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PIRLA - PORTUGUÊS, RACIOCÍNIO LOGICO, INFORMATICA E

ATUALIDADES
Disciplina: Atualidades
Prof.: Rodrigo Brabati
Data: 09.05.2009
Aula n° 1

MATERIAL DE APOIO - PROFESSOR

I - POLÍTICA – MUNDO

A Globalização e a Nova Ordem Mundial

A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural,


política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do
século XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de
formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos)
cujos mercados internos já estão saturados. O processo de Globalização diz respeito à forma como os
países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos
econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é
possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de
atuação para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital
financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se como
conseqüência o aumento acirrado da concorrência. A globalização é um fenômeno capitalista e complexo
que começou na época dos Descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Mas
o seu conteúdo passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a
globalização como resultado do pós Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução
Tecnológica. Sua origem pode ser traçada do período mercantilista iniciado aproximadamente no século
XV e durando até o século XVIII, com a queda dos custos de transporte marítimo, e aumento da
complexidade das relações políticas européias durante o período. Este período viu grande aumento no
fluxo de força de trabalho entre os países e continentes, particularmente nas novas colônias européias.
É tido como inicio da globalização moderna o fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade de impedir
que uma mostruosidade como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações vitoriosas da
guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma importância para o
futuro da humanidade a criação de mecanismos diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais
as nações uma das outras. Deste consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o conceito de
bloco econômico pouco após isso com a fundação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço - CECA.
A necessidade de expandir seus mercados levou as nações a aos poucos começarem a se abrir para
produtos de outros países, marcando o crescimento da ideologia econômica do liberalismo. Atualmente
os grandes beneficiários da globalização são os grandes países emergentes, especialmente o BRIC, com
grandes economias de exportação, grande mercado interno e cada vez maior presença mundial. Antes
do BRIC, outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a exportação para obter rápido
crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiáticos na década de 1980 e Japão na década
de 1970.
A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não
direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar sua
origem e seu impacto no mundo atual. A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de
globalização desde o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo
histórico a que se denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e
da interpretação) do colapso do bloco socialista e o conseqüente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991),
do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim
da Segunda Guerra Mundial. No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o
movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural
ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do processo expansionista
americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com
a imposição (forçosa ou não) dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e
individualismo) e econômico (abertura de mercados e livre competição). Vale ressaltar que este projeto

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não é uma criação exclusiva do estado norte-americano e que tampouco atende exclusivamente aos
interesses deste mas também é um projeto das empresas, em especial das grandes empresas
transnacionais, e governos do mundo inteiro. Neste ponta surge a interelação entre a Globalização e o
Consenso de Washington.
A Nova Ordem Mundial é um conceito sócio-econômico-político que faz referência ao contexto histórico
do mundo pós-Guerra Fria. A expressão foi pela primeira vez usada pelo presidente norte-americano
Ronald Reagan na década de 1980, referindo-se ao processo de queda da União Soviética e ao rearranjo
geopolítico das potências mundiais. A Nova Ordem Mundial foi a denominação que o presidente Bush
deu a ordem multipolar, onde novos pólos econômicos estavam surgindo, entre eles, Japão, China,
Rússia e União Européia. Quando deu início a nova ordem mundial, a rivalidade entre os sistemas
econômicos opostos, a classificação dos países em 1º, 2º e 3º mundo e a ordem bipolar, EUA e URSS,
deixaram de existir. O termo Nova Ordem Mundial tem sido aplicado de forma abrangente, dependendo
do contexto histórico, mas de um modo geral, pode ser definido como a designação que pretende
compreender uma radical alteração, e o surgimento de um novo equilíbrio, nas relações de poder entre
os estados na cena internacional. Em um contexto mais moderno, percebe-se muitas vezes esta
referência ser feita a respeito das novas formas de controle tecnológico das populações, num mundo
progressivamente globalizado, descrevendo assim um cenário que aponta para uma evolução no sentido
da perda de liberdades e um maior controle por entidades distantes, com o quebramento da autonomia
de países, grupos menores em geral, e indivíduos.

Colômbia anuncia libertação de Ingrid Betancourt – jul/08

O Exército colombiano anunciou em julho o resgate de Ingrid Betancourt, três norte-americanos e 11


militares que estavam em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), segundo
agências internacionais, que não forneceram mais detalhes sobre o resgate. Betancourt, de
nacionalidade franco-colombiana, era prisioneira da guerrilha colombiana desde 2002, quando fazia
campanha como candidata à Presidência do país.
Os três norte-americanos foram presos em fevereiro de 2003, quando realizavam uma missão aérea do
chamado Plano Colômbia nas selvas de Caquetá, ao sul do país. O ministro da Defesa, Juan Manuel
Santos, declarou que os quatro ex-prisioneiros estão em estado de saúde razoavelmente bom. O
resgate foi realizado em uma zona de floresta do departamento de Guaviare, no sudoeste da Colômbia,
de acordo com Santos.
"Seguiremos trabalhando na libertação dos demais seqüestrados. Fazemos um chamado aos atuais
líderes das Farc para que não matem, liberem os outros seqüestrados e não sacrifiquem seus homens",
declarou o ministro, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá.

Conflito entre a Rússia e a Geórgia – ago/08

Ainda não terminou por completo a guerra entre a Rússia e a Geórgia, iniciada em 8 de agosto. O
conflito ocorreu em função do projeto separatista da Ossétia do Sul e da Abkházia, mas está relacionado
a problemas étnicos e nacionais que datam da dissolução da União Soviética. Repete-se no Cáucaso o
que já havia acontecido nos Bálcãs, com a independência do Kosovo, em fevereiro de 2008, que estava
relacionada à dissolução da Iugoslávia. Por isso, para entender o conflito russo-georgiano, é necessário
levar em consideração outros eventos ocorridos anteriormente nessa região geográfica em que Europa e
Ásia se limitam. Em primeiro lugar, convém recordar o que era a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, uma federação criada em 1922, ao fim da guerra civil desencadeada pela Revolução Russa. A
Revolução implantou o socialismo no Império russo, que incluía a Rússia, a Ucrânia, a Bielorússia (atual
Belarus) e a Transcaucásia (Armênia, Azerbaijão e Geórgia). Gradualmente, a URSS chegou a abranger
15 repúblicas, até 1991 quando o regime socialista entrou em colapso. Ainda antes que isso
acontecesse, em 1989, a região da Ossétia do Sul havia declarado autonomia em relação à República

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Socialista Soviética da Geórgia, aproximando-se da Rússia, que dominava a União Soviética. Com a
dissolução da URSS, em 1991, a Geórgia tornou-se uma república independente. A Ossétia do Sul
procurou seguir pelo mesmo caminho, proclamando sua independência em relação à Geórgia. Disso
resultou uma guerra entre a Geórgia e a Ossétia do Sul que se estendeu até 1992. A Rússia
intermediou a paz entre as duas. A atuação russa, porém, estava condicionada por seus interesses
nacionais, que implicam intenções de transformar em área de influência russa tanto a Ossétia do Sul
quanto a própria Geórgia. No que se refere à Ossétia do Sul, a Rússia chegou a distribuir passaportes
russos para os ossetianos, de modo a poder declarar que sua intervenção na região tinha como objetivo
a proteção de cidadãos russos. Desde a presidência de Vladimir Putin, quando emergiu do caos posterior
ao colapso soviético e se tornou uma potência emergente, a Rússia anseia por retomar a posição
hegemônica que ocupou na Europa e no Cáucaso, nos tempos de URSS. A Geórgia, por sua vez,
caminhava no sentido contrário às ambições russas, particularmente a partir de 2004, com a eleição do
presidente Mikhail Saakashvili, que tentou levar o país à Otan (Organização do Tratado do Atlântico
Norte), além de se aproximar dos Estados Unidos, de modo a escapar ao poderio russo.
A proclamação de independência do Kosovo, em relação à Sérvia, foi a deixa que a Ossétia do Sul
esperava para retomar suas pretensões separatistas. Ao mesmo tempo, a tentativa georgiana de entrar
para a Otan foi a deixa que a Rússia esperava para apoiar a independência da Ossétia do Sul, baseada
também no fato de a região abrigar grande número de "cidadãos russos". No entanto, se o caldeirão
está fervendo há tanto tempo, o que levou a Geórgia a agir exatamente em agosto de 2008, mandando
suas tropas para a Ossétia do Sul? Um analista do jornal britânico "The Guardian", lembra que o
presidente Saakashvili está enfrentado uma crise econômica e uma fase de impopularidade. Com a
invasão da Ossétia do Sul, ele estaria resolvendo um problema nacional pendente há anos e conquistaria
o apoio popular, a pretexto de enfrentar o inimigo externo. Além disso, Saakashvili não contava com
uma reação do governo russo, certo de que Putin não teria coragem de enfrentar militarmente um aliado
dos Estados Unidos. Como se viu, estes reagiram duramente à ação georgiana, independentemente dos
protestos dos norte-americanos. A Rússia aceitou em 12 de agosto o cessar-fogo negociado pelo
presidente da França, Nicolas Sarkozy, em parte porque já atingiu seus objetivos, mostrando ao mundo
que está disposta a lutar para manter a hegemonia sobre a região. Cacife não lhe falta para isso: além
de riquezas provenientes do gás e do petróleo, a Rússia mantém quase um monopólio do fornecimento
de energia para a Europa. Conta ainda com um milhão de soldados, milhares de ogivas nucleares e o
terceiro maior orçamento militar do mundo. Desse modo, as tropas de Putin e seus aliados ossetianos
ainda não estão respeitando o cessar-fogo: atrocidades continuam sendo cometidas contra os
georgianos.

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Viúvo de Benazir Bhutto é o novo presidente do Paquistão – set/08

O líder do Partido Popular (PPP) e viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, Asif Zardari, é o novo
presidente do Paquistão, anunciou a comissão eleitoral. Os legisladores das Assembléias nacionais e
provinciais o elegeram em 06/09/08, após um pleito de cerca de seis horas. A eleição foi convocada
após renúncia de Pervez Musharraf ao cargo.
O ministro da Defesa, Sikandar Iqbal, disse que “Zardari vai trazer estabilidade para o Paquistão”.
Zardari concorria com o ex-chefe do Tribunal Supremo Saiduzuman Sidiqui, a opositora Liga
Muçulmana-N, do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e o senador Mushahid Hussain, que pertence à
Liga-Q, legenda que apoiou o regime de Musharraf. Após sofrer prisão, exílio e o desprezo dos
paquistaneses, que deram a ele a alcunha de "senhor 10%", Asif Ali Zardari, líder do Partido Popular do
Paquistão (PPP), conseguiu a maioria de votos necessária para se proclamar presidente. A força do PPP
e de seus aliados nas Assembléias do país, encarregadas da votação, transformaram Zardari em favorito
para suceder Pervez Musharraf.
Para chegar até aqui, Zardari não duvidou em abrir mão de seu principal parceiro após a vitória eleitoral
do PPP em fevereiro, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e afirmou que, para ele, os acordos entre os
dois não eram "sagrados como o Corão". A ruptura era previsível, já que Zardari passou quase 11 anos
na prisão por conta de acusações levantadas durante os Governos de Sharif, que lhe deram sua fama de
corrupto pelos supostos subornos que cobrava. Nascido em Nawabshah, na província de Sindh
(sudeste), no dia 21 de junho de 1956, em uma família de fazendeiros, o jovem Zardari cursou apenas o
ensino médio. Em 1987, casou-se de maneira arranjada com Benazir Bhutto, herdeira de uma dinastia
política, educada em Oxford e que um ano depois - com apenas 35 - se transformou na primeira mulher
à frente do governo do Paquistão. Zardari é popularmente considerado o responsável pela corrupção
que pôs fim aos dois Governos de sua esposa, alternados com Executivos de Sharif. Após a queda do
primeiro governo de Bhutto, Zardari foi acusado de extorsão e passou três anos na prisão, até ser

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exonerado quando sua esposa recuperou o poder, em 1993. Bhutto caiu outra vez em outubro de 1996,
e Zardari voltou para a prisão, desta vez por um período de oito anos, nos quais surgiram várias
acusações contra ele, entre elas o assassinato de seu cunhado, Murtaza Bhutto. O PPP sempre alegou
que as acusações foram motivadas politicamente e que seu período na prisão e as torturas que sofreu
prejudicaram gravemente a saúde de Zardari, que é diabético, tem problemas cardíacos e sofre com
dores nas costas. "A corrupção é um estado mental. Uma pessoa corrupta (...) não teria sacrificado oito
anos de sua vida na prisão. Poderia ter aceitado um acordo vivido no exílio", disse em entrevista em
2005. A prisão, o exílio e a morte de Bhutto em um atentado no fim de 2007 separaram de vez o casal,
que passou somente cinco anos realmente junto e teve três filhos: Bilawal, em 1988, Bajtawar, em
1990, e Asafa, em 1996. Quando foi libertado em 2004, Zardari se mudou para Nova York e não para
Dubai, onde sua esposa e filhos viviam no exílio desde o começo de 1999. "Sou um completo estranho
para meus filhos", lamentou uma vez, embora as notícias da época retratem uma vida de prazer e luxo
nos Estados Unidos. No entanto, Benazir sempre defendeu em público o apoio de seu marido e negou os
"rumores venenosos" sobre seu suposto afastamento. Quando Bhutto retornou ao Paquistão, no dia 18
de outubro de 2007, após conseguir uma anistia de Musharraf, seu marido não estava ao seu lado.
Apesar de sempre ter ocupado algum posto ministerial nos dois Executivos de Benazir, Zardari não era
membro do PPP nem candidato às eleições em que sua esposa tentava retornar ao Governo, no começo
de 2008. Seu assassinato em um atentado em 27 de dezembro de 2007 precipitou a ascensão de
Zardari à cúpula do PPP. Nos meses seguintes, ele se aproximou cada vez mais do poder, alternando
períodos em Islamabad com viagens de negócio ao exterior, sem se esquecer de estimular o culto de
muitos paquistaneses à família Bhutto.

Bens da Odebrecht são embargados no Equador – set/08

Todos os bens da construtora brasileira Odebrecht no Equador foram embargados na noite de 23/09/08.
A ordem partiu de um decreto assinado pelo presidente equatoriano, Rafael Correa. Os funcionários da
empresa também estão proibidos de deixar o país e dois de seus diretores receberam ordem de prisão.
A decisão significa a expulsão da Odebrecht do Equador, onde é acusada de falhas técnicas e corrupção
durante a construção da central hidrelétrica San Francisco – a única no mundo totalmente subterrânea e
que responde por 12% da energia elétrica consumida pelos equatorianos. Desde junho, a usina vem
apresentando graves problemas, colocando em risco o abastecimento energético no país andino. Em
nota oficial, a Odebrecht afirma que apresentará ao governo equatoriano uma proposta para resolver o
problema e que, até o momento, os trabalhos prosseguem dentro do cronograma estabelecido. A
assessoria de imprensa da construtora informou ainda que 30 brasileiros participam da obra e que não
há clima de violência. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que espera
resolver a questão brevemente. Segundo o chanceler, a decisão não afetou as relações entre Brasil e
Equador.

Ex-presidente da Finlândia leva Nobel da Paz 2008 – out/08

O ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari foi premiado com o prêmio Nobel da Paz de 2008. O
Comitê Nobel de Oslo (Noruega) escolheu, em outubro, o finlandês por sua luta de mediação em
conflitos internacionais. Ahtisaari, 71, foi premiado "por seus importantes esforços, em vários
continentes e durante mais de três décadas, para solucionar os conflitos internacionais", declarou em
Oslo o presidente do Comitê Nobel norueguês, Ole Danbolt Mjoes. Nascido em 1937, Ahtisaari atuou
como professor, embaixador e subsecretário da ONU até 1991. Foi eleito presidente da Finlândia em
1994. Entre seus principais feitos como mediador estão a mediação no Kosovo e o acordo de paz de
2005 entre o governo da Indonésia e os rebeldes da província de Aceh. No Kosovo, ele atuou como
enviado especial da ONU para propor um plano de estabilização do país em meio a conflitos entre
sérvios e albaneses. Desde a intervenção armada da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte),

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em 1999, a chamada Guerra de Kosovo, a província está sob administração da ONU (Organização das
Nações Unidas). Kosovo declarou sua independência unilateralmente em fevereiro deste ano. Os
candidatos ao Nobel da Paz são indicados por instituições filantrópicas, universidades, governos, pessoas
que já foram premiadas ou pelos próprios membros do comitê. O comitê só revela quem mandou as
cartas com indicações e os indicados depois de 50 anos. Todos os anos, instituições humanitárias,
analistas e governos fazem suas apostas em prováveis ganhadores. Em 2007, os ganhadores foram o
ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore e o presidente do Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas da ONU, o indiano Rajendra Pachauri. O prêmio foi entregue após uma cerimônia
no dia do aniversário de morte do fundador da premiação, Alfred Nobel. O Nobel da Paz é
tradicionalmente o mais esperado dessa prestigiosa rodada de prêmios, e o único divulgado e que é
entregue em Oslo, em vez de Estocolmo, como acontece com os restantes.

Atentados na Índia – nov/08

Cenas de carnificina protagonizadas por jovens mal saídos da adolescência se tornaram rotina em países
da Europa, Ásia e África, vitimando pessoas inocentes em uma guerra sem nacionalidade, movida pela
intolerância religiosa. No mais recente episódio, dez terroristas invadiram na semana passada dois
hotéis de luxo, uma estação de trem e atacaram outros sete pontos em Mumbai (antiga Bombaim),
capital financeira da Índia e maior cidade do país, com 20 milhões de habitantes. Após três dias de
violência, deixaram quase 200 mortos e dezenas de feridos, aumentando também a tensão política na
região. No caso da Índia, o componente explosivo que provoca conflitos na região são diferenças
religiosas acirradas por um ódio com raízes históricas.
Apesar de ser comumente caracterizado como povo pacífico, segundo a tradição do líder Mahatma
Gandhi (1869-1948), os indianos vivem uma guerra sem fim, semelhante àquela travada entre
palestinos e judeus no Oriente Médio. O que os ataques terroristas a Mumbai - chamados de "11 de
Setembro indiano" em alusão aos atentados em 2001 nos Estados Unidos - tiveram de diferente em
relação aos anteriores, foi o fato de terem atingido os mais ricos. No luxuoso Taj Mahal Palace & Tower
Hotel, terroristas armados de granadas e fuzis invadiram quartos e executaram friamente turistas,
principalmente americanos e ingleses. E, como é comum neste tipo de ação conduzida por fanáticos, não
houve exigências e todos, com exceção de um, acabaram mortos pela polícia.
Foram os piores atentados desde a morte de mais de 200 pessoas em explosões de bombas ocorridas
em 2006. Para as autoridades indianas, há indícios de que o grupo terrorista recebeu planejamento e
treinamento militar no país vizinho e eterno inimigo, o Paquistão. Ambos os países possuem
armamentos nucleares, o que torna a situação ainda mais perigosa.
A origem dos conflitos entre Índia e Paquistão remonta a 1947, quando as duas ex-colônias inglesas se
tornaram independentes. A Índia, o segundo país mais populoso do mundo (só perde para a China) com
1,14 bilhões de habitantes, tem maioria hindu (82%), diferente do Paquistão, com maioria mulçumana
sunita (77% da população). Por causa deste antagonismo religioso, os territórios se separaram em
países autônomos, sem conseguir resolver problemas internos.
Desde então, investiram milhões em armamento e travaram três guerras, duas delas motivadas pelo
controle da Caxemira, Estado indiano de maioria islâmica. Além das guerras, os dois países são alvos,
há décadas, de atentados terroristas que mataram milhares de habitantes locais e estrangeiros. Há
suspeitas de envolvimento nos ataques de Mumbai de uma milícia que luta pela independência da
Caxemira e que atacou o Parlamento indiano em 2001, quase levando Índia e Paquistão a uma quarta
guerra. Com este histórico de desavenças, é normal que haja, entre a população dos dois países, ódios
mútuos, reavivados em momentos de crise. Mas o que está em jogo no incidente atual?
O que torna a recente situação mais dramática é o eventual fim do diálogo iniciado com a posse do
presidente paquistanês Asif Ali Zardari (viúvo de Benazir Bhutto, ex-primeira ministra assassinada em
2007), que fez críticas contundentes aos radicais islâmicos, alguns dos quais ocupando postos no alto
escalão das Forças Armadas. Ou seja, a onda de violência acontece bem em meio a um delicado
processo de paz entre os países, que agora corre o risco de ser suspenso. A quem isso interessa?

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Grupos terroristas se aproveitam da instabilidade para emperrar não somente acordos de paz como
também o crescimento econômico da Índia, considerada, ao lado de China, Rússia e Brasil, uma
potência econômica e política emergente. Com isso, poderiam continuar aliciando jovens entre minorias
mulçumanas para sua cruzada "santa" contra o mundo ocidental. Se por um lado a briga fortalece
terroristas islâmicos, por outro prejudica especialmente os planos de liderança dos Estados Unidos de
Barack Obama. Isto porque o Paquistão faz fronteira também com o Afeganistão, outro país em guerra
que abriga milícias talebãs e a rede terrorista Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, responsabilizada pelos
ataques de 11 de Setembro. Para os Estados Unidos é fundamental preservar a cooperação entre Índia e
Paquistão, para interromper o avanço do terrorismo e agilizar a retirada de tropas norte-americanas do
Afeganistão, promessa de campanha de Obama. É bom lembrar que, nos anos 80, quando foi
conveniente, os Estados Unidos apoiaram os talebãs para expulsar os comunistas soviéticos da região,
em mais uma estratégia que, com o tempo, se mostrou desastrosa.
O histórico de intolerância religiosa, identidades territoriais fragmentadas com o fim das colônias e
decisões políticas equivocadas são os ingredientes que mantém o clima beligerante entre os países da
região e nutrem o terror em todo mundo. O terrorismo internacional representa o avesso da
globalização. Do mesmo modo que hoje o dinheiro percorre o mundo numa fração de segundos,
podendo derrubar, num instante, bolsas de São Paulo e Tóquio, extremistas também agem globalmente,
criando conflitos de difíceis soluções, como no caso da Índia. Para combatê-los, a melhor saída é
recuperar a confiança entre os Estados. Por mais difícil que seja esquecer o passado e conviver com as
diferenças, Paquistão e Índia precisam retomar as conversações de paz, na esperança de encerrar um
ciclo histórico de massacres.

