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Resumos para o exame

Geografia A (Ensino Médio - Portugal)

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Resumos de
Geografia
10ºAno

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A posição de Portugal na Europa e no Mundo

Latitude Distância em graus de um determinando ponto ao equador. Varia entre


0 e 90º.
Longitude Distância em graus de um determinando ponto ao meridiano de Greenwich.
Varia entre 0 e 180º.

Território Português
Portugal é constituído por 3 unidades territoriais (Portugal, Arquipélago da Madeira –
localizada a sudoeste de Portugal - e Arquipélago dos Açores - localizado a oeste de Portugal). A
nível Europeu Portugal localiza-se no sudoeste da Europa e a nível Mundial localiza-se no
hemisfério Norte na zona temperada do norte.

Distribuição de Portugal por NUTS

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A posição geográfica de Portugal


Portugal continental apresenta uma localização periférica relativamente ao continente
europeu. Localiza-se no extremo sudoeste da Europa e da Península Ibérica e é no cabo da
Roca que se pode encontrar o ponto mais ocidental de todo o continente.

Portugal um espaço de relação…

1. Com o mundo
O Português, para além de Portugal, constitui a língua oficial de: Brasil, Angola, Moçambique,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guiné Equatorial, países que, no
seu conjunto, formam o espaço lusófono.

As relações de Portugal com o exterior passam pela sua participação em organizações


internacionais de grande relevância, como a OCDE (Organização de cooperação e
desenvolvimento económico – formada com a finalidade de coordenar a ajuda dos EUA após
a guerra), iniciou a sua atividade em 1961, a NATO (Organização do tratado do atlântico
Norte), criada em 1949 e a ONU (Organização das nações unidas), fundada em 1945.

A presença de comunidade portuguesa no estrangeiro gera oportunidades de cooperação


económica e cultural, contribuindo para aprofundar relações entre o nosso país e os países de
acolhimento.
Outra consequência relevante da emigração portuguesa são os fluxos financeiros que ela
canaliza para o nosso país, através das chamadas remessas de emigrantes, geralmente sob a
forma de depósitos bancários de poupança.
Dada a relevância dos fluxos culturais e financeiros gerados pelas comunidades portuguesas, é
importante promover junto delas a preservação da língua e a valorização da cultura
portuguesa e garantir o apoio nacional em momentos de crise económica.

De realçar, ainda, a importância dessas comunidades para o desenvolvimento económico do


país, através do envio de dividas estrangeiras, o que permite, em parte, equilibrar o défice da
balança comercial e dinamizar vários setores de atividade. Por outro lado, as comunidades
portuguesas no estrangeiro constituem, frequentemente, agentes fundamentais na promoção
do investimento em português nos países de acolhimento ou do investimento estrangeiro no
nosso país.

2. Com a Europa
Até final dos anos 50, Portugal manteve-se à margem de qualquer tipo de integração
económica na Europa. A política comercial da CEE (Comunidade Económica Europeia), criada
pelo Tratado de Roma em 1957, não lhe permitia manter a situação privilegiada que detinha
no comércio com as ex-colónias e a vigência de um regime ditatorial excluía a possibilidade de
adesão a essa comunidade.

Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, permitiu que Portugal iniciasse o processo de adesão
à CEE, que culminou com a sua integração plena em 1986.

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Alargamentos na UE

FASES ANO PAÍSES


Europa dos 6 1957 Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Alemanha, França e
Itália
Europa dos 9 1973 Irlanda, Reino Unido e Dinamarca
Europa dos 10 1981 Grécia
Europa dos 12 1986 Portugal e Espanha
Europa dos 15 1995 Finlândia, Áustria e Suécia
Europa dos 25 2004 Chipre, Eslovénia, Eslováquia, Republica Checa,
Estónia, Malta, Letónia, Lituânia, Hungria e Polónia
Europa dos 27 2007 Bulgária e Roménia
Europa dos 28 2013 Croácia

Tratados

ANOS TRATADOS DESCRISÃO


1957 Tratado de Roma Institui a Comunidade económica europeia (CEE) e a
Comunidade Europeia de energia atómica (Euratom)
1986 Ato Único Europeu Reforma as instituições para preparar a adesão de
Portugal e de Espanha e simplifica a tomada de decisões
na perspetiva do mercado único
1992 Tratado de A CEE transforma-se na União Europeia uma vez que os
Maastricht objetivos comunitários passaram a visar uma união
efetiva dos estados-membros, de modo a atingir a
cidadania europeia, o mercado único e a adoção de uma
moeda única
1997 Tratado de Reforma as instituições para preparar a adesão de mais
Amesterdão países à UE
1997 Acordo de Este acordo veio abolir as fronteiras, isto é, foi permitida
Schengen a livre circulação de pessoas, o que reforçou o sentido
de cidadania europeia
2001 Tratado de Nice Reforma as instituições para que a UE, possa funcionar
eficazmente com mais países
2007 Tratado de Lisboa Muda a forma de funcionamento da UE, permitindo-lhe
falar a uma só voz e tornando-a mais apta a resolver
problemas a nível mundial

A criação de um mercado comum, com liberdade de circulação de bens, serviços, pessoas e


capitais, sendo um dos objetivos mais antigos da UE, é um processo que ainda não está
concluído. Um dos instrumentos da consolidação do mercado comum é a UEM (União
económica e Monetária) concretizada em 2002, com a introdução da moeda única.

A adoção de uma moeda única oferece vantagens:


 Facilita as transações comerciais e financeiras, eliminando os custos cambiais;
 Possibilita a constituição de um espaço financeiro europeu dotado de uma moeda
mais forte, com maior capacidade para competir a nível mundial e mais atrativo para
os capitais internacionais;

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 Permite a estabilidade dos preços, pela ação do Banco Central Europeu;


 Dispensa os consumidores que viajam pela UE da necessidade de cambiar moeda,
permitindo comparar diretamente os preços em diferentes países.

Para Portugal, a integração na UE foi um fator de desenvolvimento, promovendo uma


melhoria das condições de vida que se deveu, principalmente:
 Aos apoios financeiros, que tornaram possível a concretização de inúmeros projetos
no domínio das obras públicas, da modernização das empresas, etc;
 À participação em muitos e variados programas de apoio ao desenvolvimento;
 À harmonização dos padrões de qualidade e das normas de funcionamento da
economia e da sociedade com legislação europeia, nos diversos domínios.

3. Com os países de expressão portuguesa


A CPLP (Comunidade de Língua portuguesa), criada em 1996, visa, entre vários objetivos,
promover e defender a língua Portuguesa, transformando-a num instrumento de comunicação
para ser utilizada na resolução de questões de cooperação entre os vários países-membros.

A ação desta comunidade projeta-se nas vertentes sociais, politica, cultural e económica. Os
parceiros da CPLP são os principais beneficiários da ajuda pública ao desenvolvimento de
Portugal.

A população: evolução e contrastes regionais

Evolução da população Portuguesa

 Década de 50 – crescimento positivo da população, mas pouco significativo, com


consequências de um saldo natural positivo, previsível num país acentuadamente
rural, com um número reduzido de mulheres inseridas no mercado de trabalho e sob a
forte influência da Igreja Católica;

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 Década de 60 – decréscimo da população absoluta portuguesa, como resultado do


mais intenso fluxo migratório alguma vez registado e do início da redução da taxa de
crescimento natural, na sequência da introdução de meios contracetivos modernos e
eficazes, que se traduziu no decréscimo da taxa bruta de natalidade;
 Década de 70 – rutura na tendência do declínio demográfico, observando-se o maior
aumento da população absoluta neste século. Esta situação deve-se ao regresso de
milhares de portugueses das ex-colónias, na sequência do 25 de Abril, e ao regresso de
milhares de cidadãos portugueses emigrantes na Europa, afetados pela crise que
condicionou a economia de muitos dos países recetores, ou atraídos pela melhoria das
condições socioeconómicas introduzidas pelo 25 de Abril;
 Década de 80 – crescimento demográfico praticamente nulo, como consequência da
diminuição da taxa de crescimento natural, resultado dos baixos valores da taxa bruta
de natalidade;
 Década de 90 – registou-se um crescimento ligeiro da população absoluta como
resultado de um novo fenómeno observado na sociedade portuguesa: a imigração.

Crescimento natural da população

A evolução da população depende da evolução de várias variáveis demográficas, entre as quais


se salientam a natalidade (N) e a mortalidade (M), que nos permite calcular o crescimento
natural (CN).

CN = N – M

A redução da taxa de natalidade, iniciada já na primeira metade do seculo XX, acentuou-se a


partir dos anos 60, sobretudo depois de 1975, tendência que se manteve até ao final da
primeira década deste século, situando-se em valores inferiores aos da taxa de mortalidade.

A maior descida da taxa de mortalidade verificou-se durante a primeira metade do século XX,
continuando a decrescer até ao início da década de noventa, altura em que se iniciou uma
tendência de ligeiro aumento.

Consequentemente, a taxa de crescimento natural diminuiu década do novo século, atingindo


valores negativos a partir de 2007.

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Apesar da acentuada redução da mortalidade geral, a descida da taxa de mortalidade infantil


foi mais lenta, tendo-se verificado um decréscimo significativo a partir dos anos sessenta.
Porém, só atingiu a média da União Europeia no inicio do século XXI.

Como principais fatores explicativos dos baixos valores da taxa de mortalidade, podem
apontar-se:
 O aumento do nível de vida da população, que permitiu melhorar as condições
alimentares e habitacionais;
 O desenvolvimento da Medicina preventiva e da Farmacologia;
 A melhoria registada na assistência médica e nas condições sanitárias;
 As melhores condições de trabalho;
 O aumento da informação relativamente a muitas doenças e sua prevenção.

Esta varável é, frequentemente, utilizada como indicador de desenvolvimento, já que os


valores tendem a diminuir com a melhoria das condições de vida, com a intensificação e
diversificação dos cuidados materno-infantis e até com o aumento da instrução.

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Os valores da taxa de mortalidade infantil registados em Portugal são idênticos aos da média
dos países mais desenvolvidos da União Europeia.

Taxa bruta de natalidade = total de nados-vivos x 100


população absoluta
Taxa bruta de mortalidade = total de óbitos x 100
população absoluta
Taxa de mortalidade infantil = número de óbitos em indivíduos até um ano de vida x 100
total de nascimentos
Taxa de crescimento natural = taxa bruta de natalidade – taxa bruta mortalidade

As causas do declínio do
índice sintético de fecundidade
e da taxa bruta de natalidade
são multiplicas e, quando
enquadradas num contexto
social, revelam- se muito
complexas:
De forma sintética
apontam-se algumas:
 Crescente
participação da mulher no mercado de trabalho;
 Preocupações com a carreira profissional, situação que prolonga o período de
formação e conduz ao adiamento do casamento e do nascimento do primeiro filho;
 Precariedade crescente do emprego;
 Preocupação crescente com a educação e o bem-estar dos filhos, exigindo
investimento cada vez maior;
 Acesso a métodos contracetivos cada vez mais eficazes;
 Mudança de mentalidade e de filosofia de vida, incompatível com número elevado de
filhos;
 Crescimento da taxa de urbanização, que se traduz no aumento de dificuldade para a
aquisição de habitação e no aumento do stress provocado pela vida na cidade.

Taxa de fecundidade = número de nados-vivos x 100


Número de mulheres em idade de procriar (dos 15 aos 49 anos)

O saldo migratório

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Os movimentos migratórios, internos e externos, têm influenciado a evolução demográfica e


social, contribuindo para as assimetrias regionais que caracterizam o território nacional.

A emigração, que sempre caracterizou a demografia portuguesa, e o êxodo rural, mais intenso
nos anos sessenta e setenta, ambos motivados sobretudo pela falta de recursos e de
perspetivas de futuro, tiveram maior impacte nas regiões do interior, contribuindo
decisivamente para a perda de população e para o envelhecimento demográfico (fig.1).

No litoral, a chegada de migrantes do êxodo rural atenuou os efeitos demográficos da


emigração e, por seu lado, a imigração tem contribuído para o crescimento demográfico em
Portugal, principalmente nas regiões do litoral, onde se fixa maior número de imigrantes (fg.2).

Na evolução do saldo migratório, destacam-se:


 A década de sessenta, com valores muito negativos, em resultado do maior surto de
emigração da nossa história que, neste período, se dirigiu sobretudo para alguns
países da Europa Ocidental, destacando-se a França e a República Federal da
Alemanha;
 Os anos setenta, com valores mais altos, devido ao declínio das migrações a nível
internacional e à chegada repentina de muitos portugueses das ex-colónias,
sobretudo em 1975, na sequência do processo de independência;
 As últimas décadas, em que a emigração se dirigiu, principalmente, para países da
União Europeia e teve uma importante componente temporária (sobretudo para a
Suíça), e a chegada de imigrantes naturais de países de língua oficial portuguesa e da
europa de Leste elevou o saldo migratório, permitindo um significativo crescimento
da população residente.

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Considerando a tendência de redução do crescimento natural, o saldo migratório tem sido o


principal componente do crescimento efetivo da população, desde o início dos anos noventa,
tanto ao nível nacional como regional (fig.3).

A nível nacional e na maioria das regiões, o principal fator de variação da taxa de crescimento
efetivo foi a taxa de crescimento migratório. No Norte, atingiu valores negativos, contribuindo
para a diminuição da população. Em Lisboa fez aumentar a população, assim como no Algarve,
onde se registou o maior acréscimo demográfico, a nível regional.

A taxa de crescimento natural, a diminuir e com valores negativos, foi a maior causa de perda
demográfica no Centro e Alentejo.

Saldo migratório = Imigração – Emigração


Crescimento efetivo = crescimento natural + saldo migratório
Taxa de crescimento migratório = Imigrações – Emigrações x 100
População absoluta
Taxa de crescimento efetivo = taxa de crescimento natural – taxa de crescimento migratório

Estrutura etária da população

O estudo da estrutura etária de uma população considera, regra geral, três grupos etários:
 Jovens – dos 0 aos 14 anos ;
 Adultos – dos 15 aos 64 anos;
 Idosos – igual ou superior a 65 anos.

A definição destas classes encerra alguma controvérsia, já que estão estritamente ligadas a
fatores como a escolaridade obrigatória e a esperança média de vida, que variam de país
para país.

O estudo da estrutura etária de uma população e feito, geralmente, através da análise das
pirâmides etárias, gráficos de barras que representam a distribuição da população por
idade e sexo (classes etárias). Além dos aspetos referidos, as pirâmides etárias permitem
retirar conclusões sobre a natalidade, a esperança média de vida o fenómenos que
marcam a evolução demográfica, expressos através da existência de classes ocas.

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A pirâmide de 1960 representa uma população predominantemente jovem, já que a base


se apresenta larga e o topo relativamente estreito, o que reflete valores de natalidade
elevados e uma esperança média de vida relativamente baixa, respetivamente. As classes
ocas assinaladas traduzem perturbações na evolução demográfica (diminuição da
natalidade, decorrente dos efeitos da Primeira Guerra Mundial).

A pirâmide etária de 2011, comparada com a anterior, revela um envelhecimento muito


significativo da população, quer pelo alargamento do topo (que sugere aumento da
esperança ,média de vida), quer pelo estreitamento da base (que traduz uma progressiva
diminuição dos valores da natalidade, nas últimas décadas). Repare-se que a população até
aos 34 anos é representada por classes etárias ocas.

Pode concluir-se, da comparação entre as duas pirâmides etárias, que a população do


interior se apresenta mais envelhecida do que o litoral, quer pela maior proporção de
idosos, quer pelo menos valor percentual de jovens, a exemplo do que traduzem as
pirâmides etárias do Cávado e da Beira Baixa, respetivamente.

Índice de envelhecimento = população idosa (maior ou igual a 65 anos) x 100


população jovem (inferior a 15 anos)
Índice de dependência de idosos = população idosa (maior ou igual a 65 anos) x 100
população adulta (dos 15 aos 64 anos)

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Estrutura da população ativa

 A população ativa compreende o total de população disponível para a produção


de bens e serviços que entram no circuito económico, podendo estar a exercer
uma profissão remunerada ou encontrar-se desempregada.
 A população inativa é constituída por jovens, idosos, inválidos, donas de casa ou
outros, que, embora exercendo uma atividade ligada à produção de bens e
serviços, não entram no circuito económico.

Taxa de atividade = população ativa x 100


população absoluta

A contribuição do setor primário para o emprego sofreu uma grande redução, devido ao
êxodo rural e à crescente mecanização e modernização da agricultura.

O setor secundário tende a empregar menos população, por efeito do desenvolvimento


tecnológico da indústria e pela deslocalização dos ramos mais intensivos em mão de obra, para
outros países da Europa e do Mundo (Asia do sudeste, Médio oriente).

O setor terciário foi o que mais cresceu e, atualmente, emprega mais de metade da população
ativa, o que reflete a tendência de terciarização da economia , que se explica pela expansão e
diversificação do comércio e dos serviços em áreas como saúde, o apoio à comunidade, a
educação, o turismo e lazer, as tecnologias da informação e comunicação, etc.

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A distribuição da população pelos setores de atividade revela algumas disparidades a nível


regional. Assim, há alguns aspetos a destacar.

O peso do setor primário é especialmente no Centro do país; o setor secundário é


particularmente significativo no Norte, onde ainda predominam muitas indústrias de mão de
obra intensiva; o setor terciário é aquele que ocupa o maior número de população ativa em
todo o país, com exceção da região Norte. De destacar a região de Lisboa, onde se concentram
os serviços de administração central, o Algarve e a Região Autónoma da Madeira como as
regiões em que o peso do terciário é mais significativo.
De salientar, também, o Alentejo, onde o peso deste setor assume valores consideráveis, a que
não é alheio o envelhecimento da população e o aumento do número de serviços ligados ao
apoio a este grupo etário, assim como o desenvolvimento de algumas cidades, na sequência da
implantação de estabelecimentos de ensino superior.

Nível de instrução e qualificação profissional


O desenvolvimento económico de um país e a capacidade de dar resposta aos desafios que se
lhe colocam, de modo a inserir-se com competitividade na comunidade internacional,
dependem, em grande medida, do grau de instrução e de qualificação da sua população.

A maioria da população tem apenas o ensino básico, sendo ainda considerável o total de
indivíduos que não frequentaram nenhum grau de ensino. Os valores que representam a
população com frequência do ensino secundário e do ensino superior são ainda baixos,
especialmente quando comparados com os restantes países da União Europeia,
nomeadamente com os de Leste que aderiram recentemente a esta comunidade.

Esta situação agrava-se, uma vez que, cumulativamente, coincide com níveis de qualificações
profissional insuficientes para dar resposta às alterações que se têm vindo a verificar no
mundo do trabalho, através da introdução de novas tecnologias e até do nascimento de novas
atividades e que exigem novas competências, domínio de novas técnicas e novas formas de
organização do trabalho.

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Os baixos níveis de instrução e de qualificação profissional da população, apesar da evolução


positiva que se tem vindo a verificar, traduzem-se em baixos níveis de produtividade, a qual,
por sua vez, diminui a competitividade do país. Esta situação apresenta disparidades muito
significativas. Lisboa constitui a região onde a população apresenta os níveis de instrução mais
elevados.

Os principais problemas sociodemográficos


Como principais consequências do envelhecimento, apontam-se a diminuição da população
ativa, a diminuição da produtividade e do dinamismo económico e social das regiões e do país.
Coloca também problemas ao nível das pensões de reforma, já que o total de população ativa
poderá não garantir os descontos necessários para o seu pagamento, assim como o aumento
dos encargos do Estado e das famílias com a proteção social, nomeadamente com a saúde.

Constituindo a população o recurso fundamental para o desenvolvimento do país e face aos


graves problemas demográficos a que se assiste, torna-se vital a implementação de medidas
que conduzem ao aumento da natalidade e contrariem o envelhecimento, especialmente nas
regiões do interior. As medidas de incentivo poderão revestir um caráter económico (aumento
dos anos da família, facilidade no crédito à habitação, incentivos fiscais) ou um caráter social
(aumento da duração do período de licença pós-parto, aumento do número de creches e
alargamento do horário de funcionamento, entre vários possíveis de apontar).

Finalmente, o desenvolvimento do país exige investimento cada vez maiores na qualificação da


população, através do aumento da taxa de escolaridade e da formação profissional.

A distribuição da população

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Contudo, como se pode observar no mapa, a população não se distribui uniformemente pelo
território nacional:
 É no litoral que se registam os maiores valores de densidade populacional, com
exceção do litoral alentejano;
 O Norte, em media, apresenta densidades populacionais mais altas do que o Sul;
 As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto destacam-se entre as demais regiões
pelos valores de densidade populacional mais elevados.

Esta distribuição tão irregular da população portuguesa não representa uma tendência
recente, antes pelo contrário, manifesta-se desde o início da ocupação do território e da
nacionalidade. Contudo, agravou-se a partir das décadas de 50 e 60 do século XX, com o êxodo
rural. A partir desse período, as assimetrias que opõem o litoral ao interior são cada vez mais
marcadas, agravando-se a tendência para a litoralização e para a bipolarização.

Alguns concelhos contrariam estas tendências:


 Vários municípios do interior ganharam população, como Bragança, Vila Real, Viseu,
Castelo Branco, Évora, Alentejo e Beja
 Lisboa e Porto, devido ao elevado custo de habitação e à progressiva substituição da
ocupação residencial por comércio e serviços, têm perdido população para concelhos
próximos, o que explica o crescimento demográfico de concelhos como Mafra,
Benavente, Sesimbra, Maia e Valongo, entre outros…

FATORES INFLUENCIADORES
FATORES FISICOS FATORES HUMANOS
 Devido à influência do atlântico, o  Pratica agrícola mais moderna e
clima é o mais húmido e ameno, produtiva
com diferenças menores entre as  Grande número de cidades e áreas
temperaturas de inverno e de verão urbanizadas
 Predomina um relevo menos  Maior densidade e qualidade das
acidentado, com planícies como as redes e infraestruturas de transporte
do Mondego, Tejo e Sado e comunicação
 Extensa linha de costa que permite a  Grande implantação de atividades
prática da pesca industriais e terciárias que
 Relevo e clima favorecem a proporcionam maior oferta de
formação de solos mais férteis emprego

Densidade populacional = População absoluta


superfície

Problemas do litoral
 Desordenamento do território - saturação devido à construção excessiva de edifícios;
falta de espaços verdes; aparecimento de bairros degradados e de construção não
planeada;
 Sobrelotação de equipamentos, infraestruturas e serviços - insuficiência dos serviços
de saúde, educação e transportes;
 Degradação ambiental - forte poluição; produção excessiva de resíduos;
impermeabilização do solo; uso dos solos de aptidão agrícola ara fins urbanos;

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 Desqualificação social e humana - desemprego e subemprego; marginalidade e


insegurança; aumento do stress e diminuição da qualidade de vida.

Problemas do interior
 O agravamento do envelhecimento demográfico - o aumento do isolamento e solidão
dos idosos;
 A estagnação da economia do interior do país;
 O abandono dos campos e a quebra da atividade agrícola - aumento da erosão dos
solos e desertificação;
 O não tratamento das áreas florestais;
 O encerramento de escolas e outros equipamentos, por falta de população;
 A degradação do património edificado;
 Um grande desequilíbrio em termos de desenvolvimento regional;
 Despovoamento;
 A escassez de mão-de-obra.

Soluções para os problemas da distribuição da população

1. Ordenamento do território – o ordenamento do território envolve


a elaboração prévia de planos
Plano: organizar ações a realizar no território visando a transformação física, social e
económica de forma ordenada e harmoniosa

Objetivos:
 Proporcionar a melhoria da qualidade de vida da população;
 Assegurar a gestão racional dos recursos endógenos;
 Preservar o equilíbrio ambiental;
 Corrigir as assimetrias socioeconómicas regionais;
 Resolver conflitos na gestão e uso do território;

2. Desenvolvimento Sustentável
Definição: O desenvolvimento sustentável pressupõe a satisfação das necessidades do
presente sem comprometer a capacidade de satisfação das gerações futuras, pela correta
utilização e gestão dos recursos naturais.
O desenvolvimento sustentável implica a valorização de todos os recursos naturais e humanos,
e a redução das assimetrias, através de medidas como:
 a efetiva melhoria das acessibilidades;
 a criação os serviços essenciais de apoio à população;
 o desenvolvimento de atividades económicas geradoras de emprego;
 a qualidade da mão de obra;
 a concessão de benefícios e incentivos a empresas e a profissionais qualificados para
que se instalem no interior.

