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Geografia A – Módulos 1,2,3

Módulo 1 – Parte I

Posição de Portugal na Europa e no Mundo


O território de Portugal é constituído por três unidades geográficas:
 Portugal Continental
 Arquipélago da Madeira
 Arquipélago dos Açores
O ponto mais Ocidental do continente europeu é o Cabo da Rocha.

Arquipélago dos Açores:

Grupo Oriental: Santa Maria, São Miguel


Grupo Central: Terceira, Graciosa, São Jorge, Faial, Pico
Grupo Ocidental: Coro, Flores

Arquipélago da Madeira:

É constituído pela ilha da Madeira, e pela ilha de Porto Santo.

Organização Administrativa:
Portugal está organizado administrativamente da seguinte forma:

 Dezoito distritos, cujo nome/capital corresponde ao nome da cidade mais


importante.
 Duas regiões autónomas (Açores e Madeira).
O poder regional é exercido por dois órgãos principais em cada uma das regiões
autónomas: assembleia regional e governo regional.
Comissões de Coordenação e
Desenvolvimento Regional (CCDR):

Têm o objetivo principal de executar


medidas proveitosas para o
desenvolvimento das respetivas regiões. São
atualmente cinco.

Divisão Europeia:

Após a adesão de Portugal à União Europeia (1996) foi introduzida uma nova divisão
territorial, cuja designação é de âmbito comunitário – Nomenclatura das Unidades
Territoriais para fins estatísticos (NUTS).

As NUTS compreendem três níveis de desagregação:

NUTS I – Divide o território nacional em Portugal Continental, Região Autónoma dos


Açores e Região Autónoma da Madeira.

NUTS II – Divide o território nacional em sete regiões, Norte, Centro, Lisboa, Alentejo,
Algarve, Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira.

NUTS III – Divide o território em 30 sub-regiões, 28 no continente e os arquipélagos


dos Açores e da Madeira.

Portugal na União Europeia:


No seguimento da segunda guerra mundial, existiam dois blocos políticos antagónicos
no mundo: os EUA e a União Soviética.

Neste contexto, foi criada a Comunidade Económica Europeia (CEE), instituída pelo
Tratado de Roma em 1957.
A evolução da CEE, traduziu-se numa mudança de nome, através da assinatura do
Tratado da União Europeia em 1992: a CEE começou a chamar-se União Europeia.
Este tratado criou a União Económica e Monetária, concretizada através da moeda
única, o euro, que entrou em circulação em 2002.

Criação da Comunidade Económica Europeia 1957  Juntamente com a


Espanha, Portugal
Entrada de Portugal na CEE 1986 integrou a União
Europeia em 1986.
Tratado da União Europeia 1992

Entrada do último país (Croácia), na EU 2013  O último país a integrar


a União Europeia foi a
Croácia, em 2013.

Portugal no Contexto Mundial:

Existem alguns factos que comprovam a presença portuguesa no contexto mundial: A


difusão da língua portuguesa e a presença de numerosas comunidades de portugueses
e luso-descendentes, um pouco por todo o mundo, tornam a língua portuguesa numa
das mais faladas no mundo, e promovem o desenvolvimento económico do nosso país:

 Envio de divisas estrangeiras permitem equilibrar a balança de pagamentos


portuguesa e dinamizar atividades de diversos setores.

 As comunidades de portugueses no estrangeiro dão a conhecer a cultura


portuguesa e os produtos portugueses.

 Entre Portugal e os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP)


estabelecem-se acordos e protocolos no campo da cultura, educação economia
e diplomacia, de modo a preservar a Língua Portuguesa.

 A criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),


vocacionada para o aprofundamento da amizade e da cooperação entre os
seus membros, veio reforçar as relações de Portugal com o exterior.

Os países da CPLP em conjunto com a Região Administrativa Especial de Macau


formam o Espaço Lusófono (Conjunto de Países onde a língua oficial é o Português).
As relações de Portugal com o Mundo passam também pela participação em
organizações internacionais de grande relevância, como:

ONU – Organização das Nações Unidas;


NATO – Organização do Tratado Atlântico Norte;
OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico.

ONU  Criada em 1945 com o objetivo de evitar guerras entre países e


fornecer bases para o diálogo e resolução pacífica de conflitos.
 Reforça o desenvolvimento económico, o progresso social e os
direitos humanos. Inclui quase todos os estados soberanos do
mundo

NATO  Aliança militar criada depois do fim da segunda guerra mundial.