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Organização dos Estados da América Latina e do Caribe (OEALC) – dez/08

Os líderes dos 33 países da América Latina e do Caribe festejaram ontem na cúpula da Costa do Sauípe
o nascimento da OEALC (Organização dos Estados da América Latina e do Caribe), uma espécie de OEA
do B, já que a Organização dos Estados Americanos continuará funcionando, com 32 desses países mais
Estados Unidos e Canadá (a exceção é Cuba, expulsa há 46 anos). "É um dia histórico", celebrou o
presidente-anfitrião, Luiz Inácio Lula da Silva. Explicou: "Há mais de 200 anos todos os países
conquistaram a sua independência. Em 2022, a do Brasil fará 200 anos. Mas é a primeira vez que
conseguimos reunir todos os países da América Latina e do Caribe".
"Tomara que seja este o dia da libertação", emendou o venezuelano Hugo Chávez.
As duas frases podem ser tomadas como o diferente modo como a nova organização é vista. Para
Chávez, Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua), é uma instituição
antiimperialista e voltada principalmente para dentro. Para Lula, Felipe Calderón (México) e Cristina
Kirchner (Argentina), presidentes dos três países mais importantes do subcontinente, é um mecanismo
adicional de integração, por reunir o conjunto de países das Américas, excetuados os dois únicos ricos
(EUA e Canadá).
"Todos nós, do menor ao maior país, estamos compreendendo que, quanto mais nos juntarmos, mais
chances teremos de participação nas políticas globais, mais chances de participação na riqueza global e
mais chances de evitar que a crise, nascida nos países riscos, atinja muito fortemente os países que não
criaram a crise", disse Lula na entrevista coletiva que encerrou a cúpula. Já Chávez preferiu mencionar
as medidas anticrise definidas há um mês, em cúpula da Alba (Allternativa Bolivariana para as
Américas), que, tratam de mecanismos regionais. Calderón, ao contrário, referiu-se às propostas que o
México apresentou na cúpula do G20 em Washington, em novembro, todas voltadas para a reconstrução
do sistema financeiro global, não regional.
Mas o caudaloso comunicado oficial, de cinco páginas e meia, é bem menos nítido, já que foi, como de
costume, redigido em uma linguagem que possa ser aceita sem preocupações pelo México, sócio dos
Estados Unidos no Nafta (o acordo de livre comércio da América do Norte), e pela Venezuela, cujo
presidente diz que "o capitalismo é do Diabo".
Coube à Colômbia, um dos países sul-americanos mais alinhados aos EUA, apesar de integrar o novo
grupo, sair em defesa da OEA. "A integração significa valorizar o que já foi feito. Organizações como a
OEA nos permitiram abrir um espaço de diálogo em momentos difíceis", disse o vice-presidente
Francisco Santos, representante na cúpula de Álvaro Uribe, que ficou na Colômbia para lidar com o
problema das enchentes.
A OEALC, que Calderón prefere que se chame "União (ou Unidade) da América Latina e do Caribe",
nascerá aos poucos. No ano que vem, haverá uma reunião ministerial para lançar "as bases econômicas,
sociais, políticas e culturais" desse processo de integração.
Depois, em 2010, os presidentes voltam a se reunir, para aí, sim, se tudo der certo, formalizar a nova
instituição. Antes, no entanto, haverá um encontro no Chile, em março, provavelmente de ministros,
para discutir posições conjuntas que serão levadas à reunião do G20 de abril, em Londres. Brasil, México
e Argentina serão os porta-vozes.

A Guerra do Iraque – dez/08

Em uma visita-surpresa a Bagdá - sua quarta em cinco anos e meio de conflito-, o presidente George W.
Bush disse que a Guerra do Iraque foi dura, mas necessária para proteger os EUA e dar aos iraquianos
um futuro pacífico. Bush visitou o país a 37 dias de passar o poder para Barack Obama, que prometeu
encerrar a guerra iniciada em 2003. "O trabalho não tem sido fácil, mas é necessário para a segurança

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americana, a esperança iraquiana e a paz mundial", disse. "Sou grato por ter tido a chance de voltar ao
Iraque antes do fim do meu mandato."
Mas, sob vários pontos de vista, a viagem foi uma volta olímpica sem uma vitória. Cerca de 150 mil
soldados permanecem no Iraque, lutando numa guerra impopular. Mais de 4.000 militares americanos
morreram, e o conflito custou aos americanos US$ 576 bilhões desde que começou.
Bush se encontrou com os principais líderes iraquianos ontem. Sua intenção era destacar a redução da
violência numa nação ainda dividida entre etnias e linhas religiosas e comemorar o recente acordo de
segurança entre o Iraque e os EUA, que legitima a presença das tropas americanas pelo menos até
junho próximo, mas prevê sua saída em 2011. O Air Force One, o avião presidencial americano, pousou
em Bagdá ontem à tarde após partir secretamente de Washington. Bush foi recebido com uma cerimônia
formal no palácio presidencial, algo que não teve nas outras três viagens.
Referindo-se ao presidente iraquiano, Jalal Talabani, e a seus dois vice-presidentes, Bush afirmou:
"Conheço esses homens há tempo e os admiro por suas coragem e determinação". Talabani chamou
Bush de "nosso grande amigo" que "ajudou a libertar" o Iraque.
Bush e o premiê Nuri al Maliki assinaram simbolicamente o acordo de segurança, já aprovado pelo
Parlamento iraquiano. Enquanto o americano cumprimentava Maliki, um jornalista iraquiano atirou seus
sapatos contra ele -ofensa grave para um árabe-, sem acertá-lo. "É o beijo de despedida, seu cachorro",
gritou. "Tudo que posso dizer é que era tamanho 41", brincou o presidente após o homem ser
controlado. O acordo entra em vigor em 1º de janeiro e substitui resoluções do Conselho de Segurança
da ONU que dão à coalizão liderada pelos EUA amplos poderes para conduzir operações militares sem
serem julgadas caso cometam um crime -algo que será agora revertido.
O tratado bilateral estabelece que todas as tropas americanas saiam do Iraque até 2011, em dois
estágios. Na primeira, prevê que até junho os soldados deixem Bagdá e outras cidades e se recolham a
bases dos EUA. Durante a visita de Robert Gates, secretário da Defesa de Bush que permanecerá no
cargo sob Obama, o comandante americano no Iraque, general Ray Odierno, disse que "continuaremos
ajudando as equipes de transição. Continuaremos dando nosso conselho às forças [iraquianas]". "Ainda
há trabalho a ser feito. A guerra não acabou", disse o presidente americano, acrescentando que o
acordo coloca o Iraque em "bases sólidas". Para Bush, a guerra é o tema que marcou seu segundo
governo. Mesmo após as armas de destruição de massa, razão inicial para a invasão, não terem sido
achadas, ele manteve tropas no Iraque. Obama prometeu retirá-las em até 16 meses.

Impasse entre Israel e Hamas aumenta tensão no mundo árabe – dez/08

O ano de 2008 termina em meio a uma nova crise no Oriente Médio. Os ataques de Israel à Faixa de
Gaza, que já deixaram mais de 360 mortos desde o último dia 27 de dezembro, são considerados a
maior operação militar na região em mais de 40 anos. O objetivo do governo israelense é recuperar o
prestígio político e militar nos territórios ocupados, enfraquecendo a influência do Hamas, grupo islâmico
que controla Gaza. A nova ofensiva, ironicamente, teve início com acordos de paz intermediados pelo
presidente dos Estados Unidos, George Bush, que previa uma solução definitiva para os conflitos
armados até janeiro de 2009, quando encerra seu mandato na Casa Branca. E, ao que tudo indica, a
investida de Israel "mira" outro armistício, em condições que lhe sejam mais favoráveis. O cenário foi
agravado quando o Hamas derrotou o Fatah - partido do líder Yasser Arafat, morto em 2004 - nas
eleições palestinas em 2006. Diferente do rival, o Hamas não reconhece o Estado de Israel e renunciou
acordos já firmados do país com a ANP (Autoridade Nacional Palestina). Desde então, duas situações
contribuíram ainda mais para desestabilizar o cessar-fogo de seis meses que terminou em 19 de
dezembro: 1) o embargo financeiro imposto por Israel, Estados Unidos e União Européia aos palestinos,
em represália ao Hamas; 2) a "guerra psicológica" às comunidades judaicas localizadas na fronteira com
Gaza, alvos de constantes ataques com mísseis de curto alcance do movimento islâmico.
Com a proximidade das eleições para o Parlamento israelense, marcadas para fevereiro/09, o fim da
trégua também tem uma conotação política. Segundo especialistas, Israel quer fortalecer sua posição no
Oriente Médio, prejudicada com a derrota em confrontos com a milícia Hizbollah no Líbano, há dois anos.

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O problema é que a força excessiva das investidas militares e a ação dissimulada, que não permitiu que
civis palestinos se prevenissem dos ataques, causaram uma forte reação internacional contrária a Israel.
O governo israelense afirma que pretende destruir a infra-estrutura bélica criada pelos fundamentalistas,
porém, as investidas contra as áreas urbanas de Gaza deixam claro que as retaliações serão mais duras
daqui por diante.
A Faixa de Gaza é um território estreito de 360 quilômetros quadrados (aproximadamente um quarto da
cidade de São Paulo) situado às margens do Mar Mediterrâneo. Com 1,5 milhão de habitantes, é uma
das maiores densidades populacionais do planeta. Diferente do vizinho Israel, gigante econômico e
militar com 7 milhões de habitantes, Gaza é uma região muito pobre - a maioria vive com US$ 2 ao dia -
e de maioria mulçumana. No final dos anos 90, Israel transferiu a administração dos territórios
palestinos de Gaza e Cisjordânia para a ANP e, em 2005, retirou tropas e colonos judeus da Faixa de
Gaza. Contudo, manteve o controle das fronteiras e espaços aéreo e marítimo, alegando questões de
segurança e praticamente isolando os refugiados. Isso não impediu o crescimento da liderança dos
radicais islâmicos, que barram as iniciativas de diálogo para pôr fim às disputas pela terra.
A origem dos conflitos ente árabes e judeus no Oriente Médio remonta ao século 19. Na época, sob
domínio do Império Otomano, a região recebeu judeus que reivindicavam a criação de um Estado
independente. O argumento de palestinos e israelenses pela posse dos territórios é, basicamente, o
mesmo: o direito por ancestralidade histórica, religiosa e cultural à terra sagrada para as três principais
religiões monoteístas do mundo, o Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo. No começo do século 20, o
Reino Unido assumiu o controle do Oriente Médio e fez concessões para que os judeus tivessem direitos
sobre a Palestina. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a ONU (Organizações das Nações
Unidas) decidiu pela partilha entre dois estados, um judeu e outro palestino. Foi o que permitiu a criação
do Estado de Israel em 1948, rejeitado imediatamente pelos árabes. Desde então, Israel travou batalhas
contra os vizinhos Líbano, Síria, Egito e Jordânia. Um marco decisivo na conquista de espaço foi a
Guerra dos Seis Dias, em 1967, que garantiu o domínio de Gaza e Cisjordânia, atualmente área em que
os palestinos lutam para criar o Estado independente prometido.
Os tanques israelenses posicionados na fronteira com Gaza, a um passo de uma invasão terrestre que
prenunciaria um massacre, mantêm o impasse que coloca Israel no centro das atenções do mundo. Se o
governo israelense recuar, o Hamas sairá vitorioso e mais influente junto ao mundo árabe. No caso de
impor uma derrota ao grupo palestino, os judeus terão que, na prática, ocupar novamente a área. Além
disso, ficarão sujeitos a retaliações de outros povos mulçumanos. Poderá enfrentar, inclusive, uma nova
revolta popular (a chamada Intifada). Outra questão delicada que Israel tem pela frente é a construção
de uma bomba atômica pelo Irã, país rival cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, tem resistido às
pressões do Ocidente para abandonar o programa nuclear. Com relação ao aliado mais importante do
Estado judeu, os Estados Unidos, tudo leva a crer que o presidente eleito Barack Obama deva continuar
a tradição de apoio irrestrito, mas as estratégias de conciliação no Oriente Médio devem pautar uma
nova condução da política externa norte-americana. Num cenário mais otimista, a guerra termina em
breve com um novo tratado de paz, o que interessa a ambos os lados. De qualquer modo, uma coisa é
certa: a tranqüilidade para milhares de famílias que vivem no meio do fogo-cruzado ainda é um sonho
muito distante.

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Crise do gás russo afeta a Europa – jan/09

Por conta de um desentendimento comercial, a Rússia interrompeu no começo de 2009 o fornecimento


do produto para a vizinha Ucrânia, prejudicando o abastecimento em toda região. O problema é que a
Ucrânia redistribui, por meio de seus gasodutos, 80% do gás russo vendido para Europa - sendo que um
quarto de todo gás europeu provém da Rússia. Como resultado, a briga entre os dois países ganhou
dimensão internacional. O impasse afeta diretamente a população, uma vez que o gás garante a
calefação das casas no inverno europeu, que registra temperaturas abaixo de zero. Além disso, a falta
do hidrocarboneto nas empresas pode prejudicar ainda mais as finanças, em tempos de crise econômica
mundial. Pelo menos 15 países europeus já foram afetados e, em alguns casos, tiveram o abastecimento
reduzido em até 90%. Entre as nações atingidas estão Hungria, Polônia, Romênia, Turquia, República
Tcheca, Bulgária, Áustria, Croácia, Bósnia, Grécia e Macedônia. Países da Europa Ocidental, como
Alemanha, França e Itália, também sofreram cortes no fornecimento. Na Bulgária, por exemplo, 92% do
gás consumido são de origem russa. O país anunciou que as reservas se esgotam em um mês, caso o
abastecimento não seja regularizado. A União Européia, em seu papel de "síndica" do condomínio, exigiu
que as empresas de gás de Ucrânia e Rússia cheguem a um entendimento, mas evitou tomar partido de
um dos países. Estão previstas novas rodadas de negociações.
Toda a confusão aconteceu porque Moscou acusou o vizinho de dar um calote, além de desviar o
produto comprado por outros clientes. Há também interesses políticos em jogo, que ainda não foram
totalmente esclarecidos pelos Estados. A Gazprom, empresa que detém o monopólio do gás na Rússia, é
a maior exportadora de gás natural do planeta. Ela acusa a Ucrânia de roubar, todos os dias, 65,3
milhões de metros cúbicos de gás destinado a países do bloco. Os ucranianos negam a acusação de
roubo. Mas o principal motivo das torneiras fechadas diz respeito ao contrato comercial entre as
empresas de energia. A Naftogaz, firma de gás ucraniana, oferece US$ 201 (R$ 437) por mil metros
cúbicos de gás, contra os U$ 250 (R$ 544) que a Rússia quer receber a partir deste ano. A Gazprom
recusou a oferta. A Naftogaz apresentou então uma contraproposta de US$ 235 (R$ 514), e ainda
aguarda uma resposta da gigante russa. Já a tarifa de trânsito, ou seja, a taxa cobrada pela
redistribuição de gás natural russo pelos gasodutos ucranianos, hoje é U$ 1,76 (R$ 3,83) por mil metros
cúbicos a cada 100 km. A Naftogaz quer aumentar o valor para U$ 2,05 (R$ 4,46). A Ucrânia alega que

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a crise econômica tornou difícil atender às expectativas comerciais do vizinho. Enquanto a Rússia diz que
os preços são os melhores da praça. Além disso, a empresa russa cobra o pagamento de uma dívida de
US$ 2 bilhões, referente a multas de atraso em pagamentos.
Diariamente, a Rússia envia 326 milhões de metros cúbicos de gás para a Europa. Em 2006, uma briga
semelhante levou a Ucrânia a barrar a passagem do combustível por seus gasodutos.
A política da energia, preponderante em boa parte das relações comerciais entre governos, também é
fonte de conflitos no Oriente Médio e América Latina. O monopólio de derivados do petróleo por alguns
países pode causar desde um simples desgaste nas relações diplomáticas até intervenções armadas,
como no caso dos Estados Unidos em países árabes. Em 2006, por exemplo, a nacionalização das
reservas de gás natural na Bolívia pelo presidente Evo Morales levou à ocupação de refinarias
estrangeiras, incluindo a Petrobrás. A atitude provocou uma crise com o Brasil, que depende do produto
boliviano para abastecer seu parque industrial. Na Venezuela, o petróleo é o principal motor da
economia e também, nas mãos de Hugo Chavez, uma poderosa arma política para negociações. Mas
esse panorama geopolítico vai mudar nas próximas décadas. A escassez de petróleo, somada a questões
como o aquecimento global e crise econômica, deverá gradualmente aumentar os investimentos em
fontes alternativas de energia (como os biocombustíveis, além do Sol, do mar e do vento), que não são
exclusividades de algumas nações.
O petróleo e o gás natural são chamados combustíveis fósseis, que são aqueles formados no processo
de decomposição de animais e plantas que leva milhares de anos. Para quase tudo dependemos do
petróleo e seus derivados, desde o carro que nos leva ao trabalho até o plástico em que carregamos o
lanche. Mas há um porém: são recursos escassos que, uma vez esgotados, não podem ser fabricados
artificialmente. É preciso esperar outros milhões de anos para que a natureza os deposite novamente no
subsolo. A tendência é que o combustível fique cada vez mais raro e caro. E, como o preço do petróleo
puxa os demais, dispara a inflação, as pessoas consomem menos, a produção cai e aumenta o
desemprego. Por isso, além de motivos ecológicos óbvios (a emissão de poluentes), há fortes razões
econômicas para o mundo investir em fontes de energia mais baratas. E, diferente de petróleo e gás,
todo país conta com uma reserva própria de energia renovável, vinda do litoral ou do Sol. Portanto,
conflitos como os que ocorrem atualmente por conta do gás europeu serão, num futuro próximo, coisas
do passado.

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Nova Constituição é aprovada na Bolívia – jan/09

O referendo constitucional aprovado no dia 25 de janeiro de 2009 na Bolívia, com a vitória do presidente
Evo Morales, dividiu o país, complicando as condições de governabilidade. O referendo é uma consulta
popular que, no caso da Bolívia, foi realizado para decidir pela aprovação ou não do projeto de uma
nova Constituição. O governo conseguiu aval da população com aproximadamente 60% dos votos. Na
prática, a Carta Magna confere mais poderes políticos à parcela indígena do país, que corresponde a
47% da população, estimada em 10 milhões de habitantes. O grupo étnico concentra-se em regiões
mais pobres e rurais da Bolívia. O problema é que as mudanças não são vistas com bons olhos pelo
restante dos bolivianos, resistentes aos planos de Morales. No âmbito político, o referendo comprovou
uma divisão do país entre a capital La Paz, favorável ao governo, e a região de Santa Cruz, a mais rica e
desenvolvida, que faz oposição ao presidente. Além de Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando registraram
vitória do "não" no referendo e pleiteiam mais autonomia do governo federal. A polarização gera
conflitos desde dezembro de 2007. Na época, o projeto foi aprovado pela ala governista fora da
Assembléia Legislativa na cidade de Sucre, sede do poder judiciário, na ausência de deputados de
oposição. Foram convocadas greves gerais em seis dos nove Estados e os protestos de rua deixaram
três mortos e dezenas de feridos. Em setembro de 2008, novos conflitos causaram 13 mortes,
camponeses em sua maioria. É neste cenário que Morales terá que negociar com os rivais para, agora,
fazer valer a Constituição, o que requer mais de 100 leis. Outra forma seria apelar para decretos
presidenciais, o que aumentaria ainda mais a temperatura política em La Paz. Para analistas favoráveis
às mudanças, a Constituição aprovada é mais democrática na medida em que contempla a parcela mais
pobre e excluída da Bolívia, permitindo que as nações indígenas tenham mais direitos sobre a terra e
respeito a suas tradições culturais. Já para os opositores, o país perderá sua unidade, fragmentado em
36 nações, e ganhará uma cidadania privilegiada - a dos indígenas - em franco desacordo com os
direitos iguais e universais que norteiam as democracias. Além disso, eles argumentam que a
centralização da economia vai afastar futuros investimentos estrangeiros. O país é um dos mais pobres
da América do Sul.

Congo anuncia prisão de líder rebelde – jan/09

Militares da República Democrática do Congo anunciaram em janeiro de 2009 a prisão do líder do


principal grupo rebelde que atua no leste do país, o general Laurent Nkunda. Ele foi detido por soldados
em Ruanda, para onde fugiu na tentativa de resistir a uma operação conjunta de forças ruandesas e
congolesas. Nkunda liderava a milícia de etnia tutsi Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP),
ao qual organizações de defesa dos direitos humanos atribuem várias atrocidades contra civis, inclusive
assassinatos, estupros e tortura. No ano passado, confrontos entre o grupo e o Exército congolês
levaram mais de 250 mil pessoas a deixarem suas casas no leste do país. O porta-voz do governo,
Lambert Mende, disse à BB que está satisfeito com a prisão, pois "Nkunda causou muitos danos ao
Congo". Segundo a correspondente da BBC em Goma, Karen Allen, o líder rebelde foi detido por
soldados ruandeses e deve ser entregue às autoridades congolesas em breve. Ainda de acordo com
Allen, a liderança de Nkunda parece ter começado a perder força nas últimas semanas, quando uma
facção rompeu com o CNDP e anunciou um cessar-fogo com as forças do governo. Nkunda e seu grupo
alegavam que lutavam para proteger a comunidade tutsi de ataques de rebeldes ruandeses das Forças
Democráticas para Libertação de Ruanda (FDLR), de etnia hutu, que estão baseados no Congo e são
acusados de terem participado do genocídio de Ruanda em 1994. O governo do Congo vem prometendo
impedir os rebeldes hutus de atuarem no território do país, mas não conseguiu fazê-lo. As forças do
governo também são acusadas de atrocidades por grupos de defesa dos direitos humanos.

