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Blocos Econômicos

NAFTA: O NAFTA (North American Free Trade Área) é uma zona de livre comércio
entre os países da América do Norte: Estados Unidos, Canadá e México. No caso de
formação de uma união aduaneira hemisférica em 2005 (ALCA) os países do NAFTA
também serão incluídos nela, tanto que já participam das negociações. Decorridos
pouco mais de cinco anos de sua implementação, o intercâmbio comercial entre os
países aumentou o que significa o aumento do saldo de suas balanças comerciais,
especialmente no caso do México.

Muitas empresas instalaram-se no México, quase na fronteira com os Estados Unidos.


Na verdade, os bens ali produzidos, em sua maior parte, são destinados aos Estados
Unidos mas se torna mais vantajoso produzir no México em face do valor mais baixo
da mão de obra ao compararmos com o custo da mão de obra americana.
Para o México há com o tratado, uma busca de atração aos capitais estrangeiros,
porém, os mesmos ainda não tem sido suficientes para manter o nível de
investimentos. Como o México não tem tratamento diferenciado por ser o país
economicamente menos desenvolvido, é com este aumento do nível dos investimentos
que o país espera ganhar. É de se observar que de um lado temos Estados Unidos e
Canadá e de outro, o México. Isto é preocupante para alguns especialistas no sentido
de que o México ou qualquer outro país em desenvolvimento que venha a ingressar no
NAFTA pode sofrer muito se não se fizerem os ajustes necessários especialmente nas
áreas mais sensíveis.

Com a criação do NAFTA ficou evidenciado que a maior parte do comércio dos EUA é
feito com os outros dois países integrantes da zona de livre comércio e a maior parte
dos produtos transacionados entre eles estão isentos de tarifas.
Os Estados Unidos estão empenhados na criação de uma zona de livre comércio
englobando todo o continente americano, com isto surgiram as primeiras tratativas da
ALCA. Mas, assim como os EUA estão interessados na criação da ALCA também
estão atentos ao crescimento do NAFTA e a inclusão de outros países neste tratado,
ampliando-o então para todos os países das Américas. Claro está que muitos países
estão interessados na ampliação de seus negócios com os Estados Unidos e México.
O Brasil, recentemente, assinou um acordo referente ao regime automotivo com o
México do qual os outros países do MERCOSUL não fizeram parte. Em um segundo
momento este acordo poderá ser estendido aos outros países do MERCOSUL, mas
quando de seu fechamento o mesmo deu-se apenas entre Brasil e México.
O NAFTA foi criado apenas para ser uma zona de livre comércio. Não se está
buscando a criação de um mercado comum ou simplesmente de uma união aduaneira.
Por isso faz-se necessário distinguir que, enquanto o MERCOSUL busca o seu
aprofundamento e a criação de um mercado comum, o NAFTA nem terá tarifa externa
comum ou uma política macroeconômica comum, resumindo-se ou reduzindo-se
apenas a um acordo comercial.

Como já ressaltamos o NAFTA trouxe inúmeros benefícios no âmbito comercial,


porém, isto não exclui que em outras áreas como trabalho, meio ambiente, padrão de
vida, direitos humanos, sejam criadas políticas para que se consiga resolver estes
problemas e não aprofundá-los aumentando a distância entre os países.
Muitos entendem conveniente o MERCOSUL ou mesmo o Brasil aderirem ao NAFTA.
Do ponto de vista daqueles que defendem esta adesão, encontram-se os que
defendem o fato de que haverá uma maior abertura comercial, especialmente dos
Estados Unidos, sem contar com a qualidade superior da parceria tecnológica. Por
outro lado, há outra visão no sentido de que as concessões a serem feitas seriam bem
maiores por parte do Brasil do que os ganhos que decorreriam de eventual parceria
devido ao fato da evidente superioridade econômica, comercial e política americana.
O NAFTA foi criado entre parceiros de uma mesma região, reforçando os laços
econômicos e comerciais de países que são unidos geograficamente, países que já
possuem uma interdependência funcional em razão de sua localização, unem-se
visando a integração.

Tornar o dólar a moeda única nas transações comerciais entre os parceiros do NAFTA,
encontra sérias resistências da sociedade mexicana e até de certos setores do
governo onde há o temor da perda da identidade nacional.
Até 2010 o processo de integração deverá estar completo em que pese o México estar
mais atrelado aos Estados Unidos que o Canadá. Os déficits que caracterizam este
processo têm dificultado o alcance do bem-estar da maioria da população, ou seja, é
mister que se repense estes dados sob pena de estar sendo criado um processo de
exclusão da sociedade e dos atores sociais, sem que os ganhos comerciais
compensem tais perdas.

UE
A União Européia é resultado de uma tentativa bem sucedida da segunda metade do
século XX. Mas tudo começou em 1951, quando seis Nações devastadas pela guerra
decidiram unir suas matérias-primas industriais de carvão e de aço para evitar a guerra
entre elas. A Constituição de base desta Comunidade, o Tratado de Roma, entrou em
vigor em 1958. O PIB (Produto interno bruto) da União Européia é de US$ 6,5 trilhões. A
população é de 370 milhões de habitantes. A UE é formada por 15 países mas apenas 11
adotaram à moeda única, o euro: França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal,
Luxemburgo, Áustria, Grécia, Bélgica, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Dinamarca, Suécia e
Finlândia. A união monetária foi aprovada pelo Tratado de Maastricht, em 1991.