Constitui um sistema de defesa coletiva na qual todos os estados
membros concordam com a defesa mútua. Inclui a Europa e a
América do Norte.

OCDE  Fundada por Portugal em 1961, tem como principais objetivos


promover um crescimento económico duradouro dos países
membros, aumento da qualidade de vida e contribuir para o
crescimento do comércio mundial.

Módulo 1 – Parte II
A população: evolução e diferenças regionais.

o População absoluta: Número total de habitantes de um determinado território


num dado momento.

o Saldo Migratório: Diferença entre o número de imigrantes e o número de


emigrantes.

A diminuição da taxa de natalidade desde a segunda metade do século passado até à


atualidade deve-se a fatores como:

 Entrada progressiva da mulher no mercado de trabalho;


 Utilização de métodos contracetivos como a pílula;
 Instabilidade no emprego;
 Aumento da idade média no casamento.
A diminuição da taxa de mortalidade ficou a dever-se a:

 Melhoria da qualidade de vida das populações;


 Avanços da medicina;
 Melhoria na assistência médica e cuidados de saúde.

Contudo, o aumento da mortalidade no final do século XX, e início do século XXI,


deve-se a fatores como:

 Envelhecimento da população portuguesa;


 Aumento da incidência de doenças cardiovasculares e tumores malignos.

O saldo migratório:

O êxodo rural e a forte emigração na década de 1960 conduziram à falta de recursos


humanos e de perspetivas de futuro.

O saldo migratório ou crescimento migratório traduz a diferença entre o número de


imigrantes e o número de emigrantes num determinado período de tempo.

Crescimento efetivo:

É diretamente influenciado pelo comportamento do saldo natural (crescimento


natural) e do saldo migratório (crescimento migratório).
É um acréscimo populacional relacionado a um ano civil numa determinada região, em
resultado da soma crescimento natural e do crescimento migratório.

Crescimento efetivo = CN + CM

CN = Diferença entre natalidade e mortalidade


CM = Relaciona o saldo migratório com a população absoluta

As estruturas e os comportamentos sociodemográficos:

Estrutura etária: Distribuição da população por grupos etários.

Classe Oca: Classe etária que apresenta menos população do que a classe anterior e do
que a posterior.

Índice sintético de fecundidade: Número médio de filhos por mulher durante o seu
período fértil (15 aos 49 anos).

Taxa de fecundidade: Relaciona a natalidade com o número de mulheres em idade


fértil (15- 49).

A evolução da população portuguesa reflete-se na sua estrutura etária.


Através da análise de uma pirâmide etária podemos retirar conclusões acerca da
evolução da taxa de natalidade, taxa de mortalidade, esperança média de vida.
Índice de renovação de gerações: Número médio de filhos que uma mulher deve ter
durante o seu período fértil, para assegurar a substituição de gerações (2,1).

Índice de envelhecimento: Relação entre a população idosa e a população jovem,


expressa habitualmente pelo número de idosos por casa 100 jovens.

A taxa de atividade estabelece a proporção entre população ativa e população


absoluta e é influenciada por fatores como:
 Estrutura etária, pois vai determinar a quantidade de população ativa.
 Saldo migratório, que pode aumentar a população ativa quando é positivo e
vice-versa.

TA = População Ativa
População Absoluta

Taxa de atividade da população com 15 ou mais anos: Percentagem da população ativa


em relação à população com um ou mais anos, num dado período de tempo.

Setores atividade

Terciarização: Predomínio do setor terciário no contributo para o Produto Interno


Bruto do país.

Estrutura ativa: Classificação da população por grupos profissionais, distinguindo-se


em três setores tendo em conta a atividade desenvolvida:

 Setor primário: Agricultura, silvicultura, pesca e extração mineira;


 Setor secundário: Indústria, construção, energia e água;
 Setor terciário: Serviços.

Nível de instrução e qualificação profissional:

Nível de instrução: Grau de ensino mais elevado atingido pelo individuo (completo,
incompleto...)

Nível de escolaridade: Nível ou grau de ensino mais elevado que o individuo concluiu
para o qual obteve certificado ou diploma.

Qualificação profissional: Conjunto de competências profissionais que permitem


exercer um conjunto de atividades profissionais.
Problemas e Possíveis Soluções
Os principais problemas sociodemográficos.

