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19/08/2023, 12:52 wlldd_231_u3_ges_pes

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO
126 minutos

 Aula 1 - Programa de Integração (Onboarding)


 Aula 2 - Treinamento e desenvolvimento

 Aula 3 - Desenvolvimento

 Aula 4 - Educação corporativa


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 Referências

Aula 1

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO (ONBOARDING)


Conhecer os aspectos, os elementos e as técnicas de Programa de Integração.
31 minutos

INTRODUÇÃO
Após a realização dos processos de Recrutamento e Seleção e ter definido o candidato adequado para ingressar
na organização, a proposta é formalmente apresentada ao profissional. Assim que ele aceita ingressar na
organização, inicia-se o processo de Integração (Onboarding). O novo colaborador possui muitas expectativas e
o desejo de trabalhar para a organização, mas também se sente inseguro por não conhecer completamente o
contexto sobre ele. Desde o primeiro contato da organização a relação já vai se construindo e planejar e
executar o processo de integração é vital para o sucesso ou fracasso desta relação. Uma integração bem
realizada fornece ao colaborador recém-chegado não apenas informações importantes sobre a organização,
mas o insere dentro da Cultura Organizacional.

JÁ ESCOLHEMOS O CANDIDATO, E AGORA?


Depois de tomar a decisão sobre o candidato que está apto a ingressar na organização, realizar a proposta
formal e ele aceitar o trabalho, o processo de onboarding começa. Onboarding é o processo de integração que
visa introduzir o colaborador na organização, reforçando a missão, a visão e seus valores, bem como apresentá-
lo aos departamentos e seus times. Seu objetivo é transmitir os conhecimentos e ferramentas necessárias para
o bom desempenho de uma nova função. Aos recém-chegados, será o momento da socialização, capacitação e
aculturação (ARINS, 2022).

Machado (2007, p. 79) aborda que:


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o período de adaptação de um novo funcionário em determinada organização dá início


ao seu processo de socialização. Esse processo é contínuo, pois acontece ao longo do
tempo em que o indivíduo permanece na organização. Durante esse período o novo
funcionário recebe uma série de informações referentes à organização, como normas,
valores, principais pressupostos, enfim, são transmitidos a ele, os componentes básicos
da cultura da organização.

Estudando os diversos autores que tratam do onboarding, identifica-se que muitas são as maneiras de
denominar este processo. Machado chama este período de adaptação de processo de socialização. Já Gil (2001)
se refere ao onboarding como integração, ao qual define como um processo educacional em curto prazo que
amplia a capacidade do indivíduo para exercer suas atividades relacionadas ao espaço ocupacional a ser
ocupado na empresa.

Para Van Maanen (1976) a socialização organizacional é o processo pelo qual a pessoa aprende valores, normas
e comportamentos esperados, que lhe permitem participar de um processo contínuo durante sua carreira
dentro de uma organização. De acordo com Marras (2003) a integração é o elo entre políticas, diretrizes e ações
formais e informais que regem as relações organizacionais enquanto indicadores da cultura organizacional.

Segundo Scatena (2010, p. 175) a integração é vista como um treinamento introdutório e que pode ser definido
como parte inicial do processo de socialização:

o treinamento introdutório ocorre logo após a contratação do profissional e é através


dele que o novo funcionário conhecerá a empresa. Nessa fase serão apresentadas para
ele as normas e condutas da empresa, a equipe com qual irá trabalhar e as suas
funções, os produtos e os serviços e o ambiente em geral da empresa. Esse
treinamento tem a função de fazer com que a pessoa se sinta integrada ao todo.

Onboarding, integração, socialização, iniciação, orientação, adaptação, treinamento inicial, adequação e


processamento de pessoas são nomes atribuídos por autores de diversas correntes, se referindo então a um
mesmo conjunto de práticas as quais fazem parte ou se referem a um processo maior que é o de socializar o
novo colaborador a organização onde ele inicia a trabalhar (RUBENICK, 2016).

Segundo Giddens (2005, p. 43) “através do processo de socialização, os indivíduos aprendem sobre os papéis
sociais, expectativas socialmente definidas que uma pessoa segue numa determinada posição social”. Assim, o
papel pode ser visto como o comportamento esperado de um indivíduo em determinado contexto social (neste
caso a organização) e a socialização então é formada por um conjunto de tarefas ou papéis aprendidos.

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Alguns autores entendem que a ambientação é parte inicial do processo de integração; pois a ambientação
seria um processo menor e mais rápido, realizado normalmente pela área de gestão de pessoas, para um
prévio conhecimento da organização, a área ou os setores específicos que ele vai trabalhar e exercer as
atividades do seu job description; e dessa maneira que o colaborador ingressa na organização.

INTEGRANDO O NOVO COLABORADOR


O programa de ambientação deve apresentar ao novo colaborador os aspectos mais relevantes da organização,
como histórico da empresa, produtos, tecnologia, objetivos estratégicos, processos, valores e crenças principais,
políticas, ética e conduta esperada das pessoas, benefícios oferecidos, possibilidades de crescimento
profissional e política salarial. Pode ser complementada com a visita às instalações da empresa e a
apresentação a seus novos colegas de trabalho. A ambientação seria o processo inicial da integração.

A integração, na prática, ocorre quando o novo membro passa a conhecer a cultura da organização, os colegas
de trabalho e os processos internos; é um processo mais amplo. Em geral é conduzido pelo gestor, porém, as
diretrizes gerais são traçadas e acompanhadas pela área de gestão de pessoas. A integração de novos
colaboradores tem em vista a preocupação com a sua inserção no novo contexto organizacional. Assim, visa
facilitar a interação do novo membro com a equipe de trabalho, facilitar o entendimento da cultura
organizacional, dos objetivos estratégicos da empresa e da unidade.

