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1.

ANÁLISE GERAL COM EMBASAMENTO TEÓRICO

Por meio do diagnóstico organizacional é possível detectar a situação


real da organização, sendo este um instrumento em que se pode identificar o
que os integrantes da pesquisa expressam, sentem e dizem. Por meio dele é
possível verificar pontos fortes e fracos da organização e dar o primeiro passo
para a mudança, através da elaboração de ações para possíveis intervenções,
as quais irão subsidiar as mudanças necessárias em prol de resultados
satisfatórios.
O diagnóstico realizado neste trabalho foi desenvolvido por meio de
entrevista, dirigida à gestora de recursos humanos do Colégio Kennedy e de
questionário dirigido aos colaboradores do setor da Educação Infantil,
compreendendo professores e atendentes. O diagnóstico teve como finalidade
obter informações para o desenvolvimento do estudo sobre a integração do
novo colaborador neste referido setor. Participaram da pesquisa dezenove
pessoas, sendo dezessete do sexo feminino e duas do sexo masculino.
Com a coleta de informações, alcançaram-se contribuições significativas
sobre o tema abordado: processo de integração na instituição escolar, no
segmento da educação infantil.
As questões abertas do questionário e o roteiro de entrevista
possibilitaram aos colaboradores expressarem sua real opinião sobre o que
lhes foi perguntado.
A seguir passa-se à análise dos dados coletados, ancorados com
referencial teórico.
Quando perguntados se consideravam importante um programa de
integração, foi unânime a resposta sim e, quando solicitado que explicassem a
sua resposta, obtiveram-se as seguintes declarações: a maioria dos
colaboradores acredita que a integração seja importante em função do
conhecimento que se pode receber quando se ingressa em uma organização;
outros afirmaram que conhecer os colegas e a equipe os fariam se sentirem
pertencentes à organização; mencionaram que conhecer a estrutura é
essencial para poder realizar um trabalho com qualidade, favoreceria o
desempenho e que se sentiriam seguros, acolhidos e com um norte para
execução de suas atividades. A responsável pelo RH referiu que é muito
importante para ambientalizar o novo colaborador, tendo em vista melhor
aproveitamento e conhecimento dos processos internos, que dizem respeito à
sua função.
Em uma das respostas ficou evidente a importância da integração na
instituição de ensino quando o pesquisado afirmou que: “[...] oportuniza a
melhoria da qualidade da experiência escolar, potencializa as práticas
educativas e aproxima o colaborador da comunidade/alunos”.
Contribuiu outro colaborador afirmando que “é mais fácil adaptar-se ao
novo ambiente de trabalho, quando temos um conhecimento prévio sobre
como as coisas funcionam e como devemos fazer em determinadas situações”.
Boog ( apud Zakir 1999, p. 444) destaca que:

As empresas têm investido nos programas de integração com o


objetivo de facilitar a ambientação do recém-contratado à nova
organização. Um programa bem estruturado e conduzido
apressa a assimilação da cultura organizacional e ajuda a
estabelecer um vínculo entre funcionário e a empresa. Assim
entendido, pode estar a serviço da melhoria das relações de
trabalho e fazer parte do conjunto de ações que têm o mesmo
objetivo.

