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INDÚSTRIA: PANORAMA ATUAL

Segundo o IBGE (2018), o PIB brasileiro soma o montante de R$ 6,8 trilhões. A


participação dos setores econômicos se encontra distribuída da seguinte forma:
Primário – 3,2%;
Secundário – 22,2 %;
Terciário – 74,6%.
MODELO ECÔMICO E DINÂMICAS
TERRITORIAIS

O MODELO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES


A conjuntura interna e externa:
A política do café com leite até 1930;
Capitais gerados pelo café;
Mercado consumidor interno;
Capitais ingleses(ferrovias e usinas elétricas) antes
da 1ª GM;
As três grandes crises da 1ª metade do século XX
(1ª GM, 1929 e 2ª GM).
A INDÚSTRIA, FILHA DO CAFÉ, PRECISOU DE ESPAÇO PARA
CRESCER
A CONJUNTURA INTERNA

A indústria florescia aproveitando a depressão cafeeira;


O Estado Novo e o “arranque industrial”: forte protecionismo e geração
de infraestrutura;
A criação da CSN(1941), CVRD(1942), CHESF(1951) e PETROBRÁS(1953);
O ‘’tripé econômico” se consolida após 1945:
Capital privado nacional – Indústrias de bens de consumo não
duráveis;
Capital privado transnacional - Indústrias de bens de consumo
duráveis;
Capital estatal – Indústrias de base.
O GOVERNO DE JUSCELINO
KUBITSCHEK(1956-61)

O Plano de Metas: Energia, Transporte, Indústria, Educação


e Alimentação: “o nacional desenvolvimentismo” (relação
com a política do “Estado mínimo”, ou seja, o próprio
mercado regularia o crescimento econômico do sistema,
sem a interferência estatal);
Forte coordenação estatal, aliada à recuperação japonesa e
europeia, além do dinamismo norte-americano em função
da “bipolarização”;
“As indústrias convergentes” (o caso das indústrias
automobilísticas).
O GOVERNO JK( continuação)

A criação do GEIA (Grupo Executivo da


Indústria Automobilística): aço e energia
subsidiados, além da construção de
estradas e reservas de mercado; já às
transnacionais caberia o estímulo às
indústrias mecânica nacional e produzir,
preferencialmente, transportes pesados.
Paul Israel Singer – Professor e economista austríaco,
naturalizado brasileiro - 1932-2018.
OS GOVERNOS MILITARES:1964/85

Forte centralização política,concentração de


recursos,descentralização administrativa;
“O milagre brasileiro ou econômico”: crescimento das
indústrias de bens de consumo duráveis, forte
centralização político-administrativa, apoio das forças
conservadoras, juros baixos(aumentar o consumo),
capitais fáceis no exterior, aval dos EUA e a criação do
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – Lei nº
5.107 de 13/09/1966, em vigor a partir de 01/01/1967 ).
GOVERNOS MILITARES (1964 – 1985)

15-04-
1964
15-03- 15-03-1967
1967 31-08-1969

30-10-1969
15-03-1974
15-03-1974
15-03-1979
15-03-1979
15-03-1985
A EXPANSÃO ESTATAL

Tornou-se um gigante econômico;


As estatais, criadas nas décadas de 1940 e 1950, atingiram seu
apogeu na década de 1960;
As holdings estatais SIDERBRÁS, TELEBRÁS, ELETROBRÁS, além da
PETROBRÀS (empresa de capital misto), passaram a controlar
setores fundamentais para a modernização da estrutura produtiva;
Coube ao Estado produzir bens intermediários: aço, mineração,
petroquímica básica etc.
TIPOS DE INDÚSTRIAS

