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Anotações monitoria POLECO II

KEYNES

● Propunha a criação do BANCOR → seria uma moeda internacional que estaria vinculada a
uma certa quantidade de ouro, seria convertida e usada pelos governos e bancos centrais para
realizar as transações internacionais. A proposta era que cada país pudesse fixar o valor da sua
própria moeda em unidade de bancor. Seria uma moeda internacional.
● União de Compensações Internacionais → instituição que pudesse emitir essas unidades de
bancor
● Na visão do Keynes, o mecanismo de ajuste desse sistema era de responsabilidade dos países
superavitários, países credores. O problema do sistema de câmbio fixo era que ele acabava
colocando uma responsabilidade muito grande sobre os países deficitários, ou seja, pareceria
ser mais cômodo incentivar a importação, a entrada de dólares nesses países, prejudicando seu
desenvolvimento em nome desse equilíbrio monetário, ao invés de estimular os países
superavitários de mandar pra fora as moedas em reserva.
● Países superavitários não deveriam acumular reservas internacionais, deveria existir certa
circulação.
● Nesse sentido, como na visão de Keynes os países credores seriam responsáveis pelo
ajustamento do sistema:
- ou deveriam emprestar os excedentes (tinham reservas)
- ou importar
- ou aceitar a discriminação contra suas importações por meio dos países deficitparios
(medida protecionista)
WHITE
● Representante dos EUA
● Favorável ao câmbio fixo → interesse na reconstrução do comércio internacional
● Interesse dos EUA naquele contexto era de reorganizar o comércio internacional para criar um
ambiente favorável para as transações, uma vez que era o grande credor desse sistema
● Propunha a criação da “Unitas” (Fundo de Estabilização Internacional) → moeda
internacional. Esse fundo funcionaria a partir de subinscrições dos países membros que
seriam pagas parte em ouro e parte em moeda nacional. Existia um volume limitado de
moedas que poderiam ser emprestadas aos países deficitários. Esses países poderiam tomar
recursos desse fundo através da venda da sua moeda e comprar a moeda de outro país. O
objetivo era de eliminar as práticas discriminatórias tanto no câmbio quanto no comércio
internacional e também de reduzir as barreiras comerciais.
● Argumento principal: países devedores como responsáveis pelo ajustamento
● Controle de capital → necessário controlar os fluxos de capital para controlar as crises na
balança de pagamentos que eram justificadas pela fuga de capital
● OBS: Keynes estava voltado para o controle de certas classes de capitais que desequilibravam
a economia internacional, logo, os países superavitários eram responsáveis pelo ajuste do
sistema. Ao invés disso, na visão de White, o interesse era voltado para manter o comércio
internacional funcionando, e os países deficitários seriam responsáveis pelos ajustes.
● Proposta vencedora → força dos EUA naquela época influenciou fortemente nisso.

