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Faculdade

de Direito da Universidade de Lisboa


UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, turno noturno - 12 de janeiro de 2016


Tendo em conta o quadro jurídico em vigor, responda fundamentadamente a três
das seguintes questões:

1. Identifique as vantagens e os custos mais relevantes da participação de um
país numa união monetária (pode concretizar essas vantagens e esses
custos relativamente a um país determinado: v. g., Portugal).

2. Em que consistiu, porque foi estabelecida e o que representa a designada
“serpente monetária europeia” para a atual união monetária europeia?

3. Em que termos vigora (ou não) e qual a justificação (ou não) da chamada
cláusula de “no bail-out”?

4. Comente:
“[...] O atual quadro jurídico do Pacto de Estabilidade e do Semestre Europeu
suscita sérias questões de compatibilidade com os regimes constitucionais
nacionais, atendendo a que as principais opções em matéria de política
económica e financeira são tomadas à sua margem.
Por outro lado, é duvidosa a eficácia do quadro sancionatório estabelecido
em 2011, uma vez que, apesar de já se prever a existência de sanções desde
1997, estas não só não asseguraram a disciplina financeira como se tornou
necessário flexibilizar o regime do PEC em 2005 com vista a acomodar os
incumprimentos ocorridos em alguns países em 2002.”




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Cotações: 3 x 6,5 valores (6,5 valores por questão) = 19,5 valores + 0,5 valores pelo
domínio linguístico; total: 20 valores

Tópicos de correção


I

1 — Atendendo ao conceito de união monetária internacional (quais são os seus


requisitos essenciais), indicação e explicitação breve dos principais custos e
benefícios (políticos, económicos, sociais) para os países participantes (v. g.,
Portugal em relação à área do Euro, desde 1999), bem como dos respetivos
fundamentos (jurídicos e económicos). Apreciação crítica com contraposição
sumária entre os principais benefícios e constrangimentos da participação de um
país numa união económica, tendo por referência a atual união económica e
monetária europeia.

2 — Contexto do acordo que estabeleceu a “Serpente Monetária Europeia”.


Resposta à crise do Sistema Monetário e Financeiro Internacional. Objetivos de
estabilidade monetária e financeira à escala europeia, “dentro do túnel” e, depois,
“fora do túnel”. Natureza inovadora do mecanismo de gestão conjunta das moedas
europeias com recurso a intervenções de estabilização. Debilidades de
funcionamento do mecanismo. O papel desempenhado pelo Deutsche Mark. Êxito
limitado? Lições da experiência.


3 — Em que consiste e em que termos vigora, ou não, a cláusula de “no bail-out” no
ordenamento da União Europeia, com indicação expressa da fonte jurídica.
Apreciação crítica sobre os fundamentos e a função da cláusula de “no bail-out” no
quadro da união monetária europeia, tendo em conta a evolução factual nos
últimos anos e as medidas entretanto adotadas pela União para procurar
responder satisfatoriamente aos desafios que surgiram.

4 — A proposta de um Pacto de Estabilidade (e Crescimento) e divergências de


posição sobre a sua justificação e adoção. A primeira versão e os “critérios de
Maastricht”. Aplicação e cumprimento e incumprimento pelos Estados dos
objetivos fixados. Intensificação das críticas dirigidas ao Pacto. Primeira revisão e
flexibilização e ajustamento da metas anteriores. Dificuldades acrescidas
decorrentes das crises financeira e das dívidas soberanas. Segunda revisão do
Pacto. “Six pack” e reforço dos instrumentos e mecanismos europeus de supervisão
económica e financeira dos Estados. “Two pack”. Críticas aos efeitos recessivos das
políticas financeiras europeias de natureza restritiva, especialmente em
determinados Estados, menos competitivos, e no conjunto da União. Quais as vias
de resposta mais apropriadas perante a ocorrência de “choques assimétricos”?


Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, turma Noite - 17 de fevereiro de 2016



Tendo em conta o quadro jurídico em vigor, responda fundamentadamente a três
das seguintes questões:

1. Identifique as principais diferenças entre o Sistema Monetário Europeu
(SME) e a União Económica e Monetária europeia (UEM) criada em 1999.

