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Krugman, Paul R. Economia internacional / Paul R. Krugman, Maurice Obstfeld, Marc J.

Melitz; [tradução Ana Julia Perrotti-Garcia]. – São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.

● O livro Economia Internacional de Paul Krugman em parceria com Maurice Obstfeld


e Marc J. Merlitz em sua décima edição datada de 2015, com 618 páginasevidencia os
principais acontecimentos do economicos do período, de seu lançamento, com intuito
de se manter atualizada e com os capítulos de fácil consulta, com estrutura de tópicos
e resumos que permitem o leitor concatenar as ideias ao longo do estudo, revisitando
os temas ainda que estejam em capítulos mais avançados

Fichamento Capítulo 19 - Sistemas monetários internacionais: uma visão histórica

● O capítulo apresenta ainda um apêndice intitulado: Falhas da coordenação política


internacional p. 465.

● O capítulo 19 corresponde a parte 4 do livro, que aborda a Política macroeconômica


internacional . é sugerido que professores que não queiram uma abordagem mais
técnica simplesmente pulem essa parte sem que haja uma perda de continuidade para
os alunos. é realizada uma análise da restrição de orçamento intertemporal
multiperíodo da economia aberta com a discussão a respeito do equilíbrio externo.

● A partir desse capítulo o livro trás a discussão a respeito da experiência monetária


internacional (capítulos 19 a 22) enfatizando que que diferentes sistemas de taxa de
câmbio levaram a diferentes problemas de coordenação política para seus membros.

● Objetivos de aprendizagem deste capítulo

■ Explicar como as metas de equilíbrio interno e externo motivam os responsáveis pelas


decisões políticas da economia em economias abertas.

■ Entender o trilema monetário que os responsáveis pelas decisões políticas de economias


abertas inevitavelmente enfrentam e como o sistema monetário internacional alternativo trata
esse trilema de formas diferentes.
■ Descrever a estrutura do padrão-ouro internacional, que ligava as taxas de câmbios e
políticas dos países antes da Primeira Guerra Mundial, e o papel da Grande Depressão da
década de 1930 em acabar com os esforços para restaurar a ordem monetária mundial
pré-1914.

■ Discutir como o sistema de Bretton Woods pós-Segunda Guerra Mundial de taxas de


câmbio globalmente fixas foi desenvolvido para combinar estabilidade de taxa de câmbio
com autonomia limitada das políticas macroeconômicas nacionais.

■ Explicar como o sistema Bretton Woods desmoronou em 1973 e por que muitos
economistas naquela época favoreceram um sistema financeiro internacional como o atual,
baseado em taxas de câmbio flutuantes de dólar.

■ Resumir como as políticas monetária e fiscal de um grande país como os Estados Unidos
são transmitidas ao exterior sob as taxas de câmbio flutuantes.

■ Discutir como a economia mundial se saiu nos anos recentes e quais lições a experiência
pós-1973 ensina sobre a necessidade de coordenação política internacional.

Resumo do capítulo

● Numa economia aberta, a política macroeconômica tem como metas básicas:


equilíbrio interno (pleno emprego com estabilidade de preço) e equilíbrio externo
(evitar desequilíbrios excessivos em pagamentos internacionais).

● Um país não pode alterar sua posição internacional de pagamentos sem


automaticamente impactar de maneira oposta e de igual magnitude na posição de
pagamentos do resto do mundo e na busca de um país por atingir suas metas
macroeconômicas . Assim a meta para o equilíbrio externo exemplifica como ações
políticas levadas ao exterior podem mudar a posição de uma economia em relação à
posição que seu governo prefere.

● A definição da balança externa depende de diversos fatores, como regime das taxas de
câmbio e das condições econômicas mundiais, visto que as políticas
macroeconômicas de cada país repercutem no exterior, bem como a capacidade de um
determinado país em alcançar o equilíbrio interno e externo é interdependente as
políticas que outros países adotam a sua escolha.

● quando um país possui déficits consideráveis e persistentes ele fica a mercê de


enfrentar uma parada brusca na concessão de empréstimos estrangeiros.

● trilema monetário da economia aberta está atrelado a estabilidade da taxa de câmbio,


liberdade de fluxos financeiros transfronteiriços e autonomia de política monetária

● os países devem escolher duas das três características do trilema para as limitações
dos regimes cambiais
● O sistema padrão-ouro possuia um mecanismo automático poderoso para garantir o
equilíbrio externo de preço-espécie-fluxo.

● Os fluxos de ouro que acompanharam os déficits e superávits impactaram as


mudanças de preço que por sua vez reduziram os desequilíbrios de conta-corrente e
indiretamente trouxeram os países de volta ao equilíbrio externo.

● Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, o padrão- -ouro foi suspenso
por seu desenvolvimento distinto

● houveram tentativas de retomá-lo, sem sucesso em 1918 , com a chegada da grande


Depressão pós guerra em 1929, com a integração econômica internacional
enfraqueceu.

● os governos no período mais turbulento focaram em equilibrar a balança interna


fechando ainda que de maneira parcial suas economias ao resto do mundo, evitando a
balança externa.

● Observou-se que a economia mundial teria se recuperado de forma mais rápida caso
houvesse a cooperação internacional entre os países em dificuldades
● os mercados financeiros dos países se tornam mais integrados em 1958, com uma
política monetária menos eficaz com exceção dos EUA

● nesse periodo observou-se que para alcançar o equilíbrio interno e externo ao mesmo
tempo, políticas de alternâncias de despesas e variações cambiais, foram utilizadas
para fluxos financeiros mais especulativos que dificultariam as taxas de câmbio fixas.

● os Estados Unidos foram o país da moeda de reserva principal, e tiveram um


problema de equilíbrio externo ligado ao problema de confiabilidade com avanço do
ouro nos Estados Unidos.

● Em 1973, da ligação entre o dólar e o ouro e das taxas de câmbio fixas em dólar para
os países industrializados cairam em desuso.

● muitos economistas a defendeiam a taxas de câmbio flutuantes, devido quatro


argumentos em favor da flutuação: as taxas flutuantes permitiriam legisladores da
política macroeconômica nacional uma maior autonomia na gestão de suas
economias; taxas flutuantes removeriam as assimetrias do regime de Bretton Woods;
as taxas de câmbio flutuantes poderiam por sua vez eliminar desequilíbrios que
modificariam a paridade e aos ataques especulativos sob taxas fixas e por fim as taxas
de câmbio poderiam prevenir grandes saídas persistentes do equilíbrio externo.

● Nos primeiros anos da flutuação, as taxas flutuantes funciovavam mas com a


depreciação do pós 1976 com os Estados Unidos adotando políticas
macroeconômicas com objetivos mais expansionistas do que os demais países
industrializados.

● O acordo de Bretton Woods mantinha taxas fixas de câmbio contra o dólar


norte-americano e um preço de dólar invariável em ouro — US$ 35 a onça.

● os países tiveram o equilíbrio interno e externo com as regras do sistema de Bretton


Woods pois diferentes níveis de taxa de câmbio e despesas domésticas com impacto
no emprego e a conta -corrente.
● as regras de Bretton Woods eram de variações cambiais numa política de troca de
despesas infrequentes, mas a política fiscal, é em geral insuficiente para alcançar os
dois objetivos de equilíbrio interno e externo.

● a inflexibilidade das taxas de câmbio no período de Bretton Woods afetou os


formuladores de políticas em dificuldades como subemprego e um déficit de
conta-corrente excessivo. Como pode observar na figura abaixo

● O declinio do sistema Bretton Woods está ligado ao poder macroeconômico dos


Estados Unidos, que criou uma inflação global e foi “vítima” do trilema.

● na década de 1970, o foco dos países industrializados eram a economia doméstica,


impedindo que as taxas de câmbio permanecessem fixas

● taxas de câmbio flutuantes seriam capazes de prevenir o surgimento de déficits de


conta-corrente persistentemente altos ou excedentes.
● O saldo da conta-corrente norte-americana se deteriorou e em 1987, os Estados
Unidos passaram a ser um devedor líquido para países estrangeiros e seu déficit em
conta-corrente foi ao nível recorde do pós-guerra de 3,6% do PIB.

● Na virada do século XXI, os ataques especulativos nas taxas de câmbio fixas na


Europa, Leste Asiático e em outros lugares eram crescentes

● Ao longo do período de taxas flutuantes, como um todo, uma inflação mais elevada
foi associada com maior depreciação da moeda, como mostra o gráfico

● Apesar dos cortes das taxas de juros por muitos bancos centrais e outras intervenções
financeiras des- tinadas a ajudar as economias, o mundo entrou em recessão.

● A recessão aprofundou-se drasticamente quando a crise financeira intensificou-se no


outono de 2008. Estados Unidos e a China, fizeram programas de estímulo fiscal, com
os bancos centrais mantendo por vezes suas taxas de juros nominais meta para
próximo a zero.

● ao longo da década de 2000, os excedentes de conta -corrente subiram na Rús- sia,


Oriente Médio, Ásia (principalmente na China, mas também no Japão e nos países
recém -industrializados, como Singapura e Taiwan) e na América Latina. O superávit
da África (não mostrado na figura) também aumentou.

● as políticas adotadas impediram a economia mundial entrar em queda vertiginosa,


mas gerou um desemprego que aumentou de forma progressiva no mundo

● Em agosto de 2007, houve uma grave crise financeira, nos mercados de crédito dos
Estados Unidos e da Europa e se espalhou por todo o mundo, gerando recessão em
2008–2009.