A integração ainda oferece um conhecimento mais profundo das normas, das políticas e dos programas, do
processo de trabalho, entre outros aspectos relevantes, para que o novo colaborador se sinta de fato
pertencente à organização. As práticas mais comuns encontradas nas empresas, de acordo com Dutra (2002, p.
100) são:

Integração – são ações que procuram aclimatar a pessoa em seu ambiente de


trabalho, informar sobre a organização e seu negócio, estabelecer ligação com pessoas
importantes para o trabalho, oferecer orientação sobre normas e procedimentos etc.

Orientador – é designado para orientar a pessoa nos contatos iniciais com a


organização e servir de elo entre as expectativas da organização e da pessoa.

Divulgação da organização – são ações que visam criar uma imagem positiva da
organização em seu mercado de trabalho.

Negociação de expectativas – são ações desenvolvidas durante os contatos


preliminares com a organização onde são avaliadas as expectativas entre a pessoa e a
organização, tais como: condições de trabalho, possibilidades de desenvolvimento e
carreira, formas de recompensa, ambiente e clima de trabalho etc.

Robbins (2005) observa a existência de três estágios do processo de socialização:

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• Pré-chegada é o primeiro estágio, o momento de aprendizado do novo membro antes que ele se junte à
organização. Abrange conhecimentos, hábitos, culturas e valores que o colaborador aprendeu antes de
ingressar na organização.

• Encontro é o segundo estágio, que consiste quando o novo colaborador visualiza a verdadeira imagem da
empresa, o que pode ocasionar conflito entre as suas expectativas e a realidade da organização. Quando o
colaborador se depara com a organização que está adentrando, a descobre e inicia a sua socialização.

• Metamorfose é o terceiro estágio, aqui as mudanças ocorrem, ou seja, o colaborador nesta fase já
compreende e domina as habilidades necessárias para executar as tarefas de seu espaço ocupacional,
consegue se ajustar aos valores e comportamentos da organização, sente-se aceito pelo grupo de trabalho e
confiante para desempenhar suas tarefas. A socialização foi concluída, pois já está imerso na cultura e possui os
mesmos valores e as crenças, além de respeitar as normas.

ESTABELECENDO AS EXPECTATIVAS
Tanto o RH quanto o gestor do novo colaborador executam um papel no processo de onboarding. O RH
encaminha a lista com a documentação necessária para a contratação, informações sobre os planos de
benefícios e o gestor pode considerar encaminhar uma carta, ou um e-mail, assim que o aceite for recebido.
Também pode ser bom realizar uma ligação telefônica dando as boas-vindas e respondendo qualquer dúvida
que ainda possa existir. A partir do primeiro contato até o momento em que a pessoa ingressa na organização,
vão sendo construídas expectativas mútuas, entre a organização e o colaborador, ao que Dutra (2002, p. 6)
chama de contrato psicológico.

O contrato psicológico é um contrato tácito, ou seja, ele está presente mesmo que não
esteja formalizado ou que as partes tenham consciência dele. O contrato psicológico
entre as pessoas e a organização está sempre presente e define as expectativas na
relação entre ambos.

Para criar um bom clima e atender as expectativas iniciais, algumas empresas encaminham kits para o novo
colaborador, com copos, cadernos, canetas, petiscos ou bebidas, mochila. Enfim, um kit de boas-vindas.
Principalmente se o trabalho será realizado de maneira on-line. Se o trabalho for presencial, é possível decorar
o escritório do novo membro com plantas, flores e chocolates e também oferecer um café ou almoço de boas-
vindas, introduzindo o novo colaborador. Anunciá-lo no website da organização. Também pode ser interessante
criar uma força tarefa e incluí-lo para que conheça os demais membros da equipe e crie laços com eles.

A forma como as organizações trazem o novo profissional para seu contexto é crítico para o sucesso e
contribuição do crescimento da empresa. O objetivo de qualquer processo de onboarding é assegurar que a
nova contratação seja tão produtiva possível no curto período e que ele (a) fez uma grande escolha ao ingressar
na organização. Processos de onboarding inovativos possuem maior impacto na retenção e no engajamento, se

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comparados com férias competitivas ou benefícios. Embora as organizações não existam para criar uma vida
social para seus colaboradores, pesquisas têm demonstrado que ter amigos no trabalho é uma excelente
maneira de realizar um on-boarding e reter talentos (MITCHELL & GAMLEM, 2012).

Novos colaboradores são normalmente animados com o novo trabalho, mas não há nenhuma pista do que os
espera. Geralmente eles sabem bastante sobre a organização, por meio das pesquisas e da entrevista. Nas suas
primeiras abordagens, os novos colaboradores querem trabalhar com a organização e para a organização, mas
ainda possuem muitas questões e preocupações. As pessoas quando ingressam em uma nova organização se
sentem naturalmente inseguras e tendem a ter dificuldades para ler as demandas do contexto sobre elas. Por
isso, um onboarding bem planejado e executado pode fazer uma boa relação, ou quebrá-la (MITCHELL &
GAMLEM, 2012).

Existem muitas vantagens na realização do processo de integração, pois o novo colaborador é instruído de
acordo com os requisitos definidos na descrição do espaço ocupacional que irá ocupar, tendo como propósito
fornecer a este colaborador recém-chegado informações importantíssimas sobre a organização que facilitará o
seu ajuste mais rapidamente. A ausência da integração pode comprometer o processo de recrutamento e
seleção, mesmo quando muito bem realizado.

Porém, um cuidado na socialização deve ser tomado, pois a integração não deve ser utilizada na tentativa de
padronizar ou reprimir as pessoas e suas relações com a organização; este não deve ser visto como um
processo de adestramento comportamental. Fazer com que os colaboradores percam sua identidade e sua
espontaneidade é destruir toda a riqueza da diversidade e a criatividade oferecidas pelas diferenças individuais
(DUTRA, 2002).

VÍDEO RESUMO
Se ainda ficou alguma dúvida sobre os termos: integração, socialização, treinamento introdutório e
ambientação, assista à videoaula que foi preparada com muitas informações sobre o tema de onboarding.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Deseja saber mais sobre o processo de onboarding? Então acesse o site da Great Place to Work (GPTW) e
entenda o que as organizações estão fazendo.