2. Na atual união monetária europeia, que órgãos exercem poderes
monetários e em que consistem esses poderes?

3. Poderão ser aplicadas sanções pecuniárias aos Estados membros da União
Europeia que incorram em défices orçamentais excessivos?

4. Comente:
“O Euro é um projeto que exige a existência de um Estado europeu. O Euro
não pode ser um factor de criação de um Estado europeu, como se pretendeu.
Quanto muito, se houvesse um Estado europeu, então poder-se-ia ter criado o
Euro”.










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Cotações: 3 x 6,5 valores (6,5 valores por questão) = 19,5 valores + 0,5 valores pelo
domínio linguístico; total: 20 valores





Tópicos de correção


1 — Caracterização (sumária) do SME e da UEM: quando, por que motivos, com


que fundamentos e em que termos foram estabelecidos, principais componentes,
modificações institucionais, funcionamento, participação de Portugal... Para além
dessas circunstâncias específicas, e sem prejuízo de alguns paralelismos, entre as
principais diferenças encontramos a circunstância (decisiva) de a UEM se tratar de
uma verdadeira união monetária, com todas as implicações, e o SME não, apesar de
envolver compromissos cambiais estritos; consequentemente, os instrumentos de
ajustamento em caso de necessidade são também muito diversos.

2 — Identificação do ou dos órgãos que exerce(m) poderes monetários na atual


União Económica e Monetária europeia e de quais são, em concreto, esses poderes
monetários, com menção expressa das disposições jurídicas relevantes e referência
à sua relevância, aos fundamentos das soluções vigentes e às implicações na
relação com outros órgãos de governação, designadamente económica, da União
Europeia e dos Estados membros.

3 — Situações em que poderão ser aplicadas sanções aos Estados membros da


União Europeia: cf., especialmente, o artigo 126.º do TFUE e diplomas conexos.

4 — Explicitação do sentido do texto citado e apreciação crítica e fundamentada


das considerações feitas no mesmo atendendo ao funcionamento até ao presente
da união monetária europeia e do Euro.



Faculdade  de  Direito  da  Universidade  de  Lisboa  
UNIÃO  ECONÓMICA  E  MONETÁRIA    
4.º  ano,  turmas  A/Dia  e  Noite            -­‐-­‐-­‐            8  de  janeiro  de  2015  
 
 
Tendo   em   conta   o   quadro   jurídico   vigente,   responda   fundamentadamente   a   três  
das  seguintes  questões:  
 
1. Qual   a   relevância   do   Acordo   de   Basileia,   que   criou   a   chamada   “Serpente  
Monetária  Europeia”,  para  o  processo  de  integração  financeira  e  monetária  
que,   mais   tarde,   conduziu   ao   estabelecimento   da   atual   União   Económica   e  
Monetária  e  da  área  do  Euro?  
 
2. Identifique   e   caraterize   as   semelhanças,   diferenças   e   relações   entre   o   ECU   e  
o  Euro.  
 
3. Os  fundamentos  do  Pacto  de  Estabilidade  e  Crescimento  e  das  suas  revisões,  
em   2005   e   em   2011,   bem   como   de   novos   instrumentos   legislativos   e  
financeiros   europeus   entretanto   criados,   têm   sido   criticados   perante   as  
dificuldades   sentidas   nos   vários   Estados   membros   da   União   Europeia.  
Aprecie  a  procedência  ou  não,  e  em  que  termos,  dessas  críticas.  
 
4. Comente:    
«[...]  O  programa  de  compra  ‘ilimitada’  de  obrigações  soberanas  pelo  Banco  
Central  Europeu  —  anunciado  no  verão  de  2012  e  conhecido  pela  sigla  OMT  
(Transações   Monetárias   Definitivas)   e   ainda   não   concretizado   até   hoje   —  
ultrapassa  o  mandato  concedido  pelos  Tratados  à  autoridade  monetária.   Se  
isso   se   verificar,   há   infração   dos   poderes   dos   Estados   membros   e   da  
proibição   do   financiamento   monetário   dos   orçamentos   nacionais   […].   A  
menos  que  se  proceda  a  uma  interpretação  restritiva  daquele  programa”.  
 
