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Material Teórico
Estrutura Organizacional e Departamentização
Revisão Textual:
Profª. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Estrutura Organizacional e
Departamentização
• Introdução
• Estrutura Organizacional
• Estrutura Formal e Estrutura Informal
• Autoridade/Responsabilidade/Comunicação/Decisão
• Delegação/ Descentralização e Centralização
• Departamentalização
• Organograma
• Considerações Finais
Para que os objetivos da Unidade sejam alcançados, é fundamental que você leia
cuidadosamente todo o material e realize com atenção todas as atividades propostas.
Nesta Unidade, é importante que, durante as leituras e realização das atividades, você
conheça os conceitos elementares referentes ao assunto Estrutura Organizacional e
Departamentalização.
Sugiro que você acesse e leia cuidadosamente o material teórico. Depois, você poderá
acompanhar a videoaula e a apresentação narrada, pois elas ajudarão a compreender
melhor os principais assuntos da Unidade.
Outro recurso fundamental é a atividade de sistematização, já que com ela você poderá
perceber o quanto aprendeu sobre o tema.
Realize a atividade de aprofundamento, que associa os assuntos que estudamos à atividade
profissional por meio de reflexão e produção de sua própria autoria.
Além disso, você contará com textos e/ou vídeos indicados no material complementar.
Desta maneira, desejo a você bons estudos!
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Contextualização
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Introdução
Estrutura Organizacional
A estrutura organizacional reflete a forma como a empresa estabeleceu o seu arranjo
organizacional. Essa estrutura representa a proposta de funcionamento da empresa.
Se a estrutura é muito hierarquizada ou quando possui na empresa muitas unidades
organizacionais, ou se a estrutura é mais plana, e a organização se configura com poucas
unidades organizacionais, ou se a estrutura é mais controladora ou mais centralizadora, ou se
a empresa é mais flexível e proporciona autonomia para os colaboradores no âmbito do seu
trabalho, teremos estruturas organizacionais diferentes, moldadas de forma que possa atender
aos objetivos institucionais, às condições tecnológicas e de pessoal, além das influências do
ambiente externo dessa organização, que pode ser mais ou menos competitivo.
Todos esses fatores podem resultar em diferentes configurações de estruturas. Essas diferentes
configurações retratam propostas de funcionamento que diferenciam de forma peculiar algumas
empresas de outras.
O arranjo organizacional acaba por ser um fator determinante para uma gestão por processos.
Não há como se implantar uma gestão por processos em uma organização na qual a estrutura
privilegia unidades organizacionais compartimentadas e fragmentadas.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
A gestão de processos requer estruturas que apoiem a visão sistêmica ao mesmo tempo em
que estabeleçam papéis e competências de forma a garantir o fortalecimento da percepção de
um ambiente de integração e de interdependência entre os diversos subsistemas componentes
desta estrutura.
O desafio é de se estabelecer a visão sistêmica, garantindo capacidade de conexão
e articulação entre os colaboradores da organização, que a partir da visão integrada do
funcionamento da empresa podem cumprir suas tarefas e atuar de forma efetiva no contexto
de uma estrutura organizacional.
Esse desafio requer que todos os colaboradores de uma organização possam se situar no
contexto da estrutura da empresa e saber o que fazer de forma comprometida e integrada aos
objetivos institucionais. Para tanto, é necessário que a estrutura organizacional da empresa não
seja definida apenas pelas normas ou regulamentos, mas também pela participação ativa dos
seus colaboradores, participantes ativos para o sucesso da instituição de que fazem parte.
Os conceitos que estudaremos nesta Unidade buscam trazer reflexões que irão estimular o
desenvolvimento profissional de gestores integrais que percebem e vivenciam a organização
na qual atuam de forma sistêmica e que conseguem estabelecer o equilíbrio necessário entre a
estrutura formal e informal para que a empresa possa se beneficiar com os resultados de esforços
coordenados de uma equipe bem articulada e ciente de suas tarefas e, ao mesmo tempo, flexível
e inovadora, sem perder o foco nos objetivos institucionais.