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Vitória de Chávez no referendo na Venezuela – fev/09

O saldo político do presidente da Venezuela Hugo Chávez é positivo: a aprovação da emenda


constitucional que permite a reeleição ilimitada para alguns cargos públicos, incluindo o de presidente,
conferiu legitimidade ao governo populista, financiado pelo petróleo. Resta saber se ele conseguirá
pagar a conta que virá com a crise econômica mundial e a polarização do país. Há dez anos no poder,
Chávez enfrentou, no último dia 15 de fevereiro, um novo referendo. Com 54,36% dos votos a favor e
45,63% contra, se tornou o primeiro presidente da América do Sul, excluindo Guiana, Guiana Francesa e
Suriname, a ter o direito de se candidatar sucessivas vezes ao cargo.
Com isso, tentará um mandato de mais seis anos em 2012, podendo, caso eleito, ficar mais 10 anos no
poder. O limite estabelecido pela Constituição venezuelana era de 12 anos, ou dois mandatos
consecutivos de seis anos cada. Ele é atualmente o presidente há mais tempo no cargo na América
Latina. O referendo foi elogiado como expressão de civismo por países como Brasil e o rival Estados
Unidos. Porém, a campanha foi marcada por conflitos violentos entre "chavistas" e a oposição, além do
uso da máquina estatal para convencer o eleitorado - incluindo um exército de funcionários públicos e a
impressa oficial. Um ponto favorável foi a adesão em massa dos eleitores - mais de 70% (o voto é
facultativo na Venezuela). Na consulta popular anterior, em 2007, que também previa reforma
constitucional e reeleição presidencial ilimitada, Chávez foi derrotado nas urnas com 50,7% de votos
contrários. Caso perdesse desta vez, teria que deixar o posto em 2012 sem deixar um sucessor político
à altura.
A figura messiânica do líder e os planos de se perpetuar no poder, apesar de desfrutar de legitimidade,
não é o melhor exemplo de democracia. A centralização política e econômica no chefe do Estado
demonstrou na história ser prejudicial principalmente para as liberdades civis, como no exemplo de
Cuba, onde Fidel Castro ficou quase 50 anos no comando. O dinheiro obtido com a venda de petróleo,
que constitui mais de 90% das exportações e metade do orçamento venezuelano, sustenta a "revolução
bolivariana" de Chávez. Com os lucros da PDVSA - a Petróleos de Venezuela S.A., umas das gigantes do
setor no mundo -, o governo mantém programas assistenciais de forte apelo junto à população, o que
explica a popularidade do presidente, além de ajudar vizinhos, como a Bolívia. Dados oficiais apontam
inegáveis melhorias nas áreas de saúde, educação e distribuição de renda. Uma das medidas mais
populares foi a instalação de clínicas médicas em regiões mais pobres e remotas do país, com apoio de
15 mil médicos cubanos. Em parte, o medo de perder os benefícios esclarece a aprovação do presidente.

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A retórica socialista de Chávez também toca corações e mentes dos venezuelanos, principalmente as
camadas mais pobres da população. O socialismo intitulado "bolivariano" - baseado no líder
revolucionário Simón Bolívar (1783-1830) - vem sendo sistematicamente submetido a referendos desde
que assumiu o cargo, em 1998. A estratégia de Chávez é estar em campanha permanente, dizem os
especialistas.
Adotando um estilo arrogante, Chávez ficou famoso com os insultos que dirigia ao ex-presidente dos
Estados Unidos, George W. Bush, a quem o venezuelano chamou de "diabo" em certa ocasião. Com a
eleição do democrata Barack Obama para a Casa Branca, somada à vitória no último referendo, a
diplomacia entre os países deve assumir um tom mais conciliador. O sucesso nas urnas fortaleceu
também a liderança de Chávez na América do Sul, além de constituir um passo importante para a vaga
pleiteada no Mercosul, união de livre comércio que inclui Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Desde
2006, a Venezuela submete-se a aprovação dos integrantes do bloco. Argentina e Uruguai já ratificaram
a participação, enquanto no Brasil o pedido tramita no Senado, onde tem apoio da bancada governista.
A crise econômica mundial é hoje o maior desafio para os planos de Hugo Chávez. Isso porque o preço
do barril de petróleo, que atingiu patamar superior a US$ 100 (R$ 231), sofreu quedas nos últimos
meses, sendo comercializado a US$ 36 (R$ 83). A baixa prejudicou as finanças da PDVSA, deixando o
Estado no "vermelho" e com dificuldades para saldar dívidas com prestadoras de serviços. Outra
conseqüência é que, com a menor arrecadação fiscal, o governo de Caracas poderá ter que mexer na
taxa de câmbio, desvalorizando a moeda e aumentando ainda mais a inflação, que fechou o ano passado
em 30,9%, a maior entre países latino-americanos. Quando se reelegeu em 2006, com mais de 62%
dos votos, o presidente empreendeu uma campanha de estatização de setores da economia do país,
cujas indenizações a multinacionais ainda não foram completamente pagas. O receio de novas
intervenções estatais, aliado à instabilidade política na região, afugenta investidores estrangeiros. O
clima político, apesar de favorável ao presidente, não é tranqüilo. O motivo é uma Venezuela dividida,
de modo similar à situação enfrentada pelo aliado Evo Morales, na Bolívia. A condição persiste desde
uma tentativa de golpe contra o venezuelano em 2002, quando foi deposto do cargo por 48 horas.
Falta à oposição um projeto unificado e liderança, pontos essenciais para as eleições para a Assembléia
venezuelana, no próximo ano, e a sucessão presidencial em 2012. Até lá, a democracia na América
Latina seguirá, trôpega, por um caminho marcado por ditaduras militares, políticos corruptos e governos
populistas.

Vitória da FMLN em El Salvador – março / 09

O presidente eleito de El Salvador, Mauricio Funes, da ex-guerrilha de esquerda FMLN (Frente Farabundo
Martí de Libertação Nacional), prometeu fazer um governo de reconciliação nacional e de estreitos laços
com os EUA, um dia após pôr fim nas urnas a duas décadas de gestão conservadora no país. "Desejo
uma política exterior independente. Quero a integração centro-americana e o fortalecimento da relação
com os EUA", disse Funes a milhares de apoiadores no discurso de vitória.
A Arena (Aliança Republicana Nacionalista), no poder desde 1989, admitira a derrota -51,27% dos votos
para Funes contra 48,73% do engenheiro e ex-chefe de polícia Rodrigo Ávila.
Foi uma vitória histórica da ex-guerrilha FMLN, convertida em partido político em 1992, com o acordo de
paz que encerrou 12 anos de guerra civil na qual lutou contra o governo, apoiado militarmente por Wa-
shington. Cerca de 75 mil pessoas morreram no conflito no país centro-americano.
Funes citou o bispo da Teologia da Libertação Oscar Romero, ícone da resistência na guerra civil, morto
a tiros por paramilitares em 1980 enquanto rezava uma missa. "Monsenhor Romero disse que a igreja
tinha uma opção preferencial pelos pobres. Isso eu farei: favorecer os pobres e os excluídos." Tanto no
discurso quanto nas primeiras entrevistas como presidente eleito, o jornalista Funes, 49, seguiu a carti-
lha de pragmatismo da campanha. "Este não é um tempo de vingança. É de entendimento."
O Departamento de Estado dos EUA parabenizou Funes pela vitória e reiterou que Barack Obama coope-
rará com o novo governo, que toma posse em 1º de junho. A campanha governista havia inflado temo-
res de que seu triunfo atrapalharia as cruciais relações com a Casa Branca -em 2004, essa foi a mensa-

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gem da gestão Bush. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conhece o salvadorenho há anos, tam-
bém telefonou para felicitá-lo. Funes é próximo do PT e casado com a advogada paulistana Vanda Pigna-
to. Sua campanha foi dirigida por João Santana, marqueteiro petista.
Funes assumirá um país com mais da metade da população abaixo da linha de pobreza e, como os vizi-
nhos de América Central, profundamente dependente da economia americana, hoje em crise. Cerca de
18% do PIB do país vem de remessas enviadas pelos mais de 2 milhões de salvadorenhos que vivem
nos EUA. Também enfrentará a maior taxa de homicídios do continente -63 para cada cem mil habitan-
tes- e quadrilhas ligadas aos cartéis mexicanos. No front político, o presidente eleito também terá de
fazer alianças. A FMLN elegeu a maior bancada da Assembléia Legislativa, em janeiro, duas cadeiras a
mais que a direita. Para maioria qualificada, porém, terá de fazer acordos com partidos de centro, como
o Democrata Cristão.

A Otan e a Guerra do Afeganistão – abril/09

A luta contra o terrorismo internacional ganhou um endereço fixo: Afeganistão, nação pobre, devastada
por 30 anos de ocupação estrangeira e que se tornou refúgio de Osama Bin Laden, o terrorista mais
procurado do mundo. O país também foi eleito o cenário da "guerra de Obama", desde que o presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, redirecionou esforços militares para a região, do mesmo modo que
George W. Bush, seu antecessor na Casa Branca, fez com o Iraque.
Graças à recente incursão diplomática de Obama no continente europeu, a campanha recebeu apoio
importante dos países integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que enviarão
mais 5.000 soldados para sufocar a rede terrorista Al Qaeda e conter o grupo radical islâmico Taleban.
Hoje, a Otan mantém no país cerca de 70 mil soldados, mais da metade norte-americanos. A guerra no
Afeganistão foi o principal tema da reunião de cúpula da Otan, realizada nos dias 3 e 4 de abril de 2009
na França e na Alemanha. Na prática, os países europeus que compõem a aliança ratificaram o projeto
dos Estados Unidos de "pacificação" do país asiático por meio da reconstrução social. Dado o histórico e
a geopolítica da região, a tarefa não será nem rápida nem tão simples assim.
A Otan é uma organização militar internacional criada há 60 anos, em 4 de abril de 1949, durante a
Guerra fria, com a finalidade inicial de impedir o avanço do comunismo na Europa. Inicialmente, era
formada por 12 países. Com as recentes adesões de Albânia e Croácia, conta hoje com 28 nações. Na
época, o mundo estava dividido em dois blocos econômicos e militares distintos: o bloco capitalista,
representado pelos Estados Unidos, e o socialista, da antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas), países que saíram fortalecidos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Temendo a
influência dos soviéticos sobre a Europa, os governos ocidentais uniram forças. Mas foi somente com o
fim da Guerra Fria que ocorreram as intervenções bélicas da Otan, primeiro na ex-Iugoslávia, para
impedir o massacre da população albanesa de Kosovo, em 1999, e depois em 2006, quando as forças de
coalizão assumiram a segurança em Cabul, capital afegã.
O século 20 deixou marcas indeléveis no Afeganistão, essenciais para entender o mundo
contemporâneo, além de exemplos de como políticas equivocadas podem trazer problemas de difíceis
soluções para gerações futuras. O Afeganistão é um país localizado na Ásia central e que faz fronteira
com Paquistão, Irã e China, entre outros países. Possui estimados 32,7 milhões de habitantes, 70%
vivendo com menos de US$ 1 por dia. O país é constituído por diferentes tribos e grupos étnicos, o que
torna difícil a centralização do poder. Por esta razão, tem na religião islâmica (80% sunitas e o restante
xiitas) o único elemento aglutinador da sociedade. A atividade econômica primária é a agricultura,
apesar de somente 10% das terras, desérticas e montanhosas, serem cultiváveis. A maior renda vem do
ópio (matéria prima da heroína), que concentra 93% da produção mundial e corresponde a 30% do PIB
(Produto Interno Bruto) do Afeganistão. Atualmente, 16 das 34 províncias cultivam a papoula, planta da
qual se extrai a substância. A produção, que quase quintuplicou desde a ocupação americana em 2001,
é uma das principais fontes de renda do Taleban.
No final dos anos 1970, a posição estratégica colocou o Afeganistão no centro da disputa ideológica da
Guerra Fria. Uma sucessão de golpes de Estado terminou com o fim da neutralidade, até então

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preservada em relação ao conflito. A deposição de um presidente alinhado com Moscou, em 1979,


motivou a invasão das tropas soviéticas. A ocupação duraria até 1989, deixando milhares de mortos e
prejuízos de bilhões de dólares. Durante esse período, os russos enfrentaram a resistência dos
mujahedin (combatentes islâmicos), que contavam com apoio financeiro e militar da CIA, o serviço
secreto norte-americano. De certa forma, o Taleban é fruto da política externa norte-americana. Quando
o exército vermelho finalmente desocupou Cabul, o governo perdeu a sustentação e, no início dos anos
1990, o país foi assolado por uma guerra civil entre facções rivais. Nesse clima de insegurança, o
Taleban, um grupo de jovens religiosos refugiados no Paquistão, assumiu o poder em 1996.
O Taleban só se tornou uma ameaça aos Estados Unidos dois anos depois, quando a rede Al Quaeda, de
Osama Bin Laden, foi responsabilizada pelos atentados às embaixadas americanas em Quênia e
Tanzânia, que deixaram 224 mortos. Após o massacre, o grupo islâmico passou a abrigar o terrorista.
Para pressionar Cabul a entregar Bin Laden, a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou um
embargo econômico, ao mesmo tempo em que Washington autorizou bombardeios ao território afegão.
Finalmente, com os ataques de 11 de Setembro, em 2001, os Estados Unidos ocuparam a capital e
depuseram o governo dos talebans, que buscaram abrigo nas montanhas. Apesar do governo constituído
em 2004 com apoio da Casa Branca - Hamid Karzai foi eleito com 55% dos votos para um mandato de
cinco anos -, os extremistas islâmicos controlam hoje cerca de 70% do território afegão.
O objetivo de Barack Obama é reestruturar a economia e a política de Cabul, preparando o país para a
retirada das tropas americanas. Para isso, autorizou o envio de mais 4.000 homens, além de 17 mil
previstos, para os próximos meses. Com mais o efetivo da Otan, o plano é treinar o exército afegão,
mal remunerado e despreparado, para manter o domínio sobre os talebans. Também foi anunciado o
envio de verbas para o Paquistão combater focos terroristas. Há dúvidas, entretanto, se os recursos
serão suficientes para trazer estabilidade a um país que há décadas só conhece a guerra e que não
parece disposto a abrir mão nem da fé de grupos extremistas nem da produção de ópio. Outro desafio é
enfrentar a complexa geopolítica da região, que vai obrigar os Estados Unidos a afinarem a diplomacia,
por exemplo, com um arquiinimigo como o Irã.

A Cúpula das Américas e Cuba – abril/09

O embargo comercial à Cuba de Fidel Castro e Raúl Castro já dura quase meio século. Símbolo da
Guerra Fria, o bloqueio perdeu a razão de existir com o fim da URSS (União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas), mas sua suspensão não será tão simples assim. Contudo, os primeiros passos foram dados
com a recente eleição de Barack Obama. Durante a campanha, Obama prometeu uma política de
reaproximação e, no último dia 13 de abril, anunciou o fim das restrições de viagens e a remessa de
dinheiro (antes, as viagens eram limitadas a apenas uma ao ano e os depósitos, a US$ 1,2 mil anual por
pessoa [R$ 2,6 mil]). As medidas beneficiam 1,5 milhão de exilados que possuem familiares na ilha. O
assunto, entretanto, foi uma das principais causas de divergência na 5ª Cúpula das Américas, encerrada
no último dia 19 de abril em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago. O encontro reuniu 34 países
americanos, com exceção de Cuba. As nações participantes da reunião reivindicavam, além do fim do
boicote, a reinclusão de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos).
Quais são as dificuldades para vencer esse desafio? Que fatos motivaram o fim das relações entre
Washington e Havana, que permanece por quase 50 anos, e faz vigorar um verdadeiro entulho do século
20? Antes de Fidel Castro, Che Guevara e o Exército Rebelde entrarem vitoriosos na capital cubana, o
país era uma espécie de "Las Vegas caribenha". Máfias americanas exploravam cassinos, bordéis e o
turismo local. O país era governado há 25 anos pelo ditador Fulgencio Batista, aliado dos Estados
Unidos. A Revolução Cubana fez da ilha a mais antiga experiência de regime socialista no mundo, a
despeito da queda da URSS e da abertura da China. O que pouca gente sabe é que, após assumir o
poder em 1º de janeiro de 1959, Fidel defendeu a democratização, incluindo eleições gerais em Cuba.
Meses depois, com a nacionalização de refinarias de petróleo americanas e o alinhamento ao bloco
soviético, Cuba declarou-se comunista. A partir de então, o país começou a sofrer retaliações

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econômicas dos Estados Unidos, até o decreto do embargo total anunciado em 7 de fevereiro de 1962,
logo após o rompimento das relações diplomáticas entre as duas nações. Na prática, o embargo
suspendeu todas as importações e exportações entre os países, provocando dois efeitos sobre Havana:
um econômico, comprometendo o crescimento da ilha, que importa 80% de tudo que consome; e outro
ideológico, pois garantiu ao comandante Fidel um inimigo que pudesse culpar pelas mazelas do país.
Mesmo com todas essas dificuldades, Cuba, com 11,4 milhões de habitantes, ocupa a 51ª posição no
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas), que mede o grau
de desenvolvimento dos países. Em comparação, o Brasil está em 72º lugar. Os cubanos também são
conhecidos pela qualidade de primeiro mundo nas áreas de saúde e educação (a taxa de analfabetismo é
quase zero). Por outro lado, sofrem perseguição política, faltam direitos civis e liberdade de imprensa
(até a internet é censurada). Com o colapso na antiga União Soviética, que subsidiava o regime
castrista, o país entrou em recessão no começo dos anos de 1990, adotando medidas de racionamento e
reformas econômicas. Doente, Fidel se afastou do poder em 2006, até que em fevereiro de 2008, após
49 anos no cargo, entregou a presidência ao irmão, Raúl Castro. Uma das ações do novo presidente foi
permitir aos cubanos a compra de computadores e celulares, apesar dos preços serem proibitivos para a
maior parte da população.
A retomada da diplomacia entre Estados Unidos e Cuba encontra resistência de ambos os lados, fruto de
ressentimentos de décadas. As hostilidades entre as nações foram além do embargo, a ponto de,
durante os anos de 1960, a CIA promover várias tentativas de assassinar o líder cubano. A situação
piorou na administração de George W. Bush, mas atualmente Obama tem interesses políticos em
estreitar as relações com a América Latina. Também existem empresas multinacionais que querem o
término do embargo para estabelecer contatos comerciais com Cuba. Para que isso ocorra, é preciso
aprovação do Congresso americano, uma vez que o embargo foi transformado em lei nos anos de 1990.
Além disso, a Casa Branca quer, como contrapartida nas negociações, que Cuba apresente avanços
concretos na questão dos direitos humanos, abertura à imprensa e democracia.
A violação dos direitos humanos é um dos maiores estigmas do governo de Fidel. Estimam-se entre 15
mil e 18 mil as execuções ocorridas desde a revolução. O número de presos políticos, até 2008, era de
205 (29 a menos que no ano anterior), segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e
Reconciliação Nacional. A respeito disso, é preciso lembrar que a história recente dos Estados Unidos é
repleta de atos de violação à privacidade dos cidadãos, prisões ilegais e tortura de suspeitos de
terrorismo, inclusive na base militar de Guantánamo, localizada em território cubano.
Outro elemento importante no debate é comunidade de exilados cubanos em Miami, uma espécie de
"segunda Cuba". Eles formam uma importante parcela do eleitorado da Flórida (decisiva para a eleição
de Bush em 2000), radicalmente anticastrista, que o governo norte-americano evita contrariar. Uma
consulta popular divulgada recentemente pelo jornal Miami Herald revelou que 64% dos cubanos que
vivem na Flórida apoiam as iniciativas do presidente dos Estados Unidos para melhorar as relações com
Cuba, enquanto 27% são contrários. Isso revela uma mudança da posição da comunidade, mais
favorável ao diálogo. Já em Cuba, a preocupação é com possíveis mudanças culturais, provocadas em
parte pelo fluxo de conterrâneos de Miami, que vivem uma realidade de consumo distante da população
da ilha. E, mais do que isso, temem-se profundas transformações políticas. A era pós-Fidel e a era
Obama, no entanto, são promissoras no sentido de mudar os rumos da história de Cuba.

EUA - 100 dias do Governo Barack Obama – abril/09

O presidente dos EUA, Barack Obama, chega aos seus 100 dias de mandato — uma data considerada
vital para os geralmente ansiosos políticos de Washington e jornalistas da mídia americana avaliarem o
novo ocupante da Casa Branca —, delineando um governo que em praticamente tudo se difere da
gestão de seu antecessor, George W. Bush, ainda que Obama tenha herdado de Bush duas guerras
impopulares (no Iraque e no Afeganistão), além da pior crise econômica enfrentada pelos EUA desde os
anos 30. Segundo analistas americanos — que repudiam a expressão "Doutrina Obama" para tentar

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definir um estilo de governo com base em apenas 100 dias de administração —, a quantidade
(espantosa, dizem) de ações tomadas por Obama até agora evidenciam um estilo que vai além da
natureza mais liberal e progressista dos governos do Partido Democrata: Obama é mais inclusivo,
menos arrogante, mais conciliador, menos doutrinário e mais pragmático, não apenas na forma como
vem administrando a maior e mais influente máquina pública do planeta, como na maneira com que lida
com seus aliados e inimigos, no Congresso americano ou no exterior.
Posto em contexto que Obama herdou um cenário muito difícil e que o combate à crise dominou sua
agenda nos primeiros três meses, percebe-se que o novo governo se pauta por um esforço maior em
resolver problemas de forma multilateral e negociada, bem diferente do unilateralismo dos anos Bush —
diz Dan Hamilton, diretor do Centro de Relações Transatlânticas da Universidade Johns Hopkins.
O analista observa que tanto a decisão de retirar as tropas do Iraque quanto a de reforçar os efetivos no
Afeganistão foram tomadas após conversas com analistas americanos, países aliados e governos da
região. E que os esforços para lidar com o fundamentalismo islâmico que alimenta o terror incluem
agora mais países: dos prioritários, como o Paquistão, a outros aparentemente colaterais no conflito,
como a Rússia ou o Irã. Neste último caso, os novos gestos de conciliação foram feitos até para países
latinos tradicionalmente anti-americanistas, como Cuba e Venezuela.
Mesmo o trabalho de recuperação da economia americana reconhece que a crise ultrapassou as
fronteiras dos EUA e afeta hoje praticamente todos os países do planeta. Mas ao contrário da política de
"cada um por si" sob a vigilância de organismos multilaterais radicalmente ortodoxos, estimulada por
Bush, Obama opta por reforçar o papel de novas entidades mais representativas, como o G-20, e
autorizar a flexibilização de órgãos multilaterais, como FMI e Banco Mundial, observa o professor do
Departamento de Economia da Universidade George Washington, Anthony Yezer.
Somente o tratamento condescendente dado ao setor bancário nesta crise, com pouca ação regulatória
até agora, evidencia uma continuidade da política monetária de Bush — diz Yezer. — Mas no que se
refere à política fiscal e ao orçamento, o governo Obama é bem mais preocupado com o amparo social
promovido pelo Estado do que a gestão anterior.
Este perfil intervencionista fez muitos políticos republicanos criticarem o governo atual, acusado de
gastador e socialista. A resposta dos democratas é que o momento de crise exige um Estado forte, mas
as ações são pragmáticas, voltadas para a recuperação da economia. Pode ser. Mas ainda que a
adminitração Obama tenha um ar menos dogmático, certamente não se pode afirmar que a Casa Branca
se paute exclusivamente por princípios pragmáticos nas suas decisões. É o que pensa Leighton Ku,
professor da Escola de Saúde Pública e Serviços de Saúde da Universidade George Washington:
A política para a saúde de Obama, que vai da proposta de universalização do sistema ao aumento na
taxação de cigarros e tabaco, mostra uma preocupação fundamental com a questão da saúde na lista de
assuntos governamentais prioritários, o que não se via desde a guerra ao terror — diz o professor. — E
o que dizer da liberação das pesquisas com células tronco, pautada pela ciência e pela evidências
médicas, e não por credos religiosos? É claro que Obama pode estar pensando nos benefícios em
economia de custos públicos de saúde com a evolução destas pesquisas, mas a decisão tem um toque
inegavelmente ideológico.
Dan Hamilton, da Universidade Johns Hopkins, coloca no mesmo nível decisões de segurança nacional
como fechar a prisão de Guantánamo ou abolir a tortura como ferramenta válida na obtenção de
informações de segurança.
São medidas fundamentalmente pautadas por princípios, ainda que, no fundo, a decisão do
Departamento de Estado de adotar o chamado "soft power" na sua relação com o mundo, e que inclui a
mensagem ética contra a tortura, seja uma abordagem bem mais pragmática do que o uso da força
militar e econômica pregado pelo governo anterior — disse ele.
Para Frank Verrastro, diretor da área de Energia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais
(CSIS, da sigla em inglês, um instituto de estudos progressista), as políticas para os setores de energia
e meio-ambiente de Obama ilustram com perfeição o perfil de um governo que rompe de forma
pragmática com as diretrizes da administração anterior. Afinal, sai de cena o império do petróleo e entra
no palco a pesquisa e o uso de fontes renováveis de energia e de carros mais econômicos.

