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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO


GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
INSTITUIÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS
DOCENTE: WASHINGTON JUAREZ DE BRITO FILHO
DISCENTE: JAQUELINE DO NASCIMENTO ROSA
2016.1 – TURMA: 152

BLOCOS ECONÔMICOS
NAFTA - NORTH AMERICAN FREE TRADE AGREEMENT

Rio de Janeiro / 2016


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SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................. 3
Blocos Econômicos – Conceito ................................................. 4
NAFTA – Histórico ................................................................... 4
O que é o NAFTA ..................................................................... 5
Objetivos .................................................................................... 5
Estrutura ..................................................................................... 6
Críticas ao bloco ........................................................................ 6
Conclusão .................................................................................. 8
Referências ................................................................................ 8
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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar um dos diversos blocos econômicos
existentes – o NAFTA (North American Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano
de Livre Comércio) – abordando o seu histórico, objetivos deste bloco e sua estrutura, assim
como também abordará críticas ao Tratado, seguido da conclusão do estudo.
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BLOCOS ECONÔMICOS

Os Blocos Econômicos são uniões de países com interesses de crescimento


econômico em comum e, em alguns casos, contemplam também integração social
destes. Uma das principais ideias na constituição do bloco é a visão de que haja uma
integração maior entre países e a facilitação no comércio entre eles, de modo que os
envolvidos possam se beneficiar atingindo um crescimento maior e em conjunto.
A CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) foi um dos primeiros
blocos econômicos a serem criados, em 1956, na Europa. Era formado inicialmente
pela Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França. Depois
desse grupo, sobretudo após a Guerra Fria, outros blocos econômicos foram se
formando.
Os blocos econômicos podem se apresentar em quatro tipos. O primeiro tipo
trata de uma delimitação de uma área de livre comércio entre os países envolvidos,
que permite que produtos produzidos por um deles possam entrar nos outros países
participantes do acordo, isento de taxas e burocracias habituais de uma importação
normal (onde se enquadra o NAFTA). A União Aduaneira é o segundo tipo de bloco
econômico e trata de interesses mais abrangentes, propondo implementação de
condutas de comércio, bem como regras para comércios com países que não fazem
parte desta união.
O terceiro tipo de bloco consiste na criação de um mercado comum, que
pressupõe uma maior integração entre as economias e regras de comércio interno e
externo, além de incorporar a passagem de mercadorias, pessoas e capital entre esses
países de forma livre. O quarto e maior tipo de bloco é o de união econômica e
monetária, que é composto por um mercado comunitário, mas com o diferencial de
possuir uma moeda única em circulação nos países que integram esse grupo.
Os tipos de blocos econômicos foram denominados baseando-se nas fases
passadas pelos mesmos, mas não representam uma ordem obrigatória para a sua
criação.

NAFTA – HISTÓRICO
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O NAFTA (North American Free Trade Agreement) foi iniciado em 1988, entre norte-
americanos e canadenses, e por meio do Acordo de Liberalização Econômica, assinado em
1991, formalizou-se o relacionamento comercial entre os Estados Unidos e o Canadá. Em
13 de agosto de 1992, o bloco recebeu a adesão dos mexicanos.
O NAFTA entrou em vigor em 1º de janeiro de 1994, com um prazo de 15 anos para a
total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países, estando aberto a todos os
Estados da América Central e do Sul.
O Tratado consolidou o intenso comércio regional no hemisfério norte do Continente
Americano, beneficiando grandemente à economia mexicana, e aparece como resposta à
formação da União Europeia, ajudando a enfrentar a concorrência representada pela
economia japonesa e por este bloco econômico europeu.
O bloco econômico do NAFTA abriga uma população de 418 milhões de habitantes,
produzindo um PIB de US$ 11.405,2 trilhões, que gera US$ 1.510,1 trilhão de exportações
e US$ 1.837,1 trilhão de importações. (Fonte: Banco Mundial)

O QUE É O NAFTA

O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) é um termo que envolve


os países da América do Norte (Estados Unidos, México e Canadá) e tem o Chile como
associado, que objetiva a aproximação econômica desses países em busca de melhora mútua
entre os mesmos. Esse Acordo trabalha com a política de comércio entre esses países, tendo
taxas menores.
O NAFTA funciona como um tratado que visa diminuir barreiras comerciais, mas elas
não passam por cima das leis internas de cada país. Esse bloco econômico deu fim às barreiras
alfandegárias para a melhor circulação de mercadorias entre os países participantes do bloco,
além de unir interesses e a mútua proteção deles.

OBJETIVOS

Em conformidade com o texto legal do Tratado estabelecido entre Canadá, Estados


Unidos e México, os objetivos do NAFTA são:
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Artigo 102: Objetivos


1. Os objetivos do presente Acordo, como se explica mais especificamente através dos
seus princípios e regras, incluindo o tratamento nacional, nação mais favorecida e
transparência são os seguintes:
(A) eliminar as barreiras ao comércio e facilitar a circulação de mercadorias e serviços
entre os territórios das Partes;
(B) promover condições de concorrência leal na área de livre comércio;
(C) aumentar substancialmente as oportunidades de investimento nos territórios das
Partes;
(D) proteção e aplicação, adequada e eficaz, os direitos de propriedade intelectual no
território de cada parte;
(E) criar procedimentos eficazes para a implementação e execução do presente Acordo,
para sua administração conjunta e para a resolução de litígios; e
(F) estabelecer um marco para aprofundar a cooperação trilateral, regional e multilateral
para expandir e ampliar os benefícios do presente Acordo.