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Já a estrutura informal nasce espontaneamente, naturalmente, a partir do relacionamento
social das pessoas no ambiente de trabalho, pois, no contexto do seu trabalho, dentro da
empresa, as pessoas estabelecem laços de amizade e criam uma rede de conexões pessoais que
se forma como uma estrutura informal.
Essa forma de organização informal é inerente a todas as estruturas e se dá pela própria
existência de pessoas que trabalham juntas com objetivos comuns.
Você Sabia ?
A estrutura informal é tão importante quanto à estrutura formal. As empresas acabam por
precisar de ambas as formas de estrutura. Não se pode pensar em uma empresa na qual não exista
uma das formas de estruturas. Esta organização hipotética não sobreviveria não possuindo ou a
estrutura formal ou a estrutura informal.
Mas você poderia estar se perguntando: de que forma a estrutura informal pode ser benéfica
para uma empresa?
Ora, a estrutura informal proporciona agilidade no fluxo informacional. “Se você está
em sua sala de trabalho e precisa de uma informação de outro setor, como você iria solicitar
essa informação?”
Bom, se você não conhece ninguém dentro da empresa, você teria de utilizar a comunicação
formal, direcionada ao chefe da área que detém a informação que você precisa.
No entanto, se você possui uma rede de relacionamentos no âmbito da empresa e conhece
as pessoas dos outros setores, não seria difícil para você fazer uma ligação telefônica e pedir a
informação que necessita. Neste caso, você estará utilizando a estrutura informal para obter
a informação que ajudará você no encaminhamento do seu trabalho.
Perceba que a estrutura informal trouxe para você agilidade na execução de sua tarefa.
Por isso mesmo, muitas empresas promovem encontros ou eventos nos quais os colaboradores
podem se conhecer e interagir, fortalecendo a estrutura informal da empresa.
Contudo, tanto a estrutura formal quanto a estrutura informal também trazem
desvantagens e dificuldades para a organização.
Se a estrutura FORMAL pode inibir a capacidade de iniciativa ou inovação em virtude
das normas e rotinas muito padronizadas, a estrutura informal pode acirrar conflitos entre
os colaboradores de uma empresa, a partir de informações incorretas ou mesmo boatos que
possam transitar na instituição.
Apesar de tudo, sabemos que toda a organização vai conviver com a estrutura formal e a
estrutura informal. Vale encontrar o ponto de equilíbrio de cada uma com relação ao grau de
formalidade ou de informalidade adequado para o contexto de trabalho da empresa.
Cada empresa terá seu ponto de equilíbrio, determinado por suas características, como a
natureza de suas atividades, seu nível tecnológico, ou mesmo o perfil de seus colaboradores.
De agora em diante, dentro das peculiaridades de cada organização, você deve estar atento sobre
as ações e reações que definem o equilíbrio entre a estrutura formal e a estrutura informal.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Autoridade/Responsabilidade/Comunicação/Decisão
Para que possamos entender a relação entre a estrutura formal e a estrutura informal das
organizações, temos de discutir alguns aspectos componentes da estrutura organizacional. Tais
aspectos definem a organização hierárquica, os papéis e atribuições das unidades organizacionais
instituídas, além da relação de autoridade e responsabilidade, bem como dos níveis de
decisão e da abrangência e da configuração do sistema de decisão institucional.
Para Pensar
O que é Autoridade? – O que é Responsabilidade? – Será que todos os colaboradores de uma empresa
têm autoridade no âmbito das organizações? E a responsabilidade? – Podemos ter responsabilidade
sem autoridade? – Como podemos resolver essas questões?
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A autoridade formal está atrelada à responsabilidade. Quanto mais autoridade se tem, mais
responsabilidade. Portanto, todos os colaboradores de uma empresa têm autoridade na medida
em que estão vinculados para exercer atribuições conferidas pelo cargo que ocupam. O que
muda é a amplitude da autoridade.
