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América Latina e Globalização. Uma análise das estratégias de desenvolvimento.

Francisco Luiz Corsi (FFC-UNESP/ Docente)1

1- Introdução

O balanço das políticas econômicas neoliberais na América Latina, implementadas a


partir de fins da década de 1980, é negativo. De modo geral, a região entrou em uma fase de
baixo desempenho e instabilidade econômica, caracterizada pela inserção passiva na economia
mundial, embora caiba ressaltar a superação da crise inflacionária em vários países. A crise
argentina (2000-2003) expressa o fracasso das políticas baseadas no Consenso de Washington.
Essa fase se estendeu até 2003, quando a região passou a apresentar taxas relativamente
elevadas de crescimento. A reversão do quadro econômico se deu em um contexto de expansão
acelerada da economia mundial, que teve forte influência benéfica para um grande número de
países latino-americanos, e de uma guinada política para a centro esquerda, representada pelos
governos Lula, Correia, Chavez, Morales e Kirchiner. Apesar da melhora da situação, não
parece que os países da região estejam avançando no sentido de superarem os graves problemas
sociais e econômicos que enfrentam. Observa-se um reforço da posição da América Latina
como exportadora de produtos primários e de produtos manufaturados intensivos em recursos
naturais e força de trabalho, com baixo valor agregado. Observa-se também a permanência da
forte dependência financeira. A crise financeira aberta em agosto de 2007 parece colocar em
questão a recente recuperação e abrir novamente um período de incertezas. A compreensão
dessas tendências implica discutir as estratégias de desenvolvimento perseguidas pela região nas
últimas décadas.
O objetivo do presente artigo consiste em discutir as estratégias de desenvolvimento
seguidas pela América Latina após a crise do padrão desenvolvimentista, que tinha predominado
na região a partir da década de 1930 com base em diferentes projetos de desenvolvimento. A
crise do padrão de acumulação desenvolvimentista e as novas estratégias de desenvolvimento e
inserção na economia mundial só podem ser entendidas a partir da compreensão da nova fase do
capitalismo iniciada no final da década de 1970 e começo da seguinte, que muitos denominam
de globalização. Seguindo Chesnais (1996), consideramos mais adequado designar o conjunto
das amplas transformações vividas pela economia capitalista no período recente de
mundialização do capital, aprofundamento do processo de internacionalização do capital, cuja

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Professor de Economia da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Universidade Estadual Paulista –UNESP .
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Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
característica central é a hegemonia do capital financeiro. A lógica dessa fração do capital
passou a permear e condicionar as demais formas do capital, indicando um entrelaçamento entre
elas. Esse processo longe de gerar certa convergência e homogeneidade na economia mundial,
reafirma a tendência do desenvolvimento desigual e combinado. (Corsi, 2006).
A reestruturação do sistema capitalista, que marcou esse período, foi, em grande medida,
uma resposta à crise de superprodução aberta nos anos 1970 e à crescente contestação social. A
reestruturação seguiu duas linhas mestras. De um lado, buscou-se recompor a rentabilidade do
capital em queda acentuada, reorganizando o processo produtivo. Foram introduzidas novas
tecnologias que poupam trabalho e diferentes formas de reorganização do processo de trabalho,
acompanhadas da desregulamentação do mercado e da precarização das condições de trabalho.
Também observa-se o deslocamento para a periferia de vários setores industrias de países do
centro.Mudanças que contribuíram para fragmentar a classe trabalhadora e enfraquecer os
sindicatos. De outro lado, observa-se rápida e acentuada desregulamentação das economias
nacionais, caracterizada pela abertura comercial e sobretudo financeira. O incremento da
concorrência, a reestruturação produtiva, os deslocamentos espaciais da indústria e as novas
tecnologias têm condicionado profundas alterações na posição e na dinâmica das classes sociais,
da luta de classes e dos países no capitalismo mundializado (Belluzzo, 2005; Corsi, 2006).
Nesse processo, os EUA conseguiram reafirmar sua hegemonia, embora tenha ela passado a
enfrentar uma erosão crescente tanto em termos econômicos quanto políticos. Esses marcos
gerais balizam a análise que se segue das estratégias de desenvolvimento adotadas pelos países
latino-americanos.