União Européia – MERCOSUL

No plano extra-hemisférico, o MERCOSUL confere especial relevância e prioridade aos


entendimentos com a União Européia, seu principal parceiro comercial. Em 15 de
dezembro de 1995, o MERCOSUL e a União Européia assinaram, em Madri, o "Acordo-
Quadro Inter-Regional de Cooperação Econômica e Comercial". De natureza ampla e
aberta, o Acordo contempla objetivos de aproximação e cooperação nas mais variadas
áreas, como comércio, meio-ambiente, transportes, ciência e tecnologia e combate ao
narcotráfico. Institui, igualmente, mecanismo de diálogo político entre os dois
agrupamentos. Em sua vertente econômica, tem como objetivos "o aprofundamento das
relações entre as Partes e a preparação das condições para a criação de uma Associação
Inter-regional" (art.2º). Atualmente, como parte da implementação do Acordo, MERCOSUL
e UE estão realizando uma avaliação dos fluxos comerciais recíprocos e das legislações
em cada lado nas áreas de bens, serviços e normas e disciplinas comerciais. Esta
"fotografia" do relacionamento constitui requisito técnico para que, eventualmente, sejam
lançadas, no futuro, negociações sobre liberalização comercial.

Mercosul

O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) é um processo de integração econômica entre


Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai constituído em 26 de março de 1991, com a
assinatura do Tratado de Assunção. Evoluiu a partir do programa de aproximação
econômica entre Brasil e Argentina de meados dos anos 80 e tem dois grandes pilares: a
democratização política e a liberalização econômico-comercial.

Os processos de integração classificam-se em diversos tipos, segundo o grau de


profundidade dos vínculos que se criam entre os países envolvidos. Temos primeiro a
chamada Zona de Preferência Tarifária, que assegura níveis tarifários preferenciais para o
conjunto de países que pertencem à Zona. Um segundo modelo é a Zona de Livre
Comércio, que consiste na eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias que que
incidem sobre o comércio entre dois ou mais países. Em terceiro há a União Aduaneira,
que é uma ZLC dotada também de uma Tarifa Externa Comum, ou seja, um único
conjunto de tarifas para as importações provenientes de países não-pertencentes ao
bloco. O quarto tipo de integração é o Mercado Comum, em que circulam livremente não
só bens, mas também serviços e os fatores de produção - capitais e mão-de-obra. O
Mercado Comum pressupõe ainda a coordenação de políticas macroeconômicas.

Dentro da classificação acima, o MERCOSUL é, desde 1 de janeiro de 1995, uma União


Aduaneira. Ou melhor, é um projeto de construção de um Mercado Comum cuja execução
se encontra na fase de União Aduaneira.

Os objetivos do MERCOSUL são: a) eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias no


comércio entre os países membros; b) adoção de uma TEC; c) coordenação de políticas
macroeconômicas; d) livre comércio de serviços; e) livre circulação de mão-de-obra; f)
livre circulação de capitais.

Segundo o Protocolo de Ouro Preto, de 17 de dezembro de 1994, a estrutura institucional


básica do MERCOSUL é a seguinte: a) Conselho do Mercado Comum - instância decisória
máxima, composto pelos Ministros das Relações Exteriores e da Economia e, duas vezes
por ano, também pelos Presidentes da República dos países membros; b) Grupo Mercado
Comum - principal órgão negociador e executivo do MERCOSUL; c) Comissão de
Comércio - órgão técnico encarregado de administrar os instrumentos da política
comercial comum (verificar sua correta aplicação, propor ajustes examinar pleitos
nacionais relacionados a casos comerciais específicos); d) Comissão Parlamentar
Conjunta - composta por 16 parlamentares de cada país, tem a função de buscar acelerar
os procedimentos legislativos necessários para a entrada em vigor, em cada país, das
normas do MERCOSUL e auxiliar o processo de harmonização de legislações; e) Foro
Consultivo Econômico e Social - reúne representantes empresariais e sindicais, bem como
entidades da sociedade civil, para discussão de temas vinculados ao MERCOSUL e
formulação de propostas específicas.

Há, ainda, órgãos temáticos no MERCOSUL, como as Reuniões de Ministros de áreas


específicas, os Subgrupos de Trabalho e os Grupos ad hoc de assessoria técnica ao
GMC, e o Comitê de Cooperação Técnica.

O Protocolo de Ouro Preto também dotou o MERCOSUL de personalidade jurídica


internacional, habilitando o CMC a firmar acordos com outros países em nome do
MERCOSUL, o que já foi feito com o Chile, com a Bolívia e com a União Européia.

