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UM BALANÇO DO PADRÃO DE DESENVOLVIMENTO LIBERAL A partir do início dos anos 1990, a estrutura e a

PERIFÉRICO dinâmica do capitalismo brasileiro passaram por


um processo de transformações estruturais que
implicou a constituição de um novo padrão de

No caminho da
desenvolvimento capitalista, aqui denominado
padrão liberal periférico (PLP) – uma forma
específica de dependência ao imperialismo,

dependência
subsumida e articulada à nova divisão
internacional do trabalho, que emergiu dos
processos de reestruturação produtiva e
mundialização do capital, desencadeados sob a
Edição 180 | Brasil
hegemonia do capital financeiro e do
por Luiz Filgueiras neoliberalismo.
1 de julho de 2022

Desde então, esse novo PLP, adaptando-se às


O golpe trouxe de volta a hegemonia
distintas conjunturas internacionais que se
absoluta do capital financeiro no bloco no
sucederam, conviveu com diferentes regimes de
poder e o aprofundamento das reformas e política macroeconômica, que refletiram seguidas
políticas neoliberais, com o “tripé acomodações no bloco no poder – que a partir do
macroeconômico” voltando com tudo. Estado, mas não apenas, articula os interesses das
Consequência imediata: estagnação distintas frações do capital, formulando e
econômica e uma nova onda de direcionando suas políticas econômico-sociais.
desemprego, aumento da pobreza e retorno Depois do conturbado governo Collor-Itamar
do país ao Mapa da Fome (1990-1994), que iniciou a ruptura com o padrão
de substituição de importações comandado pelo

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capital industrial (nacional, estrangeiro e estatal), produtores/exportadores de commodities
o PLP se consolidou no primeiro governo FHC industriais e agrícolas (agronegócio) para a
(1995-1998) sob a hegemonia inconteste do capital redução da vulnerabilidade externa do país,
financeiro nacional e internacional, tendo como derivada da abertura comercial-financeira
centro do regime de política macroeconômica a estruturante do PLP. Isso implicou uma nova
chamada “âncora cambial” – instrumento acomodação do poder político das distintas
essencial do sucesso do Plano Real no controle do frações do capital (da burguesia) no bloco no
processo inflacionário, juntamente com a poder: a hegemonia absoluta do capital financeiro
abertura comercial-financeira e a grande liquidez foi colocada em questão, por razões objetivas.
internacional então existente. Esse sucesso foi
decisivo para a adoção das reformas neoliberais e Como se evidenciará mais adiante, as
para as privatizações que estruturaram o PLP. consequências econômico-sociais do PLP não se
resumiram à reiteração de crises cambiais (ao
No entanto, esse regime de política todo, seis) durante os oito anos dos governos FHC
macroeconômica, ao patrocinar a nem à agudização da vulnerabilidade externa do
sobrevalorização do real (a moeda) e fragilizar o país e às baixíssimas taxas de crescimento da
Balanço de Pagamentos do país, desembocou, economia e elevadas taxas de desemprego. No
como em experiências semelhantes em outros entanto, essas consequências mais imediatas
países, em uma crise cambial no início do segundo foram decisivas para a derrota política da direita
governo FHC (1999-2002). Com a redução da neoliberal nas eleições de 2002, levando ao
liquidez internacional e a impossibilidade de comando do país governos do PT e seus aliados
sustentação do real sobrevalorizado, a âncora durante treze anos.
cambial foi substituída pelo “tripé
macroeconômico”: metas de inflação, superávit O primeiro governo Lula (2003-2006), precedido
fiscal primário e câmbio flutuante. A partir daí, na campanha eleitoral pela famosa “Carta aos
ficou clara a importância dos brasileiros” – na qual garantia ao capital em geral

