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Atualidades

Blocos Econômicos

Formação dos Blocos econômicos

Um bloco no sentido econômico pode ser compreendido como uma organização


de países criada para promover a integração econômica, o crescimento e a
competitividade internacional dos países-membros. Existem diversos graus ou
estágios de integração. Vejamos alguns exemplos:
 Área de Livre Comércio: neste formato de bloco, impostos, tarifas ou taxas de
importação são eliminados de boa parte ou de todas as mercadorias e serviços
para promover o intercâmbio entre países-membros.
 União Aduaneira: é uma área de livre-comércio cujos países-membros também
adotam tarifa externa comum para boa parte – ou a totalidade – dos serviços
e mercadorias provenientes de outros países, ou seja, todos cobram os
mesmos impostos, taxas e tarifas de importação de terceiros.
 Mercado Comum: é uma união aduaneira na qual, além de mercadorias e
serviços, capital e trabalhadores também podem circular livremente e se
engajar em atividades econômicas em qualquer dos países-membro.
 União Econômica e Monetária: é o estágio final de integração econômica entre
países, na qual os membros de um mercado comum concordam em adotar uma
moeda comum e alinhar suas políticas econômicas. O único bloco econômico
do mundo a atingir esse estágio de integração é a União Europeia.

Como exemplos de blocos econômicos, podemos citar a União Europeia (UE),


o Nafta (Acordo de Livre-Comércio da América do Norte) e o MERCOSUL. Os primeiros
agrupamentos de nações surgiram com o objetivo de facilitar e baratear a circulação
de mercadorias entre seus membros. Sob a economia globalizada, porém, essas
medidas reforçam a tendência de abrir as fronteiras das nações ao livre fluxo de
capitais, ao reduzir barreiras alfandegárias e coibir práticas protecionistas e
regulamentações nacionais.
A formação de blocos visa ainda possibilitar o desenvolvimento econômico
regional, fortalecendo as economias dos países membros diante de um cenário
globalizante cada vez mais competitivo. Como exemplo dos ganhos competitivos
referentes a formação dos blocos, devemos lembrar que antes, qualquer produto
importado chegava ao consumidor com um valor significativamente mais alto, em
função das taxações impostas ao cruzar a alfândega. Os acordos entre os países
reduziram e em alguns casos acabaram com essas barreiras comerciais, processo
conhecido como liberalização comercial.
O bloco econômico mais importante do mundo é a União Europeia, tanto pela
força de algumas de suas principais economias, como as da França, Alemanha e
Reino Unido, quanto pela profundidade das relações entre seus membros. Os EUA
impulsionaram o NAFTA, tornando México e Canadá economias diretamente

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vinculadas à sua. Os EUA também fazem parte da Apec (Área de Livre-Comércio da


Ásia e do Pacífico), integrada por Japão, China, Austrália e Chile, entre outras nações.
Na América do Sul, o grande bloco é o MERCOSUL, criado em 1991 por Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai, que desde o nascimento teve os EUA como parceiro
principal, pelo chamado Acordo 4+1. Recentemente, o bloco teve a adesão da
Venezuela. O MERCOSUL tem ainda a Bolívia em processo de adesão e, como países
associados, o Chile, o Peru, a Colômbia, o Equador, a Guiana e o Suriname. Em 2012,
foi criada a Aliança do Pacífico, bloco comercial que engloba o Chile, Peru, Colômbia,
México e Costa Rica (países que têm acordo de livre-comércio com os EUA) e que
pretende evoluir para uma zona de livre-comércio.
Vejamos as características dos principais blocos econômicos do planeta:

União Europeia
O maior bloco econômico mundial nasce em 1951, com seis países formadores
da Comunidade Econômica Europeia (CEE): Alemanha Ocidental, França, Bélgica,
Holanda, Itália e Luxemburgo. Ela cria quatro fundamentos: livre circulação de
mercadorias, de capitais, de serviços e de pessoas. Com o Tratado de Maastricht, em
1992, nasce a UE, e o bloco passa a reunir 12 países, com a adesão de Dinamarca,
Espanha, Grécia, Irlanda, Portugal e Reino Unido. Em 1995, ingressam Áustria,
Finlândia e Suécia.
Em 2002, entra em circulação a moeda comum, o euro, em 12 dos 15 países:
Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda,
Itália, Luxemburgo e Portugal. Posteriormente, mais seis países aderem ao euro:
Eslovênia (2007), Chipre (2008), Malta (2008), Eslováquia (2009), Estônia (2011) e
Letônia (2014).
Em 2004, mais dez nações ingressam no bloco: Chipre, Eslováquia, Eslovênia,
Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca. Em 2007
ingressam Romênia e Bulgária, e, em 2013, a Croácia passa a integrar o bloco,
somando os 28 países-membros atuais. Hoje, Turquia, Macedônia, Sérvia,
Montenegro, Islândia e Albânia são candidatos a ingressar no bloco.