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Há a presunção de que o sistema atual é insustentável e que nova ênfase e incentivos devem ser dados
a novos combustíveis e fontes de energia. Neste sentido, a administração vem buscando melhorar os
padrões da frota de veículos e fez uma proposta para dobrar o uso de fontes renováveis na matriz
energética em três anos. Há um entusiasmo para mudar o sistema energético, ainda que alguns céticos,
com razão, continuem preocupados com o custo para atingir estas metas — diz Verrastro.
O que quer que se fale sobre os primeiros 100 dias do governo Obama, o fato é que boa parte dos
americanos aprova o governo até agora. Pesquisa feita pela empresa Pew Research Center e pelo jornal
"The Washington Post" mostram que 63% do país aprovam o governo até agora, percentual muito
semelhante aos 64% de aprovação recebidos por Obama em pesquisa da agência de notícias Associated
Press com a empresa GfK. Ou dos 62% de aprovação medidos pela rede de TV conservadora Fox,
justamente num momento em que os índices de desemprego se aproximam de 10%, o país registra seu
pior déficit público, a economia encolhe e o sistema bancário continua flertando com a inadimplência.
Para boa parte dos americanos, apesar da crise econômica monumental, Obama ainda é o cara

II - POLÍTICA – BRASIL

O resultado das eleições 2008 – out/08

O mapa político das cidades brasileiras tem novo dono: o PMDB. A partir de 1º de janeiro de 2009, o
partido governará cerca de 28,6 milhões de eleitores em 1.202 municípios, o que aumenta o cacife da
legenda para a sucessão de 2010. As eleições também ficaram marcadas pela onda de reeleições, que
se repetiu no segundo turno. Dos 20 prefeitos de capitais que tentaram renovar seus mandatos, 19
venceram. Apenas o prefeito de Manaus, Serafim Corrêa (PSB), perdeu. Em 2004, só cinco prefeitos
candidatos se reelegeram. O PT também avançou do ponto de vista orgânico: teve o maior número de
vitórias (21) no chamado G79, grupo formado pelas 26 capitais e 53 municípios com mais de 200 mil
eleitores -em que o segundo turno é possível. Saiu governando 20 milhões de eleitores. Mas o bom
desempenho foi atenuado pelo fato de que o partido do presidente Lula não conseguiu emplacar
nenhuma vitória de grande relevo. Pior: sua maior aposta, São Paulo, transformou-se em uma grande
derrota política para o grupo de José Serra, eventual candidato a presidente em 2010. Além da derrota
de Marta Suplicy para Gilberto Kassab (DEM), houve fracassos importantes em Salvador, com Walter
Pinheiro, e em Porto Alegre, com Maria do Rosário.
Desde 1988 o PMDB saía das urnas como líder no número de prefeituras conquistadas, título garantido
por seu domínio no chamado "Brasil profundo". Este ano o partido manteve-se poderoso nos grotões,
mas se expandiu nas cidades de médio e grande porte, passando a ser a sigla mais votada e a que
governará o maior número de eleitores- vitórias conquistadas pelo PSDB no pleito de 2004. O PMDB
venceu em seis capitais. No primeiro turno, havia vencido em Goiânia e Campo Grande. Ontem, elegeu
os prefeitos do Rio e Florianópolis e derrotou o PT em Salvador e Porto Alegre. No total, 17
peemedebistas conseguiram se eleger em cidades que integram o G79. Em 2004, eram apenas 9. O
partido também triplicou o número de eleitores sob o seu comando nessas grandes cidades- passou de
3,6 milhões em 2004 para 11,7 milhões. No curto prazo, a vitória do PMDB será usada nas costuras para
a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, assim como na busca por mais espaço no ministério.
Publicamente, líderes do partido admitem capitalizar o resultado na largada rumo a 2010. "Somos o
maior partido do Brasil. Em 2010, vamos forte para qualquer aliança, sem nenhuma dúvida", disse o
presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que quer presidir a Casa. Ontem, Orestes Quércia,
que apoiou Kassab, apontou Serra como opção para a sucessão de Lula. De uma forma geral, os
partidos de oposição a Lula são os maiores derrotados. Iniciarão 2009 governando 35,4 milhões de
eleitores, quase 10 milhões de eleitores a menos do que atualmente. Em relação a 2004, a perda é de
12,5 milhões. A principal sigla oposicionista, o PSDB, sai das urnas governando 5,8 milhões de eleitores
nas grandes cidades, quase um terço do que administrava em 2004 (14 milhões). No país, o partido

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comandará 17,5 milhões de eleitores em 2009. Os tucanos venceram em nove cidades do G79, sendo
duas capitais (Curitiba e Teresina). No segundo turno, garantiram São Luís e Cuiabá, além de Juiz de
Fora e Ponta Grossa. O estrago para a oposição só não foi maior graças ao triunfo de Kassab em São
Paulo, maior colégio eleitoral do país, com 8,2 milhões de eleitores. Sua vitória ofusca um pouco a
derrocada do DEM na Bahia, que foi tomada de assalto pelo PMDB de Geddel Vieira Lima, antigo
adversário do PT e hoje ministro de Lula. No primeiro turno, o DEM conquistou quatro grandes cidades:
Ribeirão Preto, Mogi das Cruzes, Blumenau e Feira de Santana. Em todo o país, o DEM comandará 15,9
milhões de eleitores. O PPS foi o partido da oposição que mais perdeu espaço. Em 2004, elegeu 5
prefeitos em cidades grandes e, neste ano, nenhum. Em janeiro, a sigla só governará 2 milhões de
eleitores, bem menos que em 2004, quando obteve 6,8 milhões. O alto índice de reeleição dos prefeitos
das capitais brasileiras que concorreram a um novo mandato foi superior à média nacional. De acordo
com a Confederação Nacional de Municípios, a taxa de recondução em todo o Brasil foi de 67%. Dos
3.357 candidatos a um novo mandato, 2.245 venceram.

Caso Battisti provoca crise diplomática Brasil-Itália – jan/09

A decisão do governo federal de conceder refúgio político ao escritor e ex-terrorista Cesare Battisti foi o
pivô de uma grave crise diplomática entre Brasil e Itália, que também incendiou divergências políticas e
ideológicas em ambos os países. O caso agora está nas mãos do STF (Supremo Tribunal Federal),
instância máxima do poder judiciário brasileiro. O italiano foi preso na manhã de 18 de março de 2007
em Copacabana, Rio de Janeiro, por agentes da Polícia Federal. Ele estava foragido havia 26 anos e foi
condenado à prisão perpétua na Itália por autoria e co-autoria de quatro homicídios, ocorridos entre
1978 e 1979. Battisti era um dos líderes do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), braço
das Brigadas Vermelhas, famosas pelos ataques terroristas contra alvos do governo italiano. Na época, o
mundo estava polarizado em blocos políticos e econômicos: o capitalista e o comunista. Grupos de
esquerda como as Brigadas Vermelhas empregavam métodos violentos para desestabilizar o governo a
fim de implantar a "ditadura do proletariado". A Itália foi um dos países que mais sofreram com a onda
de violência na Europa. No final dos anos 70, havia em média um seqüestro por semana e, diariamente,
atentados a bomba, além de assassinatos e assaltos a bancos praticados por guerrilheiros. O ataque
mais ousado foi o sequestro e morte do primeiro-ministro Aldo Moro, em 1978, cometidos pelos
Brigadas Vermelhas. Moro também era presidente do partido Democracia Cristã, que detinha maioria no
Parlamento italiano (a Itália adota o sistema parlamentarista e o chefe do governo é o primeiro-
ministro). A execução do premiê provocou uma reação imediata das autoridades, que deram início ao
desmantelamento das organizações terroristas. Ex-brigadistas foram beneficiados com o perdão em
troca da delação de ex-companheiros - a chamada "Lei dos Arrependidos", que também foi usada contra
a máfia siciliana. Em parte, foi deste modo que a Justiça italiana condenou Battisti.
Preso em junho de 1979, dois anos depois ele fugiu para o México, até conseguir refúgio na França, sob
o governo do socialista François Mitterrand, que abrigava militantes que renunciassem à luta armada.
Distante do passado terrorista, Battisti obteve cidadania francesa, depois de se casar e ter duas filhas, e
vivia como escritor. No início do século, porém, o cenário na Europa era outro, com alianças
conservadoras chegando ao poder, inclusive na França. Em 2004, o presidente francês Jacques Chirac
autorizou a prisão e extradição de Battisti, mas o italiano já havia escapado. Desta vez, para o Brasil. A
trajetória de Battisti se confunde com a própria história da segunda metade do século 20, marcada por
um mundo dividido ideologicamente. Em países como o Brasil, sob regime militar, partidos de esquerda
foram banidos para a clandestinidade, onde abraçaram as armas. É neste contexto que deve ser
analisada a concessão de refúgio político.
Em 13 de janeiro de 2009, o ministro da Justiça Tarso Genro reconheceu a condição de refugiado do ex-
terrorista, atendendo ao pedido de advogados de defesa e contrariando decisão anterior do Conare
(Comitê Nacional para os Refugiados), que rejeitou a mesma solicitação em novembro de 2008. O
Conare é um órgão ligado ao próprio ministério, criado para analisar esse tipo de caso. A decisão do
ministro teve como base a lei nº 9.474, de 1997, que reconhece como refugiado todo indivíduo que

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sofre perseguição "por motivo de raça, religião, grupo social ou opiniões políticas". A condição impede
que o beneficiado seja extraditado do país. É uma decisão soberana, ou seja, só pode ser revogada pelo
presidente da República. No entendimento do governo, Battisti cometeu crimes políticos, não comuns,
conforme alega a Justiça na Itália. Por isso, considerou-se que ele é vítima de perseguição política.
Antes dele, outros quatro italianos tiveram os pedidos de extradição negados no país. O relatório de
Tarso, no entanto, expõe uma situação questionável. O ministro compara o panorama da Itália nos anos
70 e 80 com os "anos de chumbo" da ditadura brasileira. O problema é que, diferente do Brasil, os
italianos viviam numa democracia, que incluía partidos de esquerda em cadeiras do Parlamento. O que
irritou o governo italiano no relatório de Tarso e causou a crise diplomática foram, basicamente, dois
pontos: a alegação de que o foragido sofreria perseguição política em seu país, que põe em dúvida a
democracia italiana, e de que o réu não teve ampla possibilidade de defesa no processo, contestando
também o sistema judiciário. Battisti foi condenado em 1993 à revelia, isto é, sem que estivesse
presente no julgamento (ele estava foragido à época). Houve forte reação contrária à resolução.
Representantes do governo de Silvio Berlusconi manifestaram repúdio, bem como políticos, associações
de familiares de vítimas do terrorismo e a imprensa italiana. Os apelos são para que o governo brasileiro
volte atrás na decisão. A principal crítica é a de que políticos ligados ao PT, partido do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, estariam agindo por impulso ideológico, uma vez que têm o passado ligado a
grupos armados esquerdistas. Ocorreram protestos, greve de fome e até ameaça de cancelar um jogo
amistoso entre Brasil e Itália, marcado para 10 de fevereiro em Londres. Houve também respostas
favoráveis por parte de políticos, defensores dos direitos humanos e intelectuais brasileiros.
No auge da crise, o embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, deixou o país, atendendo uma
convocação do governo italiano para consulta sobre o caso. O Ministério de Relações Exteriores italiano
aguarda um posicionamento da UE (União Européia), que já adiantou considerar o caso uma relação
bilateral, onde não cabe intervenção. O pedido de extradição do governo da Itália ainda vai ser julgado
pelo STF, provavelmente no início de março. Os ministros do Supremo irão apreciar se a lei aplicada no
caso é ou não constitucional. Como o status de refugiado anula o processo, a única forma de reversão
recai sobre a legislação que possibilitou o refúgio.
Porém, a decisão final sobre uma eventual extradição é do presidente Lula, que já se manifestou
favorável à determinação de seu ministro. Enquanto isso, Battisti aguarda o desenlace da crise no
Presídio da Papuda, em Brasília.

PMDB vence no Congresso – fev/09

Depois de 16 anos e com o apoio do presidente Lula, o PMDB reconquistou as presidências da Câmara e
do Senado em fevereiro de 2009. As vitórias dão ao partido poder extra para buscar mais espaço dentro
do governo, no qual já atua com a indicação política de seis ministros. Na Câmara, venceu o deputado
Michel Temer (PMDB-SP). Ele teve 304 votos e superou seus dois adversários -Ciro Nogueira (PP-PI),
que teve 129 apoios, e Aldo Rebelo (PC do B-SP), com 76 votos. A Câmara tem 513 deputados e o
quórum ontem foi de 509. No Senado, o vitorioso foi José Sarney (PMDB-AP). Ele havia passado os
últimos dois meses tentando ser o candidato único. A estratégia não deu certo. Ele teve de ir para a
disputa contra Tião Viana (PT-AC) -venceu por 49 a 32, totalizando as 81 cadeiras do Senado. Essas
vitórias de Temer e de Sarney conferem aos dois grande poder para influir no governo Lula, em especial
na sucessão de 2010. A presidenciável Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, tentou desconversar ao
comentar a eleição. "A base do governo foi vitoriosa", disse. Questionada sobre uma vaga de vice em
sua eventual chapa, afirmou: "Estamos falando de 2009. E essa vitória é em 2009 e tem que ser vista
como uma contribuição à governabilidade". Sob a ótica da oposição, o presidenciável José Serra (PSDB-
SP) tem em Temer um aliado potencial e em Sarney um desafeto.
Apesar desse poder, nem Sarney nem Temer tiveram os apoios que alardeavam.
No caso da Câmara, a aliança formada pelo peemedebista tinha 15 partidos e um total de 425
deputados -o maior bloco já criado dentro do Congresso. Desses, 121 (28,3%) acabaram traindo Temer
na hora do voto. No Senado, sarneyzistas começaram contando 58 votos, e o número final foi

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desidratado para 49. Muito da redução do apoio se deu em decorrência de uma decisão inusitada do
PSDB, cujo apoio oficial foi para Viana. Como a votação é secreta, não se pode mapear com precisão as
defecções. A conquista de Temer se cristalizou apenas nas 72 horas anteriores à disputa. O
peemedebista teve grande ajuda com a saída de Osmar Serraglio (PMDB-PR) do páreo, anteontem à
noite. Primeiro, quase todos os seus votos migraram para Temer. Segundo, propagou-se um desânimo
nas campanhas de Ciro e Aldo. Temer, 68, e Sarney, 78, são veteranos no comando do Congresso.
Ambos começaram ontem o seus terceiros mandatos nas presidências de Câmara e Senado. O deputado
foi eleito pela primeira vez em 1997 e reeleito em 1999. O maranhense, que agora se elege pelo Amapá,
teve sua primeira eleição para presidir o Senado em 1995 e a segunda em 2003. O PMDB é descendente
direto do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição consentida durante a ditadura
militar (1964-1985). Na volta do país à democracia, a sigla comandou o Congresso inteiro por vários
anos seguidos. Na década de 90, começou a entrar em decadência. A última vez que dois
peemedebistas estiveram à frente de Câmara e Senado, no biênio 1991-1992, o país passou por uma de
suas maiores crises políticas. O então presidente da República, Fernando Collor de Mello, sofreu um
processo de impeachment. No Congresso, o chamado escândalo dos anões do Orçamento provocou a
perda de vários mandatos. Agora, o PMDB assumirá o poder no Congresso em meio a uma crise
econômica e assediado pelo PT e pelo PSDB para formar uma aliança nas eleições de 2010. A sigla
também continua fracionada. Ao tomar posse, Sarney anunciou um corte linear de 10% do orçamento
do Senado (de R$ 2,7 bilhões neste ano). Também prometeu criar uma comissão para discutir a crise.
"Não me chamem de um homem retrógrado, como se eu fosse um velho que está chegando aqui,
querendo, como um macróbio [aquele que vive muito], não renovar o Senado", disse ele. Ex-presidente
da República (1985-1990) e com 33 anos de mandato de senador, Sarney será o 63º presidente do
Senado. O posto também lhe confere o comando da presidência do Congresso Nacional, formado por
todos os senadores e deputados. O principal articulador sarneyzista foi o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), que reassumiu a liderança da bancada do PMDB. Além do seu partido, Sarney contou com o
apoio oficial de DEM, PTB, PP e PR. Os aliados do derrotado Tião Viana foram PT, PSOL, PRB, PDT, PSB e
PSDB -este último teria lhe dado 12 votos. Na Câmara, a primeira promessa de Temer foi a de
regulamentar a Constituição. Também anunciou a criação de uma procuradoria parlamentar feminina -
para garantir às 44 deputadas direito de voz e voto nas reuniões de líderes. Ele tentará dar maior
visibilidade ao trabalho dos congressistas nos Estados, em especial nos finais de semana. "Me insurgirei
àqueles que disserem que nós só trabalhamos de terça a quinta. Temos que lembrar que Brasília é o
Brasil formal e que o Brasil real está lá fora, nas nossas bases", discursou.

Novos escândalos no Senado – março/09

Desde fevereiro com as atividades praticamente paralisadas, o Congresso Nacional enfrenta uma crise
institucional motivada por denúncias de irregularidades, cujo epicentro é o Senado Federal. A rotina dos
parlamentares foi alterada por suspeitas de regalias que vão desde número abusivo de cargos de
direção, pagamentos de horas extras para funcionários em mês de recesso e a utilização de imóveis e
recursos públicos para fins particulares. Com a exposição na mídia, os eleitores ficaram com a impressão
de que os congressistas, eleitos e remunerados pelo povo, estariam legislando em causa própria.
O Congresso Nacional, que tem por função elaborar leis e fiscalizar os atos do Poder Executivo, divide-se
em duas casas: a Câmara dos Deputados, composta por 513 deputados federais, e o Senado Federal,
que conta com 81 senadores. Deputados e senadores recebem salários de R$ 16,5 mil por mês, além de
benefícios como auxílio-moradia, verbas indenizatórias para gastos com manutenção de gabinetes e
auxílios para despesas com telefonia e transporte, entre outros. A Câmara representa o povo, enquanto
o Senado representa cada um dos 26 Estados e o Distrito Federal, que elegem, cada um, três senadores
para um mandato de oito anos - o dobro do mandato dos deputados. Todas as leis de administração
federal e de arrecadação e distribuição de recursos financeiros precisam ser aprovadas pelo Congresso.
Por isso, é necessário que o Presidente da República tenha um bom relacionamento com o Senado e a
Câmara, de modo a garantir a aprovação de projetos de lei do governo. Isso depende, quase sempre, de

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uma negociação prévia com os partidos que compõe o Parlamento. Por esta razão, também não é
conveniente, no jogo democrático, que um partido tenha o controle absoluto das duas casas do
Legislativo. Pois foi justamente o que ocorreu no último dia 2 de fevereiro, quando o deputado Michel
Temer (SP) e o senador José Sarney (AP), ambos do PMDB, foram eleitos, respectivamente, para as
presidências da Câmara e do Senado.
Os cargos de Presidência são os mais visados pelos congressistas porque, além de maior exposição (o
que é bom para futuras candidaturas), controlam a pauta de votação no plenário, administram
orçamentos bilionários e, na linha de sucessão à Presidência da República, ocupam terceiro (Câmara) e
quatro lugar (Senado), atrás do vice-presidente. Em resumo, acumulam capital político. A vitória do
PMDB, porém, desagradou os petistas, que pretendiam eleger Tião Viana (PT-AC) no lugar de Sarney.
Inicialmente, PMDB e PT, partidos com maioria no Congresso, haviam acordado a divisão das
presidências, mas o PMDB foi o partido que mais cresceu nas eleições municipais de 2008, o que
ampliou suas vantagens na disputa. Foi essa briga que, após a sucessão, desencadeou uma série de
denúncias que tiveram como alvo principal o Senado, apesar de tanto Sarney quanto Viana negarem
qualquer envolvimento nos casos.
Um dos maiores escândalos foi a descoberta da existência de 181 diretorias no Senado, mais que o
dobro da quantidade de parlamentares da Casa, com salários que chegam a R$ 18 mil nas chefias, fora
gratificações. O Congresso possui autonomia para administrar cargos e salários, mas o fato revelou mau
uso do dinheiro público. Uma das diretorias, por exemplo, a Diretoria de Apoio Aeroportuário, tinha
como única função facilitar o embarque de senadores - incluindo amigos e parentes - em aeroportos. No
início de março, o diretor-geral do Senado Agaciel Maia pediu afastamento após a revelação de que
havia ocultado a compra de uma mansão em Brasília, avaliada em R$ 5 milhões. Maia trabalhava há 33
anos no Senado, sendo 14 na Diretoria-geral. Na seqüência, o diretor de Recursos Humanos João Carlos
Zoghbi também pediu demissão. Ele teria feito uso irregular de um apartamento funcional (imóvel para
uso exclusivo do funcionário), que era ocupado por um de seus filhos. Depois de sofrer pressão popular,
o primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) decidiu cortar 50 cargos e anunciou o enxugamento no
número de diretorias para 20, com uma economia de R$ 1 milhão aos cofres públicos (segundo o
senador, a lista divulgada com 181 diretorias não estava correta e, com os cortes de 50, sobrariam
apenas 38). Também foi aberta uma sindicância para apurar denúncias de contratação de familiares de
servidores por empresas prestadoras de serviço terceirizadas, de modo a burlar a proibição de
nepotismo - emprego de parentes em cargos públicos - do STF (Supremo Tribunal Federal).
Os trabalhos no Congresso são interrompidos em duas ocasiões no ano: de 18 a 31 de julho e entre 23
de dezembro e 31 de janeiro, períodos em que as atividades são suspensas. Por isso, um fato ainda
inexplicável é o pagamento de horas extras para 3.883 mil funcionários do Senado em janeiro deste
ano, culminando em gastos de R$ 6,2 milhões na folha de pagamento. O benefício foi autorizado pelo
senador Efraim Morais (DEM-PB), que na ocasião era primeiro-secretário. Em resposta, a Procuradoria
Geral da República do Distrito Federal abriu procedimento para investigar o caso e o Senado adotou
medidas para controle de gastos com horas extras.
Do outro lado do front, o senador Tião Viana teve que explicar porque emprestou um aparelho celular do
Senado para a filha usar em uma viagem ao México, no período de duas semanas, em janeiro deste ano.
Ele afirmou já ter pago a conta, mas não revelou o valor. Roseana Sarney (PMDB-MA), filha de Sarney e
líder do governo no Congresso, também foi alvo de denúncias. Ela pagou as viagens de sete parentes e
amigos do Maranhão para Brasília, em março deste ano, com sua cota de passagens aéreas do Senado.
O regimento interno, no entanto, não é claro quando às restrições na utilização das cotas.
Os escândalos deixaram a imagem negativa de que descaso com o dinheiro público e trabalho visando
interesses particulares fazem parte do dia-a-dia de deputados e senadores, fatos que só vem a público
quando uma das partes se sente prejudicada na partilha do poder. A recente história do Congresso
registra casos semelhantes, como o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), acusado de cobrar propina
para renovar contrato de um restaurante da Câmara, em 2005, e a briga entre os senadores Antônio
Carlos Magalhães (PFL-BA), morto em 2007, e Jader Barbalho (PMDB-PA), ocorrida há oito anos. Todos
renunciaram para escapar da cassação dos mandatos. De olho nas eleições de 2010, PT e PMDB querem
agora apagar o incêndio para compor novas alianças.

