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Professor
Me. William José Borges
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Identificar os principais elementos que constituem a estrutura organizacio-
nal, sejam eles formais ou informais.
•• Identificar as responsabilidades, autoridades, níveis de comunicação e fatores
que influenciam a estrutura organizacional.
•• Explicar a formulação e execução de dois instrumentos visuais de análise.
•• Auxiliar na construção dos instrumentos.
•• Ilustrar os cargos por meio da ficha de funções, quadro de competências
e atribuições das unidades produtivas.
PLANO DE ESTUDO
Caro(a) aluno(a),
Nesta segunda unidade, discutiremos outro ponto fundamental do geren-
ciamento dos processos de negócios. Estudaremos este item em função do
seu alto grau de interação com todos os elos produtivos de uma organização.
Para gerar dados, informações, novos processos etc., as organizações precisam
dispor de uma estrutura que, em nosso entendimento, poderá ser interpreta-
da em seu âmbito formal e informal.
A partir do momento em que uma pessoa se insere em uma organização,
é necessário que esse profissional realize uma leitura imediata do seu ambien-
te de trabalho, identificando as possibilidades, limitações e potencialidades
da estrutura organizacional encontrada. Com isso, acredita-se que os relacio-
namentos são facilitados para a continuidade das transações, haja vista que o
conhecimento é um poderoso instrumento de posicionamento nas atividades
comerciais.
Para iniciar essa incursão nas estruturas organizacionais, nada melhor que uti-
lizar um instrumento de análise formal que identifique as pessoas, bem como as
funções que cada um exerce. Feito isso, é possível aprofundar o nível de análise
e desvendar os relacionamentos intrínsecos da estrutura, ou seja, identificar as
linhas de comunicação, linhas de ação e, sobretudo, o caminho crítico utiliza-
do para transacionar nas esferas mercadológicas.
Aproveite essa oportunidade de compreender as influências que a estrutu-
ra pode exercer em seu trabalho e, por que não, também a influência que você
pode causar na estrutura organizacional. A partir dessas considerações, convido
você, caro(a) leitor(a), a iniciar essa leitura que lhe garantirá um conhecimento
mais robusto acerca da estrutura que as empresas utilizam para gerenciar os
processos de negócios.
introdução
6 Pós-Universo
ESTRUTURA FORMAL
E INFORMAL
Na literatura especializada, a Estrutura Organizacional é considerada um instrumento
essencial para a promoção do desenvolvimento e a implementação dos planejamen-
tos e estratégias delineadas pelas empresas. Para isso, todas as atividades precisam
estar intimamente relacionadas com os grandes objetivos, bem como com as grandes
estratégias formuladas internamente. Isso quer dizer que a Estrutura Organizacional
é uma ferramenta básica para alcançar as situações desejadas pelas empresas.
É importante que fique claro desde o início que ao utilizar o termo organização,
estaremos nos referindo a uma ordenação de atividades, previamente analisadas,
que irão balizar todas as atividades em prol de algum objetivo, que pode, por sua
vez, ser entendido como a missão, estratégia, meta, plano etc. (MINTZBERG, 1995).
Pós-Universo 7
Planejamento
Controle Organização
Direção
quadro resumo
“Estrutura formal é aquela que possui como base os instrumentos documen-
tais, regulamentados pela empresa, manuais, regimento interno, estatutos
sociais, organogramas, guia de atribuições, regulamentos, etc.” (COLENGUI,
2003, p.105).
•• Períodos de lazer.
atenção
Conhecer esses fatores de influência facilita o controle da situação por parte
dos executivos. Com isso, é possível elaborar metas e planos compatíveis
com os interesses e potencialidades dos agrupamentos sociais, fazendo
com que o interesse da organização seja conquistado por meio de peque-
nas atividades direcionais.
Muitas vezes, os gestores utilizam a estrutura formal para acionar esse controle e
direção, pois é ela que estabelece a hierarquia, os níveis de autoridade, responsabili-
dade, canais de comunicação, procedimentos, entre outros elementos da estrutura
organizacional. Nesse sentido, as ordens e determinações superiores são transmi-
tidas por meio de canais bem definidos de comunicação, ou seja, elas devem ser
previamente elaboradas pensando no todo e retransmitidas aos funcionários pelos
caminhos críticos de comunicação (COLENGHI, 2003).
