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Bretton Woods and the Endorsement of Capital Controls

● Muitas vezes, é assumido que a globalização dos mercados financeiros


começou no Acordo de Bretton Woods de 1944
○ Na constituição da ordem econômica do pós guerra, é consenso
de que foi promovida uma ordem liberal tanto no comércio
quanto nas finanças internacionais
○ O acordo trouxe uma ordem financeira mais restritiva, na qual o
controle de capitais era encorajado. O Acordo de Bretton Woods
é uma “rejeição dramática” das políticas financeiras liberais que
surgiram pós 1931

The break with the Liberal Tradition in International Finance after 1931
● Década de 1920: bancos centrais e privados com o objetivo de restaurar a
ordem financeira e monetária pré 1914
○ Nas conferências de Brussels em 1920 e Genoa em 1922, eles pediam
por retorno no equilíbrio fiscal, bancos centrais independentes, livre
movimento de capitais e, principalmente, o padrão ouro. Essas
iniciativas foram trazidas por dois grupos poderosos, os londrinos e os
nova-iorquinos, que trabalhavam muito juntos. Ofereciam crédito para
que os governos adotassem essas políticas
○ Nos anos 20, conseguiram reviver o padrão ouro e um circuito
internacional de crédito privado
○ Mas isso durou pouco. Depois do crash de 29, a confiança dos
emprestadores privados internacionais deteriorou como resultado do
próprio crash, a depressão, as reparações contínuas e débitos de
guerra, e largas desequilíbrios nas balanças de pagamento
○ Tentando manter suas ações, as nações industriais avanças tentaram
prevenir a crise através de iniciativas como a criação, em 1930, do
Bank for Interntional Settlements, que buscava facilitar a cooperação
dos bancos centrais, além de despolitizar as dívidas e reparações.
○ Mas isso não foi o suficiente para para prevenir o completo colapso da
confiança de mercado em 1931
○ Nesse mesmo ano, a quantidade de capital especulativo e a
interrupção de empréstimos de longo prazo dos Estados Unidos forçou
a Alemanha e a Áustria a introduzir controles de câmbio.
○ Em setembro, a Inglaterra abandonou o padrão ouro por forças
especulativas
● Década de 1931
○ A crise financeira internacional foi importante pois marcou uma quebra
com a tradição liberal em questões financeiras
○ Suas visões largamente desacreditadas pela crise, os bancos centrais
e comerciais que dominaram políticas financeiras nos anos 1920
estavam cada vez mais trocados nas alavancas do poder financeiro no
mundo industrial por uma nova coalização de grupos sociais que
incluiam industrialistas, líderes sindicais e funcionários públicos
keynesianos
○ Por mais que os bancos tivessem defendido um laissez-faire para
questões financeiras domésticas e seguir as “regras do jogo” (padrão
ouro), esses novos grupos favorecem uma abordagem mais
intervencionista que permitisse servir a objetivos políticos e econômicos
mais amplos
○ Por mais que essa quebra tenha surgido com a crise de 1931, ela é
parte de um movimento de reação contra o liberalismo desde o final do
século XIX. As políticas trabalhistas e o comércio internacional já
tinham suas críticas desde 1870. O liberalismo durou nas finanças
internacionais deu-se pela complexidade e questões técnicas naturais
dessas questões. A complexidade dava baixa visibilidade política, além
de interesses dos banqueiros comerciais e centrais. “Nobody told us we
could do that” (Sidney Webb, socialista)
● O aumento dos controles de capitais em 1930 foi parte importante dessa
quebra
○ Não foi uma novidade dos anos de crise. França e Alemanha
frequentemente restringiam exportações de capital antes da primeira
guerra, controlando flutuações de títulos estrangeiros
○ Até mesmo Inglaterra e Estados Unidos regularam fluxos de capital
internacional várias vezes.
○ A novidade era a abrangência e permanência dos controles -
geralmente os controles eram temporários para alcançar alguma meta
interna. Agora, eles eram um aspecto permanente de estratégias de
novas economias intervencionistas
● Os países que usaram a abrangência de controle de capitais foram os que
abandonaram práticas liberais em outras áreas: Japão e Alemanha.
○ Inicialmente essa política foi usada para manter o equilíbrio do balanço
de pagamentos durante e depois da crise de 31, mas logo se tornaram
um componente permanente da política econômica
○ Depois de diversas crises econômicas domésticas, os dois países
começaram a usar políticas não ortodoxas como déficit para
financiamento e política monetária ativa
○ Com as pressões para militarização durante a década de 30, os dois
estados começaram com intervenções diretas extensivas em seus
sistemas financeiros domésticos, para garantir que os recursos de
capital estariam alocados de acordo com os objetivos nacionais
○ Tanto o manejo macroeconômico quanto o planejando estatal forçaram
uma mudança em relação aos movimentos internacionais de capital. O