ACORDO DE BRETTON WOODS


● Assinado em julho de 1944 (cidade de Bretton Woods)
● Propósito: sistema de regras com vistas à reestruturação da economia mundial capitalista
● Surge com o objetivo de possibilitar uma gestão multilateral do capitalismo
● Economia mundial se torna cada vez mais interconectada e interdependentes, interligando as
economias domésticas
● Estabelecimento do padrão dólar-ouro:
- dólar como moeda internacional e conversível em ouro
- cada país deveria manter a taxa cambial da sua moeda em paridade com o padrão
dólar-ouro (35 U$ a onça de ouro) → margem de cerca de 1% de flutuação em casos
mais urgentes
● Países tiveram que estabelecer mecanismos para se adaptar a esse valor em termos de
paridade
● Duas instituições financeiras internacionais criadas a partir do acordo:
- BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) → reconstrução
pós-guerra. Tinha o objetivo de reconstruir as economias dos países europeus e do
japão, mas com foco na Europa, pela fragilização depois da guerra.
- FMI → fornecimento de empréstimos. Fundo onde os países deficitários poderiam
pedir empréstimos para manter suas taxas de câmbio estáveis; também servia para
evitar que houvesse alguma restrição ao comércio; e para que os países não
apostassem nas desvalorizações para equilibrar as contas - prejudicando o comércio
internacional.
● Plano Marshall → muito associado a um esforço de convencimento acerca de reerguer a
economia europeia e impedir o avanço soviético. Não era somente um plano de auxílio
econômico ao continente europeu. Ideais de que a Europa deveria se reconstruir para que
pudessem prosseguir o projeto de desenvolvimento, hegemônico, de dominação de mercados
e então era necessário parceiros que estivessem à sua altura para continuarem
comercializando. Auxílio sistemático robusto que correspondia a 10% do PIB dos receptores.
A ERA DOURADA E O MODELO DE BEM ESTAR SOCIAL
● Década de 50-60s: prosperidade + acelerado crescimento do comércio/pagamentos
internacionais
● Contexto de ascensão do modelo keynesiano de bem-estar social (preocupações: justiça social
e controle dos fluxos) = “liberalismo restringido” → maior regulação estatal na economia +
realavancar as economias europeias
● Importante: BW se insere nesse contexto → regulação
● Países europeus se utilizam de práticas keynesianos e de bem estar social para que possam
reconstruir suas economias
● Pós crise de 29 → surge o modelo de bem-estar social. Uma espécie de solução a essa crise do
liberalismo clássico.
● Estado se torna um ator regulador da economia, se torna a grande entidade responsável pelos
controles de fluxos de algumas classes de capital (Keynes) que poderiam levar a
desestabilização de algumas economias. Ampliação dos direitos sociais e proteção civil era
assentado no modelo de bem-estar social.
● Keynes → defendia que o modo de produção capitalista apresentava muitas limitações
inerentes a ele. O estado de bem-estar social, por meio da regulação dos mercados, de uma
maior participação do estado na economia nos movimentos da economia, poderia conferir
alguns limites ao capitalismo desenfreado. Proposta reformista e não ruptura do sistema.
● Contexto da proposta keynesiana do modelo de bem-estar social: ascensão dos governos
nazi-fascistas e do modelo soviético. Então, surge como um modelo intermediário que não
entrava na categoria de uma proposta mais radicalizada de ruptura com o sistema (socialista),
nem entrava na categoria de uma resposta extremista de um neoimperialismo (nazismo)
● “Liberalismo restringido” → a crise de 29 foi um grande marco para a ascensão do estado de
bem-estar social, uma vez que a crise acontece no “coração” do liberalismo, nos Estados
Unidos. Então, na década de 30 se forma um ambiente de perda de credibilidade em relação
ao liberalismo clássico (laissez faire → baseado na lógica de não intervenção do mercado,
ausência de interferência de entes externos na economia doméstica). Modelo keynesiano se
preocupa com a justiça social (responsabilidade do estado a proteção de seus cidadãos, como
os direitos básicos).
● O sistema BW estava muito atrelado ao momento de muita importância do Estado na
economia, do papel estatal na regulação dos fluxos de capital.
● BW vai ter um caráter de maior regulação → as suas próprias instituições financeiras
internacionais que foram criadas a partir de BW vão atuar nesse sentido de auxílio
econômico, de subsidiar projetos econômicos de desenvolvimentos de países afetados pela
guerra, como o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o FMI.
● O interesse dos EUA estava em reconstruir as economias europeias para criar um cenário
favorável ao comércio, para manter seu protagonismo de um ator hegemônico no capitalismo.
Inclusive, o Plano Marshall teve tudo a ver com esse interesse, uma vez que a potência se
utiliza de um plano que interfere na economia europeia e escoe sua produtividade - em um
plano de benefício mútuo para os atores. Esse plano se consistia em um auxílio de 10% do
PIB dos países receptores
● Década de 50 → economia dourada → momento de prosperidade da economia internacional.
Processo de reconstrução da economia europeia no final da década de 50. Os índices de
pagamento do comércio internacional estão em ascensão.

A QUEDA DE BRETTON WOODS

● Fatores internos:
- altas despesas com a GF e o Estado de bem-estar social → déficit na balança de
pagamentos dos EUA → evasão de dólares para o exterior
- 1960-70: medidas tomadas pelos EUA para minimizar o déficit
● Fatores externos:
- euromercado + pressões de lideranças mundiais + fortalecimento do marco/Iene
- acordo smithsonian: limitar os movimentos monetários cambiais numa faixa estreita
de flutuação (pareamento ao marco alemão)
- 1971: “Choque de Nixon” → suspensão da conversibilidade do dólar em ouro = taxas
cambiais flutuantes
● BW apresentava uma série de contradições inerentes a ele
● O Sistema BW estava assentado sobre a economia dos Estados Unidos → modus operandis
do BW estava fortemente ligado a ascensão hegemônica dos EUA.
● Nixon: suspendeu, de forma temporária, a conversão do dólar em ouro (medida unilateral que
não foi consultada com as instituições financeiras internacionais); taxa os produtos japoneses
e europeus, pois começaram a subvalorizar as suas moedas, pois é favorável à
competitividade internacional; controle de preços e salários, inflação é encarada como um
problema de dimensão internacional, pois afeta toda a rede de interconexões entre os países.
● Medidas de desestruturação do BW: Aceitação de que o dólar seria desvalorizado, rompe com
a lógica de sustentação do BW; A valorização do iene/marco, em contraste com a
desvalorização do dólar; as bandas de flutuação que passam a oscilar entre 1% até 2,25% sem
a necessidade de consultar o FMI.
● É adotado o padrão cambial flutuante, onde não haveria esse caráter maior de regulação.

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