Distribuição da população no Mundo

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A população distribui-se de forma muito irregular. Existem áreas com forte concentração
populacional (focos demográficos) e áreas de vazios humanos.

Grandes focos demográficos e grandes vazios humanos


Grandes focos demográficos:

- Ásia Oriental
- Ásia Meridional Nestas 4 áreas vive
- Europa Ocidental e Central cerca de 70% de
- Nordeste dos Estados toda a população
Unidos

Grandes vazios Humanos:

- Regiões polares e
subpolares
- Desertos quentes
- Florestas equatoriais
- Grandes cadeias
montanhosas

Conclusão:

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 A nível mundial a distribuição da população apresenta vários contrastes, a distribuição


da população não é uniforme;
 O hemisfério norte é mais povoado que o sul.

As tendências a que a distribuição da população obedece


 Cerca de 90% da população habita no hemisfério norte.;
 Cerca de 70% está concentrada entre os paralelos 20º e 60º N. ou seja na zona
temperada do norte;
 Cerca de 90% habita até 500m de altitude;
 Mais de dois terços vivem a uma distância inferior a 500Km do litoral.

Recursos do subsolo

Os recursos existentes no subsolo são explorados através da indústria extrativa e constituem,


regra geral, matérias-primas para a indústria, para a construção civil e obras públicas, além da
produção de energia. Os recursos hidrominerais destinam-se ao consumo imediato pela
população.

Em Portugal, apesar de se registar uma certa riqueza neste tipo de recursos, patente numa
variedade de jazidas minerais, este setor de atividade tem um peso económico pouco,
relevante, quer porque, em alguns casos, as reservas são diminutas, quer porque a conjuntura
internacional condiciona o mercado destes produtos.

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A localização das principais áreas de exploração dos recursos minerais é marcada,


fundamentalmente, pelas características geomorfológicas do território. Em Portugal
continental podemos distinguir três unidades geomorfológicas.

Maciço Antigo o Hespérico – unidade mais antiga do território, constituída,


fundamentalmente, por granitos e xistos. Nesta unidade localizam-se as jazidas mais
importantes de minerais metálicos (cobre, ferro e estanho), energéticas (carvão e urânio) e de
rochas ornamentais (mármore e granito).

Orlas Sedimentares Ocidental e Meridional – constituídas, essencialmente por rochas


sedimentares. Os recursos minerais mais explorados são as rochas industriais (calcário, areias,
argilas, arenitos).

Bacias Sedimentares do Tejo e do Sado – unidade geomorfológica mais recente do território,


formada pela deposição de sedimentos de origem marinha e fluvial. Os recursos minerais mais
explorados são, fundamentalmente, rochas industriais (areias e argilas).

Nas regiões autónomas dominam as rochas magmáticas vulcânicas (basalto e pedra-pomes),


mas a sua exploração não tem relevância económica.

UNIDADES MACIÇO ANTIGO OU ORLAS MESOCENOZOICAS


GEOMORFOLÓG MACIÇO HISPÉRICO (ORLA OCIDENTAL E ORLA BACIA SEDIMENTAR DO
ICAS MERIDIONAL) TEJO E DO SADO
LOCALIZAÇÃO Todo o Norte até ao Litoral a Sul de Espinho até Bacia do Tejo (parte
litoral de Espinho, à serra da Arrábida – Orla terminal) e do Sado
Centro Interior, Alentejo Ocidental.
(exceto Bacia do Sado) Litoral algarvio – Orla
Meridional.
CONSTITUIÇÃO Rochas mais antigas: Rochas sedimentares – Acumulação de
GEOLÓGICA magmáticas deposição em regiões sedimentos marinhos e
-granitos/plutónicas, submersas – calcários, fluviais – rochas
metamórficas - argila, arenitos, areias, sedimentares: areia,
gneisses, xisto, margas. Algumas rochas arenitos, argila.
mármores, quartzitos. vulcânicas – basaltos em
Minerais metálicos e Lisboa.
energéticos Granito – serra de Sintra
MORFOLOGIA Relevo mais acidentado Orla Ocidental - Planície, Planícies
(FORMAS DE a Norte da Cordilheira mas para o interior e sul
RELEVO) Central (Serras da aparecem elevações –
Estrela, Açor, Lousã e Maciço Calcário
Gardunha) – Estremenho (serras de Aire,
predominam as Candeeiros, Montejunto,
montanhas, planaltos e Sicó) – grutas.
vales profundos. Orla Meridional – Planície
A Sul da Cordilheira litoral e elevações no
Central domina a interior.
peneplanície e alguns
relevos residuais (serra
de S. Mamede)

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Minerais Origem e características


Minerais metálicos Minerais que apresentam na
sua constituição substâncias
metálicas, com o ferro, o
cobre, o estanho ou o
tungsténio.
Minerais não metálicos Minerais constituídos por
substâncias não metálicas,
como o sal-gema, o quartzo,
o feldspato ou o gesso.
Minerais energéticos Minerais que podem ser
utilizados na produção de
energia, como o carvão, o
petróleo, o urânio ou o gás
natural.
Rochas industriais Rochas utilizadas como
matéria-prima para a
indústria ou para a
construção civil e obras
públicas, como o calcário, o
granito ou a argila.
Rochas ornamentais Rochas utilizadas na
decoração de edifícios, peças
decorativas ou mobiliário,
como o mármores, o granito
ou o calcário microcristalino.
Águas subterrâneas Águas que se destinam ao
engarrafamento ou ao
aproveitamento termal.

Recursos Naturais
Renováveis: repostos à medida que vão sendo consumidos, exceto se forem utilizados a um
ritmo superior ao da sua capacidade de reposição.

Não renováveis: a sua formação na crusta tem um ritmo lento, com ciclos geológicos muito
longos.
Os recursos minerais são recursos do subsolo não-renováveis.
A exploração contínua dos depósitos minerais pode levar ao esgotamento das reservas atuais
de muitos deles.

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Radiação Solar

Absorção Neste processo, os principais responsáveis são:


 O ozono, que absorve radiações de pequeno comprimento de onda,
nomeadamente ultravioleta;
 O vapor de água, o dióxido de carbono e as partículas sólidas e líquidas
em suspensão, que absorvem radiações de grande comprimento de
onda, nomeadamente infravermelhos.

Reflexão Este processo consiste na mudança de direção da radiação solar, sendo


reenviada para o espaço.
A fração de radiação refletida, em relação à incidente, designa-se albedo.
O albedo varia em função de vários fatores: nebulosidade, obliquidade dos
raios solares, cor das superfícies (as cores claras refletem e as cores escuras
absorvem).
Difusão A radiação solar é redistribuída em várias direções, devido à presença de
aerossóis, de moléculas de gases e de nuvens.
Uma parte da radiação difusa consegue chegar à superfície terrestre.

Da radiação solar que recebe, a superfície da Terra reflete uma pequena parte e
absorve a restante, que se converte em energia calorifica, aquecendo a superfície
terrestre que, por usa vez, emite a mesma quantidade de energia recebida – radiação
terrestre.

A quantidade de radiação solar recebida à superfície da Terra varia ao longo do dia, do


ano (sazonal) e de lugar para lugar, devido a uma conjugação de vários fatores:
 Transparência da atmosfera;
 Ângulo de incidência dos raios solares;
 A massa atmosférica;
 Duração do dia natural;
 Movimento de translação da Terra;
 Pela forma esférica da Terra;

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 Pela inclinação do seu eixo.

Movimento de Rotação da Terra

 É o movimento que a Terra executa em


torno do seu eixo
 Este movimento dá origem aos dias e às
noites, tem duração aproximada de 24h
 Este é o responsável pela variação
diurna da temperatura e pelo
movimento aparente do Sol (quando o
sol está a incidir sobre um lugar temos a
temperatura máxima, já a temperatura
mínima regista-se durante a noite)

Movimento de Translação da Terra


 É o movimento que a Terra executa em torno do sol
 Este movimento dura 365 dias e 6h, por isso de 4 em 4 anos temos mais um dia (366
dias)
 Devido a este movimento e à inclinação do eixo da Terra vamos ter 4 estações, em
determinados lugares, uma variação dos dias e das noites em numero de horas de sol
recebidas e o movimento aparente do Sol
 Exceção para as zonas equatoriais que têm pouca variação da temperatura e os dias
são sempre iguais às noites

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O movimento de translação provoca ainda a desigualdade, na duração dos dias


naturais e das noites, em todos os lugares da superfície da Terra, ao longo do ano,
embora, no Equador, sejam sempre muito semelhantes.

Variabilidade da radiação solar


A variação diurna da temperatura é uma consequência do movimento de rotação da
Terra:
 Movimento que a Terra executa em torno do seu próprio eixo. Realiza-se no sentido
direto (de W para E) e demora cerca de 24 h.

É este o movimento responsável


pela sucessão dos dias naturais
e das noites e pela variação da
inclinação (obliquidade ou
ângulo de incidência) dos raios
solares, ao longo do dia natural.

Angulo de incidência
 Quanto maior for o ângulo de incidência dos raios solares, menor é a superfície pela
qual a energia se distribui e, consequentemente, maior é a energia recebida por
unidade de superfície.
 Quanto menor for o ângulo de incidência dos raios solares, maior é a superfície pela
qual a energia se distribui e, consequentemente, menor é a energia recebida por
unidade de superfície

Temperatura
 A temperatura máxima ocorre entre as 13 e as 15 horas, pelo facto de, nessa altura do
dia, ser máxima a soma da radiação solar recebida e da radiação terrestre (radiação de
calor, responsável pelo aquecimento da baixa atmosfera).

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 A temperatura mínima regista-se de madrugada, porque, durante a noite, os lugares


não recebem radiação solar, limitando-se apenas a receber a energia irradiada pela
superfície da Terra. A soma das perdas de energia é, portanto, máxima pouco tempo
antes de o Sol nascer, sendo, normalmente, nesse momento que a temperatura atinge
o valor mais baixo.


Variação anual da temperatura

21 De junho:
Nos meses em que o Sol se encontra entre
o Equador e o Trópico de Câncer (março a
setembro), os raios solares incidem com
menor inclinação, nos lugares situados no
hemisfério Norte do que nos lugares com o
mesmo valor de latitude do hemisfério Sul.

22 De dezembro:
Nos meses em que o Sol se encontra entre
o Equador e o Trópico de Capricórnio
(setembro a março), os raios solares
incidem com maior inclinação, nos lugares
situados no hemisfério Norte do que nos
lugares com o mesmo valor de latitude do
hemisfério Sul.

Fatores que influenciam a quantidade de radiação solar recebida


 Latitude

À medida que nos afastamos do equador e nos aproximamos dos polos a quantidade de
radiação solar recebida diminui. Isto acontece devido:
- À inclinação dos raios solares, esta é maior quanto maior é a latitude, logo maior superfície
iluminada menor calor recebido à superfície, temos mais perdas devido à maior espessura de
atmosfera que os raios têm que atravessar.
- À inclinação do eixo da Terra e ao movimento de translação – é devido a estes fatores que os
raios solares são recebidos com grande obliquidade a norte do Trópico de Câncer e a sul do
trópico de Capricórnio

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 Exposição Geográfica

As vertentes que estão viradas a Sul no


Hemisfério Norte e as que estão viradas a Norte
no Hemisfério Sul, estão mais horas viradas para
o sol – isto é a receber radiação solar direta.
Estas vertentes são designadas de vertentes
Soalheiras.
As vertentes viradas a Norte no Hemisfério
Norte e as viradas a sul no Hemisfério Sul
recebem menos radiação solar direta – São as
vertentes umbrias.

 Nebulosidade

As nuvens são responsáveis pela absorção, reflexão e difusão de uma boa parte da radiação
solar que o nosso planeta recebe. Quanto maior a nebulosidade menor a quantidade de
radiação solar que chega à superfície do planeta.
 Albedo

É a percentagem de energia solar refletida por uma superfície em relação ao total de energia
recebida. Esta varia em função da superfície: quanto mais negro o corpo menor a quantidade
de energia refletida, e quanto mais brilhante maior a quantidade de energia refletida

Distribuição da radiação Solar

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A leitura dos dois mapas permite concluir que, além da variabilidade registada na distribuição
sazonal da radiação solar, também se constata uma forte variabilidade da distribuição no
espaço.

O inverno e a estação do ano que regista os menores valores de radiação solar recebida,
enquanto no verão se registam os maiores valores. Esta situação tem a ver, principalmente,
com o facto de no inverno os raios solares incidirem, à nossa latitude, com maior inclinação e
com a menor duração do dia natural. Os motivos inversos explicam os menores valores de
radiação solar registados no verão.

Ao longo do ano constata-se, também, uma variabilidade da radiação recebida, na sua


distribuição espacial. Assim, no:
 Inverno – a radiação solar recebida aumenta de norte para sul. Como principal fator
geográfico explicativo aponta-se a latitude;
 Verão – a radiação solar recebida aumenta de norte para sul e do litoral para o interior.
Como fatores geográficos referem-se a latitude e o afastamento do mar. Este ultimo
fator é responsável pela diminuição da nebulosidade, que, por sua vez, permite o
aumento da insolação.

Distribuição da radiação solar


 Os valores mais elevados de radiação registam-se nas regiões subtropicais (Próximo
dos desertos) – Isto acontece porque aí os raios incidem de forma menos oblíqua e é
onde se formam menos nuvens.
 Os valores mais baixos de radiação total recebida localizam-se nas áreas de maior
latitude – Isto acontece porque aí a obliquidade dos raios solares é grande e a
espessura da atmosfera que estes têm que atravessar também é muito grande o que
aumenta as perdas.

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Variação da temperatura em Portugal

A distribuição da temperatura, quer no tempo no espaço, corresponde, em grande medida, à


distribuição da radiação solar global, agente fundamental no aquecimento da Terra. Contudo,
outros fatores podem também interferir nessa relação, introduzindo alterações na distribuição.

Isotérmicas- linhas que unem lugares com a mesma temperatura média- reduzidas ao nível
médio das águas do mar, permite concluir que os valores mais baixos da temperatura ocorrem
nos meses de inverno, e os mais elevados nos meses de verão.

Relativamente à variação espacial da temperatura, a forma como as isotérmicas se distribuem


torna evidentes os contrastes entre os meses de inverno e os meses de verão. Assim, temos
duas situações bem distintas:

 Inverno- As isotérmicas, em , janeiro, dispõem-se obliquamente em relação à linha de


costa, observando-se uma diminuição da temperatura média de sudoeste para
noroeste. O sentido de decréscimo da temperatura revela a influência da latitude e do
afastamento do mar.
 Verão- A disposição das isotérmicas, no mês de julho, revela uma distribuição
diferente, evidenciando um aumento dos valores da temperatura do litoral para o
interior.

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Fatores explicativos

Como resultado do progressivo aumento do ângulo de incidência, a temperatura diminui à


medida que aumenta a latitude, pelo que, apesar de pequena dimensão do território
português, a temperatura diminui de sul para norte.

A diferenciação norte-sul é acentuada pelo relevo, que e mais alto e acidentado a norte do
Tejo. As áreas de montanha registam uma temperatura média anual mais baixa que as
regiões circundantes, por efeito do gradiente térmico vertical.

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Em Portugal, a proximidade ou afastamento do mar é um fator muito relevante na variação


regional da temperatura do ar, devido ao efeito moderador das massas de ar marítimo, que
impedem valores de temperatura muito elevados no verão e muito baixos no inverno. Este é o
fator que mais influencia a amplitude de variação térmica anual, em Portugal.

A influência atlântica é maior em todo o litoral ocidental, diminuindo de norte para sul,
devido ao traçado da linha de costa, que recua a sul do cabo da Roca. As serras de Sintra e da
Arrábida e as reentrâncias associada contribuem para desviar as massas de ar húmido e
constituem abrigos para os portos marítimos desta região. A influência marítima perde-se em
direção ao interior, uma vezes gradualmente, outras de forma mais brusca, consoante a
disposição do relevo.

Região Autónoma dos Açores e da Madeira


Nas Regiões Autónomas, a insularidade acentua a influência marítima na temperatura do ar,
pelo que a amplitude de variação térmica anual é baixa.

Nos Açores, a variação regional da temperatura é mínima, restringindo-se à que depende do


relevo. Nas áreas de relevo mais baixo.

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Na Madeira, situada a menor latitude, as temperaturas médias são um pouco superiores às do


restante território português, sendo a variação espacial marcada pela altitude e pela
orientação este-oeste do relevo, que opõe as regiões mais elevadas às de menor altitude e a
vertente nortenha vertente sul, mais soalheira e abrigada.

Energia Solar

Os quantitativos de radiação solar recebidos anualmente em Portugal, criam um forte potencial


de aproveitamento da energia solar – energia radiante emitida pelo sol.

O potencial de aproveitamento de energia solar varia de acordo com a radiação global. Por
isso:
 Diminuição de sul para norte, por efeito da latitude e do relevo;
 Aumento de oeste para este, sobretudo a norte do rio Tejo, pela maior nebulosidade
do litoral e maior insolação do interior;
 É maior no final da primavera e no verão, devido à maior duração dos dias e ao menor
ângulo de incidência da radiação solar .

Produção de energia solar


A energia solar pode ser utilizada nos sistemas térmicos, que captam a radiação solar direta
através de coletores, permitindo o aquecimento de edifícios e águas para uso doméstico, em
indústrias, piscinas. Também é cada vez mais utilizada como fonte de energia térmica ou
elétrica, através de:

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 Sistemas de convenção térmica – como os das centrais de turbina a vapor, que


utilizam a energia solarem como fonte de calor;
 Sistema fotovoltaico – converte a radiação solar em eletricidade, com a vantagem de
aproveitar também a radiação difusa, quando há fraca nebulosidade.

Em Portugal, o aproveitamento da energia solar tem vindo a crescer, devido:


 à construção de centrais fotovoltaicas, algumas de grande dimensão como as de
Moura e Serpa;
 à aplicação de legislação e programas de incentivo a novas técnicas de construção de
edifícios que valorizam o aproveitamento térmico.

A produção de eletricidade a partir de energia tem vantagens ambientais e económicas, pois


permite:
 Diminuir as emissões de gases de efeito de estufa na produção de energia;
 Reduzir as importações de combustíveis fósseis e, eventualmente, exportar energia
solar, diminuindo a dependência e a despesa externas;
 Aumentar o emprego nas atividades ligadas à produção de energia solar e à
construção e instalação da necessária tecnologia;

A tecnologia atual coloca alguns condicionalismos:


 A variabilidade da radiação solar, que é interrompida durante a noite e diminui
consideravelmente no inverno- época de maior consumo energético;
 A exigência de grande investimento de capital e ocupação de vastas áreas, de
preferência próximo das grandes áreas urbanas a abastecer, de modo a reduzir as
perdas no processo de transporte.

O turismo
O clima Português, com temperaturas moderadas e grande número de dias luminosos, é uma
das principais razões para Portugal se encontrar entre os principais destinos turísticos do
mundo. Neste sentido, a radiação solar constitui um fator de desenvolvimento, pois a
atividade turística:
 Gera emprego;
 Proporciona a entrada de divisas;
 Induz efeitos multiplicadores que se refletem no desenvolvimento de outras
atividades como o comércio, os transportes, o artesanato, a produção agrícola
especializada.

O turismo balnear ou de praia, que conjuga o clima com uma vasta costa de praia, é o
que mais beneficia das características do clima português, tal como o que se associa a
eventos internacionais e práticas desportivas.

O turismo sénior, que se desenvolve durante todo o ano, associado à amenidade do


clima, também tem vindo a ganhar relevância em Portugal, contribuindo para reduzir o
problema da sazonalidade característica da atividade turística.

O setor imobiliário também beneficia da amenidade do clima e da luminosidade do


território português, sobretudo no Algarve, uma vez que muitos estrangeiros,

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principalmente ingleses, compram casas de segunda habitação no nosso país e um


número significativo fixa mesmo residência, sobretudo população idosa.

Os recursos hídricos

Apesar do crescente aumento verificado no consumo de água, o seu volume tem-se mantido
constante ao longo dos tempos. A água é, assim, um recurso renovável, que não se esgota. O
equilíbrio do seu volume é feito por um complexo sistema de circulação, através do qual se
realizam trocas entre os oceanos, a atmosfera, os continentes e os seres vivos, possível graças
às características físicas da água, que pode passar de um estado da matéria a outro por simples
alterações da temperatura, e que é desencadeado pela energia solar- o ciclo hidrológico.

Assim, o ciclo hidrológico permite:


 Transferir a água de uns lugares para outros;
 Purificar a água, pois as substâncias dissolvidas não se evaporem;
 Transferir energia, já que a energia utilizada no processo de evaporação fica retida no
vapor de água sob a forma de calor latente, sendo libertada no processo de
condensação.

A água na atmosfera

A quantidade de vapor de água existente por unidades de volume de ar, designada humidade
absoluta, constitui um dos mais importantes componentes da atmosfera e provém da
evaporação e da evapotranspiração.

A capacidade do ar conter vapor de água é limitada e depende, fundamentalmente, da


temperatura. O ponto de saturação é atingido quando o ar, a uma determinada temperatura,
deixa de poder conter mais vapor de água. Assim:
 Aumento de temperatura- o ar dilata-se, podendo conter mais vapor de água. Afasta-
se do ponto de saturação;
 Diminuição da temperatura- o ar contrai-se, perde capacidade para conter vapor de
água e atinge mais rapidamente o ponto de saturação.

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Na atmosfera, a condensação do vapor de água em pequenas gotículas, que, devido a seu


baixo peso, ficam em suspensão, dá devido a seu baixo peso, ficam em suspensão, dá origem à
formação de nuvens.

A circulação da atmosfera

Localizado numa área de transição entre a zona dos climas quentes e a zona dos climas
temperados, Portugal apresenta características climáticas marcadas por uma forte
sazonalidade, com um regime Termopluviométrico muito contrastado, como consequência,
como consequência da influência de massas de ar de centros de pressão diversificados.

A pressão atmosférica é a força exercida pela atmosfera em cada unidade da superfície


terrestre. Exprime-se em milibares. Diz-se que a pressão atmosférica é normal quando o seu
valor é igual a 1013 mbar, baixa quando é inferior a esse valor e alta quando é superior.

A pressão atmosférica varia com:


 A altitude- à medida que aumenta a altitude, diminui a pressão atmosférica, pois
diminui a coluna de ar e este torna-se mais rarefeito;
 A temperatura- com o aumento da temperatura, a pressão atmosférica diminui, pois o
ar dilata-se, torna-se mais leve e sobe, diminuindo a força exercida sobre a superfície
terrestre;
 A humidade atmosférica- quanto maior dor a humidade do ar, menor é a pressão
atmosférica, uma vez que o vapor de água é menos denso do que a generalidade dos
gases atmosféricos.

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A pressão atmosférica representa-se através das linhas isóbaras ou isobáricas, que são linhas
que unem pontos com o mesmo valor de pressão atmosférica cujo traçado curvilíneo e
fechado permite individualizar centros barométricos:
 Centros de altas pressões, também designados anticiclones- a pressão atmosférica
aumenta da periferia para o centro;
 Centros de baixas pressões, também designados ciclones ou depressões
barométricas- a pressão atmosférica diminui da periferia para o centro.

Os centros barométricos estão na origem da circulação da atmosfera, já que o ar se desloca das


altas para as baixas pressões. Assim, nos anticiclones o ar é divergente, e nas depressões
barométricas, o ar é convergente. Devido ao movimento de rotação do ar é convergente.
Devido ao movimento de rotação da Terra, no hemisfério Norte, ao ar, ao movimentar-se,
sofre um ligeiro desvio para a direita, e, no hemisfério Sul, para a esquerda.

