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[U12] A economia portuguesa no

contexto da União Europeia


12.1 Noção e formas de integração económica
A integração económica é um processo que se caracteriza pela abolição das barreiras
comerciais existentes entre os países com vista a formarem um único mercado alargado.

A integração económica pode ser:

Formal, quando é definida formalmente através do estabelecimentos de acordos entre


dois ou mais países

Informal, quando dois ou mais países estreitam as relações económicas entre si, sem
que tenha sido estabelecido qualquer acordo escrito

Vantagens da integração económica:

Maior eficiência na afetação dos recursos de uma economia;

Maior possibilidade de alcançar crescimento económico;

Maior possibilidade de alcançar o pleno emprego dos fatores de produção;

Maior circulação da inovação e avanços tecnológicos;

Aumento da produção devido à divisão e especialização do trabalho;

Obtenção de economias de escala devido ao aumento da dimensão dos mercado.

Formas de integração económica

Sistema de Preferências Aduaneiras

2 ou mais países concedem entre si um conjunto de vantagens aduaneiras não


extensíveis a outros países

Zona de Comércio Livre(DIFERENÇA: Eliminação de todas as barreiras alfandegárias


comerciais, bem como de restrições quantitativas)

União Aduaneira(DIFERENÇA: fixação de uma pauta exterior comum aos países fora da
EU)

Mercado Comum(DIFERENÇA: livre circulação não só de mercadorias como de


pessoas, capitais e serviços – necessidade de adoção de políticas comuns)

União Económica(DIFERENÇA: implementação de um conjunto de políticas económicas


e sociais comuns)

União Política(DIFERENÇA: integração política reforçada)

União Económica e Monetária(DIFERENÇA: introdução de uma moeda comum: euro)

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12.2 O processo de integração na Europa
Após a 2ª Guerra Mundial, a Europa encontrava-se devastada. Para a sua reconstrução, foi
fundamental a ajuda económica americana – Plano Marshall – tendo a administração desta
ajuda ficado a cabo da OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica).
Em 1951 foi assinado o Tratado de Paris que deu origem à CECA (Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço). Os seus países fundadores foram 6: França, Alemanha, Bélgica, Itália,
Países Baixos e Luxemburgo.

Em 1957, os mesmos países deram um passo importante no aprofundamento do processo de


integração económica, tendo assinado o Tratado de Roma que deu origem à:

Euratom (ou CEEA – Comunidade Europeia da Energia Atómica)

CEE (Comunidade Económica Europeia)

A década de 60 assistiu a um forte crescimento económico no seio da CEE. No entanto, os


anos 70 constituíram um período de estagnação económica do projeto europeu em
consequência de fatores como:

Choques petrolíferos e consequente crise do petróleo;

Intensificação da concorrência mundial;

Pouca flexibilidade do mercado de trabalho dos países membros;

Menor capacidade de resposta às alterações da conjuntura internacional.

Para relançar o processo de integração, foi assinado, em 1987, o Ato Único Europeu que
tinha como objetivo prioritário a instituição do Mercado Único Europeu, com a abolição de
todas as barreiras físicas, técnicas e fiscais. Outros objetivos eram:

O reforço da coesão económica e social;

O reforço da cooperação em matéria monetária;

Harmonização das regras;

Reforço da investigação e desenvolvimento;

Proteção do ambiente;

Reforço do papel das instituições monetárias.

No ano 1992 foi assinado o Tratado de Maastricht (entrou em vigor em 1993), que deu


origem à União Europeia. Foi uma etapa do aprofundamento da integração económica que
teve como principais objetivos a criação de União Política e de União Económica e
Monetária (UEM).
União Política

No âmbito da União Política, são estabelecidos, no Tratado de Maastricht, os seguintes


objetivos:

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Criação de uma Política Externa e de Segurança Comum (PESC);

Reforço de cooperação nos domínios da Justiça e Assuntos Internos;

Instauração de uma cidadania europeia;

Construção de uma Europa social;

Novos campos de ação comunitária;

Reforço da legitimidade democrática.