O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, adotado em 1991 pelo Protocolo


de Brasília, permite julgar alegações de incumprimento das normas do MERCOSUL feitas
por um Governo contra outro Governo, ou por um agente privado, que acionará seu
Governo o qual por sua vez levará o caso ao Governo do país objeto da reclamação - se
considerar a demanda justificada.
O MERCOSUL vem sendo um êxito comercial inegável. Em 1991, o intercâmbio comercial
intra-Mercosul alcançava US$ 5,3 bilhões. Em 1996, este intercâmbio já era de US$ 16
bilhões. Dentro desses números globais, o comércio com a Argentina avançou de US$ 3
bilhões em 1991 para quase US$ 12 bilhões em 1996, tornando a Argentina o segundo
principal mercado individual para as exportações brasileiras (US$ 5,2 bilhões em 1996, ou
cerca de 11% do total das exportações brasileiras), perdendo apenas para os Estados
Unidos

ALCA – Área de Livre Comércio das Américas - É a Área de Livre Comércio das Américas
(Free Trade Area of the Americas), reunindo 34 países e um mercado de 783 milhões de
pessoas e US$ 11,485 trilhões de PIB. O projeto foi lançado durante a Cúpula das
Américas em Miami, em 1994, representando o mais ambicioso acordo econômico da
história mundial. Com o fim da Guerra Fria ocorreu a aceleração do processo de
globalização, com a conseqüente ampliação das trocas e do comércio internacional. Foi
neste contesto que o governo dos EUA lançou em 1990 o plano denominado "Iniciativa
para as Américas", que prepararia as condições para a criação de uma área de livre
comércio do Alaska à Terra do Fogo.

Tabela: Histórico de Atividades do ALCA

Miami. Assinatura pelos 34 presidentes, exceto Cuba, do compromisso de finalizar até


1994
2005 as negociações para formação da área. Aprovadas Declaração de princípios e Plano
de ação.

1995 1º encontro dos Ministros de Comércio dos 34 países, em Denver, EUA. São criados 7
grupos de trabalho, origem dos 9 existentes atualmente.

Primeiro Fórum de Negócios das Américas, em Cartagena, Colômbia. Setor privado discute
1996
interesses das empresas. No Brasil, esse trabalho é acompanhado pela Coalizão
Empresarial Brasileira e CNI.

Ministros do Comércio aprovam o single undertaking, ou seja, a Alca só será assinada


1997
quando todos os pontos estiverem acordados. Mecanismo impede que um país aprove
apenas itens do seu interesse e adie o restante dos acertos.
1998
4º Encontro dos Ministros do Comércio em San José, Costa Rica. Assinada a Declaração
março
de São José, na qual os países se comprometem com a liberalização do comércio.
2ª Cúpula das Américas, em Santiago, Chile. Criados 9 grupos de negociação: acesso a
1998
mercados, investimentos, serviços, compras governamentais, solução de controvérsia,
abril
agricultura, direitos de propriedade intelectual, subsídios, antidumping e medidas
compensatórias, política de concorrência.

2001 Reunião em Buenos Aires. Definido prazo para fim das negociações como janeiro de 2005
abril e início da Alca para janeiro de 2006. A negociação sobre tarifas (acesso a mercados)
começará em maio de 2002.
2001
Reunião de Quebec, no Canadá, durante a III Cúpula das Américas. Presidentes deverão
abril
referendar as decisões de Buenos Aires.

CAN

Os antecedentes da CAN remontam a 1969, quando um grupo de países andinos


assinaram o Acordo de Cartagena, também conhecido como Pacto Andino, com o
propósito de estabelecer uma união aduaneira no prazo de dez anos.

De uma concepção original de integração fechada, segundo o modelo de substituição de


importações, a Comunidade Andina evoluiu nos anos 90 para um esquema de
regionalismo aberto.

A intervenção direta dos Presidentes na condução do processo integracionista da CAN


segundo o modelo de regionalismo aberto permitiu a liberalização do comércio de bens
intrazona, a adoção de uma tarifa externa comum e a harmonização de instrumentos e
políticas de comércio exterior.

O avanço da integração na CAN e mudanças no contexto econômico internacional


levaram à introdução de reformas institucionais e programáticas do Acordo de Cartagena,
mediante o Protocolo de Trujillo e o de Sucre, respectivamente.

Dentre essas reformas, destaca-se a institucionalização da CAN, a criação do Sistema


Andino de Integração e a ampliação do processo integracionista para além do puramente
econômico-comercial.
Em 1997, a CAN iniciou suas atividades, com uma Secretaria-Geral de caráter executivo,
com sede em Lima. Foi criado também o Conselho Presidencial Andino e o Conselho de
Ministros de Relações Exteriores, como órgãos políticos.

ALADI

A Aladi é constituída por três órgãos políticos - Conselho de Ministros de Relações


Exteriores; Conferência de Avaliação e Convergência; e Comitê de Representantes - e um
órgão técnico - Secretaria-Geral.

Os países membros fundadores da Aladi, que assinaram o Tratado de Montevideo de


1980, são: Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru,
Uruguai e Venezuela.

Em 1999, Cuba foi aceita como país membro pleno.

Pode ser membro da Aladi qualquer país latino-americano cuja solicitação de ingresso
seja aprovada pelo Conselho de Ministros, por votação afirmativa de dois terços dos
países membros e sem nenhum voto negativo.

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