BENS DE PRODUÇÃO (BASE ou PESADA): Bens de


Capitais ( Equipamentos de transportes pesados,
comunicação, peças e máquinas) e Bens
Intermediários ( Matérias-primas e combustíveis –
siderurgias, metalurgias, extrativas e petroquímicas);
BENS DE CONSUMO (LEVE): Duráveis ( automóveis e
eletroeletrônicos) e Não Duráveis( vestuário,
comestíveis, bebidas, fármacos, etc.).
Obs – Os fármacos são uma exceção que confirmam a regra.
A GEOGRAFIA DA CRISE
O FIM DO “MILAGRE” (1968-1973):
Investimentos vultuosos (pouco controle e facilidades de empréstimos – os
eurodólares);
Descentralização administrativa (pessoal de confiança assumindo a direção das
estatais);
Crescente aumento das taxas de juros (empréstimos com juros flutuantes);
Retração da classe média (cortes nas áreas sociais em nome da geração de
infraestrutura);
Crise de 1973 ( os capitais de investimentos se transformaram em capitais voláteis: de
empréstimos ou especulativos) ;
Taxas de juros aumentaram muito: a dívida pública disparara (valor que o Estado deve,
externa e internamente, por meio de seus compromissos financeiros. A captação de
recursos é feita através de emissão de títulos públicos ou estabelecendo contratos com
entes públicos ou privados).
EVOLUÇÃO ECONÔMICA (1948-2013) – EVOLUÇÃO DA
DÍVIDA EXTERNA (1971-2007)

Antônio Delfim Neto, Ministro da Fazenda no Governo Medici (1969-73) e mentor do “milagre econômico, dizia: “Esperar o bolo
crescer para,depois, reparti-lo”. Na verdade, o crescimento econômico , no período, foi atingido com muita carestia.
ANOS 1980: DÉCADA PERDIDA

O pós o 2º choque do petróleo (1979) e a busca pelo FMI:


- política da balança comercial favorável e o sucateamento do 2º setor;
- desvalorização da moeda frente dólar;
- aumento dos juros para o povo, arrocho salarial;
- cortes na área social etc.;
A deseconomia de escala (o custo da produção cresce mais do que a
produção resultante desse investimento, resultando em um aumento no
custo médio por unidade produzida. Ajustes se tornam necessários:
demissões, terciarizações, arrocho salarial etc.) e a desconcentração
espacial ou geográfica das indústrias.
indústrias
O PLANO CRUZADO
Foi um conjunto de medidas econômicas, lançado pelo governo brasileiro em 28 de fevereiro de
1986, com base no decreto-lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986, sendo José Sarney o
presidente da República e Dilson Funaro o ministro da Fazenda;
A principal marca foi o congelamento de preços. Alimentos, combustíveis, produtos de limpeza,
serviços e até o dólar tiveram os preços tabelados pelo governo. Essas medidas do Plano Cruzado
contrariaram a recomendação internacional do Fundo Monetário Internacional, a quem o
governo culpava pela inflação por ser "especuladores“;
Inicialmente, o Cruzado reduziu a inflação de 12,47% em fevereiro de 1986 para 1,43% em
outubro do mesmo ano. Com o resultado o governo Sarney ficou extremamente popular, era
considerado ótimo ou bom por 72% dos brasileiros, segundo o Ibope. O PMDB, sozinho, elegeu
53% dos deputados federais e o PFL ( atual DEM) 24% – dando ao governo maioria de 77% nas
eleições gerais no Brasil em 1986;
Devido ao controle dos preços dos produtos e serviços, as mercadorias principiaram a escassear
e a sumir. Mercados paralelos floresceram e só pagando "ágio" era possível comprar as coisas. As
exportações caíram, as importações aumentaram e as reservas cambiais foram esgotadas. A
inflação disparou, os preços de combustíveis, bebidas, automóveis aumentaram
consideravelmente. A economia entrou em colapso. Seis dias depois das eleições gerais no Brasil
em 1986 o governo lançou o Plano Cruzado II.
OBS – Nos anos 1980, o Brasil teve duas moedas: o Cruzado (Cz$) Cz$ e o Cruzado Novo (NCz$).
NCz$
Nos anos 1990, tivemos o Cruzeiro (Cr$),
Cr$ o Cruzeiro Real (CR$)
CR$ e o Real (R$).
R$
PLANO BRESSER
O fracasso do Plano Cruzado fez surgir o Plano Bresser. Esse
plano procurou estabilizar a economia e foi instituído em 12
de junho de 1987, através dos Decretos Lei nº 2335/87, nº
2336/87 e nº 2337/87, durante o governo José Sarney, quando
Luiz Carlos Bresser Pereira era o Ministro da Fazenda.
Basicamente, consistiu no (a)
A DÉCADA DE 1990 E ALGUMAS
PARTICULARIDADES