Alguns problemas que se colocam em Portugal no âmbito demográfico ou social:

 Envelhecimento demográfico:
Consequência do elevado índice de envelhecimento (IE), este é um dos principais
problemas da sociedade portuguesa, e da maioria dos países europeus.
Principais causas:
o Diminuição da taxa de natalidade;
o Aumento da esperança média de vida;

A dependência dos idosos em relação à população ativa pode calcular-se através do


índice de dependência de idosos (IDI).

O índice de sustentabilidade potencial (ISP) é outro indicador que possibilita uma


avaliação sobre o esforço que a população idosa exerce sobre a população em idade
ativa.

 Declínio da fecundidade:
o Está associada à emancipação da mulher;
o Ao investimento da mulher na sua carreira;
o Aumento da escolaridade obrigatória;

 Baixo nível educacional:


o É um grave problema da sociedade portuguesa, pois explica a baixa
produtividade da nossa economia, bem como a falta de inovação e
dinamismo para tornar o país mais competitivo na escala europeia e
mundial.

 Situação perante o emprego:


O aumento da taxa de desemprego, e o emprego parcial ou subemprego
traduzem-se em instabilidade nas condições de vida das pessoas.
Em virtude da situação atual de crise económica, o emprego efetivo está
também ele, em alguns casos, ameaçado.

Taxa de Desemprego: o total da população


Permite definir o peso Taxa de Desemprego de ativa.
da população Longa Duração:
desempregada sobre o Permite definir o peso Subemprego:
total da população da população Trabalho precário,
ativa. desempregada e à salário baixo.
procura de emprego à
12 ou mais meses sobre
O rejuvenescimento e a valorização da população:
Em resultado dos problemas identificados, apresentam-se algumas medidas para
alterar a situação demográfica portuguesa:

 Incentivos à natalidade:
Têm de ser desenvolvidas medidas de incentivo à natalidade de modo a
inverter a tendência demográfica da sociedade portuguesa no sentido do
envelhecimento da sua população:
o Aumento do abono de família aos casais com três ou mais filhos;
o Benefícios fiscais para famílias numerosas;
o Alargamento de licenças pós-parto.

 Qualificação da mão de obra:


De modo a tornar a economia do nosso país mais competitiva no plano
internacional, é necessário melhorar o nível de instrução e de qualificação
profissional da população ativa ao mesmo tempo que assegurar a transição
dos jovens para a vida ativa. Deve haver por parte da entidade patronal:
o Preocupação em flexibilizar horários de trabalho;
o Igualdade na oportunidade de salários;
o Condições de trabalho (Higiene e Segurança).

Taxa de Mortalidade Infantil Relaciona a natalidade com o número de óbitos de crianças com menos
de um ano.

Crescimento Natural Diferença entre o número de nascimentos e mortes num dado período
de tempo.

Taxa de Crescimento Migratório Relaciona o saldo migratório com a população absoluta.

Crescimento Efetivo Soma do crescimento natural e do crescimento migratório.

Taxa de Fecundidade Relaciona a natalidade com o número de mulheres em idade fértil (15-49
anos).

Índice de Envelhecimento Relação entre a população idosa (65+) e a população jovem (0-14).

Taxa de Atividade Relaciona a população ativa com a população absoluta.


Módulo 2 – Recursos Marítimos

A costa portuguesa: O oceano atlântico marcou fortemente o desenvolvimento


económico e social do nosso país ao longo dos tempos, conferindo-lhe uma posição
geoestratégica muito importante nas relações com outros continentes.

A presença do mar é muito marcante, não apenas nos arquipélagos, mas também no
território continental:
 Influência as características climáticas das áreas costeiras e a litoralização
das atividades económicas do país.
 Constitui um atrativo quer para as atividades económicas, quer para a
população, acentuando os contrastes demográficos e económicos
interior/litoral do nosso país.

A linha de costa (Área de contacto entre a terra e o mar, que varia de acordo com as
marés), é uma área muito dinâmica e em constante alteração, devido a vários fatores:

 Alterações Climáticas;
 Movimentos tectónicos;
 Ação erosiva do mar.