Aqueles que ocupam as posições de executivos e coordenadores deverão consi-
derar uma série de fatores que contribuirão para a manutenção da liderança interna,
o que pode facilitar a condução dos negócios ao estimular a confiança na estrutura.
Observe os aspectos a serem considerados na concepção estrutural:
COMPONENTES E
CONDICIONANTES DA
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
No desenvolvimento e acompanhamento de uma estrutura organizacional, é muito
importante que se considere seus componentes, condicionantes, níveis de influên-
cia e níveis de abrangência. Isso porque a participação das pessoas envolvidas faz
parte constituinte da elaboração de um projeto eficaz.
Para exemplificar esse posicionamento das organizações, Drucker (1962) sugere
a existência de sete fatores internos que têm o poder de influenciar a natureza da
estrutura organizacional: (1) objetivos da empresa; (2) atividades operacionais; (3)
caminho crítico das atividades necessárias para gerar o produto ou serviço; (4) funções
administrativas; (5) limitações pessoais e tecnológicas; (6) necessidades sociais dos
executivos e funcionários; (7) tamanho da empresa.
12 Pós-Universo
Sabe-se que, para isso, o ambiente da empresa também importa, pois é lá que
serão observadas, por exemplo, as tecnologias, os recursos humanos, as competên-
cias, comprometimentos, entre outros condicionantes.
Conhecer os níveis de influência de uma estrutura é ter a ideia exata de quais setores
podem sentir com a tomada de decisões. Na medida em que a organização aprende
a delimitar esses níveis, os gestores conseguem lidar melhor com os fatores humanos
e estratégicos da empresa, pois conseguem saber, de antemão, até onde podem in-
fluenciar no nível estratégico, tático e operacional.
Seguindo a tendência, nesse item podem ser considerados três níveis de abrangên-
cia. Obviamente, o seu conhecimento leva ao desenvolvimento e implementação
de estruturas compatíveis com os interesses estratégicos e podem, com isso, ser
analisados no nível da firma, no nível da Unidade Estratégica de Negócio e no nível
da corporação. Confira a Figura 1, que apresenta o resumo dos principais itens apre-
sentados nesse tópico.
14 Pós-Universo
Sistema de
Sistema de
Autoridades:
Responsabilidades:
- Amplitude de controle
- Departamentalização
- Níveis hierárquicos
- Linha de assessoria
- Delegação
- Descrição das
- Centralização/
atividades
descentralização
Níveis de Influência
- Estratégico
- Tático
- Operacional
Níveis de abragência
- Empresa
- UEN
- Corporação
Sistema de
Sistema de Comunicações:
Decisões
- O que comunicar
- Dado - Por que comunicar
- Informação - Como comunicar
- Decisão Ação - Quando comunicar
- Para quem
Fator objetivos,
Fato Tecnológico
estratégicos e políticos
Dentre todos os elementos descritos no resumo da Figura 1 aquele que mais preocu-
pa os gestores é a resistência dos funcionários com relação às mudanças necessárias.
Isso porque, em uma estrutura organizacional, ela pode surgir sob quatro aspectos
centrais que são a qualidade intrínseca, conhecimento, capacitação e motivação dos
participantes.
É importante salientar que para cada caso deverá ser deliberada uma atitude es-
pecífica. Conhecer e sistematizar os quadros de análise é fundamental para que se
consiga realizar manobras estratégicas na empresa. Essas manobras serão inicializa-
das com o reconhecimento do campo para que, logo em seguida, os recursos sejam
alinhados e as tarefas outorgadas para os responsáveis (ROCHA, 1983).
Os analistas e gestores levam um tempo para captar as influências dos seus se-
guimentos, mas depois que o mapeamento é realizado, as demais mudanças irão se
diferenciar das demais no quesito intensidade, ou seja, elas continuarão influenciando
a organização ao longo dos anos, mas em intensidades distintas. Com isso, é possível
tornar as estruturas produtivas e organizacionais mais racionalizadas, operacionali-
zando e simplificando os sistemas administrativos de acordo com as necessidades
demandadas.