Essa década inaugurou o neoliberalismo no Brasil e o reforçou no cenário global. Em função dessa
realidade, além do ocorrido nas duas décadas anteriores (1970: fim do “milagre brasileiro” e 1980:
“década perdida”), o Brasil vivenciou algumas práticas:
Desregulamentação capitalista ou de mercado: são práticas adotadas no mercado, aonde se visa
diminuir o tamanho do Estado (“política do Estado mínimo”). O longo ciclo de expansão capitalista
global, após a Segunda Guerra, pareceu chegar ao seu limite, pois se centrou num suposto excesso
de regulamentações elaborados pelo Estado, que num certo momento histórico foi necessário
(Exemplos: New Deal, Welfare State e Estado Novo de Vargas);
Deseconomia de escala: ocorre quando uma empresa aumenta seus fatores de produção (custos),
mas o produto final (mercadoria) não consegue dar o lucro desejado. Isso leva as empresas a se
“ajustarem” ao mercado – “cortes de despesas, de funcionários”, terceirizações etc.;
Desconcentração espacial ou geográfica das indústrias (processo que se iniciou nos anos 1980 e se
materializou nos anos 1990): oposto à concentração industrial (entre os anos 1940 e 1970);
A “guerra fiscal” ou “guerra dos lugares”.
PLANO COLLOR
O Plano Collor (inicialmente se chamou Plano Brasil Novo) é o nome dado ao conjunto de reformas
econômicas e planos para estabilização da inflação criados durante a presidência de Fernando Collor
de Mello (1990-1992), quando foi substituído pelo Plano Real;
As principais medidas de estabilização da inflação foram acompanhadas de programas de reforma
de comércio externo, a Política Industrial e de Comércio Exterior, mais conhecida como PICE, e um
programa de privatização intitulado Programa Nacional de Desestatização, mais conhecido como
PND;
Os três planos Brasil Novo:
Plano Collor I: 16 de março de 1990 a janeiro de 1991 (procurava estabilizar a inflação pelo
"congelamento" do passivo público (tal como o débito interno)e restringindo o fluxo de dinheiro
para parar a inflação inercial);
Plano Collor II: 31 de janeiro de 1991 a 9 de maio de 1991 (novos congelamentos de preços e a
substituição das taxas de overnight com novas ferramentas fiscais que incluíam no seu cálculo as
taxas de produção antecipada de papéis privados e federais);
Plano Marcílio: 10 de maio de 1991 a 26 de fevereiro de 1994 (uma combinação de altas taxas de
juros e uma política fiscal restritiva. Ao mesmo tempo, os preços foram liberados e um empréstimo
de US$2 bilhões do FMI garantiu as reservas internas)
OBS – Em 16/03/1990, numa sexta feira e feriado bancário, um dia após tomar posse como o
primeiro presidente eleito no país de forma direta após quase 30 anos, Fernando Collor de Mello
anunciou um pacote radical de medidas econômicas, incluindo o confisco dos depósitos bancários
e das até então intocáveis cadernetas de poupança dos brasileiros. O plano, que poucos meses
depois começou a fazer água e seria substituído pela sua segunda versão, em fevereiro de 1991, foi
considerado duro demais por empresários e até pelo ex-ministro Octávio G. Bulhões.
PLANO REAL
Plano Real foi um programa brasileiro, com o objetivo de estabilização e reformas econômicas,
iniciado em 27 de fevereiro de 1994 (implantado no governo Itamar Franco. FHC foi nomeado
Ministro da Fazenda nessa gestão) com a publicação da medida provisória número 434, implantado
no governo Itamar Franco.
O Plano Real foi um programa definitivo de combate à hiperinflação implantado em três
etapas, a saber:
Período de equilíbrio das contas públicas, com redução de despesas e aumento de receitas, e isto
teria ocorrido nos anos de 1993 e 1994;
Criação da URV para preservar o poder de compra da massa salarial, evitando medidas de choque
como confisco de poupança e quebra de contratos;
Lançamento do padrão monetário de nome real, utilizado até os dias atuais.
OBS – O governo de FHC (01/01/1995 – 01/01/2003) foi marcado por diversas práticas
econômicas. No entanto, duas foram marcantes: a paridade do Real ao Dólar e as privatizações.
ANOS 1990 (NEOLIBERALISMO ECONÔMICO)
DÉCADA DE 1990: A DÉCADA DAS
PRIVATIZAÇÕES