Tratado de Lisboa
Para reforçar as instituições do bloco, os países-membros tentam aprovar uma
Constituição Europeia. A primeira versão é derrotada em 2005 em referendos
nacionais na França e na Holanda. O documento, reformulado com o nome de Tratado
de Lisboa, é aprovado em 2009 e define a atuação das instituições que compõem a
União Europeia. Veja as principais:

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 Comissão Europeia: Responsável por representar a UE em nível internacional,


a Comissão Europeia é formada por 28 comissários (um de cada país)
escolhidos pelo Conselho Europeu. Suas atribuições incluem garantir o
cumprimento da legislação e propor novas leis, além de gerir o orçamento da
UE, estabelecendo prioridades de despesa. Seu novo presidente, o
luxemburguês Jean-Claude Juncker, é eleito pelo Parlamento Europeu em julho
de 2014 e assume as funções em novembro.
 Conselho Europeu: O órgão se reúne pelo menos duas vezes por ano com a
presença dos chefes de Estado e de governo. O Conselho Europeu define as
prioridades políticas gerais. Apesar de não ter poderes legislativos, suas
votações interferem na agenda do Parlamento Europeu.
 Parlamento Europeu: Os 751 eurodeputados do Parlamento Europeu (PE) são
eleitos a cada cinco anos por sufrágio universal. O número de parlamentares
de cada país varia conforme o tamanho da população. Entre suas principais
funções estão a aprovação de leis e orçamentos e a fiscalização das outras
instituições da UE. Apesar do domínio de grupos de centro-direita e de centro-
esquerda no Parlamento, as eleições de maio de 2014 consolidam a ascensão
dos deputados de extrema direita, que combatem a imigração e as regras de
integração europeia.
 Conselho da União Europeia: As decisões do Parlamento Europeu são
compartilhadas com o Conselho da União Europeia (não confundir com
Conselho Europeu), também conhecido como “Conselho de Ministros”. Nesse
fórum são tratados temas como políticas-externa e de segurança, justiça,
coordenação de políticas econômicas e assinatura de acordos internacionais.
 Banco Central Europeu: O Banco Central Europeu (BCE) é um órgão que tem
autonomia em relação às outras instituições da UE. Ele é responsável pela
gestão e emissão do euro e por assegurar a estabilidade de preços e do sistema
financeiro entre os países que adotam a moeda única. É o BCE a instituição que
define as principais taxas de juros para a zona do euro (não inclui os juros das
dívidas soberanas dos países-membros) e estabelece a política cambial.

Pacto Fiscal
Desde a introdução do euro, a UE determina duas medidas principais para o
equilíbrio orçamentário: o déficit não pode ultrapassar 3% do PIB; e a dívida pública
não deve ser superior a 60% do PIB. No entanto, a crise expõe a fragilidade das
contas públicas da maioria dos países-membros, que ignoram as recomendações
fiscais. Para reforçar a disciplina, entra em vigor em janeiro de 2013 um pacto fiscal
que submete 25 dos 28 orçamentos nacionais a um rígido controle – ficam de fora
Reino Unido, República Tcheca e Croácia. Outra medida para estancar a crise é o
Mecanismo Europeu de Estabilidade, que cria, em 2012, um fundo de resgate de 700
bilhões de euros para socorrer economias endividadas. Uma união bancária é

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aprovada em março de 2014 com o objetivo de liquidar ou resgatar bancos em


dificuldades.

SCHENGEN
Um dos maiores símbolos da integração continental também é afetado pela
crise. A Convenção de SCHENGEN, adotada em 1990, garante o livre trânsito dos
cidadãos entre 26 países (22 da UE, além de Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein)
e cerca de 400 milhões de pessoas. Com a turbulência econômica, aumenta a pressão
de muitos países-membros para ampliar o controle de fronteiras em casos específicos
de pressão migratória.

Mapa da União europeia.

MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi formado em 1991, por Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai, com o objetivo de promover a livre circulação de bens,
serviços e pessoas entre os estados-membros. A realidade é que, mais de duas
décadas após seu surgimento, o bloco sul-americano ainda luta para conciliar os
diferentes interesses de seus integrantes.
Em janeiro de 1995, o bloco adota a Tarifa Externa Comum (TEC), o que o
transforma de uma zona de livre-comércio (na qual há redução ou eliminação das
tarifas alfandegárias entre os países-membros) em união aduaneira (na qual se

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regulamenta também o comércio do bloco com as nações de fora). Entretanto, a


instituição de uma série de exceções à TEC, além de barreiras comerciais definidas
pelos estados-membros, em particular a Argentina, dificulta a sua efetiva
transformação em um instrumento de integração entre as economias.

Paraguai e Venezuela
Os chefes de Estado do MERCOSUL decidem, em junho de 2012, suspender o
Paraguai do bloco, em virtude do impeachment do presidente Fernando Lugo. O
MERCOSUL aproveita a suspensão para aprovar o ingresso da Venezuela no bloco –
o Congresso paraguaio era o único que ainda não ratificara a decisão. Em julho de
2013, após a eleição do novo presidente paraguaio, Horácio Cartes, é aprovada a
reintegração do país. O Paraguai, no entanto, afirma que só retornará ao MERCOSUL
depois que o Parlamento aprovar a entrada da Venezuela no bloco.
Além dos cinco membros, há ainda sete “países associados” ao MERCOSUL:
Bolívia, Equador, Chile, Colômbia, Peru, Guiana e Suriname. A Bolívia assina
protocolo de adesão ao bloco em 2012. Em 2013, o Equador inicia negociações com
o mesmo objetivo.
O MERCOSUL possui tratados de livre-comércio com a Comunidade Andina,
Egito e Israel. Em 2010, as negociações para a criação de uma área de livre-comércio
com a União Europeia (UE) são retomadas. Em novembro de 2013, Brasil, Uruguai e
Paraguai apresentam uma proposta para reduzir as barreiras em cerca de 90% do
comércio com a UE. A próxima rodada de negociação estava prevista para janeiro de
2014, mas depende de um avanço da oferta argentina, considerada pouco
abrangente.
Vejamos abaixo um quadro esquemático com os principais blocos econômicos
e suas características:

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