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III - ECONOMIA

Crise no mercado imobiliário americano e a recessão mundial – 2007/08

Todos os dias somos bombardeados com notícias sobre a crise econômica global. Algumas delas
negativas, como empresas despedindo trabalhadores, e especialistas fazendo previsões sombrias para
2009, com o alerta de que o pior ainda está por vir. Outras, positivas, como o megapacote de
investimentos anunciado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que animou o
mercado financeiro, e o crescimento recorde do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil. Em meio a tanto
sobe e desce das bolsas, com o presidente Lula pedindo para as pessoas consumirem e economistas
falando em cautela e contenção dos gastos, é normal que o cidadão fique completamente incerto sobre o
futuro - a curto e médio prazo. A má notícia é que a incerteza faz parte do processo. Há um consenso de
que a crise vai nos atingir no Brasil, mas qual será seu verdadeiro impacto na economia? Em termos de
previsão, o sistema financeiro é semelhante ao clima: alguns fenômenos são de difícil acerto. Pode vir
uma breve chuva de verão ou um temporal que provoque catástrofes como a de Santa Catarina. A boa
notícia, é que, sobrevivendo à crise, podemos aprender algo com isso e aperfeiçoar o sistema
econômico. Face aos acontecimentos das últimas semanas, uma coisa é certa: a crise financeira que
começou no mercado imobiliário nos Estados Unidos e se espalhou como um vírus no mercado financeiro
mundial chegou à economia, isto é, saiu dos limites do mundo "imaterial" das ações nas bolsas e câmbio
e atingiu o cotidiano das pessoas, onde elas recebem salários e compram tomates na feira. Como isso
aconteceu?
Uma coisa básica no capitalismo moderno é sua incrível dinâmica. As pessoas precisam gastar para as
empresas venderem, continuarem produzindo e pagarem seus funcionários, cujas famílias consomem
também, realimentando o ciclo. O capitalismo, portanto, não pode ser muito estático, com o governo
regulando e taxando as operações financeiras a ponto de inibir iniciativas privadas. É necessário haver
certa flexibilidade, que traz consigo riscos, insegurança e expõe o sistema a crises periódicas. Crises
econômicas, desta forma, fazem parte do jogo. Elas ocorrem desde o século 17, e as soluções da última
trazem as sementes da próxima. A crise atual é um exemplo disso. Depois da chamada "bolha" da
internet, em 2001, uma das medidas adotadas nos Estados Unidos para estimular consumo e produção
foi a redução da taxa de juros para empréstimos.
Os norte-americanos começaram então a comprar casas e apartamentos, seduzidos pelas prestações
com juros baixos (que chegaram a 1% ao ano). Essas mesmas pessoas enxergaram no mercado
imobiliário uma oportunidade de ganhar dinheiro, refinanciando a casa - dando como garantia o próprio
imóvel - e usando o dinheiro do banco para pagar as prestações e obter lucro. Os bancos, por sua vez,
transformaram as hipotecas (as casas oferecidas como garantia de pagamento) em títulos e repassaram
aos investidores. O problema foi que a inflação levou à alta das taxas de juros, provocando queda no
preço dos imóveis e aumento nas mensalidades. Os mutuários não tiveram mais como pagar os
financiamentos, os bancos perderam dinheiro com os calotes e os títulos tiveram o valor reduzido.
Basicamente, o que mantém o sistema funcionando é a confiança. Quando se perde a confiança, os
bancos deixam de oferecer crédito e as empresas abandonam negócios de risco, em busca de
segurança. Em resumo, quem tem dinheiro não quer mais emprestar, com medo de calotes, e quem
precisa não consegue crédito na praça. Com isso, o dinheiro circula menos, as pessoas não consomem e
cai o faturamento das empresas. Uma construtora, por exemplo, depende de empréstimos para
construir um prédio. Sem dinheiro, abandona o projeto e os pedreiros ficam desempregados. É nestas
situações que o governo interfere, salvando instituições financeiras com dinheiro público (pode parecer
injusto dar dinheiro para especuladores que causaram a crise, mas é a única forma de evitar maiores
danos), colocando mais dinheiro em circulação e regulando o mercado, por exemplo. A questão é que
um problema local prejudica o mundo todo. Como a economia norte-americana é a maior do mundo,
todos os outros países dependem dela, inclusive o Brasil.

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Um dos efeitos da crise econômica é um período de recessão. Recessão ocorre quando, sem novos
investimentos e desaquecimento do consumo, há queda na produção e conseqüente decréscimo no PIB,
a soma das riquezas produzidas de um país, por um período prolongado. Dados do National Bureau of
Economic Research (NBER), um dos órgãos mais respeitados do setor, apontaram recentemente que os
Estados Unidos estão em recessão desde 2007. Em dezembro de 2008, o governo brasileiro tentou mais
uma vez tranqüilizar a população, apresentado dados que mostram que o PIB do Brasil cresceu em 6,8%
nos últimos doze meses, a maior taxa acumulada desde 1996. Isso significa que estamos livres da
recessão? Por enquanto sim, mas os impactos desta crise, dizem especialistas, serão sentidos a médio
prazo. É quase certo, diante do cenário atual, que o Brasil acumule perdas a partir do próximo ano.
Uma das causas, mais uma vez, está ligada ao crédito, que a indústria e o comércio brasileiro deixam de
conseguir junto aos bancos. Outro motivo é que consumidores dos Estados Unidos e Europa, que já
enfrentam a recessão, param de comprar produtos nacionais, provocando queda nas importações, além
das multinacionais, que suspendem planos de investimentos no país.
A alta do dólar também tem culpa no cartório. O dólar fica mais caro porque é considerado investimento
seguro, mas isso encarece produtos importados (que pode ser até uma peça para seu computador) e
aumenta a inflação, de novo reduzindo o poder de consumo.
Ao olharmos para os dados positivos do PIB deste ano, estaríamos, na verdade, olhando para o passado,
como um astrônomo que observa as estrelas à noite, admirando o brilho que leva anos para chegar à
Terra. Por isso, é uma ilusão pensar que o Brasil é um oásis em meio à turbulência.
E o futuro? 2009 é um ano de costuras políticas visando a sucessão presidencial em 2010, e o
presidente Lula vai fazer de tudo para minimizar os efeitos da crise no Brasil (lembrando que a recessão
nos Estados Unidos foi um dos fatores determinantes para a vitória de Obama sobre o presidente Bush e
seu candidato John McCain). Enfrentar a crise, a pior desde a Segunda Guerra Mundial, é reformular
nossas crenças e aprender com a experiência. Neste sentido, ela serve para apontar nossas fragilidades
e reforçar nossa capacidade criativa de responder aos desafios, na tentativa de corrigir os rumos da
economia.

Senado aprova criação do Fundo Soberano – dez/08

O Senado aprovou, em dezembro de 2008, o projeto de lei da Câmara que cria o Fundo Soberano do
Brasil (FSB). Agora, o texto vai à sanção presidencial. Segundo o projeto, aprovado sob a forma de
substitutivo pela Câmara, os recursos do FSB serão utilizados exclusivamente para investimentos e
inversões financeiras sob as seguintes formas: aquisição de ativos financeiros externos, mediante
aplicação em depósitos especiais remunerados em instituição financeira federal ou diretamente, pelo
Ministério da Fazenda; e por meio da integralização de cotas do Fundo Fiscal de Investimentos e
Estabilização (FFIE), a ser constituído. O objetivo, de acordo com o relator da matéria, senador Aloízio
Mercadante (PT-SP), é que esses recursos sejam utilizados exclusivamente para investimentos da União.
Com isso, o governo terá condições de garantir o andamento de projetos que podem ser afetados pela
restrição de crédito causada pela crise financeira mundial. O aporte financeiro para compor o FSB
poderá atingir o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008. O PIB de 2007 foi de R$
2,558 trilhões. Neste ano, podem ser garantidos cerca de R$ 15 bilhões para constituir o fundo.

Balança comercial brasileira tem o menor superávit em seis anos – jan/09

Afetada pela crise mundial e pela disparada das importações, a balança comercial brasileira encerrou
2008 com o pior resultado em seis anos. Pela segunda vez consecutiva, o saldo do comércio entre o
Brasil e o resto do mundo encolheu, para fechar o ano em US$ 24,7 bilhões -o que representa uma
queda de 38,2% em relação ao superávit de 2007, que havia sido de US$ 40 bilhões. Diante da
instabilidade no cenário internacional, o Ministério do Desenvolvimento prevê que o primeiro trimestre

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deste ano será "muito difícil" e evitou fixar uma meta para as exportações brasileiras em 2009. Segundo
o Desenvolvimento, a grande volatilidade dos preços, principalmente das commodities, como o petróleo,
impede a definição de um patamar de vendas para o exterior.
Em um recado indireto ao Ministério da Fazenda, a pasta comandada por Miguel Jorge cobrou novas
medidas de desoneração para os exportadores como forma de atenuar os efeitos da crise. "Novembro e
dezembro foram trágicos para o mundo inteiro. O Brasil foi afetado, mas não tanto quanto outros países.
O ano de 2009 vai ser difícil. O exportador terá de ter muita imaginação", afirmou o secretário de
Comércio Exterior, Welber Barral, dizendo que uma recuperação só é esperada para o segundo
semestre. A redução do saldo comercial em 2008 pesará no fechamento da contabilidade do país. A
conta de transações correntes (movimento de mercadorias e serviços entre o Brasil e o exterior), que
será divulgada no final deste mês, mostrará que o Brasil fechou o ano com o primeiro déficit do governo
Lula.
Sem estabelecer metas, Barral disse acreditar que o Brasil manterá neste ano a quantidade exportada
em 2008 (460 milhões de toneladas). "Há uma preocupação com a queda do valor exportado, por conta
da queda nos preços. Mas a quantidade devemos manter." Na avaliação do governo, de janeiro a
outubro do ano passado o comércio exterior viveu um período "excepcional", com aumento de
exportações e importações. Isso fez com que em 2008 tanto o volume de vendas quanto o de compras
de outros países batessem recorde. No resultado do ano, as exportações somaram US$ 197,9 bilhões
(crescimento de 23,2%), e as importações, US$ 173,2 bilhões (aumento de 43,6%). Apesar disso, a
última meta fixada pelo governo para as exportações não foi atingida. A projeção de setembro apontava
para um total de US$ 202 bilhões de vendas para outros países em 2008. "Já era a quarta revisão da
meta e ficamos abaixo apenas 2%", afirmou o secretário. Ele disse ainda que houve importante
crescimento nas vendas de produtos básicos e semi-manufaturados no ano passado. O crescimento foi
verificado principalmente nas exportações para países emergentes. Já no caso das importações, entre
janeiro e outubro houve forte alta nas compras do exterior em todos os itens da pauta de importações,
com destaque para bens de capital.
Nos dois últimos meses do ano, no entanto, o fluxo de comércio entre o Brasil e os outros países
despencou. Exportações e importações foram afetadas pela crise mundial devido à queda nos preços das
commodities, à desvalorização do real e à redução da demanda por produtos. A expansão das
exportações foi 29 pontos percentuais menor em relação ao período janeiro-outubro. A quantidade
exportada caiu 16% na comparação com novembro/ dezembro de 2007. Excluindo minério de ferro,
houve aumento de 6,1% na quantidade, mas queda tanto no preço médio quanto no valor das
exportações (6,8% e 1,1%, respectivamente). Já as importações apresentaram desaceleração nos
últimos dois meses do ano passado. Houve queda de 42,6 pontos percentuais na expansão em relação
ao período janeiro-outubro. "Já é visível que a desvalorização do real levou a uma substituição das
importações", disse o secretário. Para Barral, o Brasil sofreu até agora menos com a crise do que outros
países. Em novembro, por exemplo, o país conseguiu exportar 5% a mais que no mesmo mês de 2007.
China, Argentina e Chile apresentaram resultado negativo. "Isso mostra que foi acertada a decisão do
Brasil de diversificar a sua pauta de exportações e os mercados de destino", disse.

Banco Mundial defende plano de estímulo fiscal global – jan/09

Um plano de ação global, coordenado entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Essa é a


receita de combate à crise apresentada por especialistas e autoridades em janeiro de 2009 no Fórum
Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Vozes de diferentes pontos do mundo concordam que o
multilateralismo é o caminho para resgatar as economias da profunda desaceleração em curso. "Nós
precisamos de um pacote de estímulo fiscal global", afirmou o vice-presidente sênior e economista-chefe
do Banco Mundial, Justin Yifu Lin. Segundo ele, a estratégia deve contemplar um mecanismo de
transferência de recursos para os países em desenvolvimento que não têm condições de arcar com
medidas desse tipo. Está em debate uma nova era econômica, na qual os emergentes já estão
plenamente inseridos e agora fazem parte das discussões sobre os problemas que explodiram nos países

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desenvolvidos."Esta é a primeira crise de nossa história que não foi criada por nós", afirmou o
presidente do Dogus Group, da Turquia, Ferit Sahenk. Para ele, este é um momento para ações
coletivas, no qual o G-20 tem papel importante. "Os emergentes estão em perigo e, se a situação durar
mundo, pode resultar em uma crise social." A Turquia é um dos emergentes mais afetados pela crise.
Com déficits e menos preparado para enfrentar a turbulência, o país vê sua moeda perder valor
rapidamente."Precisamos sair dessa situação juntos", defendeu o ministro de Finanças da África do Sul,
Trevor Manuel. Segundo ele, os investimentos em seu país estão recuando e a situação para o curto
prazo é difícil. A China já adotou um mega pacote de estímulo, com investimentos destinados à
infraestrutura e proteção social. Lin, do Banco Mundial, acredita que a medida é suficiente para garantir
um crescimento do PIB chinês entre 7% e 8% ao ano. O presidente do Morgan Stanley para a Ásia,
Stephen Roach, concorda que o viés multilateral é o mais apropriado para a solução da crise. Mas, avalia
que a dificuldade está na execução dos planos. "O problema é que não há mecanismos para fazer com
que os países cumpram (as determinações), não há como punir os que se comportam mal." Já para
Heizo Takenaka, diretor do Global Security Research Institute da Keio University, os países não devem
se basear somente em pacotes de estímulo, até porque a existência de déficits limita essa possibilidade.
"Devemos usar todos os tipos de esforços, o global e o regional." Com sugestão para enfrentar a crise,
ele sugere a adoção de uma política de administração de falências, para evitar que a situação se agrave.
Segundo Takenaka, a nacionalização de bancos deve ser evitada. "A injeção de capital nas instituições é
a melhor política." Stephen Roach, do Morgan Stanley, vê a necessidade de buscar um mecanismo para
precificar os ativos tóxicos, o maior problema enfrentado pelos bancos atualmente. "Estamos em uma
recessão global e não há solução rápida", disse. "Nosso trabalho é fazer do anêmico crescimento
mundial um tijolo para um futuro mais sustentável." A necessidade de reformular o Fundo Monetário
Internacional (FMI) voltou a ser levantada em Davos. "O FMI precisa ter uma melhor representação do
mundo em desenvolvimento", afirmou Ferit Sahenk, da Turquia.

PIB tem queda de 3,6% no 4º trimestre de 2008 - mar/09

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou 3,6% menor no último trimestre de 2008, na comparação
com o período imediatamente anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
nesta terça-feira (10). A queda foi a maior desde o início da série, iniciada em 1996. No acumulado do
ano, no entanto, o PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões. O IBGE também revisou para cima o
crescimento do PIB de 2007, para 5,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, a economia
brasileira registrou expansão de 1,3%. A maior influência para a queda registrada no quarto trimestre
frente ao trimestre anterior veio da indústria, que "encolheu" 7,4%, no maior recuo desde o período de
outubro a dezembro de 1996, quando a queda foi de 7,9%. Na agropecuária, a queda foi de 0,5%, en-
quanto o setor de serviços recuou 0,4% no último trimestre de 2008.

G-20: Líderes mundiais discutem crise econômica em Londres – abril/09

A crise econômica internacional foi o principal tema em discussão no encontro de líderes das potências
industriais e países emergentes, o G-20, iniciada dia 2 de abril de 2009, em Londres, capital do Reino
Unido. A cúpula debateu medidas para conter o protecionismo, reestruturar o mercado global de
finanças e impedir novas crises. No entanto, não houve anúncio de novos pacotes de estímulos fiscais,
que é quando os governos gastam mais, reduzem a arrecadação de impostos e diminuem a taxa de
juros, para com isso gerarem empregos e fazer com que as pessoas consumam, "reaquecendo" a
economia. No entendimento do G-20, as medidas já implementadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia
seriam suficientes para o mercado financeiro se recuperar a partir de 2010.
O G-20, ou Grupo dos Vinte, foi criado em 1999 com o objetivo de propor soluções em conjunto para a
economia mundial. O primeiro encontro com ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais
dos países mais ricos do planeta foi realizado em Berlim, capital da Alemanha. Antes, havia somente o

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G-7, grupo das sete nações mais desenvolvidas do planeta (que, após a entrada da Rússia em 1997,
passou a ser chamado G-8), mas houve a necessidade de incluir os chamados países emergentes, como
Brasil, China e Índia, cujos mercados em expansão interferiam na ordem econômica mundial. Juntos, os
países membros do G-20 representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto) e 80% do comércio globais,
bem como dois terços da população mundial. O grupo é formado por integrantes de 19 países - África do
Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados
Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia - mais a EU (União
Européia), representada pelo presidente do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu.
Os encontros ocorrem uma vez por ano e o cargo da presidência é rotativo: este ano, acontece no Reino
Unido, que preside o fórum; em 2010, será na Coréia do Sul. No ano passado, a cúpula se reuniu em
São Paulo, entre os dias 8 e 9 de novembro. Além da crise econômica, outros assuntos tratados pelos
dirigentes abrangem desenvolvimento sustentável, aquecimento global e ações contra a lavagem de
dinheiro, a corrupção e o financiamento do terrorismo. Em 2008, dias depois da conferência no Brasil, os
chefes de Estado se reuniram em Washington, capital dos Estados Unidos, em caráter extraordinário,
onde pela primeira vez trataram da atual crise econômica. O encontro no Reino Unido dará continuidade
às propostas discutidas na Casa Branca.
A tarefa que o G-20 tem pela frente é pouco modesta: nada menos que reinventar o capitalismo. Para
isso, precisam convencer os governos a manterem a política do livre mercado e evitarem o
protecionismo (defesa do mercado interno contra a concorrência estrangeira, impedindo a entrada de
produtos importados, por exemplo), comum em tempos de crise. Os países membros do Grupo dos
Vinte enfrentam graves problemas domésticos com a crise, principalmente Estados Unidos, Japão e
Europa, com quedas sucessivas do PIB, falência de instituições financeiras e indústrias e desemprego em
massa. O Banco Mundial estima que este ano a economia global vai contrair 1,7% - ao invés de crescer
0,9%, conforme previsto anteriormente - e sofrer uma queda de 6,1% no volume do comércio mundial
de bens e serviços. No Brasil, o PIB registrou queda de 3,6 no quarto trimestre de 2008, a maior desde
1996. PIB é a soma das riquezas produzidas pelo país num determinado período e constitui um dos
principais indicadores da economia. Para reverter esse quadro, além de pacotes fiscais, discute-se a
fiscalização do mercado financeiro para evitar novas recessões. Ou seja, a cúpula defende a manutenção
do livre mercado, mas com a adoção de mecanismos que limitem a especulação.
Chegar a acordos, entretanto, não é tão simples assim. Entre os obstáculos está o próprio Estados
Unidos, maior economia do mundo e extremamente protecionista, que reluta em aceitar um controle
externo de seu mercado. Em oposição, o presidente da França, Nicolau Sarkozy, já avisou que vai se
recusar a assinar a declaração final da cúpula e deixar o G20, caso não se aprovem medidas mais
rigorosas de regulação do mercado. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em diversas vezes
responsabilizou as nações ricas pela crise, defende maior influência econômica para países emergentes,
como o Brasil, o que significa diminuir a de outros estados.
O noticiário econômico sobre o G-20 muitas vezes é superado pelas notícias de prisões e confrontos com
manifestantes, durante protestos que fazem parte da tradição do fórum. Dada a importância da cúpula e
a visibilidade que consegue junto à mídia internacional, é natural que também atraia ativistas políticos.
Os grupos de manifestantes são os mais variados, desde socialistas e anarquistas que defendem o fim
do capitalismo até e ambientalistas, que pressionam por leis mais duras contra a emissão de poluentes
nos países ricos. Há também entidades religiosas e pacifistas. Para recebê-los, foi montado um forte
esquema de segurança, visando proteger mais de 50 delegações que participam do evento na capital
britânica. Uma semana antes do encontro, cinco jovens que planejavam uma manifestação foram
detidos com armas no Reino Unido e dezenas de milhares de pessoas participaram da marcha Put People
First (Coloquem as Pessoas em Primeiro Lugar), movimento que luta pela igualdade social e a
preservação do meio ambiente. Um dia antes, ocorreram novas prisões e passeatas em diversos pontos
do país, a maior organizada pelo G-20 Meltdown (Derretimento do G-20), um dos principais movimentos
de oposição ao Grupo dos Vinte.

