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Nome: LARISSA RODRIGUES A.

DA SILVA Sala: EA Turno: Matutino

CAPÍTULO 22

O sistema monetário internacional estruturado na conferência de Bretton Woods e taxas de câmbio fixas
entre as moedas dos países signatários do acordo. Nos anos 1930, em meio à depressão, muitos países
desvalorizaram suas moedas a fim de incrementar a produção e o emprego nacional. Era a chamada
política de “desvalorizações competitivas” ou de “arruinar meu vizinho”. O sistema arquitetado em Bretton
Woods tornou-se efetivo a partir de 1950, após um ajuste das paridades entre as moedas: as moedas
europeias foram desvalorizadas. Mas o sistema envolvia uma inconsistência que ficou conhecida como
“dilema de Triffin”: para gerar a liquidez necessária para a expansão das transações internacionais era
preciso que houvesse um volume de dólares crescente em circulação no sistema internacional. O dilema
apontado pelo economista Robert Triffin era o seguinte: sem os déficits norte-americanos o sistema não
funcionaria, pois não haveria liquidez para crescentes transações comerciais e financeiras. A manutenção
das taxas fixas de câmbio dependeria agora da intervenção dos governos e dos bancos centrais por meio
de suas políticas fiscais e monetárias e pela compra de moedas no mercado de câmbio. Como as pressões
para a desvalorização do dólar continuaram, em 1973 os países europeus abandonaram a defesa das taxas
de câmbio fixas (ou seja, deixaram de comprar dólares para sustentar a taxa do Acordo Smithsoniano) e
permitiram que suas moedas se valorizassem. Desde então, o sistema de Bretton Woods, de taxas de
câmbio fixas, deixou de existir, transformando radicalmente as questões monetárias internacionais. Por
isso, o fim do regime de taxas fixas de câmbio levou a propostas de coordenação das políticas econômicas
a fim de evitar flutuações acentuadas. Na Conferência de Cúpula de Rambouillet, em 1975, foi aprovada
uma emenda aos artigos de criação do FMI, emenda que legalizou as taxas de câmbio flutuantes e suprimiu
o papel do ouro. Nos anos 1980, O Federal Reserve, para combater uma inflação de dois dígitos e pressões
internacionais sobre o dólar, iniciou, em 1979, uma política de elevação da taxa de juros. A política do
presidente Ronald Reagan nos anos 1980, ao elevar os gastos militares e o déficit público, pressionou a
taxa de juros para cima, atraiu mais recursos externos e manteve a tendência à valorização do dólar. em
1995, diante de profunda desvalorização do dólar, foi realizado novo acordo que ficou conhecido como
Plaza-Louvre invertido. seu efeito foi temporário e a questão cambial retorna periodicamente, pois ela é
crucial nas relações econômicas internacionais. A noção de globalização foi usada, nas últimas décadas do
século XX, para justificar mudanças que ocorriam nas mais diversas esferas da sociedade: na economia, na
política, na cultura em geral. O elemento central nessa concepção é de que o poder público e as
corporações privadas devem considerar, na definição de suas políticas, os determinantes internacionais. a
globalização responde fundamentalmente a duas ordens de fatores. De um lado, inovações técnicas em
informática, comunicações e transportes que reduziram os custos de conexão entre regiões, por outro
lado, e talvez mais importante, houve a redução de barreiras ao comércio de mercadorias e aos fluxos de
capital que resultou de decisões políticas. a “mundialização financeira” tem seu foco no que é, para F.
Chesnais, o elemento central: a interligação entre os sistemas monetários e os mercados financeiros
nacionais, resultado da desregulamentação e da liberalização financeira. A desregulamentação financeira
não se limitou à supressão dos tetos para as taxas de juros; ela atingiu toda a estrutura montada com base
na lei GlassSteagall. Suprimir as restrições impostas pela lei era, desde os anos 1960, uma demanda dos
bancos para manterem-se competitivos diante dos fundos e de outros instrumentos financeiros. O passo
final na eliminação das restrições da lei Glass-Steagall veio em 1999 quando o Congresso aprovou a Lei de
Modernização Financeira (Gramm-Leach-Bliley Act), pela qual as instituições financeiras poderiam realizar
operações típicas de bancos e também com títulos e com seguros. Na prática, a total desregulamentação
da atividade financeira estimulou a consolidação de bancos norte-americanos de grande porte que
operavam em vários mercados, assim como de outras instituições não bancárias. Com o fim do regime de