Por exemplo, quando se detém um cargo de direção dentro da empresa, você tem muita
autoridade com a correspondente responsabilidade. Quando se é presidente de uma organização,
sua autoridade é maior e sua responsabilidade também. No entanto, se você executa uma
atividade operacional, em um setor específico de uma empresa, você detém autoridade dentro
dos limites de sua função e dentro da abrangência de seu cargo. Ou seja, quanto mais autoridade,
mais responsabilidade.
Já autoridade informal é espontaneamente criada. Algumas pessoas possuem um
carisma, uma “forma de ser” que cativa seus colegas de trabalho e torna essa pessoa
referência no grupo.
Quando precisam de um representante, essa pessoa sempre é chamada. Quando ela solicita
algum “favor”, ela “sempre” tem prioridade. Essas pessoas são identificadas como líderes de
opinião e exercem naturalmente autoridade informal em seu ambiente de trabalho.
A autoridade informal pode ser criada também pela experiência ou conhecimento
especializado de determinadas pessoas nas organizações. Às vezes, falamos: -“Fulano
é uma autoridade nesse assunto”. Nesse caso, estamos atribuindo a essa pessoa uma
referência, uma relação de autoridade informal. Ela não precisa estar munida de um cargo.
Mesmo assim, ela será ouvida, quando necessário, pelo seu conhecimento adquirido ou sua
experiência profissional.
A autoridade formal, estabelecida no âmbito das empresas, reflete a responsabilidade
equivalente à sua abrangência. Já a autoridade informal, como não foi estabelecida a partir de
normas e regras de funcionamento, mas legitimada pelas pessoas a partir da aceitação dessa
relação de autoridade, não está lastreada pela responsabilidade formal, mas sim pela consciência
dos envolvidos, dentro de propósitos comuns.
Nas empresas, estas duas formas de autoridade convivem, às vezes em harmonia, às vezes
de forma conflituosa e competitiva. Cabe aos dirigentes instituídos por meio da estrutura
formal construir um ambiente de trabalho para o qual ele possa fazer convergir os objetivos
individuais para os objetivos institucionais, a fim de que os resultados da empresa possam
ser atingidos.
Em organizações nas quais existem conflitos entre a estrutura formal e a estrutura informal,
pode haver uma relação de competição entre a autoridade formal e a autoridade informal. Não
basta possuir o cargo de chefia, é necessário que a equipe legitime e aceite a autoridade formal.
Nesse sentido, o chefe deve ser, antes de tudo, um líder capaz de organizar e dirigir o trabalho
da equipe direcionando os esforços em prol dos objetivos institucionais.
A autoridade informal deve contribuir com a autoridade formal, auxiliando a equipe no
direcionamento dos seus objetivos para os objetivos institucionais. O líder formal precisa
estabelecer um canal de comunicação direta, de forma a evitar que a comunicação informal
influencie a interpretação dos fatos.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Você Sabia ?
As decisões locais, quando são tomadas no nível local, permitem soluções mais rápidas e
mais ajustadas ao cenário dos fatos. Quem mais sabe sobre o problema senão aquelas pessoas
que o vivenciaram?
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As decisões centralizadas podem dificultar o processo decisório no nível operacional de execução
do trabalho, já que quem irá decidir pode estar longe do cenário no qual ocorreu o problema.
Nesse sentido, no que se refere ao sistema de decisão, existem organizações mais centralizadoras
ou mais descentralizadas. Para cada uma delas, a estrutura organizacional pode responder com
unidades mais controladoras ou menos controladoras. O formato e proposta de funcionamento
das organizações dependem do seu sistema de decisões.
O mercado competitivo também pode influenciar na proposta de funcionamento do sistema
de decisões da organização. Caso o ambiente seja mais competitivo ou o mercado consumidor
mais exigente, a estrutura organizacional deve contribuir para garantir um “tempo de resposta”
da empresa frente ao seu ambiente externo de forma a garantir sua sobrevivência no mercado.