Esse mapeamento e ordenamento das funções serão apresentados na próxima
aula, onde iniciaremos uma investigação científica, desvendando as técnicas, posi-
ções, importância e funções que os organogramas e funcionogramas apresentam
no contexto administrativo.
Um bom exemplo dessas influências que ocorrem na estrutura organizacional
pode ser vista no caso da Azul, que anunciou mudanças na estrutura e irá, com isso,
mobilizar muitas pessoas até que tudo se adapte novamente.
16 Pós-Universo
ORGANOGRAMA E
FUNCIONOGRAMA
A necessidade de identificar, graficamente, o emprego dos recursos, é algo necessá-
rio e constantemente aprimorado pelos tomadores de decisão. Na medida em que
as estruturas são representadas, um novo conjunto de elementos passa a ser incor-
porado nessas representações, tornando-as mais interessantes e compatíveis com a
realidade observada. Nesta aula, iremos conhecer duas grandes representações uti-
lizadas, o organograma e o funcionograma.
O organograma ainda pode ser considerado um instrumento gráfico utilizado
para interpretar e estudar a estrutura organizacional das empresas. Com ele, os pro-
fissionais têm a possibilidade de identificar, de forma dinâmica, a sistemática dos
setores internos. Para isso, o organograma deve ser estruturado com vistas ao cum-
primento das funções e objetivos estabelecidos, de tal forma que, ao ser visualizado,
os profissionais consigam compreender a alocação de recursos, bem como o fluxo
de operações diárias (COLENGHI, 2003).
Pós-Universo 17
saiba mais
Aproveite a temática acerca do caráter dinâmico das estruturas e assista ao
filme “Sociedade dos Poetas Mortos”. Em seguida, retome a leitura pensando
nas possibilidades que existem para executar as tarefas de forma diferente.
A) Organograma
Por outro lado, algumas limitações também são identificadas nessa formulação
gráfica. Quando o instrumento não está bem organizado, ele pode dificultar a iden-
tificação das possibilidades estruturais, de tal forma que os gestores não conseguem
compreender os níveis de relacionamento. Outro problema frequente dos organogra-
mas é a sua falta de atualização, pois se não estiver atualizado, o instrumento deixa de
retratar a organização no momento, podendo ocasionar em interpretações equivo-
cadas (COLENGHI, 2003). Carreira (2009) complementa relatando outras disfunções:
papéis conflitantes que dificultam o controle e distribuição desigual das atribuições.
reflita
“Enquanto uma organização é uma unidade social intencionalmente cons-
truída e reconstruída, a fim de atingir objetivos específicos, o agrupamento
social constituído por pessoas investidas em cargos, agrupadas e reagrupadas
por meio de critérios de departamentalização e de relações de autoridade
hierárquica, que permitem representá-lo graficamente, é denominado orga-
nização formal. Ao atribuirmos níveis hierárquicos de autoridade, estaremos
conferindo a ela uma estrutura organizacional denominada organograma”
(CARREIRA, 2009, p. 292).
Sabe-se que existe uma grande variedade de tipos de organogramas, mas o que é
mais utilizado pelas empresas, principalmente as de pequeno porte, é o clássico, e
será apresentado neste item. Para a sua construção, alguns itens são importantes,
segundo Carreira (2009) e Colenghi (2003):
Presidência
Acessoria Jurídica
Seção de
Seção de Seção de Seção de
planejamento
pessoal finanças matéria-prima
da produção
Seção de
Seção de Seção de Seção de
produto
materiais tecnologia produção
acabado
B) Funcionograma
DIRETORIA
Para cada organização, deverá ser criado um conjunto de funcionogramas para o aten-
dimento dos seus interesses. No entanto, em todos os casos, os dados deverão ser
registrados e adicionados aos outros instrumentos auxiliares, de tal forma que, com
o tempo, o gestor tenha um conjunto unificado de informações correlatas às suas
atividades. O esquema analítico, aqui apresentado, sugere que o profissional realize,
imediatamente, uma avaliação das unidades organizacionais para saber se as ativida-
des estão obedecendo uma lógica funcional coerente com a formulação proposta.