Portugal continental apresenta uma linha de costa com mais de 800km de extensão, e
é de uma forma geral dominada por dois tipos de costa:

Costa de Arriba: Costa de Praia:

- Talhada em rocha de elevada dureza como - Predominam rochas brancas do tipo areia ou
xistos, granitos ou calcários; argila;

- Pode ser alta e escarpada ou mais baixa; - É uma costa baixa e arenosa, resultante da
acumulação de areias, sendo frequente a
- Estar em contacto direto com o mar ou existência de sistemas dunares.
apresentar uma pequena extensão de areia
frequentemente submersa durante a maré
alta;

1) A costa de arriba é a área mais sujeita à abrasão marinha. A força das ondas
projetada contra a base das arribas, provoca uma intensa erosão mecânica. O
desgaste da base da arriba retira o apoio à parte superior da mesma que acaba
por se desmoronar, o que provoca o seu recuo.

2) Esta ação continua do mar leva a que gradualmente a arriba deixe de estar em
contacto com o mar, tornando-se uma arriba fóssil.
3) Os materiais resultantes da erosão das arribas vão ser transportados ao longo
da costa pelas correntes litorais, deriva norte-sul, ondas e marés.

4) Quando estas perdem velocidade e capacidade de transporte, os materiais são


depositados formando praias, cordões litorais e restingas.

Algumas áreas do litoral apresentam características próprias, que as individualizam,


designadas por “acidentes do litoral”. Destacam-se pelo processo de formação e
importância económica e ambiental que representam os seguintes:

 O Rio Vouga desagua numa laguna


depositando sedimentos e formando
um delta interior com quatro braços
principais.

 O mar por sua vez deposita


sedimentos marinhos formando
restingas que crescem, fechando a ria.

Ria de Aveiro

 É uma pequena baía em forma de


concha, com uma estreita abertura
para o mar, que evoluiu de um vasto
golfo que foi sendo preenchido por
sedimentos fluviais e marinhos.

Concha de S. Martinho

 É constituído por uma área de rocha


mais antiga e dura (calcários), que
formava uma antiga ilha – Peniche.

 Numa época mais recente, as


correntes marítimas perderam energia
nessa área, depositando areias que
uniram a ilha ao continente, formando
Tômbolo de Peniche um tômbolo
Conceitos:

Abrasão Marinha: Processo de desgaste das áreas costeiras provocado pelo embate
de fragmentos de rocha transportados pelas ondas.

Arriba Fóssil: Arriba que se encontra distanciada do mar devido ao recuo da arriba.

Correntes litorais: Movimentos das águas do mar responsáveis pelo transporte de


sedimentos ao longo da costa.

Deriva Norte-Sul: Sentido da corrente litoral, que predomina no litoral.

Praia: Acumulação de areias e seixos na linha de costa.

Cordão Litoral: Estreitas faixas arenosas, normalmente paralelas à linha de costa.

Restinga: Cordão litoral arenoso que se estende a partir de uma ilha ou de um cabo.

Barra: Acumulação de lodo, cascalho e areia transversalmente à foz de um rio,


originando uma entrada estreita de um porto.

Plataforma Continental: Margem dos continentes que se encontra submersa, de


declive suava, até à profundidade de 200 m.

Talude Continental: Área de fundo marinho de declive acentuado entre a plataforma


continental e a planície abissal.

Zona Abissal: Área de grande profundidade oceânica.

Upwelling: Corrente marítima ascendente de compensação que traz à superfície águas


mais frias.

Talude
Continental

Zona Abissal
A Plataforma Continental:

As plataformas continentais fornecem, em termos mundiais, cerca de 70% do total


das pescas marinhas.
Por ser uma área próxima da costa e pouco profunda, a plataforma continental
apresenta características que justificam a grande abundância de espécies marinhas:

 Grande penetração da luz solar, devido à pouca profundidade;

 Menor teor de sal, devido à afluência constante das águas dos rios;

 Águas muito oxigenadas, devido à grande agitação marítima;

 Águas ricas em nutrientes, devido aos resíduos orgânicos transportados pelos


rios e às boas condições para desenvolvimento do fitoplâncton.

As correntes marítimas:

A costa ocidental portuguesa é normalmente afetada pela Corrente de Portugal


que é uma ramificação da corrente quente do Golfo do México.
Esta corrente normalmente não é muito favorável à abundância piscícola. São as
águas mais frias, ou a confluência de correntes de águas frias e quentes, as mais ricas
em nutrientes devido à agitação marítima, que atraem mais espécies.
No entanto durante o verão, as águas quentes superficiais costeiras, são levadas
para o largo por ventos de norte, e substituídas por correntes ascendentes de água
fria.
Este fenómeno de ocorrência de correntes de compensação – upwelling – é
responsável pela abundância de espécies como a sardinha e o carapau.