 
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
Cotações:  3  x  6  valores  (6  valores  por  questão)  =  18  valores  +  2  valores  pela  apreciação  global;  
total:  20  valores  
 
Tópicos  de  correção    
 
 
I  

1   —   Contexto   do   Acordo   de   Basileia   de   abril   de   1972,   que   estabeleceu   a   “Serpente  


Monetária   Europeia”.   Resposta   à   crise   do   Sistema   Monetário   e   Financeiro  
Internacional.   Objetivos   de   estabilidade   monetária   e   financeira   à   escala   europeia,  
“dentro   do   túnel”   e,   depois,   “fora   do   túnel”.   Primeiro   mecanismo   de   gestão  
conjunta   das   moedas   europeias   com   recurso   a   intervenções   de   estabilização.  
Debilidades   e   custos   de   funcionamento   do   mecanismo.   Estabilidade   em   torno   do  
Deutsche  Mark.  Êxito  limitado?  Lições  da  experiência  para  o  SME  e  para  a  UEM.  

2   —   Criação,   caracterização   e   funções   do   ECU   no   âmbito   do   Sistema   Monetário  


Europeu.   Composição   e   cálculo   do   valor   do   ECU.   Utilização   e   evolução   do   ECU  
durante   a   vigência   do   SME   (1)   até   à   sua   “substituição”   pelo   Euro,   “ao   par”,   no  
momento   da   criação   deste   e   da   Área   do   Euro   (União   Económica   e   Monetária  
europeia)   em   1999.   Semelhanças   e   diferenças   à   luz   das   funções   monetárias  
(unidade  de  conta,  meio  de  pagamento,  reserva  de  valores,  criação,  curso  legal...).  

3   —   Proposta   de   um   Pacto   de   Estabilidade   (e   Crescimento)   e   divergência   de  


posições   quanto   à   sua   justificação   e   adoção.   Primeira   versão,   em   1997,  
complementarmente  aos  “critérios  de  Maastricht”.  Sua  aplicação  e  cumprimento  e  
incumprimento   pelos   Estados   dos   objetivos   fixados.   Intensificação   das   críticas  
dirigidas   ao   Pacto   e   primeira   revisão   e   flexibilização   e   ajustamento   da   metas  
anteriores.  Dificuldades  acrescidas  decorrentes  das  crises  financeira  e  das  dívidas  
soberanas.   Segunda   revisão   do   Pacto.   “Six   pack”   e   reforço   dos   instrumentos   e  
mecanismos  europeus  de  supervisão  económica  e  financeira  dos  Estados.  Críticas  
aos   efeitos   fortemente   recessivos   das   políticas   europeias   de   austeridade,  
especialmente   em   determinados   Estados,   menos   competitivos,   e   no   conjunto   da  
União.  Vias  alternativas  de  resposta  aos  choques  assimétricos  da  união  monetária.  

 
4  —  Poderes  monetários  atribuídos  ao  Banco  Central  Europeu.  Sua  relevância  no  
funcionamento   do   conjunto   da   união   monetária.   Instrumentos   principais   de  
política   monetária   na   atualidade.   Eficácia   desses   instrumentos   de   política  
monetária.  O  programa  de  compra  ‘ilimitada’  de  obrigações  soberanas  pelo  Banco  
Central   Europeu   —   anunciado   no   verão   de   2012   e   conhecido   pela   sigla   OMT  
(Transações   Monetárias   Definitivas),   ainda   não   concretizado   mas   que   poderá  
ultrapassar   ou   não   o   mandato   atribuído   pelos   Tratados   europeus   à   autoridade  
monetária.  Efeitos  do  eventual  incumprimento  do  previsto  nos  Tratados.  
 
 
 
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, t. A / Dia - 11 de setembro de 2020 - Duração: 90 minutos


Tópicos de correção

1. Caracterização breve da União Europeia de Pagamentos: como e por que foi
criada, quais os seus objetivos principais, enquadramento histórico e
geográfico, no âmbito do processo de cooperação económica e monetária
internacional. Diversidade de etapas e natureza dos processos de
integração monetária internacional, que poderá conduzir ou não à criação
de uma união monetária, como sucedeu no continente europeu com a Zona
Euro. [cotação (máxima): 4 valores]