● nenhum sistema de taxa de câmbio funciona bem quando a cooperação econômica


internacional fracassa.
● as taxas de câmbio fixas só são mantidas a longo prazo, com controles sobre os
movimentos de capitais ( China) ou com uma moeda única compartilhada com os seus
parceiros monetários, como é na Europa com o euro

O capítulo conta com resumo e 13 questões, que o livro chama de problemas; convidando o
leitor a revisitar outros capítulos a fim de complementar o estudo.

Termos-chave :

● acordo de Bretton Woods, p. 435


● equilíbrio da balança de pagamentos, p. 430
● equilíbrio externo, p. 422
● equilíbrio interno, p. 422
● estagflação, p. 448
● Fundo Monetário Internacional (FMI), p. 435
● índices de taxa de câmbio nominal e real efetiva, p. 449
● mecanismo de preço-espécie-fluxo, p. 430
● moeda conversível, p. 436
● parada súbita, p. 424
● política de mudança nas despesas , p. 440
● política de troca de despesas, p. 440
● problema de confiança, p. 442
● restrição orçamentária intertemporal, p. 424
● trilema monetário, p. 428

Leituras adicionais sugeridas


AZIZ, J.; DUNAWAY, S. V.; PRASAD, E. (Eds.). China and India: Learning from Each
Other. Washington, D.C.: International Monetary Fund, 2006. Ensaios sobre estratégias de
chineses e indianos para promover o crescimento e a estabilidade econômica.

CALVO, G. A.; MISHKIN, F. S. “The Mirage of Exchange Rate Regimes for Emerging
Market Countries”. Journal of Economic Perspectives, v. 17, p. 99–118, inverno 2003.
Argumenta que as instituições são mais importantes que os regimes de taxa de câmbio para a
compreensão do desempenho macroeconômico dos países em desenvolvimento.
EICHENGREEN, B.; HAUSMANN, R. (Eds.). Other People’s Money: Debt Denomination
and Financial Instability in Emerging Market Economies. Chicago: University of Chicago
Press, 2005. Ensaios sobre o pecado original.

FISHLOW, A. “Lessons from the Past: Capital Markets During the 19th Century and the
Interwar Period”. International Organization, v. 39, p. 383–439, verão 1985. Revisão
histórica da experiência de empréstimos internacionais, incluindo comparações com a crise
da dívida pós-1982.

FORBES, K. “The ‘Big C’: Identifying and Mitigating Contagion”. In: The Changing Policy
Landscape: A Symposium Sponsored by the Federal Reserve Bank of Kansas City. Kansas
City, MO: Federal Reserve Bank of Kansas City, 2013, p. 23–87. Um levantamento
abrangente da transmissão de choque contagioso através de mercados internacionais.

GOLDSTEIN, M. Managed Floating Plus. Washington, D.C.: Institute for International


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Washington, D.C.: Peterson Institute for International Economics,2009. Uma análise
compacta, mas minuciosa, dos desafios macroeconômicos da China.

KENEN, P. B. The International Financial Architecture: What’s New? What’s Missing?


Washington, D.C.: Institute for International Economics, 2001. Revisa as crises dos mercados
emergentes e as consequentes propostas de reforma do sistema financeiro global.

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Global Turmoil. Washington, D.C.: Brookings Institution, 2010. Um estudo amplo da relativa
resiliência das economias emergentes ante a crise financeira global de 2007–2009.

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1999. Visão abrangente da experiência do desenvolvi- mento global. McKINNON, R. I. The
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MIGUEL, E. Africa’s Turn? Cambridge, MA: MIT Press, 2009. Uma apresen- tação das
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Visão analítica abrangente de questões da política macroeconômica para as economias em
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Central Banking, v. 1, p. 177–220, set. 2005. Excelente visão das fraquezas institucionais no
desenvolvimento das economias que dão origem à dolarização de passivos.

RODRIK, D. One Economics, Many Recipes: Globalization, Institutions, and Economic


Growth. Princeton: Princeton University Press, 2007. Ensaios sobre a interação das
instituições e a globalização no processo de crescimento econômico. ROUBINI, N.;
SETSER, B. Bailouts or Bail-ins? Responding to Financial Crises in Emerging Economies.
Washington, D.C.: Institute for International Economics, 2004. Análise e propostas sobre a
“arquitetura” financeira internacional.

STIGLITZ, J. E. et al. The Stiglitz Report: Reforming the International Mone- tary and
Financial Systems in the Wake of the Global Crisis. Nova York: The New Press, 2010.
Relatório de uma Comissão das Nações Unidas de especialistas financeiros com um foco
sobre as implicações para as economias em desenvolvimento.

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