ARINS, B. Programa de Onboarding: como a integração impacta o colaborador. GPTW, 2022.

Aula 2

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

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O novo colaborador está integrado à organização, a preocupação da gestão de pessoas é garantir


que ele tenha os recursos necessários para realizar a entrega que a organização almeja.
29 minutos

INTRODUÇÃO
Agora que o novo colaborador está integrado à organização, a preocupação da gestão de pessoas é garantir que
ele tenha os recursos necessários para realizar a entrega que a organização almeja. Os novos colaboradores
chegam de diferentes formas à organização e sua entrega nem sempre está alinhada com o esperado. O
treinamento vai prepará-los para realizar as tarefas e cumprir suas entregas, de maneira operacional e prática.
O desenvolvimento possui um caráter de longo prazo e, mesmo que a organização se beneficie, o colaborador
também cresce e carrega consigo os benefícios do desenvolvimento. A organização precisa consolidar o ciclo de
processos da gestão de treinamento e desenvolvimento, a fim de identificar as necessidades de T&D, planejar,
executar e avaliá-lo.

T&D: PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO


O novo colaborador agora já aculturado à organização, possui um conjunto de atribuições que precisa cumprir.
Muitas vezes, esse colaborador chega sem o nível de entrega esperado e cabe à gestão de pessoas auxiliá-lo
para que sua produtividade fique dentro ou acima da expectativa. Com o escopo de manter os colaboradores
motivados e capacitados, objetivando a efetividade, a gestão de pessoas possui uma área que se chama
Treinamento e Desenvolvimento (T&D). Uma organização pautada pela gestão de competências, entende que as
pessoas atuam como agentes de transformação de conhecimentos, habilidades e atitudes em competência
entregue para a organização. Essa competência entregue, pode ser caracterizada como agregação de valor ao
patrimônio de conhecimentos da organização, ou seja, essa entrega permanece na organização mesmo quando
a pessoa não trabalha mais ali. Agregar valor não é atingir uma meta, mas a melhoria de um processo ou a
introdução de uma nova tecnologia (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017).

Com este entendimento, Dutra; Dutra; Dutra (2017, p. 160) afirmam que “o desenvolvimento profissional pode
ser entendido como o aumento da capacidade da pessoa em agregar valor para a organização”. Para os autores,
lidar com atribuições e responsabilidades mais complexas faz com que o colaborador agregue mais valor à
organização. A este nível crescente de complexidade na entrega os autores atribuem o grau de
desenvolvimento que cada colaborador demonstra. Assim, falar de desenvolvimento é falar não apenas de
competências, mas também dos seus diferentes níveis de complexidade, que permitem acompanhar o processo
evolutivo das pessoas.

Apesar de estarem em treinamento e desenvolvimento, sob um mesmo guarda-chuvas na área de gestão de


pessoas, possuem dimensões diferentes. O desenvolvimento, como abordado, possui um carácter mais longevo
e agrega valor para a organização e para a carreira do colaborador; pois o desenvolvimento da pessoa é

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permanente. Já o treinamento possui um caráter de curto prazo, são procedimentos mais metódicos, atividades
que têm o intuito de treinar para o espaço ocupacional, para a realização de uma tarefa específica, ou um
conjunto de atividades (MARRAS, 2009). De acordo com Maximiano (2014, p. 305), treinamento:

Compreende atividades que promovem a aprendizagem das competências


relacionadas ao desempenho das tarefas do cargo. Em outras culturas, usam-se outras
palavras (como adaptação, capacitação ou formação) para indicar o mesmo tipo de
atividade. O treinamento tem caráter operacional e prático – é orientado para o
trabalho e para o domínio de técnicas e ferramentas, sem preocupação com a teoria.
Seus resultados podem ser mensurados de forma imediata e objetiva.

De acordo com Marras (2009, p. 167), “o treinamento prepara o homem para a realização de tarefas específicas,
enquanto um programa de desenvolvimento gerencial oferece ao treinando uma macrovisão do business,
preparando-o para voos mais altos, a médio e longo prazo”. Para que o processo de T&D seja bem-sucedido é
necessário que haja seu gerenciamento. Maximiano (2014) considera o processo de T&D como um ciclo de
quatro etapas: (1) definição e análise de necessidades, (2) planejamento de atividades educacionais, (3)
execução das atividades e (4) avaliação e revisão das atividades. Nesta última etapa de avaliação, será
introduzido o modelo de avaliação Kirkpatrick (1994) que utiliza quatro níveis de avaliação: reação, aprendizado,
comportamento e resultados.

CICLO DE PROCESSOS DE GESTÃO DE T&D


A gestão dos processos de T&D começa pela identificação e análise de necessidades, que se originam da
organização, dos cargos e dos indivíduos. Das necessidades da organização podem ser destacadas a formação
continuada de quadros técnicos e liderança, tanto para a sucessão, quanto para o preenchimento de uma vaga,
para as promoções, as transferências e para outras movimentações; assim como programas regulares de
trainee em grandes empresas. No que tange às necessidades dos cargos, a formação de pessoas para
determinados espaços na estrutura organizacional (existentes ou em processo de criação), implantação de
novas tecnologias produtivas e gerenciais, mudanças tecnológicas, nas normas ou nos procedimentos, novas
exigências legais (situações que possam alterar o conteúdo e as competências dos cargos). Já as necessidades
dos indivíduos podem ser vistas como atividades para suprir lacunas entre o desempenho real e o desejado;
preparação para assumir outras posições; licenças remuneradas para atividades de desenvolvimento; ou
programas de outplacement (MAXIMIANO, 2014).

Depois de identificar as necessidades organizacionais, do cargo ou individuais, é chegada a hora de a gestão de


pessoas (2) planejar as atividades de T&D. Existe um planejamento mais amplo de todos os programas da
organização, no qual ocorre a definição de quais programas serão realizados, em que momento, qual o custo e
se contará com parceiros externos. Neste planejamento global elabora-se o calendário e o orçamento estimado
de T&D com o horizonte de um ano (geralmente). Depois de planejar globalmente, é necessário planejar de

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maneira individual, cada um dos programas de T&D, que podem possuir os mais diversos formatos: cursos
presenciais, on-line, congressos, workshops, atividades práticas orientadas; dependendo do objetivo de
aprendizagem de cada programa.

