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Mercosul

O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado em 1991,


por meio do Tratado de Assunção(Paraguai), pelos se-
guintes países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Os
objetivos principais desse acordo são integrar os países-
membros por meio da livre circulação de bens e serviços e
estabelecer uma tarifa externa e uma política comercial
comuns.

Atualmente, participam como membros plenos do


Mercosul: Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e
Venezuela; e como membros associados: Colômbia, Equa-
dor, Peru, Chile, Guiana e Suriname. Apesar de esse
tratado ter sido criado apenas em 1991, as primeiras
reuniões para a formação do Mercosul iniciaram-se na
década de 80 do século XX, quando o Brasil e a Argentina
assinaram vários acordos comerciais com o objetivo de
promover a integração entre ambos.
No ano de 1995, foi instalada a zona de livre comércio,
que consiste na eliminação de todas as barreiras tarifárias
que incidem sobre o comércio entre os países-membros.
Essa medida permitiu que aproximadamente 90% das
mercadorias produzidas nos países do grupo pudessem ser
comercializadas sem tarifas comerciais. Alguns produtos,
como carnes, não entraram
nesse acordo, pois possuem
tarifação especial em razão
de serem considerados
estratégicos ou por
aguardarem legislação
comercial específica.
Objetivos: Criar um mercado
comum com livre circulação
de bens, serviços e fatores
produtivos; adotar uma
política externa comum; coordenar posições conjuntas em
foros internacionais; coordenar políticas macroeconômicas
e setoriais; e harmonizar legislações nacionais, com vistas
a uma maior integração. Ampliar as possibilidades para que
os países aumentem sua produtividade, Na linguagem
econômica, isso se chama de “economia de escala”.
Ela permite que se conquiste maior competitividade no
comércio internacional pelo aumento da produção de bens;

Organização: O Mercosul possui uma estrutura orgânica


intergovernamental (não há órgãos supranacionais),
havendo, contudo, uma Presidência Pro Tempore, exercida
por sistema de rodízio semestral. As decisões do Mercosul
são sempre tomadas por consenso. O acordo não
representa uma ação diplomática isolada, mas o resultado
de um longo processo de aproximação entre os países-
membros.

Histórico
A criação do MERCOSUL, objetivo definido pelo Tratado de
Assunção, de 26/03/91, e reafirmado pelo Protocolo de
Ouro Preto, de 17/12/94, não apresenta uma ação
diplomática isolada, mas sim o resultado de um longo
processo de aproximação entre Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai.

Durante a década de 1970, obstáculos de natureza política


e econômica inviabilizaram o aprofundamento do processo
de integração na América Latina. O diferença relativa ao
aproveitamento dos recursos hídricos da Bacia do Prata,
por exemplo, opôs os dois maiores países da região -Brasil
e Argentina- durante anos, e somente foi superado no final
da década de 70.
Na década de 40 foi criada a CEPAL – Comissão
Econômica para a América Latina, mas foi na década de 60
que ocorreu a primeira tentativa da criação de um Mercado
Comum Latino-Americano, com a assinatura do Tratado de
Montevidéu, quando surgiu a ALALC (Associação Latino
Americana de Livre Comércio). O Tratado que instituiu a
ALALC, porém, ficou superado, pois faltavam instrumentos
adequados para concretizar a integração.

Foi a criação da ALADI, em substituição à ALALC


(Associação Latino-Americana de Livre Comércio), em
1980, que gerou as condições necessárias à promoção, em
bases mais realistas, do aprofundamento do processo de
integração latino-americana. A extinção da “cláusula de
nação mais favorecida regional”, adotada pela ALALC,
permitiu a outorga de preferências tarifárias entre dois ou
mais países da ALADI, sem a extensão automática das
mesmas a todos os membros da Associação, o que
viabilizou o surgimento de esquemas sub-regionais de
integração, como o MERCOSUL.

A integração Brasil-Argentina, antecedente imediato do


MERCOSUL, foi impulsionada por três fatores principais:

1. a superação das divergências geopolíticas bilaterais;


2. o retorno à plenitude do regime democrático nos dois
países; e
3. a crise do sistema econômico internacional.
Primeiro de uma série de acordos bilaterais que
precederiam o MERCOSUL, a “Declaração de Iguaçu”,
firmada pelos Presidentes Sarney e Alfonsin em 30/11/85,
buscava acelerar a integração dos dois países em diversas
áreas (técnica, econômica, financeira, comercial, etc.) e
estabelecia as bases para a cooperação no campo do uso
pacífico da energia nuclear.