2-A mundialização do capital, neoliberalismo e periferia

Desde o início dos anos 1980, observa-se um crescimento vertiginoso dos mercados
globais de capitais, de câmbio e de títulos em escala global, caracterizados, entre outros
aspectos, pela instabilidade e pela rapidez de seus fluxos2. As políticas neoliberais ganharam
terreno nessa nova fase do capitalismo e foram um dos elementos importantes para impulsionar
os processos de internacionalização das finanças e das atividades produtivas, que afetaram
sobretudo os trabalhadores e as políticas de crescimento econômico na periferia. No atual

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A postura dos gestores dos fundos de buscar resultados de curtíssimo prazo a qualquer preço é, sem dúvida, um
dos elementos importantes que influenciam essa instabilidade e exacerba a especulação. Especulação que floresce
ainda mais nos momentos de grande liquidez na economia mundial. O capital financeiro global especula com as
commodities, as ações, os títulos, as moedas e a expansão imobiliária em diversos países. Dessa maneira amplifica-
se a instabilidade da economia mundial (Chenais, 1996; Cintra, 2005).
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contexto de liberalização comercial e financeira e de taxas de câmbio flexíveis o espaço dos
países periféricos para adotarem uma política fiscal e monetária autônoma, visando o
crescimento e o emprego, diminuiu consideravelmente (Basualdo e Arceo, 2006).
A liberalização dos movimentos de capital só pode ser entendida no bojo do processo de
desregulamentação dos sistemas bancários e dos mercados financeiros, impulsionados pelas
políticas neoliberais, que expressam a dominância do capital financeiro. Esses processos
também estão intimamente vinculados com a crescente internacionalização dos processos
produtivos. Como reação á crise dos anos 1970, caracterizada, entre outros pontos, pela
persistente queda das taxas de lucro, o capitalismo buscou deslocar para a periferia suas
atividades mais trabalho intensivas com o objetivo de reduzir custos. Isto só foi possível graças
à abertura das economias nacionais, à diminuição dos preços de transportes, ao desenvolvimento
das comunicações e do processamento de dados, que permitiram as matrizes dos grupos
transnacionais coordenarem e controlar processos globais de produção, cujas fases encontram-se
espalhadas geograficamente. Por meio de contratos e subcontratos de empresas em rede as
empresas transnacionais disseminaram processos produtivos fragmentados espacialmente, o que
foi fundamental para retomada da rentabilidade. Também foi importante a desregulamentação
financeira e comercial das economias nacionais e a atuação de organismos internacionais, como
a Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de regular o funcionamento dos mercados,
garantir os direitos relativos à propriedade intelectual e a não interferência dos Estados. A
mudança da inserção da periferia na economia mundial foi sensível. Em 1960, os manufaturados
representavam 7% do total de suas exportações, em 1980, 20% e atualmente cerca de 70%
(Basualdo e Arceo, 2006; Carneiro, 2007).
Os processos de aberturas das economias nacionais tende a pôr em questão a capacidade
de os Estados controlarem suas economias à medida que o capital financeiro busca impor
políticas de abertura dessas economias e políticas deflacionistas. A existência de um mercado
financeiro global, sem coordenação e sem padrão monetário estável, coloca difíceis problemas
para países periféricos adotarem políticas de desenvolvimento (Coutinho, 1996). Isso não
significa, porém, que os países devam adequar-se passivamente à chamada globalização nem
que esse processo atinja de forma homogênea e integradora o conjunto do planeta. A utopia
liberal de uma economia baseada em mercados auto-regulados continua sendo uma miragem. O
capitalismo não vive sem uma forte presença estatal na economia. Observam-se mudanças nas
formas dessa intervenção.
A perda de graus de liberdade na definição da política econômica por parte dos Estados
depende da situação econômica, social e política de cada país. Os EUA parecem não sofrer
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Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
maiores constrangimentos. Pelo contrário, a ação dos EUA e de outros governos do núcleo
orgânico do capitalismo tem sido fundamental para o avanço da globalização. Em situação
diversa encontram-se os países da América Latina ou da África. Esse ponto também depende da
posição ideológica de cada governo. Muitos governos atuam como agentes da globalização,
desregulando a economia e agindo de forma subordinada as grandes empresas multinacionais.
Outros buscam implementar projetos de desenvolvimento com objetivo de uma inserção ativa
na nova ordem internacional. Exemplos dessas posturas distintas são as estratégias de
desenvolvimento adotadas pela Ásia e pela América Latina nas últimas duas décadas (Corsi,
2002; Gonçalves, 2002).
O desenvolvimento do capitalismo continua fundamentalmente desigual. A
mundialização do capital também não garantiu um desempenho elevado para a economia
mundial. Desde a segunda metade da década de 1970 até recentemente, a economia mundial
tem apresentado um desempenho sofrível, apesar das profundas transformações que vêm se
processando no sistema capitalista a partir do início dos anos 1980. A reestruturação do
capitalismo não conseguiu reverter por um longo período o quadro de lento crescimento.
Contudo, o seu desenvolvimento é bastante desigual. Algumas regiões apresentaram forte
crescimento, enquanto outras apresentam um desempenho medíocre3.
Entretanto, a longa fase de baixo crescimento parece ter sido superada a partir de 2003.
Fugiria do escopo do presente artigo discutir as razões da reversão da tendência ao baixo
crescimento4. Cabe observar que o crescimento verificado a partir de 2003 não se concentra