Aspectos culturais e o próprio perfil das pessoas que compõem o corpo funcional de
colaboradores da empresa influenciam de forma a favorecer ou não a descentralização do
processo decisório da organização.
Hoje em dia, a maior carência de mão de obra está no pessoal qualificado. A qualificação
profissional, o treinamento continuado e uma postura de atualização permanente por parte dos
seus funcionários ou colaboradores é característica inerente ao contexto de organizações que
buscam um sistema de decisão descentralizado.
E como estabelecer uma organização com sistema de decisão descentralizado?
Veremos a seguir alguns conceitos importantes relacionados a essa temática.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Percebemos, também, que essa autoridade que o chefe transfere pode se referir não apenas ao
direito de execução de uma tarefa. O chefe pode estar transferido ao seu subordinado o direito de
decisão. Começa aí a distribuição do processo decisório no contexto da organização. Essa prática
levará à configuração da descentralização e repercutirá no funcionamento da empresa.
Ora, a descentralização só é possível em um contexto organizacional que pratica a delegação
de autoridade. Desta forma, a prática da delegação de autoridade leva à descentralização do
processo decisório.
Na medida em que a equipe é treinada, capacitada e ganha experiência e conhecimento no
ambiente de trabalho, ela cria melhores condições para atuar em cenários mais desafiadores.
A promoção do contexto de descentralização em uma organização requer equipes bem
treinadas e qualificadas, além de outros requisitos.
Requisitos para a Descentralização do Processo Decisório:
• Equipe treinada e capacitada;
• Sistemas de Informações bem estruturados;
• Políticas internas definidas.
A equipe treinada e capacitada como um requisito necessário à descentralização
do processo decisório nas empresas já foi discutida há pouco. Resta, ainda, refletir sobre a
necessidade dos sistemas de informações e das políticas internas.
Os sistemas de informações em estruturas descentralizadas são fundamentais para
suprir as necessidades de informações dos diversos tomadores de decisão distribuídos em
diferentes áreas da empresa.
As políticas internas são consideradas requisitos na medida em que fornecerem uma
orientação norteadora das decisões dos diversos atores em suas áreas de atuação, de tal
forma que o comportamento decisório seja delineado de maneira uniforme sem ser, no
entanto, padronizado.
A descentralização pressupõe uma flexibilidade e a capacidade de inovação e iniciativa dos
seus funcionários. Porém, deve-se ter o cuidado para que essa autonomia não proporcione
desalinhamento em relação aos objetivos institucionais e nem promova um ambiente de conflitos
e descontrole interno.
Por fim, não há como deixar de falar da centralização. Afinal, apesar da tendência a estruturas
mais ágeis, inovadoras e que incentivem a iniciativa das pessoas e possibilitem mais autonomia
decisória na organização, a centralização é uma realidade em muitas empresas. E ela também
possui suas vantagens.
As estruturas centralizadas possuem melhores condições de tomada de decisão em nível
estratégico.
Como todo o processo decisório está centralizado, a coerência entre as decisões é mais
evidenciada, pois apenas uma ou poucas pessoas tomam decisões. Há uma maior coerência
entre o planejamento e o controle. E as decisões de nível estratégico são mais facilitadas.
Já no nível operacional, essa situação é diferente, pois não há autonomia para a equipe
decidir e as decisões operacionais demandam mais tempo para serem encaminhadas.
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Outra vantagem é o melhor aproveitamento de recursos, pois não são necessários tantos
equipamentos, já que alguns processos ficam centralizados. Além disso, essa estrutura não
requer pessoal muito qualificado, pois atuam mais como executores do que como decisores.
Contudo, diversas empresas possuem essa configuração. Principalmente, empresas pequenas
ou microempresas que, a partir da atuação de um empreendedor, que idealizou a implantação da
empresa, detém todo o conhecimento sobre o seu funcionamento. Dessa forma, o empreendedor,
num primeiro momento, acaba por desempenhar suas funções de forma centralizadora.
