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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ECONOMIA PARA ENGENHARIA

PROFESSORA: LUCIA HELENA ALVES DA COSTA

EMMANUEL ROBERTO TEIXEIRA SMITH

RESUMO 01

O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO

Natal - RN

Outubro/2020
RESUMO

1. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 3
2. O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO....................................................................................... 4
2.1. SURGIMENTO DA GLOBALIZAÇÃO ................................................................................. 4
2.2. O MARCO DA GLOBALIZAÇÃO ........................................................................................ 4
2.3. A CARTILHA DO FMI E O G-8 .......................................................................................... 5
2.4. OS MALEFÍCIOS DA GLOBALIZAÇÃO ............................................................................... 5
2.5. A NECESSIDADE DOS BLOCOS ECONÔMICOS................................................................. 6
2.6. OS PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS .......................................................................... 6
2.7. OS BLOCOS ECONÔMICOS DA AMÉRICA LATINA ........................................................... 7
2.7.1. ALALC........................................................................................................................... 7
2.7.2. ALADI ........................................................................................................................... 8
2.7.3. MERCOSUL .................................................................................................................. 8
2.7.4. ALCA ............................................................................................................................ 9
3. CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 9
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 10
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1. OBJETIVOS

Nos dias atuais vivemos em uma sociedade única, com algumas poucas
exceções, vivemos integrados como uma sociedade globalizada; um vídeo que vira
tendência nos EUA em poucos minutos ou horas chega aos demais países, como o
Brasil, e viraliza, tornando-se incrivelmente popular. O mesmo se aplica não só as redes
sociais e notícias, mas também ao mercado financeiro; um simples “twitter” do
presidente norte-americano Donald Trump gera um redemoinho sem fins em todos os
mercados, seja de câmbio ou de ações ou de bens.

Já não há mais formas de se viver isolado, até mesmo para os países mais
“fechados” como a China e a Coréia do Norte, há consequências fortes para o mercado
financeiro e a economia de todos os países dependendo das políticas adotadas nas
macroeconomias. Desta forma, o presente texto visa fazer uma breve dissertação sobre o
processo de globalização, discorrendo sobre os blocos econômicos principais, como a
União Europeia e o MERCOSUL.
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2. O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO

2.1. SURGIMENTO DA GLOBALIZAÇÃO

A globalização é consequência do desenvolvimento do capitalismo. Segundo O.


Ianni, o capitalismo se classifica em três grandes fases; a primeira delas foi o
capitalismo das grandes navegações (séculos XV e XVI) que expandiu o capitalismo
pelo mundo, além de introduzir o capitalismo em nações que se tornariam
independentes no futuro, como o Brasil e o EUA.

Após o capitalismo das grandes navegações, temos a segunda fase do


capitalismo que foi a do capitalismo industrial; nessa fase, o mundo já era capitalista e
já havia um mercado consumidor mundial; o capitalismo industrial vêm então para
suprir essa alta demanda de produção de bens e produtos, desenvolvendo tecnologias
que aumentavam a produção e a produtividade do trabalho humano, iniciando o ciclo de
divisão mundial do trabalho.

Por fim, a terceira fase do capitalismo e a mais recente é a do capitalismo


globalizado; caracterizada pelo domínio das grandes corporações no campo produtivo,
no mercado financeiro e no comércio mundial, sendo as empresas transnacionais as
controladoras do mercado no mundo. Observa-se nessa fase a formação de uma
economia e sociedade globalizada, regidas por essas grandes corporações
transnacionais, que muitas das vezes possuem o PIB muito maior que de alguns países;
configura-se assim uma nova ordem mundial que têm como principal característica a
formação de grandes blocos econômicos e o incremento da concorrência comercial
entre empresas e países.

2.2. O MARCO DA GLOBALIZAÇÃO

O processo de globalização, apesar de ter raízes mais distantes, teve seu marco
que caracterizaram a formação de uma nova ordem mundial a partir do final da segunda
grande guerra e de modo mais acentuado após o fim da guerra fria, com a queda do
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regime soviético e a desintegração do bloco socialista; a partir deste instante, o


capitalismo se intensificou e a nova era foi formada, o mundo globalizado.

2.3. A CARTILHA DO FMI E O G-8

A globalização econômica, também conhecida como ordem globalitária ou


triadetização, originária da comissão trilateral ou pelo grupo denominado de G7: USA,
Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Itália e Japão; hoje acrescidos pela Rússia,
compondo o G8; sob o pretexto da defesa da doutrina neoliberal, junto com os
organismos financeiros internacionais e privados nacionais, exigiram a aplicação da
cartilha do FMI, em especial nos países periféricos (México, Chile, Brasil, Argentina,
Tailândia, Malásia etc.).

