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A Emigração em Portugal

Slide 1- Introdução – (Raquel)

Neste trabalho iremos abordar o tema da Emigração em Portugal, que nos permitiu ter uma
noção mais clara das taxas de emigração no nosso país e dos anos em que se registaram
maiores fluxos e migração assim como os fatores que levam as pessoas a emigrar e iremos
apresentar-vos um testemunho de um emigrante.

Slide 2- O que é a Emigração? –(Raquel)

A emigração é o ato de deixar o local de origem com intenção de se estabelecer num país
estrangeiro. Um indivíduo ou família que se encontra nesta situação é denominado no seu
país de emigrante.

Slide 3- Dados sobre a emigração – (Sofia)

Recolhemos algumas informações sobre a emigração em relação ao nosso país:

 Portugal é hoje o país da União Europeia com mais emigrantes. O número de emigrantes
portugueses supera os dois milhões, o que significa que mais de 20% dos portugueses vive
fora do país.

 O Reino Unido é hoje o país para onde emigram mais portugueses cerca de 30 mil.
Seguem-se, como principais destinos dos fluxos, a Suíça, a França e a Alemanha. Fora da
Europa, os principais países de destino da emigração portuguesa integram o espaço da
CPLP: Angola, Moçambique e Brasil.

 França continua a ser o país do mundo onde vivem mais emigrantes portugueses.

Na imagem representada, podemos observar o fluxo de emigração, em 2013, que


consistiram na sua maioria para a Europa. Em primeiro lugar, Reino Unido com cerca de
30.000 mil seguindo-se pela Suíça, Alemanha, França, Espanha, Bélgica, Holanda e por
último, Noruega. Já fora do continente europeu, o principal destino de emigração foi o
Brasil, com cerca de 2000 mil pessoas, seguindo-se os EUA e o Canadá.
Slide 4 - Os principais fatores de migração: (Raquel)

 Fatores sociopolíticos

A perseguição étnica, religiosa, racial, política ou cultural pode levar as pessoas a


abandonar os seus países. Um fator importante é a guerra, ou a ameaça de conflito e
perseguição do governo. Aqueles que fogem de conflitos armados, violações dos direitos
humanos ou da perseguição são mais propensos a serem refugiados humanitários.

 Fatores demográficos e económicos

A mudança demográfica determina como as pessoas se movem e migram. Uma população


em crescimento ou em declínio, envelhecida ou jovem tem um impacto no crescimento
económico e nas oportunidades de emprego nos países de origem ou nas políticas de
migração nos países de destino.

A migração demográfica e económica está relacionada com o desemprego e a situação


económica de um país, normalmente os salários mais elevados e a procura de melhores
oportunidades de trabalho, são o elemento motivador para a tomada de decisão de emigrar.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, os trabalhadores migrantes,


definidos como pessoas que migram com vista a serem empregadas, eram cerca de 164
milhões em todo o mundo em 2017 e representavam quase dois terços dos migrantes
internacionais. Quase 70% encontravam-se em países de rendimento elevado; 18,6% em
países de rendimento médio-alto; 10,1% em países de rendimento médio-baixo; e 3,4% em
países de baixo rendimento.
 Fatores Ambientais
O ambiente é também uma das causas da migração, pelas pessoas fogem dos fenómenos
naturais, como inundações, furacões e terramotos. Como se espera que as alterações
climáticas agravem os fenómenos climáticos espera-se uma tendência crescente nesta
situação.
Slide 5 – Emigração no Pós-Guerra (Sofia)
Na década de 60, Portugal assistiu a um crescimento económico que se traduziu num
aumento significativo do investimento e numa certa abertura à economia externa. O
turismo evoluiu positivamente e as remessas dos emigrantes contribuíram, em grande
medida, para equilibrar a balança comercial. Contudo, persistiram as dificuldades
económicas que eram resultado do aumento das despesas públicas. O dinheiro do Estado 
era canalizado para a Guerra Colonial razão pela qual existiam uma quebra da mão de obra
agravada pela forte vaga de emigração como fuga à guerra.

A emigração não é um fenómeno exclusivo deste período, mas nesta década os valores
atingidos em Portugal foram bastante alarmantes, pois causaram a desertificação das
regiões mais carenciadas do país, onde os números da emigração atingiram valores mais
elevados.

