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REPUBLICANA E A FORMAÇÃO
DE NOVOS GRUPOS DE
PRESSÃO
Celso Furtado (cap. 29)
Prof. Edivaldo Constantino
ESTRUTURA DA AULA
Ajustamento
A descentralização republicana
Novos grupos de pressão
AJUSTAMENTO
As transferências de renda assumiam várias formas:
Do setor de subsistência para o exportador
Dentro do próprio setor exportador (os assalariados rurais recebiam em moeda e consumiam artigos
importados).
“A redução do valor em ouro da receita governamental era tanto mais grave quanto o
governo tinha importantes compromissos a saldar em ouro. Ao depreciar-se o câmbio, o
governo era obrigado a dedicar uma parte muito maior de sua receita em moeda
nacional ao serviço da dívida externa. E, em consequência, para manter os serviços
públicos mais indispensáveis, via-se obrigado a emitir moeda-papel.”
“Por outro lado, para "defender o câmbio" o governo contraía sucessivos e onerosos
empréstimos externos, cujo serviço acarretava uma sobrecarga fiscal incompressível. (...)
Dessa forma, estabelecia-se uma íntima conexão entre os empréstimos externos, os
déficits orçamentários, as emissões de papel-moeda - em boa parte efetuadas para
financiar os déficits - e os desequilíbrios da conta corrente da balança de pagamentos,
através das flutuações da taxa de câmbio.”
Para cobrir o déficit o governo emite papel-moeda. Além disso, passa a conviver com o
crescimento da dívida externa, que requer mais emissão para arcar com seu custo.
Como resultado tem-se pressão inflacionária, que recai principalmente sobre a classe
assalariada.
A DESCENTRALIZAÇÃO REPUBLICANA
“A política monetária do governo imperial nos anos oitenta, traumatizada pela miragem
da "conversibilidade", por um lado conduzira a um grande aumento da dívida externa e
por outro mantivera o sistema econômico em regime de permanente escassez de meios de
pagamento.”
“Se se tem em conta que nesse período o sistema da escravidão foi substituído pelo do
assalariado e que entraram no país cerca de 200 mil imigrantes, compreende-se
facilmente a enorme adstringência de meios de pagamento que prevaleceu então. O
sistema monetário de que dispunha o país demonstrava ser totalmente inadequado para
uma economia baseada no trabalho assalariado.”
Grande expansão do
crédito: transição de Febril atividade Enorme pressão
uma prolongada econômica sobre a balança
etapa de restrição de pagamentos.
creditícia
NOVOS GRUPOS DE PRESSÃO
“A grande depreciação cambial do último decênio do século, provocada principalmente
pela expansão creditícia imoderada do primeiro governo provisório, criou forte pressão
sobre as classes assalariadas, particularmente nas zonas urbanas. Essa pressão não é
alheia à intranquilidade social e política que se observa nessa época, caracterizada por
levantes militares e intentos revolucionários, dos quais o país se havia desabituado no
correr do meio século anterior.”