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A economia mundial entre 1958 e 1973 cresceu em média 5,0% ao ano. Nas décadas de 1970 e 1980, 2,8% e na
seguinte 3,2%. O Japão entrou em uma fase de estagnação, cresceu em média 1,3% nos anos 1990, enquanto
crescia 9,8% entre 1958 e 1973. Nos anos 1990, a Europa Ocidental cresceu 2,0%, enquanto que entre 1958 e 1973
o crescimento médio do PIB tinha sido de 4,9%. Na Europa Central e Oriental, a situação foi mais dramática
depois da dissolução da URSS. A região apresentou crescimento negativo de 3,2% entre 1991 e 2000, enquanto que
no período 1958-1973 tinha crescido 4,5%. Na Oceania também observamos tendência ao baixo crescimento, com
uma média anual de 3,2% entre 1991-2000. A situação da África também não foge ao quadro geral; o crescimento
médio anual do PIB alcançou a cifra de 2,9% nos anos 1990, contra um crescimento médio de 4,7% no período
1958-1973. A Ásia foi uma exceção, cresceu mais na década de 1990 (7,3%) do que entre 1958 e 1973 (5,8%),
cabendo destacar a China e a Índia, que cresceram em média por ano respectivamente, na década de 1990, 10,5% e
5,5% (Gonçalves, 2002, p. 111). O PIB latino-americano cresceu em média 5,5% por ano na década de 1960 e
5,6% na década seguinte. Entre 1981 e 1990, esse incremento foi de 0,9%. Entre 1990 e 1997, o crescimento médio
anual do PIB foi de 3,3% (Cano, 1999, p. 294-311). Porém, a melhora observada na primeira metade da década de
1990 sofreu forte reversão. De 1997 a 2002, quando a economia globalizada entrou em declínio, depois da crise
asiática seguida das crises russa, brasileira e argentina e do lento estouro da bolha especulativa de Wall Street,
segundo dados apresentados pela CEPAL, a economia latino-americana encontra-se estagnada. No referido período,
o PIB da região cresceu em média 1%, enquanto o crescimento demográfico foi de 1,5%, o que acarretou uma
queda do PIB per capita de 1,45% no período. O caso mais grave foi o da Argentina, que, entre 1999 e 2002, teve
uma retração de cerca de 20% do PIB, de 10,9% só em 2002. Níveis comparáveis aos da Grande Depressão dos
anos 1930 (CEPAL, 2003). Entre 1991 e 2003, o crescimento médio anual do PIB da América Latina e do Caribe
foi de 2,8%. (Corsi, 2006, p. 24-25).
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Ver a respeito Brenner 2003.
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Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
mais em duas regiões, Leste da Ásia e EUA, como vinham ocorrendo até a recessão de
2001/2002, e seus índices são semelhantes ao da chamada idade de ouro do capitalismo5. A
atual crise denota que esta fase está chegando ao fim. Porém, este desempenho sugere uma
mudança do padrão de crescimento da economia mundial, o que não significa, contudo, nem o
fim da predominância do capital financeiro e nem a superação da instabilidade e das bolhas
especulativas que vêm sustentando a economia global (Brenner, 2003).
A América Latina acompanhou essa tendência6. No entanto, a recuperação das
economias latino-americanas não parece ter alterado a tendência de especialização na produção
de produtos primários e manufaturados de baixo valor agregado delineada com as estratégias
neoliberais. O peso do setor industrial no PIB latino-americano que era, em meados da década
de 1970, cerca de 28%, caiu mais de 4 pontos em 2000. A participação das exportações de bens
primários no PIB subiu de cerca de 10% para 25% no mesmo período (Palma, 2004, p. 404). A
América Latina, como discutiremos mais adiante, se inseriu no processo de globalização
sobretudo pela via financeira. Essa tendência parece reafirmar a inserção passiva e subordinada
na economia mundial.
Em contraste, os projetos desenvolvimentistas, que vicejaram entre 1930 e 1980, ao
almejarem completar o processo de industrialização pareciam apontar para um desenvolvimento
mais amplo, equilibrado e autônomo. Este aspecto é importante porque o desenvolvimento
parece requer industrialização com “diversificação setorial [e] adensamento das cadeias
produtivas” (Carneiro, 2007), embora isso não signifique necessariamente melhoras nas
condições de vida e menor desigualdade social para a maioria do povo. Vejamos essas questões
mais de perto a partir de uma perspectiva histórica de mais longo prazo.