O movimento vertical do ar também difere nos centros de alta pressão e nos de baixa pressão,
dando origem a diferentes estados de tempo.

Centros de baixa pressão Centros de alta pressão


Estão associados a mau tempo- céu nublado, Estão associados a bom tempo- céu limpo e
precipitação e vento. vento fraco.
Nestes centros, o ar é convergente e Nestes centros, o ar e descendente e
ascendente. Ao subir, ao expande-se, divergente. Não se verifica condensação
arrefece e aproxima-se do ponto de nem formação de nuvens, portanto, não
saturação, formando-se nuvens, e pode existe possibilidade de precipitação.
ocorrer precipitação.

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Os centros de pressão distribuem-se em faixas mais ou menos paralelas em latitude que


explicam a circulação do ar na atmosfera. Como o ar circula sempre das altas para as baixas
pressões origina ventos constantes ou dominantes que sopram todo o ano com a mesma
direção:
 Ventos alíseos- deslocam-se das altas pressões subtropicais para as baixas pressões
equatoriais, convergindo na chamada zona convergência intertropical;
 Ventos de oeste- deslocam-se das altas pressões subtropicais para as baixas pressões
subpolares, cujo sentido, influenciado pelo movimento de rotação da Terra, é
predominantes de oeste no hemisfério norte;
 Ventos polares- deslocam-se das altas pressões polares para as baixas pressões
subpolares.

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Portugal, nas latitudes intermédias da zona temperada do norte, é influenciado pelas altas
pressões subtropicais e pelas baixas pressões subpolares, bem como pelas massas de ar que
se lhes associam, sendo os ventos de oeste os que mais afetam o nosso território.

Quando duas massas de ar de temperatura e humidade diferentes entram em contacto, não se


misturam, encontram-se separadas por uma superfície de descontinuidade, designada por
superfície frontal. Estas superfícies apresentam uma configuração oblíqua em relação à
superfície terrestre, uma vez que o ar frio, mais denso, tende a colocar-se, em cunha, por baixo
do ar quente, que é menos denso. A interceção da superfície frontal com a superfície da terra
designa-se por frente.

Ao conjunto formado por mais do que uma frente dá-se o nome de sistema frontal.

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Quando uma massa de ar frio avança, desalojando o ar quente da superfície e obrigando-o a


ascender de forma brusca, dá origem a uma superfície frontal fria e uma frente fria. Quando é
o ar quente que avança, ascendendo lentamente sobre o ar frio, dá origem a uma superfície
frontal quente e a uma frente quente. O conjunto formado por uma frente fria e uma frente
quente contíguas, associadas a uma depressão barométrica, designa-se por perturbação
frontal.

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As perturbações da frente polar não surgem isoladas, mas, geralmente encontram-se


agrupadas em famílias, formadas por conjuntos de várias perturbações. Atingem as latitudes
do território português especialmente durante o inverno, estação em que se mostram
particularmente vigorosas. Deslocam-se de oeste para este evoluem, por vezes, rapidamente,
já que o ar frio é muito mais rápido do que o ar quente. Quando o ar frio posterior alcança o ar
frio anterior, desaloja o ar quente da superfície terrestre. A perturbação entra em fase de
oclusão, acabando por dissipar-se.

A passagem de uma perturbação da frente polar d´origem a tempo instável à passagem da


frente quente e da frente fria. Na figura podemos observar que os estados de tempo que estão
associados à passagem de uma perturbação frontal.

Tipos de precipitação mais frequentes

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Resultam de uma subida forçada do ar, quando este, no seu trajeto, tem de ultrapassar uma
elevação. O ar, ao subir, arrefece, a humidade relativa aumenta e, se o ponto de saturação for
atingido, dá-se a condensação e consequente formação de nuvens, podendo originar
precipitação. São frequentes nas áreas de relevo acidentado, ao longo das vertentes do lado de
onde sopram ventos húmidos.

Resultam de um sobreaquecimento da superfície terrestre, que, aquecendo o ar em contacto


com ela, o torna menos denso e origina a sua ascensão. Ao subir, o ar arrefece, aproximando-
se do ponto de saturação e com sequente originar precipitação. Este tipo de precipitação
manifesta-se de forma intensa e é de curta duração. Verifica-se, com frequência, na zona
intertropical e no interior dos continentes, durante o verão, devido às elevadas temperaturas
que aí se registam.

Resultam do encontro de duas massas de ar com características diferentes de temperatura e


humidade. Desse contacto, a massa de ar quente sobe, o ar arrefece e aproxima-se do ponto
de saturação, dando origem à formação de nuvens e consequente precipitação. Esta pode ser
sob a forma de chuvisco, à passagem de uma frente quente, ou de aguaceiro, à passagem de
uma frente fria.

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É o tipo de precipitação característica das regiões temperadas, durante o inverno, devido à


passagem das perturbações da frente polar. As chuvas frontais podem ser reforçadas pela
ascensão orográfica do ar, quando no trajeto das frentes se localizam cordilheiras
montanhosas.

Estado do tempo mais frequentes em Portugal


 Situação meteorológica mais frequente no inverno

No inverno, as temperaturas médias, quer diárias quer mensais, são relativamente baixas, pois
nesta época do ano o território português é mais afetado pelas massas de ar frio polar e o
aquecimento é menor devido à maior obliquidade dos raios solares nas latitudes a que se
encontra Portugal e à menor duração dos dias.
 Situação meteorológica mais frequente no verão

No verão, as temperaturas médias são relativamente elevadas. Nesta época do ano, o


aquecimento é maior devido à menor obliquidade com que os raios solares incidem nas
latitudes a que se encontra Portugal e ao facto de os dias terem maior duração do que as
noites.

Irregularidade da distribuição da precipitação em Portugal

De um modo geral, a precipitação diminui de norte para sul e do litoral para o interior, sendo
mais evidente o contraste norte-sul.

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No noroeste e nas áreas de montanha, registam-se os maiores valores de precipitação,


ocorrendo os mais baixos no vale superior do Douro e no Sul do país.
O contraste norte-sul deve-se, principalmente, à influência da latitude, pois a perturbação da
frente polar afeta com maior frequência o norte do país. O sul recebe uma maior influência das
altas pressões subtropicais, pelo que é mais seco e mais luminoso.

O relevo exerce também uma ação importante na distribuição da precipitação:


 Nas áreas mais elevadas do noroeste e do centro, sobretudo nas vertentes voltadas
ao mar, as precipitações orográficas reforçam as frontais;
 No interior norte a precipitação reduzida deve-se à barreira do sistema montanhoso
do noroeste que, dispondo-se paralelamente à costa, impede a penetração dos ventos
húmidos do Atlântico;
 A disposição da Cordilheira Central permite a penetração dos ventos húmidos de
oeste, pelo que aí o contraste litoral-interior é menor;
 Na serra algarvia registam-se os valores de precipitação mais elevados do sul do país;
 Nas Regiões Autónomas a precipitação é mais abundante nas áreas de maior altitude
e nas vertentes mais expostas aos ventos húmidos.

Diversidade climática em Portugal

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O Norte litoral, onde a influência atlântica e maior:


 As temperaturas médias são amenas ao longo do ano;
 A amplitude de variação térmica anual é reduzida;
 A precipitação anual é, em geral, superior a 1000 mm e mais abundante no outono e
inverno, o que torna esta região menos vulnerável a secas;
 Registam-se pelo menos dois meses secos.

O norte interior, com maior influência continental:


 As temperaturas médias são elevadas, no verão, e baixas no inverno, em que é
frequente a ocorrência de geada;
 A amplitude de variação térmica anual é acentuada;
 A precipitação é relativamente fraca, pois as montanhas do noroeste impedem a
penetração dos ventos húmidos do Atlântico;
 Registam-se geralmente pelo menos três a cinco meses secos.

Nesta região, destaca-se o vale superior do Douro, com maior secura e temperaturas
médias anuais mais altas, pois além de não receber influência dos ventos húmidos do
Atlântico , está exposto aos ventos secos de leste.

No sul do país, as características do clima mediterrâneo acentuam-se:


 As temperaturas médias são suaves no inverno e elevadas no verão;
 A amplitude de variação térmica anual é moderada;
 A precipitação é fraca, sobretudo nas áreas do interior do Alentejo;
 Registam-se geralmente quatro a seis meses secos.

Nesta região, existem ainda diferenciações importantes:


 O litoral ocidental, onde a influência atlântica é maior e, por isso, as temperaturas
médias são mais amenas e existe maior humidade;

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 O interior alentejano, com maior amplitude de variação térmica anual e menor


precipitação, o que torna esta região particularmente vulnerável à ocorrência de secas;
 O litoral algarvio, mais sujeito às influências tropicais, tem invernos mais suaves e
verões quentes e prolongados.

Nas áreas montanhosas, a influência da altitude torna o inverno mais rigoroso e o verão mais
fresco e húmido, registando-se valores de precipitação mais elevados. No inverno, é frequente
cair neve nas terras mais altas do centro e norte do país.

Regiões Autónoma dos Açores

Nos Açores, a maior influência do oceano faz com que esta região apresente características
mais próximas das do clima temperado marítimo.

O clima do arquipélago dos Açores caracteriza-se, essencialmente, por:


 Temperaturas médias mensais amenas ao longo de todo o ano, com uma amplitude de
variação térmica anual moderada ou fraca;
 Precipitação abundante, sobretudo no outono e no inverno;
 Estação seca nunca superior a dois meses e só nas ilhas mais orientais.

Região Autónoma da Madeira

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Na Madeira, situada a uma latitude mais baixa, o clima é predominantemente mediterrâneo,


embora exista uma diferenciação climática significativa.

Na ilha da Madeira, devido à orientação este-oeste do relevo, na vertente norte, os ventos


húmidos do Atlântico tornam a precipitação mais elevada enquanto a vertente a sul, mais
abrigada e exposta a ventos provenientes do norte de África, é mais quente seca.

A ilha do Porto Santo, de relevo mais baixo, apresenta temperaturas mais elevadas,
precipitações fracas e uma estação seca mais prolongada.

As disponibilidades hídricas
As disponibilidades hídricas- quantidade de água disponível- dependem, essencialmente, do
volume de precipitação e da sua distribuição ao longo do ano. Em Portugal, da água doce
gerada anualmente pela precipitação, quase metade evolui para recursos hídricos superficiais-
rios, lagoas e albufeiras- e subterrâneos- nascentes e lençóis de água da infiltração e que se
encontram até 800 metros de profundidade.

Apesar de Portugal ter uma certa abundância de recursos hídricos, a maioria gerada em
território nacional, a irregularidade da precipitação, tanto no volume total anual como na sua
distribuição ao longo do ano, torna difícil a sua gestão. Este problema é mais relevante porque
as maiores necessidades de consumo se verificam na época de menor disponibilidade
hídrica- o verão. Devido a esta irregularidade, no nosso país tanto podem ocorrer períodos de
chuva tão intensa que origina inundações, como períodos de seca mais ou menos prolongados,
com graves consequências para as atividades económicas e para a população.

O escoamento superficial, a infiltração e a evapotranspiração dependem de vários fatores:


 Total precipitação;
 Temperatura- a evapotranspiração será tanto maior quento maiores forem os valores
de temperatura registados;
 Características físicas do solo- quanto maior for a permeabilidade das rochas, maior
será a infiltração;
 Relevo- formas de relevo acidentado favorecem o escoamento superficial, ao
contrário do relevo aplanado, que favorece a infiltração;
 Vegetação- uma cobertura de vegetal densa ajuda à infiltração da água;

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 Ação humana- o ser humano é, atualmente, o agente que mais condiciona os aspetos
relacionados com o ciclo da água, ao interferir nas características da cobertura vegetal
e na impermeabilização dos solos, através, por exemplo, da expansão urbanística.

A rede hidrográfica

Os rios organizam-se em redes hidrográficas, conjuntos formados por um rio principal e seus
afluentes, constituindo, no seu todo, uma fonte importante de água disponível.
A rede hidrográfica portuguesa apresenta-se bastante densa, marcada contudo, por alguns
contrastes entre o norte e o sul.
O relevo mais acidentado do norte explica a maior densidade da rede hidrográfica nessa região
e o maior encaixe dos rios em vales profundos e de declives acentuados.

Os maiores rios que correm em Portugal são internacionais, localizando-se as respetivas


nascentes em Espanha, como é o caso do rio Douro, Tejo, Guadiana ou Minho, entre outros.
Exclusivamente portugueses, por nascerem e desaguarem em território nacional, referem-se os
rios Mondego, Vouga e Sado.

A rede hidrográfica portuguesa apresenta uma orientação dominante no sentido este-oeste ou


nordeste-sudoeste, desaguando a maior parte dos rios na costa ocidental portuguesa.

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Designa-se por bacia hidrográfica a área drenada por um curso de água e seus afluentes. Os
rios mais importantes que correm em Portugal- Minho, Douro, Tejo e Guadiana- têm bacias
hidrográficas que se estendem, particularmente, por território espanhol.

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Ao longo do seu percurso, os rios atravessam áreas diferentes no que respeita à altitude, às
formas de relevo e grau de dureza das rochas, características que exercem influência:
 No seu perfil longitudinal- linha que une vários pontos do leito de um rio, desde a
nascente até à foz;
 No seu perfil transversal- linha que resulta da interseção, num determinado ponto, de
um plano vertical com o vale, perpendicularmente à sua direção.

A ação humana pode influenciar o regime dos rios, como acontece com a construção de
barragens, que contribui para regularizar os caudais, retendo a água nas albufeiras e evitando
muitas cheias, na época de maior precipitação e permitindo manter um escoamento mínimo
na época estival.

A ação humana nas bacias hidrográficas pode contribuir para agravar o efeito das cheias:
 Pela obstrução de linhas de água;
 Com a ocupação de leitos de cheia;
 Devido à impermeabilização dos solos, que impedem a infiltração da água e aumenta a
escorrência superficial;
 A desflorestação, que deixa os solos desprotegidos, favorecendo o arrastamento de
lamas e outros materiais que vão contribuindo para o assoreamento dos rios.

Lagoas

Lagoas de origem Lagoas de origem Lagoas de origem Lagoas de origem


marinha e fluvial glaciária tectónica vulcânica
Localizam-se na faixa Localizam-se nas Localizam-se, na sua Localizam-se nos
costeira; áreas mais elevadas maioria, no Maciço Açores, em
São numerosas e de da serra da Estrela; calcário Estremenho; depressões
pequena São pouco São pouco resultantes do
profundidade. numerosas. numerosas abatimento de
antigas crateras.

Albufeiras
A construção de barragens tem permitido minimizar os problemas de escassez e a
irregularidade dos recursos hídricos potencialmente disponíveis, através do armazenamento de
água em albufeiras- reservatórios de água doce construídos pelo ser humano.

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As características do relevo e da rede hidrográfica, com caudais mais abundantes, justifica, a


existência de mais barragens no norte e sul do país, onde há melhores condições para a sua
utilização e para a produção de energia. No sul do país, onde o período seco estival é mais
acentuado, as albufeiras são essenciais para uma melhor gestão de água, nomeadamente no
que se refere às reservas para usos domésticos e agrícola.

As águas subterrâneas
Uma parte da água da precipitação infiltra-se nos solos, alimentando as reservas de água
subterrânea- água que circula ou se acumula no subsolo, a maior ou menor profundidade.
Assim, a precipitação é a principal fonte de abastecimento das toalhas freáticas- lençóis de
água subterrânea que circulam ou se acumulam em aquíferos- formações geológicas
permeáveis cujo limite inferior e, por vezes, também é superior, é constituído por rochas
impermeáveis.

A maior ou menor permeabilidade das rochas condiciona a infiltração de água e a sua


acumulação subterrânea:
 As formações rochosas de xisto, granito e basalto são pouco permeáveis e dificultam
a infiltração;
 As rochas sedimentares de origem detrítica, como os arenitos e as areias, são
bastante permeáveis;
 As rochas sedimentares de natureza calcária têm calcite na sua composição,
substância que se dissolve na água por ação do ácido carbónico, provocando a
abertura de fendas e fissuras por onde a água infiltra.

As características dos aquíferos refletem-se na produtividade aquífera- quantidade de


água que e possível extrair continuamente de um aquífero, em condições normais, sem
afetar a reserva e a qualidade da água.

Em Portugal existem quatro unidades hidrogeológicas cujas características geológicas


influenciam as disponibilidades hídricas, que são maiores onde as formações rochosas
mais permeáveis porosas.

No Maciço hespérico, dominam os xistos e granitos, o que explica as menores


disponibilidades hídricas. Nas orlas sedimentares ocidental e meridional, predominam
as rochas sedimentares detríticas e calcárias que permitem a existência de aquíferos
porosos e cársicos, o que se reflete nume elevada disponibilidade hídrica. Nas bacias
sedimentares do Tejo e Sado, constituídas principalmente por formações sedimentares
detríticas, formaram-se aquíferos porosos que correspondem ao mais extenso sistema
aquífero da península ibérica e à mais importante unidade hidrogeológica do país.

A utilização das águas subterrâneas


Os aquíferos são importantes reservatórios subterrâneos de água, apresentando vantagens
relativamente aos reservatórios superficiais, uma vez que não exigem especiais tratamentos da
água, não há perdas por evaporação e a sua dimensão não se reduz por efeito da deposição de
sedimentos, além de não exigirem custos de conservação.

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As crescentes necessidades de consumo de água exigem que ela seja procurada, captada e
canalizada de áreas cada vez mais distintas. Porém, quando os aquíferos são explorados acima
da sua capacidade de renovação a deterioração pode ser irreversível, o que torna prioritária a
sua gestão sustentável.

Águas minerais e termais


A composição química das águas subterrâneas varia com as características geológicas das áreas
que percorrem, podendo encontrar-se águas com qualidades especificas- as águas minerais.

Algumas águas subterrâneas, além do teor em sais minerais, contêm gás carbónico e são mais
quentes- águas termais. A exploração destas águas é feita com fins medicinais, mas tem
também uma componentes turística muito importante que se deve à inserção do turismo
termal numa das tendências atuais.

Gestão dos recursos hídricos


A água é um recuso essencial para o desenvolvimento socioeconómico do país, devendo ser
encarada como um recurso natural estruturante e estratégico. Assim, garantir o seu uso
eficiente e racional constitui uma necessidade imperiosa.

É um recurso limitado, que é necessário proteger, conservar e gerir com preocupações


ambientais. A gestão de água passa pela avaliação das disponibilidades, pela contenção das
necessidades e pela promoção das reservas, para fazer face a situações críticas da seca.

Principais problemas que se colocam à utilização e gestão da água


Apesar da relativa abundância dos recursos hídricos existentes no nosso país, alguns problemas
se colocam à sua utilização:
 A irregular a distribuição da água disponível, quer no tempo quer no espaço, que
coloca problemas diversos no inverno e no verão, em todo o país;
 A poluição que afeta os recursos hídricos nacionais e que decorre, especialmente, de
práticas agrícolas ambientalmente agressivas, com utilização excessiva e inapropriada
de produtos químicos que acabam por inquinar as águas de superfície e as
subterrâneas. A pecuária é também uma atividade ligada a este setor que, em alguns
casos, muito contribuído para a degradação deste recurso.

Também os efluentes industriais e os efluentes domésticos são, em muitos casos, os


responsáveis pela contaminação da água.
 A eutrofização- resulta da concentração excessiva de nitratos nas águas, que provêm
do excesso de adubos químicos azotados utilizados na agricultura. Estes produtos
conduzem as crescimento de algas e outras plantas aquáticas que, em excesso, são
responsáveis pelo aumento do consumo de oxigénio nos meios aquáticos. A
diminuição progressiva do oxigénio conduz à morte de peixes e outras espécies
aquáticas;
 A desflorestação- a diminuição da coberta florestal, principalmente em consequência
dos incêndios, aumenta a erosão dos solos e diminui a capacidade de infiltração (logo,
a recarga dos aquíferos);

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 A salinização- consiste na intrusão de água marinha nos aquíferos sobre explorados e


localizados junto ao mar. Trata-se de um processo irreversível, cada vez mais corrente
em Portugal;
 O aumento do consumo de água- a melhoria das condições de vida, o
desenvolvimento económico e a alteração de hábitos de consumo tem-se traduzido no
aumento do consumo de água, o que se reflete no crescimento da sua procura e nas
questões ligadas à sua qualidade;
 O sistema de tratamento de águas dos efluentes domésticos e industriais- a
construção de redes de drenagem e tratamento de águas residuais é fundamental para
ajudar a preservar os recursos hídricos. As regiões menos bem servidas por estas redes
localizam-se no litoral norte, o que se explica, à imagem do que acontece com a rede
de abastecimento, pela maior dispersão do povoamento, que aumenta os custos de
construção das infraestruturas e dos equipamentos.
Nestas redes, as ETAR (estações de tratamento de águas residuais) assumem um papel
fundamental, já que aí, os efluentes, tratados por processos químicos e biológicos, são
despoluídos e devolvidos à Natureza, prontos a serem de novo utilizados;
 Os princípios do utilizador-pagador e do poluidor-pagador- é necessário garantir que
quem utiliza e polui pague, nas devidas proporções, para minimizar a situação criada.
Da mesma forma, é necessário aumentar a fiscalização nesta área e incentivar toda a
população a utilizar produtos e tecnologias mais amigas do ambiente.
 A eficiência da utilização- a gestão dos recursos hídricos passa também pela
racionalização do seu consumo nos setores domésticos, agrícola e industrial, o que,
além do mais, permite reduzir as águas residuais a tratar, o desperdício e o consumo
de energia associado.

Para melhorar este indicador, podem ser adotadas medidas:

Na agricultura:
 Utilização de técnicas de rega menos consumidoras de água;
 Cultura de espécies mais adaptadas às condições climáticas;
 Reutilização de água previamente sujeita a tratamento.

Na indústria:
 Utilização de técnicas e tecnologias mais modernas, menos consumidoras de água;
 Tratamento das águas residuais e sua reutilização.

Fins domésticos:
 Uso racional, através da implementação de medidas simples e já muito divulgadas, por
exemplo, a lavagem em máquinas com carga toral, a manutenção dos equipamentos
para não se verificar desperdícios, a diminuição do débito de água dos autoclismos, a
criação de hábitos pessoais que evitem gastos desnecessários.

O planeamento e a gestão dos recursos hídricos


A gestão dos recursos hídricos devera ser feita de forma integrada a nível local, regional e
nacional, respeitando a capacidade de carga no meio hídrico, quer em quantidade quer em
qualidade, tendo por base um planeamento que, integrando-se na política comunitária para a

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água, definida na Diretiva Quadro de Água (DQA), tenha como objetivos a sua inventariação,
preservação e potencialização.

Plano Nacional da Água Define orientações de âmbito nacional para a gestão integrada
(PNA) das águas, fundamentadas no diagnóstico da situação atual e
na definição de objetivos a alcançar através de medidas e
ações.
Plano de Bacia hidrográfica Definem orientações de valorização, proteção e gestão
(PBH) equilibrada da água, de âmbito territorial, para uma bacia
hidrográfica ou agregação de pequenas bacias hidrográficas:
Planos de ordenamento Definem as regras de proteção e valorização dos recursos
das Albufeiras (POA) hídricos nas albufeiras e na zona terrestre de proteção, de
modo a assegurar a sua utilização sustentável. São planos
especiais de ordenamento do território (PEOT).

No caso Português, em que as maiores bacias hidrográficas são internacionais, a gestão da


água torna-se ainda mais complexa, exigindo uma cooperação entre Portugal e Espanha, já que
a partilha deste recurso se reveste de interesses comuns, tanto no domínio ambiental como no
social e económico.

Neste sentido, foi assinada entre os países, em 1998, a Convenção sobre a Cooperação para a
Proteção e Aproveitamento Sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas
(conhecida por Convenção de Albufeiras).