Após planejar, ocorre a (3) execução dos programas de T&D, que envolve a aquisição, mobilização e ativação de
recursos como instalações, materiais didáticos, facilitadores, pessoal de apoio e equipamentos (estrutura
técnica). A execução pode variar muito, a depender da quantidade de pessoas, do formato escolhido (on-line ou
presencial), do tamanho do orçamento, entre outros fatores. Para não haver maiores contratempos, tudo deve
estar previsto no planejamento dos programas de T&D e contar com uma coordenação de qualidade.

Como parte final do ciclo, chegou o momento da (4) avaliação e revisão das atividades e dos papéis
desempenhados pelos membros que executaram o programa. Ou seja, além de avaliar se o programa cumpriu
seu papel no treinamento dos colaboradores e se atingiu seu objetivo, cumpre também avaliar se o time que
planejou e executou o programa o realizou da melhor forma. A avaliação e revisão dos programas deve ocorrer
continuamente, pois retroalimentam o ciclo de gestão, que deve se repetir indefinidamente.

Maximiano (2014) sugere a figura a seguir para a visualização gráfica deste ciclo do processo de T&D:

Figura 1 | Ciclo de processos da gestão de T&D

Fonte: Maximiano (2014, p. 307).

O MODELO KIRKPATRICK DE AVALIAÇÃO DE TREINAMENTO


No que tange a avaliação da eficácia do treinamento, o modelo mais amplamente utilizado pelas organizações é
o Kirkpatrick (1994). Este modelo de avaliação foi criado pelo professor Donald Kirkpatrick para medir o impacto
em programas tradicionais de treinamento. Seu método utiliza quatro níveis de avaliação: reação, aprendizado,
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comportamento e resultados.

• Reação: o quão favoráveis os participantes reagiram à instrução; o quanto eles gostaram de um programa em
particular. Este nível de avaliação é comumente utilizado em seminários ou cursos em que o desempenho dos
organizadores no final do evento é avaliado por meio de pesquisas. As perguntas são a respeito das habilidades
do facilitador para realizar o processo, a utilidade do curso, o estado das instalações onde foi realizado, entre
outros questionamentos.

• Aprendizado: o quão bem os participantes aprenderam os conhecimentos, as habilidades ou as atitudes


durante a instrução; inclui os indicadores quantificáveis do aprendizado utilizados durante o curso ou
treinamento. Para realizar a medição da aprendizagem, é preciso medir o conhecimento antes e depois do
treinamento, que pode ser por meio de um teste escrito, e comparar um grupo que não recebeu o treinamento
com um que fez, o chamado grupo de controle.

• Comportamento: em que grau os novos conhecimentos e as novas habilidades adquiridos no treinamento


são aplicados no trabalho ou resultam em melhora do seu desempenho. Esta avaliação pode ser realizada por
meio de entrevista, para identificar se o participante está colocando em prática o conhecimento que adquiriu no
treinamento.

• Resultados: consiste em avaliar as vantagens que os participantes obtiveram durante o treinamento, ou seja,
até que ponto a instrução atinge o impacto pretendido no resultado do trabalho; qual o impacto do
treinamento sobre os objetivos e as metas organizacionais (KIRKPATRICK, 1994).

O modelo de avaliação Kirkpatrick utiliza alguns parâmetros de desempenho, como:

• Avaliar antes e depois do treinamento.

• Oferecer um determinado intervalo para refletir a mudança de atitude.

• Entrevistar a pessoa treinada, seu gestor, colaboradores e outros especialistas em observar seu contexto.

• Conseguir a totalidade das respostas.

• Repetir e avaliar quando necessário.

• Utilizar uma equipe de controle para avaliação.

• Considerar se a avaliação é lucrativa em comparação com os benefícios.

Os dois primeiros níveis do modelo são os mais amplamente utilizados pelas organizações, muitas vezes,
focando-se apenas no nível da reação (ÉBOLI, 2015), isso porque são mais fáceis de avaliar. No Brasil, enquanto
73% das empresas que possuem programas de educação corporativa avaliam sempre seus treinamentos em
relação ao primeiro nível, 18% sempre avaliam o segundo e apenas 6% e 4% sempre avaliam os níveis 3 e 4,
respectivamente (ÉBOLI, 2015). Os dois últimos níveis são mais difíceis de avaliar, muitas vezes pela ausência de
suporte da gestão, tempo, alto custo e falta de conhecimento e de expertise dos profissionais de treinamento
sobre como avaliá-los.

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Mesmo com o processo de T&D estruturado, é importante não esquecer que as pessoas entregam o que a
organização necessita de formas diferentes, porque são diferentes na maneira de articular seus conhecimentos,
suas habilidades e suas atitudes, no contexto organizacional. Assim, cada pessoa vai entregar a competência
exigida pela organização de um jeito bem particular. Logo, não há uma forma padrão para o desenvolvimento
de determinada competência e se deve respeitar a individualidade de cada pessoa. Pensar em T&D significa
dialogar com o colaborador e entender quais são as ações que podem ajudá-lo a entregar a competência
requerida. Desta forma, é possível ajudar os colaboradores a se desenvolverem a partir deles mesmos e
valorizar as pessoas como elas são, preservando a sua identidade e criando um comprometimento deles com
seu próprio desenvolvimento (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017

VÍDEO RESUMO
Agora que você entendeu a importância de um programa estruturado detTreinamento e desenvolvimento na
gestão por competências, que tal assistir a videoaula que preparamos com muito carinho para você aprender
mais e tirar quaisquer dúvidas que possam ter ficado pelo caminho?