3- As estratégias de desenvolvimento na América Latina

5
Entre 2003 e 2005, o incremento médio anual do PIB da África foi de 4,8%, da Europa Oriental de 5,1%, do
Oriente Médio de 5,9% e da América Latina de 4,1%. Esta última região cresceu sobretudo devido a forte elevação
das exportações de bens primários, decorrentes sobretudo da expansão chinesa (10,1% em média no referido
período) e da onda de especulação com commodities, processos que também impactaram as demais regiões. Em
2006, o produto mundial cresceu em média 5,5%, cabendo destacar os países em desenvolvimento da Ásia (9,7%),
a África (5,5%), a Comunidade de Estados Independentes (7,7%), a Zona do Euro (2,8%) e a América Latina
(5,6%) (FMI, 2006, 2007).
6
O PIB da região cresceu 1,9% em 2003, depois de ter apresentado um declínio de 0,5 no ano anterior. O
crescimento em 2004 foi mais significativo, alcançou a cifra de 6,2%. Em 2005, foi um pouco menor, 4,6%,
voltando a acelerar para 5,6% em 2006. Os países que mais destacaram foram Chile, Uruguai, Venezuela e
Argentina. O exemplo deste último, que cresceu 8,7% em 2003, 9,0% em 2004, 9,2% no ano seguinte e 8,5% em
2006, é ilustrativo. (CEPAL, 2006; FMI, 2005). Embora esses números estejam distorcidos pela profunda crise dos
anos anteriores, é preciso observar que a Argentina rompeu com o ideário do FMI e declarou moratória da dívida
externa, indicando que é possível a implementação de políticas alternativas às estabelecidas pelo Consenso de
Washington (Corsi, 2006, p. 25).

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Texto integrante dos Anais do XIX Encontro Regional de História: Poder, Violência e Exclusão. ANPUH/SP – USP. 08 a 12 de setembro de 2008. Cd-Rom.
A Grande Depressão da década de 1930 e a Segunda Guerra Mundial, ao acarretarem
uma relativa desarticulação da economia mundial abriram novas possibilidades de
desenvolvimento para alguns países da região que já tinham alcançado certo patamar de
desenvolvimento capitalista (Corsi, 2000).
A reorganização da economia mundial no pós-guerra, sob a hegemonia dos EUA, não
fechou essas possibilidades. As dificuldades dos EUA em levar a cabo seu projeto de
reorganizar a economia mundial sob a égide do livre comércio e da livre circulação de capital
forçaram-no a aceitar a permanência, por longo tempo, dos controles de câmbio e dos fluxos de
capita, especialmente os de curto prazo, o que sugere os limites e sua hegemonia. As
dificuldades das economias destroçadas pela guerra, as lições da Grande Depressão, a
correlação de forças favorável aos trabalhadores no centro e o avanço dos movimentos de
descolonização, muitos deles de inspiração marxista, em um contexto de Guerra Fria, abriram
espaço para a economia mundial organizar-se com base em fortes economias nacionais e nos
países desenvolvidos contribuíram para o florescimento do Estado de Bem-Estar Social. O
grande capital financeiro internacional, enfraquecido pela depressão, teve que se adaptar a nova
situação.
Nesse contexto, observamos na América Latina, desde a década de 1930, a definição em
alguns países de projetos de desenvolvimento voltados para a indústria e para o mercado
interno. Exemplos claros dessas iniciativas foram o peronismo na Argentina, o vargismo no
Brasil e o cardenismo no México. Esses projetos não excluíam a participação de capital
estrangeiro no financiamento do desenvolvimento, embora buscassem fortalecer o capital
nacional, internalizar os centros de decisões e garantir uma margem maior de autonomia na
definição de suas políticas internas e externas. Não buscavam a autarquia econômica e nem
romper com o bloco ocidental. Mas ao lutarem por certa autonomia, principalmente no contexto
de acirramento da guerra fria, eram considerados nacionalistas.
Entretanto, talvez fosse mais correto considerá-los como uma forma específica de
estratégia de desenvolvimento associada ao capital estrangeiro. Vargas, por exemplo, esperava
ser possível industrializar o Brasil, garantir sua soberania e conseguir um papel de destaque na
América Latina, contando para isso com apoio político e financeiro norte-americano. Com tais