Recursos Marítimos

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É ao longo do litoral que se concentram a população portuguesa e as atividades económicas,


aprofundando as assimetrias com o interior despovoado. Desde sempre, pela amenidade do
clima, pela facilidade dos contactos que permite ou simplesmente pelos recursos que oferece,
o litoral exerceu uma enorme atração para a fixação da população e de numerosas atividades
económicas, como a agricultura, o comércio ou a indústria.

O litoral português apresenta-se com um traçado bastante retilíneo, com poucas reentrâncias
naturais favoráveis ao desenvolvimento da atividade portuária. A linha de costa evidencia, sem
regularidade, formas de costa alta e de costa baixa (arenosa ou rochosa).

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O mar constitui um agente erosivo, responsável pela modelação das formas do litoral e pela
dinâmica associada a este processo. A ação erosiva do mar compreende três aspetos, que se
desenvolvem de forma articulada e continuada: desgaste, transporte e acumulação.

A ação de desgaste é, fundamental, da responsabilidade da energia cinética das ondas, que


conduz à fragmentação das rochas do litoral. Esta ação é reforçada pela ação dos materiais
transportados, que, ao serem projetadas contra as formações rochosas do litoral, são
responsáveis por uma intensa erosão mecânica dos mesmos. Esta forma de erosão é designada
por abrasão marinha e é especialmente intensa na base das costas de arriba, resultando no
seu recuo progressivo e numa modificação constante das formas litorais.

Por vezes, a extensão das plataformas de acumulação constitui um obstáculo à progressão do


mar. Quando a arriba deixa de ser atacada pelo mar, transforma-se numa arriba fóssil.

O diferente grau de dureza das rochas junto à linha de costa explica, também, o aparecimento
de outras forma de relevo litoral, como, por exemplo, cabos (constituídos por formações
geológicas de elevada dureza e, portanto, de difícil desgaste) ou baías (que resultam de uma
intensa ação de desgaste proporcionado pela predominância local de rochas de baixa dureza).

Os materiais que resultam do desgaste acabam por se acumular, muitas vezes, em locais
afastados do local de origem milhares de quilómetros, transportados por correntes marítimas,
formando praias, dunas, cordões, tômbolos ou outras formas litorais.

A evolução do modelado litoral não depende exclusivamente da ação do mar sobre a linha de
costa e da natureza dos materiais. Depende, também, e em grande parte, da ação humana,
que, frequentemente, altera o processo normal de erosão e o intensifica. A erosão é, por
exemplo, intensificada pela construção de barragens, pela extração de areias, pela construção
dos esporões ou pela destruição de cordões dunares.

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A costa portuguesa, com mais de 2500 km, cerca de metade da fronteira de Portugal
Continental, é pouco recortada em grande parte da sua extensão. A configuração da linha de
costa- área de contacto entre o mar e a terra emersa, ao nível atingido pela maré mais alta, em
período de calma- depende muito das formações rochosas do litoral.

No litoral português, predomina a costa de arriba, ora alta e escarpada ora mais baixa. A costa
de praia, baixa e arenosa, ocupa menor extensão, quer em Portugal Continental quer nos
arquipélagos, onde a natureza vulcânica explica o predomínio da costa de arriba.

Em geral, a costa é de arriba alta e escarpada onde o mar contacta com afloramentos
rochosos de maior dureza (granito, xisto e calcário de formação recente), como acontece:
 Da Nazaré à foz do Tejo;
 Do cabo Espichel à foz do Sado;
 Do Cabo de Sines ao de São Vicente;
 No barlavento algarvio.

No litoral norte, embora seja talhada em formações rochosas de grande dureza, a


costa é sobretudo baixa e rochosa, por corresponder a uma estreita faixa de costa de
emersão- área do litoral que emergiu por efeito do recuo das águas do mar, dando
origem a pequenas reentrâncias e algumas praias.

Pelo contrário, onde o mar contacta com formações rochosas mais brandas (arenitos, argilas)
surge o litoral baixo, com reentrâncias propícias à deposição de areias, como acontece:
 Entre espinho e São Pedro de Moel;
 No estuário do Tejo;
 Da foz do Sado ao cabo de Sines;
 No sotavento algarvio.

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Na Madeira e nos Açores, domina o litoral de arriba alta, por vezes superior a 100 metros,
especialmente na parte norte das ilhas. A costa de praia é pouco representativa, encontra-se as
maiores extensões em S. Miguel, nos Açores, ena costa sul da ilha de Porto Santo, na Madeira.

Principais acidentes do litoral português


A ação do mar sobre a linha de costa portuguesa deu origem a certas áreas com características
próprias, que se destacam na linha de costa e que, habitualmente, se designam por acidentes
do litoral.

As rias de Aveiro e Faro


A ria de Aveiro é uma laguna- extensão de água, mais ou menos salobra- separada do mar por
uma espessa restinga- cordão arenoso- que se formou devido À regressão das águas do mar e
à cumulação de sedimentos marinhos e transportados pelo rio Vouga. É, por vezes,
denominada haff-delta, pois o rio desagua na laguna- ou haff-, formado um delta interior com
uma estreita entrada para o mar.

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Estuário do Tejo e do Sado

No litoral português, os dois únicos recortes verdadeiramente acentuados são os estuário do


tejo e do Sado que, pela sua dimensão, permitem um importante desenvolvimento das
atividades portuárias, constituindo também zonas húmidas de grande riqueza ecológica onde
foram definidas as reservas naturais do estuário do Tejo e do estuário do Sado.

Outros acidentes do litoral


Entre a Nazaré e a foz do Tejo, sobressaem:
 A concha de São Martinho do Porto- pequena baía com uma estreita abertura para o
mar, que outrora foi um grande golfo cuja dimensão foi sendo reduzida pela
acumulação de sedimentos marinhos;
 O tômbolo de Peniche- um istmo resultante da acumulação de areias e seixos
transportados pelo mar, que uniram uma pequena ilha ao continente.

Principais fatores que influenciam os recursos piscatórios


A abundância de peixe é influenciada pelas condições de temperatura, iluminação, salinidade
e oxigenação das águas, de que depende a existência de maior ou menos quantidade de
plâncton- organismos microscópicos vegetais (fitoplâncton) ou animais (zooplâncton)- que
constituem a base alimentar de muitas espécies marinhas.
Essas condições dependem muito da profundidade das águas e das correntes marítimas, pelo
que nos oceanos existem áreas de maior abundância e diversidade de espécies e outras onde
os recursos piscatórios são mais escassos.

A plataforma continental

A plataforma continental portuguesa é relativamente estreita, regra geral, entre os 30 km e os


60 km, e é, até, uma das menos extensas da Europa Ocidental. A origem vulcânica dos
arquipélagos dos Açores e da Madeira explica, por sua vez, a inexistência da plataforma
continental nessas unidades territoriais portuguesas.

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As correntes marítimas

As correntes marítimas, especialmente as de águas frias, são, por seu turno, também muito
favoráveis à abundância de pescado e à renovação dos stocks piscícolas, uma vez que a
agitação das águas promove a oxigenação das mesmas, a produção de plâncton, além do
transporte de nutrientes.
É especialmente nas regiões onde se cruzam correntes marítimas diferentes (quentes e frias)
que a riqueza em peixe é maior, quer em quantidade quer em variedade. Essas águas são, regra
geral, muito ricas em nutrientes e nelas vivem espécies que se adaptam às características de
cada uma das correntes.

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A deriva do Atlântico Norte da corrente quente do Golfo, de Desfavorável à


águas pobres em nutrientes, atinge a costa portuguesa já em abundância de pescado
deslocação para sul, tomando a designação de corrente de
Portugal.
A sudoeste do território, a corrente de Portugal encontra-se Favoráveis à abundância
com a corrente fria das Canárias. e qualidade de recursos
piscatórios
O afloramento costeiro ou upwelling, que ocorre no verão, por Favoráveis à abundância
efeito da nortada (ventos fortes de norte) que sopra no litoral, e qualidade de recursos
afastando as águas superficiais para o largo e originando uma piscatórios
corrente de compensação- águas profundas e ricas em
nutrientes ascendem à superfície, substituindo as que foram
afastadas pelo vento.

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A zona económica exclusiva (ZEE)- zona de soberania dos estados costeiros sobre o espaço
aéreo, o mar, os fundos e o subsolo marinhos, até uma distância de 200 milhas náuticas, onde
o Estado tem direitos de exploração, investigação, conservação e gestão dos recursos naturais.
Foi definida em 1982, na Conferência Internacional sobre o Direito do Mar, da ONU.

A ZEE portuguesa, repartindo-se por três áreas distintas- Portugal Continental, Madeira e
Açores- e com uma extensão de quase 1 800 000 Km2, é a maior da União Europeia e a quinta
maior do Mundo, podendo vir a ser quase duplicada se o pedido apresentado nas Nações
Unidas, em 2009, for aprovado.

A atividade piscatória
A pesca tem, desde sempre, uma expressão muito significativa no contexto social e económico
do país, apesar de todos os condicionalismos que uma costa retilínea e muito batida pelos
ventos impôs ao desenvolvimento dessa atividade. A relevância deste setor de atividade
prende-se com:
 O significativo número de empregos que gera, a nível local;
 As numerosas e diversificadas atividades que dinamiza, quer a montante quer a
jusante;
 A importância de que se reveste na alimentação tradicional portuguesa.

Contudo, o setor de pescas tem vindo a perder importância económica e ao nível dos
postos de trabalho que gera. Esta situação liga-se, assim, à crise que o setor atravessa e
às debilidades que o marcam, entre as quais emerge, de forma significativa, a
diminuição progressiva da produção de pescado, insuficiente para dar resposta à
procura do mercado.

Daí decorre uma balança comercial que, de ano para ano, regista saldos negativos cada
vez maiores, na sequência de importações que superam largamente as exportações.

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As principais espécies descarregadas nos portos portugueses são a sardinha, o carapau,


a cavala, o peixe-espada e o polvo...

Tendo por base as áreas onde é praticada, a pesca pode ser classificada em:
 Pesca local- pratica-se em rios, estuários, lagunas ou na costa, até 6 ou 10 milhas da
costa, consoante a embarcação utilizada tiver convés aberto ou convés fechado,
respetivamente. As embarcações são sempre pequenas, e a arte utilizada é,
geralmente, artesanal. Pode ter caracter sazonal;
 Pesca costeira- é praticada para lá das 6 milhas de costa por embarcações de
dimensões superiores a 9 metros de comprimento e com autonomia que pode ir até às
duas ou três semanas. Podem trabalhar em águas de ZEE internacionais;
 Pesca de largo- realiza-se para além das 12 milhas de costa, em pesqueiros externos de
águas internacionais ou em ZEE de outros países. As embarcações deste tipo de pesca
têm uma tonelagem superior a 100 TAB e, além de oferecerem condições de
habitabilidade à tripulação, para períodos que podem prolongar-se por vários meses,
incluem também equipamentos de transformação e armazenamento do pescado.

Atendendo às técnicas utilizadas, a pesca pode classificar-se em:


 Pesca artesanal- utilizada técnicas e meios tradicionais. Os períodos de permanência
no mar são curtos, geralmente inferiores a um dia, já que as pequenas embarcações
utilizadas não estão equipadas com meios de conservação do pescado;
 Pesca industrial- as técnicas utilizadas são modernas, por vezes muito sofisticadas, tal
como os meios. As embarcações, de grande dimensão, estão equipadas com modernos
meios de transformação e conservação, o que faz delas autênticas fabricas flutuantes.
Este tipo de pesca reporta-se especialmente à pesca longínqua, podendo a deslocação
ser superior a várias semanas ou até meses.

A aquicultura- uma alternativa

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A aquicultura, que consiste na criação de peixe em cativeiro, em água doce ou salgada,


constitui uma importante alternativa às formas tradicionais de abastecimento de pescado,
embora, em Portugal, desempenhe um papel ainda relativamente modesto no conjunto do
setor da pesca.

As principais áreas de pesca


Obedecendo às normas comunitárias impostas pela Politica Comum de Pescas, a frota
pesqueira portuguesa atua em diversos pesqueiros externos, de onde provém, atualmente,
cerca de 20% do total de capturas. O acesso a pesqueiros externos tem diminuindo nos últimos
anos, na sequência da consagração das ZEE. As regras estabelecidas permitem aos países
ribeirinhos condicionar o esforço de pesca através da imposição de licenças e quotas, numa
tentativa de travarem a degradação dos stocks dos respetivos pesqueiros. Também a adesão de
Portugal à UE impôs novas regras para os acordos de pesca com países terceiros, os quais são,
por vezes, desvantajosos a nível nacional.

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As infraestruturas portuárias e a frota

Pode afirmar-se que a frota portuguesa é constituída, essencialmente, por pequenas


embarcações, que não dão resposta a necessidade do mercado, que se encontra obsoleta em
termos de equipamentos e envelhecida. Estes aspetos ajudam a explicar a crise em que
mergulhou este setor, que já foi próspero, num passado relativamente recente, assim como a
sua falta de competitividade face a outros países, nomeadamente da União Europeia.

De referir, contudo, que nos últimos anos tem sido feito um esforço no sentido da restauração
da frota, através da construção de embarcações modernas e bem equipadas, mais seguras e
adequadas às necessidades do nosso mercado.

A qualificação da mão de obra

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A população ativa empregada neste setor apresenta uma estrutura etária bastante
envelhecida, o que explica o baixo nível de instrução que a caracteriza, assim como a baixa
produtividade. Ao envelhecimento da mão de obra não é estranha a falta de atratividade do
setor, o que afasta os mais jovens.

Com o apoio da União Europeia foram criados centros de formação profissional em alguns dos
principais portos portugueses, tendo em vista qualificar a mão de obra do setor das pescas e,
simultaneamente, atrair jovens para a atividade.

Política Comum de Pescas


A Política de Pescas (PCP) enquadra toda a atividade do setor de pescas em Portugal desde a
adesão à União Europeia, daí resultando vantagens e inconvenientes e, com frequência, muita
contestação a algumas medidas impostas.

Criada em 1983, a PCP em vigor até 2012, foi objeto de uma revisão, tendo em vista uma
abordagem mais ecológica e eficaz da atividade de pesca e, assim, assegurar melhor a
viabilidade económica das frotas, a conservação das populações piscícolas e o fornecimento de
alimentos de qualidade aos consumidores. Desta forma, em janeiro de 2013 entrou em vigor
um novo regulamento que, enquadra pelos objetivos expostos, passou a implementar as
seguintes medidas:
 Limitar a capacidade de pescas, a fim de obter uma melhor adequação aos recursos
disponíveis. Foram também definidas outras medidas técnicas para promover uma
pesca mais sustentável, entre as quais se refere a utilização de malhagens mínimas de
redes, de artes de pesca mais seletivas e de tamanhos mínimos do pescado
descarregado;
 Incentivar a renovação ao setor da frota, promovendo a redução dos custos de
exploração e a melhoria das condições de segurança e trabalho a bordo;
 Conferir competitividade ao setor da aquicultura, promovendo o aumento da
quantidade produzida e a diversificação das espécies cultivadas, assim como assegurar
a qualidade e salubridade dos produtos;
 Implementar normas no que respeita à indústria e aos mercados, sobre informação
ao consumidor e todas as ações tendentes a melhorar as condições dos

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estabelecimentos com destaque para as higienicossanitárias, e a entrada em vigor de


um novo sistema de licenciamento industrial;
 Negociar acordos de pesca em pesqueiro externo, no âmbito de organizações
regionais de pesca, tendo sempre em consideração uma prática equilibrada, assente
em princípios de sustentabilidade;
 Promover a fiscalização, dotando as autoridades nacionais de ferramentas para aplicar
regras e punir os infratores;
 Financiar a investigação científica, tendo em vista a recolha sistemática de dados
científicos capazes de apoiar uma pesca menos agressiva.

A gestão do espaço marítimo


A extensão da ZEE portuguesa, que representa cerca de 18 vezes a extensão do território
continental, impõe dificuldades de gestão acrescidas, difíceis de ultrapassar, e que ainda são
acentuadas pela forte pressão demográfica exercida sobre o litoral e pela localização geográfica
do território nacional, que coloca o nosso país no cruzamento das principais rotas marítimas do
Atlântico norte.

Entre os principais problemas que se colocam à gestão do nosso espaço marítimo, contam-se a
sobre-exploração dos recursos piscícolas, a poluição marinha e a pressão urbanística sobre o
litoral.
 Sobre-exploração dos recursos piscícolas- a intensificação do esforço de pesca tem-se
traduzido na sobre-exploração de algumas espécies. Regista-se a diminuição drástica
de alguns stocks, o que põe em questão a sobrevivência das próprias espécies. Esta
situação exige a implementação urgente de medidas de proteção e de recuperação
das espécies mais ameaçadas, e que orientem a atividade pesqueira segundo um
modelo de maior sustentabilidade;
 Poluição marinha- tem contribuído para a degradação de stocks piscícolas,
principalmente junto à costa, e para a destruição das áreas costeiras, enquanto áreas
de lazer;
 Pressão urbanística sobre o litoral- compreende-se melhor a fragilidade destas áreas
quando se pensa na enorme pressão demográfica a que estão sujeitas. De sublinhar
que cerca de três quartos da população portuguesa vive no litoral e aí desenvolve a
sua atividade. Uma parte significativa da orla costeira está, assim, ocupada com
construção imobiliária, vias de comunicação, unidades industriais, hoteleiras e
portuárias, entre vários exemplos. Esta ocupação é, ainda sazonalmente reforçada
com a atividade turística balnear.

As fontes de poluição são diversas:


 Descargas de efluentes, não tratados, de origem doméstica ou industrial;
 Águas dos rios com elevados níveis de poluição doméstica, industrial e agrícola
(resultante da utilização de fertilizantes e pesticidas);
 Derrame de hidrocarbonetos resultante de acidentes com petroleiros ou da lavagem
ilegal de tanques destas embarcações.

Portugal apresenta uma grande vulnerabilidade a este tipo de poluição, já que a ZEE nacional é
atravessada por alguns dos principais e mais movimentados corredores de tráfego marítimo.

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As obras de defesa costeira, destinadas a defender o litoral da ação erosiva do mar, como é o
caso de esporões e paredões, não resolvem, com frequência, de forma eficaz, os problemas
pretendidos, já que intensificam a erosão a jusante das construções.

O crescimento da pressão demográfica sobre a faixa costeira foi acompanhado pelo


desenvolvimento do turismo balnear, principalmente a partir da década de 60 do século XX, o
qual se foi expandido quase sempre de forma desordenada e caótica. Dessa forma, contribui,
de maneira muito particular, para a descaracterização e, sobretudo, para a degradação das
áreas costeiras.

A rentabilização do litoral e dos recursos marítimos


Para Portugal, os recursos marítimos e as zonas costeiras assumem importância estratégica em
termos ambientais, económicos, sociais, culturais e recreativos.

Contudo, os recursos marinhos estão em regressão e as áreas costeiras constituem sistemas


extremamente frágeis, encontrando-se, em muitos casos, em situação de risco, que se agrava
progressivamente. Assim, torna-se, urgente implementar medidas que permitam proteger e
recuperar tão valioso património, potenciando o mar e o litoral como forma de afirmação
nacional.

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As estratégias utilizadas para esse fim devem, aos vários níveis de intervenção, ter sempre
como objetivo a recuperação e a valorização dos recursos, de forma sustentável e amiga do
ambiente, no âmbito de uma gestão integrada.

 Vigilância das águas nacionais- a conservação e a exploração dos recursos do mar


passa, em primeiro lugar, por uma política de gestão da ZEE que engloba todas as
áreas: pesca, poluição, segurança marítima, exploração do subsolo. A vigilância
marítima deverá ser a chave para p controlo e gestão do oceano;
 Racionalização do esforço de pesca- a sobre-exploração tem conduzido à degradação
dos recursos piscícolas, encontrando-se muitas espécies em perigo de extinção.
A implementação de medidas, de uma forma concertada com as orientações da
Política Comum de Pescas, é fundamental;
 Aquacultura- ao nível da aquacultura deve promover-se não só o aumento da
quantidade produzida e ada diversificação das espécies cultivadas, como também dar
continuidade às ações que visam assegurar a qualidade e salubridade dos produtos,
única forma de conferir competitividade a este subsetor;
 Planos de ordenamento da rola costeira (POOC)- os POOC surgem como instrumentos
que enquadram e que podem conduzir a uma melhoria, valorização e gestão dos
recursos presentes no litoral.
Abrangem uma faixa ao longo do litoral, se designa por zona terrestre de proteção,
cuja, largura máxima é de 500 m, contados a partir do limite da margem das águas do
mar, ajustável sempre que se justifique, e uma faixa marítima de proteção, que tem
como limite inferior a batimétrica -30.
Os POOC têm os seguintes objetivos:
- Ordenar os diferentes usso e as atividades específicas da orla costeira;
- Classificar as praias e regulamentar o uso balnear;
- Valorizar e qualificar as praias consideradas estratégicas por motivos ambientais e
turísticos;
- Enquadrar o desenvolvimento das atividades específicas da orla costeira;
- Assegurar a defesa e conservação da Natureza.
 Turismo- o desenvolvimento do turismo balnear, para o qual o nosso país oferece
condições excecionais, aliando verões quentes e secos a extensos areais de areia fina e
branca, deve, contudo, obedecer a um planeamento e um ordenamento do território
elaborados segundo um modelo de desenvolvimento harmonioso e equilibrado do
litoral.
O turismo constitui uma atividade de grande interesse económico para o nosso país,
pela riqueza e emprego que gera, mas cuja sustentabilidade deverá ser assegurada por
uma gestão cuidadosa, tendo em vista a preservação dos recursos em que assenta.
 Energias renováveis- o aproveitamento de diversas formas de energia renováveis
potencialmente utilizáveis tem sido associado aos oceanos. A título de exemplo
referem-se:
- energia das marés;
- energia das correntes marítimas;
- energia das ondas;
- energia eólica.

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Resumos de
Geografia
11ºAno

As áreas rurais- A agricultura portuguesa

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As fragilidades da agricultura portuguesa


O peso da agricultura na economia nacional é-nos dada pela diminuição do peso do setor no
PIB, e ainda pela perda de importância do emprego no setor primário.

Apesar do decréscimo de mão de obra empregue no setor, o total de ativos é ainda muito
elevado quando comparado com a média comunitária, o que revela dificuldades em
ultrapassar um certo atraso estrutural desta atividade.

O espaço rural e as paisagens agrárias


O espaço rural corresponde ao espaço ocupado, por atividades ligadas à agricultura, à pecuária
e à silvicultura. Caracteriza-se por baixas densidades populacionais, por populações autóctones
dispersas ou aglomeradas em núcleos de pequenas dimensões, com forte ligação à terra.

No espaço rural, destaca-se o espaço agrário, que corresponde as áreas ocupadas com a
produção agropecuária e florestal, assim como, as habitações e as infraestruturas de apoio às
atividades aí desenvolvidas.

Tendo por base uma certa homogeneidade das características naturais, da estrutura fundiária e
do sistema de cultura dominante, em Portugal há nove regiões agrárias.

Agricultura Tradicional
 Campos pequeno, de forma irregular, por vezes fechados
 Deficiente rede de caminhos
 Policultura ou sistemas extensivos com longos pousios
 Fraca mecanização
 Reduzida utilização de fertilizantes
 Rega tradicional ou sistema de sequeiro
 Dependente das condições climáticas
 Elevada mão de obra
 O objetivo da produção é para consumo próprio

Agricultura moderna
 Campos grandes, geralmente abertos
 Especialização de culturas – monocultura, evita o pousio
 Mecanização total
 Utilização de adubos químicos e naturais
 Irrigação moderna, geralmente automática
 Reduzida mão de obra
 O objetivo da produção é o mercado interno e externo

Superfície agrícola utilizada (SAU)

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Constituída pelas terras aráveis, culturas permanentes, pastagens permanentes e hortas


familiares.
 terras aráveis (onde se podem praticar culturas temporárias e pousio);
 culturas permanentes;
 hortas familiares;
 pastagens permanentes.