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
Ficou curioso para entender melhor o conceito de complexidade cunhado por Dutra; Dutra e Dutra (2017)?
Acesse Minha Biblioteca e descubra mais como é possível se desenvolver por meio do aumento de
complexidade:

Minha Biblioteca: Gestão de Pessoas

Caso queira aprofundar no planejamento dos programas de T&D, acesse Maximiano (2014, p. 308),
disponível em Minha Biblioteca: Minha Biblioteca: Recursos Humanos: Estratégia e Gestão de Pessoas na
Sociedade Global

Sobre o modelo Kirkpatrick (1994), acesse:

Modelo Kirkpatrick: o que é e como usar para fazer avaliação? (micropowerglobal.com)

Modelo de avaliação Kirkpatrick: conheça as principais características (questionpro.com)

Aula 3

DESENVOLVIMENTO
Tornar-se uma organização atrativa e desejada não é algo simples, mas cada vez mais, as
organizações estão apostando em programas de desenvolvimento.
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INTRODUÇÃO
Tornar-se uma organização atrativa e desejada não é algo simples, mas cada vez mais, as organizações estão
apostando em programas de desenvolvimento. O desenvolvimento auxilia na atração e retenção de talentos na
organização. Reter um colaborador qualificado é um desafio para a maioria das empresas. Outro desafio é
engajar os colaboradores e algumas estratégias como treinamento, coach, mentoria, treinamento on-the-job e
job rotation vem sendo aplicado com sucesso pelas organizações. O código de ética, que vincula o colaborador
aos valores e crenças, são outra aposta das organizações para engajar e reter os colaboradores; pois mais que
apenas um documento, assegura que as regras e os princípios definam a conduta dos colaboradores.

A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO
Na aula passada, vimos a diferença entre desenvolvimento e treinamento e ficou explícito que o
desenvolvimento é a capacidade da pessoa em agregar valor para a organização (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017).
Ainda segundo os autores, o processo de desenvolvimento de cada pessoa pode ser acompanhado pelo nível de
complexidade em que o colaborador se encontra. Pois, um maior nível de complexidade implica em agregar
mais valor para a organização. Quanto maior a capacidade de uma pessoa de compreender as demandas do
contexto que ela vive, maior será sua capacidade em lidar com situações complexas. A esse fenômeno de
compreender o contexto, Dutra; Dutra; Dutra (2017) denominam ‘nível de abstração’:

Caso uma pessoa seja desafiada a enfrentar uma situação mais exigente e mais
complexa, só conseguirá seu intento se passar a compreender o contexto com maior
profundidade. Ao fazê-lo habilita-se a lidar com maior complexidade. Portanto, se uma
pessoa lida com um determinado nível de complexidade, ela tem um nível de abstração
correspondente.

Os autores apontam que é possível desenvolver o nível de abstração por meio da experiência e da formação. Ao
investir em formação, o profissional acelera seu desenvolvimento por meio da experiência, ou seja, ela permite
que o aprendizado seja potencializado ao colocá-lo em prática. Assim, a experiência e a formação estão
intimamente ligadas ao desenvolvimento pessoal.

O desenvolvimento dos colaboradores não é crítico apenas para o crescimento da organização, mas ainda mais
crucial para a atração, para o engajamento e para a retenção dos talentos que a organização já possua, ou
ainda deseja contratar. De acordo com Mitchell & Gamlem (2017) as organizações possuem algumas opções
para prover o desenvolvimento para seus colaboradores, como: treinamento, coaching (processo de realizar
perguntas poderosas que extraiam as respostas do próprio colaborador), mentoria (a mentoria, diferente do
coaching, pode expor ideias e contar sobre situações do passado que possam auxiliar o mentee), treinamento
on-the-job (na prática do trabalho) e job rotation.

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O job rotation é uma das maneiras que as organizações utilizam para desenvolver os colaboradores, por meio
da prática de rotação em postos ou áreas de trabalho horizontalmente. Lacombe afirma que (2020, p. 131):

Novas funções sempre representam oportunidades de novos aprendizados, mas


existem limitações a essa rotação, pois ela deve manter as pessoas em posições
compatíveis com a sua formação básica. Em alguns casos, a rotação é feita com a
intenção de preparar o pessoal para novas funções, de acordo com um planejamento
de recursos humanos. Em outros, com o propósito de proporcionar novos
conhecimentos sem objetivo predeterminado.

Outra importante forma de reter e engajar os colaboradores é por meio da cultura, pois é fundamental que os
colaboradores estejam alinhados com os valores e o propósito da organização, como já vimos, aqui trataremos
mais especificamente sobre o Código de Ética. O Código de Ética é apresentado como um documento formal,
com os valores básicos e as regras éticas da organização que os colaboradores devem seguir (ROBBINS;
DECENZO; WOLTER, 2021). O código deve ser bastante específico para guiar os colaboradores, mas ele é mais
do que isso, também busca engajar e inspirar os colaboradores a serem melhores profissionais e pessoas, se
dedicarem ao trabalho, entregarem um resultado excepcional e gerar confiança.

JOB ROTATION E CÓDIGO DE ÉTICA PARA ENGAJAR E RETER COLABORADORES


Para Aguilar (1996), quando a empresa desenvolve o senso ético ela preserva as relações internas incentivando
naturalmente os colaboradores a agirem de maneira íntegra e serem empáticos na tomada de decisões. Ele
ressalta ainda que “empresas conhecidas por conduta honrada provavelmente atrairão pessoas que adotam
fortes valores morais” (AGUILAR, 1996, p. 114). Possuir um código de ética e aplicá-lo na prática, potencializa os
princípios éticos da organização, desestimula os desvios morais e fortalece a cultura da organização. Uma
organização ética tem maior probabilidade de atrair e reter colaboradores de bom caráter.

De acordo com Jordano; Uemura; Guedes (2020) job rotation são transferências horizontais ou laterais de
colaboradores entre postos de trabalho. O job rotation não é o mesmo que a promoção, que se refere a uma
mudança para um degrau acima na hierarquia organizacional, com mudança de status, responsabilidades e
grau de comando, além do aumento de salário e/ou benefícios. Os autores identificaram os benefícios do job
rotation para o desenvolvimento dos colaboradores, os mecanismos pelos quais a prática desenvolve as
competências. Dos benefícios:

• Aquisição de novos conhecimentos técnicos/práticos relevantes para a realização das tarefas.

