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Capítulo 11 – Processo de regionalização da economia mundial

Existe a tentativa de redivisão do mercado mundial pelas potencias da tríade:


• Primeira Alternativa: domínio absoluto do mercado mundial pelas transnacionais
estadunidenses
• Segunda Alternativa: divisão do mundo em blocos econômicos sob a hegemonia de
grandes potências – processo de regionalização oposição ao processo de globalização.

Globalização: um conceito controverso


A partir de 1990 foi difundido pelo mundo a concepção que estaria havendo um processo de
globalização, no qual era movido pelas forças de mercado, que seria capaz de promover
progresso econômico e melhoria da condição humana.
Nesse contexto, foi deflagrado a controversa de como um país inundado por transnacionais teria
a capacidade de promover o desenvolvimento econômico e o progresso social via mecanismos
de mercado.
O termo globalização é utilizado pelos autores estadunidenses e o termo mundialização pelos
autores europeus. É importante pontuar que, esses termos não se tratam de sinônimos, mas sim
expressa conteúdos diferentes.
GLOBALIZAÇÃO é definida como livre movimentação, a nível internacional, de mercadorias,
capitais, força de trabalho e conhecimento.
Existem três posições acerca da existência ou não existência da globalização:
1) Referente a corrente Neoliberal: a globalização existe como fato consumado e
duradouro. Trata-se de um movimento benéfico para a sociedade, uma vez que
permitiria um desenvolvimento acelerado da economia mundial e melhoria do bem-
estar social.
As postulações dessa corrente ganharam forma de programa no Consenso de Washington sob
patrocínio do FMI, Banco Mundial, Governo dos EUA e corporações transnacionais. Segundo
eles, os países que não adotassem o programa ficariam isolados do resto do mundo e deixaria de
receber os benefícios da globalização.

2) A globalização existe, mas é um fenômeno negativo para a sociedade, uma vez que
limita o potencial de crescimento econômico, aumenta a concentração de renda e
riqueza e piora as condições sociais no mundo.
Essa posição é baseada em dados que mostram que o avanço mundo afora dos capitais e das
mercadorias das corporações transnacionais tem provocado baixo crescimento da economia,
concentração de renda e riqueza.
Na década de 1990 quando teria triunfado a globalização, ocorreu menor taxa de crescimento
econômico mundial e altas taxas de concentração de renda desde a segunda guerra mundial.

O conceito de MUNDIALIZAÇÃO possui uma maior nitidez do que o de globalização, uma


vez que permite introduzir a ideia de que, se a economia se mundializou, seria importante
construir depressa instituições políticas mundiais capazes de dominar o seu movimento.

A globalização engendrou o endividamento acelerado dos


países periféricos, a estagnação da economia mundial, a
queda do poder de compra do salário e o aumento do
desemprego em todo o mundo – Hans-Peter Martin e
Harald Schumann
→ A necessidade de instituições mundiais derivaria do fato de que o movimento da
mundialização é excludente, uma vez que estaria em curso um movimento que nitidamente
possui tendencia à marginalização dos países em desenvolvimento.
A teoria da mundialização vai em encontro com a segunda posição, porque a ideia de ambas
considera que a globalização/mundialização é caracterizada por ser um fenômeno excludente,
que marginaliza os países periféricos.
→ a teoria da mundialização, ao partir do princípio da existência do fenômeno de
exclusão dos países periféricos, propõe a criação de instituições mundiais para prevenir essa
tendencia.

3) A globalização não existe, afirma que o fenômeno em curso é um processo de


continuidade do processo de internacionalização da economia que iniciou no século
XIX. Esse processo implica em uma tentativa de redivisão do mercado mundial entre as
potências, financeirização e estagnação da economia, concentração de riqueza e renda e
dramatização das questões sociais.
A globalização não existe no sentido de que ela não passa de um fenômeno ideológico, no qual
os EUA criaram para dissimular a política de avanço econômico nos outros países.
Essa posição questiona a existência do livre movimento internacional de capitais, mercadoria,
força de trabalho e conhecimento. Na verdade, existe no capitalismo uma tendência à
internacionalização da economia, mas, longe da formação de uma economia global, sem
fronteiras.

O processo de regionalização
A tendência predominante na economia mundial contemporânea não se caracteriza pelo fim das
fronteiras econômicas entre as nações, mas pelo fortalecimento dessas fronteiras, só que
alargadas, isto é, as fronteiras de blocos de nações.
A origem desse processo nas economias capitalistas remonta à retomada dos conflitos
econômicos entre as grandes potências no período de pós-guerra.
→ Os EUA ascenderam como potência no pós-guerra, no entanto após a reconstrução
do Japão e da Alemanha experimentaram um acelerado processo de expansão, diminuindo a
distância em relação à economia dos EUA.
Nesse sentido, os países buscaram se fortalecer. A Alemanha começou a construir em torno de
si um bloco econômico com os demais países europeus – que se transformaria no UE.
A partir daí, a experiência integracionista ganhou o mundo. O Japão tentou implementar um
bloco regional com os chamados tigres asiáticos, mas foi detonado pela crise. Os EUA também
constituíram seu bloco com os países da América do Norte, dando origem ao NAFTA e
propondo a criação da Área de Livre Comércio das Américas.

Economia Política da Integração Econômica Regional


Por regionalização econômica, entendemos o processo de aproximação entre dois ou mais
países com o objetivo de somar esforços na busca de aumentar a capacidade de cada um deles,
bem como do conjunto regional, no cenário internacional.
Os objetivos da integração podem ser:
• Defesa de países mais fracos da força econômica de países mais fortes
• Busca de eficiência, obtida através da economia de escala, para disputar em melhores
condições.
• Garantir mais poder na disputa pelo mercado mundial.
As teorias iniciais sobre a questão da integração se concentravam na esfera do comércio -
praticar o livre comércio entre um conjunto de países.
Tanto a União Europeia quanto no Mercosul, se passou a dar ênfase cada vez maior a outros
instrumentos de integração, como, por exemplo, a implantação de infraestrutura conjunta e a
efetivação de parcerias produtivas, patrocinadas, principalmente, pelas nações mais fortes do
bloco.
→ Bloco econômico supõe um processo de integração mais avançado.

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