2. Caracterização do Écu, enquanto unidade monetária com diversas
especificidades, criada no âmbito do Sistema Monetário Europeu
(explicitação breve da respetiva relevância histórica, pioneira, mas com
antecedentes, e com consequências, que perduraram), cujos regime e
funcionamento condicionaram a definição do Euro, nos termos que deverão
ser enunciados e justificados.
[cotação (máxima): 4 valores]

3. Caracterização do Eurossistema a partir do Sistema Europeu de Bancos


Centrais, conforme estabelecido pelos Tratados europeus, com
particularização do Banco Central Europeu e dos bancos centrais nacionais
e enumeração e explicação resumida das suas principais funções e de como
e com base em que instrumentos são aquelas prosseguidas, de modo
decisivo e evolutivo, no quadro da União Económica e Monetária europeia.
[cotação (máxima): 4 valores]

4. Definição do que se entende ou deve entender por «défices orçamentais


excessivos», conforme estabelecido no Direito da União Europeia,
consequências do incumprimento das regras existentes sobre a matéria e
suas implicações políticas, económicas e sociais, bem como posicionamento
fundamentado sobre o tema, tendo em consideração que os Estados
membros da União Europeia se encontram em situações por vezes
significativamente divergentes entre si.
[cotação (máxima): 4 valores]

5. Explicação sumária sobre o conceito, os fins e a importância atual da
política monetária, que evoluiu muito com o decurso do tempo, não apenas
mas especialmente no âmbito de uma união monetária internacional como
a Zona Euro. Explicitação dos objetivos conflituantes da política monetária e
sua relação com os objetivos de outras políticas económicas e sociais.
Concretização da análise com referência aos instrumentos de política
monetária, e em especial aos seus novos instrumentos, «não
convencionais», com impacto crescente e utilização mais intensa e
frequente, à imagem dos serviços de cuidados intensivos e de urgância
hospitalares.
[cotação (máxima): 4 valores]

















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Cotações: 5 x 4 valores = 20 valores
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, T. da Noite - 11 de janeiro de 2019 - Duração: 90 minutos


TÓPICOS DE CORREÇÃO

I

1. Caracterização sumária do Sistema Monetário Europeu (SME) e dos seus


elementos nucleares (Écu, facilidades de crédito e mecanismo de taxas de
câmbio).
[Antecedentes do SME.]
Regras da participação (voluntária) dos Estados membros das
Comunidades Europeias no Mecanismo de Taxas de Câmbio.
Limites de oscilação das taxas de câmbio, indicadores de alerta e
intervenções de sustentação.
Vantagens, custos e riscos da participação no Mecanismo de Taxas de
Câmbio.
[Participação de Portugal (e ou de outros Estados membros no Mecanismo
de Taxas de Câmbio do SME. A crise cambial europeia de 1992 e
implicações para diversos Estados membros, como o Reino Unido.]
Principais semelhanças e diferenças entre o Mecanismo de Taxas de Câmbio
do SME e uma/a união monetária.

2. As quatro liberdades constitutivas do Mercado Interno europeu, incluindo a
liberdade de circulação de (pagamentos e de) capitais.
Relevância da liberdade de circulação de capitais enquanto pressuposto
necessário de uma união monetária.
Coincidência da concretização da liberdade de circulação de capitais com o
início da primeira fase da União Económica e Monetária, como previsto no
Relatório Delors sobre a União Económica e Monetária, antes da aprovação
e da entrada em vigor do Tratado da União Europeia.
Caracterização sumária da primeira fase enquanto fase preparatória das
fases subsequentes da União Económica e Monetária.

3. Explicação do conteúdo do artigo 125.º do Tratado sobre o Funcionamento
da União Europeia.
Sua justificação, implicações e crítica.
Exemplos de situações e mecanismos que contrariam o disposto no artigo.
Solução jurídica.



II

Descrição dos termos da discussão (já muito antiga) sobre os benefícios e os


custos da participação de qualquer país numa união monetária
internacional, como a atual União Económica e Monetária europeia.
Exemplos dos vários Estados membros da União Europeia, como Portugal,
para além dos citados no texto (Itália, Grécia e Alemanha) e confronto entre
os objetivos de estabilidade financeira e de crescimento económico: o caso
da Alemanha, mencionado, (parece) demonstra(r) que o cumprimento
estrito das regras de equilíbrio financeiro não garante a prossecução de um
crescimento económico robusto no contexto internacional.
Posição sobre as principais vantagens e custos da participação (de Portugal)
na União Económica e Monetária europeia.