• Ganhos em eficiência na realização das atividades.

• Aumento do senso crítico do colaborador; obtenção de uma visão global, ou uma visão mais completa do
negócio.

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• Aumento da capacidade de comunicação e relacionamento.

Além disso, os autores identificaram que o job rotation é um método de aprendizado mais eficaz do que
treinamentos formais, por tratar do aprendizado na prática (JORDANO; UEMURA; GUEDES, 2020).

O desenvolvimento do colaborador leva a um maior engajamento com a organização. O engajamento é o


comprometimento emocional que o colaborador possui com a organização e seus objetivos. Altos níveis de
engajamento têm um impacto direto na produtividade da organização, na satisfação do cliente e no valor dos
acionistas. Qualquer processo de desenvolvimento precisa ter o suporte do topo da organização. Os gestores
possuem um papel fundamental para aumentar o engajamento dos colaboradores, pois estes esperam que os
gestores: sejam amigáveis e acessíveis, comuniquem claramente suas expectativas, estejam abertos a novas
ideias, trabalhem tão duro quanto eles esperam dos seus colaboradores, ajudem a encontrar soluções
conjuntamente, se preocupem com cada colaborador enquanto indivíduo, valorizem o equilíbrio da vida pessoal
e profissional e avaliem de forma acurada a performance e o potencial de cada membro da equipe (MITCHELL;
GAMLEM, 2017).

Os gestores são vistos como exemplos no modo de conduta para os colaboradores, e precisam agir de forma a
deixar os membros orgulhosos. Algumas ações que podem realizar com a finalidade de aumentar o
engajamento é: focar na carreira o no crescimento do colaborador; promover treinamento de liderança para
todos que supervisionam alguém, reforçar a missão e visão continuamente e deixar que os colaboradores o
enxerguem como ser humano (MITCHELL; GAMLEM, 2017).

O DESENVOLVIMENTO É PARA SEMPRE!


Segundo Dutra; Dutra; Dutra (2017) as pessoas se desenvolvem mobilizando seus pontos, ou seja,
desenvolvendo o que elas já têm facilidade em realizar. Ao investir nos pontos fortes, os resultados de
desenvolvimento são melhores do que quando se resolve investir nos pontos fracos, que são regiões de
desconforto profissional. Quando se investe no ponto fraco além de os resultados serem medíocres, a pessoa
opera com grande sacrifício. Desta forma, o autoconhecimento é fundamental para que o profissional saiba
onde opera com facilidade e quais são os seus pontos fortes, assim ele mesmo consegue proporcionar
desenvolvimento nestes pontos e auxilia a organização a desenvolvê-lo. Os pontos fracos devem ser objeto de
atenção quando eles atrapalham os pontos fortes, mas não devem ser a prioridade de desenvolvimento. É
crítico que os colaboradores saibam que eles são responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento. Certamente
as organizações podem ajudá-los, promovendo oportunidades para aprender e crescer, mas os colaboradores
que devem estar em busca constante de desenvolver suas competências.

Na medida em que seu desenvolvimento é sustentado e explicado por seu nível de abstração, a pessoa não
retrocede no seu nível de compreensão do contexto e nem em sua capacidade de lidar com determinado nível
de complexidade. Ou seja, o desenvolvimento da pessoa passa a se constituir em um patrimônio que a mesma
levará para onde for (DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017). Para aumentar o grau de abstração e se desenvolver é
necessário sair da zona de conforto e se colocar à prova, em situações de desafio. Uma pessoa que seja
continuamente desafiada no limite de sua capacidade, terá um desenvolvimento contínuo e consistente.

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Lembra dos talentos ou high potencials? Eles sentem constantemente essa necessidade de se desenvolver e por
isso, se sentem atraídos em ambientes com desafios constantes (pois sabem que estes desafios é o que os
desenvolve).

Se, por um lado, desenvolver o colaborador é entregar mais valor para a organização, por outro, o colaborador
também está se tornando um melhor profissional, cidadão, membro de família e melhor pessoa, pois ao
compreender o contexto, está compreendendo sua relação nas várias dimensões de sua vida. Além desses dois
aspectos que já são extremamente importantes, o desenvolvimento ainda é capaz de aumentar o engajamento
e a retenção, diminuindo o turnover. O custo de perder um bom colaborador é alto, mais do que apenas o
financeiro. Pense no impacto que perder um colaborador valioso tem sobre os membros de uma equipe, a
produtividade irá sofrer até ajustar um novo membro; além, dos custos de contratar uma nova pessoa e treiná-
la para a posição. Assim, faz muito sentido pensar no desenvolvimento como uma forma de retenção
estratégica. Sabe-se que é impossível ter alguém em uma organização para sempre, principalmente os
Millennials, mas o esforço de mantê-los o máximo possível compensa.

VÍDEO RESUMO
O desenvolvimento é o maior recurso que uma organização pode contar para atrair, reter e engajar um
colaborador, e depende muito da postura dos gestores. Preparamos uma videoaula especial para você
continuar se aprofundando no tema de desenvolvimento. Vem assistir?

 Saiba mais
Ficou interessado em saber como se desafiar? Ou por que você não curte tanto um desafio? Uma leitura
muito interessante que trata desse tema é sobre mindset. Fica a sugestão o livro da Carol Dweck, que
explica sobre os dois diferentes tipos de mindset: fixo e de crescimento. Pessoas com o mindset de
crescimento aceitam os desafios e sabem que a nossa quantidade de inteligência não é limitada.

Caso não tenha acesso ao livro, segue um resumo, acessível em:

APRIMORESUAMENTE. Carol Dweck: Um Resumo Sobre o Mindset e o Poder De Acreditar Que Você Pode
Melhorar. 2019.

