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BLOCOS ECONÔMICOS
Bloco econômico é a associação de vários países a fim de formar um mercado regional comum
através de facilidades tarifárias entre os membros. Um bloco econômico pode ser considerado
como um grande grupo de países que visam a aumentar as trocas comerciais regionais,
expandindo seus dados econômicos, como PIB, empregos, multinacionais no país, poder de
compra da população, entre outros. Muitos autores chamam esses blocos de mercados regionais,
em razão da restrição dos acordos à região dos países envolvidos, ou megablocos regionais, dada
a grandeza de alguns, como a União Europeia.
Em um mundo cada vez mais globalizado, é natural que países queiram proteger suas economias
da concorrência global. Isso porque, em muitas localidades, alguns fatores deixam a mercadoria
mais atrativa a investidores, como a disponibilidade de mão de obra ou mesmo os incentivos
fiscais oferecidos pelos governos.
História dos blocos econômicos
Podemos considerar a formação dos blocos econômicos como um dos sintomas mais recentes da
globalização. Nesse panorama, as transações comerciais foram intensificadas com a consequente
diminuição das fronteiras entre as nações signatárias.
Todo bloco econômico é fruto de um acordo intergovernamental e, geralmente, surgem devido
às afinidades regionais que facilitam e privilegiam as trocas econômicas entre si. Em sua maioria
são formados por países vizinhos ou por algo que os una geograficamente, como o Oceano
Pacífico. O marco histórico desse fenômeno pode ser considerado a Guerra Fria, visto que o
mundo foi dividido em dois grandes blocos econômicos, ideológicos e políticos.
Contudo, já em 1944, houve o primeiro grande acordo entre países, chamado de Benelux (Bélgica,
Países Baixos e Luxemburgo). As relações políticas e econômicas deste grupo foram se tornando
cada vez mais complexas, e logo passaram a agregar mais países. Em 1956 teremos o primeiro
bloco tal qual o modelo atual. Assim, surge entre a Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália,
Luxemburgo e França, a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço).
Posteriormente, teremos a formação de inúmeros blocos econômicos entre os anos de 1960 e
1990, especialmente após o fim da União Soviética. De fato, o comércio entre os países que
compõe um bloco econômico aumenta significativamente, gerando crescimento econômico para
as partes envolvidas.
Contudo, a crise da União Europeia em 2011, demonstra a dificuldade em estabelecer patamares
comuns entre nações com economias distintas. Enquanto isso, grupos alternativos, como os
BRICS, vem ganhando força no cenário internacional. Por mais que não sejam um bloco
econômico, este grupo de economias emergentes se mostra cada vez mais promissor e busca
cada vez maior importância no cenário gepolítico mundial.
Os blocos são vantajosos para a maioria dos países envolvidos, pois a troca econômica é bem
ampla, o que contribui para que empresas de um país instalem-se em outro, para a circulação de
bens, serviços e capital, além da circulação de pessoas, como o caso da União Europeia e do
Mercosul. A principal vantagem oferecida pela união econômica entre os países é a redução ou
eliminação das tarifas de importação. Isso permite a compra de produtos mais baratos. A redução
na tarifa alfandegária também estimula a circulação de pessoas e mercadorias. Os produtores
podem se beneficiar da redução nas importações de matérias primas, o que reflete nos custos de
produção, reduzindo ainda mais os preços dos produtos.
Entretanto, as economias mais frágeis do bloco ficam prejudicadas em alguns quesitos, como é o
caso do México no NAFTA. Indústrias estadunidenses instalam-se no país latino, usam mão de
obra mais barata para produzir suas mercadorias e vendem, com um preço elevado, para
mexicanos e estadunidenses, além dos canadenses. O poder de compra dos Estados Unidos é
maior que o dos mexicanos, ou seja, a aquisição de um bem não depende, nesse caso, da origem
do produto, mas sim do preço que lhe é colocado. Aquelas empresas que não se adaptarem às
transformações, bem como aquelas que não possuem estrutura para concorrer com as rivais em
outros países do bloco, irão falir. Como consequências, elas fecharão postos de trabalho e
diminuirão a renda nos setores onde houver ineficiência.
Outra desvantagem, em tempos de globalização, é o protecionismo econômico que há em alguns
blocos em relação a produtos que vêm de outros países não pertencentes ao bloco.
Há, também, situações em que a xenofobia está presente, como na União Europeia. Em muitos
países, como na França, a Frente Nacional, partido de extrema-direita, defende a França para os
franceses, slogan utilizado em algumas eleições e que se posiciona contra a integração dos países.
Para esse partido e seus apoiadores, a livre entrada de pessoas deve ser revista, com restrições a
determinadas nacionalidades.
Em linhas gerais, nos blocos econômicos, as grandes economias só têm a ganhar, pois, com a
ampliação das relações econômicas, a tendência é que os grandes continuem grandes e até
maiores. Já para os países com economias mais frágeis, há uma dependência em relação aos
países mais fortes, como é o caso do México e do Canadá no Nafta, que dependem do mercado
consumidor estadunidense para que suas economias continuem pujantes.