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Cotações: I Grupo - 2 x 6,5 valores = 13 valores; II Grupo - 7 valores; total - 20 valores
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, T. da Noite - 13 de fevereiro de 2019 - Duração: 90 minutos


TÓPICOS DE CORREÇÃO

I

1. [Descrição sumária do contexto, europeu e internacional, que antecedeu a


elaboração do Relatório Werner]
Objetivos do Relatório Werner.
Fases propostas para a criação de uma União Económica e Monetária pelos
Estados membros da Comunidade Económica Europeia.
Condicionalismos que impediram o estabelecimento da U. E. e M. prevista
no Relatório Werner.
Implicações posteriores das propostas do Relatório Werner, incluindo no
Relatório Delors sobre a U. E. e M.

2. Pressupostos da atual U. E. e M. e sua concretização histórica em fases.
Factos que determinaram a criação efetiva da U. E. e M. em 1 de janeiro de
1999.
Criação e definição do valor do Euro.
A existência e a condução da política monetária da área do Euro.
Disposições relativas à criação e à definição do euro e da política monetária
da área do Euro e suas implicações.

3. Artigos 130.º e 131.º do Tratado sobre o Funcionamento da U. E. e artigo
14.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco
Central Europeu.



II


Quais o(s) objetivo(s) da política monetária da área do Euro previstos


nos Tratados europeus, qual o sentido e o alcance das respetivas prescrições
e quais os seus fundamentos jurídicos e económicos?
Como tem/têm sido prosseguido(s) aquele(s) objetivo(s) pela(s)
autoridade(s) competente(s) da área do Euro, desde a sua criação, e quais
têm sido as respetivas implicações?
Referência comparativa à(s) solução/ões de outro(s) ordenamento(s).


















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Cotações: I Grupo - 2 x 6,5 valores = 13 valores; II Grupo - 7 valores; total - 20 valores
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, turma A / Dia - 14 de janeiro de 2021 - Duração: 90 minutos

Tópicos de correção

N. B.: O teste é composto por 5 perguntas, de resposta direta mas fundamentada, devendo atender-
se às disposições em vigor (que deverão ser identificadas, sem necessidade de as reproduzir).
Cotações: 5 x 4 valores = 20 valores.


1. Noção de política monetária (e distinção de outras políticas económicas e
financeiras). Identificação dos principais objetivos explícita e ou
implicitamente definidos e ou prosseguidos em geral e na atualidade no
campo monetário. O mesmo em relação aos instrumentos de política
monetária e sua atualidade. Concretização quanto à Zona Euro (e,
adicionalmente, em relação a Portugal). Eficácia desses instrumentos
(podendo concretizar-se a experiência recente). Menção das disposições
jurídicas sobre a matéria (sobretudo do Tratado sobre o Funcionamento da
União Europeia). Posição (fundamentada) sobre o assunto.

2. Caracterização de uma união monetária (internacional). Distinção entre
sistemas monetários metalistas e não metalistas (atuais). Referência de
alguma(s) união (uniões) monetária(s) criadas no passado e sua(s)
especificidade(s) em contraposição ou não com uniões monetárias atuais,
em especial a Zona Euro. Indicação das disposições jurídicas em vigor
consideradas relevantes (sobretudo do TFUE).

3. Distinção entre as componentes «económica» e «monetária» da UEM
prevista pelo Tratado da União Europeia na sua versão originária, com
indicação das disposições essenciais tal como se encontram presentemente
em vigor (sobretudo do TFUE). Identificação de algumas das críticas
dirigidas ao modelo de União Económica e Monetária adotado e posição
sobre a sua eventual procedência e em que medida, tendo em consideração
o funcionamento da união monetária europeia desde a sua criação até ao
presente e os efeitos para a União Europeia e seusmembros.

4. Definição, distinção e interligação entre união monetária e união bancária.
Explicar se, nos sistemas monetários atuais, uma união monetária
pressupõe a concretização de uma união bancária. A posição deve ser
justificada teoricamente e pode ser complementada com base na evolução
da Zona Euro e da união bancária europeia e seus diferentes pilares.