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objetivos, esse era um difícil projeto no contexto em que os EUA firmavam-se como grande
potência e exigiam estrita subordinação dos países que estavam sua área de influência7.
As estratégias de desenvolvimento têm que ser analisadas em seu contexto histórico. No
período em pauta, os projetos de desenvolvimento visando à industrialização e autonomia
nacional, embora contando para viabilizar esses objetivos com apoio político e financiamento
externo, pareciam uma alternativa plausível. Pelo menos para os países mais importantes da
região, como México Argentina e Brasil, que dispunham de um mercado interno potencialmente
amplo e abundantes recursos naturais, a estratégia de garantir um crescimento voltado para o
mercado interno parecia à única saída em um contexto de relativa desarticulação da economia
mundial. Muitas análises atuais que criticam a estratégia desenvolvimentista seguida nessa
época, acusando-a de ineficiente e intrinsecamente desequilibrada, parecem não se dar conta do
contexto histórico, no qual a estratégia voltada para as exportações eram inviáveis.
No período 1930-1945, as economias nacionais estavam relativamente fechadas e o
comércio internacional em crise. Depois do final II Guerra até a segunda metade da década de
1950, embora observemos uma retomada do comércio internacional, a possibilidade de sustentar
o crescimento nas exportações não parecia alentadora, mesmo porque as economias centrais não
estavam abertas para os produtos manufaturados da periferia. Ou seja, não se colocava à época a
possibilidade de um desenvolvimento calcado nas exportações de produtos manufaturados e a
crise dos anos 1930 tinha demonstrado a inviabilidade de países cujas economias se sustentavam
em um punhado restrito de produtos primários. Além disso, nesse período, os fluxos de capitais
para a América Latina foram modestos. Esse contexto contribuiu para a formação de uma visão
negativa das exportações de produtos primários como saída para o desenvolvimento, claramente
expressa no pensamento cepalino. A divisão internacional do trabalho naquele momento não
abria a possibilidade de estratégias de desenvolvimento voltadas para as exportações.
Os projetos desenvolvimentistas conseguiram garantir taxas respeitáveis de crescimento.
Desse ponto de vista, foram um sucesso. O fracasso desses projetos parece residir sobretudo nos
resultados sociais do crescimento. Esses projetos não conseguiram enfrentar os graves
problemas de desigualdade e miséria que historicamente assolavam a região e também se
mostraram incapazes para completar os processos de industrialização.