Este surto de emigração teve reflexos imediatos na economia portuguesa. Conduziu à


redução e ao envelhecimento da população, sobretudo nas regiões do interior. Nos países
de acolhimento os emigrantes tinham um nível de vida mais elevado, apesar da emigração,
em especial a clandestina, se ter efetuado em condições extremamente difíceis.

Os principais destinos foram a França e a Alemanha, onde o esforço de reconstrução face à


destruição gerada pela Segunda Guerra Mundial se mantinha, a Suíça, a Bélgica e a
América Anglo-Saxónica, e em menor escala a Austrália. A Venezuela, o Brasil e a África
do Sul foram também países de acolhimento dos emigrantes portugueses. Apesar da
Guerra Colonial, muitos foram os que emigraram também para Angola e Moçambique.

Slide 6 - Emigração em Portugal e o 25 de Abril (Raquel)

Em Portugal a emigração, atingiu o seu pico pouco em 1970, ano em que saíram do país
mais de 180 mil pessoas, este pico foi interrompido em 1974, devido à mudança das
políticas migratórias nos países de destino como a França e a Alemanha que, em resposta à
crise económica de 1973, adotaram medidas restritivas opostas às que tinham posto em
prática nas décadas anteriores.

Os efeitos do 25 de Abril geraram expetativas elevadas de mudanças na sociedade


portuguesa, em especial de um desenvolvimento rápido e mais igualitário. Parte da
emigração imediatamente anterior para a Europa e África era não só um modo de escapar a
situações de pobreza persistente como a falta de expetativas de mudança local que
permitissem uma melhoria das condições de vida no país.

A partir dos anos 80, registou-se um crescimento em particular desde a adesão de Portugal
à então Comunidade Económica Europeia, em 1986, nesta altura a retoma à emigração foi
de início lenta e dirigida tanto para novos destinos como para os destinos europeus como: a
Suíça, logo desde 1979, a Alemanha, nos anos da reconstrução que se seguiram à queda do
Muro de Berlim, com um pico em 1996, e, já no século XXI, a Espanha primeiro, a França
e o Reino Unido num segundo fase.

Na viragem do século, houve um novo aumento da emigração aproximando-se dos níveis


dos finais da década de 1960, atingindo um novo pico em 2013, com 120 mil saídas. A
partir daí, a emigração iniciou uma trajetória de descida gradual.

Slide 7– Acordo Schengen – (Sofia)

A gradual facilitação da circulação de pessoas no espaço europeu, com que foram


estabelecidos acordos para o efeito — que culminaria na assinatura do acordo de
Schengen, que Portugal subscreveria em 1991 — explica o crescente predomínio das
escolhas de destinos europeus entre os emigrantes portugueses. O Acordo de Schengen é
uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre-
circulação de pessoas entre os países signatários.

Slide 8- Emigração Portuguesa (Raquel)

Em 2010/11, a nova realidade europeia da emigração estava já consolidada. Não só


residiam no conjunto dos países europeus mais de dois terços dos portugueses emigrados
como se dirigiram para a Europa mais de 85% dos emigrantes que, em 2010, saíram de
Portugal. Dos restantes portugueses emigrados, 30% viviam na América do Norte e do Sul,
e apenas 3% no resto do mundo. Em termos acumulados, o stock de emigrantes nascidos
em Portugal a residir na Europa passou de 16% do total, em 1960, para 67%, em 2010. No
mesmo período, o número total de emigrantes nascidos em Portugal a residir no estrangeiro
duplicou, enquanto o número dos que residiam na Europa multiplicou por mais de nove,
passando de 165 mil, em 1960, para mais de milhão e meio, em 2010/2011.