A repartição da SAU apresenta uma distribuição regional muito heterogénea, distinguindo-se o


Alentejo com cerca de metade e a Madeira com 0,1%. A sua desigual distribuição deve-se ao
relevo e à ocupação humana.

A ocupação da SAU registou alterações significativas com o aumento da área ocupada com
pastagens permanentes e a diminuição das culturas temporárias. Tais mudanças devem-se à
instabilidade dos preços dos cereais e às políticas nacionais e comunitárias que tornaram a
pecuária extensiva mais atrativa.
Podem considerar-se duas principais formas de exploração da SAU, por conta própria ou por
arrendamento.

Conta própria
 O produtor é o proprietário da terra;
 Predomina em todas as regiões agrárias;
 Contribui para a preservação dos solos;
 Facilita o investimento em melhoramentos fundiários;
 Contribui para a preservação da paisagem e das espécies autóctones, a prevenção de
fogos florestais, etc.

Arrendamento
 O produtor paga ao proprietário da terra pela sua utilização;
 É mais comum nos Açores;
 Pode contribuir para acentuar o esgotamento dos solos;
 Evita o abandono das terras.

Estrutura agrária nas diferentes regiões

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Culturas permanentes e pastagens

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As culturas permanentes dominam em Trás-os-Montes e no Algarve.


Os prados e as pastagens permanentes, assumem maior importância nos Açores (88%), no
Alentejo (57%) e na Beira Interior (48%).

Prados temporários

Predominantes nas regiões do Alentejo, em Entre Douro e Minho e na Beira Interior.

Cereais

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Os que assumem maior importância, a nível de produção, são o milho, o arroz e o trigo.
O Alentejo é a região nacional com maior produção cerealífera.

Batata

Um dos mais importantes produtos da agricultura portuguesa;


Cultiva-se em todo o território nacional;
Quatro principais regiões produtoras: Ribatejo e Oeste, Trás-os-Montes, Beira Litoral e Entre
Douro e Minho.

Vinha

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No nosso território, a região Norte concentra grande parte da produção, em particular em


Entre Douro e Minho - 79% das explorações têm vinha.
Segue-se Trás-os-Montes, onde marca presença em 63% das explorações.
Seguida pelo Ribatejo e Oeste (21%).

Frutos de casca rija

Os frutos de casca rija ou frutos secos (amendoeiras, castanheiros, nogueiras, alfarrobeiras e


pinheiros) ocupam 115,2 mil ha e encontram-se presentes em 45,5 mil explorações.

Frutos frescos

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Os pomares de frutos frescos (principalmente macieiras, pereiras, pessegueiros e


cerejeiras) distribuem-se por 41,5 mil explorações e ocupam uma superfície de cerca de 40 mil
hectares:
41% no Ribatejo e Oeste,
19% em Trás-os-Montes
15% na Beira Interior.

Bovino

Em 2009, 16% das explorações recenseadas tinha bovinos (total de 1430 mil cabeças).
O Alentejo é a região nacional com maior representatividade de produção bovina – 39% do
efetivo nacional;
Segue-se a região de Entre Douro e Minho (18%) e os Açores (17%).

Suínos

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Por oposição, na Beira Litoral predominam as suiniculturas de pequena dimensão, com 21% do
efetivo nacional disperso por 39% das unidades produtivas.
O Alentejo contabiliza 25% do total de suínos em 5% das explorações.

Ovino

A produção de ovinos apresenta alguma concentração a nível regional:


2220 mil ovinos presentes em 52 mil explorações;
49% localiza-se no Alentejo;
segue-se a Beira Interior, com 16% do efetivo em 11% das explorações.

Caprinos

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Alentejo representa 24% do efetivo, seguindo-se a Beira Interior com 16% e a Beira Litoral
com 15% do número total de caprinos.

Aves

Cerca de 84% das aves concentra-se em 33% das explorações, localizadas na Beira Litoral e no
Ribatejo e Oeste, seguidas de Entre Douro e Minho (8% do efetivo total, em 25% das
explorações).

Fatores
O clima

 A latitude (Sul e Norte)


 A proximidade do mar (litoral e interior)
 A estação do ano
 Os níveis de evaporação

As temperaturas

 A latitude (sul e norte)


 A latitude (quanto mais elevada, menor a temperatura)
 Exposição das vertentes (são mais frias quando voltadas para norte e mais quentes
quando voltadas para sul)

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 A proximidade ou afastamento do mar (no interior as amplitudes térmicas anuais são


superiores às do litoral)

O relevo

Áreas planas :
 Localizam-se no sul e centro litoral
 Os solos são mais férteis
 Existência de exploração de maior dimensão
 O uso de máquinas

Áreas acidentadas :
 Localizam-se no norte e centro interior
 Os solos são mais pobres
 As parcelas de pequena dimensão
 A inclinação do terreno limita a utilização de maquinaria e outra tecnologia

Disponibilidade hídrica

No norte e centro :
 Precipitações mais elevadas
 Caudais dos cursos de água mais abundantes
 Maior disponibilidade hídrica de recursos hídricos

No sul :
 Precipitações mais escassas
 Caudais dos cursos de água mais reduzidos
 Menor disponibilidade hídrica de recursos hídricos

Fertilidade do solo
 Características geológicas
 Relevo
 Fertilização correta dos solos pelo Homem
 Clima

Características das explorações agrícolas

Uma exploração agrícola é uma unidade técnico-económica que utiliza fatores de produção
comuns e que deve produzir produtos agrícolas, deve atingir ou ultrapassar uma certa
dimensão, deve estar submetida a uma gestão única, e deve estar localizada num local bem
determinado e identificável, As de grande dimensão são latifúndios, e as de pequena
dimensão são minifúndios.

O grande nº de pequenas explorações (que tem vindo a diminuir) condiciona o


desenvolvimento da agricultura, pois limita a modernização dos sistemas de produção e reduz
a dimensão económica das explorações. A especialização produtiva simplifica o trabalho

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agrícola, exige menor diversidade de máquinas e equipamentos, reduz os custos de produção e


aumenta a produtividade e os rendimentos dos agricultores.

Pluriatividade
Pluriatividade é quando um trabalhador não se dedica a tempo inteiro a uma só atividade, mas
a tempo parcial, ocupando o resto em outras atividades ligadas ao setor secundário e terciário.
Vantagens Desvantagens
Plurirrendimento Oscilação de preços
Disponibilidade de mão de obra para outras atividades Abandono parcial da agricultura –> diminuição do
rendimento das terras.
Ordenado fixo Problemas com o clima -> Diminuição da produção ->
Melhorias para as famílias Diminuição dos rendimentos

A pluriatividade pode ser positiva dado que permite obter outros rendimentos que senão
existissem teriam abandonado a agricultura devido aos fracos rendimentos da mesma. No
entanto, a pluriatividade pode ser condicionante porque constitui um entrave a um maior
investimento na agricultura, dificultando a sua modernização e a própria formação profissional.

As características da população agrícola


Estrutura etária

Relativamente às características da mão de obra, sublinha-se a elevada percentagem de


população ativa empregue neste setor, sinónimo de um atraso tecnológico. Contudo, tem
vindo a verificar-se, nas últimas décadas, o seu progressivo decréscimo, especialmente como
consequência do êxodo rural e da emigração e, só mais recentemente, uma certa
modernização.

Realça-se o crescente envelhecimento da população agrícola, que passou de uma década de 46


anos, em 1999, para 52 anos, em 2019, como resultado do abandono da atividade pelos mais
jovens, o que constitui um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento da agricultura.

O envelhecimento da mão de obra traduz-se numa menor capacidade de abertura às


inovações, de adaptação e a novas tecnologias e técnicas de produção e até de capacidade
física para o trabalho, responsável pela manutenção dos baixos níveis de rendimento e de
produtividade. A leitura do mapa permite concluir que a estrutura etária dos produtores
agrícolas se caracteriza, em regra, pelo predomínio de agricultores com mais de 52 anos. É nas
regiões agrárias de Trás-os-Montes, da Beira Interior e do Ribatejo e Oeste que se encontra a
maior percentagem de agricultores com mais de 45 anos. É nos Açores e na Madeira que se
regista a maior percentagem de jovens a trabalhar no setor e também onde é menor o número
de produtores com 65 ou mais anos.

Nível de instrução e de formação profissional

Até certo ponto relacionados com o envelhecimento da mão de obra agrícola, salientam-se os
baixos níveis de instrução e de qualificação profissional, também responsáveis pelo atraso

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estrutural da agricultura nacional. A análise da figura permite reter que a esmagadora maioria
dos agricultores portugueses apresenta níveis baixos de instrução, inferiores ao 2ºciclo. É ainda
de registar um valor significativo de produtores sem qualquer instrução da escolaridade
obrigatória e ao abandono da atividade pelos mais idosos.

Balança comercial dos produtos agrícolas


A Balança comercial dos produtos agrícolas no nosso país é deficitária e apear do recuo do
saldo da balança comercial agroalimentar, a estagnação da produção e o aumento do consumo
de bens alimentares tem vindo a pressionar o Grau de Autoaprovisionamento do país. Contudo
o nosso país é autossuficiente em vários produtos agroalimentares, tais como, a manteiga, o
leite, o vinho, os ovos, o arroz e a azeitona, demonstrando assim um forte potencial de
exportação nestes produtos.

Fragilidades da agricultura portuguesa

 Fraca aptidão dos solos

Portugal apresenta os valores mais desfavoráveis com 66% dos seus solos classificados de baixa
qualidade. Apenas 25% dos solos apresentam boa aptidão agrícola.

De salientar que cerca de 60% dos solos apresentam uma boa aptidão florestal, estando a sua
utilização muito abaixo desse valor.

 Vulnerabilidade da atividade agrícola às alterações climáticas

O aumento da frequência de fenómenos atmosféricos extremos, como as secas, ondas de


calor, vagas de frio, entre outras, tem sido responsáveis pela destruição de culturas e
infraestruturas.

 Reduzida dimensão física das parcelas

Predominam as parcelas de reduzida dimensão. Este facto interfere na produtividade na


medida em que não permite uma maior utilização de máquinas agrícolas.

 Baixos níveis de rendimento e produtividade da mão-de-obra

A maioria dos agricultores apresenta idades avançadas, baixo grau de instrução, insuficiente
formação profissional e reduzido nível de associativismo. Assim, apostam no tradicionalismo o
que leva a uma produtividade baixa.

 Explorações muito pequenas no que respeita à dimensão económica

Em Portugal, mais de 75% das explorações situam-se na classe de muito pequenas,


contribuindo muito pouco para o Valor da Produção Padrão Total devido a:

- Fraca capacidade de modernização e de aplicação de novas tecnologias;

- Défice de gestão empresarial e desconhecimento dos mercados globais;

- Dificuldades de autofinanciamento e de acesso ao crédito;

- Fraca aposta no marketing e publicidade dos produtos.

 Dependência externa/Balança comercial deficitária

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O aumento das importações resulta, não só do fraco grau de autoaprovisionamento de alguns


produtos agrícolas, como também das necessidades de consumo fomentadas pelo marketing,
em consequência da globalização da economia.

A agricultura portuguesa e a Política Agrícola Comum


Os principais objetivos da PAC
 Desenvolver a agricultura melhorando a produtividade;
 Garantir o nível de vida equitativo aos agricultores;
 Garantir a segurança dos produtos;
 Assegurar preços acessíveis aos cidadãos;
 Estabilizar os mercados.

Primeiro pilar da PAC


Os seis países que assinaram o Tratado de Roma, em 1957, comprometeram-se a não permitir
que a Europa voltasse a passar pela situação de fome.

Em 1962, entra finalmente em vigor a Política Agrícola Comum, assente em três princípios
fundamentais, que constituem o seu primeiro pilar:
 Unicidade de mercado-livre circulação de produtos agrícola no território dos estados-
membros;
 Preferência comunitária-proteção do mercado interno comunitário face aos produtos
importados de países terceiros a preços baixos e face às grandes flutuações de preços
no mercado mundial;
 Solidariedade Financeira-todas as despesas e gastos resultantes da aplicação da PAC
são suportadas pelo orçamento comunitário.

Foi então que surgiu o Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA), que a
partir de 1964, passa a ter duas secções:
 Garantia (FEOGA-G)- apoios aos agricultores, para a exportação dos produtos no
mercado,
 Orientação (FEOGA-O)- destinada ao financiamento da componente estrutural da PAC
(modernização da agricultura).

Principais progressos resultantes da aplicação da PAC


 Grande crescimento da Produção devida à introdução métodos de produtivos e à
utilização da fertilizantes artificiais;
 Redução da superfície e da mão de obra utilizada, devida sobretudo à mecanização;
 Aumento da produtividade agrícola e do rendimento dos agricultores, devida à
crescente mecanização, introdução de novas tecnologias e práticas de investigação
científica.

Efeitos da Implantação da 1ª fase da PAC


Progressos Problemas
Grande crescimento da produção devido à Criação de excedentes agrícolas em
introdução de novos métodos produtivos e à quantidades impossíveis de escoar nos
utilização de fertilizantes artificiais mercados
Redução da superfície e da mão de obra Desajustamento entre a produção e as

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utilizada, devido sobretudo à mecanização necessidades do mercado


Aumento da produtividade agrícola e do Peso muito elevado da PAC no orçamento
rendimento dos agricultores, devido à comunitário
crescente mecanização, introdução de novas
tecnologias e práticas de investigação
científica
Tensão entre os principais exportadores
mundiais
Graves problemas ambientais motivados
pela intensificação das produções

Principais alterações da PAC entre 1984 e 1988


 Criação de um sistema de quotas, inicialmente aplicado ao setor do leite, que
estabelece um limite de produção para cada país com penalizações em caso de
superação;
 Fixação de quantidades máximas garantidas e de condições de descida automática
dos preços na produção da quantidade excedida;
 Retirada, inicialmente voluntária e, depois, obrigatória de terras de produção (set –
aside, retirada de 15% de terras da área de produção de cereais, em explorações que
ultrapassavam, em média, a produção de 92 toneladas por ano);
 Criação de incentivos à cessação da atividade agrícola e à reforma antecipada dos
agricultores;
 Limitação da superfície de cultivo/número de animais para os quais o agricultor tinha
direito a subsídios.

Reforma da PAC de 1992


Para equilibrar a oferta e a procura
 Diminuição dos preços agrícolas garantidos;
 Ajudas diretas aos produtores, desligadas da produção;
 Reformas antecipadas para os agricultores mais idosos;
 Orientação da produção para novas produções industriais ou energéticas.

Para respeitar e preservar o ambiente


 Promoção do pousio temporário;
 Incentivo à prática da agricultura biológica;
 Estímulo ao desenvolvimento da silvicultura.

Segundo pilar da PAC


Reforma de 1997 (Agenda 2000
Prioridades Valorização da agricultura
Segurança alimentar e bem-estar animal Económica
Agricultura sustentável/preservação Social
ambiental
Desenvolvimento rural- novo pilar da PAC Ambiental

O desenvolvimento rural visa


 A modernização das explorações;

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 O reforço da competitividade de todos os tipos de agricultura e gestão florestal


sustentável;
 A segurança dos produtos alimentares;
 A proteção e valorização dos ecossistemas;
 O uso eficiente de recursos e transição para uma economia com baixas emissões de
carbono;
 O desenvolvimento de atividade complementares e/ou alternativas para
atenuar/impedir o êxodo rural;
 A inclusão social, a redução da pobreza e desenvolvimento económico das áreas rurais.

Princípios da reforma de 2003


 Pagamento único por explorações para os agricultores, independentemente da
produção;
 Regime de condicionalidade, que visa conservar a paisagem rural, através de normas
ambientais, de segurança alimentar, ou saúde e de bem-estar dos animais;
 Novo sistema de aconselhamento agrícola;
 Reforço das medidas comunitárias de apoio ao desenvolvimento rural;
 Regime de modulação para o financiamento do desenvolvimento rural, que se
traduzirá no decréscimo dos pagamentos diretos às explorações de maior dimensão;
 Estabilização dos mercados e aperfeiçoamento das organizações comuns de mercado.

Em 2007, o FEOGA é substituído por dois subsídios


 FEAGA- Fundo Europeu Agrícola de Garantia, que apoia o rendimento dos agricultores
através de pagamentos diretos e medidas para responder às oscilações do mercado;
 FEADER- Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, que financia os
programas de desenvolvimento rural de cada um dos países.

Objetivos para a futura PAC


Objetivo 1: Produção alimentar viável
 Contribuir para os rendimentos agrícolas e limitar a sua variabilidade;
 Melhorar a competitividade do setor agrícola e aumentar a sua quota de valor na
cadeia alimentar;
 Compensar as dificuldades de produção em áreas com condicionantes naturais
específicas.

Objetivo 2: Gestão sustentável dos recursos naturais e alterações climáticas


 Garantir práticas de produção sustentáveis e o fornecimento melhorado de bens
públicos ambientais;
 Promover o crescimento ecológico através da inovação;
 Prosseguir as ações de mitigação das alterações climáticas e de adaptação às mesmas,
permitindo assim que a agricultura responda às alterações climáticas.

Objetivo 3: Desenvolvimento territorial equilibrado


 Apoiar o emprego rural e preservar o tecido social das áreas rurais;
 Melhorar a economia rural e promover a diversificação;
 Permitir a diversidade estrutural dos sistemas de produção agrícola, melhorar as
condições de vida para as pequenas explorações e desenvolver os mercados locais.

As transformações do setor agrícola

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Em 1997 a agricultura portuguesa


 Contribuía com 17% para a formação do PIB e 30% para o emprego;
 A produtividade e o rendimento eram muito inferiores aos dos restantes países-
membros;
 O investimento era muito reduzido e as técnicas pouco evoluídas;
 As infraestruturas agrícolas eram insuficientes e as características das estruturas
fundiárias dificultavam o desenvolvimento do setor;
 Havia pouca experiência de concorrência nos mercados internos e externo.

Ocorreram três situações que vieram alterar radicalmente o quadro de adesão que foi
negociado e dificultar a integração esperada:
 A politica comunitária de redução dos preços agrícola a partir da década de 80, como
forma de combater os excedentes e as derrapagens orçamentais, obrigou Portugal a
fazer um esforço muito maior para harmonizar os seus preços com os dos seus
parceiros;
 A reforma da PAC de 1992, a fim de desencorajar a produção, veio dar um sinal
contrário ao que os agricultores esperavam: baixar preços, reduzir e desintensificar a
produção, quando a agricultura portuguesa precisava de aumentar a produtividade
para vencer o seu atraso e expandir a produção, com o objetivo de diminuir as
importações;
 O início do Mercado Único, em janeiro de 1993, ao impor a livre circulação de
produtos, confrontou prematuramente o setor agrícola nacional com a concorrência
externa.

Dificuldades da integração da Agricultura Portuguesa


 Sofreu limitações à produção, pelo sistema de quotas;
 Foi desfavorecido pelo sistema de financiamento e de repartição dos apoios;
 Os investimentos nos projetos cofinanciados por fundos comunitários levaram ao
endividamentos de muitos agricultores.

Progressos da integração da Agricultura Portuguesa


 Diminuição do número de explorações agrícolas e aumento da sua dimensão média;
 Aumento da produção e da produtividade;
 Redução da mão de obra agrícola;
 Crescimento do investimento em infraestruturas fundiárias, tecnologias e formação
profissional;
 Introdução de novas culturas, como as culturas industriais, energéticas e
mediterrânicas;
 Expansão do comércio externo e agroflorestal;
 Incremento da agricultura biológica;
 Valorização dos produtos tradicionais nacionais.

Potencializar o setor agrícola

Modernizando as Explorações

A modernização dos meios de produção e de transformação é uma condição essencial para


aumentar a competitividade do setor agrícola português no mercado externo.
 Investimento em tecnologia produtiva;

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 Melhoria das infraestruturas, como sistemas de drenagem, caminhos,


armazenamento e distribuição de água,
 Aumento da dimensão das explorações, que pode conseguir-se pelo
emparcelamento.

Especialização produtiva

Através da introdução de novas culturas ou desenvolvendo culturas tradicionais, de acordo


com as condições naturais das diferentes regiões e a procura do mercado.

Promoção de sistemas de produção amigos do ambiente

A fim de garantir a conservação dos recursos naturais e, simultaneamente, a produção de


produtos de qualidade. Neste âmbito destaca-se o sistema de produção biológico, apoiado pela
PAC.
A agricultura biológica baseia-se no uso de rotação de culturas, de estrume e composto como
adubo e do recurso a métodos biológicos, culturais e físicos de controlo de pragas, rejeitando a
utilização de produtos químicos com efeitos nocivos para o ambiente.

Produzindo com qualidade


 Ser orientada as necessidades de mercado;
 Respeitar as preferências dos consumidores;
 Explorar vantagens e complementaridades,
 Apresentar novos produtos ou revalorizando produtos tradicionais;
 Aposta em produtos que podem ser certificados.

Melhorara a organização através do associativismo

Outra forma de aumentar a competitividade é melhorando a organização e gestão das


empresas agrícolas, o que se torna mais fácil através da associação dos produtores.
 Concentração da oferta;
 Escoamento da produção dos seus membros;
 Aumento da capacidade de negociação nos mercados;
 Partilha de recursos e melhor rentabilidade do tempo disponível;
 Reduzir os custos de produção;
 Melhores condições de acesso ao crédito.

Valorizando os recursos Humanos

Rejuvenescimento da população agrícola


 Criação de condições de vida atrativas à fixação da população jovem nas áreas rurais;
 Disponibilização de ajudas e incentivos para que os jovens se possam dedicar á
atividade agrícola, total ou parcialmente;
 Incentivo às reformas antecipadas para agricultores que pretendem apostar a gestão
da exploração para jovens;
 Agilização do processo de instalação de novos empresários, privilegiando os mais
jovens.

Aumento do nível de instrução e qualificação


 Promoção do conhecimento e desenvolvimento de competências;
 Criação de polos de ensino profissional;
 Promoção do desenvolvimento de competências no domínio das TIC.

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Emparcelamento

Junção de várias parcelas de diferentes proprietários numa só, através de compra, venda ou
troca.

Vantagens do emparcelamento
 Aumento significativo do rendimento e da produtividade agrícola;
 A mecanização de um maior número de explorações agrícolas;
 A melhoria das condições de vida dos agricultores: poupa tempo e esforço;
 Uma diminuição dos custos de produção através da obtenção de economias de escola;

As novas oportunidades para as áreas rurais


Como consequência de problemas como o envelhecimento demográfico, o despovoamento, o
baixo nível de instrução e qualificação da mão-de-obra, a oferta insuficiente de serviços e o
baixo nível de vida da população, assiste-se ao/à progressivo(a):
 Abandono da atividade agrícola
 Desvitalização económica das regiões
 Diminuição da capacidade de atrair e fixar população

São várias as atividades que devem ser encaradas como novas oportunidades para as áreas
rurais. Entre elas, destacam-se:

 O turismo (TER)

O turismo deve ser encarado como uma das atividades que melhor pode assegurar a
revitalização do tecido económico rural, através do aproveitamento dos recursos endógenos,
da história e das tradições de cada região.