Aula 4

EDUCAÇÃO CORPORATIVA
A educação corporativa é uma prática que agrega a gestão por competências com a gestão do
conhecimento.
33 minutos

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INTRODUÇÃO
A educação corporativa é uma prática que agrega a gestão por competências com a gestão do conhecimento.
Esta integração é voltada para estratégias de longo prazo que vão muito além de um simples treinamento
corporativo de rotina. As universidades corporativas são derivadas dos conceitos de educação corporativa,
consideradas o braço educacional das organizações que planejam e executam o desenvolvimento dos
colaboradores, com foco nas competências individuais necessárias para assegurar as competências essenciais
do negócio. Das principais tendências da educação corporativa é possível identificar: microlearning,
gamification, mobile learning, big data, trilhas de aprendizagem, aprendizagem social, treinamento
personalizado e inteligência artificial.

EDUCAÇÃO CORPORATIVA
Pesquisas comprovam a relação entre as melhores práticas de gestão de pessoas adotadas pelas organizações
para atrair, manter e desenvolver os profissionais mais talentosos com os melhores resultados no desempenho
das equipes e consequentemente auferir mais lucro. O treinamento, desenvolvimento e educação ganharam
força em relação às outras práticas de RH, pois é absolutamente necessário que as organizações desenvolvam
seus talentos, suas competências para serem mais competitivas e obtenham mais resultados nos negócios. Por
estes motivos, mais e mais empresas criam um sistema diferenciado de desenvolvimento de pessoas dentro do
conceito de educação corporativa (ÉBOLI, 2002). Na Figura 1, é possível identificar de maneira visual, como a
educação corporativa conecta a organização em sua cultura, suas competências e em seus resultados, e gera
maior competitividade.

Figura 1 | Educação corporativa: conectividade para competitividade

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Fonte: Éboli (2002, p. 189).

Segundo Éboli (2008) a educação corporativa é um sistema de formação de pessoas pautado por uma gestão de
pessoas com base em competências, devendo instalar e desenvolver nos colaboradores (internos e externos) as
competências consideradas críticas para a viabilização das estratégias do negócio, promovendo um processo de
aprendizagem ativo e permanente, vinculado aos propósitos, valores e objetivos organizacionais. A educação
corporativa possui como principal objetivo a promoção, disseminação e manutenção do processo de
aprendizagem dos colaboradores e da organização, para promover o desenvolvimento dos colaboradores e o
crescimento da organização. É importante ressaltar que a educação corporativa é mais do que simplesmente
ações de treinamento, pois são ações que estimulam o desenvolvimento dos colaboradores aliadas às
estratégias e aos objetivos organizacionais; que acabam por incentivar processos de inovação e melhoria
contínua.

As universidades corporativas são derivadas dos conceitos de educação corporativa, consideradas o braço
educacional das organizações que planejam e executam o desenvolvimento dos colaboradores, com foco nas
competências individuais necessárias para assegurar as competências essenciais do negócio – core
competences. Para Araújo e Garcia (2014), universidade corporativa:

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[...] é um conceito inspirado no tradicional conceito de universidade e abrigado pelo


ambiente empresarial e diz respeito ao desenvolvimento de pessoas da organização,
clientes, consumidores, fornecedores, franqueados, terceirizados e até́ mesmo a
comunidade.

No mesmo tocante, Ribeiro (2018, p. 33) declara que:

Universidade corporativa, ou universidade empresarial, é uma instituição empresarial,


dedicada ao ensino e à capacitação profissional de nível técnico e superior e que pode
incluir a realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento relevantes à empresa
mantenedora.

A universidade corporativa está intimamente relacionada com a gestão do conhecimento, uma vez que ela
procura atender a necessidade do desenvolvimento contínuo. A gestão do conhecimento é a capacidade de a
empresa converter o conhecimento adquirido em qualidade, produtividade e inovação, gerando um diferencial
competitivo sustentável. Assim, inclui identificar e mapear os ativos intelectuais ligados à organização; gerar
novos conhecimentos (para aumentar a vantagem competitiva); tornar acessíveis grandes quantidades de
informações organizacionais e compartilhar melhores práticas e tecnologia (que torna a gestão do
conhecimento possível). Das principais tendências da educação corporativa é possível identificar: microlearning,
gamification, mobile learning, big data, trilhas de aprendizagem, aprendizagem social, treinamento
personalizado e inteligência artificial.

EDUCAÇÃO CORPORATIVA = GESTÃO POR COMPETÊNCIAS + GESTÃO DO


CONHECIMENTO
Segundo Ribeiro (2018) o objetivo da universidade corporativa é oferecer programas e cursos para os
colaboradores da corporação, clientes, fornecedores e certos públicos de interesse. A ideia é customizar cursos
e programas exatamente de acordo com as políticas e estratégias da organização. O diferencial de uma
universidade corporativa está na compreensão de assuntos pertinentes a segmentos específicos, setor ou
segmento na empresa. A ação da universidade corporativa é bem específica e alinhada com os negócios da
empresa que a cria e mantém. A universidade corporativa é mais comumente encontrada em grandes
empresas e não necessita de registro, nem reconhecimento e é muito menos burocrática que a escola
tradicional. Contudo, não deve haver conflito entre as formas de ensino corporativo e acadêmico, que devem
ser vistas como mutuamente importantes ao colaborador. O reconhecimento da qualidade da universidade
corporativa é assegurado pelo respeito que ela alcança no mercado (RIBEIRO, 2018).