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Projeto Nacional de desenvolvimento não é entendido aqui como um projeto que integra os interesses coletivos da
nação. Entendemos que as classes e as facções de classe podem ter um projeto seu para a nação. A sociedade é
marcada pela luta de classes e, portanto, não podemos falar em interesses que congreguem o conjunto das forças
sociais. Ao falarmos em projeto não queremos dizer que as ações das classes, das facções de classe e de grupos
estejam previamente definidos por um projeto dado. Mesmo porque esses projetos nunca aparecem acabados. Eles
sofrem inflexões, são abandonados etc. a partir da luta social e das mutantes circunstâncias políticas, sociais e
econômicas (Corsi, 2000).
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A incapacidade de completar os processos de industrialização residia, pelo menos em
parte, em problemas relativos à constituição de um esquema de financiamento interno da
acumulação de capital. Esse problema estava vinculado à incapacidade do Estado articular esse
esquema e garantir uma maior ação na economia. As classes dominantes, mesmo aqueles setores
beneficiados pelas políticas industrializantes, sempre viram com preocupação o excesso de
intervenção estatal na economia, embora muitos setores, particularmente o setor industrial,
necessitassem de ampla proteção e auxílio creditício, sem falar na necessidade do Estado
assumir os setores da economia que a burguesia não tinha condições de levar avante, mas vitais
para a continuidade do crescimento. Outro problema era o das políticas cambiais que não
incentivam as exportações agrícolas, o que contribuía para agravar os crônicos problemas das
contas externas, agravados ainda mais pela deterioração dos termos de intercâmbio. O Estado na
América Latina, que aparentemente era forte e isso era bem visível no tratamento dispensado as
classes subalternas, nessas questões mostrava seu lado frágil (Fiori, 1995)8.
Contudo, observa-se a partir de meados da década de 1950 a retomada do processo de
internacionalização do capital. A retomada dessa tendência, nos anos 1950, marca o
fortalecimento dos grandes oligopólios e da grande finança, o que seria um dos fatores da crise
da ordem econômica internacional estabelecida em Bretton Woods na década de 1970. Esse
processo também teve conseqüências para os países da região. A forte expansão das empresas
multinacionais em direção às regiões periféricas redefiniu a divisão internacional do trabalho e
colocou novas questões para os projetos nacionais de desenvolvimento, que, em muitos casos,
estavam em um beco sem saída, em virtude de sérios problemas de financiamento interno e
externo. Essas empresas multinacionais dirigiam-se para a periferia para ocupar os mercados
internos, então fortemente protegidos, que tinham potencial de crescimento, mão-de-obra
barata, abundância de recursos naturais e tinham alcançado um razoável desenvolvimento
capitalista. O objetivo não era conquistar uma base para exportar produtos manufaturados
baratos para o conjunto do sistema. Isto não se colocava à época.
Para alguns países, abriu-se a possibilidade de um desenvolvimento baseado em uma
larga associação com o capital estrangeiro. Nessa fase, começaram a ficar evidentes as

8
Na América Latina, a burguesia agrária vinculada às exportações nunca foi anulada. Na Argentina, o seu peso
político e econômico foi um dos fatores que bloquearam o avanço da industrialização. No Brasil, onde foi
deslocada da posição hegemônica em 1930, continuou a ter um papel relevante e serviu para impor limites à ação
industrializante do Estado. A presença dessas forças sempre foi um dos fatores de instabilidade política na região.
Na América Latina a presença das classes populares na vida política foi importante ponto de apoio para as políticas
industrializantes, nunca foram totalmente subordinados ao Estado, o que exigia reconhecimento de suas demandas e
políticas voltadas para os trabalhadores. Isto muitas vezes assustava as classes dominantes que se reaglutinavam
para bloquear avanços reais ou imaginários das classes subalternas.