Serviço de hospedagem em estabelecimentos


Turismo de Turismo de habitação de natureza arquitetónica, histórica ou
habitação artística
Serviço de hospedagem em casas
Agroturismo particulares, integradas em explorações
agrícolas, permitindo aos hóspedes participar
nas atividades agrícolas
Serviço de hospedagem em casas particulares
Casas de campo localizadas em aldeias e espaços rurais
Turismo em Serviço de hospedagem em estabelecimentos
espaço rural hoteleiros situados em espaços rurais que
Hotel rural respeitam as características dominantes da
região no traçado arquitetónico
Serviço de hospedagem em casas rusticas
Turismo rural particulares, têm geralmente pequenas
dimensões e nela habita o proprietário que
ajuda a dinamizar a estadia dos hóspedes
Serviço de hospedagem prestado em
Turismo de aldeia conjuntos de 5 ou mais casas particulares,
situadas numa aldeia

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Turismo cultural Turismo termal Turismo de Turismo fluvial


aventura e de
natureza
Valoriza a história, Trata-se de uma Integra um Valoriza a importância
a forma de fugir ao conjunto da água como fonte
monumentalidade, stress urbano, diversificado de lazer, tem obtido cada
as manifestações através do atividades ao ar vez mais adeptos que
culturais ou o aparecimento de livre, como preferem a calma da
simples contacto vários hotéis onde se pedestrianismo, água. É responsável
com meios desenvolvem BTT, escalada, pela dinamização
naturais ou atividades de corrida, turística de algumas
humanos balneário, canoagem… áreas, como é o caso
diferentes acrescentando do Douro.
serviços relacionados
com a designação de
SPA

 A silvicultura

A floresta e a atividade florestal constituem um importante setor da economia portuguesa,


sustentando uma cadeia industrial integrada, responsável por um volume significativo das
nossas exportações.
A floresta desempenha um importante papel no desenvolvimento rural numa lógica de
multifuncionalidade que possibilita a realização de várias atividades. Devem ser
implementados cada vez mais esforços no sentido de a defender como uma valiosa fonte de
riqueza natural, através da:
- Reorganização da estrutura fundiária (incentivo ao emparcelamento)
- Prevenção de incêndios (limpeza dos matos, proibição de queimadas, maior vigilância…)
- Reflorestação (plantação de novas árvores)

 A indústria

Esta atividade é importante porque gera riqueza e emprego, desenvolve outras atividades
complementares, contribui para a fixação da população e inverte o processo de
despovoamento e envelhecimento.
A promoção da implantação de indústrias em áreas rurais, enquadrada por políticas de
desenvolvimento regional, deve passar pelo(a):
- Formação e qualificação da mão de obra
- Criação de parques e áreas industriais
- Apoio a iniciativas inovadoras que estimulem o empreendedorismo e a competitividade
- Atribuição de benefícios fiscais e subsídios

 Os serviços

A implementação e a diversificação dos serviços nestas áreas, que envolvem o acesso a bens
ligados à educação e à saúde, à saúde, à cultura e ao lazer ou aos transportes e comunicações,
revelam-se fundamentais para melhorar as condições de vida da população, para gerar a
criação de empregos e para servirem de suporte ao desenvolvimento de novas atividades,
nomeadamente ligadas ao turismo e à indústria.

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 As produções locais de qualidade

O interesse pelos produtos agrícolas e agroalimentares típicos ou locais de qualidade tem


vindo a aumentar. A procura crescente de bens com história e identidade próprias e mais
seguros para a saúde, abre oportunidades para o desenvolvimento das áreas rurais. São
considerados uma mais-valia no quadro de diversificação da economia rural, estando na base
da criação de empresas e de emprego.

 As energias renováveis

Nas áreas rurais, o aproveitamento da biomassa para produção e o estabelecimento da


respetiva indústria de transformação podem contribuir substancialmente para criar novos
mercados para a agricultura e promover o desenvolvimento das áreas rurais.

Estratégias integradas de desenvolvimento rural

Em Portugal, os contrastes de desenvolvimento entre as áreas urbanas e as áreas rurais são


acentuados, pelo que, face ás razões objetivas atrás assinaladas, mas também por opção, as
políticas de desenvolvimento rural têm vindo a ocupar um lugar reforçado na luta por uma
sociedade territorialmente mais equilibrada.

O desenvolvimento rural, a nível comunitário, tem vindo a ser promovido através de políticas
estruturais que permitem a implementação que permitiram a implementação de medidas de
apoio que, no âmbito dos Quadros Comunitários de Apoio, foram financiadas por Fundos
Estruturais comunitários (FEDER, FEOGA-O e FSE) e se encontram enquadrados por vários
programas, nomeadamente o LEADER.

Programa LEADER- a iniciativa comunitária LEADER foi lançada em 1991, com o objetivo de
apoiar ações inovadoras de desenvolvimento rural nas regiões desfavorecidas da União. Ao
LEADER I sucedeu o LEADER II, no período 1994-1999 e o LERADER +, no período 2000-2006.
OS projetos LEADER podem ser desenvolvidos em todas as áreas rurais da União.

Os projetos associados ao programa LEADER são desenvolvidos a nível local, envolvendo


parcerias entre diferentes agentes, como com as autarquias, associações profissionais ou
recreativas e outros agentes de desenvolvimento. Nesse sentido, foram constituídos Grupos De
Ação Local (GAL), responsáveis pela elaboração de Planos De Ação Local a plicar nas Zonas de
Intervenção definidas em várias áreas rurais do país para esse fim.

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As áreas urbanas

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Definir Cidade
A ocupação do território confere á paisagem características que permitem fazer diferenciações
espaciais. Uma distinção comum opõe o espaço urbano ao espaço rural, devido às diferentes
características que permitem distingui-los na paisagem.

Características das cidades


 Apresentam uma forte concentração de imóveis e infraestruturas (água, saneamento e
energia)
 Estão dotadas de equipamentos sociais e culturais (hospitais, escolas, transportes
públicos, cinemas)
 Apresentam preços do solo elevados
 Registam um intenso movimento de pessoas e veículos
 Exercem influência económica, cultural, social e político-administrativa à escala local,
regional, nacional ou mesmo internacional

Critérios
 Critério demográfico- Valoriza o número de habitantes e/ou a densidade
populacional, definindo um limiar mínimo, a partir do qual as aglomerações
populacionais são consideradas cidades.
Levanta alguns problemas, uma vez que muitos aglomerados suburbanos têm um
elevado número de habitantes e grande densidade populacional mas não oferecem
funções urbanas relevantes além da residencial, pois funcionam como dormitórios em
relação a uma grande cidade próxima.
 Critério Funcional- Tem em conta a influência exercida pela cidade sobre as áreas
envolventes e o tipo de atividade a que a população se dedica, que ser
maioritariamente dos setores secundário e terciário. Muitas das cidades do interior e
das Regiões autónomas, apesar de terem um número de habitantes relativamente
reduzido, desempenham e oferecem funções urbanas importantes, pelo que exercem
influência e estabelecem relações de interdependência com a sua área envolvente.
 Critério jurídico-Administrativo- Aplica-se às cidades definidas por decisão legislativa.
São exemplos as capitais de distrito e as cidades criadas por vontade régia, como
forma de incentivar o povoamento, de recompensar os serviços prestados ou de
garantir a defesa de regiões de fronteira.

A cidade em Portugal
Aglomerado populacional contínuo, com um número de eleitores superior a 8000, possuindo
pelo menos, metade dos seguintes coletivos:
 Instalações, hospitais, farmácias, corporação de bombeiros, museu, biblioteca,
transportes públicos, parques, jardins públicos...

Morfologia Urbana
Cada cidade reflete a originalidade da civilização e da cultura dos seus habitantes, possuindo
uma arquitetura própria e uma Planta particular.
A morfologia urbana engloba o traçado das ruas, os edifícios, a combinação entre os espaços
edificados e os espaços livres e ainda a propriedade.
Podem considerar-se 3 tipos de plantas:
 Traçado irregular
 Traçado radioconcêntrico
 Traçado ortogonal

Planta da cidade

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É uma representação em grande escala de uma cidade.

Planta ortogonal
 Ruas direitas, paralelas e perpendiculares
 Traçado geométrico regular- ângulos retos
 Existência, por vezes, de uma praça central

Planta Radioconcêntrica
 Apresenta uma praça central rodeada por ruas circulares concêntricas
 Ruas radicais principais saem do centro para a periferia
 Características das cidades medievais

Planta irregular
 Ruas estreitas, tortuosas e, às vezes sem saída
 Frequente encontrar escadinhas e calçada adaptada á topografia
 Dificuldade de circulação automóvel
 Crescimento desordenado

Urbanização
Processo de desenvolvimento das cidades, quer em número de população quer em extensão,
como resultado de alterações na atividade económica e no modo de vida da população.

Taxa de urbanização
Relação entre o número de pessoas a residir em lugares urbanos e a produção total.

P o pulaç ão U r ban a
T a x a d e U r b a n iz a ç ã o = x100
P o p u l a ç ã o T o ta l
O aumento da taxa de urbanização traduz-se pelo crescimento populacional em territórios com
características urbanas, assim como pela formação de novas centralidades dispersas pelo
território, algumas delas localizadas no interior.

Áreas funcionais

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O espaço urbano oferece uma grande diversidade de funções que, geralmente, se encontram
organizadas no espaço, formando as chamadas áreas funcionais- áreas mais ou menos
homogéneas em termos das funções que oferecem.
As áreas funcionais podem ser:
 Terciárias
 Residenciais
 Industriais

Renda locativa
Preço do solos, determinado por um conjunto de fatores:
 Acessibilidade
 Infraestruturas
 Proximidade de equipamentos sociais
 Qualidade ambiental

No geral, o preço dos terrenos e, consequentemente, dos imóveis e das rendas diminui do
centro para a periferia, devido:
 À diminuição da acessibilidade
 Ao aumento dos terrenos disponíveis
 À diminuição da procura

Acessibilidade
Determinante na localização e implantação das diferentes atividades no espaço intraurbano.
Interfere diretamente com o valor do mercado imobiliário e fundiário elemento diferenciador
em termos espaciais.

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Especulação fundiária
Sobrevalorização do preço do solo em resultado da elevada procura face a uma oferta
reduzida.

Áreas terciárias
Nas cidades é possível identificar uma área central, habitualmente designada por CBD.
Individualiza-se das restantes áreas da cidade pela grande concentração de atividades
terciárias.
 Comércio
 Serviços especializados
 Animação lúcida e cultural de qualidade

Demograficamente, o CBD caracteriza-se por:


 Uma numerosa população flutuantes
 Um reduzido número de habitantes

No CBD, existe a tendência para a diferenciação, quer no que respeita à distribuição das
atividades pelas ruas.
Os estabelecimentos de maior prestígio e os serviços que necessitam de maior contacto com o
público ocupam o piso de térreo e as ruas principais, enquanto as funções menos nobres, ou
de menor contacto com o público ocupam os andares mais altos e as ruas secundárias.
Individualizam-se áreas com predomínio:
 Comércio grossista
 Comércio retalhista

Dinâmica Funcional
 Numa primeira fase, assistiu-se à substituição das funções industrial e residencial pelo
comércio e por outras atividades terciárias.
 Posteriormente, iniciou-se uma tendência de descentralização destas funções em
direção a outras áreas da cidade.

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A especulação fundiárias, Congestionamento do centro e a diminuição da acessibilidade


formaram novas centralidades.

O despovoamento do centro das cidades


O centro das cidades tem perdido população. Esta tem procurado bairros, de construção mais
recentes e funcionais, localizados noutras áreas da cidade ou na sua periferia, com a qualidade
de vida que o centro já não lhe oferece.
 Crescente forma do centro pelas atividades terciárias
 Desenvolvimento dos transportes (aumenta a mobilidade da população e a sua fixação
em áreas afastadas do local de trabalho)
 Aumento do congestionamento de trânsito e dificuldades de estacionamento
 Aumento da população sonora e atmosférica
 Degradação das habitações antigas, que cada vez mais apresentam condições de
habitabilidade precárias

Medidas de revitalização do CBD


 Organização do trânsito e criação de espaços de estacionamento
 Melhoramento dos transportes públicos
 Encerramento ao trânsito de determinadas ruas ou áreas
 Implementação de programas e iniciativas de incentivo e apoio à revitalização e
requalificação urbana

As áreas residenciais
A função residencial desempenha um papel importante nas cidades, cuja localização está
diretamente relacionada com o custo do solo e, por isso, reflete as características sociais da
população que nelas habita.
Pode mesmo falar-se em segregação espacial- tendência para organização do espaço em áreas
de grande homogeneidade interna e forte disparidade entre elas, também em termos de
hierarquia.

Classes de maiores recursos


Os melhores locais da cidade são ocupados pelas classes altas.
São normalmente, áreas planeadas, com boa acessibilidade, espaços verdes e, muitas vezes,
vista panorâmica, locais aprazíveis e prestigiados.

Classes médias
Os bairros das classes médias têm menor qualidade arquitetónica e ocupam grande parte do
espaço urbano.
Nestas áreas, reside, de um modo geral, uma população mais jovem, verificando-se uma
tendência generalizada para a aquisição de casa própria, devido ao fraco dinamismo do
mercado de arrendamento, em Portugal.

Classes de menores recursos


A população de menores recursos reside nas áreas antigas e degradadas da cidade, em bairros
e habitação precária e de habitação social.
Em Portugal, a habitação foi principalmente, através do realojamento em bairros de habitação
social, do estado ou das autarquias, onde os edifícios são idênticos, com apartamentos
pequenos, para albergarem um grande número de famílias.

Gentrificação

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Processo de transferência de população de elevado nível de rendimentos para bairros antigos,


na sequência de estratégias de reabilitação do seu parque habitacional.

As áreas industriais do centro para a periferia


A dinâmica funcional e a evolução do tecido urbano, levaram muitas indústrias a deixar a
cidade.

Causas
 Grande exigência de espaço
 Elevado custo do solo e das rendas
 Congestionamento de trânsito e dificuldade de estacionamento
 Poluição e o ruido
 Segmentação do processo produtivo
 Desenvolvimento das redes de transporte

A criação de xonas industriais ou parques industriais veio ao encontro da necessidade de


algumas empresas para as quais a procura de terreno, a obtenção de licenças, de projetos e a
construção seriam desincentivadoras da mudança de instalações.

Na cidade
Algumas indústrias de bens de consumo permanecem no interior ou mesmo no centro da
cidade, localizando-se sobretudo nas traseiras de lojas ou em andares superiores dos edifícios.
 Pouco poluentes e menos exigentes em espaço e energia
 Utilizadoras de matérias-primas leves e pouco volumosas
 Trabalham por encomenda e requerem o contacto direto com o cliente, como a
confeção de alta-costura ou as artes gráficas
 Produzem bens raros ou de elevado valor, como a joalharia

A expansão das cidades


O crescimento das cidades está relacionado com duas fases:
 1ªFase centrípeta- concentração de população e de atividades económicas no interior
do perímetro urbano, originando uma configuração urbana compacta e de limites
definidos. Resulta da inexistência de transportes coletivos, o que obriga à aproximação
entre o local de residência e o local de trabalho.

 2ªFase centrífuga- Desconcentração urbana, caracterizada pela deslocação da


população do centro para a periferia, originando uma urbanização sem limites
definidos e ocupando grandes extensões territoriais.

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Fatores que estão na origem da fase centrífuga


 Aumento populacional, devido ao crescimento do saldo natural e/ou do saldo
migratório
 Concentração das atividades do setor terciário no centro, levando à saída dos
residentes para a periferia
 Menor custo dos terrenos no solos
 Vulgarização do acesso ao transporte individual
 Boa infraestrutura (rede de energia, saneamento) em âmbitos territoriais onde antes
era praticamente impossível localizar e organizar uma atividade

Suburbanização
Movimento de expansão das cidades em direção à periferia, ou seja, a ocupação dos subúrbios
(periferia).
O aumento da motorização das famílias libertou a expansão das áreas suburbanas dos
principais eixos de circulação dos transportes públicos e tornou-se mais difusa e complexa.

Resultados da suburbanização
 Dinâmica da construção civil
 Elevado custo da habitação no interior das cidades
 Desenvolvimento das atividades económicas
 Desenvolvimento dos transportes e das infraestruturas viárias
 Aumento da taxa de motorização das famílias

Problemas
 Destruição dos solos agrícolas e florestais
 Aumento da poluição
 Aumento do gasto com combustíveis
 Desgaste físico e psicológico (devido aos movimentos pendulares)

Periurbanização
O crescimento das cidades para lá dos seus antigos limites dificulta o estabelecimento de
fronteiras entre o que é espaço urbano e o que é espaço rural, podendo observar-se, além da
cintura formada pelos subúrbios, áreas onde atividades e estruturas urbanas se desenvolvem,
misturando-se com outras de caráter rural.

Características
 Baixas densidades populacionais
 Alteração constante do uso do solo
 Espaços parcialmente ocupados pela agricultura

Rurbanização

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Trata-se de uma forma de progressão urbana mais difusa que, invadindo os meios rurais, não
se traduz, contudo, na urbanização contínua do espaço. Constitui uma nova tendência de
deslocação da população urbana em busca de melhores condições de vida do que as que
encontra nas cidades e nos subúrbios.

As áreas Metropolitanas

A intensificação do processo de suburbanização em Portugal, particularmente no litoral e em


torno das cidades de Lisboa e Porto, conduziu ao crescimento de aglomerados periféricos e
determinou novas dinâmicas territoriais. Este processo de expansão associou-se á criação de
áreas metropolitanas, que constituem amplas áreas urbanizadas, englobando uma grande
cidade, a qual exerce um efeito polarizador sobre as restantes aglomerações urbanas. Neste
espaço desenvolve-se, ainda, um complexo sistema de inter-relações entre o núcleo central e a
urbanização.

As áreas metropolitanas formam, assim, um sistema urbano policêntrico, ligado por relações
de complementaridade, que reforçam a coesão do território e promovem uma maior eficácia
de funcionamento e dinamismo económico.

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As áreas metropolitanas destacam-se, então, pelos seguintes aspetos


 Polarização do território- o seu dinamismo económico atrai população e emprego;
 Fluxos de pessoas e bens- intensos movimentos de pessoas e bens quer interurbanos
quer intraurbanos, motivados, para além do trabalho, por razões ligadas ao ensino, à
cultura ou ao desporto, entre outras;
 Movimentos pendulares- resultam da separação entre o local de trabalho e o de
residência e atingem o seu auge em horas de ponta;
 Diminuição da população nas áreas mais centrais da cidade principal;

Área metropolitana de Lisboa

As alterações nas acessibilidades, nomeadamente com a construção da Ponte vasco da Gama e


da via ferroviária na Ponte 25 de Abril, aproximadamente entre si Lisboa e Setúbal,
contribuindo para a dispersão do povoamento na periferia, para a expansão das residências
secundárias e para uma grande diversidade da ocupação dos territórios periurbanos, o que
originou um sistema metropolitano policêntrico.

Dinâmica económica

As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram cerca de metade do emprego em


Portugal, o que traduz a sua importância no contexto económico nacional, permitindo
considera-las verdadeiros polos dinamizadores da economia. Esta situação resulta de alguns
fatores:
 Localização das duas maiores cidades do país, nomeadamente a capital;
 Concentração de recursos essenciais ao desenvolvimento, nomeadamente mão de
obra qualificada, capital, infraestruturas e equipamentos;
 Localização em sedes de empresas e organismos internacionais;
 Existência de vasto património cultural;
 Sistema produtivo diversificado.

Industrialização

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A AML constitui a região mais industrializada do país, não só pelo elevado número de
população empregue, como pelo contributo em termos de valor acrescentado bruto. Nesta
área, a indústria caracteriza-se pela:
 Diversidade do tecido industrial, com destaque para a indústria química, siderúrgica,
construção e reparação naval e veículos de transporte;
 Concentração de indústrias de bens de equipamentos;
 Predomínio de indústrias de capital intensivo;
 Utilização de mão de obra muito qualificada e especializada;
 Grande dimensão das empresas.

Relativamente à AMP, a atividade industrial destaca-se pela


 Especialização nos ramos da indústria tradicional ligada ao têxtil, calçado e mobiliário;
 Concentração de indústrias de bens de consumo;
 Utilização mais intensiva de mão de obra;
 Tecnologias mais lentas;
 Predomínio de pequenas e médias empresas;

O crescimento urbano e os problemas urbanos

As cidades maiores continuam a expandir-se, devorando terras de cultivo e povoações


circundantes, o que acarretará consequências. O crescimento das cidades vai dando origem a
um conjunto de problemas, que aumentaram e que se agravam à medida que a população
urbana aumenta.

Classificação dos Problemas Urbanos Propostas de soluções


problemas
Planeamento urbano – aplicação
Infraestruturas: de instrumentos de gestão
- Saturação do espaço territorial que permitam não só a
físico prevenção como a resolução dos
- Sobrelotação das problemas urbanos, garantindo,
infraestruturas físicas assim a melhoria da qualidade de
(redes de distribuição da vida:
água, energia, de
saneamento e de - Plano Diretor Municipal, PU, PP
transportes)
Urbanísticos/Estruturais - Sobrelotação de - Requalificação Urbana:
infraestruturas sociais intervenção assente numa
(tribunais, escolas, alteração funcional dos edifícios e
finanças, hospitais, centros dos espaços devido à
de dia para idosos) redistribuição da população e das
- Congestionamento e atividades económicas.
problemas de trânsito –
intensificação dos - Renovação Urbana: implica a
movimentos pendulares demolição total ou parcial de
- Falta de estacionamentos edifícios e estruturas de uma área,
- Excesso de superfícies que é reocupada com outras
impermeáveis construídas funções e por uma classe social
pelo Homem (asfalto, mais favorecida.
betão, etc) que dificultam
ou impedem a infiltração - Reabilitação Urbana: implica

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de água no solo e uma intervenção nas áreas


favorecem a escorrência degradadas, visando melhorar as
superficial das águas, condições físicas do património
contribuindo para a edificado, de forma a revitalizar a
ocorrência de cheias cidade, a partir do restauro ou
rápidas conservação dos imóveis e de
espaços públicos. As funções
Habitação e existentes são mantidas, bem
habitabilidade: como o estatuto socioeconómico
- Degradação de muitos dos moradores.
edifícios nas áreas mais
antigas, na sequência do Exemplos de programas.
abandono das casas e da - Reabilitação Urbana (PRAUD,
falta de obras de RECRIA)
conservação - Requalificação urbana e
- Aparecimento de bairros valorização ambiental das cidades
de lata (habitação precária) (POLIS)
- Proliferação de habitação - Realojamento das populações
clandestina com baixos recursos económicos
- Sobrelotação de bairros (PER)
residenciais degradados
- Insuficiente Melhorar a gestão do tráfego
equipamentos de urbano:
deposição e de tratamento . construção de mais parques de
de lixos e águas residuais estacionamento na entrada das
(aterros sanitários, cidades;
incineradoras, ETAR’s) . criação de interfaces adequados
- Má qualidade estética – às necessidades específicas de
provocada pelas agressões cada centro urbano;
na paisagem urbana . melhoria da eficácia dos
transportes públicos, diminuindo
a duração e o cansaço dos
- Maior pressão sobre os movimentos pendulares;
ecossistemas . condicionamento do trânsito
- Aumento da poluição dentro do tecido urbano;
atmosférica e sonora . aplicação de sistemas tarifários
Ambientais - Crescente volume de de estacionamento ajustados aos
produção de resíduos perfis de utilização e às realidades
urbanos, associado à socioeconómicas da cidade.
dificuldade de recolha e
tratamento com efeitos
nefastos para o ambiente Valorização ambiental
- Ocupação urbana de - Aumentar o número e a
áreas sensíveis do ponto de qualidade dos espaços verdes e
vista ambiental (zonas melhorar os que existem.
ribeirinhas, leitos de - Promoção da mobilidade
cheias, encostas íngremes, sustentável (táxis elétricos,
regiões costeiras) autocarros, elétricos e/ou a gás
- Elevado grau de natural, mais linhas de metro,
impermeabilização dos criação de ciclovias, trotinetes,
solos urbanos bicicletas de utilização gratuita...).