5. Descrição sumária da teoria das áreas monetárias ótimas e do seu


contributo fundamental para o estudo das uniões monetárias
internacionais. Distinção entre choques simétricos e assimétricos numa
união monetária composta por um conjunto de países soberanos e como
poderão/deverão ser enfrentados e solucionados. Aplicação desta teoria ao
caso da união monetária europeia. Caracterização da situação pandémica
atual como «choque económico» e sua natureza (simétrico/assimétrico).
Identificação dos desafios colocados à união monetária europeia em
especial e à União Europeia em geral, bem como dos instrumentos
considerados adequados para a resolução do problema.








--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Cotações: 5 x 4 valores = 20 valores
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, turma A / Dia - 14 de janeiro de 2021 - Duração: 90 minutos

Tópicos de correção

N. B.: O teste é composto por 5 perguntas, de resposta direta mas fundamentada, devendo atender-
se às disposições em vigor (que deverão ser identificadas, sem necessidade de as reproduzir).
Cotações: 5 x 4 valores = 20 valores.


1. Noção de política monetária (e distinção de outras políticas económicas e
financeiras). Identificação dos principais objetivos explícita e ou
implicitamente definidos e ou prosseguidos em geral e na atualidade no
campo monetário. O mesmo em relação aos instrumentos de política
monetária e sua atualidade. Concretização quanto à Zona Euro (e,
adicionalmente, em relação a Portugal). Eficácia desses instrumentos
(podendo concretizar-se a experiência recente). Menção das disposições
jurídicas sobre a matéria (sobretudo do Tratado sobre o Funcionamento da
União Europeia). Posição (fundamentada) sobre o assunto.

2. Caracterização de uma união monetária (internacional). Distinção entre
sistemas monetários metalistas e não metalistas (atuais). Referência de
alguma(s) união (uniões) monetária(s) criadas no passado e sua(s)
especificidade(s) em contraposição ou não com uniões monetárias atuais,
em especial a Zona Euro. Indicação das disposições jurídicas em vigor
consideradas relevantes (sobretudo do TFUE).

3. Distinção entre as componentes «económica» e «monetária» da UEM
prevista pelo Tratado da União Europeia na sua versão originária, com
indicação das disposições essenciais tal como se encontram presentemente
em vigor (sobretudo do TFUE). Identificação de algumas das críticas
dirigidas ao modelo de União Económica e Monetária adotado e posição
sobre a sua eventual procedência e em que medida, tendo em consideração
o funcionamento da união monetária europeia desde a sua criação até ao
presente e os efeitos para a União Europeia e seusmembros.

4. Definição, distinção e interligação entre união monetária e união bancária.
Explicar se, nos sistemas monetários atuais, uma união monetária
pressupõe a concretização de uma união bancária. A posição deve ser
justificada teoricamente e pode ser complementada com base na evolução
da Zona Euro e da união bancária europeia e seus diferentes pilares.

5. Descrição sumária da teoria das áreas monetárias ótimas e do seu


contributo fundamental para o estudo das uniões monetárias
internacionais. Distinção entre choques simétricos e assimétricos numa
união monetária composta por um conjunto de países soberanos e como
poderão/deverão ser enfrentados e solucionados. Aplicação desta teoria ao
caso da união monetária europeia. Caracterização da situação pandémica
atual como «choque económico» e sua natureza (simétrico/assimétrico).
Identificação dos desafios colocados à união monetária europeia em
especial e à União Europeia em geral, bem como dos instrumentos
considerados adequados para a resolução do problema.








--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Cotações: 5 x 4 valores = 20 valores
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, t. A / Dia - 13 de janeiro de 2020 - Duração: 90 minutos


I

Responda sucintamente (apenas) a três das seguintes questões:

1. Em que consistiu o compromisso cambial de 1972 designado por «serpente
monetária» europeia e qual a sua relevância, designadamente para a atual
união monetária europeia (Zona Euro)?

2. Distinga unidade de conta europeia, Écu e Euro.

3. Porque se afirma que o modelo da atual unificação monetária europeia
privilegiou excessivamente a componente monetária, com prejuízo da
componente económica?