Ajuste à globalização;
1990/92: Fernando Collor de Melo;
1992/94: Itamar Franco;
1995/98 – 1999/2002: Fernando Henrique
Cardoso.
DÉCADA DE 1990 ( continuação)

Entre 1991/93 (FCM) ( 1ª grande etapa das privatizações):


USIMINAS, CST, CSN, COSIPA E AÇOMINAS;
Entre 1994/98 (IF/FHC): RFFSA, PORTOS, EMBRAER e a
CVRD (U$ 6,8 bilhões);
Entre 1999/2002 (FHC): a cobiçada área das
telecomunicações, as quais foram divididas em empresas
regionais e disputadas em leilões (TELESP – U$ 5 bilhões ao
grupo espanhol Telefônica).
DÉCADA DE 1990( continuação)

REFORMAS CONSTITUCIONAIS: drástica


redução do protecionismo, aumento das
importações (gerar concorrência), reduzir os
custos de importações de bens de capitais e
insumos industriais: condições favoráveis
para os investimentos estrangeiros diretos
nas indústrias e serviços.
DÉCADA DE 1990: continuação

Os capitais de empréstimos transformaram-se em


capitais produtivos;
Após 1995 somente a China ultrapassou o Brasil em
investimentos externos;
As privatizações das telecomunicações e das
distribuidoras de energia tiveram papel
importantíssimo neste contexto.
BRASIL, UM GLOBAL TRADER (PARCEIRO
GLOBAL)

Reflexo do nosso passado global(DIT);


Política do pós-1945 (fortalecimento do comércio
com os EUA, Europa e Japão);
Neoliberalismo somado ao fim da Guerra Fria:
aproximação com a China;
Maiores parceiros comerciais: China, EUA,
Argentina e Alemanha.
A BALANÇA COMERCIAL NA DÉCADA DE
1990

DEFICITÁRIA: redução brusca do


protecionismo alfandegário no país,
valorização cambial gerado pelo real frente
ao dólar, credibilidade no exterior;
A PARTIR DE 1999/2000: começa a
modificar o quadro, visto a desvalorização
do real frente ao dólar.
EIXOS DE CIRCULAÇÃO E CUSTOS DE
DESLOCAMENTOS

A questão do “custo Brasil”;


A maior parte das ferrovias implantadas
entre o final do século XIX e começo do XX:
bitolas diferentes (articulação difícil);
“Bacias de drenagem”: sempre em direção
aos portos/contexto histórico;
A criação da Petrobrás “acabou com o
sonho” das ferrovias.
A CRIAÇÃO DAS RODOVIAS DE INTEGRAÇÃO
NACIONAL

O Nordeste e o Sul foram conectados ao Sudeste


através da BR-116(Fortaleza – Jaguarão/RS) e, depois,
com a BR-101(Fortaleza – Osório/RS);
Nas décadas de 1950 e 1960, o Centro-Oeste e Brasília
se conectaram ao sudeste;
A BR-153(Tucuruí/PA – Aceguá/RS);
A BR-364( Porto Velho/RO – Cuiabá/MT);
A BR-163( Cuiabá/MT – Santarém/PA).
RUMO A UMA NOVA BACIA DE DRENAGEM

O sistema intermodal: necessidade de uma nova


“bacia de drenagem”, por meio de empreendimentos
ferroviários-rodoviários-hidroviários-portuários;
O governo Lula e as PPP (Parcerias público-privado):
materialização da desconcentração industrial;
A Hidrovia Tietê-Paraná: conexão do centro-sul aos
vizinhos do Mercosul.

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