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IV - SOCIEDADE

POPULAÇÃO

PNAD – 2008: Renda média no Centro-Oeste ultrapassa Sudeste e é a maior do país – set/08

Os brasileiros que vivem no Centro-Oeste agora ganham mais, em média, do que os habitantes do
Sudeste. Os dados são da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada
em setembro de 2008 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os ganhos, no entanto,
não foram bem distribuídos pela população. A região Centro-Oeste foi a única do país onde a
concentração de renda aumentou entre 2006 e 2007. A renda média da população do Centro-Oeste
aumentou 7,96% no ano passado, alcançando R$ 1.139 por mês. Em 2006, a renda era de R$ 1.055.
Os valores já descontam a inflação do período e foram todos corrigidos pelo INPC de setembro de 2007,
quando o IBGE realizou a pesquisa. Segundo o IBGE, a explicação para o desempenho do Centro-Oeste
está no crescimento do emprego no setor agrícola e na máquina pública. No Sudeste também houve
aumento dos ganhos no período, mas em ritmo menor e com distribuição de renda. A renda média
nessa região passou de R$ 1.077 para R$ 1.098, um crescimento de apenas 1,95%. Ambas as regiões
estão bem acima da média nacional, de R$ 955 no ano passado e R$ 926 em 2006 (alta de 3,13%). O
Nordeste continua sendo a área mais pobre do país, com renda de R$ 606 (aumento de 2,36%). No
Norte, a renda é de R$ 784 (expansão de 5,8%); no Sul, de R$ 1.064 (subiu 3,7%).
Segundo Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad, ainda não é possível saber se esse novo cenário veio para
ficar ou se é um ponto fora da curva. Os dados se referem à média de ganhos de brasileiros que têm
renda por meio do trabalho atual, seja como empregador ou empregado (excluem, portanto,
aposentados e pensionistas). A pesquisa ficou mais abrangente em 2004, quando foi incluída a
população da zona rural dos Estados de Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, o que
impede uma comparação direta dos dados atuais com os anteriores a 2003. Adaptando os dados atuais
para uma forma que permita comparação de longo prazo, o IBGE constatou que, em 2007, a renda
média no Sudeste (R$ 1.044) e no Norte (R$ 784) foi menor do que em 1997 (R$ 1.145 e R$ 794,
respectivamente). Os rendimentos aumentaram nesses dez anos no Nordeste (de R$ 446 para 493), no
Sul (de R$ 883 para R$ 936) e no o Centro-Oeste (R$ 955 para R$ 1.058).

PNAD – 2008: Desigualdade cai no país e aumenta só no Centro-Oeste – set/08

A desigualdade entre ricos e pobres no país continuou caindo no ano passado, segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Exceção, a região Centro-Oeste foi a única em que houve piora na distribuição de renda. A queda da
desigualdade no país, no entanto, ainda é "discreta", na avaliação dos pesquisadores. Os 10% mais
pobres do Brasil tinham em 2007 rendimentos que, somados, equivaliam a apenas 1,1% da renda total
dos brasileiros. Um ano antes, eles tinham 1% do total, mesmo patamar verificado em 2004. Já a renda
dos 10% mais ricos do país correspondia a 43,2% do total das remunerações no ano passado. Em 2006,
eles abocanhavam uma parcela um pouco maior, de 44,4%. Em 2005 o percentual havia sido de 44,7%
e, em 2004, de 44,6%. O índice de Gini, uma fórmula usada para medir a desigualdade, teve leve
redução de 0,547 em 2006 para 0,534 no ano passado. O indicador varia entre zero, que seria a
igualdade perfeita, e um, que corresponderia à maior concentração de renda possível.

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A renda média por mês dos 10% mais ricos passou de R$ 4.114, em 2006, para R$ 4.130 no ano
passado (alta de 0,4%). Já os 10% mais pobres ganhavam em média R$ 97 em 2006 e passaram a
receber R$ 110 no ano passado, um crescimento de 13,4%. Os valores já descontam a inflação do
período e foram todos corrigidos pelo INPC de setembro de 2007, quando o IBGE realizou a pesquisa. A
pesquisa mostrou, ainda, que quem tinha uma renda de um salário mínimo no ano passado (que era de
R$ 380 em setembro, período em que se concentrou a pesquisa), está acima da faixa dos 30% mais
pobres. Os dados consideram a renda real de todos os trabalhos (para quem tem mais de um) das
pessoas em atividade (estão excluídos, portanto, aposentados, pensionistas e os que recebem mesada
ou qualquer tipo de ajuda). Se considerada a camada do 1% mais rico do país, houve pequena queda de
0,7% da renda média, de R$ 11.878 para R$ 11.799, segundo o levantamento do IBGE. Os rendimentos
saltaram 18% na elite (1% mais ricos) do Centro-Oeste, passando de R$ 12.993 para R$ 15.340.
Também aumentaram no Sul (0,3%, de R$ 11.820 para R$ 11.854) e no Norte (alta de 7,8%, de R$
8.518 para R$ 9.179). A parcela de 1% mais ricos perdeu renda no Sudeste (queda de 3,64%, de R$
12.958 para R$ 12.486) e no Nordeste (redução de 5,9%, de R$ 9.458 para R$ 8.899).
A região menos desigual do país é o Sul, onde o índice de Gini é de 0,505. Em seguida vêm a área
urbana do Norte (onde a zona rural não foi pesquisada nesse item) e o Sudeste, cada uma com 0,51. O
Nordeste aparece logo depois, com 0,54. Por último, o Centro-Oeste tem 0,564 no índice de Gini.

IBGE: população brasileira vai parar de crescer em 2039 – nov08

A população brasileira continua envelhecendo em ritmo acelerado e vai parar de crescer em 30 anos,
enquanto a expectativa de vida prosseguirá em expansão, segundo mostra estudo divulgado hoje pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que, enquanto no período
1950-1960 a taxa de crescimento da população era de 3,04% ao ano, em 2008 não ultrapassou 1,05%
ao ano. Segundo o estudo, o País apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039,
quando a expectativa é de que a população atinja o chamado "crescimento zero". A partir daí, de acordo
com o IBGE, serão registradas taxas de crescimento negativas, ou seja, queda no número da população.
Em 2050, a taxa de crescimento da população no País será negativa (-0,291%) e a população será de
215,3 milhões de habitantes. Segundo observam os técnicos do IBGE no documento de divulgação,
"vale ressaltar que se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na
década de 1950 (aproximadamente 3% ao ano), a população brasileira chegaria, em 2008, a 295
milhões de habitantes e não nos 189,6 milhões divulgados hoje pelo IBGE". Em 2039, quando vai parar
de crescer e iniciar uma trajetória decrescente a partir do ano seguinte, a população brasileira será de
219,12 milhões de habitantes. A expectativa de vida, por outro lado, continuará em crescimento.

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Segundo o estudo do IBGE, "os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da
população repercutem no sentido de elevar a média de vida do brasileiro (expectativa de vida ao nascer)
de 45,5 anos de idade, em 1940, para 72,7 anos, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos de vida". De acordo
com a projeção do IBGE, "o País continuará galgando anos na vida média de sua população", alcançando
em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong,
China (82,20) e Japão (82,60).
Em 2008, a média de vida para mulheres chega a 76,6 anos e para os homens 69,0 anos, uma diferença
de 7,6 anos. Em escala mundial, segundo o instituto, a esperança de vida ao nascer foi estimada, para
2008 (período 2005-2010), em 67,2 anos e, para 2045-2050, a Organização das Nações Unidas (ONU)
projeta uma vida média de 75,40 anos. O levantamento do IBGE mostra também que em 2008 o Brasil
ocupa a quinta posição entre os países mais populosos, mas de acordo com as projeções da ONU, o país
passará para a oitava posição em 2050. O estudo "Uma abordagem demográfica para estimar o padrão
histórico e os níveis de subnumeração de pessoas nos censos demográficos e contagens da população",
traz a projeção da população do Brasil, por sexo e idade, para o período 1980-2050. Este estudo foi
divulgado anteriormente em 2004 e, agora, a Revisão 2008 incorpora nova análise da trajetória recente
e futura da fecundidade, com base nas informações provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) de 2002 a 2006. O IBGE divulga também a metodologia das estimativas anuais e
mensais da população do Brasil e das Unidades da Federação: 1980 - 2030 e a metodologia das
estimativas das populações municipais.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2008 – dez/08

O Brasil se manteve em 2008 na 70º posição no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano),
divulgado hoje pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Apesar da posição no
ranking permanecer a mesma, o Brasil registrou leve melhora no seu indicador social --que passou de
0,802 para 0,807. Com isso, o país permaneceu dentro do grupo dos países considerados de alto
desenvolvimento humano --aqueles com IDH superior a 0,800. Na comparação com países vizinhos, o
Brasil foi superado pela Venezuela no ranking do IDH. O país comandado por Hugo Chávez passou da
74ª posição em 2007 para 61ª em 2008. A Argentina, que também está mais bem posicionada que o
Brasil no ranking do IDH, registrou queda no ranking: passou de 38º para 46º lugar. O Uruguai passou
de 46º para 47º lugar. O Brasil também foi superado pela ilha de Santa Lúcia, nas Antilhas (66º),
Montenegro (64º) e Sérvia (65º). Em compensação, o Brasil ultrapassou quatro países: Rússia, Ilhas
Maurício, Bósnia Hezergovina e Tonga. O IDH sempre trabalha com dados produzidos dois anos antes.
Ou seja, o índice divulgado em 2008 leva em consideração dados de 2006.
De acordo com o Pnud, a melhora do indicador brasileiro pode ser creditada aos avanços no aumento de
sua taxa de alfabetização, que foi de 88,6% para 89,6%. O Pnud informa que o crescimento do IDH do
Brasil se deu também nas outras duas dimensões do índice, com pequena contribuição do aumento da
expectativa de vida (que passou de 71,7 para 72 anos) e do PIB per capita --que agora está em US$
8.949. Outro dado positivo é que o Brasil já não é mais o último país do grupo de alto desenvolvimento
humano. Agora, existem cinco países abaixo do Brasil. Apesar da melhora, o Pnud lembra que o "Brasil
ainda possui muitos importantes desafios a enfrentar que o diferenciam do país latino americano melhor
posicionado no IDH”. Entre eles, Chile, que ficou em 40º, Argentina (46ª), Uruguai (47º) e Venezuela
(61º). O Pnud identifica como principais problemas a serem combatidos no Brasil a mortalidade infantil e
a materna, o saneamento e um "grau elevado" de desigualdade social.
O número de países que integram o ranking do IDH passou de 177 para 179. Entre os países incluídos
estão Montenegro e Sérvia, por exemplo. O Pnud informa que a grande novidade no cálculo do IDH
deste ano foi o recálculo dos PIBs internacionais, feito pelo Banco Mundial e OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) por conta de um grande estudo internacional que
atualizou os preços comparativos em mais de 146 países. Até o ano passado, eram usados preços de
1993 para efeito de comparação de PIBs entre países.

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MEIO AMBIENTE

Desmatamento na Amazônia – ago/08

Dados levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que em agosto foram
desmatados 756 km2 da Amazônia brasileira, Mesmo maior que a de julho, a área de desmatamento de
agosto é menor que a registrada nos meses de junho, maio e abril, este o pior mês de 2008, quando a
Amazônia perdeu em 30 dias 1.124 km2, segundo informações do Inpe. Pelo terceiro mês consecutivo, o
Pará foi o Estado que mais perdeu floresta. O Mato Grosso aparece em seguida e depois Rondônia. Os
dados são captados pelo sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real).

O aquecimento global e o derretimento no Ártico - 2008

Mesmo divergindo sobre as causas do fenômeno, a comunidade científica é unânime: o Ártico está
derretendo. Segundo um estudo do Arctic Climate Impact Assessment (ACIA), publicado em 2004,
4,988 milhões de km2 de geleiras – quase 60% da superfície do Brasil – desapareceram ao longo dos
últimos 30 anos. Em perspectiva, o desaparecimento das geleiras permitirá a exploração de jazidas de
petróleo e minérios (diamante, ouro, prata, cobre, chumbo, zinco) hoje inacessíveis. Um potencial
formidável emerge das profundezas. É ainda mais atraente por se situar em zona geopolitica muito mais
estável do que o Oriente Médio. Em teoria, o Ártico pode oferecer um meio de contornar a Organização
dos Países Exploradores de Petróleo (OPEP) e garantir às nações costeiras sua própria segurança
energética, além da possibilidade de atender à crescente demanda de países emergentes como a China
e a Índia. A zona reivindicada por Moscou forma um triângulo de 1,2 milhões de km2, ligando
Murmansk, Tchukota e o Pólo Norte. Nessas águas, repousariam, virgens, mais de 10 bilhões de
toneladas de hidrocarbonetos – o equivalente às reservas do Golfo Pérsico.
Os Estados Unidos, que estimavam produzir apenas 30% de seu consumo de petróleo em 2015 – contra
70% produzidos hoje –, preparam-se para apresentar um requerimento a fim de estender sua zona
costeira por 600 milhas (965 km), a partir do litoral do Alasca. Porém, um “iceberg” de porte bloqueia
seu caminho: eles não ratificaram a Convenção do Mar da ONU, sem a qual qualquer reivindicação
territorial é inadmissível. É por isso que o governo George W. Bush apressa-se em fazer dessa
ratificação uma prioridade.Enquanto isso, uma expedição norte-americana tomou o rumo do Pólo Norte.
E outra, norte-americano-norueguesa, explora a Dorsal de Gakke, situada entre a Sibéria e a
Groenlândia. Em 12 de agosto, a Dinamarca enviou uma equipe de cientistas para tentar provar que a
Dorsal de Lomonosov é uma extensão da Groenlândia. Essas operações também integram a agenda do
Ano Polar, sob a nobre justificativa de reforçar a pesquisa científica e desenvolver a cooperação
internacional. O interesse científico é real. Mas o interesse econômico é ainda mais. Aliás, a última
cúpula do G-8 foi bem clara, ao reunir, em uma mesma sessão de trabalho, a discussão sobre as
mudanças climáticas e a utilização dos recursos naturais.
Outro desafio importante, ainda relativo ao aquecimento do planeta: a abertura progressiva de novas
vias de comunicação. A navegabilidade na Passagem do Noroeste, ao longo das costas canadenses,
reduziria em 7 mil km a rota entre a Europa e o Japão, e em 8 mil km o trajeto entre os Estados Unidos
e a China. Portanto, todos os olhares estão voltados para ela. Entretanto, a Passagem do Noroeste é,
hoje, objeto de conflito: a União Européia e principalmente os Estados Unidos contestam a soberania do
Canadá sobre ela. Washington considera esse canal, que se insinua entre as ilhas canadenses e liga o
Oceano Atlântico ao Pacífico, uma rota marítima internacional de livre navegação. Ottawa sustenta que
ele faz parte de suas águas territoriais e defende com unhas e dentes tanto a sua “soberania” quanto “a
proteção ao meio ambiente”.

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A Cúpula do Clima de Poznan – dez/08

A 14ª Conferência do Clima da ONU, em Poznan, na Polônia, terminou com poucos acordos importantes,
salvo o impulso dado às ajudas destinadas aos países pobres para enfrentar os efeitos da mudança
climática, que no entanto decepcionaram os receptores por seu pequena quantia. Os documentos de
trabalho que saem de Poznan mantêm a referência introduzida na conferência de Bali (Indonésia) do
ano passado sobre a redução de emissões de gases do efeito estufa de entre 25% e 40% para os países
industrializados. Além disso, se inclui pela primeira vez a possibilidade de que as nações em
desenvolvimento também as limitem entre 15% e 30%. O acordo para tornar operacional o fundo de
adaptação foi unânime e graças a ele os países pobres, especialmente os mais vulneráveis, poderão
iniciar a partir de meados do próximo ano projetos para minimizar os efeitos da mudança climática em
seus territórios, como construção de diques, praias artificiais, centros de alerta meteorológica ou poços.
A ativação deste instrumento financeiro, previsto no Protocolo de Kyoto, é possível graças a que os
países poderão ter acesso direto às ajudas, ao deixar de ser o Banco Mundial o gerente das mesmas, o
que havia sido um obstáculo pela excessiva burocratização deste órgão. A unanimidade foi rompida
quando os países doadores (industrializados) rejeitaram o aumento do fundo, que estará dotado de um
valor entre US$ 80 milhões e 300 milhões anuais. Este ponto foi amplamente contestado por China,
Índia, Paquistão, África do Sul, Colômbia, Costa Rica, Brasil, Bolívia e Maldivas, cujos delegados
tomaram a palavra no plenário para reclamar de "falta de generosidade" dos países ricos. O
representante indiano chamou de "vil" a recusa a aumentar a dotação do fundo e lamentou que em
Poznan não se desse resposta aos "sinais claros" que, segundo ele, esperava a sociedade para "salvar o
planeta da mudança climática, uma tragédia humana aterrorizadora" para muitos países pobres. Começa
agora o caminho para a Cúpula de Copenhague, reunião que ocorrerá daqui a um ano. Nela, os mais de
190 países da Convenção das Nações Unidas sobre a mudança climática deverão se colocar de acordo
para adotar um novo regime climático que substitua o Protocolo de Kyoto, quando acaba seu período de
aplicação, em 2012. Para conseguir maior sucesso em Copenhague, se fixou um calendário para 2009
que inclui quatro reuniões antes da reunião dinamarquesa. A primeira se realizará em março em Bonn
(Alemanha) e se espera que dela saia um documento de negociação. O secretário-executivo da
Convenção, o holandês Yvo de Boer, afirmou que "a partir de agora o processo é real" e ressaltou que os
países estão conseguindo sérias negociações para conseguir um acordo em Copenhague.

DIREITO E SEGURANÇA

Conflitos entre índios e fazendeiros em Roraima – 2008 / 2009

Nos últimos anos, os conflitos envolvendo povos indígenas passaram a ser rotina no Brasil. Desde o
início de 2007, pelo menos dez grandes reservas, localizadas em oito Estados (Roraima, Amazonas,
Pará, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pernambuco e Rondônia), enfrentam problemas com grilagem
de terra, invasão de fazendeiros, criadores de gado, tráfico de diamantes e garimpo ilegal. O conflito
mais conhecido acontece no nordeste de Roraima, na Reserva Raposa Serra do Sol, uma área contínua
1,7 milhão de hectares (cada hectare equivale a 10 mil metros quadrados). No local, fronteira com a
Guiana e a Venezuela, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu uma operação da Polícia Federal
que retirava os rizicultores (plantadores de arroz) da área. A decisão tomada pelo STF atende a uma
reivindicação do governo estadual, que defende uma solução consensual para pôr fim ao conflito. Em
sua defesa, os rizicultores alegam que chegaram à área antes de a reserva ser criada e que a atividade
representa 40% da produção agrícola do Estado. Considerada a última grande terra indígena da
Amazônia, a reserva foi estabelecida pelo governo federal em uma área onde havia assentamentos de
não-índios. Para evitar o conflito, o governo de Roraima sugeriu que a reserva fosse delimitada por
"ilhas" e não em terras contínuas, para permitir a manutenção da atividade agrícola. Esta proposta,
porém, não foi aceita pelo governo federal, que remeteu a questão ao STF. Em março de 2009 o STF

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concluiu o julgamento e deu ganho de causa aos índios, determinando a saída dos não-índios até o fim
de abril deste ano.
Outra grande reserva em conflito permanente é a Ianomâmi, que fica entre o norte do Amazonas e
Roraima. Com 9,7 milhões de hectares (o equivalente a todo o Estado de Santa Catarina), a reserva foi
invadida por garimpeiros e fazendeiros. Um levantamento realizado pela Funai (Fundação Nacional do
Índio) mostra que a regularização da terra não significa tranqüilidade para os indígenas. Em todo o país,
existem aproximadamente 107 milhões de hectares destinados aos índios, sendo que desse total, 97
milhões (o equivalente a 90,6%) estão homologados. A Funai alega que encontra muitas dificuldades
para manter a fiscalização nas reservas por dois motivos principais: falta de verbas e pela grande
extensão das áreas. Somadas, as terras indígenas representam 12,5% do território brasileiro.
Os conflitos, muitas vezes, ultrapassam as invasões de terras e as decisões jurídicas. Em maio de 2008,
por exemplo, a imagem de Paulo Fernando Rezende, engenheiro da Eletrobrás, sendo agredido por
índios caiapós do Pará foi veiculada nas principais emissoras de televisão do mundo. Três anos antes, 23
índios da reserva Roosevelt, em Roraima, foram indiciados pela Justiça pela morte de 29 garimpeiros.
Os índios habitam o país muito antes da chegada do navegador português Pedro Álvares Cabral, em
1.500. Os historiadores, porém, divergem sobre o número de índios que viviam àquela época no Brasil:
há relatos que falam entre 1 a 10 milhões. No entanto, com a escravização, as epidemias, os conflitos
com o homem branco e as invasões às reservas, o número de índios caiu sensivelmente no país ao
longo da história: em 2008, segundo o governo, cerca de 300 mil indígenas estavam espalhados por 615
propriedades, das quais 401 homologadas e regularizadas.