No segundo questionamento foi diagnosticado se o colaborador passou


por um processo de integração quando ingressou na instituição de ensino. As
respostas sinalizaram que seis pessoas participaram deste processo e doze
não tiveram esta oportunidade.
Aos que responderam que sim, foi solicitado que relatassem como
aconteceu a integração, bem como que conhecimentos receberam. Destes, a
maioria relatou que foi através de reuniões, nas quais receberam informações
sobre os espaços, detalhes da função e conheceram os colegas da equipe,
conforme depoimento a seguir: “Fui levada a todos os ambientes da escola e
apresentada a todos os colaboradores que estavam presentes no dia”. Um dos
participantes expôs que recebeu novos conhecimentos de como interagir com
as pessoas, mas não explicou a forma como isto ocorreu.
E, por último, obteve-se a seguinte reflexão: “Na verdade foi um
processo rápido no qual não aprendi tudo de imediato.”
A integração do novo colaborador é uma etapa muito importante, pois é
nesse momento que o mesmo recebe informações sobre a organização tais
como: visão, missão, valores, a história da organização, as normas de conduta,
os benefícios, o organograma, o ambiente de trabalho, a equipe que irá
trabalhar e, principalmente, o detalhamento da função que irá desempenhar,
deixando-o seguro de suas funções, reduzindo a ansiedade deste momento e
ajustando as expectativas tanto do colaborador para organização quanto da
organização para com o colaborador.
O sucesso da organização está intimamente ligado às pessoas, sendo
assim, é imprescindível que a mesma oportunize a integração do colaborador,
também como forma de alcançar resultados positivos.
Os respondentes que não passaram pela integração, expuseram como
dificuldades para exercerem a função a falta de conhecimento sobre: as
atividades a serem realizadas, a rotina escolar, as condutas com os alunos e
as normas. Um dos colaboradores descreveu que “acredito que a principal
dificuldade foi entrar no ritmo da escola, acabava fazendo mil coisas ao mesmo
tempo e achando que não fazia nada”.
Esse colaborador alertou para a importância do colégio em fornecer o
suporte necessário para o desenvolvimento do trabalho. Lacombe (2005) alerta
que toda a organização tem especificidades que necessitam ser explicitadas ao
colaborador que está ingressando.
Em relação à pergunta que indagava sobre quais os aspectos/temáticas
que os colaboradores consideravam indispensáveis na integração do novo
colaborador, constatou-se que são imprescindíveis: a colaboração no ambiente
escolar, o cronograma diário, o trabalho que é desenvolvido, as normas, a
visão e a missão. Na visão da gestora de RH, faz-se necessário informar sobre
a cultura, valores e modelos de trabalho e fornecer uma visão geral sobre o
que é esperado do novo colaborador.
Chiavenato (1999, p.156) cita que: “Cada organização tem a sua cultura
corporativa. Ela se refere ao conjunto de hábitos e crenças estabelecidas
através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhado a todos os
membros da equipe”. Desta forma, é indispensável que o novo colaborador
receba todas as informações pertinentes a estes conhecimentos através da
integração.
Foi salientado, ainda, por um dos colaboradores, como sendo
indispensável na integração: “Apresentação dos profissionais e seus espaços;
salientar a sua importância no ambiente; esclarecer suas funções e a
valorização de todos os funcionários [...].”
Salientou outro colaborador: “deve estar ciente das demandas que deve
alcançar e a qual público atenderá”.
A integração precisa possibilitar ao colaborador o conhecimento sobre o
funcionamento da instituição e sobre a função que irá exercer, ao mesmo
tempo em que cabe a esse trazer suas contribuições e aprendizados para
acrescentar à organização.
Com o conhecimento da missão, da visão e dos valores as pessoas
identificam a razão de ser da organização, bem como sua visão de futuro.
Quando questionados sobre que vantagens um processo de integração
do novo colaborador poderia causar à instituição de ensino, os colaboradores
evidenciaram: a organização teria colaboradores mais seguros, que atenderiam
os objetivos propostos e saberiam qual a expectativa da instituição de ensino
em relação ao trabalho que iriam realizar.
Esses conhecimentos certamente contribuiriam para o exercício da
função, possibilitando trilhar um caminho de assertividade.
Chiavenato (1999) descreve quatro vantagens em relação ao processo
de integração do novo colaborador:
 Reduzir a ansiedade das pessoas
 Reduzir a rotatividade
 Economizar tempo
 Para desenvolver as expectativas realísticas
Para um dos colaboradores a integração “Pode evitar transtornos, evitar
que o colaborador faça algo que não seja certo ou aceito pela escola”.
Ao contratar um novo colaborador é necessário que a instituição esteja
preocupada em capacitá-lo para que exerça da melhor forma possível a sua
função.
Quando indagados sobre os benefícios para o novo colaborador com a
integração, os participantes destacaram:
“[...] faz com que o colaborador sinta-se parte do grupo com confiança,
comprometimento e responsável por suas ações”.
“Colaboradores mais seguros contribuindo para um melhor rendimento.”
“Ter um prévio conhecimento das normas e missão da escola faz com
que o novo colaborador reveja seus métodos de ensino, buscando melhorias
para atingir os objetivos da instituição.”
Para a gestora de RH, o principal benefício é de que o processo de
integração possibilitaria orientação aos colaboradores quanto aos objetivos
estratégicos da organização. Com isso, não se despenderia tanto tempo para a
adaptação com o ambiente, processos e colegas.
Esta afirmação da gestora demonstra sua visão em relação à gestão,
voltada para o alcance dos objetivos estratégicos da organização.
Como consequência do processo de integração, a gestora sinalizou que
o mesmo contribuirá para o alinhamento e padronização da instituição e,
também, possibilitará o conhecimento da hierarquia e das metodologias
utilizadas em cada segmento da escola.
Boog (1999) retrata que há por parte do novo colaborador uma
predisposição altamente positiva de colocar toda a sua competência e
habilidade na nova organização, basta esclarecer as interfaces do seu trabalho,
explicando a sua responsabilidade, deixando clara a sua importância com o
serviço prestado e os objetivos da organização.
A última questão do questionário solicitava que os colaboradores
assinalassem três itens de seis opções que considerassem indispensáveis na
integração do novo colaborador. Obtiveram-se as seguintes informações,
demonstradas no gráfico a seguir:
5%