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e ao capital financeiro em particular que flexibilização do tripé macroeconômico:
“respeitaria os contratos” –, herdou o início de manutenção das metas de inflação com redução
mais uma crise cambial e uma nova aceleração da das taxas de juros, redução dos superávits
inflação. Sua resposta foi a manutenção e primários e intervenções no câmbio para
radicalização da política macroeconômica (o formação de grandes reservas em dólar.
tripé), com o aumento da taxa de juros e do
superávit fiscal primário, e a realização de uma Junto com a realização de políticas e programas
reforma da previdência social dos servidores sociais, adotou-se uma política salarial de
públicos que implicou, entre outras coisas, que os aumento real do salário mínimo e, ao final do
aposentados continuassem a recolher para a período, foi criado o Programa de Aceleração do
Previdência. O resultado colhido no primeiro ano Crescimento (PAC) – que desembocaria, no
de governo foi uma recessão e o aumento do segundo governo Lula (2007-2010), em um maior
desemprego. protagonismo do Estado no processo de
acumulação –, apesar de muito desidratado com
Contudo, a conjuntura internacional estava se as privatizações ocorridas desde o governo
modificando desde 2002, com o crescimento Collor-Itamar. Para isso, as participações do
econômico puxado pela China e os Estados BNDES (financiando a expansão e
Unidos. O boom das commodities daí decorrente internacionalização de grandes grupos
teve impacto determinante, nos anos seguintes, econômicos nacionais), da Caixa Econômica
na dinâmica e no desempenho das economias Federal (financiando o programa de habitação
periféricas, de capitalismo dependente. A rápida Minha Casa, Minha Vida) e da Petrobras (com a
melhora das contas externas do Brasil (inéditos descoberta e exploração do petróleo na camada
superávits na conta de transações correntes do do pré-sal e sua liderança na
balanço de pagamentos), com redução de sua constituição/modernização da cadeia produtiva
vulnerabilidade externa, possibilitou ainda na do petróleo) foram decisivas.
segunda metade do primeiro governo Lula a
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Tudo isso resultou em taxas de crescimento condições de vida imediatas da população.
maiores, superando a estagnação herdada dos Muitos, então, acreditaram que o PLP também
governos FHC, redução das taxas de desemprego, havia sido superado e que se estava diante de uma
melhoria do padrão de consumo (com aumento do nova “era desenvolvimentista ou
endividamento) da população em geral e neodesenvolvimentista”, desta feita com
principalmente de seus segmentos de menor distribuição de renda. No entanto, a crise geral do
renda, e redução da pobreza (tal como medida capitalismo de 2008 e a crise soberana do euro de
ordinariamente pelas chamadas “linhas de 2010 repercutiram com força nos governos Dilma,
pobreza”), além de permitir a formulação e desfazendo essa ilusão.
execução de vários programas sociais nas áreas
de energia, habitação, saúde, cultura e educação. O primeiro governo Dilma (2011-2014), com a
Nessas novas circunstâncias, o bloco no poder economia impactada pela desaceleração do
sofreu uma nova alteração, com o fortalecimento, crescimento mundial, conviveu com taxas de
em seu interior, dos grandes grupos econômicos crescimento cada vez menores, mas também,
nacionais e do agronegócio (tendo como paradoxalmente, com taxas de desemprego
contrapartida o aprofundamento da reduzidas – atingindo seu menor valor na história
desindustrialização) e o crescimento da ao final desse governo. Mas a situação se
autonomia relativa do Estado. complicou mesmo em razão de duas políticas que
agravaram a perda de dinamismo da atividade
Em suma, com o mesmo padrão liberal periférico econômica, transformando-a em uma crise aberta
herdado dos governos anteriores, mas com a no início do segundo governo Dilma (2015-2016).
flexibilização do regime de política
macroeconômica centrado no tripé (possibilitado A primeira delas, executada no primeiro governo,
por uma conjuntura internacional favorável), os foi a isenção tributária ao capital, como forma de
governos Lula conseguiram, momentaneamente, contrarrestar a desaceleração do crescimento, na
superar a estagnação econômica e melhorar as esperança de que os investimentos aumentassem,