Na medida em que essas empresas vão se ampliando e se desenvolvendo, tendem a buscar
um modelo gerencial mais descentralizado. Portanto, a configuração de centralização tem seu
lugar. No processo evolutivo das organizações, a centralização está presente contribuindo com
os processos decisórios conforme as vantagens apresentadas anteriormente.
Departamentalização
Nesta sessão, estudaremos os diferentes arranjos organizacionais, ou seja, as diferentes
maneiras de se organizar as atividades dentro das empresas.
O conteúdo apresentado a seguir foi dividido em tópicos para facilitar a compreensão:
• Departamentalização;
• Tipos de departamentalizações;
• Organograma.
Ao procurarmos compreender as configurações de estruturas que definem os papéis, atribuições
e competências das pessoas, precisamos organizar grupos de atividades que fundamentam a
existência das unidades organizacionais das empresas. As unidades organizacionais resultam do
trabalho das empresas. Essas áreas de trabalho ou unidades organizacionais possuem objetivos
específicos, refletindo os diversos subsistemas que integram o funcionamento das empresas.
O arranjo da estrutura baseia-se, portanto no agrupamento de atividades desenvolvidas dentro
das empresas. Por exemplo, o agrupamento de atividades em áreas ou unidades organizacionais
pode refletir a mesma lógica que utilizamos quando estudamos as áreas funcionais fim e meio.
A estrutura organizacional, contudo, ao contrário da classificação estabelecida pelas áreas
funcionais, pode assumir diferentes configurações que determinam propostas de funcionamento
específicas para cada empresa.
Verificamos, pois, que as estruturas das empresas são diferentes. Por que isso acontece?
Apesar de as funções serem semelhantes, por que em algumas organizações existem áreas que
não existem em outras? Como podem acontecer tantas diferenças já que as funções existentes
nas organizações são as mesmas? Quais são essas diferenças? Como podemos compreender as
influências dessas diferenças nas características de funcionamento das empresas?
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Definição de Departamentalização
Departamentalização, segundo Oliveira (2011), trata-se do agrupamento das atividades
e correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades
organizacionais, segundo algum critério de homogeneidade.
Departamentalização não se trata de uma designação hierárquica, ou seja,
departamentalização não significa o nível hierárquico de “departamento”. Departamentalização
é um conceito que propõe a divisão do trabalho, ou a especialização horizontal.
A especialização do trabalho nas organizações pode ocorrer em dois sentidos: vertical
e horizontal.
A especialização vertical ocorre quando há a necessidade de se melhorar a capacidade de
supervisão e de controle. A especialização vertical decorre do aumento do número de níveis
hierárquicos. Quanto mais níveis hierárquicos em uma estrutura, mais verticalizada ela será.
Portanto, isso significa que se trata de uma organização com melhor capacidade de supervisão
e de controle.
Já a especialização horizontal ocorre quando há a necessidade de se aprimorar o
domínio de conhecimento ou a habilidade técnica de execução de determinado trabalho
proporcionando maior eficiência e perícia para a realização das tarefas. O resultado disso é uma
estrutura organizacional horizontalizada com muitas unidades compartimentadas.
O desenho departamental refere-se à estrutura organizacional das empresas e representa
o grau de diferenciação e de integração existente no contexto organizacional das áreas ou
unidades presentes na organização.
Cada empresa assumirá uma característica específica de funcionamento de acordo com a sua
configuração ou o seu desenho departamental.
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Cada organização deve procurar estabelecer um desenho departamental que
melhor se adeque à sua proposta de funcionamento, lembrando-se que o excesso
de verticalização e/ou horizontalização pode contribuir para estruturas pouco
favoráveis à gestão por processos.
Segundo Cury (2010), para se construir uma estrutura adequada e consistente com os propósitos
da organização, é necessário considerar alguns fatores no processo de departamentalização,
conforme a seguir:
Tipos de Departamentalizações
A Departamentalização consiste no agrupamento, de acordo com um critério específico de
homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos em unidades organizacionais.