Em 20 de julho de 1986, foi assinada a “Ata de Integração


Brasileiro-Argentina”, que estabeleceu os princípios
fundamentais do “Programa de Integração e Cooperação
Econômica” – PICE. O objetivo do PICE foi o de propiciar a
formação de um espaço econômico comum por meio da
abertura seletiva dos mercados brasileiro e argentino. O
processo de integração brasileiro-argentino evoluiu, em
1988, para a assinatura do “Tratado de Integração,
Cooperação e Desenvolvimento”, cujo objetivo era
constituir, no prazo máximo de dez anos, um espaço
econômico comum por meio da liberalização integral do
comércio recíproco. O Tratado previa a eliminação de todos
os obstáculos tarifários e não-tarifários ao comércio de
bens e serviços. Foram assinados 24 Protocolos em
diversas áreas, sendo que os de natureza comercial foram
posteriormente consolidados em um único instrumento: o
Acordo de Complementação Econômica nº 14, da ALADI.

Diante de um panorama de crescente marginalização


econômica, política e estratégica, causada sobretudo pelas
mudanças na estrutura e no funcionamento do sistema
econômico mundial, e em face de uma evidente perda de
espaço comercial, de redução do fluxo de investimentos e
de dificuldades de acesso a tecnologias de ponta, Brasil e
Argentina viram-se diante da necessidade de redefinirem
sua inserção internacional e regional. Dentro dessa nova
estratégia, a integração passa a ter papel importante na
criação de comércio, na obtenção de maior eficiência com
vista à competição no mercado internacional e na própria
transformação dos sistemas produtivos nacionais.

Em 06 de julho de 1990, Brasil e Argentina firmam a “Ata


de Buenos Aires”, mediante a qual fixam a data de
31/12/94 para a conformação definitiva de um Mercado
Comum entre os dois países. Em agosto de 1990, Paraguai
e Uruguai são convidados a incorporar-se ao processo
integracionista, tendo em vista a densidade dos laços
econômicos e políticos que os unem a Brasil e Argentina.
Como conseqüência, é assinado, em 26 de março de 1991,
o “Tratado de Assunção para Constituição do Mercado
Comum do Sul”.
Conclusão
O MERCOSUL é hoje uma marca de sucesso. Prova disso
é a sua extensa agenda externa, que demonstra o
interesse que o bloco tem despertado em países e
agrupamentos regionais em todo o mundo.

Como entidade dotada de personalidade jurídica,


reconhecimento no Protocolo de Ouro Preto, o
MERCOSUL está apto a negociar acordos com terceiros
países, grupos de países ou organismos internacionais. O
êxito econômico-comercial da integração e o status de
entidade dotada de personalidade jurídica garantem ao
MERCOSUL a condição de parceiro atrativo para os
principais atores econômicos mundiais. O Tratado de
Assunção estabeleceu a possibilidade de que outros
países membros da ALADI venham a integrar o
MERCOSUL.

Nos últimos anos o Mercosul tem buscado, intensamente,


sua expansão horizontal, por meio da celebração de
acordos de livre comércio com todos os países latino-
americanos membros da ALADI. Com isso tem ampliado as
dimensões dos mercados nacionais; aproveita vantagens
comparativas em âmbito regional; restaura condições de
competitividade em mercados da região que participam de
outros esquemas de integração e consolida laços políticos
com os vizinhos no continente, interesse sobretudo do
Brasil, dada a sua dupla condição de país platino e
amazônico.

No plano extra-hemisférico, o Mercosul confere especial


relevância e prioridade aos entendimentos com a União
Européia, seu principal parceiro comercial. Em 15 de
dezembro de 1995, o Mercosul e a União Européia
assinaram, em Madri, o “Acordo-Quadro Inter-Regional de
Cooperação Econômica e Comercial”. O Acordo contempla
objetivos de aproximação e cooperação nas mais variadas
áreas, como comércio, meio-ambiente, transportes, ciência
e tecnologia e combate ao narcotráfico. Institui, igualmente,
mecanismo de diálogo político entre os dois agrupamentos.
Ao contrário das experiências anteriores, desta vez a
integração deixou os gabinetes e consolidou-se com
negócios. Mais de 300 empresas brasileiras estão
investindo na argentina e o comércio regional deu um salto.

Os blocos econômicos ampliam as possibilidades para que


os países aumentem sua produtividade, na linguagem
econômica, isso se chama de “economia de escala”
permite que se conquiste maior competitividade no
comércio internacional pelo aumento da produção de bens.
O ganho de musculatura do mercosul, aliás, interessa não
apenas pelos seus impactos sobre a própria economia
regional, um mercosul fortalecido mostra-se estratégico
para os países da região enfrentarem os grandes blocos.
Dessa forma, fica cada vez mais clara a necessidade dos
países assinarem acordos internacionais que os obriguem
praticar a “boa política econômico .

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