A Operação Satiagraha – jul/08

A Operação Satiagraha é uma operação da Polícia Federal Brasileira contra o desvio de verbas públicas,
a corrupção e a lavagem de dinheiro desencadeada em princípios de 2004 e que resultou na prisão,
determinada pela 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, de vários banqueiros, diretores de banco e

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investidores, em 8 de julho de 2008. Satyagraha foi o termo usado pelo pacifista indiano Mahatma
Gandhi durante sua campanha pela independência da Índia. Em sânscrito, Satya significa 'verdade'. Já
agraha quer dizer 'firmeza'. Assim, Satyagraha é a 'firmeza na verdade', ou 'firmeza da verdade'.
Satyagraha significa o princípio da não-agressão, ou uma forma não-violenta de protesto, como um
meio de revolução. Satyagraha também é traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da
verdade". Segundo Igor Gielow, secretário de Redação da Sucursal de Brasília da Folha de S. Paulo: A
Operação Satiagraha abriu uma verdadeira "caixa de Pandora". Negócios ligados ao nome do banqueiro
Daniel Dantas, desde o governo Fernando Henrique até a gestão Lula, foram colocados no centro do
debate político de uma hora para outra. O Judiciário está em polvorosa por conta do embate entre a
Justiça Federal de primeira instância e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

MST enfrentam denúncias de ilegalidade – mar/09

Quatro seguranças de fazendeiros mortos em confronto com sem-terras, no dia 21 de fevereiro em


Recife, e indícios de irregularidades no repasse de verbas federais ao MST (Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra) lançam suspeitas sobre um dos mais importantes movimentos sociais do país,
que completou 25 anos de fundação em janeiro deste ano. Polêmicas e confrontos fazem parte da
história do MST, criado em 20 de janeiro de 1984 durante encontro realizado em Cascavel, no Paraná.
Na época, o país passava por um processo de redemocratização, depois de duas décadas de ditadura
que sufocaram os movimentos populares. A proposta do MST é pressionar o governo para fazer a
reforma agrária no país, por meio de ocupações de terras consideradas improdutivas. A questão agrária
é antiga e fonte de conflitos violentos no campo.
A causa do problema é concentração fundiária: pouco mais de 1% de proprietários detêm praticamente
metade das terras cultiváveis do país, os latifúndios, usadas principalmente para criação de gado. Deste
total, estimados 120 milhões de hectares são de terras improdutivas e, por isso, reivindicadas pelo MST
para assentar famílias. A situação é um escândalo, tendo em vista a extensão territorial do Brasil, e
muito antiga. Ela tem origem nas capitanias hereditárias e sesmarias, em 1530, quando Portugal dividiu
o território nacional em glebas distribuídas aos nobres, para serem colonizadas em troca de um sexto da
produção. Além disso, fazendeiros recorreram à falsificação de títulos de propriedades rurais para
expulsar colonos de suas terras, prática ainda comum no país conhecida como "grilagem". Sem terra
para plantar, os camponeses migram para as cidades, onde engrossam a massa de favelados. Segundo
dados do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), 100 milhões de hectares - quatro
vezes o tamanho do Estado de São Paulo - estão sob suspeita de fraude, mais da metade localizada no
Amazonas.
A principal arma política do MST são as ocupações de fazendas. Somente em 2007, segundo a Pastoral
da Terra, foram realizadas 364 ocupações, quase uma por dia. Para isso, o movimento é organizado. Os
grupos invadem áreas previamente estudadas e montam acampamentos. O próximo passo é pedir uma
vistoria do governo, para comprovar que a terra é ociosa e dar início ao processo de desapropriação e
assentamento. Aos proprietários cabem pedidos de liminares de reintegração de posse na Justiça. Nem
todas as ocupações, entretanto, têm como objetivo promover assentamentos. Em alguns casos, a
intenção é política, como na recente invasão de duas fazendas pertencentes ao grupo Opportunity, do
banqueiro Daniel Dantas, no sul do Pará. A finalidade é atingir o presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus ao banqueiro investigado na Operação
Satiagraha e acusou o MST de ilegalidade.
A estratégia, porém, às vezes termina em confronto, tanto com seguranças armados dos donos quanto
com a Polícia Militar, convocada para fazer reintegrações de posse. Trinta e um sem-terra foram mortos
desde a criação do movimento. Os casos mais famosos foram os massacres de Corumbá (RO) e
Eldorado dos Carajás (PA). O primeiro ocorreu em 1995. Onze pessoas morreram - entre elas uma
criança de seis anos de idade - em choques com policiais militares e seguranças da Fazenda Santa Elina,
ocupada pelos manifestantes. Um ano depois, em abril de 1996, 19 sem-terra foram mortos pela Polícia
Militar numa tentativa de desobstrução de uma rodovia estadual em Eldorado dos Carajás. Mais de 50

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ficaram feridos. As famílias realizavam protesto pela desapropriação de uma fazenda na região. O
massacre teve repercussão internacional e deu mais visibilidade ao movimento. Temendo invasões,
fazendeiros armaram verdadeiras milícias em zonas rurais, aumentando a tensão no campo e o risco de
novos conflitos.
Apesar da luta por uma causa justa, a ideologização e o emprego de táticas violentas atraíram críticas
ao longo dos anos. Saques de caminhões de alimentos, cobrança de pedágios, depredação de prédios
públicos, destruição de plantações e propriedades e abate de gado geraram repercussão negativa para o
MST, que possui representantes em 23 Estados. Uma das acusações mais graves é a de uma suposta
ligação com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), organização de narcoguerrilheiros
famosa pelos seqüestros. Líderes sem-terra negam o envolvimento. Em 2000, foram realizados
protestos em mutirão em 13 Estados do país para lembrar os 500 anos de Descobrimento. Dois anos
depois, os sem-terra invadiram a fazenda do ex-presidente Fernando Henrique na cidade de Buritis
(MG). Em março de 2006, mulheres da Vila Campesina, ligada ao movimento, destruíram 1 milhão de
mudas de eucaliptos e o laboratório da Aracruz Celulose, em Barra do Barreiro (RS).
Atividades como essas renderam ao MST mais de 600 ações na Justiça contra seus integrantes, além de
uma imagem negativa diante da opinião pública. Os sem-terra se consideram alvo de uma campanha de
"criminalização" que teria apoio de parte da imprensa brasileira. Hoje, as frentes de batalha incluem
projetos educacionais, democratização da comunicação, defesa da causa palestina e questões
ambientais como o aquecimento global e o uso de alimentos transgênicos, entre outras. Se o
movimento consolidou a identidade como grupo de esquerda que prega o fim do capitalismo, também
não ficou imune ao desgaste histórico.

SAÚDE

Gripe Suína: risco de uma nova pandemia – abril/09

A gripe suína ( ou gripe “A”), que já matou sete pessoas no México (de um total de 152 mortes
suspeitas), uma nos Estados Unidos e pode ter infectado quase 2 mil em mais 11 países, deixou em
alerta as autoridades para os riscos de uma nova pandemia. No Brasil, 20 pessoas com sintomas e que
estiveram nos países com casos confirmados da doença estão sendo monitoradas. A OMS (Organização
Mundial da Saúde), que monitora em todo mundo o vírus influenza, causador da gripe, deve elevar o
alerta que hoje é nível 4 (numa escala que vai até 6), o que significa que a pandemia é iminente.
Pandemia ocorre quando há uma contaminação global por uma doença. No caso de uma gripe, acontece
quando surge um novo tipo de vírus, frente ao qual o homem não possui defesas imunológicas e nem
existem vacinas específicas para combater a doença. Por esse motivo, pode causar milhares de mortes.
As pandemias de gripe são provocadas por uma mutação aleatória de vírus existentes nos organismos
de animais selvagens ou domesticados, que passam também a infectar seres humanos. No organismo
humano, o vírus sofre nova mutação, o que o torna letal. No caso de uma gripe comum, a receita mais
famosa é "vitamina C e cama", ou seja, é preciso repousar e fortalecer as defesas do organismo para
que ele dê conta do "invasor" (com exceção dos idosos, recém-nascidos e portadores de doenças que
enfraquecem o sistema imunológico). Já com a gripe suína, cujo vírus é uma combinação de genes de
porcos, aves e humanos, o corpo não tem defesas, pelo fato de desconhecer o "inimigo". Como esse tipo
de gripe se transmite de pessoa para pessoa, do mesmo modo de uma gripe comum (pelo contato com
secreções de pacientes infectados), e o tempo de incubação é curto, a doença se espalha rapidamente.
Embora ocorram com certa regularidade na história, os cientistas só passaram a conhecer melhor as
pandemias de gripe a partir das três registradas no século 20, em 1918, 1957 e 1968. Essas gripes,
apesar dos sintomas parecidos, não devem ser confundidas com aquelas que pegamos no inverno,
conhecidas como sazonais. O vírus influenza é classificado em três tipos: A, B e C. A gripe comum é de
tipo C, e as de tipo A são as mais perigosas, que provocam pandemias. Existem quatro subtipos de
influenza A conhecidos que provocam contágio entre humanos e estão em constante mutação: H1NI,

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H1N2, H3N2 e H7N2. Não faz parte desse grupo, por exemplo, a chamada gripe aviária (H5N1), que
contamina aves domésticas (frangos, patos, galinhas), cujo contágio se dá apenas com o contato com
secreções do animal infectado e não entre pessoas, como a suína. Mesmo assim, desde 2003 matou 257
de 421 pessoas infectadas (61%), segundo a OMS.
A gripe suína atual é uma nova cepa (grupo de organismos dentro de uma espécie) do tipo H1N1. Esse
vírus, bem como todos os demais subtipos A, são descendentes da pior de todas as pandemias
registradas: a "gripe espanhola", que entre 1918 e 1919 matou 50 milhões de pessoas no mundo e
contaminou um terço da população mundial (500 milhões), que era um quarto da atual. Na época não
havia nem antigripais nem antibióticos, o que contribuiu para o grande número de mortos. Em
comparação, a pandemia de 1957-1958 deixou entre 1 e 2 milhões de mortos e a última, entre 1968-
1969, considerada leve, 700 mil. Ainda hoje, os cientistas sabem pouco sobre a "mãe" das pandemias.
Somente em 1930 foi isolado o primeiro vírus da "gripe espanhola", justamente a suína (H1N1). A "gripe
asiática" de 1957 é do tipo H1N2, descendente da suína.
O que vai determinar se a nova cepa de gripe suína vai se tornar a próxima pandemia, segundo
especialistas, é: a) o quão adaptado (e mortal) o vírus pode se tornar no organismo humano e b) se
continuar acontecendo a transmissão de pessoa para pessoa. As pandemias passam por ondas que
podem durar de seis a oito semanas. Na "gripe espanhola", por exemplo, a primeira onda foi mais
branda e a segunda, mais letal. Pelo comportamento da epidemia atual, cujos casos fatais se restringem
ao México e um bebê morto nos Estados Unidos, espera-se que a nova pandemia, caso se confirme, será
considerada leve, isto é, com baixa mortalidade. Além do risco de mortes, a doença também traz
prejuízos à economia, o que pode vir a agravar ainda mais a crise econômica global.
No México, onde as primeiras mortes foram confirmadas em 24 de abril, escolas e comércio foram
fechados e todos os eventos públicos cancelados, na tentativa de conter o avanço da doença.
Outros países emitiram alertas contra viagens com destino a países afetados pela gripe, como no caso
do Brasil, ou adotaram medidas restritivas, como nos casos da Argentina e Cuba, afetando o turismo
internacional. A indústria de produtos suínos também contabiliza perdas, apesar do Ministério da Saúde
ter descartado qualquer possibilidade de contaminação pelo consumo de carne (cujo cozimento mata
qualquer tipo de vírus) ou de produtos que contenham carne suína. Em outras palavras, não se pega a
doença comendo feijoada, torresmo ou cachorro-quente.
Os antivirais Tamiflu e Relenza são eficazes quando administrados em até 48 horas depois do
aparecimento dos primeiros sintomas e previnem no caso de pessoas mais expostas ao risco de
contágio. Mas o uso indiscriminado pode causar efeito contrário, fortalecendo o vírus. Não se sabe ao
certo se vacinas existentes terão algum efeito, em razão das mutações do vírus, nem sobre possíveis
efeitos colaterais. Uma vacina específica contra a gripe suína levará meses para ser feita, conforme
informou o governo norte-americano. Como prevenção, autoridades sanitárias recomendam lavar as
mãos - para evitar contato indireto com a doença -, além do uso de máscaras em regiões mais afetadas
pela gripe. O Brasil possui um Plano de Contingência (Plano de Preparação Brasileiro para o
Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza) que prevê estoque de antivirais, produção de vacina,
controle de fronteiras e reforço de redes assistenciais. Entretanto, diante das condições precárias de boa
parte dos serviços públicos de saúde, é duvidoso que tenha capacidade de atender uma demanda
urgente.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Internet por rede elétrica – set/08

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) finalizou em setembro de 2008 a consulta pública que
servirá de base para a elaboração do padrão brasileiro de internet por rede elétrica. Para um país
continental, essa tecnologia significará, sobretudo, a sua democratização. Afinal, a energia elétrica
chega a 95% do País - vale incluir o interior da Amazônia, os confins da caatinga ou uma praia

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praticamente deserta. Como não é necessária a implantação de infra-estrutura, o acesso ocorrerá


também em edificações antigas - basta ter fio e tomada. A instalação será feita com um modem especial
que conecta a saída de cabo de rede à tomada. Há duas tecnologias disponíveis: o Power Line
Communications (PLC), que permite diversos tipos de banda, e o Broadband over Power Lines (BPL),
conhecida como banda larga. Os sinais da internet possuem uma freqüência própria, ou seja, não
interferirão na luz de sua casa. O problema é que essa freqüência é a mesma em que navegam certas
ondas de rádio. Sem isolamento, pode haver interferência em rádios importantes - da polícia, por
exemplo. A questão foi levantada durante a consulta pública da Anatel, que já listou algumas soluções
que vão desde a adoção de freqüências diferentes até a blindagem dos fios elétricos. Algumas empresas
já estão fazendo testes por conta própria, como é o caso da Panasonic, que trouxe seus modems PLC do
Japão para implantar um projeto-piloto na cidade de Barreirinhas, em meio aos Lençóis Maranhenses. A
AES Eletropaulo, empresa concessionária do sistema elétrico de São Paulo, também entrou no jogo.

A nova corrida espacial – out/08

Durante mais de três décadas, os Estados Unidos e a antiga União Soviética foram protagonistas
exclusivos de uma corrida rumo à conquista do espaço. A partir de dezembro de 1991, com a extinção
da União Soviética, os americanos correram praticamente sozinhos na exploração do universo e
espalharam sondas por todos os cantos do sistema solar. Agora, nesse início de século XXI, está em
curso uma nova corrida espacial. Trata-se da colonização da Lua. Nessa disputa os americanos não
estão sós. Há novos atores em cena e, segundo autoridades da Nasa, a agência espacial americana, os
chineses são forte ameaça à hegemonia dos EUA. "É possível que os chineses queiram colocar gente na
Lua e podem fazer isso antes de nós. Capacidade técnica eles têm", afirma Michael Griffin, administrador
da Nasa. Em 2003, a China se tornou o terceiro país a colocar um homem em órbita - os outros são os
Estados Unidos e a Rússia. O astronauta Yang Liwei ficou 21 horas ao redor da Terra a bordo da nave
Shenzhou 5. No mês passado, um chinês caminhou no espaço e agora o país pretende acoplar
espaçonaves para formar um laboratório, passo que antecede a construção de uma estação espacial. A
próxima missão da Shenzhou prevê fincar a bandeira chinesa na Lua. "Isso será inevitável", afirmou o
diretor da agência espacial chinesa, CNSA, Sun Laiyan. Na semana passada, foi a vez dos indianos
entrarem nessa nova corrida espacial. Em outubro de 2008, com investimentos de US$ 80 milhões, a
Índia lançou com sucesso sua primeira missão não-tripulada à Lua. A espaçonave Chandrayaan 1 levou
16 horas para entrar na órbita da Lua e tem o objetivo de redesenhar mapas da superfície lunar. Depois
de completada a missão, o desafio dos indianos será colocar um astronauta no espaço, o que está
previsto para ocorrer em meados de 2012. É claro que os americanos estão muito à frente. Eles pisaram
na Lua pela primeira vez em 1969, até 1972 permitiram que 12 astronautas caminhassem em solo lunar
e já possuem uma estação espacial. O problema é que com o objetivo de colonizar a Lua os novos
atores dessa corrida chegam no exato momento em que a Nasa trabalha com outras prioridades e só
planeja um retorno à Lua em 2020. Para tanto, em 2010 os vôos das três naves Discovery serão
interrompidos, a fim de que os recursos de aproximadamente US$ 15 bilhões sejam todos dirigidos para
Orion, novo ônibus espacial do programa Constellation, que, conforme anunciado pelo ex-presidente
George W. Bush, pretende levar missões tripuladas para Marte e outros planetas. Com as Discovery
paradas, a solução encontrada pelo governo americano para transportar seus astronautas à Estação
Espacial Internacional é utilizar os foguetes Soyuz, da Rússia. A decisão provocou protestos. "Acho
perigoso ficar nesta situação", declarou Griffin, da Nasa. "Se alguma coisa acontecer com os Soyuz, não
teremos mais acesso à Estação Espacial", lamentou. Inconformado com a carona que terá de aceitar,
Griffin declarou: "Uma aterrissagem dos chineses na Lua antes de nós voltarmos lá seria vista como um
recuo dos EUA", afirmou. Comprometidos em dar carona aos astronautas americanos, os russos também
disputam a nova corrida espacial e estão investindo cerca de US$ 8 bilhões para o desenvolvimento de
novas naves entre 2009 e 2011. "A Rússia já tem mais de 100 satélites e queremos mais", disse o
primeiro-ministro Vladimir Putin. Com tantos olhos mirando a Lua, possivelmente teremos um
congestionamento de espaçonaves no solo lunar até 2020.

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Os testes em embriões humanos – jan/09

A aplicação de testes em embriões humanos faz nascer uma geração de bebês que poderá crescer livre
da ameaça de alguns tipos de câncer e de outras doenças. São exames capazes de revelar erros na
programação genética que levarão a males como a hemofilia e também a alguns tipos de câncer. Até
hoje, contudo, qualquer mudança na seqüência do nosso DNA dependia praticamente do acaso, a lenta
adaptação da espécie, batizada de seleção natural. Nos últimos meses, entretanto, uma série de casos
médicos mostrou que foi dado um passo adiante – a partir de agora, o uso da tecnologia em embriões
nos laboratórios, antes mesmo de a gravidez começar, está inaugurando o que se pode chamar de
seleção artificial. Foi aberta a porta para se evitar doenças hereditárias, mas também para que os pais
possam escolher, por exemplo, o sexo do bebê. Como toda revolução, essa promete incontáveis
benefícios – e muitos questionamentos éticos. Até agora, o caso de maior repercussão mundial se deu
na sexta-feira 9/01/09, com o anúncio do nascimento da primeira menina inglesa selecionada
geneticamente para não ter o gene BRCA1, responsável por 10% dos cânceres de mama e também
tumores malignos de ovário. Ela foi concebida artificialmente, com técnicas de fertilização in vitro (o
óvulo é fecundado pelo espermatozóide no laboratório), para que os embriões pudessem ser avaliados.
“Só os sem a mutação foram considerados aptos para serem transferidos para o útero”, disse o
pesquisador inglês Paul Serhal, que liderou o trabalho. O processo de seleção artificial livrou a criança da
sentença do câncer de mama atado a esse gene. Agora, a menina terá as mesmas chances de qualquer
mulher de manifestar a doença. Caso contrário, o risco seria de 80%. A mãe, de 27 anos, decidiu se
submeter à reprodução assistida e à seleção do embrião porque a irmã, uma prima, a avó e a mãe dela
tiveram esse tumor. Outro caso bem-sucedido de seleção de embriões aconteceu na Espanha. Há quatro
meses, o casal Soledad Puertas e Andrés Mariscal optou pela fertilização in vitro para gerar um bebê
com características compatíveis com o outro filho, Andrés, de seis anos, que sofre de beta talassemia. A
doença consiste em uma impossibilidade do organismo de fabricar hemoglobina, o pigmento que dá a
cor aos glóbulos vermelhos do sangue. Por isso, o menino precisava de transfusões regulares e também
de um transplante de medula, para consertar a sua fábrica de hemoglobina. Na maioria dos casos, o
doador costuma ser encontrado em bancos de medula ou de cordão umbilical. Outra tentativa dos casais
era engravidar naturalmente para, em uma espécie de loteria, tentar um bebê apto a ser doador. Walter
Pinto, professor-titular de genética médica da Universidade Estadual de Campinas, por exemplo,
atendeu uma moça que engravidou seis vezes até ter um filho compatível com o irmão. “Com a
possibilidade de selecionar o embrião, isso não precisa acontecer mais”, diz Pinto. Comparando o DNA a
uma enciclopédia, os cromossomos são os fascículos desta enciclopédia. E os genes são os capítulos de
cada fascículo. Assim, para se ter uma ideia do desenvolvimento da ciência, os novos testes genéticos
podem detectar alterações cromossômicas, como a síndrome de Down, mas também apontam
modificações em um único gene, como a que causa a distrofia muscular de duchene, responsável por
um comprometimento dos músculos da pessoa. Antes de serem feitos em embriões, esses exames já
eram oferecidos para casais com histórico familiar de doenças genéticas. “Mais de 300 alterações podem
ser diagnosticadas”, diz o geneticista Thomaz Gollop, da Universidade de São Paulo. Os mesmos testes
podem ser feitos no início da gravidez. Nestes casos, a notícia de uma anomalia no feto costuma levar o
casal a dilemas éticos e religiosos sobre o que fazer, mesmo em países onde o aborto é permitido. A
evolução da genômica e a possibilidade de avaliar embriões – ainda que isso implique a necessidade de
recorrer aos métodos de reprodução assistida – permitem evitar parte desses conflitos sociais e
psicológicos.