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o que não ocorreu: os lucros aumentaram, assim desemprego, o aumento da pobreza e o retorno
como as aplicações financeiras em títulos do do país ao Mapa da Fome. Nessa perspectiva, os
governo; e, o que foi pior, o superávit fiscal governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-
primário transformou-se em um déficit que 2022) se identificam totalmente; não há nenhuma
começou a crescer em virtude da redução das diferença: é o ultraneoliberalismo na veia do país,
receitas tributárias, provocada também pela em sua sociedade e em sua economia.
desaceleração do crescimento. A segunda política
foi mais deletéria ainda e teve papel decisivo no O conjunto da obra desses dois governos, parte
aprofundamento da crise econômica e política, fundamental da agenda neoliberal para o Brasil,
contribuindo para o processo que levou ao golpe pode ser resumido pelas seguintes iniciativas:
de 2016: no início do segundo governo, optou-se congelamento dos gastos sociais por vinte anos (o
por fazer um ajuste fiscal, depois de esse tipo de famigerado teto de gastos, uma espécie de ajuste
política ter sido detonado e descartado durante a fiscal permanente), as reformas trabalhista e da
campanha eleitoral, como coisa do programa Previdência, a liberalização da terceirização para
neoliberal do adversário. O impacto recessivo foi qualquer área das empresas, a redefinição do
imediato – em um momento já de retração do papel do BNDES como financiador a longo prazo,
consumo e do investimento – e o descrédito com o fatiamento/venda de ativos da Petrobras e a
o novo governo que se iniciava foi fatal. extinção da política de conteúdo nacional, e a
privatização do setor de energia e de outros
O golpe trouxe de volta a hegemonia absoluta do segmentos da infraestrutura do país.
capital financeiro no bloco no poder e o
aprofundamento das reformas e políticas O governo Bolsonaro, especificamente,
neoliberais, com o tripé macroeconômico completou a obra neoliberal com um processo de
voltando com tudo, engessando completamente a agressão às instituições da democracia, de
política fiscal. Consequência imediata: a volta da destruição (ou tentativa de destruição) e
estagnação econômica e uma nova onda de aparelhamento de tudo que funciona no país: a

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Petrobras e o pré-sal, os bancos públicos, a Caráter estrutural do padrão
Previdência Social solidária, o SUS, o IBGE, as
universidades e a educação, as políticas sociais e Para além das diversas conjunturas
culturais, os conselhos populares, o convívio e a internacionais, dos distintos regimes de política
tolerância com as diferenças, a política ambiental macroeconômica que se sucederam e das
etc. E, o mais impressionante de tudo, atuou diferentes composições do bloco no poder em
criminosa e sistematicamente, durante a cada governo, o padrão liberal periférico se
pandemia, a favor do vírus. manteve e, mais recentemente, com os governos
Temer e Bolsonaro, se aprofundou.

Do ponto de vista da relação capital-trabalho, o


PLP implicou a desestruturação e a desregulação
do mercado de trabalho (com a redução dos
direitos trabalhistas), a difusão da terceirização, a
precarização do trabalho e o surgimento de novas
formas disfarçadas de assalariamento, a redução
do assalariamento formalizado (protegido), a
fragilização dos sindicatos e uma crescente
informalidade – apesar de, no período de
crescimento do governo Lula, o trabalho formal
ter voltado a crescer, com a ampliação da política
social e a consolidação da política focalizada de
combate à pobreza. Em suma, na esteira do
A Fome Voltou. Lambe lambe em muro na Avenida Paulista. (Foto: Roberto enfraquecimento das lutas dos trabalhadores e de
Parizotti) fragilização dos sindicatos, viu-se o surgimento
de novas formas ampliadas de superexploração do

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trabalho e manutenção/ampliação da país, tendo por instrumento a dívida pública do
concentração de renda, da riqueza financeira e da Estado, em uma plataforma de valorização
propriedade fundiária (rural e urbana). financeira para o capital internacional.