Zona Económica Exclusiva:

Milha Náutica: Equivale a 1852 metros.

Mar Territorial: Área marítima que se estende a um limite máximo de 12 milhas.

Zona Contígua: Área de transição entre as águas territoriais e o mar alto que se
estende até ás 24 milhas.

Zona Económica Exclusiva: Área que se estende desde a linha de costa até às 200
milhas.
A Convenção das Nações Unidas Sobre o Direito do Mar definiu os direitos e os
deveres que os países costeiros detêm sobre os espaços marítimos contíguos ao seu
território.
Nela se institui um Mar Territorial de 12 milhas náuticas contadas a partir da linha
de costa, numa Zona Contígua, transição entre o mar territorial e o mar alto e que se
estende no máximo até às 24 milhas, e uma Zona Económica Exclusiva (ZEE), até às
200 milhas contadas a partir da linha de costa.
Na sua ZEE o estado costeiro possui o direito de explorar, conservar e gerir os
recursos naturais existentes nas águas marítimas, leito do mar e seu subsolo, e ainda
exploração da zona para fins económicos.
A dimensão da ZEE portuguesa representa inúmeras potencialidades económicas
para o país, mas também grande responsabilidade face à preservação de tão extensa
área marítima.

A Aquicultura:
A aquicultura, produção de espécies em cativeiro, constitui uma alternativa ao
tradicional abastecimento dos mercados com os produtos da pesca. A produção é feita
em três tipos de regime:

Extensivo  Os animais são alimentados pelos nutrientes


transportados pela água do mar que entra nos tanques.
 É o regime mais praticado no país.

Semi-Intensivo  Conjuga-se a alimentação natural com rações.

Intensivo  Feita em áreas de pequena dimensão;


 Alimentação feita exclusivamente por rações.

A aquicultura assuma uma grande importância face à sobre-exploração a que os


recursos piscícolas têm sido sujeitos e às necessidades de consumo dos mercados, pois
permite:

 Diminuir a captura de espécies mais ameaçadas e a reposição dos stocks


extinção;
 Abastecer o mercado de acordo com as suas necessidades e a preços mais
acessíveis ao consumidor.
Poluição das Águas Marítimas:
A poluição de águas marítimas ao longo do litoral português está relacionada com os
seguintes aspetos:

 A falta de infraestruturas de tratamento das águas residuais;


 Contaminação das águas dos rios;
 Derrames acidentais de óleos;
 Incidentes com petroleiros.

Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC):

Visam a proteção e valorização dos recursos naturais, nomeadamente a


sustentabilidade dos recursos hídricos da área litoral a que se aplicam.
Têm como principais objetivos:

 Ordenamento dos usos e atividades proibidas, condicionadas e permitidas na


área emersa e na área imersa, em função dos níveis de proteção definidos;

 Valorização, qualificação e classificação das praias;

 Medidas de proteção, conservação e valorização dos ecossistemas.

 Propostas de intervenção para defesa costeira, transposição de sedimentos e


reforço do cordão dunar.

Rentabilização dos Recursos Marítimos (Energia):

 Produção de energia eólica ao longo das áreas costeiras com grande frequência
de ventos fortes;
 Tecnologia “Pelamis”: Cobra articulada à medida que as ondas percorrem o seu
comprimento. Esse movimento aciona geradores e a energia é depois colhida
num cabo submarino.

Módulo 2 – Recursos do Subsolo

A abundância e a diversidade de recursos do subsolo estão sobretudo relacionadas


com as características geomorfológicas do território.
A sua exploração depende da existência de jazidas, da capacidade tecnológica da
indústria extrativa de um país para as explorar e das condicionantes do mercado.

Jazida: Local onde a concentração de minerais permite a sua exploração.

Indústria Extrativa: Exploração de recursos diretamente da natureza sem envolver a


sua transformação.

Unidade Geomorfológica: Área com características geológicas de relevo idênticas.