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Segundo a professora Marisa Éboli, as universidades corporativas foram concebidas com alguns objetivos: 1)
difundir a ideia de que o capital intelectual é um fator de diferenciação das empresas; 2) despertar nos talentos
humanos a vocação para o aprendizado constante; 3) incentivar e estruturar atividades de
autodesenvolvimento; 4) motivar e reter os melhores talentos criando um clima organizacional saudável. Araújo
e Garcia (2014) justificam a presença da universidade corporativa nas organizações por meio da afirmação
seguinte:

O desenvolvimento das pessoas precisa estar fortemente alinhado aos propósitos da


empresa. Neste sentido, universidades corporativas têm caráter doutrinário, a despeito
de o discurso organizacional mencionar a capacidade de pensar diferente, de inovar, de
romper paradigmas, como a principal competência hoje exigida e, portanto, privilegiada
na universidade corporativa.
— (VERGARA; DAVEL apud ARAÚJO; GARCIA, 2018, p. 85)

As organizações interessadas em projetos de educação corporativa são aquelas que realizam esforços mais
intensos para mapear suas competências críticas e investem em gestão do conhecimento. Com a gestão do
conhecimento é possível construir as competências essenciais – aquelas que irão diferenciar a organização
estrategicamente. De acordo com Éboli (2002) três questões devem ser respondidas pelas organizações: 1) Por
que implementar um sistema de educação corporativa? 2) O que fazer para implementar um sistema de
educação corporativa? 3) Como fazer? Na Figura 2 as ideias por trás destas perguntas sobre as relações entre
competências, gestão do conhecimento, aprendizagem e sistema de educação corporativa ficam mais
evidentes.

Figura 2 | Educação coorporativa: articulação dos conceitos de competência, gestão do conhecimento e aprendizagem

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Fonte: Éboli (2002, p. 193).

PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA


Em linhas gerais, a educação corporativa é uma prática que agrega a gestão por competências com a gestão do
conhecimento. Esta integração é voltada para estratégias de longo prazo que vão muito além de um simples
treinamento corporativo de rotina. Das principais tendências da educação corporativa, é possível identificar
algumas práticas. O microlearning é uma das principais tendências na educação corporativa, envolve o uso de
conteúdos de curta duração e busca reduzir a quantidade de informações disseminadas; uma vez que o foco
humano e a sua capacidade de concentração são limitados. Uma estratégia é transmitir pequenos trechos (que
podem ser por vídeos ou textos) intercalados com questionários que ajudam no envolvimento do estudante e
na retenção de informações, pois permite que os colaboradores tenham acesso ao conteúdo aos poucos e
tenham tempo para refletir e assimilá-lo.

O gamification é outra forte tendência na gestão de pessoas e gestão do conhecimento, pois é uma técnica
capaz de tornar a aprendizagem mais atrativa e divertida. O gamification pode estar presente nas atividades do
dia a dia com pontuações, desafios e missões a serem cumpridas ou estar presente nos esforços de e-Learning,
por meio de um jogo, por exemplo. Com o gamification os colaboradores percebem sua evolução no

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desbloqueio de conquistas e recebimento de um crachá ou botom na conclusão bem-sucedida. É possível ainda


incorporar certa concorrência ao segmento, com uma tabela de classificação pública (aqui é preciso cuidado
para que a competição não extrapole a cooperação).

Mobile learning, como o nome já diz, é o aprendizado por meio da utilização de smartphones e tablets. Permite
que o colaborador acesse em qualquer lugar e pode se tornar mais atrativo, apresentar o conteúdo por meio de
aplicativos, além de estar sempre com o material dos treinamentos consigo. A big data envolve a geração de
índices e indicadores de resultados obtidos no ambiente de trabalho para auxiliar na análise específica do que a
organização necessita e, por conseguinte, direcionar os cursos de maneira mais específica. Após analisar as
lacunas entre as competências reais dos colaboradores e as desejadas pela organização, são criadas as trilhas
de aprendizagem, para que o colaborador desenvolva novas habilidades e aplique as já existentes no seu dia a
dia. A aprendizagem social é uma novidade na educação corporativa, pois é possível aprender com blogs, fóruns
de discussão, vídeos e outras mídias sociais, aumentar o engajamento e desempenhar um papel fundamental
na qualificação dos colaboradores.

Os treinamentos personalizados são aqueles que não ocorrem de forma indiscriminada, mas de maneira
direcionada para os colaboradores, de acordo com suas necessidades específicas de desenvolvimento. Podem
ocorrer presencialmente ou por meio do EAD (educação a distância), sempre com o foco no ritmo de
aprendizado e nas competências a serem desenvolvidas por cada colaborador. Por fim, a utilização da
Inteligência Artificial (IA) vem sendo cada vez mais difundida nas organizações, pois permite o oferecimento de
conteúdos que atendam aos interesses dos colaboradores com base em seu histórico de pesquisas. A IA
possibilita a criação de materiais interativos, respeita o ritmo de aprendizagem individual e aumenta o
engajamento dos participantes ao fornecer indicações de materiais ligados ao interesse de cada pessoa.

A universidade corporativa busca atender o desenvolvimento contínuo e não é uma substituta da educação
formal, mas, eventualmente, pode agir em complemento à educação formal, suprindo certas lacunas do
processo educativo. A universidade corporativa não deve ser vista como mais um departamento da
organização, mas deve estar integrada à gestão de pessoas ou à pesquisa e desenvolvimento e permear toda a
organização, como um guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar colaboradores, clientes,
fornecedores e comunidade.

VÍDEO RESUMO
A educação corporativa é mais do que simplesmente um nome diferenciado para T&D. Educação corporativa
está ligada à estratégia organizacional e visa o desenvolvimento dos colaboradores para alcançar os objetivos.
Se você se interessou pelo tema, venha assistir a videoaula que preparamos com muito carinho!

 Saiba mais
Se você deseja se aprofundar mais na gestão do conhecimento, sugerimos a leitura de Nonaka & Takeushi
(2008), disponível em Minha Biblioteca:

https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=1101569 20/22
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Minha Biblioteca: Gestão do Conhecimento

REFERÊNCIAS
6 minutos

Aula 1
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https://gptw.com.br/conteudo/artigos/programa-de-onboarding-
impactos/#:~:text=Onboarding%20%C3%A9%20o%20processo%20de%20integra%C3%A7%C3%A3o%20que%20
visa,para%20o%20bom%20desempenho%20de%20uma%20nova%20fun%C3%A7%C3%A3o . Acesso em: 10 set.
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RIBEIRO, A. D. L. Gestão de treinamento de pessoas. Editora Saraiva, 2018.


Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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