No que se refere à sua inserção internacional, o O Estado teve seu papel redefinido no processo
país recuou na exportação de produtos industriais de acumulação, passando a ser executor das
de maior intensidade tecnológica, substituindo-os reformas neoliberais e financiador das
por commodities (agrícolas e industriais), e privatizações. Sua presença na esfera produtiva,
continuou a importar bens de capital e tecnologia com a venda de dezenas de empresas públicas,
(da terceira e quarta revoluções tecnológicas), em teve uma redução drástica, assumindo uma
especial tecnologias de informação e função reguladora do mercado e das empresas
comunicação e mercadorias-conhecimento. A privatizadas de serviço público, por meio das
ausência de política industrial e tecnológica, com “agências reguladoras”. No breve período do
exceção da que teve como foco, nos governos segundo governo Lula, voltou a ter um papel mais
Lula, a cadeia produtiva do petróleo, prevaleceu ativo no processo de acumulação, planejando e
em todo o período. No entanto, de maneira geral, articulando a execução do PAC, comandando a
ao contrário do que se esperaria desses governos, estruturação da cadeia produtiva do petróleo e
não houve uma contraposição à tendência de promovendo a centralização e internacionalização
desindustrialização; na verdade, acelerou-se a do capital nacional.
“reprimarização” da economia e das exportações,
induzidas pelo comércio com a China. Além disso, A dinâmica econômica desse tipo de padrão de
o PLP ampliou a desnacionalização da estrutura desenvolvimento aumentou a vulnerabilidade
produtivo-financeira do país e aprofundou a externa estrutural do país (comercial e
internacionalização do mercado interno. Por fim, financeira), resultando em uma maior volatilidade
ao engatar o mercado financeiro nacional ao do ciclo econômico (o chamado “voo da galinha”)
mercado financeiro internacional, transformou o e maiores restrições para a execução de políticas

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macroeconômicas. À dependência tecnológico-
financeira tradicional, própria do padrão de
substituição de importação, acrescentou-se uma As eleições de 2022 e as perspectivas pós-
nova forma de dependência tecnológica eleitorais
(associada à informação e à comunicação), uma
Não se deve ter a menor dúvida de que a derrota
dependência financeira mais volátil (de curto
de Bolsonaro, de preferência ainda no primeiro
prazo) e, o mais importante, nas condições atuais
turno, é a prioridade “zero” para que se possa
do sistema mundial capitalista e da divisão
reconstruir minimamente as instituições do país e
internacional do trabalho daí derivada, uma
um ambiente democrático para as disputas
dependência relacionada à produção, à
políticas entre as diversas forças sociais
expropriação e ao monopólio do conhecimento –
existentes, com seus respectivos interesses. Mas,
que constitui hoje a vanguarda da acumulação
embora haja uma grande probabilidade de
capitalista e do poder do grande capital e dos
derrotar eleitoralmente o neofascismo, a se
Estados imperialistas.
confirmarem todas as pesquisas de intenções de
À tradicional transferência de excedentes por voto feitas até aqui, essa é uma tarefa que parece
meio da troca desigual no comércio internacional estar além da força e capacidade política da
e da remessa de lucros, juros, royalties e esquerda e das forças antineoliberais. A escolha
dividendos, veio somar-se a transferência de de Geraldo Alckmin como candidato a vice é
rendimentos do capital fictício obtidos com a apenas a ponta desse iceberg.
dívida pública e o pagamento da renda-
O país, tal como a aldeia de Macondo do
conhecimento protegida pelos Direitos de
romance Cem anos de solidão, de Gabriel García
Propriedade Intelectual (DPI). Em suma, uma
Márquez, sofre de uma espécie de “eterno
dependência tecnológica-financeira e de
retorno”, mas este não se faz sempre nas mesmas
conhecimento.
circunstâncias e de modo exatamente igual. Como