A seguir, os tipos de departamentalizações mais utilizadas pelas empresas.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Departamentalização Funcional
Segundo Oliveira (2011), a departamentalização funcional trata-se do agrupamento de
funções de acordo com as funções desenvolvidas pela empresa. As atividades semelhantes são
agrupadas e identificadas de acordo com alguma classificação funcional (finanças, recursos
humanos etc.).
Principais vantagens, segundo Oliveira (2011):
• Proporciona maior estabilidade da estrutura organizacional;
• Permite uma distinção clara e lógica das funções;
• Maximiza a utilização das habilidades técnicas das pessoas;
• Permite economia de escala pela utilização integrada de pessoas, máquinas e produção
em massa;
• Maximiza a especialização, simplificando
Segundo Oliveira (2011), esse tipo de departamentalização pode ser utilizado em empresas
ou áreas cujas atividades sejam:
• Estáveis e não exijam mudanças;
• Repetitivas ou com muitas atividades rotineiras.
Diretoria geral
Gerência de
Gerência de Gerência Gerência
recursos
produção financeira de marketing
humanos
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Departamentalização por Localização Geográfica
É o agrupamento de atividades de acordo com a localização na qual são realizadas as
operações de trabalho.
As vantagens deste tipo de agrupamento de atividades permitem que a unidade organizacional
regionalizada enfoque seu trabalho às necessidades singulares de sua área, pela maior facilidade
de se conhecer questões locais.
Esta departamentalização favorece também a descentralização do processo decisório, que
ocorre mais direcionado ao local em questão, resultando em ações mais imediatas e com tempo
de resposta mais rápido para problemas locais. O treinamento de pessoal também é mais
objetivo no cenário de atuação da equipe.
Por outro lado, as desvantagens que se apresentam nesse tipo de departamentalização
envolvem a duplicação de instalações e de pessoal. Além disso, exige alguns cuidados quanto à
coordenação e controle da administração estratégica em relação a cada região.
A figura 2 a seguir apresenta um exemplo de Departamentalização Por Localização
Geográfica.
Figura 2. Departamentalização Por Localização Geográfica.
Departamento de
tráfego aéreo
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Diretoria
Geral
Gerência de Gerência de
Gerência de
produtos produtos
produtos têxteis
farmacêuticos químicos
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As desvantagens, segundo Oliveira (2005) são:
• Dificuldade de coordenação pelas exigências de tratamento especial a determinados
Grupos de clientes;
• Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes para concessões especiais em
benefício de seus próprios clientes;
• Pode provocar a utilização inadequada de pessoal e de equipamentos em termos de
grupos de clientes.
Diretoria
comercial
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Gerência de produção
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A figura 6 a seguir apresenta um exemplo de Departamentalização por Projetos.
Figura 6. Departamentalização por Projeto.
Diretoria
Departamentalização Matricial
A Departamentalização Matricial resulta de sobreposição de dois ou mais tipos de
departamentalizações. Geralmente, esta sobreposição ocorre entre a estrutura funcional ou a
estrutura por produtos ou serviços e a estrutura por projetos.
Esta estrutura prevê o compartilhamento de equipes no desenvolvimento dos projetos. A
empresa integra áreas de especialização na qual possui equipes técnicas que serão integradas aos
diversos projetos a serem desenvolvidos de forma a criar equipes multidisciplinares de projetos.
A vinculação da equipe ocorre por área de especialidade. No entanto, os profissionais
trabalham alocados aos diversos projetos da empresa. Os projetos possuem características
temporárias, mas as equipes são permanentes e compartilham diferentes situações por meio
dos projetos em que atuam.