Os 150 anos da teoria da evolução - março / 09

No bicentenário de nascimento e 150 anos de publicação de "A Origem das Espécies" (1859), as ideias
do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), expostas em sua mais famosa obra, o mantém mais

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atual e controverso do que nunca. Porque, afinal de contas, ainda hoje boa parte da humanidade é
relutante em aceitar algumas conclusões da teoria da evolução, que teve em Darwin seu maior
expoente, e o quanto desta teoria contribuiu para mudar nossa visão de mundo? Por trás de erros de
interpretação - os mais comuns dizem que o homem evoluiu do macaco, que na Natureza só os mais
fortes sobrevivem e que as espécies evoluem para estágios superiores - e debates acalorados com
religiosos, a teoria da seleção natural, que explica a evolução das espécies, se mostra notavelmente
simples. Darwin trabalhou a teoria ao longo de 20 anos, após a famosa viagem a bordo do navio
"Beagle". Durante a expedição, que durou cinco anos, coletou espécimes de plantas e animais,
principalmente nas Ilhas Galápagos. Ele receava a divulgação do material devido a uma eventual
repercussão negativa por parte da sociedade puritana. Mas, em 1858, ao saber que seu colega Alfred
Russel Wallace (1823-1913) havia chegado a resultados semelhantes, Darwin superou a insegurança e
publicou, no ano seguinte, "A Origem das Espécies Por Meio da Seleção Natural". Com isso, pode
desfrutar dos créditos pela descoberta.

Web comemora 20 anos em busca de inovação – março / 09

Seria difícil imaginar o mundo hoje sem a web. Nós a usamos no trabalho no lazer, para fazer tarefas
escolares ou encontrar amigos. Mal nos damos conta do quanto ela mudou o modo como nos
comunicamos e produzimos cultura nos últimos 20 anos. Em março de 1989, o físico inglês Tim Berners-
Lee trabalhava no CERN (Centre Européen pour Recherche Nucleaire), um dos mais importantes centros
de física de partículas do mundo, localizado em Genebra (Suíça) quando apresentou aos seus chefes o
projeto "Gerenciamento de Informações: uma proposta", em que sugeria a organização de dados na
internet em arquivos de documentos ligados por hiperlinks. O objetivo era facilitar o acesso e troca de
informações entre cientistas. A ideia de Berners-Lee foi desenvolvida junto com um engenheiro de
sistemas do CERN, o belga Robert Cailliau e, dois anos depois, a dupla já havia criado os principais
conceitos e colocado em prática a World Wide Web (Rede de Alcance Mundial), a WWW, ou,
simplesmente, web.
Antes da web existia somente a internet, mas era um ambiente pouco amigável e exclusivo para quem
entendesse de programação. A internet remonta ao final dos anos 50, época da Guerra fria, quando o
Departamento de Defesa norte-americano financiou grupos de pesquisadores da Califórnia para
implementar um sistema de comunicação baseado em redes, que pudesse ser mantido em caso de
ataque nuclear. O plano era montar uma rede conectada por "nós" independentes de um controle
central. Assim, a informação poderia percorrer a rede e ser recuperada em qualquer ponto, mesmo se
um deles fosse desativado. A primeira rede de computadores, chamada ARPANET, começou a funcionar
em 1º de setembro de 1969, com quatro "nós" conectando quatro universidades norte-americanas.
Logo, os cientistas passaram a usar a tecnologia para fins acadêmicos, até desvincular a ARPANET do
Departamento de Defesa em 1983. Ainda nos anos 1980, surgiram outras "nets", que aos poucos foram
privatizadas. A rede que une redes de computadores, cujas máquinas se comunicam entre si por
intermédio de protocolos, é o que conhecemos como internet. Mas somente a web possibilitou a
popularização da internet, contribuindo para torná-la também um fenômeno comercial.
Web é um dos serviços oferecidos na internet, como o email, a telefonia, o compartilhamento de
arquivos, os serviços de mensagens instantâneas etc. Mas é também uma interface gráfica que permite
a interação do homem com a máquina. Ela funciona com base em um conjunto de documentos - que
podem conter texto, áudio e imagens estáticas ou em movimento - conectados entre si por meio de links
("elo", em inglês). Tais documentos são chamados hipertextos. Eles são criados, armazenados,
distribuídos e compartilhados em páginas eletrônicas, os sites, e acessados a partir de programas
navegadores, os browsers (os mais conhecidos são o Internet Explorer, Safari, Mozilla Firefox e Google
Crhome). A novidade dos hipertextos consiste na forma diferente de organizar informações. Graças aos
links, a busca é feita por associação de ideias em uma estrutura multisequenciada. Isso significa que,
diferente de textos comuns, que só permitem leitura e indexação lineares, como as fichas de uma
biblioteca, nos hipertextos saltamos de uma página a outra, de um site a outro, seguindo links que nos

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interessam. Além disso, os hipertextos admitem a colaboração e a criação coletiva, pois podem ser
alterados de maneira quase ilimitada. É o que garante o sucesso de sites como a Wikipédia, por
exemplo, uma enciclopédia digital na qual os verbetes são escritos e editados pelos próprios usuários.
Desde seu surgimento, a web pouco mudou, em especial nos elementos físicos que permitem acessá-la,
o computador, o mouse, o teclado. A alteração mais notável ocorreu em seu conteúdo, que era
produzido por especialistas em programação de computadores até a chegada da segunda geração de
aplicativos, chamada web 2.0 ou web social. O conceito foi explicado por Tim O'Reilly em "O que é Web
2.0: Padrões de Design e Modelos de Negócio para a Próxima Geração da Web", em 2005, como uma
plataforma de publicação em arquitetura participativa. Isso quer dizer que pessoas comuns poderiam
produzir conteúdo e fazer sua própria mídia, o que levou à explosão dos blogs e redes sociais como
Facebook, Myspace e Orkut, além de sites como o YouTube e a cobertura de fatos jornalísticos por
cidadãos comuns. É do criador da tecnologia, porém, que vem a inovação mais ousada. Berners-Lee
quer tornar a navegação mais inteligente com a web 3.0 ou web semântica. Atualmente, se digitarmos a
palavra "pele" no Google, por exemplo, a página exibe tanto sites sobre dermatologia quanto sobre o rei
do futebol. Isso acontece porque o programa não interpreta. Por esta razão, refinamos a busca com
palavras adicionais como "Santos" e "futebol", por exemplo. Na web semântica, o computador
"pensaria" por nós, identificando exatamente o que queremos ao fazer uma pesquisa. É o que ocorre
hoje em sites como da Amazon.com, em que a busca é apurada pelo histórico do usuário registrado em
seu banco de dados. Cada vez que um cliente entra no site e procura um livro, programas armazenam
estas informações. Deste modo, quando retorna, a empresa pode oferecer livros de assuntos
relacionados às suas compras anteriores. Aprendendo com o usuário, o computador ficaria mais esperto
também. Outras tendências apontam para um ambiente mais imersivo, como a navegação em cenários
tridimensionais similares aos do Second Life e o acesso em redes sem fio por celulares com telas de alta
definição e sensíveis ao toque. Enfim, aos 20 anos, a web ainda é uma jovem cheia de sonhos.

Educação

Presidente Lula assinou decreto sobre o acordo ortográfico – set/08


O Acordo Ortográfico prevê mudanças na língua portuguesa, como: o fim do trema, a supressão de
consoantes mudas, novas regras para o emprego do hífen, inclusão das letras w, k e y ao idioma, além
de novas regras de acentuação. O acordo entrará em vigor a partir de janeiro de 2009, mas as duas
normas ortográficas -- a atual e a prevista no acordo-- poderão ser usadas e aceitas como corretas até
dezembro de 2012. O Acordo Ortográfico foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, para
unificar o registro escrito nos oito países que falam português: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

ARTE E CULTURA

50 anos da Bossa Nova - 2008

A bossa nova é um movimento da música popular brasileira surgido no final da década de 1950. De
início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba. Anos depois, Bossa Nova
se tornaria um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, especialmente
associado a João Gilberto, Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim e Luiz Bonfá. O Movimento ficou
associado ao crescimento urbano brasileiro - impulsionado pela fase desenvolvimentista da presidência
de Juscelino Kubitschek (1956 -1961) -. A bossa nova iniciou-se para muitos críticos quando foi lançado,
em agosto de 1958, um compacto simples do violonista baiano João Gilberto (considerado um ícone do

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movimento), contendo as canções Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Bim Bom (do
próprio cantor).

O cinema brasileiro no Oscar 2009 – out/08

O filme Última Parada 174 de Bruno Barreto foi escolhido pelo Brasil para concorrer a uma indicação de
melhor filme estrangeiro no Oscar 2009, mas não foi selecionado. Última Parada 174 é uma ficção
baseada na história real de Sandro do Nascimento, um morador de rua sobrevivente de uma chacina no
Rio que anos depois seqüestraria um ônibus, culminando na morte de uma refém e do próprio Sandro,
pela polícia do Rio de Janeiro.

O Nobel de Literatura de 2008 – dez/08

O Nobel de Literatura de 2008 foi concedido ao escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, “autor de
novas despedidas, aventuras poéticas e êxtase sensual, explorador da humanidade além da civilização
reinante”, segundo o comitê do prêmio. Autor de O africano, uma de suas obras lançadas no Brasil, Le
Clézio nasceu em Nice, em 13 de abril de 1940. Com familiares ligados à ilha Maurício, então colônia
inglesa, cresceu falando francês e inglês. Após completar o ensino médio, mudou-se para a Inglaterra
para estudar na Universidade de Bristol. Em seguida, passou pelo Instituto de Estudos Literários, em
Nice, e concluiu o mestrado na Universidade de Aix-en-Provence, em 1964. Lecionou em diversas
universidades, em cidades como Bangcoc, Austin, Albuquerque, Boston e Cidade do México. Seu
primeiro livro foi Le procès-verbal (1963), que foi premiado com o prêmio Renaudot. Seguiram-se La
fièvre e Le déluge, nos quais o autor evidencia problemas e medos comuns aos habitantes das grandes
cidades ocidentais. Le Clézio escreveu títulos com temas ambientais, como Terra amata (1967) e Le livre
des fuites (1971). Autor de bibliografia extensa, com mais de 40 livros, segundo o comitê do Nobel teve
seu grande salto com Désert (1980), pelo qual foi premiado pela Academia Francesa com o Grande
Prêmio Paul Morand. “A principal personagem, a argelina Lalla, é uma antítese utópica para a feiúra e a
brutalidade da sociedade européia”, destacaram. Recentemente, os trabalhos do escritor se
direcionaram para o mundo da infância e para a sua história familiar, com Onitsha (1991), A quarentena
(1995), publicado no Brasil, Révolutions (2003) e L’Africain (2004). Sua obra mais recente é Ritournelle
de la faim (2008). O ganhador do Nobel também é autor de diversos livros para crianças, como Lullaby
(1980), Celui qui n’avait jamais vu la mer suivi de La montagne du dieu vivant (1982) e Balaabilou
(1985). Le Clézio recebeu o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3 milhões), mais
medalha de ouro e diploma em cerimônia dia 10 de dezembro de 2008, na Suécia, aniversário da morte
de Alfred Bernhard Nobel (1833-1896), o inventor da dinamite.

Oscar 2009 – fev/09

Os premiados com o Oscar em 2009 foram: Melhor filme: “Quem quer ser um milionário?” . Melhor
ator: Sean Penn - “Milk - A voz da igualdade”. Melhor atriz: Kate Winslet – “O leitor”. Melhor diretor:
Danny Boyle - “Quem quer ser um milionário?”. Melhor filme em língua estrangeira: "Departures", de
Yojiro Takita (Japão). Melhor canção original: “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Quem quer ser um
milionário?”. Melhor trilha sonora original: A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?”. Melhor
edição: “Quem quer ser um milionário?”. Melhor mixagem de som: “Quem quer ser um milionário?”.
Melhor edição de som: “Batman – O cavaleiro das trevas”. Melhores efeitos especiais: “O curioso caso de
Benjamin Button”. Melhor documentário de curta-metragem: “Smile Pinki”. Melhor documentário de
longa-metragem: “Man on wire”. Melhor ator coadjuvante: Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das
trevas”. Melhor curta-metragem: “Spielzeugland (Toyland)”. Melhor fotografia: “Quem quer ser um

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milionário?”. Melhor maquiagem: "O curioso caso de Benjamin Button". Melhor figurino: “A duquesa”.
Melhor direção de arte: “O curioso caso de Benjamin Button”,.Melhor animação de curta-metragem: “La
maison en petits cubes”. Melhor longa de animação: “Wall.E” (vencedor). Melhor roteiro adaptado:
“Quem quer ser um milionário?”. Melhor roteiro original: “Milk – A voz da igualdade”. Melhor atriz
coadjuvante: Penélope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona".

Esportes

Olimpíadas Pequim 2008 – ago/08

As Olimpíadas 2008 em Pequim foram celebradas de 8 a 24 de Agosto de 2008, com a cerimônia de


abertura realizada no Estádio Nacional de Pequim. Alguns esportes -- como o futebol, vela e maratona
aquática de 10 km -- aconteceram em outras cidades da China. Já os eventos eqüestres ocorreram em
Hong Kong. A cidade de Pequim foi escolhida para sede das Olimpíadas 2008 pelo Comitê Olímpico
Internacional em 2001. Os chineses terminaram em primeiro lugar no quadro de medalhas.
Destacou-se nas Olimpíadas de Pequim 2008 o nadador americano Michael Phelps, que conquistou nada
menos que 8 medalhas de ouro, superando as 7 medalhas de ouro conquistadas por Mark Spitz em
Munique-1972. Como a performance em Pequim, Michael Phelps totalizou 26 medalhas em três
Olimpíadas. Já na pista de atletismo o grande destaque foi o jamaicano Usain Bolt, que ganhou
medalhas de ouro nos 100 metros, 200 metros e revezamento 4x100m, sendo que em todas as
conquistas ele obteve o recorde mundial.
A delegação brasileira conquistou em Pequim 15 medalhas, sendo 3 de ouro, 4 de prata e 15 de bronze.
Ganharam medalhas de ouro foram obtidas por Maurren Higa Maggi no salto em distância do atletismo,
vôlei feminino e César Cielo nos 50 metros nado livre, sendo que este também conquistou a medalha de
bronze nos 100 metros nado livre. As medalhas de prata foram conquistadas pelo vôlei masculino, vôlei
de praia com Marcio Araújo e Fabio Luiz, futebol feminino e vela classe Star masculino com Robert
Scheidt e Bruno Prada. Já as medalhas de bronze foram conquistadas pelo futebol masculino, judô
(Ketleyn Quadros, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo), vôlei de praia com Ricardo e Emanuel, Taekwondo
com Natália Falavigna e vela classe 470 feminino com Fernanda Oliveira e Isabel Swan.

Fontes: www.uol.com.br ; www.ig.com.br ; www.estadao.com.br ; www.terra.com.br ;


www.istoe.com.br

2. Simulados

UNB/CESPE – TRT 17.ª Região/ ES - Analista Judiciário (ABRIL/09)

Texto para os itens de 21 a 31

A crise oriunda da toxicidade dos capitais, fato global mais relevante da segunda metade de 2008, ao
migrar para as atividades produtivas já no fim do mesmo ano, aprofundou-se e alastrou-se
geograficamente. Quase não houve surpresa, para o observador comum dos fatos globais, seu efeito
dominó nos primeiros meses de 2009. A África naturalmente não está imune. A retração chinesa teve
impacto no continente. O avanço dos capitais do Golfo Pérsico, no entanto, compensou o crédito e o
financiamento infra-estrutural dos novos projetos do NEPAD, a iniciativa africana de desenvolvimento

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sustentável e de incorporação social dos mais vulneráveis. José Flávio Sombra Saraiva. A África e o
outro lado da crise. In: Correio Braziliense, 22/2/2009, p. 17 (com adaptações).

I - Considerando o texto acima apenas como referência inicial, julgue os itens que se seguem.

21 - A crise internacional que se estende pelo mundo desde fins de 2008, originada na economia real,
moveu-se para o sistema financeiro.

22 - Os impactos da crise de que trata o texto, embora muito fortes nas economias do Sul, tiveram
pouca repercussão nos países do Norte.

23 - No caminho da crise internacional, a economia do Japão recuou para os níveis da recessão que se
presenciou a partir de 1970.

24 - Com raízes advindas das desregulamentações financeiras dos anos anteriores e, iniciada em 2008,
a crise econômica atual já apresenta encaminhamento organizado e sistêmico, com soluções
multilaterais consensuais à vista entre governos e empresas.

25 - Na China, vulnerável diante da dependência das exportações como fator relevante no seu PIB, vê-
se crescimento mais lento nos primeiros meses de 2009.

Gabarito:
21e 22e 23c 24e 25c

II - Ainda com relação aos impactos da crise a que o texto se refere, especificamente no
contexto africano e latino-americano, julgue os itens a seguir.

26 - A América Latina está alheia ao processo de deterioração das economias do Norte, ao seguir sua
rota de crescimento econômico intocável.

27 - Em graus diferenciados, ao manter certo crescimento médio acumulado nos últimos anos, as
economias africanas seguem com seus problemas estruturais, embora não tenham sido ainda
dramaticamente abaladas pela crise internacional.

28 - No Brasil, maior economia da América Latina, há problemas naturais, advindos do contexto externo
adverso, com particular impacto na capacidade exportadora, tendente a diminuir ante as dificuldades de
compra de vários de seus parceiros no Norte.

29 - Nos países da América Latina, muito acoplados à economia norte-americana, como o México,
vivem-se momentos de grande dificuldade ante a crise internacional do capitalismo.

30 - Na África do Sul, país sede da Copa do Mundo de Futebol de 2010, não se distingue influência da
crise atual do capitalismo ante o ritmo de construção de estádios e da infra-estrutura para o evento
internacional que se aproxima.

31 - Na Argentina, país vizinho e membro do MERCOSUL, aplicou-se recentemente o expediente


protecionista na compra de produtos brasileiros, sob alegação fundamentada no atual contexto de crise.

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Gabarito:
26e 27c 28c 29c 30e 31c

III - Acerca do trabalho, da tecnologia e do desenvolvimento sustentável, julgue os itens


subseqüentes.

32 - No contexto da globalização em que hoje se vive, o mundo do trabalho ainda é uma obrigação do
Estado, sendo que a grande maioria dos habitantes do planeta, em idade produtiva, tem um trabalho
regular e proteções legais trabalhistas.

33 - Se um braço da evolução tecnológica contemporânea é a renovação rápida do conhecimento


aplicado a inovações, uma contrapartida dessa evolução é a crescente robotização dos processos
produtivos, que reduzem a presença das forças de trabalho massivas.

34 - O desenvolvimento sustentável, uma utopia para o mundo atual, é anseio de todos os setores
sociais e políticos dos países centrais do capitalismo.

35 - Regiões no Brasil como a Amazônia necessitam ainda de melhor aproveitamento de seus recursos
naturais e humanos em projeto sustentável e soberano de desenvolvimento que beneficie suas
populações e o país no seu conjunto.

Gabarito:
32e 33c 34e 35c

UNB/CESPE – TRT 17.ª Região/ ES - Técnico Judiciário (ABRIL / 09)

O dia 20 de janeiro de 2009 foi o dia O. A posse de Barack Obama foi fato celebrado em todo o mundo.
Há quase um trator ideológico a apresentá-lo como um gestor de um novo dia D, assemelhado simboli-
camente ao ano de 1944, quando Dwight David Eisenhower e Franklin Delano Roosevelt credenciaram-
se às páginas da história ao não terem titubeado, em dia de decisão fundamental, apesar do frio e das
névoas do Canal da Mancha. José Flávio Sombra Saraiva. O mundo diante do dia O. In: Correio Brazili-
ense, 25/1/2009, p. 17 (com adaptações).

IV - Considerando o texto acima apenas como referência inicial, julgue os itens de 36 a 40,
acerca da chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos da América (EUA) e
dos seus impactos no mundo.

36 - A chegada de Obama à presidência dos EUA significou uma mudança radical na vida de todos os
cidadãos norte-americanos.

37 - A saída de George W. Bush da presidência norte-americana e a chegada de um afro-descendente


ao posto mais importante da política nos EUA tiveram valor simbólico para a sociedade daquele país.

38 - O fim imediato da presença norte-americana no Iraque, com a já realizada retirada das tropas ian-
ques desse país do Oriente Médio, é o fato de maior impacto advindo de Obama.

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39 - Embora a situação do emprego seja satisfatória nos EUA, o novo presidente promete um ciclo de
pleno emprego no seu país.

40 - Semelhando ao dia D, a chegada de Obama ao poder fez lembrar homens relevantes para a história
dos EUA no século XX, como Eisenhower e Roosevelt.

Gabarito:
36E 37C 38E 39E 40C

V - Com relação ao tema das artes e da literatura nacionais e suas vinculações históricas ao
contexto brasileiro, julgue os itens a seguir.

41 - A literatura no Brasil sempre ignora aspectos do desenvolvimento social e econômico do país.

42 - O modernismo arquitetônico no Brasil não obteve projeção mundial ao ficar acanhado nos experi-
mentos urbanos do país.

43 - A literatura brasileira e as artes em geral acompanharam as tendências mundiais, mas criaram ver-
sões próprias adaptadas ao seu meio.

44 - A escultura barroca de Aleijadinho tem modesta relevância para o estudo das artes sacras no país e
até mesmo fora dele.

45 - Carlos Drummond de Andrade deixou obra poética acessível e de grande utilidade à formação das
artes e da cultura nacionais.

46 - Primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, a escritora Rachel de Queiroz soube re-
agir à generalização que empobrece o entendimento da cultura nordestina e à avaliação medíocre do
sertão.

Gabarito:
41E 42E 43C 44E 45C 46C

VI - A respeito dos temas de segurança interna e externa do Brasil, bem como de aspectos
relativos à defesa nacional, julgue os próximos itens.

47 - O controle dos grupos ligados ao narcotráfico e à violência promovido nas periferias das grandes
cidades é mantido plena e satisfatoriamente pelo Estado.

48 - A integridade territorial do Brasil e a garantia da soberania nacional são obrigações do Estado na-
cional.

49 - O Ministério da Defesa constitui parte relevante do Estado nacional e tem igualdade jurídica aos
ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

50 - A segurança das cidades brasileiras é responsabilidade do poder público, mas é área de grande
preocupação da população em geral, diante dos níveis crescentes de violência urbana no Brasil.

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Gabarito:
47E 48C 49E 50C

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