ESTRUTURA

A estrutura organizacional do NAFTA é composta pela Comissão de Comércio Livre,


que inclui como representantes Ministros do Comércio dos três países participantes. A
Comissão acompanha a aplicação e desenvolvimento do acordo e ajuda a resolver litígios
decorrentes da interpretação do acordo. Ele também supervisiona o trabalho de mais de 30
comissões e grupos de trabalho do NAFTA.
Os ministros concordaram que a Comissão atuaria auxiliando o Secretariado de
Coordenação do NAFTA (NCS), servindo como arquivo oficial dos trabalhos do NAFTA e
agindo como secretariado para o funcionamento da Comissão.

CRÍTICAS AO BLOCO

O Tratado nunca foi unanimidade em nenhum dos três países. Até hoje, existem
parcelas da população e do governo que questionam alguns pontos específicos do tratado e se
ele é realmente vantajoso para todos os participantes do bloco. Setores do México, que é a
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economia mais fraca dos três países envolvidos no tratado, como os fazendeiros e de uniões
trabalhistas, são contra o NAFTA. As uniões trabalhistas, pela perda de influência que elas
tiveram nos centros urbanos do México e os fazendeiros, pela pressão que os Estados Unidos
fazem em relação a preços dos produtos agrícolas mexicanos. Contrários ao NAFTA diziam
que o acordo transformaria o México numa “colônia” dos Estados Unidos.
O Canadá também teve problemas com revoltas contra o NAFTA, especialmente
depois dos Estados Unidos se recusarem a cumprir cláusulas do tratado no que diz respeito às
medidas antidumping (medida para proteção de empresas que praticam dumping, uma prática
ilegal, que prejudica o comércio do país que importa produtos dessa empresa) e também pela
taxa de contervailing. Cogitou-se até a possibilidade do Canadá vetar a importação de
algumas formas de energia para os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, temeu-se que esse acordo poderia causa desemprego no país por
conta da migração de empresas para outros países, motivadas pela mão de obra barata. A
votação no Senado e no Congresso americano foi em favor do NAFTA, mas ganhou de uma
maneira “apertada”, o que mostra que não era, e ainda não é, uma unanimidade no país.
Alguns dos efeitos sentidos foram a maior concentração de capital no México, um
número maior de empresas dos Estados Unidos e do Canadá entraram no país para aproveitar
a mão de obra barata, houve um aumento substancial de migração ilegal de mexicanos para os
Estados Unidos e as tarifas de exportação ainda não foram retiradas de todos os produtos, por
insegurança de seus participantes.
O meio ambiente também é uma questão de extrema relevância aos críticos do
Acordo. A degradação deste gerou aumento considerável de doenças em adultos e de
deficiências em recém-nascidos. “Ao longo da fronteira, a incidência de algumas doenças,
entre elas a hepatite, é duas ou três vezes mais elevada do que a média nacional” garante a
Global Trade Watch, umas das mais renomadas ONGs do mundo. E pelas normas do Nafta, o
governo mexicano não tem poderes para adotar medidas de preservação ambiental – já que
estas são consideradas obstáculos aos investimentos.
O NAFTA é visto como um Bloco Econômico que tem mercado e potencial para
crescer e concorrer de forma igualitária com os outros blocos econômicos como a União
Europeia.
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CONCLUSÃO

A importância da globalização pode ser vista não somente na produção e nos


mercados, como também no conhecimento e na tecnologia. As análises dos vários blocos
existentes apontam para uma tendência natural à formação de oligopólios de diversos fatores
de produção.
Para que o processo de integração entre as regiões da América Latina alcance o êxito,
é de suma importância que haja uma maior participação dos diversos segmentos da sociedade
(iniciativa privada, poderes legislativos federal, estadual e municipal, organizações de classe,
ONG’s, universidades, etc) de cada país de um modo geral.
Partindo do princípio que o processo de integração não compreende apenas as esferas
comerciais e econômicas, os aspectos sociais, políticos, culturais e outros também devem ser
considerados e discutidos mais amplamente de modo que se alcance novos rumos para os
setores produtivos afetados pela integração.
O que podemos observar com o NAFTA é que a grande desigualdade socioeconômica
entre México e os outros dois países integrantes do bloco é o maior entrave para a formação
de um mercado único como a União Europeia. O NAFTA trouxe grande avanço para os três
países em diversas áreas, porém é necessário que se crie políticas de igualdade entre os três
países, de modo a auxiliarmos o desenvolvimento socioeconômico e na infraestrutura do
México, além de proporcionar uma disputa comercial igualitária entre ambos os membros.

REFERÊNCIAS

Tratado de Livre Comércio da América do Norte - Secretariado do NAFTA. Publicado em


[https://www.nafta-sec-alena.org/Inicio/Textos-juridicos/Tratado-de-Libre-Comercio-de-
Am%C3%A9rica-del-Norte?mvid=1&secid=5a1b5f25-8904-4553-bf16-fef94186749e#102
]

BRANCO, S.M. O Meio Ambiente em Debate. São Paulo: Ed. Moderna, 2004.

BIZ, Osvaldo (2004). O México e o NAFTA: negociação de igualdade entre desiguais?In:


Revista da ADPPUCRS - Porto Alegre.
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HUCK, Hermes Marcelo. O Modelo NAFTA. In: Revista do Centro de Estudos Judiciários do
Conselho da Justiça Federal, Brasília: Vol. 1, N.º 2.

ZAPATA, Francisco. Estado, Sociedade e Integração Regional: Livre Comércio e


Reestruturação da América Latina. In: Contexto Internacional, Rio de Janeiro: PUC-RJ, Vol.
17-2.

http://blocos-economicos.info/nafta.html - (Fonte digital)

http://www.camara.leg.br/mercosul/blocos/NAFTA.htm - (Fonte digital)

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