Os recursos do subsolo que existem em Portugal podem ser agrupados da seguinte
forma:

Rochas

Rochas Ornamentais: Rochas Industriais:

Granito Areias Comuns


Mármore Calcário Sedimentar
Calcário Microcristalino Argilas
Xistos Arenitos

Minerais:

Minerais Metálicos: Minerais não Minerais Energéticos:


Metálicos:
Cobre Urânio
Tungsténio Sal-Gema Carvão
Zinco Quartzo
Estanho Feldspato
Caulino

Águas: Águas de nascente, Águas minerais, Águas termais.

Unidades Geomorfológicas:

Em Portugal Continental individualizam-se três


unidades geomorfológicas:

 Maciço Antigo;

 Orlas Sedimentares Ocidental e Meridional;

 Bacias Sedimentares do Tejo e do Sado.


Rochas Ornamentais: Rochas utilizadas na ornamentação de edifícios, ruas e
construção de objetos decorativos.

Rochas Industriais: Rochas que se destinam a fins industriais e à construção civil.

Minerais metálicos: Minerais que são constituídos por substâncias metálicas.

Minerais não metálicos: Minerais constituídos por substâncias não metálicas.

Minerais energéticos: Minerais explorados para obtenção de energia.

Águas de nascente: Águas que provêm de fonte natural e que são consideradas
próprias para beber.

Águas minerais naturais: Águas que contêm uma concentração de um ou mais


elementos químicos específicos.

Águas termais: Águas ricas em determinados sais minerais usadas para fins medicinais
e que podem ter uma temperatura elevada.

Indústria Extrativa:

Minerais metálicos: Em Portugal o recurso mineral com maior volume e maior valor de
produção é o cobre, que é explorado predominantemente nas regiões centro e sul de
Portugal. As maiores reservas de cobre da europa situam-se na peneplanície
alentejana, destacando-se as minas de Neves-Corvo e Aljustrel.

Minerais não metálicos: Têm pouca representatividade quer em volume quer em valor
da produção no global da indústria extrativa. Destaca-se o sal-gema como o mineral
que tem maior peso no valor da produção, explorado nas Minas de Loulé (Algarve),
Matacães (Torres Vedras) e Campo (Leiria).

Minerais energéticos: Existem importantes reservas de urânio, cujas minas foram


encerradas devido ao baixo valor das produções e aos problemas ambientais
associados à exploração. Face ao aumento do preço do urânio a nível mundial, cresce
o interesse em investir novamente nesta prospeção, nomeadamente nas jazidas de
Nisa (Alto Alentejo).

Rochas Industriais: Existem em grande quantidade e diversidade no território


português, principalmente ao longo. As rochas industriais com maior valor de
produção é o dos materiais de construção, areias, saibro e pedra britada calcária e
siliciosa.

Rochas Ornamentais: Destacam-se as rochas carbonatadas, mármores e calcários


microcristalinos. A área de maior exploração do mármore é o eixo Estremoz-Borba-
Vila Viçosa. O calcário microcristalino explora-se na região de Loures e Sintra.
Tipo de Recurso Minerais Áreas de Exploração
Predominantes

Minerais Metálicos Cobre Minas de Neves Corvo e de Aljustrel

Minerais não-Metálicos Sal-gema Minas de Loulé, Matacães, e Campo

Minerais Energéticos Urânio Jazidas de Nisa

Rochas Industriais Areias, Saibro e Pedra Existem em grande quantidade no


Britada território português, mas
principalmente no litoral

Rochas Ornamentais Rochas carbonatadas, Mármore: Eixo Estremoz-Borba-Vila


mármores e calcários Viçosa, no Alentejo.
microcristalinos. Calcários: Região de Loures e Sintra.

Os recursos energéticos do subsolo:

Apesar de existirem jazidas de urânio na região centro, Portugal nunca


enveredou pela produção de energia nuclear e as minas encerraram a exploração em
2001.
Todavia, um outro recurso energético do subsolo tem obtido grandes
investimentos e aumentando a sua produção – a energia geotérmica – nos Açores.
Esta fonte de energia renovável pode ser aproveitada como energia térmica ou
para a produção de eletricidade.

Carvão:

Existem algumas bacias carboníferas no norte de Portugal. No entanto, a fraca


qualidade do minério e as despesas inerentes à atividade levaram a que a exploração
das minas se tornasse economicamente inviável.
Nos últimos anos têm se assistido à redução da utilização do carvão como fonte
de energia, devido à substituição das centrais termoelétricas a carvão pelas que
utilizam o gás natural, com vantagens ambientais acrescidas.

