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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Fichamento de Sistema Financeiro Internacional

Capitulo 18, Sistema Monetário Internacional, 1870-1973

20/08/2022

Hecktor Luiz de Azevedo Crelier


Devemos compreender que os formuladores da política econômica vão tentar manter o
equilíbrio econômico interno e externo de seus países. Sendo que o equilíbrio interno pode ser
medido por recursos plenamente empregados e seu nível de preços estável, e sua economia
externa é mais complexa, uma vez que não tem “medidores” fixos como a economia interna,
por causa de seu constante contato com o mercado externo. Sendo assim, o equilíbrio externo
de um país é medido por vários fatores, como o regime da taxa de câmbio, os investimentos
desse país em recursos emprestados e as próprias condições econômicas mundiais.

Podemos concluir, que o equilíbrio externo que a política econômica procura, é a que
tenha um nível de transações correntes que a permita ter obtenção dos ganhos mais importantes
do comercio sem muitos riscos a sua economia tanto interna quanto externa, que não tenha
déficits e superávits excessivos em suas transações correntes, mas essas problemáticas vão além
da alçada desse pais, já que esse equilíbrio que a política macroeconômica procura depende das
políticas econômicas que outros países vão adotar.

O padrão ouro continha um mecanismo automático poderoso que assegurava o


equilíbrio externo, o de preço-fluxo de metais preciosos, porém o sistema não se manteve
estável e uniforme, já que no equilíbrio interno ele não desempenhou um bom papel. Assim, o
padrão ouro logo foi abandonado no início da primeira guerra, já que o potencial de produção
de cada país aumentava, as transações entre eles também, mas o ouro é um recurso limitado. A
produção cresceu mais do que a exploração do ouro, tendo uma disputa entre os países para
pegarem mais ouro, o que despertou uma maior competitividade entre as nações, e terminou na
primeira guerra mundial.

Para entendermos melhor o abandono definitivo do ouro, temos que avançar ao entre
guerras, onde o retorno ao padrão ouro foi adotado pelos Estados Unidos e logo depois em
1922, em uma conferencia em Gênova, na Itália, um grupo de nações firmou um acordo que
incluía o retorno geral ao padrão ouro e a cooperação entre os bancos centrais. Entretanto, com
a desintegração econômica internacional, onde a depressão pós 1929 (onde começou a ocorrer
as falências de bancos do mundo todo) forçou os países a voltarem a manter suas moedas
flutuando no mercado de câmbio, abandonando novamente o padrão em vigência. Somente
após 1939, que os países entraram em consenso sobre manter o comercio internacional mais
livre, mas sem abandonar seu equilíbrio econômico interno e externo, sendo esse o ponto de
partida para o acordo de Bretton Woods.
O sistema de Bretton Woods assinou o acordo do Fundo Monetário Internacional (FMI)
em 1944. Aprovam também o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
(BIRD), ambas as instituições começaram a funcionar em 1947, sendo o FMI uma instituição
de grande projeção internacional que influencia todo o sistema financeiro internacional, que
tinha como funções, garantir a estabilidade do mercado de cambio, ou seja, evitar grandes
oscilações na cotação entre as moedas e passa a desenvolver essa atividade a partir do padrão
dólar-ouro (manutenção dos fluxos de comercio); prover liquidez aos estados, combatendo
através de empréstimos, desequilíbrios nos balanços de pagamentos, entretanto os recursos do
FMI são limitados para auxiliar diversos países em uma crise sistêmica, os empréstimos são
condicionados e as vezes não são aprovados; orientar o comportamento financeiro dos Estados,
estimulando ou criticando determinadas praticas, atuando para uma boa governança e afins.

O padrão dólar-ouro funcionou com as moedas dos países lastreadas ao dólar, e o dólar
deveria estaria lastreado com base no ouro, no valor de US$35,00 cada onça de ouro para se
evitar o emissionismo. Esse padrão vai se manter ate 1971, quando é rompido pelo governo
Nixon, unilateralmente, devido a uma crise grave nos EUA causada por déficits fiscais, pelos
enormes gastos nas politicas de contenção e principalmente na guerra do Vietnã. Além disso, a
emissão de dólares promovida pelos EUA para financiar seus recorrentes déficits
orçamentários e estimular sua economia doméstica começou a causar problemas para o restante
do mundo – já que, pelo acordo, os demais países também eram obrigados a emitir moeda
própria para manter o câmbio fixo com o dólar americano.
Ou seja, com a deterioração do dólar, cada vez mais países e investidores começaram a
demandar a troca da moeda pelo ouro. Logo, essa medida ajudou a causar um rompimento no
sistema, já que os Estados Unidos não estavam mais tendo lastro para cobrir a paridade do dólar
com o ouro. Dessa forma, quando a Alemanha Ocidental e a França começaram a trocar suas
reservas por ouro em 1971, o governo do presidente americano Richard Nixon decidiu encerrar
à convertibilidade do dólar em ouro. Vale ressaltar que esse crescimento monetário exacerbado
dos EUA geraram uma série de crises internacionais, e em 1973 chega ao fim as taxas fixas de
cambio do dólar entre os países industrializados.

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