Principais vantagens da Departamentalização Matricial, segundo Oliveira (2011):
• Possibilidade de maior aprimoramento técnico de sua equipe de trabalho;
• Coordenação de equipe mais adequada e coerente;
• Maior especialização nas atividades desenvolvidas;
• Maior desenvolvimento de pessoal;
• Melhor atendimento dos clientes do projeto;
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Diretoria geral
Projeto A
Recursos Recursos Recursos
humanos humanos humanos
Projeto B
e e e
materiais materiais materiais
Projeto C
Departamentalização Mista
Este tipo de departamentalização resulta da associação de dois ou mais tipos de
departamentalizações na mesma estrutura organizacional.
Segundo Oliveira (2011), é o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a estrutura
que mais se adapte à sua realidade organizacional.
A figura 8 a seguir apresenta um exemplo de Departamentalização Mista.
Figura 8. Departamentalização Mista.
Diretoria
Geral
Projeto A
Gerência Gerência
Projeto B Regional Sul Regional Norte
Projeto C
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Organograma
Organograma é uma representação gráfica da estrutura formal de uma instituição ou empresa,
que demonstra as relações de autoridade e responsabilidade formais por meio da estrutura
hierárquica das organizações, bem como possibilita a visualização das diferentes formas de
agrupamentos de atividades (tipos de departamentalizações) adotados pelas organizações,
possibilitando esclarecimento sobre o arranjo estrutural e indicando a proposta de funcionamento
estabelecida pela empresa.
Além disso, permite identificar a existência de unidades de assessoramento e unidades
colegiadas na estrutura das instituições.
As áreas de assessoramento constituem unidades organizacionais que não têm a função
executiva. Sua atuação se direciona ao desenvolvimento de atividades técnicas especializadas
de apoio aos tomadores de decisão das organizações.
Essas unidades produzem pareceres técnicos de diversas áreas de forma a auxiliar os dirigentes
das empresas no processo decisório, subsidiando de dados e informações técnicas que possam
fundamentar sua decisão. Como por exemplo, podemos citar as assessorias jurídicas que
oferecem estudos e pareceres para as decisões a partir da perspectiva jurídica.
As unidades colegiadas refletem áreas de decisão coletiva, nas quais os envolvidos no
processo de decisão estratégica da empresa participam para deliberarem sobre os assuntos
estratégicos da organização. Nesse caso, podemos exemplificar com as assembleias de
acionistas e os conselhos de administração.
O organograma identifica claramente o número de níveis hierárquicos da empresa e as
unidades executivas, de assessoramento e colegiadas, que compõem o funcionamento das
organizações, além de possibilitar a visualização dos tipos de departamentalizações utilizados
e a configuração geral de funcionamento da empresa, que pode assumir características mais
verticalizadas ou horizontalizadas.
Ao longo desta unidade, exemplificamos diversos organogramas nos exemplos dos tipos de
departamentalizações descritos na sessão anterior.
Considerações Finais
A estrutura organizacional é composta da estrutura formal e da estrutura informal que
coexistem no contexto das organizações. A estrutura formal é pré-estabelecida por meio das
normas e das regras de funcionamento da empresa. A estrutura informal surge naturalmente
pelo relacionamento social das pessoas em seu ambiente de trabalho.
A estrutura organizacional pode ser entendida como composta pelo sistema de autoridade,
responsabilidade, decisão e comunicação. A autoridade refere-se ao direito e a responsabilidade
refere-se à obrigação pela execução do trabalho.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
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Material Complementar
Explore
Sites
1) <http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/estruturaorganizacional.htm>.
A enciclopédia knoow.net é uma enciclopédia livre de gestão.
2) <http://dgi.unifesp.br/seplan/templates/docs/seplan-modelos_de_estruturas_
organizacionais_material.pdf>. Manual em PDF da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP) contendo os modelos de estrutura organizacional.
Explore
Livro
OLIVEIRA, D. P. R. Estrutura Organizacional – Uma abordagem para
resultados e competitividade. São Paulo: Atlas, 2014.
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Unidade: Estrutura Organizacional e Departamentização
Referências
CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 2010.
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Anotações
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