A cartilha do FMI consiste em um conjunto de regras no formato de manual para


os governos realizarem os ajustes fiscais, as privatizações, os cortes nos gastos públicos,
os ajustes cambiais, a abertura dos mercados financeiros e de produtos, a
desregulamentação da economia, a reforma da previdência, etc.

A China configura, neste cenário, seu próprio modelo em que o Estado continua
autoritário e centralizador, mas admite a presença de empresas capitalistas, no modelo
joint-venture, para transitar do modelo estatal ao modelo de economia aberta e assim já
reconhecida pela Organização Mundial do Comércio (OMC)

2.4. OS MALEFÍCIOS DA GLOBALIZAÇÃO

Apesar dos seus pontos positivos, a globalização também possui pontos


negativos; esses mais acentuados em países periféricos ou emergentes, como o Brasil.
Nesses países, pode-se observar que em sua maior parte, continuam a ser fornecedores
de matéria-prima básica e consumidores de produtos industrializados e de tecnologia;
em suma, o que temos é um neocolonialismo; as nações mais influentes determinam
como será o mercado e os países emergentes, dependentes economicamente e
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financeiramente, acatam as determinações, apesar de terem as feições de países


modernizados e incluídos na nova ordem.

Esse neocolonialismo também possui suas amarras, que impedem os países


emergentes de saírem de sua atual situação; dentre essas amarras podemos citar as
regras de relacionamentos comerciais impostas pelo G-8 através da OMC, as regras
financeiras impostas através do FMI e as regras tecnológicas impostas pela lei da
propriedade intelectual/industrial; sendo essa última regra, motivo de muita disputa
recente entre os EUA e a China na fabricação de processadores e chips.

2.5. A NECESSIDADE DOS BLOCOS ECONÔMICOS

Devido a essas amarras, surge-se a necessidade da formação de blocos


econômicos, tanto dos países emergentes, quanto dos países dominantes; de um lado,
temos os países emergentes tentando unir-se para fortalecer suas economias e se libertar
do domínio imposto pelas grandes potências; do outro lado, temos as grandes potências
se unindo para continuar com seu domínio mundial.

A formação de blocos econômicos se dá por inúmeros fatores seja por regiões ou


afinidades estruturais e produtores de determinadas matérias-primas, seja por afinidades
políticos-ideológicas, seja por posição geográfica, seja por alianças militares ou por
benefícios econômicos.

2.6. OS PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS

Dentre os inúmeros blocos econômicos que foram formados e das diversas


tentativas frustradas da formação de blocos econômicos, alguns possuem uma
relevância que se deve destacar.

Na América Latina já havia sido tentado a formação de um bloco econômico


denominado de Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC), em seguida
houve a tentativa com a Associação Latino-americana de Integração (ALADI), também
com o Pacto Andino e com o Pacto Amazônico. Por fim, com uma mudança na
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orientação doutrinária, surgiu-se o bloco econômico denominado de Mercado Comum


Sul (Mercosul).

Na Europa, olhava-se muito, na época, para o florescente Mercado Comum


Europeu e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Da experiência europeia resultou a União Europeia (UE) que se configura uma unidade
que ultrapassa as meras questões aduaneiras e tarifárias.

Na América do Norte, em 1994, forma-se o bloco econômico conhecido como


Mercado Comum da América do Norte (NAFTA) e as tentativas de formar a Área de
Livre Comércio das Américas (ALCA).

Na nova ordem global o final do século XX e o início do XXI, quatro blocos


econômicos estão consolidados, sendo três formais (regidos por tratados) e um informal
(regido por acordos e consensos). Os formais são: União Européia, Nafta, Mercosul; o
informal é o bloco asiático (chamado de YenBloc).

2.7. OS BLOCOS ECONÔMICOS DA AMÉRICA LATINA

A América Latina tentou sua integração comercial desde a década de 1960. Os


principais blocos foram o ALALC, ALADI e o MERCOSUL.

2.7.1. ALALC

Associação Latino-americana de Livre Comércio, criada, em 1960, pelo Tratado


de Montividéu, proposta patrocinada pelo Brasil, a Argentina e o México. A pretensão
era estabelecer em doze anos (até 1972) uma zona de livre comércio, mediante a gradual
redução das taxas aduaneiras. Para tanto criou-se um sistema de listas de bens,
periodicamente renovável.

