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LUIZ

A ideia do bloco econômico veio com o fim da segunda guerra mundial. Em 1960
surgiu o ALALC (Associação Latino-Americana de Livre-Comércio) que unia os países da
América do Sul e visava promover uma rápida industrialização nos países membros. O
grande atrativo era uma zona de livre comércio ( local que permite restringir taxas de
circulação de produto), mas no ano de 1980 o projeto foi abandonado por entregar um
maior favorecimento aos países mais ricos do bloco, como Brasil e Argentina, neste
mesmo ano iniciou o ALADI, que promovia uma região aduaneira ( região em que é
empregada uma tarifa externa comum). Em 1991 finalmente temos o Mercosul, ele
veio com um contexto político de pós guerra fria onde o recado para o mundo era que
o socialismo tinha fracassado, e a nova moda era o neoliberalismo, a globalização,
abertura econômica e a formação de blocos econômicos. Os países signatários eram
Brasil e Argentina, mas logo em seguida o Uruguai e Paraguai apresentam interesse em
entrar, caso que se repete com a Venezuela, que só conquista este direito em 2006, e
que perde em 2016 por violar a democracia.
Os objetivos do bloco é promover uma melhora na circulação de pessoas entre os
países envolvidos no bloco, uma coordenação conjunta nas políticas econômicas de
exportação e importação, uma circulação de produtos facilitada, e uma taxa fixa para
esta circulação entre os países.
O nível de integração econômica é uma zona de livre comércio, uma região aduaneira
e um mercado comum

- Países envolvidos signatários: Brasil; Argentina; Uruguai; Paraguai.


. Associados: Chile; Bolívia; Equador; Colômbia; Guiana; Peru; Suriname.
. Observadores: Mexico; Nova Zelândia; Israel; Egito; União Europeia.
( Países associados só tem direito a algumas regalias do bloco, e não tem direito ao
voto), (Países observadores só podem participar de congressos, e observar o
andamento do bloco).

MIKE
Na prática, muitos cientistas sociais acreditam que o Mercosul sequer pode ser
chamado de “Bloco Econômico”. A tese sustentada pelos pesquisadores defende que
um bloco prevê, no mínimo, a livre circulação de mercadorias entre os países
membros, o que não é realidade quando falamos de Brasil, Paraguai, Uruguai e
Argentina. Vários são os fatores que contribuem para esse cenário, podemos destacar
as diferenças geopolíticas entres as nações, a presidência é ocupada por líderes com
ideais e promessas diferentes. Na Argentina, o governo de esquerda não simpatiza
com o liberalismo do Uruguai, o presidente do Paraguai, por sua vez, tenta apagar o
histórico pró ditadura de seu pai enquanto o líder brasileiro enaltece figuras como
Ustra e propaga um discurso antidemocrático.
Inclusive, um pouquinho mais de 1 mês atrás aconteceu uma reunião com os líderes
dos países membros para celebrar os 30 anos do Mercosul, o encontro estava
acabando, muitas pessoas já haviam saído da chamada quando o presidente do
Uruguai enalteceu as ideias do liberalismo e comentou sobre redução de taxas e
modernização da economia, o Alberto Fernández, presidente da Argentina respondeu
com um “não”, e reforçou sua vontade de proteger o mercado interno aumentando as
taxas. É um exemplo dos conflitos internos dentro do bloco.
Além disso, a figura do Brasil como uma economia imperialista assusta os países
menores pertencentes ao bloco, e as respostas são sobretaxas em produtos brasileiros
e a rejeição de maior abertura econômica conosco. É claro que o Mercosul não é um
bloco fraco, se os países membros representassem uma única nação, seríamos a 6º
maior economia mundial. Acontece que as várias desavenças não contribuem para o
fortalecimento desse acordo, o Uruguai, por exemplo, ameaçou sair do bloco quando
teve que rejeitar um acordo de abertura econômica com os EUA, já que, dentre os
vários pormenores dos acordos diplomáticos, encontram-se censuras aos acordos
bilaterais com membros do bloco, em suma, ou os EUA firmam um acordo com o
Mercosul, ou devem desistir de estabelecer tratados com um dos quatro países
individualmente.

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