4. Em seu entender, que circunstâncias justificaram a «aversão» do Pacto de
Estabilidade e Crescimento em relação aos défices e ao endividamento
público, o que culminou com o Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e
Governação na União Económica e Monetária?

II

Comente fundamentadamente (apenas) uma das seguintes transcrições:


A) «Se em vez de diversos mercados nacionais de ações, de obrigações e de
instituições bancárias existisse apenas um mercado de ações, um mercado de
obrigações e um mercado bancário, funcionando em regime de concorrência
efetiva em toda a extensão geográfica da união monetária, quando se verificassem
perdas nas empresas num país [1], cujos títulos se desvalorizassem, os riscos desta
quebra de atividade económica seriam repartidos também entre os investidores
dos restantes países da união[2...], titulares também de empresas estabelecidas no
primeiro país [1] do exemplo [...]».

B) «Além do modelo de banco central, a Alemanha ofereceu o lugar para a sede do
BCE, próximo do Bundesbank, em Frankfurt, disponibilizou grande parte dos seus
funcionários e ainda o único membro da Comissão Executiva nomeado por oito
anos. Tudo isto parecia configurar uma espécie ou pelo menos a pretensão de
continuidade do Bundesbank através do novo BCE». Todavia, «o mais importante
órgão decisório do BCE é o Conselho (de Governadores), composto pelos
governadores dos bancos centrais dos Estados participantes e pelos seis membros
da Comissão Executiva e dirigido pelo presidente desta. E, segundo o Tratado, as
decisões do Conselho do BCE são adotadas por maioria [...]».

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Cotações: 3 x 4,5 valores [= 13,5] + 6,5 valores = 20 valores

- Tópicos de correção -


I


1. Caracterização sumária dos compromissos de estabilidade cambial
assumidos pelos dirigentes dos bancos centrais de alguns Estados
europeus, perante a crescente instabilidade da divisa âncora do Sistema
Monetário Internacional, regras que mais tarde inspirariam o
Mecanismo de Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu e
experiência que permitiu testar a capacidade de os Estados
participantes cumprirem ou não, e em que medida e com que efeitos, as
obrigações de estabilidade monetária, pressuposto necessário embora
insuficiente do estabelecimento e funcionamento de qualquer união
monetária, como a projetada União Económica e Monetária.

2. Definição de unidade de conta europeia e explicitação da sua utilidade,
desde o início das Comunidades Europeias. Caracterização do Écu, com
indicação do que justificou a sua criação e em que contexto, que passou
a ser utilizado como unidade de conta no orçamento das Comunidades e
que o respetivo valor determinou o do Euro, quando surgiu. Porque
razão são qualificados como moeda, apesar das especificidades de cada
um, tendo dado lugar no segundo caso a uma união monetária.

3. Enumeração dos aspetos essenciais da componente monetária e da
componente económica da União Económica e Monetária com base no
disposto nos Tratados europeus (maxime o Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia) e em outras fontes do direito e
contraposição da natureza de uns e de outros, designadamente quanto
aos compromissos assumidos pelos Estados membros e suscetíveis de
serem jurídicamente exigíveis, com eventual recurso à aplicação de
sanções. Referência às debilidades do modelo adotado em Maastricht.

4. Constrangimentos financeiros previstos no Pacto de Estabilidade e
Crescimento, incluindo quanto aos défices orçamentais e à dívida
pública, e seus fundamentos, designadamente económicos. Evolução e
reforma dos compromissos dos Estados, até ao Tratado sobre a
Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e
Monetária, e depois disso. Principais críticas, de diferente natureza, em
relação àqueles constrangimentos. Opinião fundamentada sobre a
justificação (ou não) das obrigações previstas.

II

C) Análise e crítica fundamentada dos diferentes aspetos mencionados no texto


transcrito, em especial sobre os efeitos e riscos da fragmentação e da unificação
dos mercados financeiros no âmbito de uma união moentária como a União
Económica e Monetária, tendo em consideração a chamada teoria das áreas
monetárias ótimas, e medidas já adotadas ou em fase de adoção neste domínio,
designadamente o projeto de união bancária europeia e ainda de união de outros
mercados financeiros. Vantagens mas insuficiência destes mecanismos para a
resolução dos problemas decorrentes sobretudo dos choques económicos
«assimétricos».