A ALALC incrementou o comércio regional, contudo problemas decorrentes da


ausência de uma coordenação e posições rígidas de parceiros, impediram o avanço deste
projeto. Pelo Protocolo de Caracas (1969), o prazo de consolidação foi postergado para
1980. Naquele ano, na discussão para confirmar a área de livre comércio, decidiu-se
pela reformulação, donde emerge a ALADI
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2.7.2. ALADI

Associação Latino-americana de Integração, criada, em 1980, pelo Tratado de


Montividéu, como um organismo de integração econômica intergovernamental, sendo
partícipes a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru,
Uruguai e Venezuela, tendo como patrimônio histórico o passado da ALALC. A ALADI não
objetivava uma área de livre comércio, mas um sistema de “preferências econômicas e
comerciais” entre os signatários, donde resultaria um mercado comum estimulado pelas
“iniciativas multilaterais flexíveis e diferenciadas”, respeitado o estágio de desenvolvimento de
cada país. O formato de maior abertura ensejou acordos fora deste espaço que, em princípio,
parecia ser favorável ao bloco, no entanto, determinou seu fracasso pelas diferentes opções
feitas pelos países membros.

2.7.3. MERCOSUL

O Mercado Comum do Sul, criado, em 1991, pelo Tratado de Assunção, tem


como sócios o Brasil, a Argentina e a adesão do Uruguai e do Paraguai, resultante da
integração entre Brasil e Argentina, que foi firmada pelo Tratado de Integração,
Cooperação e Desenvolvimento Brasil-Argentina (1988), nos governos de José Sarney e
Raúl Alfonsín. Pelo Tratado de Buenos Aires, os dois países deveriam, na primeira
etapa, “proceder à harmonização das políticas aduaneira, comercial, agrícola, industrial
e de transportes e comunicações, assim como à coordenação de políticas monetária,
fiscal e cambial; em segunda etapa, à conformação adequada das demais políticas
necessárias ao estabelecimento de um mercado comum”.

No entanto, com o Consenso de Washington (1989) e a adoção da doutrina


neoliberal no Brasil (com Collor) e na Argentina (com Menem), concebe-se um
mercado sob a liberalização geral do comércio, em conformidade com a doutrina
neoliberal, presente no Tratado de Assunção. No avanço deste mercado, o Mercosul
realizou acordos de livre comércio, em 1996, com o Chile e a Bolívia e, em 1998, com a
Comunidade Andina de Nações (CAN). Em julho de 2006, de forma precipitada, a
assembleia aceitou a adesão da Venezuela e o indicativo da inclusão da Bolívia,
preterindo as pretensões do Chile, previstas pelo acordo de 1996. Entretanto, o grande
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objetivo do Mercosul de promover um acordo comercial com a União Europeia, até a


presente data, não foi consignado.

2.7.4. ALCA

Área de Livre Comércio das Américas, idealizada por George Bush, presidente
dos EUA (1989-1993), com a proposta de criar uma área de livre comércio do “Canadá
à Terra do Fogo”, tendo como principal objetivo abrir mercados para que “os Estados
Unidos, no contexto das dificuldades para reduzir o desequilíbrio de sua balança
comercial, pudessem aumentar ainda mais as exportações de produtos para os países da
América Latina sem a necessidade de negociar com seus governos e fazer outras
concessões”. As negociações para a formação da ALCA – Área de Livre Comércio das
Américas (de 1994 a 2005) fracassaram.

3. CONCLUSÕES

Portanto, pode-se concluir que a globalização de fato é um fenômeno real que


rege toda a sociedade moderna, no âmbito pessoal e social, das pessoas e empresas; já
não há mais formas de se viver isolado até mesmo para os países mais “fechados” como
a China e a Coréia do Norte, há consequências fortes para o mercado financeiro e a
economia de todos os países dependendo das políticas adotadas nas macroeconomias.

É notável a necessidade da formação de grandes blocos econômicos pelos


países emergentes que necessitam fortalecer as suas economias para sobreviver no meio
do domínio das grandes nações; e é presumível a formação dos grandes blocos como a
União Europeia para continuar exercendo domínio nesta nova ordem mundial.
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REFERÊNCIAS

PETRY, A. Globalização e blocos econômicos. UNISINOS. Disponível em:


<http://www.projeto.unisinos.br/humanismo/al/blocos.pdf>. Acesso em: 05 out. 2020.

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