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crescentes dificuldades de projetos de desenvolvimento com autonomia nacional, embora
alguns países continuassem a desenvolver-se nessa direção. A diferença com o período anterior
no tocante às estratégias de desenvolvimento é que agora eram propostas estratégias de
desenvolvimento associado com maior subordinação ao capital estrangeiro, a busca de certa
autonomia e projeção internacional tinha ficado para trás.
Os projetos voltados para a industrialização visando diferentes graus e formas de
associação com o capital estrangeiro e ou visando autonomia, que proliferaram na periferia do
sistema entre as décadas de 1930 e 1970, vieram em sua maioria a ruir a partir dos anos 1980.
O fracasso dos projetos socialistas também pode ser visto sob essa ótica, pois eles, entre outros
aspectos, representavam alternativas de desenvolvimento ao sistema capitalista. Embora
tivessem obtido êxito parcial no tocante à industrialização, ao desenvolvimento tecnológico e à
melhoria do nível de vida de suas populações, o fracasso desses projetos reforçaria, segundo
vários autores, dentre eles Ianni (1992), as enormes dificuldades de um desenvolvimento
econômico, social, político e cultural fora do âmbito da sociedade capitalista global. A partir de
outro referencial teórico, Arrighi (1997) vai nessa mesma direção, considera o desenvolvimento
da periferia uma ilusão.
A mundialização do capital colocou em cheque o desenvolvimentismo. Este ponto
parece merecer alguma reflexão e não por saudosismo, pois o desenvolvimentismo nunca foi
saída para o desenvolvimento social. Este modelo começou a ruir na América Latina mesmo
antes das profundas transformações vividas pelo capitalismo nos anos 1970 e 1980. Não só em
virtude do baixo desempenho econômico de vários países e do agravamento das condições
sociais, mas também devido à ascensão das lutas sociais que marcaram esse período. As classes
dominantes temerosas em relação a esses avanços buscaram implementar uma nova disciplina
através do mercado. Esse foi o caso do Chile, que adotou a partir de 1973 uma política liberal
que levou a desindustrialização e ao enfraquecimento da classe trabalhadora. A Argentina
seguiria o mesmo caminho a partir da implantação da ditadura militar em 1976. Em outros
países da região a adoção da estratégia neoliberal foi mais paulatina e se deu sob a pressão de
processos hiperinflacionários, de profunda crise econômica, de grave crise fiscal e da crise das
dívidas externas. Também foi essencial a continua pressão dos organismos multilaterais de
crédito. Esses processos debilitaram a capacidade de resistência dos trabalhadores. Não por
acaso o Brasil, que viveu forte acessão dos movimentos sociais na década de 1980, abraçou a
estratégia neoliberal mais tardiamente. Sem dúvida que a adoção dessa estratégia implicou em
uma reacomodação dos setores das classes dominantes, com o fortalecimento dos setores
rentistas e dos vinculados às exportações. Setores fortemente articulados com o capital
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estrangeiro,que nunca teve solidariedade com o desenvolvimento nacional na periferia. Os
setores do capital nacional mais vinculados à produção e ao mercado interno perderam terreno
nesse novo contexto, embora também sejam grandes aplicadores do mercado financeiro.
A trajetória da América Latina deve-se a certas circunstâncias adversas e a adoção de
políticas econômicas equivocadas. Os países da região, como assinalou Coutinho (1996) teve
dificuldade de acompanhar as mudanças em curso a partir da década de 1980. As razões disso
residem no fato de a região ter mergulhado, a partir de 1982, em uma fase de estagnação,
marcada por baixos índices de crescimento, graves crises inflacionária, fruto sobretudo dos
graves problemas de endividamento externo. A predominância de governos conservadores
impediu, naquele momento, um enfretamento com o grande capital internacional e, portanto,
uma renegociação mais favorável da dívida externa. Nessas circunstâncias, os países latino-
americanos, de um lado, não despertavam interesse do grande capital – que, aliás, não estava
disponível em virtude da crise do endividamento externo – e, de outro lado, não tinham
condições de implementar com um maior grau de autonomia programas de desenvolvimento
para incorporar as novas tecnologias e enfrentar as mudanças em curso na economia mundial.
O resultado da adoção das políticas neoliberais, inspiradas no chamado Consenso de
Washington, levou vários países da América Latina a uma involução estrutural. Isto também
está vinculado às dificuldades da região se inserir na nova divisão internacional do trabalho a
partir das estruturas pré-existentes. Essa involução aparece claramente no Brasil, na Argentina e
no México, que tinham conseguido alcançar uma estrutura industrial relativamente complexa. A
expansão das indústrias maquiladoras nesse último país não representou um salto qualitativo em
seu setor industrial. O modelo seguido desde pelo menos o pós-guerra tinha assegurado altas
taxas de crescimento no contexto de uma acumulação de capital centrada no mercado interno,
mas não gestou as condições e os atores sociais necessários para enfrentar o novo contexto.
Acontece que a estratégia neoliberal também se mostrou incapaz de resolver essas questões.
A América Latina no novo contexto internacional apresentava custos salariais maiores
que o Leste Asiático, o que dificultava a competição com os produtos dessa região. Também
não tinha condições de competir com os produtos do centro, que incorporavam alta tecnologia e
trabalho altamente qualificado. As plantas das empresas nacionais e transnacionais foram
construídas para atender o mercado interno e geralmente utilizavam tecnologia obsoleta.
Durante a fase anterior não tinham sido feitos esforços relevantes para um desenvolvimento
tecnológico autônomo, em parte devido ao próprio peso das empresas estrangeiras na economia.
A partir de 1980 nenhuma classe tinha condições rearticular um novo projeto de
desenvolvimento, o que abriu espaço para as facções rentistas. Nessas circunstâncias, as
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economias da região estavam sobremaneira vulneráveis a uma abertura rápida da economia,
justamente o que propunha a estratégia neoliberal vencedora nos embates políticos do período
(Basualdo e Arceo, 2006).
A participação do setor industrial no PIB da América Latina caiu 30% entre 1975 e
2000, acompanhando a queda da participação da região na produção industrial da periferia que
foi de 37% para 26% no mesmo período. As exportações em relação ao PIB da região subiram
de 11,6% para 23,7% entre 1975 e 2003. Se excluirmos o México, dado o grande peso que as
maquiladoras têm em sua indústria, 67,5% das exportações da América Latina, em 2003,
consistiam de produtos primários e manufaturas básicas que utilizam recursos agropecuários,
florestais e minerais. A forte expansão dos últimos três anos se deve sobretudo as exportações
de commodities para Ásia, em especial para China. A região está se inserindo na nova ordem
mundial como produtora de produtos primários e manufaturados de baixo valor agregado
(Basualdo e Arceo, 2006).
A América Latina concomitantemente aprofundou a inserção financeira no processo de
globalização. Depois de ficar alijada dos fluxos internacionais de capital por um longo período
em virtude da crise da divida externa, a região passou a receber a partir de 1992 fluxos
crescentes de capitais, principalmente de investimento de portfólio e Investimentos Externos
Diretos (IED) voltados à participação nos processos de privatização das empresas estatais.
Esses IED não acarretaram substantivos incrementos na capacidade produtiva, na inovação
tecnológica e no emprego, tinham sobretudo um caráter de valorização patrimonial. Os fluxos
foram positivos até 1999, superiores as necessidades de financiar os crescentes déficits nas
contas de transação corrente, o que resultou na elevação das reservas. A entrada vultosa de
capitais era fundamental para fechar os graves desequilíbrios das contas externas decorrentes
das políticas de estabilização inspiradas no Consenso de Washington, seguidas com entusiasmo
pelo Brasil, pela Argentina e pelo México, que conseguiram debelar, de um lado, os processos
inflacionários, mas engendram, de outro, severas crises nas contas públicas e externas. O
resultado foi o crônico problema de vulnerabilidade externa vivido no período. A partir da crise
asiática, observa-se acentuada reversão desses fluxos de capitais. Em 2003, a região deixou de
absorver recursos reais do exterior em virtude da melhora do desempenho das exportações e dos
preços das commodities, o que acarretou superávits crescentes em transações correntes (Corsi,
2002; Carneiro, 2007). A melhora da situação não significa, todavia, a superação da
vulnerabilidade externa.