28%

Missão, Visão e Valores da


31% Instituição de Ensino
Organograma
Conhecer os espaços da
instituição
Detalhamento da função
Conhecer a tecnologia utilizada
pela instituição

13%

23%

Assim, pôde-se verificar que os respondentes consideraram importante


que o processo de integração contemple as seguintes informações, por ordem
de incidência, ou seja: 31% correspondendo à temática detalhamento da
função; 28% relativos ao conhecimento da missão, visão e valores da
instituição de ensino; 23% referindo ao conhecimento dos espaços da
instituição; 13% em relação ao conhecimento do organograma e 5% em
relação ao conhecimento da tecnologia utilizada pela instituição.
A gestora de RH destacou como itens que não podem faltar no processo
de integração do novo colaborador: normas e condutas; missão, visão, valores
e o detalhamento da função.
Analisando os itens elencados pelos colaboradores e pela gestora de
RH, evidenciaram-se como mais importantes para serem incluídos no processo
de integração: o detalhamento da função e o conhecimento da missão, visão e
valores da instituição.
Com o programa de integração o colaborador desenvolve uma
identificação com a organização. Chiavenato (1999, p. 146) complementa que:
“as organizações procuram integrá-los ao seu contexto, condicionando-os as
suas práticas e filosofias predominantes”.
Desta forma, é imprescindível que a prática de integração seja
devidamente planejada e aplicada, propiciando que o novo colaborador tenha
condições de se adaptar à organização e colabore com seu conhecimento para
o desenvolvimento de suas funções e a organização, por sua vez, forneça o
suporte e informações necessários para subsidiar tais funções.
Neste contexto faz-se importante que a instituição forneça o manual de
integração, uma vez que este é uma ferramenta que subsidia o novo
colaborador, tanto no processo de integração, quanto no suporte para as suas
futuras ações.
Este manual, segundo Araújo (1994, p.190) deve ser “[...] aquele que vai
ser, realmente, lido e utilizado em benefício dos funcionários da organização e
da própria organização”.
Assim, o manual deve conter informações que possam auxiliar o novo
colaborador para desenvolver suas atividades de forma a atender o que a
organização espera do seu trabalho.

Extrato do Trabalho de Conclusão de Curso da acadêmica Annelize Vivian


Silva de Melo.

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