No gráfico podemos observar a linha de cor azul que indica a tendência da emigração em
Portugal como curiosidade temos também a linha laranja que indica a imigração e o gráfico
de barras que representa o saldo migratório. O intervalo da amostra é entre o ano de 2004 a
2014, onde podemos verificar que a emigração não era muito acentuada. Podemos concluir
que no ano de 2004 até 2009, o saldo migratório manteve se positivo e constante sendo que
após 2010 o saldo migratório começou a decrescer passando para negativo o que nos
traduz que a emigração teve um aumento significativo. Assim os portugueses passaram a
sair em maior número de Portugal.
O segundo gráfico indica-nos os anos mais recentes a quantidade de emigrantes que
abandonaram o nosso país. Existe um ponto de inflação em 2014 em que a emigração
começou a abrandar. Em 2014 tinhas 12.9 mil habitantes que abandonaram Portugal. Em
2021 apenas 6.4 mil habitantes mostrando assim a diminuição de habitantes que emigram.

Slide 9 e 10 - Emigração na Atualidade – Fuga dos Cérebros – (Raquel)

A tendência mais recente que caracteriza a emigração portuguesa é a existência de fluxos


migratórios de jovens qualificados, sendo evidente que Portugal está a viver um
preocupante êxodo de jovens talentosos.

Tal facto é fruto do débil desempenho económico português, os jovens qualificados sentem
falta de oportunidades de desenvolvimento pessoal e uma quebra das expectativas
profissionais. Paralelamente, encontram na União Europeia uma maior probabilidade de
encontrar um emprego de acordo com os graus académicos e melhor remunerado com a
possibilidade de melhorar consideravelmente as suas condições de vida.
A crise económica motivada pela Pandemia por Covid-19 e A Guerra na Ucrânia estão a
ter consequências diretas no nosso país com uma notória a degradação das condições de
vida, com quedas do produto interno bruto (no ano de 2020 e, no contexto de Guerra) e
aumento dos valores do endividamento.

Assim podemos dizer que Portugal atualmente oferece aos jovens qualificados é: a falta de
emprego compatível com as qualificações, empregos temporários, a tempo parcial, mal
remunerado e altamente taxado pelos impostos praticados.

Em Portugal, os jovens qualificados dificilmente conseguem ganhar mais de 1000 euros


líquidos, em empregos frequentemente precários, fruto da baixa produtividade da
economia.

Slide 11– Testemunho (Sofia)

Para completar a nossa apresentação, decidimos contactar um familiar emigrado no Reino


Unido para poder responder a algumas questões, questões essas que foram respondidas por
áudio e que foram…

1- Habilitações Literárias?
2- Quais as razões para ter emigrado?
3- Conseguiu trabalho na sua área de formação? Se não qual a atividade profissional
que exerce?
4- Quais as maiores dificuldades que sentiu?
5- Quando emigrou já tinha família constituída?
6- Qual o custo médio de vida nesse país?
7- Pondera regressar num futuro próximo e integrar o mercado de trabalho em
Portugal?

Slide 13- Conclusão (SOFIA)

As redes sociais entre migrantes e entre estes e os seus círculos de pertença presentes e
anteriores, nos países de destino e de origem, são estruturas de circulação de informação,
de confiança e de recursos materiais e culturais que facilitam a transformação do potencial
migratório em realidade migratória.

Basicamente, em períodos de maior sufoco os portugueses emigram, e em períodos de


maior otimismo social, a emigração cai. É possível concluir que os portugueses não
emigram porque desejam, emigram por necessidade.

Em suma, a ausência de oportunidades de emprego que permitam o desenvolvimento


pessoal e a melhoria das condições de vida, em conjunto com a quebra das expectativas
profissionais e a descrença na capacidade do governo e das instituições públicas para
reverter a situação, tem levado a população jovem, altamente qualificada, a emigrar para a
União Europeia. É urgente a tomada de medidas por parte do estado para que os jovens
exerçam atividades profissionais em Portugal dado o investimento que é feito na
qualificação destes.

Slide 14 – Referências

Porto Editora – Emigração massiva dos anos 60 na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-

02-27 22:26:32]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$emigracao-massiva-dos-anos-60

https://journals.openedition.org/spp/7787?lang=en
https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/world/20200624STO81906/explorar-as-
razoes-da-migracao-porque-e-que-as-pessoas-migram

https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/este-pais-nao-e-para-jovens-qualificados-
14907759.html

https://www.pordata.pt/subtema/portugal/migracoes-34
https://portaldascomunidades.mne.gov.pt/images/GADG/Relat%C3%B3rio_da_Emigra
%C3%A7%C3%A3o_2020.pdf

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