taxas de câmbio fixas em 1973, os controles sobre o fluxo de capitais passaram a ser questionados. Os
Estados Unidos suprimiram esses controles já em 1974, pois o governo desejava atrair capitais externos.
Nos anos 1980, o aumento do déficit orçamentário e em conta corrente do país consolidou o interesse pela
ampla liberdade para os fluxos internacionais de capitais. Embora não haja uma noção rigorosa do que seja
a periferia da economia mundial, é razoável considerá-la em oposição à noção de centro assim, a periferia
incluiria a América Latina, a Ásia (exceto o Japão) e a África, excluindo as economias socialistas e os países
exportadores de petróleo. O desenvolvimento industrial dos países do “resto” foi bastante rápido nas
décadas de 1950 e 1960 e contou com várias características comuns: decisiva participação dos governos
na direção do processo de industrialização por meio do seu financiamento (por bancos de
desenvolvimento), pela proteção seletiva a certas atividades, pelo controle sobre metas a serem atingidas.
Para Amsden, essas diferenças justificam as distintas reações dos dois grupos de países diante de crises
externas: os “independentes”, graças aos investimentos em conhecimento e ao predomínio de firmas
nacionais, mantiveram + inserção no mercadointernacional. Já os “integracionistas”, cujas manufaturas
tinham reduzido acesso ao mercado internacional, sofreram longamente os efeitos da crise. Nas décadas
de 1950 e 1960, as economias latino-americanas tiveram desempenho bastante favorável Esse crescimento
foi sustentado pela produção industrial voltada ao mercado interno, favorecida pela política
industrializante de “substituição de importações”. Bulmer-Thomas identifica três estratégias: promoção de
exportações, substituição de exportações e desenvolvimento das exportações de produtos primários. A
promoção de exportações foi seguida por México, Brasil, Colômbia e, durante alguns anos, pela Argentina.
Consistia essencialmente em estimular a exportação de manufaturados: o diferencial de salários entre os
países desenvolvidos e os latino-americanos abriria espaço para algumas exportações Outra estratégia é a
chamada “substituição de exportações”. Na verdade, o foco dessa estratégia foi a abertura comercial da
economia, com a redução do protecionismo e de outras formas de intervenção do Estado. A terceira
estratégia desenvolvimento de exportações primárias decorria de peculiaridades dos países que nela se
engajaram: de um lado, uma fraca base manufatureira que limitava a possibilidade da “promoção de
exportações”; de outro, a disponibilidade de algum recurso natural que favorecesse as exportações. Apesar
do aumento das exportações latino-americanas na década de 1970, a região não dispensou o aporte de
recursos externos e os investimentos necessários às novas estratégias demandavam esses recursos para a
realização de investimentos. E a ampla liquidez do mercado financeiro internacional, alimentada pelos
chamados “petrodólares” facilitou a concessão de empréstimos aos países latino-americanos. O
agravamento das condições das economias latino-americanas enfraqueceu a expectativa de que a crise da
dívida A percepção desse problema levou o governo americano a patrocinar duas iniciativas que buscavam
outro tipo de solução para a crise da dívida latino-americana. O Plano Baker, de 1985, não foi bem-
sucedido; e em 1989, o Plano Brady, ao propor a redução de uma parte da dívida externa encaminhou uma
solução para o impasse entre credores e devedores. Assim, a dívida foi transformada em títulos
(“securitizada”) com algum desconto em relação ao seu valor original. A história econômica da América
Latina, ao longo de mais de quatro séculos, apresenta um curioso percurso: uma economia voltada para
fora buscou, após a Segunda Guerra Mundial, um novo caminho em seu oposto. Por meio da
industrialização fundada na substituição de importações, procurou no mercado interno as bases para o seu
dinamismo. A crise da dívida externa na década de 80 colocou em xeque essa estratégia; e desde então, os
países latino-americanos integraram-se crescentemente à economia mundial por meio da liberalização
comercial e financeira. Essa mudança na política econômica favoreceu o aumento das importações e, ao
mesmo tempo, os setores exportadores, o que foi, de certo modo, reafirmado pela expansão do comércio
internacional no começo do século XXI.

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