D) Análise e discussão fundamentada dos vários aspetos mencionados no texto
transcrito, em especial a posição inconstante da Alemanha em relação à União
Económica e Monetária, especialmente influente na definição do modelo adotado
nos Tratados, mas enquadrada pelas regras vigentes de governação da autoridade
monetária, com efeitos porventura imprevistos ou pelo menos não desejados.




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Cotações: 3 x 4,5 valores [= 13,5] + 6,5 valores = 20 valores

Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, t. noite - 24 de janeiro de 2017 - Duração: 90 minutos


I

Responda a duas das seguintes questões.

1. Caracterize e distinga regime monetário de padrão-ouro e união monetária.

2. Quais foram os principais custos e benefícios do estabelecimento de uma
União Europeia de Pagamentos e do Acordo Monetário Europeu, após a
Segunda Guerra Mundial?

3. Nos últimos anos, tornou-se frequente a afirmação de que o artigo 125.º do
Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia se tornou “letra morta”.
Concorda? Porquê?


II

Comente fundamentadamente um dos seguintes excertos:

A — “A Grécia continua a ser um caso especial, mas ainda pode ter uma
saída com sucesso do programa europeu de assistência financeira, tal como
se verificou com Portugal, Espanha e Irlanda — estes dois últimos países
registam agora as maiores taxas de crescimento da Europa”. (K. R.)

B — “Como a simples saída da Grécia não resolverá os problemas da Zona
Euro, nem agora nem a longo prazo, porque há outros países a atravessar
depressões económicas e recessões cujo fim não se adivinha próximo, em
vez da saída desses países, um atrás do outro, [...] há uma solução
alternativa: ser a Alemanha a sair...”. (J. E. S.)


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Cotações: I Grupo - 2 x 6 valores = 12 valores; II Grupo - 8 valores; total - 20 valores


Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA
4.º ano, t. noite - 24 de janeiro de 2017 - Duração: 90 minutos



Tópicos de Correção

I

1. Em que consistiu o regime de padrão-ouro e quando e porque vigorou.
[Regimes aproximados ao do padrão-ouro (como o padrão divisas-ouro).]
Vantagens e inconvenientes do regime de padrão-ouro. Características de
uma união monetária. Vantagens e inconvenientes principais do
estabelecimento de uma união monetária. Semelhanças e diferenças entre
os regimes de padrão-ouro de uma união monetária (como a união
monetária europeia baseada no Euro).


2. Em que consistiram a União Europeia de Pagamentos e o Acordo Monetário
Europeu. Em que circunstâncias foram estabelecidos (a UEP e o AME).
Quais os seus objetivos. Principais vantagens e custos do estabelecimento
desses acordos. Motivos por que foram considerados insatisfatórios, a
partir de determinada altura.

3. Conteúdo e efeitos do artigo 125.º do Tratado sobre o Funcionamento da
União Europeia. Em que termos tem sido ou não aplicado pelas instituições,
órgãos e organismos competentes. Fundamentos e ‘crítica’.


II


A — Regras de uma união monetária em geral e da União Económica e
Monetária europeia em especial e respetivo (in)cumprimento pelos vários
países participantes: análise (jurídica e económica) fundamentada. Situação
diversificada dos vários países que integram uma união monetária, tendo
por referência a atual união monetária europeia (da qual fazem parte a
Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália... Alemanha) e a posição sustentada
pelo autor citado (tendo por base o excerto inserido no enunciado). Teoria
dos choques assimétricos e (in)suficiência dos mecanismos de ajustamento.

B — Regras de uma união monetária em geral e da União Económica e
Monetária europeia em especial e respetivo (in)cumprimento pelos vários
países participantes: análise (jurídica e económica) fundamentada. Situação
diversificada dos vários países que integram uma união monetária, tendo
por referência a atual união monetária europeia (da qual fazem parte a
Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália... Alemanha) e a posição sustentada
pelo autor citado (tendo por base o excerto inserido no enunciado). Teoria
dos choques assimétricos, mecanismos de ajustamento e hipótese de saída
de algum/ns membro(s) como eventual solução.



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Cotações: I Grupo - 2 x 6 valores = 12 valores; II Grupo - 8 valores; total - 20 valores

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