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em 2002, Lula e o PT vêm tentando construir uma Ao fim e ao cabo, podem ser feitas três
frente, a mais ampla possível, contra Bolsonaro e constatações: 1. A conciliação de classe, num “jogo
o neofascismo e que, até o presente momento, de ganha-ganha”, só é possível em conjunturas
vem sendo bem-sucedida. econômicas favoráveis; em situações contrárias,
prevalece o dito “farinha pouca, meu pirão
Como é próprio de Lula desde seu tempo de primeiro”; 2. Os ganhos da classe trabalhadora,
sindicalista, ele acena para a esquerda com temas principalmente tendo em vista a carência e
e bandeiras que lhe são caros: fim do teto de penúria de seus segmentos mais pobres, foram,
gastos, revisão da reforma trabalhista, defesa da de fato, importantes e inusitados na história do
Petrobras e do pré-sal e uma nova política de país, mas não se apoiaram nem foram resultado
preços para os combustíveis, recuperação das de grandes mudanças estruturais; 3. Mesmo
políticas sociais desmontadas pelos governos assim, bastou um período de desaceleração da
Temer e Bolsonaro etc. Além de estar economia para as classes dominantes e seus
organicamente vinculado à esquerda, esta é um agentes nas diversas instâncias da sociedade
elemento fundamental da campanha, por sua planejarem e executarem um golpe – o qual
capacidade (ainda que reduzida nos últimos anos) anulou rapidamente quase todas as conquistas
de mobilização de massa. anteriores, que foram importantes, mas
superficiais. E deram mais uma volta no parafuso
Adicionalmente, o discurso de Lula reaviva no
do padrão liberal periférico.
imaginário social o período de seus dois governos,
no qual, como já visto, conseguiu, no contexto de A terceira constatação explicita, de forma
uma conjuntura muito favorável, contemplar de inequívoca, a natureza limitada e frágil da
forma efetiva as necessidades dos segmentos democracia nos países dependentes, cujas classes
mais pobres da população sem prejudicar a classe dominantes estão articuladas organicamente ao
média e muito menos os interesses do grande imperialismo, e este está presente e atuando no
capital. interior de suas sociedades e instituições. A
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oposição entre democracia e provavelmente, a composição de um eventual
desigualdade/superexploração do trabalho governo Lula, não pode ser justificativa para que
sempre está no centro da disputa política, não se tente avançar. A ação política consequente
marcando, de um modo ou de outro, as sucessivas implica sempre, permanentemente, o
conjunturas. A ampliação e o avanço da questionamento da correlação de forças
democracia necessitam da redução da existente, no sentido de transformá-la cada vez
desigualdade, e essa redução demanda o mais a favor da classe trabalhadora e demais
aprofundamento da democracia, ambas se segmentos dominados da sociedade.
condicionando mutuamente.
*Luiz Filgueiras é professor titular aposentado da
Conclusão: a vitória de Lula é crucial para a Faculdade de Economia da UFBA. Atualmente
democracia, o primeiro passo para a derrota do participa dos Programas de Pós-Graduação de
neofascismo no país, mas que só será efetiva e Economia, Relações Internacionais e Serviço
duradoura se na sequência o governo Lula Social.
avançar na redução radical e estrutural da
desigualdade. No entanto, as circunstâncias atuais
estão mais desfavoráveis do que em 2002, tanto
Disponível em: https://diplomatique.org.br/no-
internacionalmente como, em especial, no
caminho-da-dependencia-1/
ambiente doméstico. Daí a necessidade crucial,
mais do que nunca, de mobilização dos setores
populares para “empurrar” o esperado futuro
governo Lula para a esquerda, para ir além da
experiência anterior e para garantir e consolidar
as conquistas eventualmente obtidas. A
correlação de forças atualmente desfavorável
para perseguir esse objetivo, incluindo,
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