrutura brasileira é muito próxima da alemã, em que existem cinco tribunais superiores: o
Tribunal Federal da Justiça (Bundesgerichtshof), o Tribunal Federal Administrativo
(Bundesverwaltungsgericht), o Tribunal Federal das Finanças (Bundesfinanzhof), o Tribunal Federal do
Trabalho (Bundesarbeitsgericht) e o Tribunal Federal Social (Bundessozialgericht), com propósito de
jurisdição, respectivamente, ordinária, administrativa, financeira, do trabalho e da previdência.

Disponível em https://www.migalhas.com.br/coluna/federalismo-a-brasileira/297979/sobre-a-existencia-
de-justicas-comum-e-especializadas. Acesso em: dez. 2022.

REFERÊNCIAS
27 minutos
Aula 1

Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Legislação Federal. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: nov. 2022.

TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.

LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.

Aula 2

Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Legislação Federal. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: nov. 2022.

TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.

LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8041.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%208.041%2C%20DE%205%20D
E%20JUNHO%20DE%201990.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20organiza%C3%A7%C3%A3o%20e,Art .
Acesso em: nov. 2022.

BRASIL. Lei nº 8.183, de 11 de abril de 1991. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8183.htm>. Acesso em: nov. 2022..

Aula 3

BARBOSA, Cláudia Maria. O processo de legitimação do Poder Judiciário Brasileiro. Anais do XIV Congresso
Nacional do CONPEDI - Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito, 2006. Disponível em:
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/080.pdf. Acesso em: nov.
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BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.

BRANCO; Paulo Gustavo Gonet; MENDES; Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 16 ed. São Paulo:
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SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme Bittencourt; MITIDIERO, Daniel Francisco. Curso de Direito
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GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios; LENZA, Pedro (org.). Direito processual civil esquematizado. 12. ed. São
Paulo: Saraiva, 2021.

MARTINS, Flávio. Curso de direito constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
Aula 4

BARBOSA, Cláudia Maria. O processo de legitimação do Poder Judiciário Brasileiro. Anais do XIV Congresso

Nacional do CONPEDI - Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito, 2006. Disponível em:
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/080.pdf. Acesso em: nov.
2022.

BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. V,
cap. III “JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL: A TÊNUE FRONTEIRA ENTRE O DIREITO E A POLÍTICA”, item 4.

BRANCO; Paulo Gustavo Gonet; MENDES; Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 16 ed. São Paulo:
Saraiva, 2021. Cap. 9 “ORGANIZAÇÃO DOS PODERES”, item III.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: out. 2020.

SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme Bittencourt; MITIDIERO, Daniel Francisco. Curso de Direito
Constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. Cap. 10 “Linhas mestras da interpretação constitucional (Ingo
Wolfgang Sarlet)”, item 10.2.3.

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios; LENZA, Pedro (org.). Direito processual civil esquematizado. 12. ed. São
Paulo: Saraiva, 2021. Livro II, Cap. 3 “Da competência”, item 3.

MARTINS, Flávio. Curso de direito constitucional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. Cap. 19 “Separação dos
poderes”, item 19.16.

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