Petróleo:

O petróleo constitui a fonte energética mais consumida em Portugal e é


importado essencialmente de África e Golfo Pérsico. Para diminuir a dependência
energética de Portugal face aos mercados abastecedores tem sido prioritária a
diversificação das fontes de abastecimento.

Gás Natural:

Não há conhecimento da existência de reservas de gás natural no subsolo


português. Este combustível fóssil foi introduzido em Portugal nos últimos anos e o seu
consumo tem vindo a aumentar.
A introdução do gás natural em Portugal oferece inúmeras vantagens:

 Possibilita uma importante e necessária diversificação das fontes de


abastecimento de Portugal;

 Aumenta a eficácia energética no consumo final;

 A sua utilização reduz a emissão de substâncias poluidoras;

 Aumenta a competitividade do aparelho produtivo nacional.

Produção e consumo de energia:

Ao longo das últimas décadas, Portugal vindo a aumentar o consumo de


energia, acompanhando a tendência mundial de consumo energético, o que está
diretamente relacionado com o desenvolvimento económico de qualquer país.

Face ao gradual aumento de consumo de energia elétrica, Portugal tem vindo a


investir na produção de energia a partir de fontes renováveis:

Energia Termoelétrica:

Atualmente, a maioria das centrais termoelétricas em Portugal produzem


energia a partir do gás natural. A produção de energia térmica apresenta grandes
desvantagens:

 Acarreta elevados custos económicos para o país, devido à importação de


combustíveis fósseis;

 Aumenta a dependência energética face ao exterior;

 Tem impactos ambientais negativos nos locais de produção: Poluição


atmosférica, sonora, etc.

Energia Hidroelétrica:

A produção em centrais hidroelétricas é feita essencialmente nos rios do norte


do país onde existem condições naturais como o relevo acidentado, precipitação
elevada e vales encaixados que permitem menores custos a construção das
barragens e maior produtividade.
No entanto, este tipo de produção está dependente do regime de precipitação
do nosso país.

Energia Eólica:

Nos últimos anos houve um aumento considerável de produção de energia


eólica resultante do elevado investimento neste setor com a instalação de parques
eólicos ao longo do litoral e em áreas montanhosas que propiciam uma maior
produtividade por serem áreas com predominância de ventos mais fortes.

Energia Solar:

As regiões com maior capacidade de produção de energia solar são o Alentejo


e a Madeira, por terem uma maior radiação solar. Nos últimos anos foram
instalados parques fotovoltaicos na região do Alentejo.
Contudo a produção a nível nacional ainda é pouco significativa.

Energia Geotérmica:

Tem pouca representatividade em Portugal, à exceção da Região Autónoma dos


Açores. A quantidade de energia produzida nesta região ainda é pequena, apesar
do aumento considerável nos últimos anos dadas as condições naturais propícias a
uma grande produção.

Os problemas na exploração dos recursos do subsolo:

No subsetor de minas e pedreiras verificam-se essencialmente dois tipos de


problemas:

 Difícil concorrência – Custo de produção elevado e os preços pouco


competitivos.

 Riscos ambientais – Contaminação dos solos e das águas com produtos


químicos tóxicos e radioativos.

No subsetor de águas e termas verificam-se outro tipo de problemas:

 Falta de investimento.

 Sazonalidade nas termas – A época de maior afluência corresponde aos


meses de verão.

 Falta de aproveitamento energético das águas termais.


No subsetor da energia o principal problema é:

 A dependência externa – Importamos a totalidade do carvão, petróleo


e gás natural que consumimos.

A potencialização dos recursos energéticos passa, essencialmente, pela


implementação de uma política energética que incida sobre quatro áreas:

 Aumento da eficiência energética;

 Diversificação das fontes de energia;

 Aproveitamento dos recursos renováveis e endógenos;

 Boa gestão dos apoios da EU.

Módulo 2 – A Radiação Solar

Radiação Solar: É a quantidade de energia obtida sob a forma de luz e calor, recebida
por unidade de superfície.

Atmosfera Terrestre: Camada gasosa que envolve a Terra, acompanhando-a em todos


os seus movimentos devido à força de atração gravitacional.

Radiação Terrestre: Quantidade de energia devolvida pela Terra, sob a forma de


radiação de grande comprimento de onda (radiação infravermelha).

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