União Económica e Monetária (UEM)


A construção da UEM decorreu em 3 fases. Para aceder à 3ª fase, os países candidatos
tinham de cumprir um conjunto de critérios de convergência nominal:

Estabilidade dos preços

A taxa de inflação média, verificada no período de um ano que antecede a data de


avaliação, não pode exceder em mais de 1,5 pontos percentuais a taxa de inflação
média dos três Estados-membros com melhores resultados em termos de
estabilidade de preços;

Situação das finanças públicas

O défice não pode exceder 3% do PIB, a menos que esteja a diminuir


substancialmente e se situe perto desses 3%

A dívida pública não pode exceder os 60% do PIB, a menos que esteja a diminuir
substancialmente e se situe perto desse valor

Durabilidade da convergência

A média da taxa de juro a longo prazo, verificada no período de um ano que antecede
a data de avaliação, não pode exceder em mais de 2 pontos percentuais a média da
taxa de juro a longo prazo dos três Estados-membros com melhores resultados em
termos de estabilidade de preços

Estabilidade das taxas de câmbio

As taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu (SME) têm de estar sem grandes
tensões, durante pelo menos 2 anos.

A moeda única europeia, o euro, foi criada em 1999, tendo entrado em circulação em 2002.
Os países fundadores da Área do Euro foram, para além dos 6 iniciais que fundaram a CEE,
Portugal, Espanha, Irlanda, Áustria e Finlândia.

12.3 Desafios da EU na atualidade


Principais desafios da União Europeia: o alargamento e o aprofundamento.
As vagas de alargamento

Fundadores:

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França, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Bélgica e Países Baixos

1ª vaga – 1973 – Europa dos 9:

Dinamarca, Irlanda e Reino Unido

2ª vaga – 1981 – Europa dos 10:

Grécia

3ª vaga – 1986 – Europa dos 12:

Portugal e Espanha

4ª vaga – 1995 – Europa dos 15:

Áustria, Finlândia e Suécia

5ª vaga – 2004 – Europa dos 25:

Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e


República Checa

6ª vaga – 2007 – Europa dos 27:

Bulgária e Roménia

7ª vaga – 2013- Europa dos 28:

Croácia

Vantagens do alargamento:

Aumento do número de consumidores;

Reforço do crescimento económico e da criação de emprego;

Melhoria da qualidade de vida dos cidadãos europeus;

Reforço do papel da EU no plano internacional;

Reforço da paz, da estabilidade e da prosperidade na Europa;

Reforço das jovens democracias.

Desafios:

Aumento da população e da superfície geográfica

Aumento das disparidades regionais

Resposta da EU perante estes desafios:

Reforma das instituições e órgãos da União

Nova composição das instituições europeias, aprovada em 2007, no Tratado de


Lisboa

Conselho Europeu: define as orientações e prioridades políticas gerais da União

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Conselho da União Europeia: aprova a legislação, aprova o orçamento e define
as políticas externas e de defesa

Parlamento Europeu: órgão legislativo da União

Comissão Europeia: órgão executivo da União, elabora anualmente o


orçamento da UE

Tribunal de Justiça: interpreta e aplica o direito da União

Tribunal de Contas: órgãos responsável pelas finanças da União

Banco Central Europeu (BCE): órgão responsável pela política monetária

Reorientação dos fundos comunitários

Existe desigualdade regional, evidente entre os países que aderiram à UE desde


2004 e os restantes. Por isso, os fundos procuram a convergência real (aproximação)
entre os países

Princípio de coesão económica e social: traduz a intenção de reduzir as


disparidades regionais da União Europeia, através de uma aproximação (ou
convergência) dos níveis de rendimento médio e de qualidade de vida das
populações dessas regiões (ou desses países).

Fundo de Coesão – aprovado em 1994, destina-se aos Estados-membros cujo


Rendimento Nacional Bruto por habitante seja inferior a 90% da média da União. Tem
como objetivos o financiamento de projetos nos domínios do ambiente e das redes
transeuropeias de transporte.

Fundos estruturais:

FEADER (Fundo Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural)

FSE (Fundo Social Europeu)

FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional)

FEAMP (Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas)

O aprofundamento da União Europeia

Tem sido alcançado com a crescente integração económica ao longo do tempo, através da
evolução dos Tratados, bem como a introdução da moeda única e a adoção de políticas
comunitárias (como a PAC – Política Agrícola Comum, a PCP (Política Comum das Pescas, a
PESC – Política Externa e de Segurança Comum e a Política Regional).

Orçamento da UE
Receitas provêm de:

Contribuições dos Estados-membros;

Recursos próprios tradicionais, constituídos pelos direitos de importação aplicados a


produtos provenientes de países terceiros;

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Uma % do IVA aplicado em cada Estado-membro.

Despesas:

Na Europa – financiamento de ações de formação, proteção do ambiente, construção de


infraestruturas;

No estrangeiro – programas de apoio aos países em desenvolvimento e aos candidatos e


potenciais candidatos à UE

Custos de funcionamento da UE (incluindo as despesas de tradução para as diferentes


línguas oficiais)

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