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- Formação de ilhas de - Implementação do serviço de


calor - resulta, recolha e tratamento dos resíduos
principalmente, da sólidos urbanos (RSU).
utilização de materiais de - Recolha personalizada dos
construção com forte resíduos sólidos.
capacidade de absorção – Separação dos peões e carros –
(alcatrão, fibrocimento). humanização da paisagem
Esta situação é agravada urbana.
pela forte densidade de
construção e intenso Políticas de integração social
tráfego urbano. - Desenvolver serviços de apoio à
- Ocupação de solos de população idosa que permitam o
elevada aptidão agrícola acompanhamento domiciliário, e
- Falta de espaços verdes através de um maior contacto
que possibilitem o lazer e o social, a participação ativa dos
convívio idosos em atividades diversas
- Falta de caminhos (universidades/academias
pedonais seniores, atividades de
enriquecimento físico, social e
- Quebra abrupta da mental...).
natalidade (saída de jovens - Alargar o serviço de
para a periferia da cidade) acompanhamento de crianças e
- Envelhecimento da jovens (ocupação de tempos
população livres, salas de estudo,
- Abandono e solidão equipamentos desportivos,
- Pobreza – trabalhadores bibliotecas, etc.) que previnam e
mal remunerados, idosos, reduzam as situações de risco
Sociais e Económicos grupos étnicos e culturais social.
minoritários - Construir e otimizar
- Desemprego, exclusão equipamentos coletivos,
social e da mendicidade nomeadamente os de cultura e
- Criminalidade e lazer e os desportivos, que
insegurança promovam o convívio e o
- Aumento das tensões e encontro da população urbana.
conflitos sociais - Criação de programas de apoio
- Aumento da fadiga e do ao empreendedorismo jovem.
stresse - Promover o intercâmbio de boas
- Falta de tempo para a práticas no desenvolvimento
família e para a vida urbano sustentável (com redes de
pessoal cidades portuguesas e europeias)
para a procura de soluções para
os inúmeros desafios urbanos.

O programa POLIS
Surge na sequência do PROSIURB, que visava o apoio dos municípios na execução dos
planos estratégicos para as cidades e para a recuperação de espaços patrimoniais:

Os principais objetivos do programa POLIS são


 Desenvolver grandes operações integradas de requalificação urbana com uma forte
componente de valorização ambiental;

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 Desenvolver ações que contribuam para a requalificação e revitalização de centros


urbanos e que promovam a multifuncionalidade desses centros;
 Apoiar outras ações de requalificação que permitam melhorar a qualidade do
ambiente urbano e valorizando a presença de elementos ambientais estruturantes
(frentes de rio ou de costa);
 Apoiar iniciativas que visem aumentar os espaços verdes, promover áreas pedonais e
condicionar o trânsito automóvel em centros urbanos.

Distribuição das cidades Portuguesas

Em Portugal Continental, as cidades distribuem-se de forma irregular, sendo clara uma


concentração:
 Em torno de Lisboa e do Porto ;
 No litoral ocidental entre estas duas cidades;
 No litoral do algarve
No interior e no litoral ocidental do Alentejo, existem cidades em menor número e apresentam
menos habitantes.

A rede urbana Portuguesa

Uma rede urbana ou sistema urbano corresponde ao conjunto de cidades e suas periferias, de
dado território, à escala regional, nacional ou internacional, que estabelecem relações de
dependência e complementaridade, geralmente com uma certa ordem hierárquica.
A rede urbana nacional caracteriza-se por um acentuado desequilíbrio, na dimensão
demográfica, na repartição espacial e no nível de funções oferecidas pelos centros urbanos.

Uma rede urbana caracteriza-se


 Distribuição espacial das cidades;
 Dimensão (número de habitantes);
 Importância quanto às funções que oferece.

A rede urbana nacional caracteriza-se também por uma hierarquia de dimensão, com os
centros urbanos mais populosos situados no litoral.

Hierarquia das cidades portuguesas


As cidades têm um papel fundamental na organização do território. Interagem com a sua área
de influência.

Área de influência

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Área sobre a qual a cidade exerce a sua ação atraindo população e oferecendo bens, serviços e
emprego que constitui, também, uma área complementar, pois oferece serviços, bens e mão
de obra à cidade.

Lugar central
Uma cidade pode considerar-se um lugar central- que oferece bens e serviços a uma área de
influência, tendo capacidade de atrair população.

Produtos e serviços
 Bens centrais- só podem ser adquiridos em determinados locais- lugares centrais;

Comércio numa rua de Coimbra

 Bens dispersos- que são distribuídos à população, com a água e a eletricidade;

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Central de alta voltagem

 Bens vulgares- de utilização frequente, presentes em muitos lugares, sem exigirem


deslocações significativas;

Cafés na Ribeira, Porto

 Bens raros- de utilização pouco frequente, presentes apenas em certos lugares, o que
exige, geralmente maiores deslocações.-

Corredor de hospital

A importância de um lugar central e a dimensão da sua área de influência, depende


 Dos bens e funções que oferece;
 Da sua maior ou menor acessibilidade;

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 Funções de nível superior- mais raras e especializadas, são oferecidas por um menor
número de centros urbanos, geralmente os de maior dimensão, que têm maior área de
influência;
 Funções de nível inferior- mais frequentes, estão presentes em grande número de
lugares, com menor área de influência.

A rede urbana nacional no contexto europeu


Muitos países europeus apresentam um maior equilíbrio quanto:
 À dimensão demográfica;
 À repartição espacial;
 Ao nível de bens e funções que as cidades oferecem.

Alguns países europeus apresentam sistemas urbanos policêntricos, pois a população urbana
distribui-se por várias aglomerações urbanas.

Desequilíbrios a atenuar
O desequilíbrio da rede urbana portuguesa evidencia-se:
 Na dimensão dos centros urbanos;
 Na repartição geográfica;
 No nível de funções.
O sistema urbano nacional apresenta uma clara bipolarização.

Consequências
 Fraca capacidade de inserção das economias regionais na economia nacional;
 Limitação das relações de complementaridade entre os diferentes centros urbanos e,
como tal, do dinamismo económico e social;
 Limitação da competitividade nacional no contexto europeu e mundial, pela perda de
sinergias que uma rede urbana equilibrada proporciona.

Economias de aglomeração
As atividades económicas dos setores secundário e terciário instalam-se, preferencialmente,
nas áreas urbanas desenvolvidas.
 Mão de obra mais numerosas e qualificada;
 Mais e melhores infraestruturas;

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 Maior acessibilidade aos mercados e internacional.

Economias de Escala
As áreas urbanas atraem as atividades económicas e estas, por sua vez, contribuem para a
expansão das áreas urbanas, pois criam emprego, atraem população e diversificam as funções
e os bens e serviços disponíveis nessas aglomerações.

Deseconomias de aglomeração
Os problemas resultantes da excessiva aglomeração de população e atividades refletem-se no
aumento dos custos das atividades económicas e afetam a qualidade de vida da população.
Quando as desvantagens da concentração se tornam superiores às vantagens, gera-se uma
deseconomias de aglomeração- os custos da concentração passam a ser superiores aos seus
benefícios.

Políticas de ordenamento
 Potencializem as especificidades regionais;
 Facilitem a coordenação das ações ao nível local;
 Reforcem a complementaridade interurbana;
 Promovem o desenvolvimento de cidades e sistemas urbanos

Cidades médias

A designação de cidade média ou intermédia coloca a questão dos critérios subjacentes à sua
classificação, processo que apresenta certas dificuldades. Os critérios variam de país para país
e ao longo do tempo que impede uma definição universal.

O contributo das cidades com uma dimensão média é fundamental para criar dinamismo
económico e social, proporcionando as vantagens das economias de aglomeração, que atraem
as atividades económicas e criam condições para a fixação populacional sem as desvantagens
da concentração excessiva.

O papel das cidades médias

Redução das assimetrias territoriais


 Dinamizam as respetivas áreas de influência.
 Estendem os benefícios do seu desenvolvimento às áreas rurais envolventes.
 Oferecem serviços essenciais para a qualidade de vida da população e o desempenho
das empresas.

Redistribuição da população e atividades económicas


 Capacidade de criar emprego.
 Oferecer diversidade e qualidade de bens.
 Disponibilizar serviços qualificados em áreas como a saúde, educação ou inovação e
formação profissional.

Oportunidade para as cidades médias (formas de promoção)


 A melhoria das redes de transporte.
 Articulação entre os diferentes centros do sistema urbano nacional.
 Interligação aos grandes eixos urbanos europeus.
 Estabelecimento de alianças interurbanas regionais.

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 Participação em redes internacionais de cooperação interurbana.


 A emergência de novas dinâmicas de desenvolvimento.
 Reconhecimento do papel das novas tecnologias.
 Influência local e regional dos polos de ensino superior.

As parcerias entre as cidades e o mundo rural

O espaço rural estava relacionado com as atividades agropecuárias e florestais, organizando-se


em 4 aspetos:
 A função é a produção alimentar
 A atividade económica dominante é a agricultura
 O grupo social de referência é a família camponesa
 Constitui um tipo de paisagem: a paisagem tradicional

A relação rural-urbano passou a refletir esta profunda alteração


 O mundo rural abastece os mercados urbanos
 Os citadinos procuram refúgio da paisagem das áreas rurais
 As áreas rurais disponibilizam mão-de-obra barata e desqualificada às cidades
 As cidades tornam-se polos de prestação de serviços
 As relações de complementaridade rural/urbano diversificam-se

Anos 80 do século XX, o mundo rural deixa de estar voltado exclusivamente para a produção
agrícola:
 Também tem uma função de produção alimentar
 A atividade económica principal pode não estar relacionada com a agricultura
 O grupo social de referência deixa de ser a família camponesa
 A paisagem tradicional é encarada como património

Atualmente, a valorização da dimensão não agrícola do mundo rural concretiza-se através de 3


tendências:
 Movimento de renaturalização
 Procura de autenticidade
 Valorização dos recursos paisagísticos

Neste contexto, a construção de uma nova relação rural-urbano deverá assentar em 2


objetivos:
 Consolidar relações de proximidade mutuamente benéficas e de esforço coletivo
 Transformar as cidades em pontes efetivas entre as áreas rurais e o mundo exterior

Transportes
Transporte Modo de Transporte Meio de Transporte Redes de Transportes
Sinónimo de uma Maneira com se faz Veículo utilizado Conjunto das
atividade que visa a deslocação, ligações/vias/linhas
levar algo através do atendendo ao entre localidades, e
espaço, ou seja, de espaço são hierarquizadas
um lugar para o outro desigualmente no
território

O Desenvolvimento das redes e dos meios de transportes


 Permite o aumento da acessibilidade;

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 Reduz os tempos e os custos de deslocação;


 Intensifica as trocas comerciais;
 Promove o aumento da produção;
 Promove a terciarização da sociedade
 Cria empregos;
 Contribui para a estruturação do espaço urbano;
 Intensifica os movimentos pendulares;
 Diminui o isolamento das regiões mais desfavorecidas;
 Contribui para o decréscimo das assimetrias socioeconómicas regionais;
 Promove o aumento da qualidade de vida;

Distância-tempo e distancia-custo
A modernização dos transportes modificou a noção de distância. Antigamente a distância física
media-se em termos absolutos (Km), na atualidade mede-se em termos relativos:
 Distância-tempo- Tempo necessário para efetuar uma determinada deslocação usando
um certo modo/meio de transporte. Pode ser representada num mapa através de
isócronas – linhas que unem pontos de igual distância-tempo
 Distância-custo- Despesa efetuada numa determinada deslocação, usando um certo
modo/meio de transporte. Pode ser representada no mapa por isótimas – linhas que
unem pontos de igual distância-custo.

A escolha mais adequadado modo de transporte, quer de passageiros quer de


mercadorias, depende de fatores como:
 Custos de deslocação
 Natureza do trajeto
 Distancia a percorrer
 Tipo e volume de mercadorias/passageiros
 Despesas com a energia
 Fiabilidade

A conjunção destes fatores permite determinar, para cada caso, qual o modo de
transporte que oferece mais vantagens em termos comparativos.
 Os transportes rodoviários são os mais indicados, no transporte intracontinental, para
transportar pessoas e mercadorias a curtas distâncias.
 Os transportes ferroviários são os mais indicados, no transporte intracontinental, para
transportar muitas pessoas e grandes cargas a médias e a longas distâncias.

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 Os transportes marítimos são os mais adequados, no transporte intercontinental, de


grandes cargas a longas distâncias.
 Os transportes aéreos são os mais rápidos, mas são caros, poluentes e têm um
consumo elevado de combustível, sendo preferido nas deslocações a médias e longas
distâncias no tráfego de passageiros devido à sua velocidade, conforto e rapidez.

Transporte Aquático
Transportes Marítimo Transporte Fluvial
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens
. Grande capacidade . Reduzida . Baixos custos . Lentidão das
de carga; velocidade quando operacionais embarcações
. Especialização ao comparado com os . Elevada capacidade . Necessita de
nível do transporte restantes modos de de carga efetuar transbordo
de mercadorias transporte; para outros meios de
(petroleiros, porta- . Necessidade de . Eficaz em áreas transporte
contentores). transbordo; urbanas com rios . Dependente de rios
. É o mais . Podem ser muito navegáveis que sejam
competitivo para poluentes navegáveis. A
longas distâncias no . Risco de acidentes . Aproveitamento maioria dos rios não
transporte de ambientais (derrame turístico (ex: barco é navegável devido
mercadorias pesadas de petróleo) rebelo no Douro) ao regime irregular e
e volumosas. . Sujeito às ao seu baixo caudal
condições
atmosféricas

 No tráfego externo de mercadorias, tanto em Portugal como na U. E. ocupa o 1º lugar,


por ser o mais adequado para mercadorias volumosas e pesadas.
 Em Portugal o transporte fluvial é visível no tráfego suburbano da área de Lisboa, isto
é, na travessia do rio Tejo, entre Lisboa e a margem Sul do Tejo. Na travessia do Sado,
no Douro e nas rias de Faro e de Aveiro, para fins, essencialmente, turísticos.

Transporte terrestre
Transporte rodoviário Transporte ferroviário
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens
. Rede ramificada. . Elevada . Económico para o . Fraca flexibilidade
Prático, rápido e sinistralidade transporte de . Limitações da rede
económico para . Ocupação de mercadorias a - itinerários fixos,
curtas e médias grandes espaços médias e longas implicando o
distâncias pelas infraestruturas. distâncias. transbordo de
. Não necessita de . Impacto territorial passageiros e
grandes negativo . Regular, confortável mercadorias.
investimentos . Elevado consumo e seguro.

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. Grande mobilidade, energético (aumenta . Menos poluente . Elevados


comodidade e a dependência . Rápido, sem investimentos na
flexibilidade externa) congestionamentos. construção e
. Rapidez nas . Tráfego intenso e manutenção das
operações de carga congestionamento . Fraca sinistralidade. linhas férreas. Este
e descarga nas áreas urbanas. . Elevada capacidade facto também
. Adequado para . Reduzida de carga explica que sejam os
mercadorias de capacidade de carga países desenvolvidos
pouco volume e . Elevados custos . Tem um fraco os que têm maior
peso com a rede de consumo de energia. densidade de vias
. Grande grau de infraestruturas . Reduzida ocupação férreas.
especialização . Impacto ambiental de espaço (as linhas- . Elevados
. Adapta-se a cargas negativo (poluição férreas ocupam investimentos na
pouco volumosas. atmosférica, sonora menos espaço do manutenção e
. Rapidez e baixo e dos solos) e perda que as estradas) construção dos
custo a curtas e de biodiversidade equipamentos e de
medias distâncias infraestruturas.

Rodoviário
 No transporte intracontinental de mercadorias, nomeadamente na União Europeia, o
transporte rodoviário é o mais utilizado.
 Em Portugal, é o mais utilizado no tráfego interno de mercadorias e de passageiros.
 Nas últimas década tem-se verificado um forte desenvolvimento devido: à renovação
da frota, à modernização das infraestruturas, à versatilidade do serviço “porta a porta”,
e ao aumento da capacidade de carga

Ferroviário
 A rede ferroviária portuguesa é pouco extensa e muitas linhas do interior do país
encontram-se desativadas. O despovoamento contribui para a diminuição da utilização
do comboio em algumas regiões.
 As assimetrias regionais fazem-se notar: na distribuição da rede, no fluxo de comboios
e ao nível da modernização
 Nas AMP o metropolitano é muito utilizado no transporte de passageiros, apesar de ter
perdido alguma importância devido à recessão económica
 Atualmente, o transporte ferroviário constitui uma prioridade na político de
transportes comunitária e nos planos de infraestruturas nacionais

Transporte aéreo
Vantagens Desvantagens
. Rapidez; . Elevado custo do transporte;
. Ausência de itinerários totalmente fixos . Investimentos elevados;
. Possibilidade de atingir lugares
inacessíveis aos restantes meios de . Fraca capacidade de carga (relativamente
transporte; ao transporte marítimo e ferroviário);
. A grande comodidade e segurança;
. Transporte de muitos passageiros . Elevado consumo de combustível;
. Ideal no transporte de mercadorias . Muito poluente (poluição atmosférica e
urgentes, com pouco peso ou volume, de sonora);

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alto valor unitário e perecíveis:


Urgentes – medicamentos, correio… . Elevado tempo de espera nos aeroportos,
Perecíveis – flores, legumes, frutos... para o embarque e desembarque.
Valiosas – peças de arte, jóias, diamantes…
Leves – componentes informáticos.

 O transporte aéreo é o sistema de transporte com o mais alto grau de


modernização, principalmente no transporte de passageiros, pela drástica redução
da distância-tempo.
 Em Portugal, devido à reduzida dimensão do território, o modo de transporte
aéreo é ainda pouco significativo na deslocação interna de passageiros

Transporte tubular – Oleoduto (petróleo) e Gasoduto (gás natural)


Vantagens Desvantagens
. Diminuição da poluição, pois os riscos de . Elevados custos de infraestruturas
acidentes são relativamente reduzidos . Impossibilidade de alterar a capacidade de
. Custos reduzidos de transporte a médias e escoamento
longas distâncias . Rigidez no itinerário, o que exige
. Permite o escoamento de grandes volumes complementaridade com outros meios de
de combustível transporte

 Petróleo- chega a Leixões e Sines, por via marítima e a partir dos terminais são
transportados através dos oleodutos para as refinarias de Leça da Palmeira e de Sines.
 Eletricidade- a REN cobre todo o território mas não uniformemente, é no litoral que se
encontra maior densidade e linhas de maior potência (áreas de maior concentração
populacional e de centrais termoelétricas

A distribuição espacial das redes de transporte

Rede Rodoviária

A Rede Nacional integra apenas duas categorias de estradas:


Rede nacional fundamental, extensão de 2 500 km: é constituída por nove Itinerários Principais
(IP), que ligam as capitais de distrito e os centros urbanos; e inclui também as autoestradas -
rodovia destinada apenas ao tráfego motorizado de alta velocidade.

A Rede Nacional Complementar, com 7 500 km: integra 4 itinerários complementares (IC), as
estradas nacionais (EN); estradas municipais; e estradas regionais.

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Rede Ferroviária

A rede ferroviária nacional apresenta as seguintes características::


 Privilegia as ligações entre as áreas urbanas do litoral, especialmente entre Lisboa e
Porto
 É uma rede de penetração, ligando alguns pontos do interior às cidades do litoral
 Evidencia um baixo grau de conectividade, verificando-se reduzidas ligações entre os
vários nós da rede
 Regista, em torno de Porto e de Lisboa, uma maior densidade de ligações

Em Portugal, os investimentos realizados nas redes de transportes têm dado primazia


ao sector rodoviário. Contudo, o Plano Estratégico dos Transportes para 2008-2020,
permite antever uma alteração desta politica com a apresentação dos seguintes
objetivos para o transporte ferroviário:
 Melhorar a acessibilidade e a mobilidade
 Garantir padrões adequados de segurança, de interoperabilidade e de sustentabilidade
ambiental
 Aumentar a eficiência
 Promover a investigação, o desenvolvimento e a inovação

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Rede marítima

O porto que mais movimenta mercadorias é o Porto de Sines, destacando-se os Graneis


(mercadorias que podem ser despejadas, como o carvão ou o petróleo) e os contentores, como
acontece também em Leixões. O porto de Lisboa opera fundamentalmente com granéis sólidos
e contentores, e em Setúbal destacam-se os graneis sólidos e a carga geral. É neste último
porto que mais se destaca o movimento de mercadorias no sistema ro-ro.

O setor portuário conheceu um importante progresso nos últimos anos, apresentando taxas de
ocupação e níveis de eficiência elevados. No sentido de manter a modernização do setor, as
orientações definidas no Plano Estratégico de Transportes 2008-2020 são as seguintes:
 Promover o acesso às rotas marítimas internacionais
 Garantir que os pontos nacionais constituam uma referência na fachada atlântica da
Península Ibérica
 Assegurar padrões de nível europeu
 Melhorar o equilíbrio económico-financeiro dos portos nacionais
 Promover o ensino, a qualificação profissional e a investigação, desenvolvimento e
inovação

Sistema ro-ro- é o transporte em que o embarque e o desembarque se faça, a rolar, seja, em


cima das sias próprias rodas, seja em cima de equipamento concebido especificamente para
este efeito. Opõe-se ao sistema ro-ro, em que são usadas gruas nessas operações.

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Rede fluvial

O trafego de passageiros nas vias navegáveis interiores tem pouco significado em Portugal,
tendo registado um decréscimo, conforme as últimas estatísticas. Com exceção das travessias
do rio Tejo, as restantes são marcadas, ao nível do número de passageiros por uma forte
sazonalidade.
De salientar o significativo número de passageiros que circulam em vias fluviais,
nomeadamente no rio Douro, por motivos turísticos.

Rede aérea

Aeroporto de Lisboa – maior tráfego de pessoas e mercadorias


Aeroporto do Porto – segundo aeroporto mais importante do país no transporte de
passageiros e o segundo a nível de mercadorias.
Aeroporto de Faro – vocacionado para voos internacionais não regulares (charter), é o terceiro
maior no transporte de passageiros, sobretudo turistas.
Aeroporto do Funchal – apresenta um perfil de trafego turístico, nacional, internacional e
interinsular

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Rede de gasodutos

Inicialmente dependentes da Argélia (gasoduto do Magrebe), hoje provem também da Nigéria,


chegando por via marítima (metaneiros) a Sines onde é gaseificado e injetado na rede de
gasodutos do país.
O gás natural entra em Portugal, por via: terrestre, através do gasoduto do Magreb; e marítima,
a partir de navios metaneiros.

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Rede de oleodutos

Atualmente o petróleo é totalmente importado, chega a Portugal por via Marítima aos
terminais petrolíferos de Matosinhos e de Sines, onde é refinado e transportado em
subprodutos líquidos e gasosos, como a gasolina, o gasóleo, ou gás propano.

Rede elétrica

A eletricidade consumida no nosso pais tem diferentes fontes primárias de energia. O


transporte de eletricidade é efetuado através da RNT (Rede Nacional de Transporte), que está
ligada com a rede de Espanha o que permite a realização de trocas de eletricidade com
Espanha. As linhas de maior potência localizam-se no litoral, junto aos grandes consumidores.

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A inserção nas redes transeuropeias


O Tratado de Roma inscreveu livre circulação de pessoas e mercadorias como um dos pilares
básicos do Mercado Comum. Essa liberdade então entendida como um dos elementos
fundamentais para o bom funcionamento e desenvolvimento dos mercados e da economia, ao
mesmo tempo que ajudava à coesão económica e social das regiões. Em consequência, foi
então preconizada a institucionalização da terceira política comum, a Política Comum de
Transportes (PCT), que, por motivos vários, tardou, contudo, a ser consagrada. Só em 1992, é
que o Tratado de Maastricht reforçou as bases políticas, institucionais e orçamentais da PCT.

Medidas do programa da PCT:


 Revitalizar o caminho de ferro;
 Reforçar a qualidade do transporte rodoviário;
 Promover o maior uso do transporte marítimas e fluvial;
 Conciliar o previsto crescimento do transporte aéreo com o meio ambiental;
 Criar a Rede Transeuropeia de Transportes;
 Promover a segurança rodoviário;
 Institucionalizar uma política eficaz de tarifas sobre os transportes;
 Desenvolver transportes urbanos de qualidade;
 Desenvolver a investigação dirigida à tecnologia do transporte;
 Estabelecer um enquadramento legislativo compatível com a globalização;
 Desenvolver os objetivos ambientais de médio e longo prazos para um sistema de
transportes durável.