22 Pós-Universo
saiba mais
O ministério do meio ambiente já está ligado nessa necessidade e procura
desenvolver ações que atrelem as melhorias da estrutura organizacional
à qualidade de vida. Algumas das ações que podem ser implantadas en-
contram-se relacionadas a seguir: uso e desenvolvimento de capacidades
(aproveitamento das habilidades; autonomia na atividade desenvolvida;
percepção do significado do trabalho), integração social e interna (ausência
de preconceitos; criação de áreas comuns para integração dos servidores;
relacionamentos interpessoais; senso comunitário), respeito à legislação (li-
berdade de expressão; privacidade pessoal; tratamento imparcial), condições
de segurança e saúde no trabalho (acesso para portadores de deficiên-
cia física; Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA; controle da
jornada de trabalho; ergonomia: equipamentos e mobiliário; ginástica laboral
e outras atividades; grupos de apoio anti-tabagismo, alcoolismo, drogas e
neuroses diversas; orientação nutricional; salubridade dos ambientes; saúde
ocupacional).
Essa divisão do trabalho recebe influência direta de Taylor (1990) e Fayol (1976), que
construíram um pensamento sobre a administração clássica. Mantendo a ênfase, res-
pectivamente, na tarefa e na estrutura da organização, os autores propuseram, em
grande monta, que a divisão do trabalho e a melhor organização da estrutura seriam
fundamentais para tornar as empresas mais eficientes e eficazes. Como nessa orga-
nização os atributos de cada departamento são considerados, é possível observar
uma série de vantagens e desvantagens, conforme exposto no Quadro 1.
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VANTAGENS DESVANTAGENS
• Maior qualidade de trabalho. • Risco do funcionário perder a
• Maior eficiência alcançada visão do todo.
pela frequência. • Pode provocar desmotivação.
• Maior facilidade de treinar • Maior dependência entre as
os funcionários. unidades organizacionais.
• Menores custos para • Baixa flexibilidade devido á
operacionalizar as atividades. rigidez de alocação das
atividades.
Fonte: Oliveira (2007)
““
descrição da linha de subordinação e do conjunto de atribuições – ineren-
tes às funções administrativas de planejamento, organização, direção, gestão
de pessoas e avaliação –, bem como dos níveis de alçada decisória de cada
unidade organizacional da empresa.
Funções:
Relativas ao planejamento: _________________________
Relativas à organização: ___________________________
Relativas à direção: _______________________________
Relativas à gestão de pessoas: ______________________
Relativas ao controle e avaliação: ____________________
Fonte: Adaptado de Oliveira (2007)
a) Atividades operacionais.
b) Caminho crítico das atividades necessárias para gerar o produto ou serviço.
c) Funções administrativas.
d) Limitações organizacionais e pessoais.
e) Necessidades sociais dos executivos e funcionários.
Quando essas atividades são analisadas em sua dinâmica administrativa, é possível observar a
existência de duas estruturas organizacionais, uma visível (formal) e outra invisível (informal), mas
ambas fortemente enraizadas. O interesse das organizações em lidar bem com essas duas moda-
lidades se justifica pelo seu alto potencial de resolver problemas de controle interno.
Para isso, é muito importante que se considere os componentes, condicionantes, níveis de influên-
cia e níveis de abrangência que permeiam as estruturas internas. Os analistas e gestores levam
um tempo para captar as influências dos seus seguimentos, mas depois que o mapeamento é
realizado, as mudanças irão se diferenciar das demais no quesito intensidade, ou seja, elas con-
tinuarão influenciando a organização ao longo dos anos, mas em intensidades distintas. Com
isso, é possível tornar as estruturas produtivas e organizacionais mais racionalizadas, operaciona-
lizando e simplificando o emprego dos recursos de acordo com as necessidades demandadas.
Comentário: Indico o filme para realizar uma conexão entre estratégias, estrutura organi-
zacional e relações interpessoais. A relação íntima que os personagens apresentam com a
leitura, bem como com a temática que estão discutindo, é ideal para fortalecer o aprendiza-
do, principalmente no caso do aprendizado à distância.
referências
CALENGHI, V. M. O&M e qualidade total: uma interpretação perfeita. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2003.
HATCH, M. J. Organization theory: modern symbolic and postmodern perspectives. New York:
Oxford University Press, 1997.
ROCHA, L. O. L. da. Organização e Métodos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 1983.