4- Considerações finais
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A chamada globalização do capitalismo colocou em cheque os projetos
desenvolvimentistas na América Latina. Esses projetos visavam à industrialização e uma
inserção mais autônoma na economia mundial, contando, de maneira geral, para tanto com o
concurso do capital estrangeiro. Embora tivessem garantido um crescimento econômico
razoável, os modelos desenvolvimentistas não alcançaram esses objetivos e fracassaram
rotundamente na superação da miséria e das desigualdades sociais históricas que marcam região.
Também foram, em parte, responsáveis pelo agravamento da crise da dívida externa, da dívida
pública e do processo inflacionário. As políticas neoliberais, que pretendiam dar uma resposta a
esses diversos problemas, também fracassaram e passaram a ser cada vez mais questionada. Não
cumpriram suas promessas de garantir expressivo crescimento econômico, inserção dinâmica na
economia mundial e aumento do emprego e da renda. O período entre 1990 e 2003 foi
caracterizado pelo baixo crescimento, pela instabilidade e pela vulnerabilidade externa. A
melhora da situação econômica nos últimos anos deveu-se ao quadro favorável da economia
mundial e a adoção de medidas alternativas as políticas neoliberais. Mas observa-se a
manutenção de uma inserção predominante financeira na globalização e uma especialização
crescente da economia na produção de bens primários e manufaturas de baixo valor agregado,
com retrocesso do setor industrial, que não parece ter sido superada com a retomada do
crescimento a partir de 2003. Não por acaso a América Latina vive uma situação de crescente
contestação social desde meados da década de 1990, que pode contribuir para que a região trilhe
caminhos diferentes.

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