Um dos principais objetivos da PCT é, então a criação de uma rede transeuropeia que integre
as redes de transportes ferroviários, rodoviários, aéreos e marítimos. Esta rede tem em vista
articular as várias redes que a constituem, eliminar os estrangulamentos existentes em cada

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uma delas, de forma a criar-se um espaço sem fronteiras, melhorando a ligação entre as
regiões mais periféricas e as regiões centrais, mais desenvolvidas.

Neste projeto é dada particular atenção à rede rodoviária, que se pretende que venha a ligar
mais fortemente as estradas e autoestradas e que permita, também, aumentar a interconexão
com outros modos de transporte, promovendo o transporte intermodal.

No setor do transporte ferroviário prevê-se a construção de grandes eixos transeuropeus,


sendo prioritária a construção de uma rede de alta velocidade.

Telecomunicações

As telecomunicações têm, hoje, um papel fundamental na dinamização das atividades


económicas e das relações interterritoriais. Aumentam a produtividade de outras atividades e,
simultaneamente, geram novos setores produtivos, desde a investigação, à indústria de
equipamentos e consumíveis e aos serviços que se lhes associam.
A revolução das telecomunicações manifesta-se em:
 Maior rapidez na transmissão
 Maior fiabilidade/qualidade
 Rápida difusão da inovação
 Redução dos custos/massificação
 Equipamento cada vez menor (nanotecnologia)

Distribuição das redes de telecomunicações


A distribuição das redes de telecomunicações evidencia contrastes, como podemos ver através
da distribuição geográfica do acesso à internet em banda larga. A cobertura da rede é mais

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densa no litoral, acompanhando a maior concentração de população e de atividades


económicas.

Inserção na rede europeia de telecomunicações

No âmbito da Estratégia Europa 2020, assinala-se o lançamento da iniciativa Agenda digital.


Esta pretende promover a criação de um mercado único digital, caracterizado por um elevado
nível de segurança, e tornar acessível a toda a população a Internet de alta velocidade.

Papel das TIC no dinamismo dos espaços geográficos

Promovem a coesão territorial e uma sociedade

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 Ao nível das famílias

Regista-se uma evolução positiva do acesso às TIC pelas famílias portuguesas. Entre 2008 e
2012, a percentagem de famílias com acesso ao computador e com ligação à Internet em
banda aumentou consideravelmente.

A proporção de utilizadores de internet diminui de forma acentuada com o aumento da idade.

 Ao nível das empresas

Hoje em dia, constata-se um elevado nível de utilização destas tecnologias por parte das
empresas portuguesas. Nos últimos anos verificou-se um aumento considerável da utilização
do computador e da Internet nas empresas.
- As empresas cada vez mais recorrem à Internet para o contacto com entidades públicas, para
obterem formulários ou impressos online.
- As redes sociais são utilizadas pelas empresas para a ligação com os clientes, fornecedores e
parceiros de negócio.

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- O recurso ao comércio eletrónico é uma realidade cada vez mais presente no tecido
empresarial português. A realização de comércio eletrónico aumenta com a dimensão da
empresa, em consequência das vantagens percecionadas pelas empresas.

 Na sociedade

As TIC foram sendo incorporadas no quotidiano dos cidadãos e das organizações, gerando
novos hábitos e capacidades, que permitiram potenciar as vantagens das TIC em diversos
domínios, como na comunicação interpessoal, no acesso a serviços públicos, na dinamização
do comércio, nas formas de ensino, na divulgação do comércio e na utilização dos transportes.

Qualidade de vida da população


1. Telecomunicações

As telecomunicações potenciam ainda mais os espaços de vivência, ao permitirem o contacto


com realidades distintas e afastadas, sem deslocação física. Por outro, as telecomunicações
aplicadas aos diferentes modos de transporte aumentaram a sua fiabilidade e segurança.
A nível de empresas, as telecomunicações têm alterada a competitividade e as suas estratégias,
permitindo-lhes:
 Redução dos custos
 Novos canais de venda e distribuição
 Novas oportunidades de negócios
 Inovação dos preços
 Novas formas de relacionamento

Por outro lado, as redes de comunicação mais eficientes e de baixo custo permitem às
empresas atuarem em diferentes países e regiões.

2. Transportes

Os transportes assumem um papel de grande relevância pela diversidade de escolhas que


facultam, pelo conforto que oferecem e pela rapidez com que permitem efetuar os diferentes
percursos.
 A nível do transporte rodoviário, os diferentes equipamentos e soluções tecnológicas
garantem maior comodidade, maior segurança e uma melhor informação
disponibilizada ao público.

Uma das grandes apostas ao nível das tecnologias aplicadas ao setor dos transportes é a
tecnologia Near Field Comunication (NFC), que permite aos utilizadores pagarem a sua viagem
em transportes públicos passando o seu telemóvel num leitor próprio.
Outra das aplicações das TIC ao transporte rodoviário é a disponibilização, em tempo real, de
informação aos passageiros e condutores, através dos designados PMV (painéis de mensagem
variável). Desta forma é possível informar os utentes:
- Da intensidade do tráfego
- Da existência de acidentes e/ou de trabalhos na via
- Dos limites de velocidade
- Das condições meteorológicas
- Dos preços do combustível
 A nível ferroviário têm sido instalados sistemas de controlo de velocidade, permitindo
assegurar maiores níveis de segurança na circulação.

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Assim, têm assistido a uma supressão das passagens de nível e a uma melhoria das condições
de segurança nas mesmas, através de controlo automatizado, o que tem contribuído para uma
redução significativa da sinistralidade ferroviária.
 A aviação comercial passou a desenvolver tecnologias que tornaram o avião cada vez
mais automatizado, reduzindo assim a importância do piloto na operação da aeronave,
com o objetivo de diminuir os acidentes causados por falha humana. Por outro lado, as
novas tecnologias permitiram melhorar os aviões, tornando-os cada vez mais rápidos,
seguros, eficientes e silenciosos.

A qualidade do serviço prestado ao cliente é a maior prioridade das companhias aéreas, que
desse modo, investem continuamente em inovação e novas tecnologias, cujas potencialidades
contribuem para o fornecimento de produtos e serviços seguros.

3. Mar

O aumento da importância do mar, como fator estratégico de desenvolvimento de Portugal,


implica fortes investimentos e uma incorporação elevada das TIC, nomeadamente:
 No controlo de trafego portuário
 Na segurança da navegação do transporte de passageiros e/ou de mercadorias
 Na eficiência das plataformas logísticas
 Na gestão e preservação do ambiente e dos ecossistemas marinhos
 Na investigação do mar e dos riscos ligados às alterações climáticas

Na União Europeia
A União Europeia tem como objetivo criar um sistema de transportes eficientes na utilização de
recursos, respeitador do ambiente, seguro e sem descontinuidades, para o benefício dos
cidadãos. Para tal, a Europa definiu os seguintes objetivos políticos:
 Redução de 60% da emissões de CO2 até 2050
 Redução de 50% na utilização de automóveis de combustíveis convencionais nas
cidades
 Desenvolvimento de transportes livres de CO2
 Redução de 40% no consumo de combustíveis fósseis até 2050

Assim, importa apostar nas seguintes atividades:


 Desenvolvimento de tecnologias menos poluentes, com base em motores eléctricos,
baterias e sistemas de propulsão híbridos
 Redução do peso e da resistência aerodinâmica das aeronaves e veículos, e da
resistência hidrodinâmica dos navios
 Optimização das operações de transporte para utilização e gestão eficientes dos
aeroportos, portos, plataformas logísticas e infraestruturas de transportes de
superfície

Os problemas de segurança, saúde e ambientais


- Nos transportes
A segurança é um dos principais problemas a considerar no setor dos transportes, pelo que se
têm assistido ao aumento dos investimentos neste domínio. Ao nível do transporte rodoviário,
em Portugal, as preocupações com a sinistralidade são maiores.

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Contudo, as estatísticas evidenciam nos últimos anos uma melhoria assinalável, com uma
redução significativa do número de acidentes e de vítimas mortais. Na evolução registada
evidenciasse devido ao investimento realizado:
 Na melhoria das infraestruturas viárias
 Na sinalização
 Na modernização do parque automóvel
 Na prevenção e fiscalização mais exigente executada por parte dos agentes policiais
 Na formação e educação cívica dos condutores

As causas da sinistralidade são várias, mas podem repartir-se por 2 grandes dimensões:
problemas relacionados com as vias e com a sinalização, e com o comportamento humano
devido à velocidade excessiva e inadequada (assim como as elevadas taxas de alcoolemia
registadas).
Relativamente aos outros modos de transporte, a sinistralidade é menos relevante, podendo
no entanto, assumir dimensões catastróficas quando os acidentes acontecem, devido ao
elevado número de vítimas e prejuízos materiais avultados.
Os transportes têm um forte impacto ao nível dos problemas ambientais, designadamente a
poluição atmosférica e sonora, com consequências para a saúde da população.

Poluição atmosférica Poluição sonora


É responsável por inúmeras doenças, Devido ao crescimento do trafego a poluição
especialmente ao nível do sistema está a aumentar, podendo prejudicar a
respiratório, cardiovascular e alguns tipos de qualidade de vida e a saúde das pessoas
cancro. afectadas.
Como por exemplo, dores de cabeça, asma, No que respeita à vida selvagem, o ruído
doença pulmonar obstrutiva crónica, cancro tem implicações no equilíbrio dos
do pulmão, problemas respiratórios, etc… ecossistemas, como por exemplo, a
nidificação e reprodução de algumas aves
são afectadas.
O transporte aéreo é a maior causa da
poluição sonora, devido às descolagens e
aterragens.

- Nas telecomunicações
A evolução das TIC veio desenvolver o comércio eletrónico para a aquisição de bens e serviços.
Em Portugal, a adesão a esta forma de comércio tem vindo a aumentar de forma significativa.

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Vantagens Desvantagens
Disponibilidade de 24h/7 dias Divulgação de dados pessoais
Rapidez nos processos de encomenda e A possibilidade de fraude nos processos de
venda pagamento
Possibilidade de adquirir produtos de A perda de identidade cultural e económica
qualquer ponto do mundo A exclusão de cidadãos por falta de
Fácil pagamento infraestruturas de comunicação adequadas

A evolução das TIC impôs uma redefinição do espaço de trabalho. Trabalhar em teletrabalho, é
hoje mais frequente pois a flexibilidade tornou-se num dos assuntos da ordem do dia. Este
modelo de trabalho apresenta:

Vantagens Desvantagens
Maior autonomia Dificuldade em separar a vida profissional da
Possibilidade de estabelecer e controlar um via pessoal
ritmo próprio de trabalho Dificuldade em definir metodologias de
Redução de despesas de transportes e de trabalho adequadas
alimentação Aumento do isolamento social
Diminuição do stress Necessidade de investir em equipamentos
Melhoria da qualidade de vida familiar tecnológicos

A integração de Portugal na União Europeia

Com os sucessivos alargamentos a União Europeia tem por objetivos garantir:


 A paz e a estabilidade em todo o continente;
 A prosperidade acrescida dos cidadãos, graças à expansão do modelo socioeconómico
europeu;

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 O processo da democracia, de acordo com os princípios da dignidade, igualdade,


solidariedade e justiça;
 O reforço do papel internacional da Europa;
 O enriquecimento cultural da população europeia.

Critérios de adesão à União Europeia

O conselho europeu, reunido em Copenhaga em 1993, enunciou pela 1 vez as condições de


adesão dos Países da Europa Central e Oriental (PECO), que ficaram conhecidos como critérios
de Copenhaga.

Critério politico Critério económico Critério do acervo comunitário


Existência de instituições que Existência de uma economia de Adoção integral de legislação
garantem a democracia, o mercado que funcione produzida na União Europeia, que
Estado de direito, os direitos efetivamente e com capacidade constitui o acervo comunitário, a
humanos, o respeito pelas para fazer face às forças de fim de serem assumidas as
minorias e a sua proteção. mercado e à concorrência entre obrigações decorrentes de adesão.
países da União Europeia.

Apoios da União Europeia à adesão

Na sequência do conselho Europeu do Luxemburgo, em 1997, definiu-se a estratégia de pré-


adesão a adotar para os países candidatos à União Europeia. Pretendia-se facilitar a
comunicação entre os países candidatos e as instituições da União Europeia, criando condições
aos primeiros para se irem adaptando ao acervo comunitário, ainda antes da adesão.

Esta estratégia articulou-se em torno de

Parcerias para a adesão Reforço da ajuda de pré-adesão


Definem as prioridades a seguir, O apoio financeiro aos estados implicados no
nomeadamente ao nível do acervo processo de alargamento baseia-se na repartição da
da União Europeia, e os meios ajuda, segundo um princípio de igualdade de
financeiros disponíveis para esse tratamento, independentemente da data da adesão,
efeito. dando-se espacial atenção aos estados com maiores
necessidades.

Instituições comunitárias

Parlamento europeu

Representa a vos dos cidadãos, sendo composto por representantes dos cidadãos da União. O
Parlamento Europeu exerce funções de natureza legislativa, orçamental, de controlo político e
de consulta, de acordo com as condições estabelecidas no Tratado de Lisboa, cabendo-lhe,
igualmente, eleger o Presidente da Comissão Europeia. Os seus membros são eleitos, desde
1979, por sufrágio direto e universal, por períodos de cinco anos. O Parlamento Europeu é
constituído por 751 deputados, Reúne em Estrasburgo (França) e em Bruxelas (Bélgica) e os
eurodeputados estão organizados em grupos políticos que englobam os representantes dos
diferentes países.

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Conselho Europeu

Assume a liderança política, sendo composto pelos chefes de Estado ou de Governo dos
estados-membros, bem como pelo seu Presidente e pelo presidente da Comissão Europeia.

Conselho da União Europeia

Exprime a voz dos estados-membros, ou seja, constitui a representação no seio da União


exercendo, em conjunto com o Parlamento Europeu, a função legislativa e a função
orçamental. O Conselho exerce também funções de definição das políticas e de coordenação
de acordo com os princípios do Tratado. O Conselho é composto por um representante de cada
estado-membro ao nível ministerial, com poderes para vincular o Governo do respetivo país e
para exercer o direito de voto.

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Comissão Europeia

Interpreta o interesse comum, ou seja, promove o interesse geral de União, exercendo


competências executivas. Até maio de 2004 foi composta por 20 membros, designando a
Alemanha, a Espanha, a França, a Itália e o Reino Unido dois membros e os restantes Estados
um membro cada, nomeados para mandatos de cinco anos na sequência de acordos entre os
estados-membros e com a aprovação do Parlamento Europeu. Depois de 2013, a Comissão
Europeia passou a ser constituída por 28 membros, correspondendo a um comissário por país.
A Comissão assegura a aplicação dos Tratados, das medidas adotadas pelas instituições por
força destes, controla a aplicação do direito da União, sob a fiscalização do Tribunal de Justiça
da União Europeia, executa o orçamento e gere os programas.

Entre as demais instituições da União, ao Tribunal de Justiça cabe garantir o respeito do direito
na interpretação e aplicação dos Tratados, o Banco Central Europeu conduz, com os bancos
centrais dos estados-membros cuja moeda seja o euro, a política monetária, enquanto o
Tribunal de contas fiscaliza as contas da União.

Desafios que se coloca ao alargamento da União Europeia


A União Europeia presta assim assistência financeira especificamente orientada para países
candidatos e candidatos potenciais, bem como assistência limita aos novos estados-membros,
no intuito de promover reformas politicas, económicas e institucionais.
Alargamento da UE aos PECO

Desafios/Oportunidades (para os países candidatos):


 Integração num grande mercado sem barreiras, o que estimula as suas produções;
 Acesso a uma maior diversidade de bens e serviços;
 Ajuda financeira à construção de infraestruturas e projetos de desenvolvimento;
 Livre circulação de pessoas no espaço Schengen (turismo, trabalho);
 Integração num dos polos mais desenvolvidos do mundo.

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Desafios/Oportunidades para a União Europeia

Desafios/Oportunidades para Portugal

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Países do Espaço Schengen

O Espaço Schengen permite a livre circulação de pessoas dentro dos países signatários, sem a
necessidade de apresentação de passaporte nas fronteiras. Mesmo que não haja controle nas
fronteiras, os cidadãos residentes nos países signatários devem, por norma, ser portadores de
um documento legal de identificação, como o bilhete de identidade. Para os turistas de países
não signatários, a prova de identidade é sempre o passaporte ou, no caso de longa
permanência, o documento legal substitutivo, emitido pelas autoridades de imigração de um
dos países signatários.

A valorização ambiental

A proteção ambiental é essencial para a qualidade de vida das gerações atuais e futuras e o
desafio é combinar essa proteção com o crescimento económico. Estas questões têm sido uma
preocupação transversal da União Europeia, desde a fundação até à atualidade.

Tratamento de Roma Promoção de um desenvolvimento harmonioso das atividades


1957 económicas
Cimeira de Paris De acordo com o que se adequa ao espírito da Europa, será dada
1972 particular atenção aos valores intangíveis e à proteção do ambiente, para
que o progresso possa realmente ser posto ao serviço da Humanidade.
Tratado de Maastricht Promoção de um desenvolvimento harmonioso e equilibrado das
1992 atividades económicas e de um crescimento sustentável
Tratado de Amesterdão Promoção de um desenvolvimento harmonioso e equilibrado das
1997 atividades económicas e de um crescimento sustentável, visando um
nível elevado de proteção e de melhoria da qualidade do ambiente.
A União empenha-se no desenvolvimento sustentável da Europa, assente
Tratado Constitucional num crescimento económico equilibrado e na estabilidade dos preços,
2004 numa economia social de mercado e um elevado nível de proteção e de
melhoramento da qualidade do ambiente.
O roteiro prevê metas em vários domínios políticos a atingir nos próximos
Estratégia 2020 40 anos, tendo em vista chegar a uma economia europeia que
2011 proporcione um nível de vida elevado com um impacte muito reduzido
no ambiente.

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Política ambiental em Portugal

Em Portugal, tendo em conta as medidas politicas tomadas para proteger o ambiente, podem
definir 3 fases distintas:

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- Alterações climáticas

As alterações climáticas têm vindo a ser identificadas como uma das maiores ameaças
ambientais, sociais e económicas. Após um aumento significativo das emissões
nacionais durante os anos 90, o seu crescimento estagnou no início da década de 2000,
registando-se a partir de 2005 uma continua diminuição das emissões, sendo esta
evolução, em grande parte, um reflexo do comportamento da economia portuguesa.
Para lutar contra o aquecimento do planeta, em 2007, os dirigentes da UE decidiram:
 Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 20% até 2020 (30% se os outros
países desenvolvidos fizerem o mesmo);
 Melhorar a eficiência energética em 20% até 2020;
 Aumentar a parte das energias renováveis em 20% até 2020 (eólica, solar, hídrica,
biomassa).

- Qualidade do ar

A melhoria do ar em Portugal tem sido um dos sucessos em matéria de ambiente, à


semelhança do que se verificou a nível europeu, com a elaboração da Estratégia
Temática da Poluição Atmosférica.

- Água

- Áreas protegidas

Tendo em vista a proteção dos sistemas naturais e a preservação da biodiversidade,


têm sido criadas áreas protegidas, que se encontram integradas no Sistema nacional de
áreas classificadas. Estas subdividem-se em 5 categorias:

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 Parque nacional
 Parque natural
 Reserva natural
 Paisagem protegida
 Monumento natural

Muitas das áreas protegidas classificadas incluem-se na Rede Natura 2000 (rede de
áreas designadas para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas
ou vulneráveis, na União Europeia).Na rede natura 2000 consideram-se 2 categorias de
conservação:
 Zonas de proteção especial, criadas ao abrigo da Diretiva Aves
 Zonas de especial conservação, criadas ao abrigo da Diretiva Habitats

- Resíduos

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Responsabilidade ambiental

Programa Life 2014-2020:


 Pretende apoiar projetos que contribuam para:
 Transição para uma economia eficiente no uso de recursos;
 Proteção e melhoria da qualidade do ambiente;
 Inversão da perda de biodiversidade;
 Melhoria do desenvolvimento, aplicação e controlo da execução da política e da
legislação da UE (ambiente e clima);
 Apoio à execução do 7.º Programa de Ação em matéria de Ambiente.

Designação da ONGA Ações


ABAE- Associação Bandeira Azul da Europa Iniciativas de educação ambiental e para o
desenvolvimento sustentável
ASPEA Iniciativas de educação ambiental no
ensino formal e não formal através:
 Seminários e cursos de formação
contínua de professores e de
monitores de ambiente;
 Desenvolvimento de recursos
pedagógicos;
 Organização de saídas de campo e
programas de verão para
crianças/jovens,

GEOTA- Grupo de Estudos de Ordenamento Associação de defesa do ambiente de


do Território e Ambiente âmbito nacional, dinamizadora de projetos
como Coastwatch (sensibilização e educação

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ambiental com vista à participação pública


nos processos de decisão que têm que ver
diretamente com o litoral9
QUERCUS Associação independente, apartidária, de
âmbito nacional, desenvolve ações no
âmbito da conservação da Natureza e dos
recursos naturais e na defesa do ambiente
em geral, numa perspetiva de
desenvolvimento sustentado.
LPN- Liga para a Proteção da Natureza Intervenção cívica através de projetos de
conservação da Natureza e do ambiente,
investigação, formação, educação e
sensibilização ambiental.

Nota: ONGA- Organizações Não-Governamentais para o Ambiente

As regiões portuguesas na União Europeia

As assimetrias regionais constituem uma das características mais evidentes na União Europeia.
Através de vários indicadores tornam-se claros os múltiplos desequilíbrios e a forte
heterogeneidade registada na União Europeia entre os estados-membros- mas sobretudo
entre regiões, mais e menos desenvolvidas- como entre territórios centrais e periféricos.

A Política Regional da União Europeia visa reduzir estas desigualdades, promovendo a coesão
económica e social do território. Os mecanismos utilizados passam pela criação do Comité das
Regiões, que contribui para a definição das políticas da União Europeia, e pela existência de
apoios comunitários agrupados nos fundos estruturais.

Os apoios financeiros provêm de 3 fontes, consoante o objetivo do financiamento e a região ou


país beneficiário

Fundo europeu de
desenvolvimento regional Infraestruturas gerais, inovação e investimentos.
(FEDER)
Fundo social europeu (FSE) Projetos de formação profissional e outros programas de
apoio ao emprego e à criação de emprego.
Projetos no domínio da proteção do ambiente e das
infraestruturas de transportes e no desenvolvimento das
Fundo de coesão energias renováveis.
Os financiamentos ao abrigo deste fundo destinam-se a 16
países (Portugal, Grécia, Espanha e membros mais
recentes…).

Com os mais recentes alargamentos, não só aderiram países com menores índices de
desenvolvimento, fazendo baixar os valores médios da União Europeia, como são mais amplos
os territórios incluídos nos objetivos estruturais, ou seja, as áreas prioritárias para apoio
preferencial em processos designáveis por discriminação positiva. As assimetrias constatam-se
através de indicadores tão diversos quanto a densidade populacional, o PIB per capita, o nível
de instrução ou o pessoal de saúde. São indicadores que revelam as grandes diferenças entre

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uma Europa Central, com maiores densidades populacionais, face ao norte e ao sul, mais
despovoados.

Já no que respeita à riqueza, as assimetrias põem em contraste uma Europa do norte e do


centro mais rica, contrapondo a uma Europa do sul mais pobre, ou um centro-norte mais bem
equipado e um sul subequipado.

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A diversidade de realidades encontradas no espaço europeu, reforçada com a entrada dos


novos estados-membros, admite a existência de políticas que beneficiem os territórios e as
populações cujos indicadores de desenvolvimento e de qualidade de vida demonstram estar
abaixo dos padrões médios europeus, abrindo oportunidades para políticas que apliquem uma
discriminação positiva a regiões periféricas e ultraperiféricas.

Em Portugal, verificam-se grandes assimetria, a exemplo de outros países europeus. As


disparidades e os desequilíbrios entre o litoral e interior ou entre centro e periferia, ou o cada
vez peso da Área Metropolitana de Lisboa face ao restante território nacional, fazem parte de
uma realidade que a adesão à União Europeia não ultrapassou.

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