manejo macroeconômico poderia ser interrompido por capitais
especulativos ou capital indo para taxas de juros artificialmente baixas,
além da tentativa de alocar capital seria prejudicada se emprestadores
e investidores tivessem acesso a mercados de capital estrangeiros.
Assim, o controle de capitais se tornou parte integral da nossa
economia doméstica intervencionista
● Do outro lado, temos Suíça, Bélgica, Holanda e França
○ A ausência de restrições no balanço de pagamentos e a forte influência
de ideias ortodoxas fizeram a mudança neles ser mais gradual do que
radical.
○ Seus mercados de câmbio eram relativamente livres e havia poucos
controles nos movimentos de capitais. A política econômica só muda
após a crise do câmbio a partir de 1935
○ Em 1936, a eleição de um governo socialista na França colocou o
Banco Central em controle público e criou uma instituição financeira
pública para financiar projetos públicos. Em 1938, o governo
considerava seriamente a introdução de um sistema de controle de
câmbio similar ao alemão, para ser mais ativo na busca de uma política
doméstica expansionista. Assim, esse “bloco do padrão ouro” instituiu o
controle de capitais e o planejamento financeiro doméstico
● As mudanças nesse sentido entre Estados Unidos e Inglaterra caíram entre os
dois extremos.
○ A crise financeira e econômica de 1930 foi um catalisador de um
realinhamento política importante, que culminou na eleição de
Roosevelt em 32.
○ Na visão do presidente, apoiado por fazendeiros, sindicatos e
empresários, os responsáveis pelo caos econômico era o império da
Morgan. Portanto, diversas iniciativas foram feitas para colocar as
plíticas monetárias e financeiras sobre controle estrito estatal.
○ Domesticamente, regulações financeiras foram feitas com o objetivo de
moderar a competição, aumentando a proteção ao investido e
reduzindo o podar da JP Morgan. Reformas foram instituidas para fazer
o Federal Reserve mais politicamente responsável, ficando na frente
dele Marriner Exccles, um banqueiro sem visões ortodoxas
○ Internacional, os EUA saíram do padrão outro em 33, chamando-o de
“old fetishes of so-called international bankers” (Roosevelt). A política
monetária internacional saiu do FED e foi para o Tesouro, que logo se
tornou o centro do New Deal
○ Num primeiro momento, pouco esforço foi feito para interferir nos
movimentos internacionais de capital. Por mais que o Congresso tenha
ampliado o poder do presidente de controlar transações de câmbio e
proibido empréstimos a governos estrangeiros que estavam em dívida
com os EUA, essas iniciativas tiveram poucas consequências práticas.
Em 1936, o aumento da inflação por fluxos grandes de capital vindos
da Europa fizeram o Tesouro ser a favor do controle de câmbio - a
proposta sendo recusada por liberais do governo federal e por
membros da comunidade financeira, que se preocupavam com a
posição de Nova York como um centro financeiro internacional
○ Portanto, ao invés do controle, o Tesouro iniciou um programa para
esterelizar o efeito monetário dos fluxos de capital após dezembro de
1936. Também começaram discussões com ingleses acerca de
possíveis esforços conjuntos para controlar esse hot money que talvez
não requeresse uso de controle de câmbio
● Tanto a chegada da guerra quanto o início do planejamento da economia
internacional Pós Guerra teve o efeito de encorajar a saída da tradição liberal
das finanças no governo federal
○ A guerra mostrou o potencial efetiva do controle de câmbio, e a
intervenção doméstica virou uma parte integral dos esforços de guerra
○ Morgenthau deixou claro que ele usaria o planejamento pós guerra
para construir um “New Deal in international economics”, com o objetivo
de cercear o poder de bancos que dominaram as finanças
internacionais em 1920, movendo o centro financeiro de Londres e Wall
Street para o Tesouro dos Estados Unidos. Para isso, ele escolheu
Harry Dexter White, que era keynesiano
● Inglaterra: Banco central e privadores perderam muito poder, enquanto o
Tesou assumia maior influência
○ A política monetária estava voltada para metas internas mais do que
equilíbrios na balança de pagamentos.
○ Empréstimos públicos para devedores estrangeiros para proteger a
libra esterlina. Isso acabou caindo, mas a direção seguiu sendo “foreign
issues were permitted only if there was a compelling case that they
would benefit British industry”
○ Por mais que tivessem essas mudanças, o Tesouro continuou de certa
forma com princípios ortodoxos em 1930. A diminuição da taxa de juros
era mais para diminuir os custos da dívida pública
○ Entretanto, entrou no Tesouro economistas mais intervencionistas,
incluindo Keynes - que esperava justamente estabelecer os
experimentos econômicos e financeiros de 1930
○ “control of capital movements, both inward and outward, should be a
permanente feature of the post war system”

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